Revista Young - Edição nº 3

48
1

description

Revista Young

Transcript of Revista Young - Edição nº 3

Page 1: Revista Young - Edição nº 3

1

Page 2: Revista Young - Edição nº 3

2

Page 3: Revista Young - Edição nº 3

3

Page 4: Revista Young - Edição nº 3

4

Page 5: Revista Young - Edição nº 3

5

Page 6: Revista Young - Edição nº 3

6

Trabalhar por um mundo melhor, independente da profissão que atua ou da carreira que pretende seguir é possível. Nesta edição, dedicamos as páginas da Young a um tema que a cada dia se fala mais: sustentabilidade e meio ambiente. Entrevistamos pessoas como Maria Zulmira, apresentadora do Ecoprático, programa exi-bido pela TV Cultura de São Paulo e Beloyanis Monteiro, da Fun-dação SOS Mata Atlântica, profissionais que foram capazes de combinar a paixão e garra de um ativista, com a determinação e responsabilidade de um empreendedor.Veja também em nossa matéria de capa, assinada por mim, as profissões consideradas “verdes” e descubra porque elas já são a grande promessa de empregabilidade. Na seção Garimpo, cosméticos, calçados e até cerveja produzidos com o mínimo de agressão à natureza. Em Viagens, a jornalista Mari Campos fará você descobrir os encantos da Amazônia.Em +Saúde, Kalu Brum nos ensina a respirar melhor e na coluna Blog, Leonor Macedo fala sobre a onda do Twitter, aproveite e nos encontre por lá www.twitter.com/revistayoung. E já que a revista é dedicada ao meio ambiente, nós aqui da reda-ção também queremos fazer nossa parte. Pensando nisso, entre-vistamos o pessoal do Instituto GEA que nos ensina como utilizar de forma consciente a revista depois de lê-la e, assim, diminuir o impacto ambiental que o papel causaria à natureza. Confira o resultado na página ao lado.

Denise [email protected]

Agentes transformadores

Carta do editor

Foto

Gin

o R

odrig

o

EXPEDIENTE

Direção e ediçãoDenise [email protected]

Colunistas convidadosDaiane Santana, Hiran Murbach, Leonor Macedo, Mari Campos, Nicolau Kietzman e Karina Muller

ColaboradoresTexto: Edson Capoano, Michele Jardim, Kalu Brum, Taís Ribeiro, Vanessa Baldacci, Vanessa Prata.

Projeto Gráfico e diagramaçãoWave Comunicação

RevisãoRosani Andreani

[email protected]

ImpressãoGráfica Mundo Digitalwww.graficamundo.com.br

Tiragem30 mil exemplares

DistribuiçãoA Revista Young é bimestral, distribuída gratuita-mente através de blitz, em escolas de ensinomédio, cursinhos e universidades de São Paulo,Revista Young não se responsabiliza pelas opini-ões emitidas nas matérias assinadas.

CNPJ 10.853.374/0001-03

Rua Umuarama, nº 42 Parque José Alexandre -

São Paulo - SP

CEP: 06321-270

Page 7: Revista Young - Edição nº 3

7

Ganhei a Revista Young durante uma feira de profissões e achei bem bacana, com cunho voltado para o público jo-vem. As matérias são interessantes, abrangendo áreas de maior responsabilidade, escolhas e lazer. Recomendaria apenas mais cuidado na revisão, para evitar erros tolos e uma elevação no nível humorístico, pois acredito que sejam capazes de fazer tal. No geral, a revista me agradou e espe-ro que continuem publicando e aperfeiçoando-a.Desejo sucesso,Wellington Souza, São Paulo-SP

Obrigada, Wellington, estamos atentos à revisão e procuran-do melhorar cada vez mais o contéudo editorial. Ficamos felizes que você tenha gostado e continue lendo a Revista Young.

Não posso deixar de dizer que a Revista Young, embora di-recionada a um público específico, amplia muitas visões. Parabéns pelo projeto gráfico e editorial, ambos de primei-ra. E a próxima quando será? Estou esperando. Será que consigo um exemplar via correio?Abraços,Vinicius Prado, Mogi das Cruzes-SP

Olá Vinicius, A distribuição é gratuita e acontece sempre na 1ª quinzena dos meses pares. Verifique no site o local onde ela é distri-buida em sua cidade. Se preferir receber pelo correio, tem um custo de R$ 5,00. Entre em contato com a redação, [email protected], e solicite o seu exemplar.

Meu nome é Tania e sou uma Coach e consultora de Re-cursos Humanos. Quero apresentar este trabalho por meio de artigos na Revista Young, pois vai de encontro aos meus objetivos profissionais assim como do público de uma re-vista jovem.Tania Regina Sanches, São Paulo-SP

A leitora Tania Regina Sanches participará da nossa próxima edição.

FALE COM A REDAÇÃO

Você sabia que o papel leva em média 3 a 6 meses para se decompor na natureza e para cada 1000 kg de papel reciclado evitamos o corte de 15 a 20 árvores adultas? Pensando em como nós e você leitor da Young poderia-mos contruir para diminuir este impacto pedimos ajuda ao Instituto GEA – Ética e Meio Ambiente, que desenvolve um amplo trabalho nas áreas da cidadania e educação ambiental, que nos forneceu algumas dicas de como fa-zer a diferença: O ideal, para qualquer material, é aplicar o princípio dos 3 Rs: reduzir, reutilizar e reciclar, nesta ordem. Assim, o pri-meiro R, depois de ler a revista, doe ou empreste, para o maior número de pessoas possível, para que leiam e as-sim estarão reutilizando. Utilize as folhas da revista para fazer artesanatos, por exemplo, já viu como é possível fazer lindas caixas? Fique atento também no seu consu-mo de papel e pense antes se é necessário imprimir este texto ou documento? Se não tiver jeito reutilize o verso dos papéis, o mesmo vale para as folhas de caderno, papéis de mala direta etc. E só quando já se esgotou esta alternativa é que se deve encaminhar para a reciclagem. A reciclagem de papel é uma das mais fáceis de ser realizada artesanalmente, podendo ser feita em casa. Para tanto, pode-se levar os recicláveis separados a um Posto de Entrega Voluntária ( no supermercado Pão de Açúcar) ou organizar um programa no local de moradia ou trabalho, o que inclui ter de encontrar lugares para encaminhar o material. Uma boa opção é procurar uma cooperativa ou associação de catadores, pois aí o pro-grama, além de ambiental, também é social. O instituto GEA tem um programa gratuito de atendimento ao públi-co, porém é necessário telefonar ou enviar e-mail, para agendar o atendimento ou acessar o site para obter as primeiras informações. E mãos à obra.

Instituto GEA - Ética e Meio Ambiente

www.institutogea.org.br

[email protected]

Tel.: (11) 3058-1088

Fontes – Instituto Gea – Ética e Meio Ambiente, Instituto Akatu,

Compam - Comércio de Papéis e Aparas Mooca Ltda, Abirp –

Associação Brasileira das Indústrias Recicladoras de Papel

Podemos fazer a diferençaSe você quer fazer comentários, sugestões

ou críticas, tirar suas dúvidas ou ajudar a fazer a revista, entre em contato conosco [email protected]

Page 8: Revista Young - Edição nº 3

8

+ Saúde

Carreiras

Hi-Tech

10

46

50

Jornalismo 42

Mudança de direção 28

Sem Tarjas 18

Bullying 38

Fique de olho 14

Concurso Público 30

Viagens 24

Giro Musical

Voluntariado

Garimpo

Redação

Perfil

Cuide-se

Capa

Blog

12

44

48

22

40

16

32

26

índice

Page 9: Revista Young - Edição nº 3

9

Page 10: Revista Young - Edição nº 3

10

+ Saúde

Por Kalu Brum

Um bebê quando respira enche toda a barriga, empurrando o ventre para frente. Esta é a respiração ideal ou completa que ao longo de nossa vida desaprendemos, gerando uma série de problemas físicos e emocionaisAo tomar consciência da respiração por alguns minutos, en-chendo bem o ventre, inspirando tranquilamente e expirando longa e profundamente podemos experimentar um momento de relaxamento. Que tal tentar agora? Feche os olhos e simples-mente respire desta maneira. Quando nossa mente está agitada liberamos adrenalina, que acelera nosso coração e deixa a respiração acelerada e nosso cérebro sem oxigenação. Em algumas situações pode ser fun-damental ter esta “energia”, mas o contraponto é essencial para a saúde e o bem-estar. Existe uma teoria bastante interessante: sem relaxamento não há concentração e sem concentração não há aprendizado. Eu digo ainda que sem respiração não há possibilidade de relaxa-mento. Então, aí vai uma dica interessante: antes de uma prova, seja ela de vestibular, na escola ou na faculdade, em vez de tentar decorar as fórmulas, datas ou o quer que seja, feche os olhos e respire enchendo, bem vagarosamente, o ventre de ar, expirando longa e tranquilamente. Os neurocientistas comprovaram o que os yogues já sabiam há tempos: em determinados períodos do dia há uma alternância do lado mais ativo do nosso cérebro. Isso significa que quando o lado esquerdo (para os destros) está dominando, nossos as-pectos mais racionais estão em exercício. Já quando o funcio-namento do lado direito está mais ativo, são nossas habilidades artísticas que entram em cena. E isso acontece pela oscilação do fluxo de ar que hora é mais intenso na narina direita, hora na

Sente-se em uma posição confortável na qual você consiga manter a coluna e cabeças eretas;

Com a mão direita coloque os dedos indicador e médio apoiados entre as sobrancelhas, deixando o polegar, o mínino e o anelar livres. (Se você é como eu e esqueceu o nome dos dedos lá vai: mindinho é mínimo; seu vizinho é anelar; pai de todos – que a gente não deve mostrar por aí- mé-dio; fura bolo é o indicador e polegar é o tal mata piolho ou do troféu joinha);

Com o anelar feche a narina esquerda e inspire com a direita;

Mantenha o anelar fechando a narina esquerda e solte o ar pela narina direita;

Feche a narina direita com o polegar e inspire pela narina esquerda;

Mantenha o polegar fechando a narina direita e solte o ar pela narina esquerda.

Repita, pelo menos, 12 vezes

Você tem uma técnica que traz bem-estar na sua vida? Conte para nós: [email protected]

Você já percebeu que respirar fundo ajuda em muitas situações?

Descubra por quê

Respire e mude de frequência

Foto

Ale

x B

ram

wel

l

esquerda. Para equilibrar e usar todo nosso potencial cerebral, faça uma respiração, um pouco mais com-plexa, mas que traz muitos benefícios. Essa respiração é conhecida como solar-lunar e faz com que a força vital flua com mais facilidade.

Kalu Brum, Jornalista, 30 anos, educadora ambiental, Yoguine, Reikiana, que busca meios de construir um mundo melhor

Foto

San

ja G

jene

ro

Page 11: Revista Young - Edição nº 3

11

Page 12: Revista Young - Edição nº 3

12

Essa seção foi criada com o objetivo de ser um meio de divulgar ‘bandas de garagem’, ou seja, bandas que estão começando ou que, mesmo com um certo tempo de existência, não conseguem espaço para tocar com regularidade. E como sou folgado vou usar o es-paço para fazer o meu jabá. Se todo crítico musical é um músico frustrado, o que faz uma pessoa que tenta ser crítico e músico, mas não faz nenhuma das duas coisas direito? Continua tentando fazer as duas coisas, pois, se tem uma doida que me chama para escrever aqui, quem sabe um dia al-gum doido nos chama para gravar alguma coisa? Porque quase toda banda começa como uma brincadeira, algo leve, até sentir se há sintonia entre os integrantes e a música.A minha banda, o Bresser, começou assim. Reunimos umas pessoas para tocar covers que ninguém conhecia e beber cerveja, mas depois de um tempo chegamos numa encru-zilhada: ou dávamos o próximo passo, que seria começar a compor, ou a banda acabaria. Tomamos a decisão correta e, há dois anos, canções inéditas surgiram.Hoje, temos cerca de 15 músicas e no balaio cheio de referências e influências dos quatro integrantes, chegamos a uma sonoridade que tem muito de Beatles, Los Hermanos, Skank (a partir do Maquinarama), Bush, U2 e Biquíni Cavadão. Buscar a pegada e o peso, sem perder a melodia, é o nosso principal objetivo. Falar muito soaria estranho, pois escrever uma resenha da tua própria banda é pior do que escrever qualquer outra. Então, quem quiser conhecer nosso som basta acessar a página http://www.bandabresser.com.br. E claro, somos Felippe Toloi no vocal e no teclado, Fábio Vanzo na guitarra e no vocal, Hiran Murbach no baixo e Mariel Moura na bateria.

Giro musical

Hiran Eduardo MurbachNa casa dos 30 e poucos anos, advogado de profissão, escritor por vocação e bai-xista numa banda de rock por teimosia

Autopromoção

Page 13: Revista Young - Edição nº 3

13

Se fala muito que com a invenção do MP3 a indústria mu-sical estaria fadada ao fracasso, agonizando, mas sou obrigado a discordar. Certo, houve uma enorme alteração do status quo, os acomodados precisaram se readaptar à nova realidade, mas isto não é novidade nenhuma no mundo ágil e dinâmico em que vivemos. O que hoje é atual, amanhã é peça de museu. É certo também que a indústria dos CDs, como mídia física, sofreu um grande baque, o que não quer dizer que a música morreu. Pelo contrário, ela está mais acessível do que nunca. Lembro que há cerca de 10 anos, se eu quisesse conhe-cer uma banda nova precisaria comprar um CD para, en-tão, saber se iria gostar dela. Muitas vezes lia sobre uma e não tinha a menor ideia de como era o seu som, pois nenhum álbum tinha sido lançado no Brasil. Já cheguei, em outros tempos, a importar alguns álbuns que ‘só tinha ouvido falar, mas nunca tinha escutado’, para conhecer. Hoje, a facilidade de transmissão de dados permite que eu ouça uma gama enorme de bandas, cantores e canto-ras de todas as partes do mundo e, melhor, que eu filtre o que é bom do que é ruim. E como a quantidade é enorme e o tempo cada vez mais escasso, só o que é muito bom sobrevive no meu play list. Isso é ótimo por dois motivos: o primeiro é que, com MP3, YouTube, MySpace e outros meios virtuais, não sou obrigado a ser massacrado e mas-sificado por aquilo que a mídia quer me impor (nada con-tra, é uma forma de se ganhar dinheiro com a música); a segunda razão é a que me permite encontrar muita coisa boa, que jamais teria conhecido se ainda vivesse na dita-dura das lojas de CD.Claro, muita coisa ruim vem neste meio, inclusive esta mania besta dos fazedores de moda indies de só gosta-rem daquelas bandas obscuras da Noruega ou de Laos, e que depois de 15 dias já se tornam datadas (culpa da velocidade da informação). Mas muita coisa boa eu tam-bém ouvi e me tornei fã. A lista é vasta: Death Cab for Cutie, Ben Kweller, The Decemberists, JJ72, MGMT, Rufus Weinwright, Our Lady Peace, entre muitos outros. E com isso tenho condições de gerar renda de muitas outras ma-neiras, até mesmo comprando um CD físico destas ban-das e cantores, coisa que jamais faria antes do advento da música digital. O mundo está em eterna evolução, e quem não quer ser atropelado por ele, precisa parar de reclamar e agir.

Com o “Black Holes and Revelations” o Muse ficou a um passo de atingir o status de superbanda, com hits como Supermassive Black Hole e Starlight. Fizeram shows por todo o mundo, inclusive no Brasil em 2008, participaram de grandes festivais e tocaram em diversas premiações. Mas parecia que ainda faltava algo para atingir o nível de um U2 e, mais recentemente, um Coldplay. Parecia, por-que não falta mais. O recém-lançado “The Resistance” os coloca no seu devido lugar, ou seja, de maior banda de rock do século XXI. Porque quando muita gente achava que o rock não tinha mais aonde chegar, a resistência se fez presente.Porém, no lugar de fazer a resenha de todo o álbum, vou me ater apenas a uma música, que simboliza tudo isso. United States of Eurasia foi a primeira música a ser divulgada, antes mesmo do lançamento oficial, mas em pequenas partes, pela internet. Assim, os fãs precisavam conseguir pedaço a pedaço e montá-la, para, então, ouvi-la, numa estratégia até então inédita. E, assim, em cinco minutos e quarenta e sete segundos, Mike Bellomy, vocalista, guitarrista, tecladista e compositor da banda, reescreveu a história do rock, misturando num mesmo caldeirão tudo que há de melhor na música. O rock e o clássico. Piano e cordas com baixo, guitarra, bateria e distorção. Desespero e esperança. Passagens que po-deriam estar tranquilamente em qualquer dos primeiros álbuns do Queen. E, para terminar, uma sonata em piano baseada na obra Nocturne em mi bemol maior, Op.9 Nº.2, de Chopin. O apogeu sem a queda. “The Resistance” é um álbum conceitual que leva o rock a um novo lugar e United States of Eurasia é esse lugar. E só não consigo afirmar que é a melhor canção do século porque ainda existe uma chamada The Scientist, do Coldplay.

Filtro musical

United States of Eurasia

Page 14: Revista Young - Edição nº 3

14

Fique de olho

Karina Müller Atriz,jornalista ou jornalista atriz (depende do período), trabalha com teatro para crianças, ama viajar e sonha, em um dia escrever um best-seller. Mas mesmo que não consiga esse feito quer ser escritora e, entre tantos narradores, se inspira em Gabriel García Márquez e Isabel Allende para contar histórias reais e fictícias.

Cada profissão esconde suas particularidades e no teatro não é diferente. Para se ter ideia da trabalheira de um espetáculo, vou contar do trabalho do Grupo Caixa de Histórias do qual faço parte desde 2005. A peça é Maravilhosas histórias para Albak, estreou em agosto, depois de quatro meses de trabalho.

Ponto de partidaTudo começa com uma ideia central, nesse caso as histórias das Mil e uma noites. Os encontros começam sem expectativa, nem roteiros, apenas com os volumes da obra, ensaios, leituras, trei-namento, improvisos e longas conversas regadas a café. O diretor musical nos ensina a retirar das tantas escalas musicais sonorida-des árabes, temas, toques de tambor e arranjos vocais. Com as ta-refas semanais nos tornamos até compositores. Também viramos escritores, outra tarefa que tem como objetivo tornar qualquer fato cotidiano a mais fantástica das histórias. Entre tantas experiências encontramos o modo maravilhoso de narrar, o tom árabe nas músicas, a utilização dos diferentes tipos de tecidos para a composição das cenas. Mas ainda não há histó-ria. Toda a liberdade do início começa a gerar desespero. Temos o modo de contar, sua forma e a sonoridade, mas ainda não há uma história ser contada. O desespero gera desânimo. O prazo para a

Passo a passo de uma peça de teatroestreia se aproxima e nenhum roteiro. Por mais que haja planejamento e organização, a arte trabalha com o improvável, com o sutil e com insights sem hora certa para acontecer...E assim mais uma vez aconteceu: o imprevisível re-solveu nosso grande drama artístico e a história apa-receu! A história emergiu de algum lugar imaterial e ainda escondido da realidade. Depois do texto lapi-dado, cenário e figurinos criados, cenas marcadas, música precisa, não acreditamos que tudo começou do nada. É incrível olhar para trás e relembrar cada experimentação, cada pequeno sofrimento que aos poucos se torna aprendizado. Assim é uma peça de teatro: trabalho árduo e diário com muito esforço.Grupo Caixa de Histórias: Glauce Carvalho, Karina Müller. Direção: Marcio Douglas, Ator convidado: Or-lando Sales. Direção Musical: Marcio Oliveira. Cená-rio e Figurinos: Dagmar Siqueira.(www.caixadehistorias.com)

Foto

Div

ulga

ção

Page 15: Revista Young - Edição nº 3

15

Com origem na antiguidade, o Teatro de Bonecos, assim como o teatro, faz parte das formas de expressão da hu-manidade desde sempre. Do antigo Oriente viajou para a Europa e de lá para a América, mas sem dúvida também já estava entre nós, por meio de brincadeiras, sombras, ani-mação de objetos e tudo mais. Muito conhecido no mundo infantil, esta linguagem artística também tem uma incrível capacidade de encantar adultos. A força e a humanidade de um boneco é arrebatadora e capaz de comunicar as mais profundas verdades com vida e poesia. A verdade é que uma peça de teatro de bonecos sintetiza sua mensagem de um jeito essencial, profundo, único. Um ser inanimado no palco ganha vida, pulso, respiração, olhar, expressão e pen-samentos graças à habilidade de tantos artistas, criadores-manipuladores, que provocam na plateia a mais sublime das surpresas: nos vemos nessas pequenas criaturas, nos emocionamos, compartilhamos medos, sonhos, anseios mesmo sabendo a todo instante o tamanho da ilusão que se faz presente. Um grande paradoxo acontece! Com a per-feita reprodução de movimentos humanos um boneco pode fazer de tudo, até cruzar os ares, cortar a linha do tempo e quebrar toda a lógica de nosso cotidiano. É justamente aí que nasce a poesia. Nos vemos neles mesmo sabendo o quão distante estamos de sua realidade. No Brasil há diversos grupos que trabalham com esta arte também para adultos, como Morpheus Teatro, Cia Trucks, Giramundo, Seres de Luz Teatro, Grupo Sobrevento e Grupo Contado-res de Estórias, de Paraty, entre outros. Alguns eventos acontecem anualmente como o SESI Bo-necos (www.sesibonecos.com.br), o Festival Internacional de Bonecos (www.festivaldebonecos.com.br), de Belo Ho-rizonte e o Festival Espetacular de Teatro de Bonecos, de Curitiba.

Quem admira a obra de Gabriel García Marquez, co-lombiano Prêmio Nobel de Literatura em 1982, pode se aproximar mais do autor, pelo menos pela Internet. Fundador da FNPI -Fundação Nuevo Periodismo Ibe-roamericano, Marquez e uma equipe de jornalistas e escritores promovem por meio do site uma vasta dis-cussão sobre ética jornalística, qualidade narrativa, serviço público, liberdade de expressão e formas de aprendizagem deste ofício. Mais conhecido pelos seus romances, entre eles Cem Anos de Solidão, a paixão de Marquez sempre foi o jornalismo, e na FNPI, prê-mios, seminários, cursos e oficinas promovem a contí-nua reflexão sobre o que é produzido na América nas entrelinhas de jornais, revistas, portais da Internet, rádio e televisão. Uma grande programação está disponível no site assim como registros de textos e atividades an-teriores. A busca pela excelência do jornalismo e do desenvolvimento desta profissão é o grande objetivo do grupo, que também tem como projeto o intercâmbio entre narradores dos diversos países Iberoamericanos. Para conhecer acesse o site: www.fnpi.org

A alma e a verdade dos bonecos

JornalismoIberoamericano online

Foto

Div

ulga

ção

Foto

Div

ulga

ção

Page 16: Revista Young - Edição nº 3

16

1

2

3

4

5

6

7

O ideal é escovar os dentes após cada refeição. Porém o que fazer, no dia a dia, quando não se consegue escovar os dentes seja por falta de tempo, oportunidade ou lugar? Siga as dicas da especialista Vivian Farfel para manter a saúde bucal em ordem

A escova dental deve possuir cerdas macias, arredondadas e cabeça pequena, para não traumatizar a bochecha e a língua, e facilitar a limpeza dos dentes do fundo;

Escove os dentes três vezes ao dia. Se não for possível, capriche mais na escovação no-turna, antes de dormir, pois durante o sono, a temperatura da boca aumenta, a produção de saliva diminui e as bactérias proliferam;

O fio dental é indispensável, pois remove os resíduos alimentares de áreas onde a escova não alcança. Passe pelo menos uma vez ao dia, de preferência antes da escovação no-turna. Caso a gengiva sangre, não pare, persista, após três dias a inflamação diminuirá e o sangramento não ocorrerá mais;

Utilize sempre pasta de dente e enxaguatórios. Ambos oferecem sensação de frescor, hálito puro, mas não substituem de maneira alguma a escovação mecânica. A pasta de dente deve ser usada em pequenas quantidades, pois a espuma excessiva dificulta a correta visualização dos dentes;

A dieta deve ser equilibrada e em horários regulares. Frutas, verduras, proteínas tem con-sumo quase liberado; já açúcares, alimentos ácidos, refrigerantes e guloseimas ingeridos com moderação;

Opte por comer os doces logo após a refeição principal, pois o aumento da salivação neutraliza os ácidos produzidos pelas bactérias. Ingira um copo de água após comer do-ces e alimentos pegajosos para ajudar a remover os restos que grudarem nos dentes;

Saiba que existem os alimentos protetores e os alimentos detergentes. Os primeiros são representados pelo leite, iogurte, queijo, pipoca salgada, milho, castanha de caju, amen-doim, nozes, coco-ralado e são responsáveis pela formação de uma barreira entre o den-te e as bactérias, limitando a ação dos ácidos produzidos. Os alimentos detergentes são representados pela maçã, pera, cenoura, milho, entre outras frutas, legumes e verduras crus, capazes de limpar a superfície do dente, durante a mastigação. A limpeza acontece através do atrito do alimento com o dente, removendo restos. Lembre-se, porém, que eles agem como detergentes, mas não substituem a limpeza pesada com a escova.

Fonte: Dra. Vivian Farfel, especialista em Odontopediatria e em Ortodontia e Ortopedia Facial pela Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (USP).

7 DICAS PARA

Cuide-se

Por Denise Camargo

TER DENTES SAUDÁVEIS

Foto

Sco

tt S

nyde

r

Page 17: Revista Young - Edição nº 3

CONHEÇA OS BENeFÍCIOS DA LINHAÇA

SE ACABE DE RIRVocê sabe o que uma boa gargalhada pode fazer pelo seu corpo? Especialistas garantem que rir por 10 minutos equivale a praticar atividade física por quinze, queimando até 40 calorias. “A terapia do riso já é conhecida e aplicada desde a década de 60. E utilizá-la em um ambiente como uma academia, só potencializa os benefícios da atividade física. Al-guns estudos comprovam que o riso melhora a absorção de oxigênio pelo pulmão, eleva a quantidade de um linfócito que identifica e destrói tumores, diminui a pressão arterial e extermina as dores.” afirma a médica cardiologista Ieda Maria Liguori, do Hcor ( Hospital do Coração). Pensando nisso, a Companhia Athletica acrescenta à sua grade de aulas o projeto CIAcabe de Rir, feito em parceria com o grupo A Divina Comédia. “O projeto acontece sempre na última segunda-feira do mês, na Cia Athletica Kansas, a partir das 19h30. O treino do riso é feito em cinco séries de apresentações, todas com 40 minutos de duração e carga máxima de bom humor,” explica Andréa Ervatti, consultora técnica da academia.

Para saber mais: Rua Kansas, 1582, Brooklin. São Paulo-SP - www.ciaathletica.com.br

A linhaça conquista cada vez mais adeptos, que incorporam o consumo do grão às suas rotinas alimentares. A semente funciona como uma vasta fonte de fibras e vitaminas e comê-la durante as refeições é ideal para quem busca um emagrecimento saudável, pois auxilia na regularização intestinal e na diminuição do colesterol. O alimento também age como um importante auxiliar em alguns quadros de distúrbios do diabetes, sistema vascular e melhora na retenção de lí-quidos. Devido à alta concentração de Ômega 3 e 6 as sementes são um precioso preventivo nos incômodos causados pela TPM, figurando ainda sobre os estrógenos e no controle dos cânceres de mama, de colo e de próstata. O consumo fornece ao organismo melhores condi-ções na prevenção e melhora de processos inflamatórios e doenças de pele como, por exemplo, a psoríase e eczemas. Esta opção saudável e com funcionalidades que atuam sobre todo sistema imunológico pode ser incorporada às refeições por meio da mistura da farinha aos alimentos, salpicada sobre saladas e frutas, batida ao iogurte ou leite e dos mais variados modos, sempre acompanhada da ingestão de líquidos.

Fonte: Dra. Sylvana Braga (www.sylvanabraga.com.br) – Médica ortomolecular, nutrologista, reuma-tologista, fisiatra, palestrante e autora do livro Dieta Ortomolecular – o segredo de rejuvenescer em total harmonia.

Foto

Div

ulga

ção

Page 18: Revista Young - Edição nº 3

22

O papel em branco intimida. Fica difícil organizar os pensamentos e colocar na ponta o lápis. Como de-senvolver o tema? O título vem antes ou depois do texto? Não é fácil, principalmente quando o tempo é curto. Especialistas afirmam que mesmo aquele aluno que não tem vocação para o desenvolvimento de textos pode se sair bem. Algumas dicas, nestes casos, valem ouro. “Para ter boa argumentação é preciso estar bem informado, para saber opinar é preciso ter opinião e para escrever é preciso ler muito”, diz a coordenadora de Língua Portuguesa do cursinho Etapa, Célia Passoni.Fazer uma reflexão dos textos já produzidos também é importante. A ideia é prestar atenção nos erros e reescrever o conteúdo sempre que possível. “Ler em voz alta o que escrevemos ajuda perceber uma fra-se mal ritmada ou um problema de concordância. Como no vestibular não temos essa chance, deve-mos explorar essa prática ao máximo antes da prova e reescrever novamente o texto”, alerta.

Atenção especial ao temaSe o tema proposto não for abordado com profi-ciência, todo o esforço pode ser em vão. Para o co-ordenador de gramática, texto e redação do cursinho Anglo, Francisco Platão Savioli, este é o momento

em que a banca avalia se os estudantes estão aten-tos aos fatos que acontecem no mundo ou se estão limitados ao seu universo interno. As faculdades, de acordo com ele, querem que pessoas bem informa-das e com bons conhecimentos ocupem as vagas que oferecem. “O aluno deve estar atento ao que é pedido no enun-ciado da redação. Se o tema não for abordado é cer-to que será reprovado. Os estudantes ficam muito preocupados em decorar regras gramaticais porque acreditam que um bom texto é aquele correto gra-maticalmente. Muitas vezes esquecem-se de dar atenção à proposta”, lamenta.Para aprimorar o conhecimento, na visão de Savioli, é preciso não apenas ler, mas, principalmente, apro-veitar a leitura. “Sempre proponho uma atividade para meus alunos que consiste em pegar um texto dissertativo de jornal ou revista e responder algumas perguntas como: “Qual a questão posta em deba-te no texto?”; “Qual a posição do redator?”; “Que argumentos ele usa para defender sua proposta?”; “Quais argumentos o redator rebate?”. Este exercício melhora a qualidade dos textos dos estudantes e os faz aprender a como construir uma boa retórica. E eles só precisam se dedicar cerca de 20 minutos por dia”, ensina.A técnica funcionou para Fernanda Ayres, estudante

A arte de uma boa redação

Redação

Foto

s A

rqui

vo P

esso

al

Texto Vanessa Baldacci

Page 19: Revista Young - Edição nº 3

23

do primeiro semestre do curso de jornalismo da Universi-dade Metodista, em São Paulo. “Meus professores sempre me alertaram sobre essas dicas. Como no curso que eu de-sejava o peso para a nota da redação era alto, fiquei preo-cupada e treinei muito antes da prova”, diz.

Nova ortografia e literaturaEste ano o vestibulando deve estar atento as novas regras ortográficas. Desaprender e aprender de novo as regras gramaticais não é fácil, muito menos quando o novo for-mato será aplicado numa prova que gera em muitos alunos sentimentos heterogêneos, como ansiedade, medo e inse-gurança.

Título e boa caligrafiaO título da redação é outro assunto que gera controvérsias. Afinal, é ou não obrigatório? No vestibular da Unicamp, por exemplo, se na prova não houver nada que especifique sua obrigatoriedade, colocá-lo ou não torna-se facultativo. Mas Célia aconselha. “O título resume a ideia a ser traba-lhada no texto e estimula a curiosidade do leitor. Por isso, mesmo que fique a critério do vestibulando, deve ser colo-cado e muito bem trabalhado. Usar um título genérico é o mesmo que um convite para que a banca não se interesse pelo seu material”, afirma. Por fim, capriche na letra, procure ser objetivo e não deixe de fazer a revisão final. Ah! Uma dose de criatividade tam-

bém não faz mal a ninguém.

Na dissertação, não escreva períodos muito longos nem muitos curtos;

Não use expressões como “eu acho”, “eu penso” ou “quem sabe”, que mostram dúvidas em seus argu-mentos;

Uma redação “brilhante”, mas que fuja totalmente ao tema proposto, será anulada;

É importante que, em uma dissertação, sejam apre-sentados e discutidos fatos, dados e pontos de vista acerca da questão proposta;

A postura mais adequada para se dissertar é escrever impessoalmente, ou seja, deve-se evitar a utilização da primeira pessoa do singular;

Na narração, uma boa caracterização de personagens não pode levar em consideração apenas aspectos físi-cos. Elas têm de ser pensadas como representações de pessoas, e por isso sua caracterização é bem mais complexa, devendo levar em conta também aspectos psicológicos de tipos humanos;

O texto dissertativo é dirigido a um interlocutor gené-rico, universal; a carta argumentativa pressupõe um interlocutor específico para quem a argumentação de-verá estar orientada;

O que se solicita dos alunos é muito mais uma reflexão sobre um determinado tema, apresentada sob forma escrita, do que uma simples redação vista como um episódio circunstancial de escrita;

A letra de forma deve ser evitada, pois dificulta a dis-tinção entre maiúsculas e minúsculas. Uma boa grafia e limpeza são fundamentais;

Na narração, há a necessidade de caracterizar e de-senvolver os seguintes elementos: narrador, persona-gem, enredo, cenário e tempo.

Veja abaixo algumas dicas que preparamos para você se dar bem na redação do vestibular. Preste atenção e boa sorte!

10 dicas para se dar bem!

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Page 20: Revista Young - Edição nº 3

24

Turismo sustentável é possível, sim!

Viagens

Talvez nunca se tenha falado tanto em sustentabilidade como agora. A parte boa disso tudo é que, depois de tanto tempo, o assunto, até então restrito aos meios acadêmicos, finalmente começa a se refletir em ações concretas. Aviso aos leitores: por mais estranho que pareça, viagem pode (e deve) ter relação com sustentabilidade.Promover a sustentabilidade é fazer o uso equilibrado dos recursos naturais sem contar que o ecoturismo é uma das atividades que possibilita o utópico desenvolvimento sus-tentável. Ouso dizer que um dos melhores exemplos são os trabalhos desenvolvidos por alguns hotéis de selva em nos-sa Amazônia. Sim, apenas alguns, infelizmente! Há hotéis famosos até internacionalmente que têm um “nadinha” de política sustentável e, pelo contrário, depositam seus resí-duos no leito dos rios da região. Uma vergonha! A boa notícia é que os motivos para orgulho também exis-tem – e você pode fazer parte deles nas suas próximas fé-rias, aliando uma viagem inesquecível a, quem sabe, be-líssimos estudos. Você já está cansado de ouvir o quanto nossa floresta tropical é essencial para manter o equilíbrio ecológico do mundo. Então, para que um hotel de selva seja verdadeiramente sustentável ele tem de seguir pressu-postos absolutamente estritos sobre economia de energia, reutilização e reciclagem, entre outras atividades. E também suprir as comunidades locais com trabalho e remuneração

justa, para que encontrem alternativas palpáveis ao corte de madeira, por exemplo. Sem esquecer, claro, da ênfase na educação (de toda a comunidade) para melhor entender a floresta e relacionar-se com ela.O Juma Lodge (www.jumalodge.com.br) é um exemplo fe-nomenal de que a sustentabilidade no turismo da floresta amazônica é mais do que possível: toda a estrutura do hotel foi construída sobre palafitas, mantendo ao máximo a bio-diversidade natural do lugar. Também a valorização cultural das comunidades indígenas e ribeirinhas ao seu redor é es-

timulada nas excursões programadas, na alimentação, na decoração dos bangalôs. Logo de cara percebe-se que a comunidade local é totalmente inserida e beneficiada pelo hotel, já que todos os funcionários são oriundos da região (e profundos conhecedores da mesma, por sinal). Para quem deseja mais que uma simples estadia no cora-ção da floresta, o Juma Lodge também promove pesquisas pioneiras, como a identificação de sapos na região ou o adorável projeto de bototerapia (bototerapia.com/home/), com grandes parceiros como o INPA - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (www.inpa.gov.br). Além disso, in-

Será que sustentabilidade tem

relação com viagem?

Foto

s D

enis

e C

amar

go

Page 21: Revista Young - Edição nº 3

25

tegra pesquisa com turismo explicitamente em atividades como a escalada em árvores (em parceria com a Amazon Tree Climbing) e inclui palestras instrutivas ao longo da ati-vidade turística.

Riquezas locais valorizadasO Amazonat (www.amazonat.org.br) é outro hotel que aca-bou ficando famoso por suas políticas de turismo sustentá-vel. Os números impressionam: são mais de 10 mil hectares que compõem a área total do espaço (há até um hotel flutuante em pleno rio!) e seus funcionários também são quase todos oriundos da comunidade local, valorizando o estilo, a cultura e a gastronomia durante 100% do tempo que um hóspede fica em suas instalações. O Amazonat também já desenvolveu diversas pesquisas sobre o ecossistema regional, em parceria com instituições educacionais holandesas e brasileiras, como a USP - Uni-versidade de São Paulo, para fazer sua parte e manter-se em plena harmonia com a floresta que o rodeia.Segundo a Sociedade Internacional de Ecoturismo, a práti-ca do ecoturismo consiste em viajar responsavelmente para áreas naturais que conservem o meio ambiente e melhorem o bem-estar da população local. Portanto, ecoturismo de verdade é a perfeita tradução para o turismo verdadeira-mente sustentável – que é possível, sim. Nos hotéis de selva em que estive no começo desse ano (e recomendo!) – o Juma e o Amazonat - a gente deixa a tecnologia de lado quando chega: não há água quente no banho, nem telefone celular, nem internet – muito menos carros, motos e afins. Somente nós e a maior floresta tropical do mundo em con-tato direto com sua beleza, riqueza e encantos. Em suas próximas férias, tente conciliar uma viagem com os preceitos de sustentabilidade aliado aos seus estudos. E ainda por cima vivenciar uma experiência única em conta-to com o maior ecossistema do planeta.

Você já fez ecoturismo? Para onde? O que achou? Conte para nós: [email protected]

Para que um hotel de selva seja

verdadeiramente sustentável

ele tem de seguir pressupostos

absolutamente estritos sobre

economia de energia, reutilização

e reciclagem, entre outras

atividades

Mari Campos, é jornalista, blogueira e autora do Pequeno livro de viagem (Ed. Verus)

Page 22: Revista Young - Edição nº 3

26

Se você ainda não ouviu esse tipo de pergunta, ouvirá em breve. Porque o Twitter é a ferramenta web mais popular dos últimos tempos aqui no Brasil. Caiu no gosto de anônimos, subcelebridades, celebridades, empresas, imprensa, enfim, é muito provável que até os seus pais tenham um perfil no Twitter.Para quem nunca ouviu falar, explico: o Twitter, hospedado no endereço www.twitter.com, é uma ferramen-ta de microblog. Depois de criar um perfil, é possível atualizá-lo com textos de até 140 caracteres, ou seja, cerca de duas linhas. A ideia é mesmo ser sucinto e o espaço é seu para escrever o que quiser: enviar um link interessante, contar uma piada, falar sobre sua vida, desabafar, perguntar sobre seus amigos. Quem te lê é quem te segue. Assim é chamado aquele que se interessa pelo seu perfil e te pede autoriza-ção para ler os seus tweets. E você passa a ser seguidor dos perfis das pessoas que quer ler. Parece complicado, mas não é. O Twitter é tão intuitivo quanto o Orkut e lá é possível fazer amigos, trocar ideias e informações. A ferramenta é conhecida, inclusive, pela agilidade que tem para circular as notí-cias. Os usuários acabam veiculando a informação muito antes do que os principais sites jornalísticos do Brasil.

Minimizar os pensamentosO Twitter caiu no gosto popular há pouco tempo, mas existe desde março de 2006. Nasceu da cabeça de Jack Dorsay, um norte-americano que desde os 15 anos pensava em desenvolver uma ferramenta baseada em um software que rastreava os taxistas. Quando foi trabalhar em uma empresa, já em 2006, desenvolveu a ferramenta de comunicação interna. Foi Evam Willians, criador do Blogger, uma das mais populares ferramentas de blog do mundo, que apos-tou na ideia de Dorsay. Apesar de ser pensado desde 1992, o Twitter só foi possível em 2006 por conta da tecnologia. “Ele nasceu para o celular. Com poucos caracteres, as pessoas são mais espontâneas, mais instantâneas. A ideia é minimizar os pensamentos”, explica Dorsay.Com o passar do tempo, surgiram vários aplicativos para “twittar” do celular, mas ainda assim, o Twitter é bastante usado via página da web.

Você tem Twitter?6 comentários

Postado por Leonor Macedo

Blog

Foto

Arq

uivo

Pes

soal

Leonor Macedo “tuíta” mais do que a boca há cerca de dois anos. Escolheu ser a @subversiva por conta de um apelido da adolescência, que também batizou o seu primeiro blog. E jura que tentou fazer essa descrição em 140 caracteres, mas não é concisa nem aqui nem no Twitter

Page 23: Revista Young - Edição nº 3

27

Glossário do TwitterÉ a linguagem própria do Twitter que faz com que as pessoas se sintam um pouco perdidas ao entrar na ferramenta pela primeira vez. Abaixo, segue um pequeno glossário para leigos no assunto:

TweetÉ como é chamado um post do Twitter.

TwittarA ação de escrever no Twitter: “Eu twitto, Tu twittas, Ele twitta”.

TwitteiroQuem escreve no Twitter.

Seguidores (Followers)São as pessoas que leem os seus tweets. Há a opção de deixar suas atualizações em aberto, para que todos possam ler mesmo sem ser seu seguidor. A outra opção é trancar o que escreve e só autorizar a leitura para quem for seu seguidor.

ReplySão respostas a outros tweets, de outras pessoas. Se alguém faz uma menção a você ou lhe pergunta algo, é possível responder diretamente a ela. Basta colocar a @ na frente do nickname da pessoa. Por exemplo, o meu nickname no Twitter é Subversiva. Se quiser escrever para mim, digite @subversiva antes de sua mensagem. Assim, saberei que o escrito tem destinatário certo. Se alguém fizer isso com o seu login é um reply para você.

Mensagem direta (Direct message)Tudo aquilo que você escreve está visível para quem é seu seguidor. Se você quiser escrever algo que só o destinatário pode ler e que não ficará visível em sua página, é possível enviar uma mensagem privativa. Em vez de colocar a @ na frente do login da pessoa, escreva a letra “D” antes do nickname. Por exemplo: D subversiva [e a mensagem].

HashtagAs tags, ou hashtags, são velhas conhecidas de quem já é blogueiro. Nada mais são do que etiquetas que facilitam a identificação do assunto da postagem. Sinalizar o que se escreve com uma tag facilita a busca de mensagens por interesses específicos. No Twitter, as hashtags são marcadas pelo sustenido (#) antes das mensagens.

RetweetingAlguém escreveu algo relevante e você quer dividir com todos os seus seguidores? Basta retwittar a mensagem. O símbolo RT antes do que foi dito, indica que aquilo é uma citação. Não esqueça de colocar o crédito de quem fez a citação. Para isso, é preciso escrever, após o RT, qual é a arroba e o nickname da pessoa. Por exemplo: RT @subversiva Acompanhe a nova edição da Revista Young.

Trending TopicsNo canto direito de seu perfil, estão os Trending Topics, uma lista dos assuntos mais falados do Twitter naquele momento. Normalmente, como a língua inglesa é predominante nos perfis, os assuntos que aparecem nos Trending Topics estão em inglês e dizem respeito aos norte-americanos. Mas não é muito difícil ver um assunto brasileiro aparecer na lista dos 10 mais falados em todo o Twitter.

Apesar do Twitter ser uma ferramenta norte-americana e estar toda em inglês, ela está repleta de brasi-leiros, como foi dito bem aqui em cima. Por isso, boa parte desse glossário foi aportuguesado. Twitter continua Twitter, mas tweet virou tuíte. Twitteiro é tuiteiro, twittar é tuitar e retweeting é retuitar ou retui-tando. O Twitter rende assuntos para muitas outras colunas que, com certeza, virão. Agora que você aprendeu como é que se faz, não se acanhe e crie o seu perfil. Ah! Eu, a revista e os demais jornalistas da revista temos twitter e você pode nos seguir por lá, no www.twitter.com/subversiva e www.twitter.com/revistayoung Beijo, me segue!

Favoritar Ler depois Imprimir Compartilhar= 6 Ea

Page 24: Revista Young - Edição nº 3

28

Alguns dias após o lançamento da primeira edição da Re-vista Young recebemos um e-mail muito simpático da leitora Juliana Pereira Machado, estudante do curso de Direito da Universidade Unip-Alphaville. E como nosso intuito é jus-tamente fazer amigos e apresentá-los para todo mundo, gostaríamos de apresentá-la.Juliana conta que recebeu a Revista Young na porta da faculdade e como estava em semana de provas acabou “jogando” na pasta de estudos e por lá ficou. “Dias depois, com as férias se aproximando, comecei a arrumar tudo para guardar e me deparei com o exemplar. Confesso que num primeiro momento achei que seria uma publicação mais voltada para jovens de 17-24 anos e, por isso, quase não dei oportunidade para a leitura”, relata. Mas ela “devo-rou” a revista com muito prazer. “Me identifiquei com as his-tórias, principalmente com a seção Mudança de direção. Tenho 27 anos e quando decidi fazer faculdade, há cerca de 10 anos, escolhi o curso de Biologia, na UNISA – Uni-versidade de Santo Amaro. Na época, queria trabalhar com inseminação artificial, DNA, genoma. No entanto, no decor-rer do curso fiz estágios em laboratório envolvendo DNA e radiação nuclear e percebi que não era a minha praia ficar dentro de um laboratório todos os dias” complementa. Juliana afirma que é muito importante fazer estágios va-riados para descobrir o que realmente se gosta. “Estagiei no Parque Ibirapuera com plantas, lecionei em escolas pú-blicas e trabalhei com consultoria ambiental. Todas áreas distintas e apaixonantes. Quando me formei, veio a grande decepção e a pergunta: ‘E agora, farei o quê? Não tenho emprego fixo’”, relembra.

A vida pós-faculdadeJuliana pediu conselhos para os amigos que já estavam no mercado de trabalho e tinham mais experiência para lidar

com suas profissões. “Como cada um trabalhava em uma área diferente, pensei que conseguiria saber de modo geral como era o mercado de trabalho. Foi quando uma amiga me incentivou a fazer o curso de Direito para trabalhar em Direito Ambiental, matéria ainda muito nova e que os advo-gados, por não terem o conhecimento técnico necessário, acabam penando um pouco”, conta.

A descoberta“Minha amiga disse que me arranjaria um estágio para que eu pudesse encarar mais cinco anos de faculdade. Fiz es-tágio em uma instituição financeira, em Contencioso Cível, que tem por objeto a defesa em juízo da pessoa física ou jurídica na área do Direito Civil. A área não tem nada a ver

com meio ambiente e direito ambiental, mas me deu uma base do que encararia pela frente: os prazos, postura e o tão falado ‘juridiquês’”, brinca. Foi quando ela começou enviar currículos para outros es-critórios na área cível, pois não achava que conseguiria juntar as duas faculdades cursadas.

CAMINHOS TORTOSLEVAM PARA O DIREITOConheça a trajetória da leitora Juliana Machado. Após cursar Biologia

ela se aventurou na área de propriedade intelectual e descobriu sua

verdadeira vocaçãoMudança de Direção

Estagiei no Parque Ibirapuera

com plantas, lecionei em

escolas públicas e trabalhei com

consultoria ambiental. Todas áreas

distintas e apaixonantes. Quando

me formei, veio a grande decepção

e a pergunta: “E agora, farei o

quê? Não tenho emprego fixo”

Por Denise Camargo

Foto

arq

uivo

pes

soal

Page 25: Revista Young - Edição nº 3

29

“Para minha surpresa consegui uma vaga de estágio no Contencioso cível. Eles também tinham uma equipe técnica (biólogos, engenheiros de todas as áreas, farmacêuticos etc) pois trabalhavam com patentes. Não entendi num pri-meiro momento a relação entre Biologia, Direito e patentes. Depois de algumas entrevistas com pessoas que viram no meu currículo um diferencial e me incentivaram a entender mais sobre a área de proteção por patentes, percebi que poderia ser um desafio e tanto. E aqui estou eu: depois de um ano de estágio, sou associada da empresa como profis-sional da área de Biologia, há um ano e meio trabalho com a área de Propriedade Industrial e caminhando para o 9º semestre de Direito”, relata, feliz.

Como a Biologia e o Direito se completamJuliana conta que a Propriedade Industrial é subdividida em algumas áreas (marcas, indicações geográficas, patentes etc) e, dentro da área de patentes, existem campos técni-cos diferentes (mecânica, química, biologia, farmacêutica etc). “No que diz respeito ao meu trabalho, por ser bióloga com todo o respaldo técnico para atuar nesta área, e por ter conhecimentos em inglês, leio as invenções dos clientes, em sua maioria internacionais, para avaliar se diante da Lei da Propriedade Industrial Brasileira podem ser protegidos no Brasil, ajudando-os a conseguir a proteção para os seus inventos na área de Química, Cosmética, Farmacêutica e cultivares (sementes geneticamente modificadas). O con-trário também ocorre com clientes nacionais que querem saber se seus inventos podem ser protegidos no Brasil e no exterior”, conta. Segundo a jovem, o Direito auxilia-a a entender as leis que

regem a Propriedade Industrial no país e no mundo, além da noção da necessidade dos prazos, formas técnicas de se reportar ao órgão competente a avaliar e conceder as patentes dos clientes, no caso o INPI – Instituto Nacional de Propriedade Industrial. “O tempo voou, descobri na prática áreas distintas para se trabalhar e acabei me apaixonando por outras que nem sabia que existiam. É assim o nosso mundo profissional. Temos de estar sempre antenados e preparados para, diante de um novo obstáculo, transformá-

lo em uma oportunidade e, assim alcançarmos novos hori-zontes”, destaca.Juliana diz que se identificou com a revista, pois nossos artigos mostram como estudantes e profissionais podem contribuir sempre para os novos desafios que estão che-gando. “A revista tem esta missão de ‘trocar figurinhas’ com aqueles que já passaram pela vida universitária. E quem sabe a minha história não ajude outros jovens a seguirem em frente quando as coisas não estiverem acontecendo da forma que gostariam? Para mim o que vale mesmo é nunca desistir”, finaliza.

E você escolheu um caminho e acabou em outro? Escreva sua história para nós: [email protected]

Descobri na prática áreas distintas

para se trabalhar e acabei me

apaixonando por outras que nem

sabia que existiam.

Foto

Mic

hel M

eyns

brug

hen

Page 26: Revista Young - Edição nº 3

30

Estabilidade no emprego, bons salários e segurança para planejar o futuro são os três pilares fundamentais que atra-em profissionais de todas as idades para os concursos pú-blicos. Apesar da dificuldade para passar em algumas pro-vas, verdadeiros “vestibulares”, a dedicação e a disciplina nos estudos costumam compensar. “Mas é preciso ter em mente que a carreira pública é um projeto de vida de mé-dio a longo prazo. Mesmo após a aprovação, não é daqui uma semana ou um mês que você começará a receber seu salário. O tempo para ser chamado pode demorar de seis meses a dois anos”, explica José Luis Baubeta, diretor de RH da Central de Concursos. Às vezes, esse tempo é ainda maior, como aconteceu com Karine Zinn Ribeiro, assistente administrativa da CEEE - Companhia Estadual de Energia Elétrica do Rio Grande do Sul. “Prestei o concurso em 2005 e comecei a trabalhar em fevereiro deste ano. Com certeza, já tinha perdido a espe-rança de ser chamada”, conta Karine, que passou no pri-meiro concurso que prestou.O lado bom é que enquanto você se prepara para o exame que tem em mente ou espera ser chamado para ocupar a vaga, pode prestar outros concursos em busca de remune-ração maior. “Cerca de 80 a 90% das disciplinas de todas as provas são idênticas, assim, ao estudar para um concurso, estará estudando para outros também”, afirma José Luis.Para prestar as provas, não há limite mínimo ou máximo de idade, mas é necessário ter 18 anos completos na data em

que você tomar posse do cargo e a aposentadoria com-pulsória ocorre aos 70 anos. É bom lembrar ainda que em algumas carreiras é necessário passar em provas de apti-dão técnica e avaliação psicológica e, em qualquer caso, a estabilidade no emprego só acontece após três anos na função. Em média, os valores de inscrição para cargos de nível médio ficam entre R$ 30 e 40 e para os de nível supe-rior entre R$ 60 e 80.

Os dois lados da moedaAlém da estabilidade e do salário, muitas pessoas veem ainda a carreira pública como uma forma de servir ao país, como é o caso de Marcelo Hiramatsu Azevedo, analista do Banco Central do Brasil. “Não via possibilidades em ser em-preendedor nem tinha perfil para trabalhar na área privada. No caso do Banco Central, quem não gostaria de trabalhar em uma instituição de excelência e que, ao defender nossa moeda com sucesso há quinze anos, possibilitou aos brasi-leiros voltar a planejar a vida com uma inflação em patama-res civilizados?”, ressalta.

Concurso público

Foco na carreira pública

“Prestei o concurso em 2005 e

comecei a trabalhar em fevereiro

deste ano. já tinha perdido a

esperança de ser chamada”

Texto Vanessa Prata

Foto

Ste

ve G

rays

e

Passar em um concurso público é o sonho de muita gente. Confira

as dicas de quem já venceu esse desafio

Page 27: Revista Young - Edição nº 3

31

Conhecer a administração pública pelo lado de dentro, e não apenas como contribuinte, e desmistificar a visão de que funcionário público não trabalha também são pontos positivos na visão de Andrezza Karina Domingues, diretora da divisão de desenvolvimento e capacitação de Recursos Humanos da Secretaria Municipal de Finanças, da Prefeitu-ra de São Paulo. “Como em qualquer empresa há os que ‘vestem a camisa’ e os que apenas esperam ‘o final do mês para receber seu pagamento’”, diz. “A maior desvantagem, no entanto, é a burocracia, pois como lidamos com dinheiro público, as contratações de serviços seguem um modelo de licitação que, às vezes, é demorado. Há também a questão de não poder contratar alguém que você gostaria porque é necessário prestar o concurso”, completa.

Visão semelhante é compartilhada por Eduardo Duarte, formado em Geografia e servidor do Ministério Público do Estado do Acre. “A máxima de que funcionário público é acomodado não reflete bem o que acontece, pelo menos na instituição com a qual tenho vínculo. As desvantagens estão relacionadas ao joguete político que ocorre dentro do governo, vendo pessoas ascendendo e sendo nomeadas conforme as forças políticas predominantes, além de ques-tões trabalhistas, como reajustes salariais”, enfatiza.A remuneração, que atrai muitas pessoas inicialmente, pode se tornar uma desvantagem para os cargos mais al-tos, pois os salários não são reajustados da mesma forma que na iniciativa privada. Porém, a estabilidade no emprego pode compensar.

Dicas para passar nos concursos“Paraquedistas não têm a mínima chance”, afirma catego-ricamente Vânia Ferreira Campos, analista da Caixa Econô-mica Federal. “Prepare-se bem, estudando em casa e, se possível, fazendo um curso de boa qualidade. A chance de êxito está diretamente ligada ao empenho dedicado”, diz Vânia, que estudou por 6 meses, cerca de 4 horas diárias em cursinhos preparatórios.Esta também é a opinião de Eduardo, que reforça a impor-tância de desenvolver uma rotina de estudos. “É preciso focar no que se quer e começar a estudar. Não adianta ler uma página de internet com editais abertos e pensar ‘vou fazer este!’ Você não terá tempo hábil para estudar, então, escolha um cargo que você tenha vocação e se prepa-re para o concurso, mesmo que o edital só abra daqui a

dois ou três anos”, ensina. Entretanto, Eduardo lembra que ninguém deve se “isolar do mundo” para se dedicar aos concursos. “Não é bom perder sono ou esquecer a vida social. É perfeitamente possível ser aprovado com menos sacrifício”, diz.Ter um planejamento de longo prazo é fundamental ainda que você tenha uma reserva financeira para investir nos estudos, como fez Marcelo. “No começo, fiz os cursinhos que ofereciam todas as matérias e, na iminência do edital, módulos específicos em cursinhos mais caros, e comprei muitos livros. Não foi um investimento barato”, relembra. E mais: não é uma questão de inteligência passar em um concurso público. É uma questão de prática, insistência e, principalmente, disciplina”, destaca o servidor. Na opinião de Andrezza, atualmente, as provas estão exi-gindo mais conhecimento dos candidatos. “Na época em que passei, há sete anos, achei a prova muito fácil, mas no ano passado houve novamente o mesmo concurso e esta-va bem mais difícil. Hoje, acho importante perceber quais são suas maiores dificuldades e procurar um cursinho para ajudar a estudar, pois os professores têm noção do que re-almente cai na prova”, finaliza.

“A máxima de que funcionário

público é acomodado não reflete

bem o que acontece...”

Veja mais dicas de José Luis Baubeta, da Central de Concursos, e dos entrevistados acima, que pas-saram em diferentes concursos públicos.

Para saber mais:Central de Concursoswww. centraldeconcursos.com.brTel.: (11) 3017-8800

Pesquise as áreas que você tem interesse em pres-tar concurso e fique de olho nas matérias exigidas;

Converse com quem já passou nas provas e tra-balha na área para tirar suas dúvidas e avaliar se você realmente gostaria de trabalhar numa empre-sa pública;

Fique de olho nos editais e prazos. Não espere o edital ser aberto para começar a estudar;

Estabeleça uma rotina de estudos;

Avalie o custo/benefício. Nem sempre vale a pena viajar para prestar provas em outros estados;

Não peça demissão para se dedicar exclusivamen-te aos estudos. Você pode demorar para passar ou ser chamado e o salário pode fazer falta;

Não desista nas primeiras tentativas fracassadas. Faça do concurso um projeto de vida de médio a lon-go prazo.

1

2

3

45

6

7

Passo a passo para a aprovação

Page 28: Revista Young - Edição nº 3

32

Capa

foto

: Will

iam

C. W

ebb

Texto Denise Camargo | Edição Kalu Brum

Page 29: Revista Young - Edição nº 3

33

Apagar a luz ao sair de um cômodo, reciclar lixo, fechar a torneira para escovar os dentes, consumir produtos orgâni-cos, usar lâmpadas econômicas. Estas e outras ações am-bientais já fazem parte do nosso dia a dia. As crianças, des-de cedo, se preocupam com o aquecimento global, com a possibilidade de faltar água doce no planeta. E mesmo o mais alienado não consegue fechar os olhos para as catás-trofes ambientais que batem a nossa porta, com períodos de secas severos ou tempestades capazes de destruír uma cidade.Nos telejornais, revistas e jornais os temas ambientais estão entre os assuntos de maior destaque, invadindo os lares para buscar uma permanente mudança de hábito. A questão ambiental, até então relacionada apenas a salvar as florestas e os animais, ganhou um foco mais próximo do cidadão comum como eu e você (ou nem tão comum assim, mas sigamos). Fazer cada um a sua parte já é pos-sível sem precisar se embrenhar na mata densa e ficar nu em frente a uma árvore que seria cerrada por um madeireiro cruel. Consumir menos, optar por produtos mais ecológi-cos, fazer reciclagem, economizar é possível e faz grande diferença.

Profissões verdesSe hoje existem estas alternativas verdes em diversas á-reas, significa que há um novo e promissor campo de tra-balho: o das profissões verdes. Atividades que trabalham com conceitos de conscientiza-ção ambiental são a grande promessa de trabalho, segun-do Alcir Vilela Junior, coordenador da Área de Graduação de Meio Ambiente, Saúde e Educação, do Centro Universi-tário Senac. Para ele, carreiras ligadas às questões ambien-tais são uma realidade, com um longo e promissor futuro. “De fato, as profissões relacionadas com as demandas da sociedade contemporânea, como a questão ambiental, são promissoras e fundamentais para o futuro do planeta”, afirma. Afinal, precisamos buscar soluções urgentes para recuperar áreas degradadas, despoluir rios, gente esperta que encontre fontes energéticas ecológicas, adequar pro-

cessos produtivos à legislação ambiental, moradias, mó-veis e automóveis sustentáveis são campos com desafios e oportunidades para concretizar um conceito já bastante criticado pelos ambientalistas: o tal desenvolvimento sus-tentável, que em outras palavras significa que podemos ter desenvolvimento econômico sem aniquilar com os recursos ambientais do planeta.

Em busca de especialistasUma boa notícia é que, segundo Daniella Correa, consultora de Recursos Humanos da Catho Online, embora o mercado ofereça boas oportunidades, falta mão de obra qualificada. “A formação em um curso superior ou técnico na área é o requisito básico para atuação. Além disso, é fundamental que o profissional tenha inglês fluente, conhecimentos de informática e saiba trabalhar em equipe”, ensina Daniella.Para quem está interessado em graduar-se ou especializar-se na área, Alcir Vilela Junior, recomenda que se certifique do real interesse no assunto. “Se é difícil alguém ser feliz fa-zendo o que não gosta, é quase impossível conseguir ser competente e, consequentemente, bem-sucedido em um tema sem afinidade”, diz. Finalmente, prepare-se para entrar numa área muito dinâ-mica, que está em constante aprimoramento e que deman-dará – sempre – uma atuação multidisciplinar e capacidade de articulação e negociação. “É importante ressaltar que o trabalho na área de meio ambiente e sustentabilidade se reveste, também, de grande responsabilidade no campo social e ético. Um trabalho bem-sucedido na área, mesmo que dentro de uma empresa, terá repercussões positivas para a comunidade local e para a sociedade de forma mais ampla. Por outro lado, um trabalho mal conduzido pode trazer prejuízos significativos para a qualidade de vida de muitas pessoas e os ecossistemas. Essas duas perspec-tivas (a oportunidade e o risco) devem ser encaradas pelo futuro profissional como motivadores adicionais na busca de formação e especialização e na atuação responsável e competente”, finaliza Alcir

Trabalho pelo verdeProfissões ligadas à ecologia são a grande promessa do mercado de

trabalho. O número de vagas tem aumentado graças à propogação do

conceito de sustentabilidade. Veja como você pode adequar sua carreira

e ajudar na preservação do ecossistema mundial

Page 30: Revista Young - Edição nº 3

34

Capa

PRINCIPAIS PROFISSÕES LIGADAS AO MEIO AMBIENTE Fonte: www.ikwa.com.br

Análise AmbientalEste profissional realiza análises microbiológicas para ativi-dades de saneamento ambiental e saúde. Ele executa estu-dos físico-químicos de materiais como esgoto, água, lodo, solo, ar e alimentos com o objetivo de detectar a presença e a quantidade de parasitas e microorganismos, determinar a qualidade do meio e medir os níveis de substâncias tóxi-cas. Também faz pesquisas epidemiológicas, para identifi-car doenças específicas em uma região. Cursos relacionados: ciências biológicas, ciências biomé-dicas e química.

Assessoria e Consultoria AmbientalEste especialista presta serviços de gerenciamento de pro-jetos ambientais e de auditoria a empresas públicas e pri-vadas. Elabora estudos e relatórios de impacto ambiental, analisando a adequação da empresa aos parâmetros legais em aspectos como grau de contaminação do solo e níveis de ruído e odor. Pode ainda orientar o crescimento de cida-des e prestar assessoria na arborização de ruas, praças e parques e na montagem de viveiros de mudas e transplante de árvores. Presta consultoria para a recuperação de áreas degradadas e a resolução de problemas de saneamento e de coleta de lixo, prepara as indústrias para a certificação de acordo com as normas de gestão ambiental ISO 14000 e pode também trabalhar em parques florestais, estações ecológicas e zoológicos.Cursos relacionados: ciências biológicas, ecologia, enge-

nharia ambiental, engenharia florestal, engenharia sanitária, gestão ambiental e gestão ambiental (tecnológico).

Certificação AmbientalEste especialista assessora, coordena e conduz procedi-mentos de certificação na área ambiental. Para isso, aplica uma metodologia específica e, a partir da análise de diver-sos fatores, certifica empreendimentos agrícolas e indus-triais seguindo as normas da ISO, um sistematiza de pa-dronização internacional do gerenciamento ambiental nas empresas. São mapeados os processos, serviços, produ-tos e práticas que possam trazer algum impacto ao meio ambiente, estejam eles ligados direta ou indiretamente com as atividades de determinado setor. Também são analisa-dos os procedimentos que a empresa ou indústria utiliza para monitoramento, prevenção, acondicionamento, arma-zenamento ou descarte de resíduos. Cursos relacionados: ecologia, engenharia ambiental, gestão ambiental e gestão ambiental (tecnológico)

Controle Ambiental (técnico)O profissional desta área é responsável por analisar aspec-tos diversos envolvidos na exploração dos recursos natu-rais, visando o desenvolvimento sustentável e a racionaliza-ção do uso do meio ambiente. Para isso, coleta e armazena dados para análises físicas e químicas da água, do solo e do ar. Identifica os processos de degradação, planeja ações preventivas e cria campanhas e atividades voltadas para a conservação do meio ambiente.

Direito AmbientalLidar com as questões que envolvam a relação do homem

Foto

Dar

iusz

Dem

bins

ki

Page 31: Revista Young - Edição nº 3

35

com o meio ambiente é a atividade deste profissional. Suas ferramentas são um conjunto de normas jurídicas que vi-sam a impedir a degradação e a destruição dos elementos da natureza. Trabalha essencialmente com o controle da poluição, com a preservação dos recursos naturais e com a restauração do que foi destruído. É importante ter gosto por leitura e conhecer os mecanismos dos ecossistemas para a aplicação das normas jurídicas. Cursos relacionados: Direito

Economia AmbientalEntre as tarefas deste especialista está elaborar projetos ambientais para empresas e instituições diversas, públi-cas ou privadas, com o objetivo de evitar danos ambien-tais como o desmatamento, a exploração predatória dos recursos marinhos e a emissão de gases que causam o efeito estufa. Ele também elabora análises e relatórios de impacto ambiental. Para isso, faz pesquisas para conhecer as principais consequências da implantação de um projeto em determinada região e, com base nesses estudos, pro-põe a adoção de técnicas não poluentes e processos que atendam as exigências da legislação. Cursos relacionados: administração, ciências econômi-cas, ecologia, engenharia ambiental, engenharia florestal, engenharia química, gestão ambiental, gestão ambiental (tecnológico).

Educação AmbientalEste profissional busca despertar a preocupação individual e coletiva para a questão ambiental. Seu objetivo é con-tribuir para o desenvolvimento de uma consciência crítica entre as pessoas, a fim de ajudar a preservação e utilização

Confira algumas dicas gerais da consultora de Recursos Humanos da Catho Online, Daniella Correa, que poderão ser seguidas por profissinais de qualquer área de atua-ção:

É importante manter-se atualizado sobre o tema e, para isso, o profissional poderá contar com rádio, te-levisão, internet, jornais, revistas e até conversar com amigos e conhecidos;

Converse, mande e-mail ou telefone para as pessoas com quem trabalhou ou estudou. Informe os colegas da procura por um novo emprego;

Invista em cursos, workshops e palestras direciona-dos à área;

Aprenda o pacote Office (Excel, Word, Access, Po-wer Point) e invista em aulas de softwares específicos para a sua atuação;

Os idiomas fazem parte dos requisitos esperados de um candidato. O inglês continua sendo fundamental, principalmente a partir do nível avançado;

Estruture um bom currículo e uma carta de apresen-tação;

Mande o seu currículo para ex-colegas de trabalho, amigos e locais em que gostaria de trabalhar. “Não entregue pessoalmente o currículo na empresa. Essa atitude mostra certo desespero, além de trazer gastos com o deslocamento. A internet é a melhor opção.

Como se preparar para o mercado

de trabalho

foto

: Zsu

zsan

na K

ilián

Page 32: Revista Young - Edição nº 3

36

sustentável dos recursos naturais. Para isso, planeja e exe-cuta programas pedagógicos para conscientizar a popula-ção e aplica esses programas em classe, com alunos da rede oficial de ensino, ou em instituições diversas, como centros comunitários, museus, parques e reservas, empre-sas, criadouros de animais silvestres, entre outros. Cursos relacionados: ciências biológicas, ecologia, en-genharia ambiental, geografia, gestão ambiental (tecnoló-gico).

Engenharia AmbientalCom o objetivo de promover o desenvolvimento sustentável do planeta, o engenheiro ambiental atua na gestão do meio ambiente, principalmente no manejo, no controle e na recu-peração da qualidade da água, do ar e do solo. É ele quem realiza estudos de impacto ambiental, propondo soluções que visam o aproveitamento racional dos recursos naturais. Entre suas funções estão a investigação, a avaliação, a adaptação e a implantação de sistemas de produção am-bientalmente viáveis, a recuperação de áreas degradadas e a diminuição e o monitoramento dos processos e ativida-des causadoras de impactos ambientais. Cursos relacionados: assessoria e consultoria ambiental: avaliação de riscos e impactos ambientais, bioprocessos ambientais, certificação ambiental, economia ambiental, educação ambiental, engenharia de meio ambiente, formas alternativas de energia, gerenciamento de recursos naturais, gestão ambiental, manejo ambiental, pesquisa ambiental, preservação do ambiente marinho, recuperação de áreas degradadas, saneamento.

Física AmbientalEste especialista investiga as propriedades físicas da at-

mosfera e do ambiente para identificar de que forma eles são afetados pelas atividades humanas. Utilizando técnicas específicas e diversos equipamentos, ele analisa a compo-sição de poluentes, mede a respiração do solo, a umidade do ar, a composição da água, a variação da temperatura, entre outros aspectos. A partir desses dados, avalia a si-tuação ambiental de determinado local com o objetivo de apoiar programas e projetos de preservação. Cursos relacionados: engenharia física, física e meteoro-logia.

Geofísica AmbientalPor meio da medição de propriedades físicas das rochas e sedimentos, este profissional pesquisa os impactos das atividades humanas sobre o solo e o subsolo, identifica e mapeia áreas afetadas por poluição e avalia qual é o nível de contaminação – se está restrita à superfície ou se atin-giu camadas mais profundas, afetando inclusive lençóis de água. Efetua ainda medidas de monitoramento visando a recuperação de áreas degradadas.Cursos relacionados: geofísica e geologia.

EcologiaO bacharel em ecologia dedica-se principalmente ao diag-nóstico dos impactos ambientais gerados pelas atividades humanas, indicando as soluções para cada problema. De-senvolve estratégias que inibam ações nocivas ao meio ambiente, como as causadas pelas mudanças demográ-ficas, pela utilização intensiva e desordenada de recursos naturais e pela poluição. Ele ainda trabalha na criação de reservas florestais, fazendo levantamento de espécies da flora e fauna locais. No setor privado, atua na instalação e operação de grandes

Capa

Foto

Dar

iusz

Dem

bins

ki

Page 33: Revista Young - Edição nº 3

37

foto

: Zsu

zsan

na K

ilián

indústrias, orientando o descarte de resíduos da produção para evitar a poluição de rios e lençóis freáticos. Além de participar de atividades em campo, utiliza em seu trabalho modernos recursos tecnológicos, como satélites, radares e computadores.Cursos relacionados: assessoria e consultoria ambiental avaliação de riscos e impactos ambientais, bioprocessos ambientais, certificação ambiental, ecologia aplicada, eco-logia aquática, economia ambiental, ecoturismo, educa-ção ambiental, gerenciamento costeiro, gerenciamento de recursos naturais, gestão ambiental, manejo ambiental, monitoria e pesquisa ambiental, preservação do ambiente marinho, recuperação de áreas degradadas.

O Senac São Paulo atua com diversas modalidades de ensino na área ambiental, disponibilizando desde cursos de pequena duração até os de graduação e pós-graduação. Atualmente, o portfolio da instituição é composto por 30 títulos na área de meio ambiente. A novidade fica por conta da graduação em Tecnologia em Gestão Ambiental, com duração de 2 anos, que for-ma profissionais para lidar com ferramentas de gestão ambiental e capacita a atuar de maneira sustentável na utilização dos recursos naturais. Para saber mais: www.sp.senac.br/vestibular

Senac

Woodstock, o festival hippie que há 40 anos revolucio-nou para sempre a história do rock, também pode ser considerado um marco para popularização das questões ambientais no mundo. No entanto, foi em meados da dé-cada de 70 que a preservação da natureza começou a ser discutida efetivamente. E um dos eventos que marca-ram este período foi o da conferência das Nações Unidas sobre o Homem e o Meio Ambiente, realizada em 1972, onde autoridades mundiais estiveram reunidas em Esto-colmo, capital da Suécia para alertar o mundo de que, se não modificássemos nosso modelo de desenvolvimento, acabaríamos com o planeta e toda espécie humana. No Brasil, o tema ganhou maior visibilidade durante a Eco 92 ou Rio-92, nomes pelos quais é mais conhecida a con-ferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, realizada em junho de 1992, no Rio de Janeiro, com o intuito de buscar conciliar o desenvolvi-mento sócio-econômico com a conservação e proteção dos ecossistemas da Terra. O evento consagrou o con-ceito de desenvolvimento sustentável e contribuiu para a mais ampla conscientização de que os danos ao meio ambiente eram majoritariamente de responsabilidade dos países desenvolvidos. As ONGs fizeram um encontro paralelo no Aterro do Fla-mengo e desempenham até hoje um papel importante, pois ao longo dos anos atuaram como fiscais, pressio-nando os governos de todo o mundo a cumprir as deter-minações da Agenda 21, principal documento produzido no encontro que viabilizava o novo padrão de desenvol-vimento ambientalmente racional. A conferência de 2002, na África do Sul, não teve o mesmo impacto positivo.Os trabalhos de conscientização em todo o mundo conti-nuam e as cástrofes ecológicas, as mudanças climáticas e epidemias mostram que ainda há muito a fazer para que o homem possa viver de maneira harmoniosa no pla-neta Terra.

LIBERDADE, PAZ E AMOR

E o que você tem feito pelo meio ambiente?Escreva para nós: [email protected]

Page 34: Revista Young - Edição nº 3

38

Bullying

Lembra-se daquele garoto ou garota que todo mundo zoava por seu comportamento, suas roupas, seu jeito de falar ou qualquer outra razão que o fazia diferente? Isso é bullying, uma prática mais comum do que se imagina. Os especialistas geralmente caracterizam bullying como um con-junto de comportamentos agressivos, coercitivos e repetitivos em relações ao desequilíbrio de poder. Geralmente o bully (agressor) busca, por meio da violência, o prazer imediato, a superioridade e o reconhecimento. Os alvos não possuem habilidades sociais para posicionar-se, defender-se e fazer-se respeitar. E um dia pode ser você!Exemplos são os atos de intimidação, humilhação e discriminação, insultos pessoais, apelidos pejorativos, gozações que magoam, acusações injustas, atuação de hostilidade grupal, ridicularização do outro, exclusão e isolamento social da vítima. Você já passou por isso? Ou já presenciou algo semelhante com alguém?Luiz Gustavo Vieira do Nascimento, 19 anos, estudante do cur-so profissionalizante de teatro, mudou de turma para livrar-se do problema. “Sentia-me muito chateado”, conta. Há males que vem para o bem, pois o futuro ator fez novos amigos e conheceu uma pessoa muito especial. “Neste novo grupo tenho amigos de verda-de e uma pessoa que me ajudou muito. Ela é uma garota linda e simpática. Hoje me sinto feliz”, diz.O assunto vem sendo abordado em diversos meios de comunica-

ção. Meninos e meninas estão vivenciando este pro-blema. Estatísticas revelam que quase metade da população escolar já esteve envolvida com bullying, seja como agressor, alvo ou agressor/alvo, alerta a psicóloga e terapeuta Giovana Tessaro.É um problema que atinge crianças e adolescentes em todo o mundo. Segundo dados da Organização não Governamental inglesa PLAN (*plano em inglês) a cada dia um milhão de crianças sofrem algum tipo de violência nas escolas, afetando a sua persona-lidade e sua saúde física e mental. Outra pesquisa do Centro Multidisciplinar de Estudos e Orientações sobre o bullying Escolar (Cemeobs) aponta que 40% dos casos ocorrem no pátio da escola.Priscilla Amaral dos Santos, de 32 anos, vivenciou si-tuações deste tipo na época da faculdade. “Eu tinha 20 anos. No primeiro ano do curso pedi transferência do período noturno para o matutino para ter o restan-te do tempo livre e poder estudar e trabalhar. Quan-do cheguei à nova turma fui bem aceita de imediato, em uma semana já tinha um grupo formado para os trabalhos extraclasse e festinhas programadas. Mas, tinha um rapaz da sala que era excluído por todos. Ele vinha conversar comigo e eu o tratava bem. En-

A prática do bullying atinge pessoas em escala mundial. Você

sabe o que é isso?

Violência GRatuita

Arte

de

Oliv

er d

a G

ig M

ill P

rimar

y S

choo

l

Cen

a do

film

e B

ully

ing

Bul

lyin

g em

Isra

el |

Fot

o A

rn J

amal

Texto Michelle Jardim

Page 35: Revista Young - Edição nº 3

39

tão, começaram a falar mal dele para mim, e como continuava a conversar com ele, comecei a perceber que estavam me excluindo também. Um dia, recebi uma sentença: ou parava de conversar com ele ou paravam de falar comigo. Resultado: acabei sendo excluída também”, revela.Segundo a diretora pedagógica Vânia Mesquita Trindade Silva, quem pratica o bullying muitas ve-zes é aquela pessoa que se diz popular. “Gosta de transgredir regras, humilhar os mais fracos, menores ou tímidos. Sente satisfação em tratar o outro com desprezo. Em geral são pessoas que não vivem em um ambiente familiar estruturado e são tratados com certa indiferença”, esclarece. Com isso, desem-bocam suas frustrações no outro para se sentirem “melhores” diante da vida desregrada que levam. Vânia acrescenta ainda que “o bully pode se tornar um problema para si e para a sociedade. Existem muitos estudos que apontam a incidência de atitu-des antissociais e de criminalidade. Além disso, ele pode se tornar uma pessoa depressiva”, completa.No caso de Priscilla, ela foi excluída por preconceito à outra pessoa. “A sala de aula tinha cerca de 50 alunos. A turminha que me excluiu era de cinco pes-soas. Depois da exclusão, acho que fui me isolando também, ficando insegura em relação à sala. Como fiquei de dependência (DP) em uma disciplina no pri-meiro ano, acabei tendo aula durante a manhã e a

noite”, complementa. Entretanto, a jornalista deu um jeito de dar a volta por cima. “Essa experiência mudou meu foco de vida. Antes tinha uma visão fantasiosa da realidade. Aprendi a ter mais jogo de cintura socialmente. Acho que a opressão é algo perigoso: o oprimido é um opressor em potencial. Depois dessa fase, que du-rou uns três anos, por precaução sentia que estava começando a ter um pré-conceito em relação às pessoas e por um tempo fugi dos problemas alheios. Analisando o ocorrido, acho que agi certo em não excluir o colega da faculdade, mas fui omissa em deixar que me excluíssem também. A pessoa que passa por esse tipo de rejeição deve sair, procurar atividades prazerosas, estabelecer outros contatos sociais e não ficar paralisado, se achando o último dos mortais”, conclui.Até hoje, esta prática não é discutida e poucas ações têm sido aplicadas para evitá-las. Para a diretora pedagógica, não existe um tratamento eficaz. “Acredito na prevenção. É preciso cuidar das crianças e jovens, tanto em casa como na escola. Conversar, orientar, ser parceiro na vida fazendo com que confiem nos adultos que estão ao seu redor e sentindo segurança para expressar o que estão pensando. O adulto tem o dever de estar presente, de pro-porcionar um ambiente seguro de relações para que tudo possa ser refletido em conjunto”, alerta

Fonte: Organização Não Governamental (ONG) inglesa denomina-da PLAN - http://www.plan.org.br/plan/index.htmlCentro Multidisciplinar de Estudos e Orientações sobre o Bullyng Escolar (Cemeobs) - http://www.iesb.brhttp://www.bullying.com.br

Cen

a do

film

e B

ully

ing

| Fo

to D

ivul

gaçã

o

Page 36: Revista Young - Edição nº 3

40

Perfil

Quando cheguei para trabalhar no Repórter Eco, no ano 2000, me deparei com uma figura simpática, risonha, com saias longas, ca-belos curtos, sempre fazendo mil coisas interessantes. Lia de Sou-za era o nome que ela usava desde o início de sua carreira quando veio de Riberão Preto para São Paulo, em 1988, e começou a fa-zer pautas para um programa chamado Escola Viva, da Secretaria da Educação, veiculado na TV Cultura. Depois passou pelo SBT, emissora para a qual desenvolveu suas habilidades como repórter, período que considera de ricas experiências. Foi em 1990 que chegou à TV Cultura e permaneceu até 2008, realizando diversos trabalhos para muitos núcleos da emissora. E foi nesta empresa que tive o enorme prazer de trabalhar com esta figura emblemática do jornalismo ambiental.Tinha apenas 20 anos e meio ambiente era um assunto que me fascinava, pela possibilidade de mostrar para as pessoas que a gente pode mudar o mundo com pequenas atitudes. No convívio com Maria Zulmira, que em 2001 passou a adotar seu nome de batismo, aprendi que meio ambiente é uma questão profunda, que modifica nossa forma de perceber a vida e suas relações.

Como pauteira do programa Biodiversidade Brasil, um quadro do Repórter Eco patrocinado pela Na-tura, que esteve no ar por quase quatro anos, me aprofundei com a ajuda desta profissional fantásti-ca sobre os mais densos assuntos que envolvem a questão ambiental. E da loucura da vida da redação, surgiu uma profun-da amizade e admiração que me transformou para sempre. Esta é a chave do meio ambiente. Por isso escolhi a história dela para contar aqui nesta Young Verde. Se hoje a questão ambiental é capa de diver-sas publicações, inclusive da nossa, é porque mui-tos jornalistas como ela trabalharam para desmisti-ficar e facilitar o acesso do pensamento ecológico para a população. Nesta deliciosa entrevista, Zuzu, como costumo chamá-la, fala sobre seu trabalho, sua nova empresa e sonhos. Afinal, se a gente luta tanto por um mundo melhor tem de ter muitos so-nhos a realizar.

Conheça a história da jornalista Maria Zulmira que, há quase

duas décadas, vem lutando para fazer do meio ambiente pauta

do dia a dia das pessoas

Ecoprático na vida real

Foto

Div

ulga

ção

por Kalu Brum

Page 37: Revista Young - Edição nº 3

41

Onde você fez faculdade e o que mais gostou do curso?Zuzu: Fiz faculdade de Jornalismo na UNAERP - Universidade de Ribeiro Preto, entre 1982 e 1986. Para mim o curso foi uma introdução a vários mun-dos e o da comunicação foi apenas um deles. Sociologia, Ética, Psicologia me deram uma visão geral e tudo isso é muito importante para quem vai atuar numa área tão multidisciplinar quanto o jornalismo é. Faz muito tempo que me formei e acho que hoje as faculda-des procuram aproximar mais teoria e prática, que nestes tempos passados havia uma distância grande.

Quando chegou à TV Cultura?Zuzu: Em 1990, quando fui fui cobrir fé-rias na pauta e acabei ficando. Fiz re-portagens, mas sempre gostei mesmo de me envolver em todo o processo de produção.

Como foi a história da criação do Repórter Eco?Zuzu: Eu sempre digo que tive a feli-cidade de receber esta inspiração, de escrever o projeto e conseguir que a direção da TV Cultura adotasse a ideia em 1991. Eu idealizei, mas a criação foi conjunta, trabalho de equipe onde se destaca o trabalho da Vera Diegoli que até hoje é editora-chefe do pro-grama. Isso aconteceu antes da fa-mosa conferência Eco-92 e, naquela época, falar de meio ambiente era raro na mídia. Ainda mais ter um programa inteiro sobre o tema.

Há quanto tempo se preocupava com as questões ambientais?Zuzu: O meu interesse pelo meio am-biente surgiu principalmente por ver o que acontecia com o rio Tietê na cida-de de São Paulo. A insensibilidade e o descaso com que tratamos coisas tão vitais para a qualidade das nossas vi-das, para a nossa existência. O jorna-lismo convencional não satisfazia mi-nha necessidade de expressar o que considero importante: transmitir infor-mações que possam contribuir para a

formação e ação das pessoas. Sem-pre acreditei que as soluções existem mas nem sempre temos conhecimento delas. Adentrar no universo das ques-tões ambientais me fez perceber que não estamos desvinculados do que acontece ao nosso redor e o jornalis-mo pode fazer muito para transformar essa realidade. Os problemas ambien-tais naquela época já eram graves mas pouca gente se ligava nisto.

Como o tema ambiental mudou a forma de você ver a vida?Zuzu: É uma forma de ver o mundo. Você pode achar que não tem nada a ver com o que está acontecendo, continuar usando os recursos naturais, consumindo, vendo o que acontece com as águas e assim por diante, sem pensar nisto. Ou virar a chave e perce-ber que temos uma relação muito forte com tudo isso. E isso não tem nada a ver com se culpar pela situação, mas criar uma consciência que pode ajudar a mudar. A fazer a minha, sua parte.

Como foi sair do Eco?Zuzu: Foi o fim de um ciclo. Tenho o maior orgulho de fazer parte da história do programa, mas precisava de novos horizontes, de levar o conhecimento que adquiri ali para outros lugares e formatos de programas. Um exemplo é o programa Ecopratico, um projeto muito legal que ainda está no ar na TV Cultura e pode ser acessado pelo site www.ecopratico.com.br. É sustentabi-lidade na prática, na casa da gente. É sair da teoria e descobrir que todo mundo pode fazer alguma coisa já. Se não dá para ter quatro latões para lixo, tenha dois. Se tiver um quintal todo ci-mentado, por que não quebrar e deixar mais permeável? É um programa que acredito muito, tem informação e bom humor. Chega de ecochato, queremos ser ecopráticos.

Como vê o jornalismo ambiental hoje?Zuzu: Acho que estamos vivendo uma nova fase. Os temas ambientais estão

nas manchetes e isso não dá para ser ignorado. O número de jornalistas in-teressados também cresceu. A Rede Brasileira de Jornalistas Ambientais tem mais de 600 membros hoje. Mas ainda há muitos equívocos nas infor-mações. Temos grandes profissionais atuando na área que nem sempre en-contram nos veículos mais populares espaços para trabalhar. Mas sou oti-mista e acho que a internet tem con-tribuído bastante para termos uma co-bertura com qualidade. Temos blogs e sites muito bons.

Como surgiu a ideia da Planetária?Zuzu: A Planetária é uma empresa que nasceu para oferecer soluções sustentáveis na área de comunicação. Criamos conteúdos, conceitos, estra-tégias de comunicação para projetos e novos programas na área. É resulta-do da minha experiência de mais de 20 anos trabalhando com meio ambiente e sustentabilidade na mídia.

Conte um pouco sobre alguns traba-lhos da Planetária.Zuzu: O Ecoprático é um deles. Ou-tro muito interessante é o Corredor Ecológico do Vale do Paraíba, (www.corredordovale.org.br) que fazemos a gestão de comunicação. É um projeto que tem por objetivo reflorestar, em 10 anos, 115 mil hectares de vegetação nativa no local. Além disso, tem um conceito de não plantar apenas árvo-res, mas, sim, cidadania.

Qual seu sonho profissional hoje?Zuzu: Quero concretizar projetos que tragam a sustentabilidade para o coti-diano, mas de uma forma muito lúdica e divertida, porque se tivermos um dis-curso sisudo as pessoas vão continuar achando que isso é um palavrão e que não tem a ver com elas. Temos muitos projetos plantados e que espero que nasçam em breve.

Page 38: Revista Young - Edição nº 3

42

Jornalismo

Texto Edson Capoano

Page 39: Revista Young - Edição nº 3

43

Desde o dia 17 de junho não é necessário um curso de jornalismo para que se exerça a profissão. Esta discussão vai muito mais além do diploma, tal qual o tema foi debatido inicialmente.As análises que se focam na não obrigatoriedade do di-ploma prezam a liberalização da carreira de jornalista. Ou seja, uma profissão que estava protegida corporativamente agora volta a ser livre a qualquer cidadão, já que a Consti-tuição Federal permite a liberdade de manifestação do pen-samento.Mas isso já era assim na nossa carreira! Antes do decreto-lei que regulamentou a profissão (972/69), os jornalistas eram escritores, os donos dos próprios veículos ou membros de grupos que pensavam defender seus interesses e ideolo-gias. Lembra-se de todos aqueles escritores que também produziam para jornais? Pois é, eram médicos, advogados, engenheiros... Hoje em dia, grandes figuras do jornalismo como Boris Casoy vêm de outras carreiras, além dos cola-boradores, ícones da sociedade que por seu destaque em um tema eram convidados a se expressar nos meios. Isso significa que o jornalismo sempre foi um ofício, ou seja, o trabalho forjava o profissional.Há uma polêmica sobre se a regulamentação de 1969 foi uma demanda da ditadura militar para controlar a opinião pública ou um regramento na carreira. O fato é que desde então as redações se profissionalizaram, seja por serem compostas por gente especializada em comunicação social e porque novas demandas de mercado pediam produtos jornalísticos mais eficientes (entenda-se lucrativos). Colocar um médico para cobrir uma coletiva de um economista não fazia muito sentido mesmo.Mas com a permissão da atividade jornalística a não forma-dos na área, novas questões aparecem à tona. A econo-

Liberação do exercício da profissão ressalta temas importantes aos

futuros prossionais

mia do século XXI está muito mais liberalizada que antes (o que alguns grupos ideológicos chamam de neoliberalismo). Com isso, garantias sociais e setoriais como direitos do tra-balho estão cada vez mais frouxas. Traduzindo, uma classe trabalhadora difusa tem menos chance de garantir pisos salariais, horários de trabalho e coesão para pressionar os empregadores.E quanto à discussão se jornalismo se aprende na faculda-de ou no trabalho, perde-se o foco quando se criminaliza as instituições de ensino. É óbvio que só se aprende a tra-balhar trabalhando, a nadar, nadando e a andar, andando! Mas o conhecimento gerado, compartilhado e atualizado pelas academias mantém níveis satisfatórios de qualidade na profissão. Principalmente porque as universidades não seguem (ou não deveriam) tendências ou modismos, mas conceitos pilares da carreira.O certo é quem pensa em fazer curso de jornalismo não tenha medo. E, sim, atenção com o andamento do merca-do de trabalho. A tendência é aumentar a concorrência nas entrevistas de emprego e a preparação do candidato fará a diferença. E o curso de jornalismo seguirá, naturalmente, a ser importante neste processo. Os estudantes de publici-dade são os mais empregados em sua área e seu diploma não é obrigatório. E para quem não tiver fôlego ou grana para pagar uma faculdade, poderá fazer cursos pontuais para trabalhar em áreas específicas da carreira.De qualquer forma, o mundo da superinformação não per-mitiria por muito mais tempo que alguém se escondesse atrás de um diploma frente a cidadãos preparados para in-formar. Daí a fazer jornalismo, com critérios éticos, sociais, com base em diversas ciências humanas e interesses pú-blicos, é outra história. Mas quem garante que o jornalista também carregue tudo isso para seu trabalho, certo?

Ser ou nao ser jornalista?

Page 40: Revista Young - Edição nº 3

44

Voluntariado

Um dos pilares principais para a manutenção e qua-lificação em sustentabilidade para a fundação SOS Mata Atlântica é o voluntariado, que, desde 1997, contabiliza mais de 2 mil pessoas que ajudaram a salvar o ecosistema remanescente de Mata Atlântica no País. Criada em 1986 por cientistas, empresários, jornalistas e ambientalistas, foi uma das primeiras ONGs destinadas a proteger o meio ambiente e construir um futuro sustentável, além de desenvolver um programa específico para voluntários. A missão da fundação é promover a conservação da diversi-dade biológica e cultural do Bioma Mata Atlântica e ecossistemas sob sua influência, estimulando ações para o desenvolvimento sustentável, promover a educação e o conhecimento e capacitar e incentivar a cidadania socioambiental.O primeiro desafio foi o de popularizar o termo Mata Atlântica com uma campanha nacional que conse-guiu, após 14 anos de tramitação no Congresso, que a Lei da Mata Atlântica fosse sancionada em 2006. Com os programas Florestas do Futuro e Clickarvo-re, a entidade já soma cerca de 20 milhões de ár-

vores plantadas em áreas de reflorestamento, duas estradas parque foram criadas, uma no Guarujá (SP) e outra em Itu (SP), cerca de 300 grupos foram mo-bilizados para realizar o monitoramento da qualida-de da água do Rio Tietê, uma metodologia que vem sendo replicada também em outras bacias hidrográ-ficas, e centenas de voluntários estão integrados às ações da instituição. Força voluntáriaBeloyanis Monteiro é o responsável por administrar a força voluntária da SOS e iniciou sua atuação no movimento ambientalista, há 20 anos. Ele começou sua história junto com a criação da Associação em Defesa da Juréia, da qual foi presidente, participou da criação da Rede de ONGs da Mata Atlântica do Centro de Voluntariados de São Paulo e do Grupo de Estudo do Terceiro Setor (GETS), e agregou a experiência da metodologia do Modelo Colaborativo no programa da fundação. A primeira reunião, em 31 de julho de 1997, foi bem-sucedida e tornou-se a semente de todo o projeto. A ideia surgiu quando

Voluntariado salva a Mata Atlântica

Foto

s D

ivul

gaçã

o

O entrevistadoBeloyanis Monteiro

Page 41: Revista Young - Edição nº 3

45

o atual diretor de Mobilização, Mario Mantovani, foi para Itália, trouxe a pro-posta de engajamento e logo chamou seu parceiro Beloyanis para conhecer o modelo europeu. No início não exis-tia estrutura financeira e apoio. “Nós nos mobilizávamos e quando precisa-va viajar dividíamos o custo de gaso-lina, quem tinha carro dava carona e também comprávamos as mudas para plantar ao longo da estrada”, lembra.Hoje, a realidade da SOS é bem dife-rente! São 200 mil filiados (que reali-zam contribuição financeira anual) e empresas que têm, ao longo dos anos, contribuído com doações, patrocínios e parcerias. Entre elas estão o banco Bradesco (institucional e por meio de produtos - cartões, capitalização e se-guros); a Toyota, a Natura e diversas outras. A cada dois meses são desen-volvidos encontros para quem quer se candidatar na sede em São Paulo. Para que os novos voluntários conhe-çam mais o trabalho e a história da fundação, Beloyanis acredita que essa é a melhor forma para reconhecer e selecionar os parceiros: “Chamamos a primeira reunião de acolhida e depois vamos para o rito de passagem, um processo importante para filtrar quem realmente está engajado e tem interes-se ambiental. E quem não é seleciona-do continua ‘amigo da casa’”, afirma,

Nicolau KietzmannJornalista e assessor de imprensa especializado em gastrono-mia, literatura e ecoturismo. Viajou durante 10 anos pelo Brasil escrevendo matérias de ecoturismo. Agora vive feliz em São Paulo onde “sentou poeira”.

“Nós nos

mobilizávamos e

quando precisava

viajar dividíamos o

custo de gasolina,

quem tinha carro

dava carona ...”

completando que “existe o voluntário oportunista, que quer dizer que participa da SOS mas na verdade não desenvolve grande interesse, e aquele que vê uma oportunidade de estar presente, vem nas ações e está sempre antenado”, ex-plica. A especialização do grupo é feita por meio de aulas com especialistas na área e carga horária de 8 a 16h. O perfil do grupo é muito variado e conta com pessoas de 18 a 60 anos. E, segundo Beloyanis, a convivência acontece de uma forma muito tranquila, igualitária e respeitosa. “Temos muitos universitários, muita gente da periferia, pois as pessoas que estão longe querem se inserir no processo ambiental”, finaliza.

Para saber mais:www.sosma.org.brTel.: (11) 3055-7888

Page 42: Revista Young - Edição nº 3

46

O agrônomo tem a missão de promover o desenvolvimento sustentável da agricultura, ou seja, tornar as lavouras e reba-nhos mais produtivos e competitivos, sem degradar o meio ambiente. Nas indústrias e em laboratórios dedica-se ao es-tudo e à pesquisa da composição das terras para o plantio, da natureza e adequação dos fertilizantes, dos meios de combate a pragas e doenças de plantas e animais e das for-mas de aperfeiçoamento das espécies vegetais e animais. Pode ainda controlar a qualidade dos produtos que estão à venda em um supermercado, trabalhar em programas de assentamento de famílias no campo, fazer levantamento de impactos ambientais, elaborar políticas públicas relativas à produção rural e prestar assistência técnica aos grandes, médios e pequenos produtores rurais. Dia a dia Atividades em laboratório e pesquisas de campo ocuparão boa parte do seu tempo durante todo o curso. Gostar da vida ao ar livre, de plantas e do trabalho com animais já é meio caminho andado para se dar bem na profissão. Na fa-culdade de agronomia você irá colocar, literalmente, a mão na massa, já que grande parte da carga horária do curso é voltada à prática. Normalmente, as faculdades possuem fa-zendas experimentais onde são desenvolvidas as aulas téc-nicas. Para se formar, você deverá cumprir um período de estágio obrigatório e entregar um trabalho de conclusão.

Disciplinas Nos dois primeiros anos do curso, o currículo combina ma-térias das áreas de biológicas e exatas. Você irá estudar muita matemática, estatística, biologia, bioquímica, quí-mica, física e informática. A partir do terceiro ano, o curso fica mais voltado para disciplinas profissionalizantes como

fisiologia vegetal e animal, doenças de plantas, tecnologias de produção, manejo de pastagem, hidrologia e hidráulica aplicadas à agricultura e à horticultura. Você vai estudar ain-da sociologia e administração. E durante toda a graduação será preparado para promover o desenvolvimento sustentá-vel da agricultura, uma preocupação cada vez mais presen-te no meio rural. Em algumas faculdades há a possibilidade de desenvolver trabalhos junto à comunidade, importante para aplicar a teoria aprendida em sala de aula, além de ser um bom ponto de partida para ingressar no mercado de trabalho. Procure também fazer estágio além do período obrigatório para acumular ainda mais experiência e enrique-cer seu currículo.

Mercado de trabalho Em um país como o Brasil, com forte potencial agrícola, o campo de trabalho para este profissional está em expan-são. Além de atuar diretamente junto aos produtores rurais, ele pode trabalhar em empresas e órgãos públicos ligados à pesquisa, empresas de transformação e comercialização de produtos agropecuários, indústrias de produção e venda de insumos agrícolas e em setores ligados às cadeias pro-dutivas agrícolas. A atuação se estende ainda a empresas de consultoria, indústrias de fertilizantes e defensivos agrí-colas, herbicidas, alimentos e, até mesmo, a bancos de fi-nanciamento e investimento, na fiscalização da distribuição do crédito agrícola, em instituições de ensino e pesquisa e no setor público, em programas governamentais.

Fonte: www.ikwa.com.brPara saber mais:www.ikwa.com.br

AGRONOMIA: CULTIVE ESSA CARREIRA

Carreiras

Foto

Miro

slav

Sár

ička

Para ser um agrônomo não é preciso gostar apenas da terra e do meio ambiente.

As atividades relacionadas à profissão vão muito além da área rural

Page 43: Revista Young - Edição nº 3

47

Page 44: Revista Young - Edição nº 3

48

Garimpo

• Cerveja ecológicas fabricadas com lúpulo selvagem e cevada cultivada em fazendas orgânicas . Tem 5% de teor alcoólico, mel orgânico fino, maltes e lúpulos ingleses. Preço sugerido: R$ 22,00.Para saber mais: www.boxerdobrasil.com.br

• Chocolate com folhas da oliveira trituradas. O diferencial do produto é que os princípios polifenóis e antioxidantes do cacau são potencializados com os princípios das folhas de oliveira.Preço sugerido: R$10,00 (embalagem com 55 gs)Para saber mais: Tel. (19) 3868-9979 www.folhasdeoliva.com.br

• A Tilibra lançou três linhas de cadernos fabricados com papel reciclado e certificados pela FSC que garante ser proveniente de florestas economica-mente viáveis e ambientalmente corretas. A Tilibra não fornece preço sugerido.Para saber mais: www.tilibra.com.br

•Barrinhas de integrais de granola 100% natural, ricas em fibras, aromatizantes naturais, não contém aditivos artificiais e são elaboradas com açúcar mascavo.Preço sugerido: R$ 1,35www.maeterra.com.br

• Cookies integrais sabor Banana com Linhaça combinam a energia e o sabor da banana com a semente de linhaça, cujos benefícios têm sido comprovados por muitos estudos atuais.Preço sugerido: R$ 2,99 (embalagem 120gs)Preço sugerido: R$ 1,35 (embalagem 35gs) Para saber mais: (11) 3468-0170www.maeterra.com.br

POR UM MUNDO MELHORQuem realmente se preocupa com a sustentabilidade não contribui

apenas para a reciclagem, está sempre atento a tudo que usa e veste.

Veja algumas marcas que aderiram a essa nova consciência

ÁGUA QUE PASSARINHO NÃO BEBE

ALIMENTOS FUNCIONAIS

ESTUDO CONSCIENTE

Foto

s D

ivul

gaçã

o

Por Denise Camargo

Page 45: Revista Young - Edição nº 3

49

• Óleo bifásico para o corpo possui ativos do damasco e do pêssego. Não é testado em animais e as embalagens são feitas com materiais recicláveis. Preço sugerido: R$ 30,00. Para saber mais: (17) 3808-9900 [email protected]

• Olive Tooth Folhas de Oliva 60 gs é um cre-me dental bactericida indicado para inflama-ções da gengiva e para saúde bucal.Preço sugerido: R$ 23,00Para saber mais: Tel. (19) 3868-9979www.folhasdeoliva.com.br

• Sandália Fine fabricada pela Goóc a partir de lona de pneu reciclado. Preço sugerido: R$ 19,90 Para saber mais: 0800 771 5151 www.gooc.com.br

• Série de roteiros incríveis ao redor do mundo, que misturam preser-vação, aventura, paisagens e cultura. Viagens de Aventura - 256 pá-ginas. Preço sugerido: R$ 49,90 e Viagens Ecológicas. 328 páginas. Preço sugerido: R$ 59,90 Para saber mais: 0800-140090 www.publifolha.com.br

• Nova linha EKOS Açaí, disponível du-rante os meses da safra do fruto (dez/jan). Esfoliante corporal (R$ 30,20), óleo corporal (R$ 49,90), polpa para pernas e pés (R$ 21,90) e caixa com três sabonetes (13,90).Para saber mais: 0800-115566www.natura.net.

• Tênis em lona e algodão reciclados, poliéster pet e juta natural. Cadarço de juta reciclada e ilhós de alumínio de latinhas de refrigerante. Sola antiderra-pante de cortiça reciclada, com aroma de andiroba e frutas típicas do Amazonas. Palmilha em EVA que absorve o impacto e forro de tecido produzido com tinta à base d’água.Preço sugerido: R$ 79,90Para saber mais: Naturezza - SAC: (51) 3581-6020 www.naturezza.com.br

FAZ A DIFERENÇA

NATUREZA AOS SEUS PÉS

PARA VIAGENS

PODEROSO AÇAí

Page 46: Revista Young - Edição nº 3

50

Diz o ditado popular, “que se cada um fizer a sua parte, já é meio caminho andado”. E quando a tecnologia não anda, corre? Diariamente milhares de baterias, carcaças de celulares e pilhas viram lixo. Pensando em diminuir a quantidade desses dejetos na natureza, empresas de telefonia estão aderindo ao sistema de coleta de artigos eletrônicos e também investindo em métodos que diminuam os danos causados à natureza. Prova disso é que a Samsung destinou 4 bilhões de dólares em pesquisas e desenvol-vimento de tecnologias ecologicamente corretas. Um outro bom exemplo vem sendo praticado por empresas de Tecnologia da Informação, que inseriram ao universo comporativo uma nova filosofia. Trata-se do conceito TI verde, uma expressão utilizada pelo setor para incorporar a preocupação com o meio ambiente e a sustentabilidade. Mas o que significa TI Verde? Segundo Pablo Hess, editor da Linux Magazine e Easy Linux, são as preocupações ecológicas e necessidades de executivos e ges-tores de Tecnologia da Informação de abranger tópicos tais como a eficiência energética, redução e eliminação de materiais perigo-sos e gestão de ativos, que formam um conjunto de práticas para tornar mais sustentável e menos prejudicial o uso da computação. As práticas da TI verde buscam reduzir o desperdício e aumentar a eficiência de todos os processos e fenômenos relacionados à operação desses computadores “no meio do caminho”.

Escolha conscienteUm outro fator de grande importância é a economia de energia elétrica. Várias empresas trabalham com este foco, pois menor consumo de eletricidade significa menor impacto ambiental. Os computadores derivam de componentes mais eficientes como processadores e fontes conversoras que consomem menos ener-

Hi-tech

EVOLUINDO PARA O BEMO conceito “TI verde” tem sido utilizado pelo setor de tecnologia para

incorporar a preocupação com o meio ambiente e a sustentabilidade.

Mas você sabe o que significa “TI Verde”? gia em sua operação. Hoje, os microprocessadores realizam mais operações gastando menos eletricida-de do que faziam há quatro anos. Já existem vários modelos de computadores à venda que alegam não utilizar metais pesados em seus compenentes. Os fabricantes mais antenados estão abandonando os plásticos e metais em troca de materiais naturais: há modelos de laptops com gabinete feito de fibras de bambu e madeira, por exemplo. E por último, o software também participa disso. Os programas têm avançado significativamente em relação à otimiza-ção do processamento, de forma a realizar menos operações para efetuar cada tarefa ou, simples-mente, realizá-las todas de uma vez para manter o processador em modo de economia de energia por mais tempo. Os softwares desenvolvidos de forma colaborativa, chamados softwares livres, naturais ou orgânicos, têm crescido de forma acentuada e são a última palavra em otimização. Não há dúvidas que a TI com foco no hardware tem muito a contribuir com o meio ambiente. É preciso, porém, não esquecer que sustentabilidade não é só meio ambiente e, é aí, que está o maior desafio para a TI.

Daiane SantanaÉ engenheira ambiental, blogueira es-creve no site Vivo Verde e nesta edição colaborou com a Revista Young.

Page 47: Revista Young - Edição nº 3

51

NB23.0182w-An. Estacio Captacao 2010.1 Revista Young 20.2x26.6.indd 1 30.09.09 15:42:31

Page 48: Revista Young - Edição nº 3

52