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1 10º ANO/Março 2015 Aluno:___________________________________Nº:____Turma:_______ Professor:______________________Classificação:__________________ _ Texto Revista crítica dos jornais 1 2+ “O jornalismo, na sua justa e verdadeira atitude, seria a intervenção permanente do País na sua própria vida política, moral, religiosa, literária e industrial. Mas esta intervenção nos factos, nas ideias, para ser fecunda, elevada, para ter um carácter de utilidade pública e largas vistas sociais, deve ser preparada pela discussão e pelo esclarecimento da direcção governativa, do estado geral dos espíritos, do vigor das consciências, da situação pública, da virtude das leis. É o grande dever do jornalismo fazer conhecer o estado das coisas públicas, ensinar ao povo os seus direitos e as garantias da sua segurança, estar atento às atitudes que toma a política estrangeira, protestar com justa violência contra os actos culposos, frouxos, nocivos, velar pelo poder interior da Pátria, pela O jornalista não: trabalha, luta, derrama ideias, sistemas, filosofias sociais e populares estudos reflectidos, improvisações, defesas eloquentes, nobres ataques da palavra e da ideia, pois bem, tudo isso passa, morre, esquece: aquela folha delgada e leve, onde ele põe o seu espírito, a sua ideia, a sua consciência, a sua alma, perde-se, desaparece, some-se, sem esperanças de vida, de duração, de imortalidade, como uma folha de árvore ou como um trapo arremessado ao monturo(…) O jornalismo ensina, professa, alumia sobretudo; é ele o grande construidor do futuro; não é só o facto de hoje que o prende - isso é o menos - é o facto que o futuro contém: ele vai das relações presentes às relações futuras e mostra a revolução lenta, Textos dos Media 3szº Período Vera Pinto

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Crítica jornalista

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10 ANO/Maro 2015

Aluno:___________________________________N:____Turma:_______

Professor:______________________Classificao:___________________

Texto

Revista crtica dos jornais 1 2+

O jornalismo, na sua justa e verdadeira atitude, seria a interveno permanente do Pas na sua prpria vida poltica, moral, religiosa, literria e industrial. Mas esta interveno nos factos, nas ideias, para ser fecunda, elevada, para ter um carcter de utilidade pblica e largas vistas sociais, deve ser preparada pela discusso e pelo esclarecimento da direco governativa, do estado geral dos espritos, do vigor das conscincias, da situao pblica, da virtude das leis. o grande dever do jornalismo fazer conhecer o estado das coisas pblicas, ensinar ao povo os seus direitos e as garantias da sua segurana, estar atento s atitudes que toma a poltica estrangeira, protestar com justa violncia contra os actos culposos, frouxos, nocivos, velar pelo poder interior da Ptria, pela grandeza moral, intelectual e material em presena das outras naes, pelo progresso que fazem os espritos, pela conservao da justia, pelo respeito do direito, da famlia, do trabalho, pelo melhoramento das classes infelizes (...). O jornalismo no sabe o que o abatimento moral, o cansao, a fadiga, o repouso. Se ele repousasse, quem velaria pelos que dormem? H homens, h trabalhadores de ideias, filsofos, que fazem o mesmo spero trabalho incessante: mas esses tm a glria, que como um blsamo divino derramado nos seus cansaos.

O jornalista no: trabalha, luta, derrama ideias, sistemas, filosofias sociais e populares estudos reflectidos, improvisaes, defesas eloquentes, nobres ataques da palavra e da ideia, pois bem, tudo isso passa, morre, esquece: aquela folha delgada e leve, onde ele pe o seu esprito, a sua ideia, a sua conscincia, a sua alma, perde-se, desaparece, some-se, sem esperanas de vida, de durao, de imortalidade, como uma folha de rvore ou como um trapo arremessado ao monturo() O jornalismo ensina, professa, alumia sobretudo; ele o grande construidor do futuro; no s o facto de hoje que o prende - isso o menos - o facto que o futuro contm: ele vai das relaes presentes s relaes futuras e mostra a revoluo lenta, serena, imensa, pela qual a humanidade transforma e refaz o seu destino no sentido da justia. por isso que ele contradiz muitas vezes a opinio recebida; e com razo; nem sempre a grande massa tem a conscincia do bem, do direito e da sua verdadeira razo; necessrio que o jornalismo a esclarea, que a avise quando ela se transviar, que a sustenha, quando ela for a cair. (...)

Ea de Queirs, in Pginas de Jornalismo - "O Distrito de vora" (n. 1, 6 de Janeiro de 1867), vol. II, Lello e Irmos Editores

Jos Maria Ea de Queirs (Pvoa de Varzim, 1845 - Paris, 1900) - Formou-se em Direito na Universidade de Coimbra. Participou nas Conferncias do Casino e teve um importante papel na Gerao de 70. Foi nomeado cnsul em Havana (1872), tendo viajado muito. Algumas obras: "O Crime do Padre Amaro" (1875-1876), "O Primo Baslio" (1878), "A Relquia" (1887), "Os Maias" (1888), "Contos" (1902) e "Prosas Brbaras" (1903). considerado um dos maiores romancistas portugueses do sculo XIX.

GRUPO IResponda s questes que se seguem, de acordo com as orientaes que lhe so dadas.1. Identifique o tema abordado neste artigo.2. No terceiro pargrafo, o autor enumera aquelas que considera serem as grandes funes jornalismo.2.1. Refira, por palavras suas, as trs que lhe parecem mais significativas, justificando a sua escolha.3. A determinado momento do texto, Ea de Queirs compara os jornalistas com os filsofos.3.1. Refira o que tm em comum e o que os distingue.4. Explique, por palavras suas, por que motivo o jornalismo "o grande construidor do futuro".5. Ea de Queirs faz uma apreciao do trabalho dos jornalistas. 5.1. Esclarea, justificando a sua resposta, se se trata de uma apreciao marcadamente positiva ou negativa.6. Classifique, morfologicamente, a classe e subclasse das palavras sublinhadas no texto :mas;se e quando. 7. Releia o ltimo pargrafo do texto.7.1. Identifique o antecedente da palavra sublinhada e a negro. 7.2. Diga qual foi o mecanismo de coeso utilizado pelo autor.8. Divida e classifique as oraes seguintes:a) O nosso jornal regional, cujos jornalistas so muito conhecidos, est na falncia.b) O jornal cuja tiragem foi elevadssima, ganhou imenso dinheiro.9.Identifique o acto ilocutrio presente na afirmao seguinte:Gosto muito do jornalismo.

GRUPO II1. Apresente, de forma completa e fundamentada, a sua opinio acerca da importncia dos meios de comunicao social, num texto de 100 a 150 palavrasTextos dos Media3sz PerodoVera Pinto