Revistagalopim2011

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do Perturbação Espectro do Autismo Como e o que ensinar a um aluno que se alheia do mundo, que não interage com os pares e adultos, que quase não comunica e que apresenta interesses estranhos e limitados e ainda comportamentos repetitivos? Agrupamento de Jardins de Infância e Escolas Professor Galopim de Carvalho

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doPerturbação

Espectro

do

Autismo

Como e o que ensinar a um aluno que se alheia do mundo,que não interage com os pares e adultos, que quase nãocomunica e que apresenta interesses estranhos e limitadose ainda comportamentos repetitivos?

Agrupamento de Jardins de Infância e Escolas Professor Galopim de Carvalho

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EditOrial

Autoria

No seguimento do projecto inserido no Plano Anual de Actividades do grupo de Educação Especial do Agrupamento de Jardins de Infância e Escolas Professor Galupim de Carvalho, propomo-nos a apresentar a semana dedicada à temática Paralisia Cerebral...

Grupo de Educação Especial

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Nota IntrodutóriaEnquanto profissionais de educação é

indispensável monitorizar e gerir o

processo de ensino-aprendizagem destes

alunos e transmitir confiança dando apoio

de retaguarda a outros docentes e aos

pais, no âmbito de uma educação

especializada, em termos da avaliação e

intervenção educativa.

As Perturbações do Espectro do Autismo

enquadram-se no grupo dos transtornos

globais do desenvolvimento, definidos nos

sistemas de classificação do DSM-IV e da

CID-10 como uma alteração ao nível das

áreas da comunicação, da interacção social

e do comportamento, que afecta o

funcionamento do indivíduo de forma

permanente.

Não obstante as descobertas recentes e

continuadas no campo da neurociência e o

consequente desenvolvimento e expansão

da neuropsicologia cognitiva, apesar de

sabermos que o autismo é um distúrbio do

desenvolvimento cerebral, ainda é muito

difícil explicar as causas dessas alterações

neuronais.

Conceito A palavra “autismo” deriva do grego

“autos”, que significa “eu” ou “de si mesmo”,

em que o pensamento do indivíduo está

concentrado em si próprio e do sufixo

“ismo” que remete para uma ideia de

orientação ou estado.

“A tríade de Wing originou o termo “Espectro

do Autismo”, pois abarca uma gama variada de

manifestações de comportamento associadas

ao mesmo distúrbio, reportando-se a

alterações cognitivas, linguísticas e

neurocomportamentais pertencendo ao grupo

de perturbações designadas por

Perturbações Globais do Desenvolvimento.

Estudos recentes apontam para uma

predominância de 1 em cada mil, atingindo

“quatro vezes mais os indivíduos do sexo

masculino do que os do sexo feminino”.

Este distúrbio é responsável por um padrão

de comportamento restrito e repetitivo,

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mas com condições de inteligência que

podem variar do atraso mental a níveis

acima da média.

Assim, as Perturbações do Espectro do

Autismo (PEA), abrangem:

Perturbação Autística (autismo de

Kanner, autismo infantil ou autismo

clássico);

Perturbação de Asperger (Síndroma de

Asperger);

Perturbação Desintegrativa da Segunda

Infância;

Perturbação Global do desenvolvimento

sem outra especificação (autismo

atípico);

Síndroma de Rett.

Perturbação do Espectro Do Autismo As verdadeiras causas são ainda desconhecidas, contudo, existe um consenso relativamente ao facto

da Perturbação do Espectro do Autismo ser uma perturbação neuropsiquiátrica causada por factores

biológicos ainda por definir. Estes factores, combinados com uma vulnerabilidade genética pré-

existente na criança dão origem a um anormal desenvolvimento cerebral que se manifesta através das

características do Síndrome do Autismo.

O que podemos dizer é que esta perturbação tem uma origem multifactorial, envolvendo factores

genéticos, pré e pós natais, o que leva a um padrão comportamental significativamente alterado.

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Características da

Perturbação do Espectro do Autismo As Perturbações do Espectro de Autismo,

podem começar a manifestar-se nos

primeiros meses de vida, apesar de nesta

idade nada ser evidente. O bebé pode já

demonstrar um défice no contacto visual

com os pais, evidenciar indiferença

perante as pessoas, ter medo de certos

objectos, realizar

movimentos

repetitivos, apresentar

problemas de

alimentação e de sono.

No entanto, é a partir

dos 2 anos que o

comportamento das

crianças com autismo começa a ser mais

evidente,

Assim, a partir desta idade as

manifestações dos indivíduos com

Espectro do Autismo tornam-se bastante

evidentes, variando de acordo com a sua

faixa etária, revertendo-se em

dificuldades relacionadas com a

comunicação/linguagem, pensamento, o

défice de processamento sensorial, a

interacção social, o comportamento,

interesses, actividades, bem como, com a

imaginação e o simbolismo do jogo.

Ao nível da Socialização/Interacção,

podemos destacar algumas das seguintes

características:

Tendência para observar e pensar

apenas no seu ponto de vista;

Dificuldade em

usar comportamentos

não-verbais, como os

gestos, expressões

faciais, contacto

visual;

Falta de

flexibilidade em

interacções;

Dificuldade em compreender que as

suas acções afectam a forma como os

outros pensam ou sentem;

Tendência para se afastar dos outros e

para se concentrar em objectos;

Tendência para falar exageradamente

sobre assunto do seu interesse sem

considerar a opinião do outro;

Incapacidade para decifrar e para

reagir de forma adequada a diferentes

situações sociais;

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O PAPEL DA FAMÍLIA

Atendendo à especificidade do

funcionamento dos alunos que apresentam

esta perturbação, é indispensável que a

família ajude a equipa educativa a

conhecer o aluno, as rotinas, interesses,

gostos e preferências, rituais, etc, por

forma a compreender melhor as suas

atitudes e comportamentos, e a fazer

uma gestão pedagógica mais adequada e

assertiva da sua vida escolar. Por outro

lado, conhecer as expectativas dos pais e

do próprio aluno, face ao futuro, é

determinante por forma a conduzir o

programa educativo em conformidade.

É fundamental que a equipa pedagógica

envolva a família em todo o processo

educativo do aluno, desde a avaliação até

à elaboração e implementação do

Programa Educativo Individual (Decreto-

Lei nº 3/2008).

Desta forma, é de grande importância

criar espaços de comunicação com a

família para partilhar preocupações e

necessidades, actualizar informações que

permitam avaliar ou reavaliar e,

eventualmente, reformular estratégias e

regular todo o processo de ensino-

aprendizagem.

É assim indispensável um trabalho

articulado e de colaboração entre a

escola e a família que potencie uma

acção global, integrada e consertada

INTERVENÇÃO EDUCATIVA Estratégias

De acordo com a individualidade e a

especificidade de cada aluno em

particular, existem estratégias cognitivas

globais que poderão facilitar a

aprendizagem e deverão ser explicitadas

no currículo de cada aluno.

Sabemos que o défice das competências

cognitivas necessárias à auto-

monitorização e auto-organização está

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relacionado com a dificuldade em aplicar

o conhecimento e afecta as áreas da

atenção e concentração, memória,

motivação, generalização, organização,

sequencialização e planeamento,

abstracção e resolução de problemas bem

como a capacidade de fazer escolhas.

Neste sentido, o modelo cognitivo-

-comportamental ao actuar no

comportamento vai activar a cognição e

vice-versa, implicando uma alteração

recíproca, podendo ser melhorada a

funcionalidade da criança/jovem se

usadas as técnicas e estratégias

adequadas. Este modelo defende o ensino

de padrões mais eficazes de

comportamento e pensamento e tenta

excluir os perturbativos, através de uma

reorganização do ambiente em

conformidade.

Dentro desta linha, com o enfoque neste

modelo, seguem-se algumas estratégias

possíveis que deverão ser usadas nas

diferentes disciplinas e em todos os

contextos de vida de forma global:

Informações curtas, com recurso a

suporte visual;

Associação entre os novos

conhecimentos e os adquiridos

anteriormente;

Contextualização e concretização;

Antecipação da nova informação ou

conteúdos;

Utilização de pistas visuais;

Atenuar/eliminar os estímulos de

distracção e perturbadores na sala de

aula;

Selecção de objectos com interesse

para o aluno na abordagem dos

conteúdos;

Explicitação clara das ordens e regras;

Utilização de linguagem clara e precisa;

Recurso a contextos reais para o

desenvolvimento de competências.

Ensino Estruturado

De acordo com o previsto na alínea a)

do ponto nº 3 do artº 4ª do Decreto-

Lei nº 3/2008, para apoiar a educação

de alunos com perturbações do

espectro do autismo podem as escolas

ou agrupamentos de escolas

desenvolver respostas específicas

diferenciadas, através da criação de

Unidades de ensino estruturado para

a resposta educativa a estes alunos.

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O ensino estruturado consiste num

conjunto de princípios e estratégias

pedagógicas, baseadas na e

struturação do ambiente educativo,

em termos de espaço, tempo,

materiais e actividades, que

promovem situações reais de

aprendizagem e o desenvolvimento da

autonomia dos alunos com

perturbação do espectro do autismo

(DGIDC, 2008, p. 17). O nível de

previsibilidade e sequencialidade das

rotinas tende a diminuir os níveis de

ansiedade e os comportamentos

disruptivos e garante o

desenvolvimento de competências em

termos de actividade e participação

nos diferentes contextos.

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De acordo com Gillberg (2005), as pessoas com perturbação do espectro do autismo

precisam ser entendidas como pessoas e terem uma abordagem ampla e completa. Por outro

lado, alguns sintomas graves, como a hiperactividade e auto agressão, podem ser atenuados

se o ambiente for favorável e se organizar em conformidade com as características do

aluno, sendo determinante a psico educação e análise aplicada ao comportamento.

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Leituras

Autismo - Uma Perturbação Pervasiva do Desenvolvimento de Manuela Cunha Pereira

Compreender a Síndroma de Asperger Guia Prático para Educadores

de Val Cumine, Julia Leach, Gill Stevenson

Dificuldades de Comunicação e Autismo - Guia do Professor de Michael Farrell

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Federação Portuguesa de Autismo, in

http://www.appda-lisboa.org.pt/federacao/

Associação de Amigos do Autismo, in

http://www.ama-autismo.pt/

Associação Portuguesa de Síndrome de

Asperger

http://www.apsa.org.pt/sa.php

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