Revistas - Bem Estar e Saúde - ed. Digerati

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14/01/13 TRIADA - Descubra a medicina oriental 1/2 www.triada.com.br/imprimir/931/ DESCUBRA A MEDICINA ORIENTAL Publicado por Redação em 26/07/2010 às 12h56 Foi-se o tempo em que as terapias que vêm do Oriente eram vistas com reservas! Graças a pesquisas científicas e bons profissionais, nosso conceito sobre a medicina oriental está mudando – e sempre para melhor. Descubra por quê e renda-se a esse universo Texto • Sandra Cruz Acupuntura, fitoterapia, do-in, shiatsu... Se você ainda não experimentou uma dessas técnicas, é bem possível que em breve o faça. A cada dia que passa, mais ocidentais se rendem aos conhecimentos milenares e ao estilo naturalista da medicina oriental. Fundamentada na ideia de integração entre homem e natureza e no conceito de que o organismo deve ser visto como um todo – ou seja, a soma entre corpo, mente e espírito –, a medicina oriental hoje já é vista no Ocidente como um complemento à medicina alopática convencional. De oponentes a aliadas Na Antiguidade, os povos da Ásia, principalmente da China, já faziam uso de ervas, massagem e agulhas com fins terapêuticos. Eram chás (infusões de ervas e minérios) e técnicas rudimentares de acupuntura (antes chamadas de “agulhamento”) inicialmente, mas mais tarde vieram a manipulação vertebral e as massagens (tui-ná), os exercícios respiratórios com e sem movimentos corporais (chi-kun) e os exercícios inspirados em artes marciais (tai chi chuan). Durante 5 mil anos, essas e outras práticas foram desenvolvidas e interpretadas de acordo a filosofia, a cultura e os dogmas religiosos de cada época. Daí surgiram conceitos como o yin-yang (que segundo o taoísmo são duas forças de energia opostas e complementares) e a teoria dos cinco elementos relacionados ao organismo (madeira, fogo, terra, metal e água). “Esses conceitos surgiram para explicar o conhecimento primitivo de anatomia, fisiologia e o processo de adoecimento do homem em períodos anteriores à era cristã”, diz Hong Jin Pai, chefe da equipe de acupuntura do Centro de Dor do Hospital das Clínicas (HC) e presidente da Sociedade Médica de Acupuntura de São Paulo, do Departamento de Neurologia do Hospital das Clínicas de São Paulo. Na visão da medicina tradicional chinesa, o mais importante sistema medicinal do Oriente, dores e doenças são consequência de um desequilíbrio energético no corpo. Tratamentos como acupuntura, shiatsu e do-in funcionariam, então, como reequilibradores dessa energia vital (chi). Os antigos chineses acreditavam que a estimulação de determinados pontos do corpo, fosse com agulhas ou com massagens, seria capaz de equilibrar a energia vital por todo o organismo. Baseados nesse preceito, eles dividiram o corpo humano em 14 linhas imaginárias chamadas de meridianos, por onde circularia o chi. Hoje, depois de muito estudo e muita discussão, diversas terapias orientais passaram a ser aceitas no Ocidente. Em 1991, a Organização Mundial de Saúde (OMS) reconheceu a eficácia da acupuntura no tratamento de 40 enfermidades, e a associação entre a medicina alopática e a oriental passou a ser mais explorada. Formado em medicina no Brasil e pós-graduado em acupuntura e medicina chinesa em Pequim, o doutor Hong Jin Pai não tem dúvidas sobre a importância de se integrar as duas medicinas. “Na verdade, podemos falar que a medicina é uma só. O que devemos fazer é absorver o que há de melhor em cada uma delas e usar em benefício do paciente.”

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Matéria "Descubra a Medicina Oriental".

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14/01/13 TRIADA - Descubra a medicina oriental

1/2www.triada.com.br/imprimir/931/

DESCUBRA A MEDICINA ORIENTALPublicado por Redação em 26/07/2010 às 12h56

Foi-se o tempo em que as terapias que vêm do Oriente eram vistas com reservas! Graças a

pesquisas científicas e bons profissionais, nosso conceito sobre a medicina oriental está

mudando – e sempre para melhor. Descubra por quê e renda-se a esse universo

Texto • Sandra Cruz

Acupuntura, fitoterapia, do-in, shiatsu... Se você ainda não experimentou

uma dessas técnicas, é bem possível que em breve o faça. A cada dia

que passa, mais ocidentais se rendem aos conhecimentos milenares e

ao estilo naturalista da medicina oriental. Fundamentada na ideia de

integração entre homem e natureza e no conceito de que o organismo

deve ser visto como um todo – ou seja, a soma entre corpo, mente e

espírito –, a medicina oriental hoje já é vista no Ocidente como um

complemento à medicina alopática convencional.

De oponentes a aliadas

Na Antiguidade, os povos da Ásia, principalmente da China, já faziam

uso de ervas, massagem e agulhas com fins terapêuticos. Eram chás

(infusões de ervas e minérios) e técnicas rudimentares de acupuntura

(antes chamadas de “agulhamento”) inicialmente, mas mais tarde vieram

a manipulação vertebral e as massagens (tui-ná), os exercícios

respiratórios com e sem movimentos corporais (chi-kun) e os exercícios

inspirados em artes marciais (tai chi chuan).

Durante 5 mil anos, essas e outras práticas foram desenvolvidas e

interpretadas de acordo a filosofia, a cultura e os dogmas religiosos de

cada época. Daí surgiram conceitos como o yin-yang (que segundo o

taoísmo são duas forças de energia opostas e complementares) e a teoria dos cinco elementos relacionados ao

organismo (madeira, fogo, terra, metal e água).

“Esses conceitos surgiram para explicar o conhecimento primitivo de anatomia, fisiologia e o processo de

adoecimento do homem em períodos anteriores à era cristã”, diz Hong Jin Pai, chefe da equipe de acupuntura do

Centro de Dor do Hospital das Clínicas (HC) e presidente da Sociedade Médica de Acupuntura de São Paulo, do

Departamento de Neurologia do Hospital das Clínicas de São Paulo.

Na visão da medicina tradicional chinesa, o mais importante sistema medicinal do Oriente, dores e doenças são

consequência de um desequilíbrio energético no corpo. Tratamentos como acupuntura, shiatsu e do-in

funcionariam, então, como reequilibradores dessa energia vital (chi).

Os antigos chineses acreditavam que a estimulação de determinados pontos do corpo, fosse com agulhas ou com

massagens, seria capaz de equilibrar a energia vital por todo o organismo. Baseados nesse preceito, eles dividiram

o corpo humano em 14 linhas imaginárias chamadas de meridianos, por onde circularia o chi.

Hoje, depois de muito estudo e muita discussão, diversas terapias orientais passaram a ser aceitas no Ocidente.

Em 1991, a Organização Mundial de Saúde (OMS) reconheceu a eficácia da acupuntura no tratamento de 40

enfermidades, e a associação entre a medicina alopática e a oriental passou a ser mais explorada.

Formado em medicina no Brasil e pós-graduado em acupuntura e medicina chinesa em Pequim, o doutor Hong Jin

Pai não tem dúvidas sobre a importância de se integrar as duas medicinas. “Na verdade, podemos falar que a

medicina é uma só. O que devemos fazer é absorver o que há de melhor em cada uma delas e usar em benefício

do paciente.”

14/01/13 TRIADA - Descubra a medicina oriental

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A bíblia da medicina chinesa

A sabedoria oriental foi acumulada e transmitida por séculos, de geração para geração, por tradição oral. Somente

no período entre 500 e 250 a.C., os conhecimentos e as novas experiências passaram a ser registrados pelos

mestres chineses o que resultou no livro de medicina mais antigo de que se tem notícia: Huang Di Nei Jing – nome

dado em homenagem a Huang Di, o Imperador Amarelo, um dos fundadores da China antiga.

A obra, popularmente batizada de O cânon de medicina do Imperador Amarelo, serviu de base para o

desenvolvimento da Medicina Tradicional Chinesa (MTC). Os escritos formavam uma espécie de enciclopédia

médica dividida em dois volumes. No primeiro, estão as técnicas clínicas, as teorias e os fundamentos da MTC. O

segundo fala do diagnóstico de enfermidades, os tipos de tratamentos e seus instrumentos, como as agulhas.

A obra ainda trata do mapeamento dos pontos terapêuticos do corpo humano e abrange registros sobre o imperador

Sheng Nong, que seria responsável pelo estudo do poder curativo das plantas, a chamada fitoterapia.

Para todos os gostos

São muitas as técnicas baseadas na medicina oriental, mas as mais conhecidas no Ocidente são: fitoterapia (usa

ervas medicinais no tratamento de doenças e sintomas); exercícios físicos terapêuticos (liang gong, chi-kun e tai

chi chuan) e acupuntura, técnica que estimula os centros de energia do corpo por meio de agulhas e tem efeitos

analgésicos, anti-inflamatórios e de relaxamento.