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EDIÇÃO 173 ANO 15 - AGOSTO 2012 INOVAÇÃO . EDUCAÇÃO . GESTÃO Linha Direta Carlos Monteiro Adelia de Aguilar UNIVERSIDADES Tendências globais para a educação TECNOLOGIAS É importante planejar, monitorar e avaliar ESCOLA Vocação e missão FRANQUIAS Empreendedorismo MEC Em ritmo de crescimento Educação global // Educación global Cresce busca por um segundo idioma // Crece la búsqueda por un segundo idioma

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EDIÇÃO 173ANO 15 - AGOSTO 2012

INOVAÇÃO . EDUCAÇÃO . GESTÃO

Linha Direta

Carlos Monteiro Adelia de Aguilar

UNIVERSIDADESTendências

globais para aeducação

TECNOLOGIASÉ importante

planejar, monitorare avaliar

ESCOLAVocação e missão

FRANQUIASEmpreendedorismo

MECEm ritmo de crescimento

Educação global // Educación global

Cresce busca por um segundo idioma // Crece la búsqueda

por un segundo idioma

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Conselho ConsultivoAdemar B. PereiraPresidente do Sinepe/PR – CuritibaAirton de Almeida OliveiraPresidente do Sinepe/CEAmábile PaciosPresidente da FenepAntônio Eugênio CunhaPresidente do Sinepe/ESAntônio Lúcio dos SantosPresidente do Sinepe/ROÁtila RodriguesPresidente do Sinepe/Triângulo MineiroBenjamin Ribeiro da Silva Presidente do SieeespCláudia Regina de Souza CostaPresidente do Sinepe/RJ Dalton Luís de Moraes LealPresidente do Sinepe/PIEmiro BarbiniPresidente do Sinep/MGFátima de Mello FrancoPresidente do Sinepe/DFFátima TuranoPresidente do Sinepe/NMGGabriel Mario Rodrigues Presidente da ABMESGelson Menegatti FilhoPresidente do Sinepe/MT

Hermes Ferreira FigueiredoPresidente do SemespIvana de SiqueiraDiretora da OEI em BrasíliaIvo CaladoAsepepeJorge de Jesus BernardoPresidente da Abrafi e do Semesg José Carlos BarbieriPresidente do Sinepe/NOPRJosé Carlos RassierSecretário Nacional da ABMKrishnaaor Ávila StréglioPresidente do Sinepe/GOManoel AlvesPresidente da Fundação UniversaMarco Antônio de SouzaPresidente do Sinepe/NPRMarcos Antônio SimiPresidente do Sinepe/Sul de MinasMaria da Gloria Paim BarcellosPresidente do Sinepe/MS Maria Nilene Badeca da CostaPresidente do Consed Miguel Luiz Detsi NetoPresidente do Sinepe/Sudeste/MGNatálio DantasPresidente do Sinepe/BA

Odésio de Souza MedeirosPresidente do Sinepe/PBOsvino ToillierPresidente do Sinepe/RSPaulo Antonio Gomes CardimPresidente da AnaceuPaulo Sérgio Machado RibeiroPresidente do Sinepe/AMSuely Melo de Castro MenezesVice-presidente do Sinepe/PAThiers Theófilo do Bom Conselho NetoPresidente da FenenVictor Maurício NótricaPresidente do Sinepe/Rio

Presidente Marcelo Chucre da Costa

Diretora ExecutivaLaila Aninger

EditoraValéria Araújo – MG 16.143 JP

Designer GráficoRafael Rosa

AtendimentoFlávia Alves Passos

Estagiária de JornalismoDébora Ferreira

Preparadora de Texto/RevisoraCibele Silva

Tradutor/Revisor de EspanholGustavo Costa Fuentes - RFT1410

Consultor EditorialRyon Braga

Consultor em Gestão Estratégica e Responsabilidade SocialMarcelo Freitas

Consultora para o Ensino SuperiorMaria Carmem T. Christóvam

As ideias expressas nos artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não representam, necessariamente, a opinião da Revista. Os artigos são colaborativos e podem ser reproduzidos, desde que a fonte seja citada.

Pré-Impressão e ImpressãoRona Editora – 31 3303-9999Tiragem: 20.000 exemplares

Publicação mensal dos Sinepes, Anaceu, Consed, ABMES, Abrafi, ABM, Fundação Universa e Sieeesp

Marcelo Chucre da CostaPresidente de Linha Direta

Marcelo Chucre da CostaPresidente da Linha Direta

Conhecer outro idioma pode gerar novas oportunidades para os profissionais bra-sileiros, principalmente com a vinda de eventos importantes para o País, como a Copa do Mundo, em 2014, e as Olimpía-das, em 2016. Além disso, segundo espe-cialistas, o mercado de trabalho valoriza mais aqueles que dominam uma segunda língua, um dos diferenciais em uma con-tratação. Esses são alguns dos motivos que têm aquecido o mercado de cursos de línguas estran-geiras. E para saber em que nível está o domínio da língua inglesa, a ETS, multinacional america-na especialista em testes de proficiência, criou exames internacionalmente reconhecidos, que avaliam estudantes do ensino fundamental ao su-perior, funcionários de empresas, entre outros. Confira na matéria de capa deste mês uma entre-vista com um dos representantes da ETS no Bra-sil, Lúcio Sardinha, que explica como funcionam esses testes e a importância deles. Boa leitura!

Conocer otro idioma puede generar nue-vas oportunidades para los profesionales brasileños, principalmente con la llegada de eventos importantes para el País, como la Copa del Mundo, en 2014, y las Olim-píadas, en 2016. Además de esto, según especialistas, el mercado de trabajo valo-riza más aquellos que dominan una segun-da lengua, uno de los diferenciales en una

contratación. Esos son algunos de los motivos que han elevado el mercado de cursos de lenguas ex-tranjeras. Y para saber en qué nivel está el dominio de la lengua inglesa, la ETS, multinacional ameri-cana especialista en pruebas de nivel, creó exáme-nes internacionalmente reconocidos, que evalúan estudiantes de la enseñanza fundamental hasta su-perior, funcionarios de empresas, entre otros. Vea en la materia de tapa de este mes una entrevista con uno de los representantes de la ETS en Brasil, Lúcio Sardinha, que explica cómo funcionan estas pruebas y la importancia de ellas. !Buena lectura!

Testes de proficiência Prueba de nivel

editorial

(31) 3281-1537www.linhadireta.com.br

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capa

Em um mundo globalizado, torna-se cada vez mais necessário ter conhecimento de outros idiomas. Muitas das novas tecnologias, por

exemplo, surgem em primeiro lugar apenas na versão em inglês, e só aqueles que têm um domínio mínimo da língua conseguem utilizá-las. O mercado de traba-lho, cada dia mais exigente, já faz com que muitas pessoas se capacitem em novos idiomas para terem um diferencial. As universidades estrangeiras estão dando mais possibilidades a alunos de todo o mundo, mas, para cursá-las, é essencial saber a língua de ori-gem do país.

A língua inglesa é a mais falada no mundo. É o idioma oficial da economia e do turismo e é crescentemente o mais utilizado em educação de alto nível, além de ser também usado em grande escala nas tecnologias digitais. A popularização da internet contribuiu em muito para a disseminação dessa língua e de outras, pois, por meio das redes sociais, as pessoas passaram a ter contato com gente de outras partes do mundo, de forma direta ou indireta. Dessa maneira, os mais interessados tiram proveito da situação e procuram uma capacitação.

EDUCAÇÃO GLOBALCresce busca por um segundo idioma

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EDUCACIÓN GLOBAL

Crece la búsqueda por un segundo idioma

En un mundo globalizado, cada vez es más ne-cesario conocer otros idiomas. Por ejemplo, muchas de las nuevas tecnologías surgen en pri-

mer lugar sólo en la versión en inglés, y únicamente aquellos que tienen un dominio mínimo del idioma consiguen utilizarlas. El mercado de trabajo, cada día más exigente, ya promueve que las personas se capaciten en nuevos idiomas para tener una ventaja. Las universidades extranjeras están ofreciendo más posibilidades a los alumnos de todo el mundo, pero, para llevar sus cursos, es esencial saber el idioma de origen del país.

El idioma inglés es el más hablado en el mundo. Es el idioma oficial de la economía y del turismo y es cada vez más utilizado en educación de alto nivel, además de ser también usado en gran escala en las tecnologías digitales. La popularización de internet ha contribuido mucho en la difusión de este idioma y de otros, ya que, por medio de las redes sociales, las personas comenzaron a tener contacto con gente de otras partes del mundo, de forma directa o indirecta. De esta manera, los más interesados sacan provecho de la situación y buscan una capacitación.

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Demanda

Esse público em busca de novas oportunidades por meio do aprendizado de um segundo idioma tem crescido bastante no Brasil. Como o País será sede da Copa do Mundo, em 2014, e das Olimpíadas, em 2016, o mercado de cursos de línguas estrangeiras está bastante movimentado. Estima-se que 700 mil empregos novos sejam gerados apenas para a Copa, segundo dados do Ministério do Esporte, e, desse total, mais da metade será ocupada por candidatos que saibam se comunicar em outros idiomas.

No mundo corporativo, especialistas da área de Recursos Humanos afirmam que ser capacitado em outra língua, ainda que o cargo pretendido não a utilize diretamente no dia a dia, é um grande dife-rencial para a contratação. Esses profissionais terão mais possibilidades de obter promoções ou de se destacar nas empresas quando surgirem oportuni-dades. Esse é mais um motivo pelo qual há grande procura por escolas, principalmente de inglês.

Testagem

Além de frequentar os cursos de idiomas, as pes-soas necessitam ter um norte para saber em que nível está seu domínio da língua que está sendo aprendida e em que precisam melhorar. E as uni-versidades e empresas também precisam de uma maneira de avaliar os contratados e estudantes. Foi pensando nisso que a Education Testing Service – mais conhecida como ETS® – criou os exames de proficiência que ganharam fama no mundo e se tornaram referência na avaliação de inglês. Um diferencial forte desses testes é que eles medem o conhecimento do idioma no contexto onde ele será utilizado. Centenas de pesquisadores, estatís-ticos e outros especialistas altamente qualificados da ETS trabalham para assegurar os resultados so-bre a qualidade do inglês de cada examinado.

A ETS realiza esses testes com o intuito de medir o inglês de estudantes de ensino fundamental e médio, universitários, funcionários de empresas, entre outros. Um dos representantes dos testes de proficiência da ETS no Brasil, Lúcio Sardinha, sócio diretor da UP Language e da Mastertest, concedeu entrevista à Linha Direta, na qual explicou como funcionam essas empresas e seus produtos, as di-ferenças entre eles e a importância de se realiza-rem os testes.

Quem é a ETS?

A sigla ETS significa Education Testing Service – Ser-viço de Testagem Educacional –, que hoje possui vários produtos. No Brasil, estão disponíveis as fa-mílias TOEFL® e TOEIC® de testes de proficiência.

O teste TOEFL é o mais conhecido. Como funciona?

O teste TOEFL vem sendo usado há mais de 50 anos e é a mais amplamente reconhecida avalia-ção de idioma, utilizada por mais de 8.500 insti-tuições para medir a proficiência em inglês. É o exame mais aceito em todo o mundo e mede a habilidade do indivíduo de usar e entender o in-glês, avaliando quão bem essa pessoa consegue integrar as habilidades de compreensão oral, de leitura, de falar e de escrever. O teste TOEFL é usado em mais de 130 países por instituições aca-dêmicas, comitês de bolsas de estudo, agências governamentais e órgãos autorizados para medir a proficiência em inglês. Ele oferece a oportunidade de aplicar uma avaliação conveniente, acessível e confiável da capacitação em inglês às entidades de ensino superior, às instituições de ensino de inglês e outras organizações similares. Um desses testes é o TOEFL ITP, feito em papel, em que se pode escolher quando testar, o tamanho do grupo avaliado e diversas situações nas quais o teste será utilizado, incluindo admissão, monitoramento de progresso, entre outras.

Quais as principais vantagens do TOEFL ITP?

O teste TOEFL ITP é líder em programas de testa-gem in loco. Ele é largamente usado por universi-dades para admissão em programas de ensino de inglês, avaliação de progresso e testagem de con-clusão, além de outras situações, como admissão em programas de ensino a curto prazo, cursos ex-tracurriculares e bolsas de estudo no Brasil e em outros países onde o inglês não é o idioma oficial. Contudo, para admissão em cursos superiores de graduação, é usado o TOEFL iBT. O teste TOEFL

... as pessoas necessitam ter um norte para saber em que nível está

seu domínio da língua...//... es necesario que las personas reciban una orientación para saber en qué nivel está

el dominio del idioma...

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Asimismo, las universidades y empresas también necesitan una manera de evaluar a los contratados y estudiantes. Fue pensando en esto que Educa-tion Testing Service – más conocida como ETS® – creó los exámenes de aptitud que ganaron fama en el mundo y se convirtieron en referencia en lo que respecta a la evaluación del inglés. Una gran diferencia de estas pruebas es que ellas miden el conocimiento del idioma en el contexto donde él será utilizado. Cientos de investigadores, estadís-ticos y otros especialistas altamente calificados de ETS trabajan para garantizar los resultados sobre la calidad del inglés de cada examinado.

ETS realiza estas pruebas con la finalidad de me-dir el grado de conocimiento del idioma inglés en estudiantes de primaria, secundaria, universita-rios, empleados de empresas, entre otros. Uno de los representantes de las pruebas de aptitud de ETS en Brasil, Lúcio Sardinha, socio director de UP Language y Mastertest, concedió entrevista a Linha Direta, donde explicó cómo funcionan estas empresas y sus productos, las diferencias entre ellos y la importancia de realizarse estas pruebas.

¿Quién es ETS?

La sigla ETS significa Education Testing Service – Servicio de Pruebas Educacional –, que actualmente tiene varios productos. En Brasil, están disponibles las familias TOEFL® y TOEIC® de pruebas de aptitud.

La prueba TOEFL es la más conocida. ¿Cómo funciona?

La prueba TOEFL ha sido utilizada por más de 50 años y es la evaluación más ampliamente reconocida de la lengua, utilizada por más de 8.500 institucio-nes para medir la aptitud en inglés. Es el examen más aceptado en el mundo y mide la capacidad del individuo de usar y comprender el inglés, evaluando qué tan bien la persona logra integrar las habilidades de escuchar, leer, hablar y escribir. La prueba TOEFL se utiliza en más de 130 países por instituciones aca-démicas, comités de becas de estudio, agencias gu-bernamentales y organismos autorizados para medir el dominio del inglés. Él ofrece la oportunidad de aplicar una evaluación adecuada, accesible y con-fiable de la formación en inglés a las entidades de educación superior, a las instituciones que enseñan inglés y a otras organizaciones similares. Una de es-tas pruebas es el TOEFL ITP, realizado en papel, en que usted puede elegir el momento para realizar la

Demanda

Este público en busca de nuevas oportunidades por medio del aprendizaje de un segundo idioma ha cre-cido bastante en Brasil. Como el País será sede de la Copa del Mundo, en el 2014, y de las Olimpíadas, en el 2016, el mercado de cursos de idiomas extran-jeros ha estado muy agitado. Se estima que 700 mil empleos nuevos sean generados solamente para la Copa, según los datos del Ministerio del Deporte, y, de ese total, más de la mitad estará ocupada por candidatos que sepan comunicarse en otros idiomas.

En el mundo corporativo, especialistas del área de Recursos Humanos afirman que estar capacitado en otro idioma, aunque el cargo pretendido no lo utilice directamente en la vida cotidiana, es una gran venta-ja para la contratación. Estos profesionales tendrán más posibilidades de obtener ascensos o de destacar-se en las empresas cuando se presenten las oportu-nidades. Ésta es otra razón por el cual hay una gran demanda de centros de enseñanza, principalmente de inglés.

Pruebas

Además de asistir a los cursos de idiomas, es ne-cesario que las personas reciban una orientación para saber en qué nivel está el dominio del idioma que está aprendiendo y qué necesitan mejorar.

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Lúcio Sardinha, representante da ETS no Brasil // Lúcio Sardinha, representante de ETS en Brasil

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ITP é uma ferramenta com bom custo-benefício para as universidades acompanharem o progresso da proficiência em inglês, mas não substitui o teste TOEFL iBT na admissão. Utilizado por mais de 2.500 instituições de 47 países, o TOEFL ITP foi alinhado com o Common European Framework of Reference for Languages – CEFR (Quadro Comum Europeu de Referência para Línguas) como referência interna-cional do nível de proficiência do aluno. A vanta-gem do TOEFL ITP é que, por ser um teste feito em papel, sua logística de aplicação é mais fácil, com melhor custo-benefício. Além disso, ele pode ser aplicado em grande quantidade e na data escolhida pelo examinado ou pela instituição que o aplica.

A família TOEFL tem mais integrantes?

Tem ainda o teste TOEFL Junior que, como o pró-prio nome diz, atende a uma faixa etária que não é abrangida pelo TOEFL ITP, tampouco pelo TOEFL iBT. Ele atende a adolescentes entre 11 e 16 anos, das escolas de ensino fundamental e médio. O tes-te TOEFL Junior foi criado como um instrumento de avaliação de proficiência em inglês dentro do contexto acadêmico do aluno mais jovem, já que o ensino de inglês começa cada vez mais cedo. Assim, ele cumpre algumas funções: a de certificado inter-nacional de proficiência para o aluno; a de instru-mento de gestão do curso de inglês, para a escola; a de certificação para programas de intercâmbio e certificação de ensino bilíngue; e a de referência de qualidade (benchmarking) para redes de ensino. Além disso, ajuda os alunos jovens a se familiariza-rem com esse tipo de teste internacional, já que, quando adulto, muito provavelmente terá de fazer um teste TOEFL ou TOEIC ou outro teste interna-cional. As escolas de ensino secundário dos Estados Unidos, para receber um brasileiro, tenderão a exi-gir um certificado de proficiência para garantir que o nível desse aluno esteja compatível com aquele programa. Nesses casos, assim como o teste TOEFL ITP avalia o nível de inglês dentro de uma univer-sidade, é interessante que o TOEFL Junior avalie o nível de inglês de um aluno dentro de uma escola.

E o teste TOEIC?

O teste TOEIC, aplicado há 33 anos por mais de 10 mil empresas em mais de 120 países, é um produto que também avalia o inglês, porém mais voltado ao am-biente corporativo, ao business English, ou inglês co-mercial, também chamado de social and professional English. Uma credencial importante do teste TOEIC é o fato de as multinacionais o reconhecerem, a ponto de colocá-lo no processo de recrutamento de seus funcionários e trainees. Essa credencial, portanto, oferece ao candidato a oportunidade de buscar um emprego por poderem apresentar, junto com seus currículos, uma certificação internacional reconhe-cida pelo mercado, o que contribui em muito para que esse candidato encontre uma boa colocação. Por isso, algumas universidades e seus alunos já buscam esse teste, embora estejam em um ambiente acadê-mico. Ao fazer essa escolha, estão abrindo a porta para seus alunos encontrarem empregos no mercado corporativo. Esse teste é aplicado sob demanda, ou

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prueba, el tamaño del grupo evaluado y varios casos en que la prueba será utilizada, incluso la admisión, seguimiento de los progresos, entre otros.

¿Cuáles son las principales ventajas del TOEFL ITP?

El TOEFL ITP es líder en programas de pruebas in loco. Es ampliamente utilizado por las universida-des para la admisión en programas de enseñanza de inglés, evaluación del progreso y prueba de la finalización, así como en otras situaciones, como la admisión en programas de educación a corto pla-zo, cursos extracurriculares y becas en Brasil y en otros países donde el inglés no es el idioma oficial. Sin embargo, para admisión en cursos de grado es usado el TOEFL iBT. El examen TOEFL ITP es una herramienta rentable para la universidad monito-rear el progreso de la competencia en inglés, pero no reemplaza el TOEFL iBT en la admisión. Utiliza-do por más de 2.500 instituciones de 47 países, el TOEFL ITP fue alineado con el Common European

Framework of Reference for Languages – CEFR (Mar-co Común Europeo de Referencia para las Lenguas) como referencia internacional del nivel de compe-tencia del estudiante. La ventaja es que el TOEFL ITP, que es una prueba que se hace en papel, tiene su logística de aplicación más fácil y rentable. Ade-más, se puede aplicar en grandes cantidades y en la fecha elegida por el examinado o por la entidad que está aplicando la prueba.

¿La familia TOEFL tiene más integrantes?

Tiene inclusive la prueba TOEFL Junior que, como el propio nombre lo dice, atiende a un grupo de edad que no es cubierto por el TOEFL ITP, tampoco por el TOEFL iBT. Atiende a adolescentes entre 11 y 16 años, de las escuelas primaria y secundaria. La prueba TOEFL Junior fue creada como un ins-trumento de evaluación de aptitud en inglés dentro del contexto académico del alumno más joven, ya que la enseñanza de inglés empieza cada vez más temprano. De esta manera, él cumple algunas fun-ciones: la de certificado internacional de aptitud para el alumno; la de instrumento de gestión del curso de inglés, para la escuela; la de certificación para programas de intercambio y certificación de la educación bilingüe; y la de referencia de calidad (benchmarking) para el sistema educativo. Además de eso, ayuda a los alumnos jóvenes a familiarizarse con este tipo de prueba internacional, ya que, cuan-do adulto, es muy probable que tenga que hacer una prueba TOEFL o TOEIC u otra prueba interna-cional. Las escuelas secundarias de los Estados Uni-dos, para recibir a un alumno brasileño, tendrán a exigir un certificado de aptitud para garantizar que el nivel de este alumno sea compatible con aquel programa. En estos casos, así como la prueba TOEFL ITP evalúa el nivel de inglés dentro de una univer-sidad, es interesante que el TOEFL Junior evalúe el nivel de inglés de un alumno dentro de una escuela.

¿Y la prueba TOEIC?

La prueba TOEIC, aplicada desde hace 33 años por más de 10 mil empresas en más de 120 países, es un producto que también evalúa el inglés, pero está más orientada al ambiente corporativo, al business English, o inglés comercial, también llamado de social and professional English. Una credencial importante de la prueba TOEIC es el hecho de que las empresas multinacionales lo reconocen, a tal punto de colo-carlo en el proceso de selección de sus empleados y trainees. Esta credencial, por lo tanto, ofrece al

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seja, em muitos locais, em qualquer lugar, e sempre supervisionado por um de nossos representantes, para assegurar sua credibilidade. O teste TOEIC ofe-rece pontuação de 10 a 990 pontos e pode ser apli-cado em adultos de qualquer nível de conhecimento, do mais básico ao mais fluente, sem a necessidade de um pré-teste.

Qual a importância desses testes da ETS?

Inspirado em uma frase de Peter Drucker: “se você não pode medir, não pode gerenciar”, costumo di-zer: quem mede, controla; quem controla, melho-ra! As empresas que não medem resultados difi-cilmente conseguem melhorar. Costumo fazer uma comparação entre aprender um segundo idioma e fazer dieta. Primeiro: ambos exigem disciplina. Tanto para aprender um idioma quanto para fazer dieta, é importante ser disciplinado. Segundo: é preciso ter uma métrica que, no caso da dieta, é a balança. Todo mundo se pesa uma vez por ano, uma vez por mês, uma vez por dia, dependendo do “desespero” de cada um. A balança é uma referên-cia que se usa para dizer “estou acima do peso, vou fazer dieta”. No caso da aprendizagem de inglês, a métrica são os testes da ETS. Mas também é impor-tante saber qual balança usar para se pesar e qual teste fazer para avaliar o nível de conhecimento em um idioma. Por exemplo, quando nasce uma criança, a balança utilizada para pesá-la é uma balança pediátrica eletrônica, com capacidade de até 15kg. Mais tarde, já se usa uma balança maior. Se for um atleta, ou uma pessoa com obesidade, pode-se medir o peso em uma balança com capa-cidade para até 200kg. Ou seja, cada balança res-peita o contexto da pessoa. Se pegarmos um bebê e o colocarmos na balança de um atleta, vamos perder qualidade na medição porque a fração deci-mal do grama, que é importante para o bebê, não vai ser devidamente avaliada. Em minhas palestras, sempre digo que a dieta e o idioma têm muito em comum sob o aspecto da disciplina, do objetivo, da métrica, e as pessoas começam a entender melhor por que existem testes diferentes, como o TOEFL iBT, TOEFL ITP, TOEFL Junior, TOEIC. Cada pessoa é avaliada de acordo com o seu objetivo, conheci-mento e faixa etária.

Como a ETS conseguiu a credibilidade que possui?

A ETS está no mercado há 65 anos, dedicando-se a fazer avaliações confiáveis. Ela tem duas pre-ocupações que são inegociáveis: primeiro, que o

resultado do teste seja justo e que as pessoas se sintam devidamente avaliadas. A cada ano, são aplicados 50 milhões de testes da ETS – só do tes-te TOEIC são 6 milhões por ano –, e a ETS precisa ter a certeza de que 50 milhões de pessoas estão satisfeitas. A outra preocupação, não menos im-portante, é que os testes sejam confiáveis, não só pelos resultados, mas para que as entidades que têm acesso ao resultado acreditem nele e que, em nenhum momento, pensem que houve desvio de conduta. Uma vez por ano, fazemos reuniões com representantes de todos os países, e todas as vezes a ETS fala de segurança e confiabilida-de dos resultados. Sob o ponto de vista técnico, a ETS é cada vez mais reconhecida no mundo, porque não existe nenhuma empresa neste setor com maior índice de PhDs e estatísticos em seu quadro de colaboradores. A missão da ETS não é somente que os testes sejam válidos, mas também que os resultados sejam justos. A ETS tem mais de 5.500 funcionários. Mais de 1.100 especialistas em educação, estatística, psicometria e política educacional trabalham em seu departamento de Pesquisa & Desenvolvimento: é um “exército” de especialistas desenvolvendo, testando e compu-tando questões, para terem certeza de que cada questão tenha o peso correto, já que a respos-ta correta é crucial para a pontuação. Para que isso aconteça, imagine o número de cálculos de testagem e calibragem que são necessários. Em resumo, a ETS tem o maior corpo de especialistas dedicados a testagens, tem uma enorme preocu-pação com a credibilidade e objetiva que seus tes-tes sejam reconhecidos justamente no dia a dia.

Qual o diferencial da ETS no Brasil?

A ETS tem centenas de representantes no mun-do. No Brasil, lançou o conceito One Stop Shop, o que viabiliza para o mercado a aquisição de todos os testes em um só representante no Brasil e, para o consumidor, a segurança de que está adquirindo o produto apropriado para sua necessidade.

... quem mede, controla; quem controla, melhora! // ... ¡quien mide,

controla; quien controla, mejora!

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candidato la oportunidad de buscar un empleo por el hecho de que pueden presentar, juntamente con sus currículos, un certificado internacional reconocido por el mercado, contribuyendo enormemente para que este candidato pueda obtener una buena colo-cación. Por eso, algunas universidades y sus alumnos ya buscan esta prueba, aunque estén en un ambien-te académico. Al hacer esta elección, están abriendo la puerta para que sus alumnos encuentren empleos en el mercado corporativo. Esta prueba es aplicada bajo solicitación, es decir, en cualquier día, en mu-chos lugares, y siempre debe estar supervisado por uno de nuestros representantes, para garantizar la credibilidad de la prueba. La prueba TOEIC propor-ciona de 10 a 990 puntos y puede ser aplicada en adultos de cualquier nivel de conocimiento, desde el más básico hasta el más fluente, sin necesidad de una pre-prueba.

¿Cuál es la importancia de estas pruebas de ETS?

Inspirado en una frase de Peter Drucker: “si usted no puede medir, tampoco puede administrar”, ten-go la costumbre de decir: ¡quien mide, controla; quien controla, mejora! Las empresas que no miden resultados difícilmente consiguen mejorar. Tengo la costumbre de comparar entre aprender un segun-do idioma y hacer una dieta. Primero: las dos exi-gen disciplina. Tanto para aprender un idioma como para hacer una dieta, es importante ser disciplinado. Segundo: es necesario tener una medida que, en el caso de la dieta, es la balanza. Todo el mundo se pesa una vez por año, una vez al mes, una vez al día, dependiendo de la “desesperación” de cada uno. La balanza es una referencia que se usa para decir “tengo sobrepeso, voy hacer dieta.” En el caso del aprendizaje de inglés, la métrica son las pruebas de ETS. Pero también es importante saber qué balanza usar para pesarse y qué prueba hacer para evaluar el nivel de conocimiento en un idioma. Por ejemplo, cuando nace un niño, la balanza utilizada para pe-sarlo es una balanza pediátrica electrónica, de capa-cidad de hasta 15kg. Posteriormente, ya se usa una balanza mayor. Si es un atleta, o una persona con obesidad, se puede medir el peso en una balanza con capacidad para hasta 200kg. Es decir, cada balanza respeta la contextura de la persona. Si cargamos a un bebé y lo colocamos en la balanza de un atle-ta, vamos a perder calidad en la medición porque la fracción decimal del gramo, que es importante para el bebé, no va a ser debidamente evaluada. En mis charlas, siempre digo que la dieta y el idioma tienen mucho en común bajo el aspecto de la disciplina, del

objetivo, de la medida, y las personas comienzan a entender mejor por qué existen pruebas diferentes, como el TOEFL iBT, TOEFL ITP, TOEFL Junior, TOEIC. Cada persona es evaluada de acuerdo con su objeti-vo, conocimiento y grupo de edad.

¿Cómo ETS consiguió esta credibilidad?

ETS está en el mercado desde hace 65 años, dedi-cándose a hacer evaluaciones confiables. Ella tiene dos preocupaciones que no son negociables: prime-ro, que el resultado de la prueba sea justo y que las personas se sientan debidamente evaluadas. Cada año, son aplicados 50 millones de pruebas de ETS – solamente de las pruebas TOEIC son 6 millones por año –, y ETS necesita estar seguro de que las 50 millones de personas están satisfechas. La otra pre-ocupación, no menos importante, es que las pruebas sean confiables, no sólo por los resultados, sino para que las entidades que tienen acceso al resultado crean en él y que, en ningún momento, piensen que hubo mala conducta. Una vez al año, nos reunimos con los representantes de todos los países, y siempre ETS habla de la seguridad y fiabilidad de los resul-tados. Bajo el punto de vista técnico, ETS es cada vez más reconocida en el mundo, porque no existe ninguna empresa en este sector con mayor índice de PhDs y estadísticos en su plantel de colaboradores. La misión de ETS es no sólo que las pruebas sean válidas, sino también que los resultados sean justos. ETS tiene más de 5.500 colaboradores. Más de 1.100 especialistas en educación, estadística, psicometría y política educativa trabajan en su departamento de Investigación & Desarrollo: es un “ejército” de espe-cialistas que desarrollan, prueban y computan pre-guntas para asegurarse de que cada custión tenga el peso correcto, puesto que la respuesta correcta es fundamental para la puntuación. Para que esto ocurra, se necesita un gran número de cálculos de pruebas y calibración. En resumen, ETS es el mayor cuerpo de especialistas dedicados a las pruebas, tie-ne una gran preocupación con la credibilidad y pre-tende que sus pruebas sean reconocidas justo en el día a día.

¿Cuál es el diferencial de la ETS en Brasil?

ETS tiene cientos de representantes en todo el mun-do. En Brasil, lanzó el concepto One Stop Shop, que permite que el mercado adquiera todas las pruebas en un sólo representante en Brasil y que el consumi-dor también tenga seguridad de que está adquirien-do el producto apropiado para su necesidad.

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ações de cidadania

O Espaço Criança Esperança de Jaboatão dos Guararapes (ECEJ), em Pernambuco,

possui características singulares que o diferenciam bastante dos ou-tros Espaços. Conforme apresenta-do na última edição da Linha Direta, o grupo de parceiros que participa da gestão do ECEJ é constituído por UNESCO, Rede Globo, Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), Prefeitura de Jaboatão dos Gua-rarapes e Exército Brasileiro. Cada um desses parceiros contribui com sua expertise para a existência do projeto.

O Exército, através do 14º Batalhão de Infantaria Motorizada, um dos maiores batalhões do País, cedeu um terreno situado em área militar para a construção da sede do Es-paço, enquanto a Globo Nordeste, em uma ação regional, procurou empresas que pudessem financiar a construção da sede. A Unicap participa com recursos humanos e é responsável pela gestão admi-nistrativa e pedagógica em âmbi-to local. Já a Prefeitura, além de ceder professores e estagiários, está participando ativamente da reforma do teatro que fazia parte do território cedido pelo Exército e que agora vai beneficiar não só aos atendidos do ECEJ, mas também à comunidade do entorno.

Fechando o grupo está a UNESCO, parceira da Rede Globo no progra-ma Criança Esperança desde 2004 e responsável pela gestão pedagógi-

ca dos Espaços Criança Esperança. De dois em dois meses, o conselho gestor, formado por um membro de cada uma dessas instituições, se reúne para acompanhar o projeto e encaminhar questões relacionadas a ele. Segundo os coordenadores do projeto, essa parceria tem fun-cionado muito bem, especialmente pelo respeito que as instituições têm pelo modus operandi de cada uma.

Mas a contribuição dos parceiros não se dá apenas no campo da infraestrutura. A Prefeitura, por exemplo, contribui com o locus específico de determinadas ativi-dades do projeto, como a articu-lação com o Centro de Referência de Assistência Social (Cras) e das escolas municipais. As Secretarias de Educação e de Promoção da Ci-dadania também têm estreita re-lação com as ações desenvolvidas, como a Olimpíada de Português e Matemática, que seleciona alunos para o programa De Mãos Dadas com a Escola (MDE). Segundo o coordenador-geral do ECEJ, Alci-vam Oliveira, o objetivo do Espaço é fazer com que esse trabalho se torne uma política pública, o que ainda não existe em Jaboatão. “Esse sistema é diferente porque procura aproximar o conteúdo das provas e a realidade dos alunos”, comenta.

Em negociação com a Prefeitura, a Universidade Católica trabalha junto com os demais parceiros

para fazer com que o ECEJ não seja apenas uma política de go-verno, e sim de Estado. “Em ou-tras palavras, isso quer dizer que o prefeito quer incluir no orçamento municipal os custos com o Espa-ço, o que assegura que, mesmo que haja uma troca no comando da Prefeitura, o projeto não tenha perdas com a mudança”, explica Alcivam.

A Unicap, desde que foi selecio-nada para ser parceira na gestão local do projeto, em outubro de 2008, responde oficialmente pelo Espaço; portanto, alguns profissio-nais são contratados por ela, com recursos do Criança Esperança destinados ao ECEJ, e outros são cedidos pela Prefeitura. “O inte-resse da Universidade nesse pro-jeto é fazer extensão, porque no Brasil há muita dificuldade para se realizar esses trabalhos”, explica o coordenador-geral do ECEJ.

Outra ajuda que é muito bem--vinda é a doação, pela TV Globo, de parte dos figurinos que não são mais aproveitados. Segundo a co-ordenadora pedagógica do Espa-ço, Katia Pintor, no caso do ECEJ, essa doação é muito importante porque colabora com a montagem do teatro que vai atender também à comunidade.

Colaboradores

A coordenação-geral do ECEJ é de responsabilidade de Alcivam Oli-

Espaço de oportunidades

Parceiros são decisivos nos projetos do ECEJ

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veira, que também é coordenador--geral de extensão da Unicap. Com mestrado e doutorado na área de Políticas Públicas Educacionais de Educação Superior, a experiência em trabalhar no Espaço tem fei-to com que ele compreenda mais sobre as políticas públicas educa-cionais também na educação bá-sica. “Para que o Espaço Criança Esperança de Jaboatão consiga induzir, criar ou demandar uma política pública, é necessário criar caminhos para a construção dessa política de forma conjunta”, argu-menta Alcivam.

Katia Pintor, coordenadora peda-gógica do projeto, possui espe-cialização em Políticas Públicas Educacionais e é mestranda em Serviço Social. Começou seu tra-balho no Espaço a convite de Al-civam, a quem conheceu quando trabalhava em uma ONG que de-senvolvia um projeto em parce-ria com a Universidade Católica. Ela é a colaboradora mais antiga do ECEJ, vinda da Universidade, e participa do projeto desde que ele ainda estava em Olinda, tendo acompanhado a mudança para Ja-boatão dos Guararapes, em julho de 2010. “Mudamos para o prédio do Exército enquanto a nossa sede era construída. Usamos salas de aula do quartel e começamos a funcionar de forma improvisada, mas com muito compromisso com aquela comunidade”, relembra Katia.

A psicóloga Sirleide Gomes tam-bém está no projeto desde que ele acontecia em parceria com a Prefeitura de Olinda. Ela recorda que, no início, por ser desenvol-vido em uma vila olímpica, o pro-jeto privilegiava o viés esportivo. Havia praticamente todas as mo-dalidades, e os profissionais eram cedidos pela Prefeitura ou pagos pelo Criança Esperança.

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Everaldo Francisco Soares, professor das oficinas de Matemática e de Jogos Matemáticos

Dinâmica com educandos

Katia Pintor, coordenadora pedagógica do ECEJ

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Matemática mais acessível

No ECEJ não existe o rigor das es-colas em relação aos conteúdos, o que permite uma interdisciplinari-dade maior. Com essa liberdade, Everaldo Francisco Soares, pro-fessor das oficinas de Matemática e de Jogos Matemáticos, se sente motivado. “O diferencial da minha aula nesse projeto foi o despertar de algumas crianças para coisas que elas já tinham visto, mas não tinham aprendido”, comemora. Para ele, é esse despertar a grande motivação de suas aulas. Ainda em sua opinião, o ECEJ tem algo muito interessante e que possibilita essa aprendizagem: os recursos. “Não apenas os recursos financeiros, mas também o contato com diferentes áreas, como a psicologia e a assis-tência social”, ressalta.

O acesso à rede de garantia de di-reitos a todos os estudantes tam-bém é algo bastante importante para o desenvolvimento dos alunos. “A gente começa a desmistificar o ‘bicho-papão’ da matemática”, brinca Everaldo. Os conteúdos mais simples vão aos poucos sendo com-plementados pelos mais complexos, sempre relacionados com o tema do semestre, como, por exemplo, o tema Água: fonte de vida e ener-gia. Os estudantes fazem contas re-lacionadas a conteúdos de biologia, química e matemática, de forma mais ativa.

O melhor exemplo da junção entre a ampla estrutura que o Espaço ofe-rece e as possibilidades mais dinâ-micas dessa disciplina foi a Semana da Matemática. Em comemoração ao Dia Nacional da Matemática, criado para homenagear o mate-mático brasileiro Malba Tahan, o professor Everaldo procurou o gru-po de teatro do programa Recriar-te, também do ECEJ, e propôs que fosse encenada uma famosa histó-ria contada por Tahan, que é a do problema de divisão dos 35 camelos

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Atividades em sala de aula

Atividades externas

Atividades no pátio

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para três pessoas em porcentagens diferentes. O grupo topou e passou a produzir a peça. Como comple-mento a essa atividade, jogos lú-dicos aconteceram durante toda a semana, relacionando brincadeiras conhecidas dos estudantes com co-nhecimentos matemáticos, como a brincadeira do elástico, o tabuleiro e ainda a dama, que foi feita em tamanho real, em que os alunos re-presentavam as peças do jogo.

Projeto que transforma

Para Roberta Cardoso, estagiária do Laboratório de Informática, o Espaço Criança Esperança de Ja-boatão tem algo que muitos outros projetos parecem não ter mais: o objetivo de abrir a visão de crian-ças e adolescentes para o futuro, de melhor prepará-los para o mer-cado de trabalho e de apresentar a eles a possibilidade de cursar uma universidade. “Esse projeto tem mecanismos que outros programas e projetos não têm”, afirma ela.

Um grande problema, na visão da estagiária, é que existem projetos sociais que estão perdidos. Muitos começaram mantidos por ONGs que viraram empresas e hoje só oferecem cursos profissionalizan-tes. Ela está cursando pedagogia na Universidade Federal de Per-nambuco e pretende, com isso, despertar as pessoas para que percebam seus potenciais e, des-sa forma, consigam visualizar seu desenvolvimento. “No ambiente corporativo, e até mesmo no de projetos sociais, as pessoas estão sem direção, escolhem um curso e fazem apenas para trabalhar, e não para se encontrar naquilo”, explica Roberta.

O que é feito no Espaço Criança Esperança de Jaboatão dos Guara-rapes é influenciar crianças, ado-lescentes e jovens para abrirem o repertório, para que tenham con-tato com coisas a que geralmente

não têm acesso. Alcivam completa o pensamento de Roberta quando afirma que “não é fácil lidar com um público que tem déficits sociais de relacionamento e de cultura.” O ECEJ fica próximo a praias, ao centro histórico de Olinda e de Re-cife, e ainda assim muitos alunos nunca foram a esses locais. Para ampliar essa visão limitada dos atendidos é que foram criadas as aulas-passeio, em que, além de os educandos visitarem museus e outros espaços culturais, eles têm acesso a pessoas que cursam uni-versidade. “Se uma criança não conhece ninguém que fez curso superior, por que ela iria querer fazer? E se ela tiver vontade, como vai escolher o curso?”, exemplifica o coordenador-geral.

Disciplina e afeto

Um grande desafio vivenciado pela equipe do Espaço é a ques-tão comportamental das crianças. Para Alcivam, o maior entrave da educação é dosar disciplina e afeto, e é isso que os professores têm perseguido no ECEJ. “Nós nos preocupamos em saber o nome de cada um dos atendidos, e todos os professores se esforçam também para dar atenção especial a cada um dos estudantes”, afirma o co-ordenador.

Acostumados a terem pouca ou quase nenhuma voz dentro de casa, os atendidos vão aprenden-do a falar um de cada vez quando os professores dão essa abertura a eles na escola e no projeto. “Temos plena consciência de que o desafio que nós temos é estrutural. Não depende apenas da vontade, das habilidades e do interesse de cada um, e sim de mudanças estruturais na sociedade”, diz Alcivam. A so-lução seria uma transformação nas políticas públicas, que permitiriam uma maior inclusão social, educa-cional e cultural das pessoas com menor renda.

Depoimentos

É uma oportunidade única de buscar nossas habilidades, cons-truir nossos conhecimentos, desenvolver nossas atividades. Eu sou da Monitoria de Comu-nicação e vejo que os projetos sociais são um incentivo para o conhecimento de crianças, jovens e adolescentes. Denner Borges, 17 anos, Monitoria

Para mim, a importância desse projeto é poder aprender. An-tes eu sabia muito pouco sobre teatro, hoje eu sei mais. Com os projetos sociais, temos a opor-tunidade de conhecer coisas novas. Daniele Leite, 15 anos, Recriarte (Teatro)

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espaço ibero-americanoespacio iberoamericano

El Movimiento Cimarrón, sedeado en Colombia, es una organización en defesa de los pueblos afro-descendientes que viven en Colombia,

pero también está envuelto en los proyectos de la OEI para acabar con la discriminación racial y para cultivar la herencia africana que hay en Iberoaméri-ca. En entrevista exclusiva a Linha Direta, el director nacional de Cimarrón, Juan de Dios Mosquera Mos-quera, habló sobre lo que se debe hacer – y lo que ya está siendo hecho – para alcanzar la igualdad de derechos raciales. ¡Vea!

¿Cómo es su trabajo?

Soy director nacional del Movimiento Nacional por los Derechos Humanos Afrocolombianos – Cimarrón, que es la mayor organización de defesa de los derechos étnicos y de lucha contra el racismo y la discrimina-ción en Colombia. Mi trabajo es hacer el papel de ideólogo y de educador popular, además de escribir nuestro pensamiento, que se llama Cimarronismo contemporáneo. Me corresponde, también, las rela-ciones públicas de Cimarrón.

¿Qué hace el Movimiento Cimarrón?

El Movimiento Cimarrón es una organización nacio-nal, de Colombia con grupos por todo el país y con

Por la igualdad racial

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sede principal en Bogotá. Tiene un programa de or-ganización de las comunidades y otro de formación por la Escuela Nacional de Liderazgo Afrocolombiano Nelson Mandela, dirigido a las mujeres, a los jóvenes y a los niños, para formar el liderazgo social y políti-co en la comunidad. Tenemos también un programa de organización y promoción de las mujeres, un pro-grama de desarrollo de la juventud, y tenemos otro programa de etino-educación y estudios afrocolom-bianos dentro del sistema escolar. Finalmente, tene-mos el programa de participación y empoderamiento político de la población afrocolombiana.

¿De estos programas, cuál es el que más se des-taca?

El programa de la Escuela Nacional de Liderazgo Afro-colombiano Nelson Mandela, que es muy importante. Es un programa que se desarrolla a cada semana, por medio de los cursos y de las conferencias, en que es-

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O Movimento Cimarrón, sediado na Colômbia, é uma organização em defesa da popula-ção afrodescendente que vive na Colômbia,

mas também está envolvido nos projetos da OEI para acabar com a discriminação racial e cultivar a herança africana que existe na Ibero-América. Em entrevista exclusiva à Linha Direta, o diretor nacional do Cimarrón, Juan de Dios Mosquera Mos-quera, falou sobre o que se deve fazer – e o que tem sido feito – para alcançar a igualdade de direi-tos raciais. Confira!

Como é o seu trabalho?

Sou diretor nacional do Movimento Nacional pelos Direitos Humanos Afrocolombianos – Cimarrón, que é a maior organização de defesa dos direitos étnicos e de luta contra o racismo e a discrimina-ção na Colômbia. Meu trabalho é fazer o papel de ideólogo e educador popular, além de escrever

Pela igualdade racial

nosso pensamento, que se chama Cimarronismo contemporâneo. Sou responsável, também, pelas relações públicas do Cimarrón.

O que é o Movimento Cimarrón?

O Movimento Cimarrón é uma organização na-cional da Colômbia, com grupos por todo o país e sede principal em Bogotá. Tem um programa de organização de comunidades e outro de for-mação pela Escola Nacional de Liderança Afro-colombiana Nelson Mandela, dirigido a mulhe-res, jovens e crianças, com o intuito de formar lideranças sociais e políticas na comunidade. Temos também um programa de organização e promoção de mulheres, um programa de desen-volvimento da juventude, e um outro, de etno-educação e estudos afrocolombianos dentro do sistema escolar. Finalmente, temos o programa de participação e empoderamento político da população afrocolombiana.

Desses programas, qual tem mais destaque?

O programa da Escola Nacional de Liderança Afro-colombiana Nelson Mandela, que é muito impor-tante. É um programa que se desenvolve a cada semana, por meio de cursos e conferências, em

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tamos permanentemente trabajando. Tenemos tam-bién un programa que se llama El Centro de Justicia contra el Racismo, que desarrolla una campaña per-manente contra el racismo y la discriminación racial.

¿En relación al programa educacional, cómo el Mo-vimiento Cimarrón está conectado con la OEI?

Nosotros tenemos relaciones con la OEI desde hace bastantes años y, en este proceso, nos hemos encon-trado en varios espacios. La OEI nos invitó a repre-sentar a las organizaciones afro-descendientes de las Américas en el proceso de desarrollo de las Metas Educativas 2021, teniendo el precedente que, en la aplicación de las Metas, las comunidades afro-des-cendientes son una de las comunidades con la mayor desigualdad y atraso educativo en todos los países del continente. Entonces, hay que hacer un énfasis, que desarrolle un enfoque diferenciado afro-descendien-te en la aplicación de las Metas en cada país.

¿Cómo esto será hecho?

Esto es posible si se asume el concepto del etino-educación afro-descendiente en cada país. La etino-educación es, por un lado, el proceso de desarrollo de la educación como derecho y como bien público y social en las comunidades afro-descendientes de la región. Por otro lado, es la integración de los estudios de la herencia africana de cada país, los estudios afro-descendientes al interior de los sis-temas escolares. Cada país debe reconocer que la africanidad es una herencia viva, que engrandece la identidad cultural nacional de cada una de nues-tras naciones.

¿Cómo eso también puede ser aplicado en los otros países de la Iberoamérica?

Se necesita que la OEI comprometa a todos los Mi-nisterios de Educación a desarrollar los estudios afro-descendientes en los sistemas escolares, por medio de planes especiales, y a focalizar los programas y los recursos con resultados concretos, con metas e

indicadores concretos en la atención a la población afro-descendiente de cada país. Que se atienda de manera especial la necesidad de eliminar el atraso en educación en que se está sometida las poblacio-nes afro-descendientes. La OEI debe hacerlo a través de una directiva en que se comprometan todos los Estados del continente.

¿Tiene algo que ya está adelantado en este pro-ceso?

Sí. El Encuentro Iberoamericano de Culturas y Co-munidades Afro-descendientes, en agosto de 2011, en Cali, fue una propuesta que llevó el secretario general de la OEI, para las comunidades afro-des-cendientes de Iberoamérica. El encuentro hizo una analisis de la situación general de derechos huma-nos de las comunidades afro-descendientes de la región. Analizó también el tema de la discrimina-ción y la lucha por la igualdad y equidad racial en la región, el desarrollo, en la educación, de los es-tudios afro-descendientes, y los valores culturales. Toda esa herencia africana está en la música, en la danza, en el lenguaje, que está en la cotidiani-dad de todos los iberoamericanos, independiente de la piel bonita que tengamos o del lugar donde nosotros hemos nacido. La Iberoamérica debe re-conocer y enaltecer su herencia africana, que se demuestra con la existencia de más de 150 millones de afro-íbero-americanos y afro-descendientes.

¿Ya es posible ver algún resultado?

Pienso que en esta segunda reunión del Consejo Ase-sor de las Metas Educativas 2021, realizado en sep-tiembre de 2011, se siguió recalcando sobre la nece-sidad de que los Ministerios de la Educación asuman la integración de los estudios afro-descendientes en los sistemas escolares y también la no discriminación entre ellos por motivos raciales y étnicos, atendiendo las demandas de los pueblos afro-descendientes y los pueblos indígenas.

¿Tiene algo más que le gustaría decir?

Todos debemos entender que la región iberoameri-cana debe comprometerse, como una estrategia fun-damental, con la lucha por la protección y desarrollo de la diversidad racial, étnica y cultural que tiene la región como una riqueza fundamental que debe-mos valorar y dejar a las próximas generaciones. Que hagamos de Iberoamérica una de las regiones más bellas, sin racismo y sin discriminaciones.

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que estamos permanentemente trabalhando. Te-mos também um programa que se chama O Centro de Justiça contra o Racismo, que desenvolve uma campanha permanente contra o racismo e a discri-minação racial.

Em relação ao programa educacional, como o Movimento Cimarrón está conectado com a OEI?

Nós temos relações com a OEI há muitos anos e, nesse processo, nos encontramos em várias oca-siões. A OEI nos convidou para representar as organizações afrodescendentes das Américas no processo de desenvolvimento das Metas Educati-vas 2021, levando em conta que, na aplicação das Metas, as comunidades afrodescendentes são al-gumas das comunidades com maior desigualdade e atraso educativo em todos os países do conti-nente. Então, é necessário dar uma ênfase, desen-volver um enfoque afrodescendente diferenciado para a aplicação das Metas em cada país.

Como isso será feito?

Isso é possível pressupondo-se o conceito de etnoeducação afrodescendente em cada país. A etnoeducação é, por um lado, o processo de de-senvolvimento da educação como direito e como bem público e social nas comunidades afrodes-cendentes da região. Por outro, é a integração dos estudos da herança africana de cada país, os estudos afrodescendentes no interior dos siste-mas escolares. Cada país deve reconhecer que a africanidade é uma herança viva, que engrande-ce a identidade cultural nacional de cada uma de nossas nações.

Como isso pode ser aplicado também nos outros países da Ibero-América?

É necessário que a OEI busque o comprometimen-to de todos os Ministérios de Educação para de-senvolver estudos afrodescendentes nos sistemas escolares, por meio de planos especiais, e para

suprir os programas e os recursos com resultados concretos, com metas e indicadores concretos na atenção à população afrodescendente de cada país. Que se atenda de maneira especial à neces-sidade de eliminar o atraso na educação ao qual estão submetidas as populações afrodescenden-tes. A OEI deve fazer isso através de uma política com a qual se comprometam todos os Estados do continente.

Já existe algo adiantado nesse processo?

Sim. O Encontro Ibero-americano de Culturas e Comunidades Afrodescendentes, em agosto de 2011, em Cali, foi uma proposta do secretário--geral da OEI para as comunidades afrodescenden-tes da Ibero-América. O Encontro analisou a situ-ação geral dos direitos humanos das comunidades afrodescendentes da região. Analisou também o tema da discriminação e a luta pela igualdade e equidade racial na região, o desenvolvimento de estudos afrodescendentes na educação, e os va-lores culturais. Toda essa herança africana está na música, na dança, na linguagem, que está no cotidiano de todos os ibero-americanos, indepen-dente da pele bonita que tenhamos ou do lugar onde nascemos. A Ibero-América deve reconhecer e enaltecer sua herança africana, que se revela com a existência de mais de 150 milhões de afro--ibero-americanos e afrodescendentes.

Já é possível ver algum resultado?

Penso que a segunda reunião do Conselho Assessor das Metas Educativas 2021, realizado em setembro de 2011, seguiu enfatizando a necessidade que os Ministérios de Educação têm de assumir a integra-ção dos estudos afrodescendentes nos sistemas es-colares e também a não discriminação entre eles por motivos raciais e étnicos, atendendo às de-mandas dos povos afrodescendentes e dos povos indígenas.

Há algo mais que você gostaria de dizer?

Todos devemos entender que a região ibero-ame-ricana deve se comprometer, como uma estratégia fundamental, com a luta pela proteção e desenvol-vimento da diversidade racial, étnica e cultural que a região tem como riqueza fundamental que deve-mos valorizar e deixar para as próximas gerações. Que façamos da Ibero-América uma das regiões mais belas, sem racismo e sem discriminações.

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educação como direito...

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conhecimento

Ir. Maura Moreira*

Os grandes fenômenos que caracterizam a transição do contexto mundial que esta-

mos vivendo, tais como a globali-zação, que enfraquece a qualidade das relações, as novas tecnologias de comunicação, a presença de múltiplas culturas, religiões e pro-fissões, o avanço da pobreza, o individualismo, a busca de realiza-ção pessoal e a cultura do momen-tâneo e do descartável, podem causar tensões e problemas. Tudo isso, de uma forma ou de outra, in-fluencia nossas vidas, em especial as dos mais jovens, modificando a maneira de ser, agir e pensar.

Nesse contexto entra a escola, que – por vocação e missão – deve se responsabilizar por direcionar o caminho formativo como res-posta ao itinerário de vida: cami-nho dinâmico e progressivo rumo à unidade formativa do educador cristão. Nossas escolas, hoje, para responder à sua missão, não ne-cessitam de professor, mas, sim, de educador. Segundo o grande escritor Rubem Alves, “professor é profissão, não é algo que se define por dentro, por amor. Educador, ao contrário, não é profissão: é voca-ção.” Portanto, é prioritário que os governantes da Nação, Estados e municípios, juntos, reconheçam o papel do educador como funda-mental para a formação humana e científica de cada indivíduo.

Torna-se urgente e extremamente necessária a liberação de verbas

para que os centros de formação se equipem com modernas insta-lações e pessoal altamente gabari-tado para aplicação de testes que possibilitem ao educando escolher, tendo conhecimento seguro do maior rol de profissões que os tem-pos atuais oferecem. Ser educador, hoje, mais que em tempos remo-tos, traz consigo a grande respon-sabilidade de formar indivíduos não só competentes, mas conscientes da seriedade, sensatez e confia-bilidade que a profissão escolhida exige dele, frente a sua resposta ao mundo atual. Ou seja, ele deve ser capaz de entender que, através da profissão escolhida, receberá a missão de liderar pessoas e trans-formar seu ambiente de trabalho em oásis.

Logo, a profissão escolhida exige conhecimento profundo, dedicação absoluta, amoroso compromisso a esse processo integrador de to-dos os seus dinamismos, reflexão contínua e, sobretudo, muita pa-ciência: não é possível desenvolver uma identidade vocacional clara sem ter alcançado um mínimo de crescimento humano, um autoco-nhecimento adequado e uma boa administração das forças e fraque-zas pessoais.

Os valores que dominam a cultura globalizada dos nossos dias são um dos grandes desafios a enfrentar. Em diálogo formativo, os limites humanos devem ser confrontados e discernidos para que a pessoa,

imbuída dos valores humanos, espi-rituais e carismáticos necessários, possa levá-los ao conhecimento da própria realidade pessoal, suas áre-as fortes e fracas, seus limites pes-soais e, assim, canalizar todas as suas energias para a construção de uma sociedade mais humana, fra-terna e justa, onde se sobressaiam a justiça, a solidariedade e a busca pela paz.

*Educadora e diretora do Instituto Sagrada Família, em Santo André/SP

www.avidaemais.com.br

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inovação

Quando refletimos sobre os bons e velhos tempos da universidade, o que nos

tranquilizava era a estabilidade oferecida. Se fosse necessário fazer mudanças, tudo o que era preciso era dar um impulso, nunca fazer uma revisão total. O futuro tinha ligações muito fortes com o passado, de forma a manter in-tacta a estrutura da universidade e preservar os programas acadê-micos, e mesmo as exigências de distribuição dos cursos.

As novas tecnologias e a globaliza-ção criaram condições para gran-des mudanças nos aspectos sociais, econômicos, políticos, gerenciais e pedagógicos. Adaptar-se ou an-tecipar-se às mudanças tornou-se um grande desafio também para as universidades. Além de tudo, é necessário preparar-se para outros desafios, como a interatividade, a sustentabilidade e a portabilidade, que são típicos deste século XXI.

Para sair do modelo tradicional de organização universitária e criar uma visão do futuro, pensando em 2030 ou 2050, que dificuldades ou mudanças os gestores educacionais terão de enfrentar? Que megaten-dências deverão conhecer e encon-trar soluções que levem ao suces-so? Que estratégias construir para criar uma Universidade 3.0?

Segundo o World Future Society (WFS), em sua publicação The Futurist, estas são as grandes ten-dências globais para a educação:

• A sala de aula do futuro não terá paredes, nem relógios ou li-mite de idade.• A expectativa de vida mais lon-ga influenciará a escolha de car-reiras.• Um maior número de pessoas com 50 anos ou mais voltará à escola para iniciar uma nova car-reira.• Jovens entre 20 e 30 anos per-manecerão mais tempo na uni-versidade, seja fazendo pós-gra-duação ou se capacitando para trabalhos mais complexos exigi-dos pela nova sociedade.• As pessoas poderão optar por maiores salários ou por mais tem-po livre para se dedicar à família, ao lazer, ao entretenimento, à cultura e/ou à educação continu-ada.• A educação vai ser portátil, e a aprendizagem, on-demand. O cliente-aluno pode baixar o que quiser e usar quando quiser.• A educação para os nativos di-gitais vai se tornar cada vez mais pessoal e móvel.• Os nativos digitais serão multi-tarefas, o que obrigará os profes-sores a lutarem por seu tempo e atenção.

• Os nativos digitais trabalharão colaborativamente e aprenderão mais que as gerações anteriores. O teste de progresso de um aluno será cada vez mais difícil.• A mobilidade dos empregos terá caráter global.• Mais jovens vão atrasar ou optar por não ingressar na força de tra-balho, seja passando mais tem-po na escola, seja simplesmente aproveitando a vida.• A tecnologia vai levar a educa-ção para os analfabetos.• A educação vai mudar da lei-tura, da escrita e da matemática para incentivar a criatividade, a imaginação e o pensamento crí-tico.• A capacidade de conhecimento humano vai continuar a dobrar a cada ano.• A Educação a Distância (EaD) crescerá geometricamente, tan-to na educação formal quanto na corporativa.• Diploma x competência: o di-ploma perde valor e a aprendiza-gem vale mais.• A aprendizagem deve ser cen-trada no educando e desenvol-vida em ambientes e em orga-nizações diversificadas; não é privativa da universidade ou de IES de educação formal.

Universidade do futuro: megatendências

Qualquer atividade econômica é de alto risco, e não inovar – isto é, pre-servar o passado – é muito mais arriscado do que construir o futuro.(Peter Drucker)

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Carlos Monteiro*

• A participação das empresas na disseminação da aprendizagem, via educação corporativa, será cada vez mais intensa.• As parcerias entre as IES e as or-ganizações empresariais tendem a se ampliar, tornando-se rotina entre entidades líderes nessas áreas. É a sinergia da aprendiza-gem entre o mundo empresarial e o acadêmico.• A Educação a Distância será utilizada com mais intensidade, universalizando o conhecimento. As universidades virtuais, com a utilização de recursos multimídia via rede ou satélite, farão surgir as megauniversidades, com pro-

gramas direcionados para todos os continentes.• O uso de tecnologias educacio-nais de ponta será mais intenso, em apoio a metodologias avança-das e mais atraentes, que facili-tem o processo da aprendizagem.• Educação continuada: neces-sidade de aprendizagem perma-nente.• Os cursos serão feitos sob me-dida, tendo como foco as qua-lificações, o conhecimento e as competências requeridas pelos profissionais ou pelo mercado.• A educação estará voltada para o mercado e para a empregabili-dade, com foco na conveniência, no atendimento individualizado do educando, em tempo real. O educando se tornará um consu-midor de conhecimento, e será valorizado por isso.• Os serviços educacionais terão maior variedade de produtos e utilizarão estratégias voltadas para o mercado.

Bem, são esses caminhos que nos levarão a viver na sociedade 3.0, locus da Universidade 3.0. Mas o que caracteriza essa nova socieda-de? Três aspectos são fundamen-tais: mudanças aceleradas; globa-lização permanente; e sociedade inovadora. Outro aspecto impor-

tante a considerar é a quebra de paradigmas da sociedade 3.0. Veja-mos, então, quais são eles:

• Importância cada vez maior do capital humano criativo.• Índices crescentes de mudan-ças.• Previsões cada vez mais impre-cisas.• Necessidade crescente de criar futuros ideais.• Percepção cada vez maior de que os jovens precisam compar-tilhar a criação de novos futuros com os adultos.

Podemos observar que todos os de-safios e tendências apresentados farão surgir uma nova escola. Ela se caracterizará por gerar conheci-mentos, compartilhar, reformular e tirar proveito de novas ideias, além de aceitar mudanças aceleradas, ao invés de se mostrar resistente a elas. No mundo 3.0, as Universida-des 1.0 tendem a desaparecer, pois escolas da sociedade 1.0 não po-dem ensinar pessoas da sociedade 3.0.

Os desafios são imensos, quase in-transponíveis, mas o estímulo aos gestores vem do velho mestre Peter Drucker: “A indústria da educação é o setor da economia mais promissor em todo o mundo.” Pense nisso!

*Advogado, administrador, conse-lheiro do CRA-SP e presidente da CM Consultoria de Administração

www.cmconsultoria.com.br

Universidade do futuro: megatendências

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tecnologia

A New Media Consortium – NMC –, em conjunto com a Educause Learning Initiative

(ELI) e a Educause Program, publi-cou o NMC Horizon Report 2012, um relatório que dispõe sobre o uso das Tecnologias Educacionais (TE) em sala de aula e é uma das principais referências em pesquisa no mundo a tratar dessa área. Ela-borado por especialistas de vários setores, o documento/relatório identifica as principais tecnologias educacionais que podem provocar impacto no processo de ensino--aprendizagem.

Os tablets e mobiles aparecem como os dois grandes suportes a serem utilizados no processo de ensino. Preveem os especialistas que, em menos de dois anos, esses dispositivos estarão inseridos em grande parte das salas de aula do mundo.

Além desses devices, consideran-do a realidade brasileira, tanto a rede privada como a pública, ou-tros equipamentos tecnológicos já adentram as salas de aula, tais como lousas digitais, softwares de gerenciamento de conteúdos educacionais e de monitoramento de acessos pelos alunos, além de um vasto conjunto de soluções de hardwares com custos de toda or-dem. É certo que os tablets tam-bém já estão sendo utilizados em algumas escolas.

Mas, sobre esse assunto, Larry Cuban, um dos principais estu-diosos na área de tecnologia edu-cacional, autor de Teachers and Machines: The Classroom Use of Technology since 1920, concluiu, fundamentado em pesquisas, que a adoção de dispositivos tecnológi-cos em sala de aula se mostra uma experiência fracassada do ponto de

vista da utilização dos hardwares e dos resultados concretos na apren-dizagem.

Para Cuban, a implantação de um projeto de tecnologia educacional se inicia com discursos apregoan-do a necessidade de implantar as tecnologias como aporte para me-lhorar os resultados no processo de ensino. E termina sem efeitos acadêmicos reais e tangíveis que possam ser atribuídos ao uso da tecnologia e com a subutilização dos equipamentos colocados e dis-ponibilizados na escola.

Ao final, os motivos do fracasso, ainda segundo Cuban, são atribuí-dos à oposição dos professores, à falta de suporte adequado da ins-tituição de ensino, ou mesmo aos problemas decorrentes de escolhas indevidas de equipamentos. Com a inserção de novas tecnologias no

TECNOLOGIAS EDUCACIONAISAdelia de Aguilar*

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mercado, novo ciclo de frustrantes tentativas se inicia.

Face aos cenários que apontam para o uso das tecnologias em sala de aula, corroborando os estudan-tes da geração Y e Z e o fracasso de vários projetos, a questão é por que e como investir nesses instru-mentos e nos profissionais do ma-gistério, de forma a minimizar os riscos e a colher resultados distin-tos daqueles apontados por Cuban.

Existem, portanto, pontos a serem considerados para a implementa-ção de um projeto de TE. O pri-meiro é que estamos passando por uma revolução. Vivemos em um mundo altamente conectado, no qual as informações e os aconteci-mentos estão acessíveis a todo mo-mento e em todo lugar, e as aulas, de acordo com o perfil dos atuais alunos, precisam se tornar mais di-

nâmicas, interessantes e atraentes. As tecnologias da informação e da comunicação possuem papel fun-damental, e pesquisas como a NMC Horizon Report 2012 já demons-traram que a utilização de tecno-logias educacionais em ambientes de ensino-aprendizagem, se bem empregadas, podem produzir me-lhores resultados.

Nessa medida e nesse contexto, é necessário que a instituição de en-sino, ao almejar implantar projetos de tecnologias em sala de aula:

• Identifique as reais necessida-des quanto à implantação de pro-jetos de TE;• Tenha claros os seus objetivos e as justificativas quanto a eles;• Dimensione o que faz e o que não faz parte do escopo do pro-jeto;• Precise ações determinantes para:

◦ avaliar e homologar equipa-mentos e softwares;◦ verificar os custos de ins-talação dos equipamentos e softwares, bem como manu-tenção, garantias e assistência técnica;◦ treinar todos os usuários: do-centes, técnicos e demais en-volvidos;◦ elaborar planejamentos de aulas utilizando os dispositivos e softwares;◦ utilizar os dispositivos e softwares em salas de aula com os alunos;◦ monitorar e avaliar o projeto na perspectiva dos docentes,

dos técnicos, dos alunos e dos dirigentes da escola;◦ determinar os marcos de en-tregas;◦ verificar as autorizações e or-çamentos;◦ implantar planos de mar-keting, se necessário;◦ criar indicadores que pos-sam mensurar os resultados na aprendizagem.

• Designe profissionais compe-tentes para as avaliações neces-sárias, implementações e acom-panhamento.

O importante nesse processo é sa-ber que existem riscos, elaborar um projeto efetivo, preparar os en-volvidos e monitorar os resultados.

O docente tem um papel funda-mental nesse processo, mas é im-portante entender que o protago-nista da aprendizagem é o próprio aluno, e que tecnologia somente por ela mesma não trará resultados diferenciados, pois nada substitui uma experiência real e concreta e um docente engajado em seu tra-balho. Entretanto, as tecnologias poderão agregar, por isso é neces-sário planejar para atender às ex-pectativas dos alunos e docentes, envolver todos no processo e moni-torar e avaliar os resultados.

*Administradora, mestre em Ges-tão da Informação e gerente de Conteúdos e Serviços Pedagógicos da Educação Básica da Kroton Edu-cacional

www.kroton.com.br

TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS

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Julio Bonilla*

Empreendedorismo

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Desenvolvimento social e eco-nômico são as diretrizes para uma nação saudável e pro-

missora. Não há crescimento sem geração de emprego, tampouco há igualdade social sem grandes investimentos em educação. Co-meçar um negócio próprio ou em-preender já é, em si, um ato de transformação, pois cria oportuni-dades de emprego e proporciona diversas formas de crescimento social. Empreender no ramo da educação, no entanto, é satisfação

dupla. Ao mesmo tempo em que se tem a oportunidade de iniciar seu próprio negócio e alcançar a satisfação pessoal, a iniciativa ga-rante oportunidades para que a nova geração também seja capaz de conquistar seus sonhos no fu-turo. A ZOOM, empresa que repre-senta com exclusividade a LEGO® Education no Brasil, é um exemplo disso. Por meio do seu programa de franquias, empreendedores de todo o País podem iniciar seu pró-prio negócio, ao mesmo tempo em

que contribuem para o desenvol-vimento humano de uma geração, colocando-a em contato com uma forma diferente de aprender, que a ensina a fazer, a ser, a conviver, a conhecer e a agir de maneira ino-vadora, lúdica e divertida.

Um recente relatório da UNESCO sobre educação e trabalho de-monstrou que as empresas não procuram mais por jovens altamen-te capacitados, que sempre tira-ram nota dez na escola, mas, sim,

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por pessoas criativas, interessadas, que saibam se relacionar, liderar e trabalhar em equipe. A missão da ZOOM é justamente oferecer essa experiência de aprendizagem inspiradora, que contribua para o desenvolvimento de habilidades, competências, atitudes e valores em crianças, jovens e adultos. Ou seja, prepará-los para os desafios do século XXI, tanto na vida profis-sional quanto pessoal.

A ZOOM foi criada em 1999 e está presente em mais de 3 mil escolas públicas e particulares de todo o País. No total, mais de 1,5 milhão de estudantes já estão inseridos no contexto da educação tecnológica por meio dos programas da empre-sa. A opção por franquias como for-ma de oferecer a mais alunos uma experiência inovadora de aprendi-zagem foi simples: de acordo com dados da Associação Brasileira de Franquias (ABF), o setor cresceu 11,9% em 2011. Calcula-se, tam-bém, que quase 70% de todos os empregos são gerados por micro, pequenas e médias empresas. Des-sa forma, a partir de 2010, a ZOOM se propôs a levar essa metodologia inovadora a regiões estratégicas do País, compartilhando sua experiên-cia no fornecimento de soluções de aprendizagem e criando oportuni-dades para que empreendedores e instituições de ensino pudessem representar a marca, com total su-porte à gestão do negócio.

Atualmente, o programa de franchising da ZOOM conta com 70 franquias, em 13 Estados brasilei-ros, divididas por região de atua-ção, perfil do investimento e do empreendedor. Em 2011, esse mo-delo de expansão movimentou para os empreendedores ZOOM mais de 10 milhões de reais, além de gerar mais de 200 novos postos de traba-lho diretos e indiretos. A empresa prevê um crescimento de 30%, em 2012, e irá focar a ampliação das atividades nas regiões Nordeste e interior de São Paulo.

Podemos afirmar que o cresci-mento de grandes nações, como a China e os EUA, por exemplo, tem sido liderado por grandes empre-endedores. A cultura do aprender a fazer, do negócio próprio, tem se manifestado desde a criação de empresas mundialmente co-nhecidas, como a Microsoft e a Apple, mas foi somente há alguns anos que ela foi reconhecida, com o surgimento de start ups como o Google, o Facebook, entre outros. Foi também de forma inovadora que a LEGO surgiu, em 1932, como uma pequena oficina de carpinta-

ria, tornando-se hoje uma empresa moderna e global que, em termos de vendas, é a quarta maior fabri-cante de brinquedos do mundo.

Conhecer, criar, inovar e realizar. Transformar ideias em oportuni-dades. Esses são os conceitos que as soluções de aprendizagem da ZOOM desenvolvem nos alunos e, por tal motivo, nosso modelo de expansão não poderia ser diferen-te. A ideia da empresa é que seus executivos cresçam, ao mesmo tempo em que colaboram com o fortalecimento da educação tec-nológica nas escolas públicas e privadas, fazendo com que mi-lhares de alunos se encantem e se desenvolvam com o mundo do conhecimento.

*Chief Operating Officer (COO) da ZOOM, formado em Administração de Empresas, especialista em Mer-cado de Capitais, ministrante de aulas em cursos de pós-graduação e membro de alguns Conselhos Diretivos no Equador, Colômbia e México

www.legozoom.com

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hipertexto

O Brasil precisa acelerar o rit-mo do crescimento de estu-dantes que cursam o ensino

superior. Para isso, é importante que haja um diálogo entre o gover-no e as instituições de ensino públi-cas e privadas. Segundo o profes-sor Amaro Henrique Pessoa Lins, secretário de Educação Superior do Ministério da Educação, o MEC procura se fazer presente em de-bates que discutam a educação em instituições de diferentes catego-rias administrativas. “O Ministério da Educação reconhece a impor-tância que tem o setor particular na área da educação superior, que representa 75% do mercado, e esse segmento conta com o apoio do governo. Afinal de contas, o setor particular presta um serviço públi-co, que é o educacional”, afirma. Ele esteve presente no V Congres-so Brasileiro da Educação Superior Particular, realizado pela Linha Direta em junho, em Natal/RN, e discutiu a formação de recursos humanos para a realidade do de-senvolvimento brasileiro. Confira a entrevista exclusiva que o secretá-rio concedeu à Linha Direta.

Quais são os desafios da educa-ção no Brasil?

O desafio é transformar a socieda-de, gerando riqueza e bem-estar. Para isso, precisamos gerar co-nhecimentos, que vão desenvolver produtos e serviços. E isso precisa

se espalhar por toda a população. O papel essencial da educação é criar cidadania e cidadãos autôno-mos, que possam partilhar o de-senvolvimento do País.

Quais são as demandas do Brasil no setor da educação superior, em especial?

A educação superior no Brasil, de 2002 a 2012, cresceu 60% em nú-mero de alunos, mas precisamos crescer ainda mais e, para isso, é necessário o desenvolvimento de modelos que permitam a inclusão. Hoje, temos cerca de 6,5 milhões de alunos na educação superior e, de acordo com o Plano Nacional de Educação (PNE), nos próximos dez anos vamos ter de ampliar muito mais esse número. É um trabalho que depende de todos os segmen-tos, inclusive da relação socieda-de/governo, para gerar novas opor-tunidades.

O que foi determinante para o aumento do número de alunos nas IES?

Foi necessária a compreensão de que a educação é a base de todo o desenvolvimento. Ao longo dos últimos dez anos, essa compreen-são passou a vir de dentro das fa-mílias, não apenas da sociedade e do governo, que, aliás, juntos pro-moveram uma grande transforma-ção, ampliaram o número de vagas

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Amaro Henrique Pessoa Lins, secretário de Educação Superiordo MEC

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e descentralizaram a oferta. Hoje, já encontramos IES no interior dos Estados, em particular no Norte e Nordeste. Esse esforço comparti-lhado precisa continuar.

E é importante fazer o intercâm-bio entre as políticas para educa-ção superior e as para o ensino médio?

O processo formativo, educacional, é um processo contínuo. Ele come-ça no início da vida, dentro de casa, passa pela família, pela creche, pelo ensino fundamental, médio, e depois pelo superior. Esse é um contínuo que não pode ter nenhum elo fraco. É necessária uma grande integração em cada um desses seg-mentos. Eles não são estanques, precisam estar permanentemente em diálogo. E é essa estratégia que está sendo adotada na educação do País. Nesse momento, existem vários programas de formação de professores da escola básica, e com forte interação com as instituições de ensino superior.

As Secretarias estão caminhando juntas para esse trabalho da edu-cação no Brasil?

No Ministério da Educação há um perfeito entrosamento, porque sa-bemos que as crianças que estão nas creches precisam ser muito bem conduzidas para chegar à edu-cação superior atendendo à sua de-

manda. Esse é um trabalho extre-mamente integrado que está sendo realizado. Não apenas de parte do governo, mas ele está dialogando permanentemente com as institui-ções, sejam do setor público, priva-do ou comunitário. A presença no V Congresso Brasileiro da Educação Superior Particular é a demonstra-ção de que o Ministério da Educa-ção reconhece a importância que tem o setor particular na educação superior, que representa 75% do mercado, e esse segmento conta com o apoio do governo. Afinal de contas, o setor particular presta um serviço público, que é o edu-cacional.

Como o senhor acha que é possí-vel estabelecer uma política glo-bal em todas as universidades? O Fórum pode contribuir?

Com certeza. São debates como esse que aprimoram o processo. Não temos de pensar qual segmen-to está ofertando educação. Preci-samos ter princípios. A educação é para formar um cidadão, então precisa ser ofertada em muito boas condições. Não interessa a locali-dade geográfica, se é no sertão ou na capital, se é uma universidade pública ou privada, porque o bem é o bem público, é a educação. E esse bem precisa ser oferecido com grande qualidade, por isso que debates como esses realizados no V Congresso são muito importantes.

E o MEC tem estado presente em todos eles.

O que é preciso para que a edu-cação superior seja de qualidade?

O ministro Mercadante tem uma grande determinação à frente do Ministério da Educação. E a ques-tão que ele propõe para todas as Secretarias é: precisamos, ao mesmo tempo, expandir as opor-tunidades de todos os segmentos, desde o ensino fundamental, com qualidade. Esse é um desafio que está presente para todo o Ministé-rio da Educação. Eu creio que esse compromisso que nós percebemos hoje, nas palavras dos represen-tantes do setor particular, vem ao encontro do que o governo federal está propondo. É uma maior par-ceria, uma maior integração, para ampliar com qualidade.

O que fazer para tornar os estu-dantes cidadãos para o mundo?

Ensinar a aprender, ensinar a fazer, ensinar a ser e ensinar a conviver – isso é o que torna cada estudan-te um cidadão do mundo. Numa sala de aula em Harvard, o aluno vai encontrar os mesmos desafios que são encontrados em uma sala de aula de qualquer município do Brasil. Ele precisa aprender a não apenas adquirir informações, mas a transformá-las em algo que possa mudar a sociedade.

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