Revolution - A Nova Revolução Romantica

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PELOTAS Revolution A nova revolução romântica Prof°Tereza Integração do Design de Moda 4 Miqueline Silveira Natália Sauer Vanessa Lopes 4° Semestre Design de Moda

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A HISTORIA DO DIAMANTE HOPE SERVINDO DE INSPIRAÇÃO PARA UM PROJETO DE MODA

Transcript of Revolution - A Nova Revolução Romantica

  • UNIVERSIDADE CATLICA DE PELOTAS

    Revolution

    A nova revoluo romntica

    ProfTereza

    Integrao do Design de Moda 4

    Miqueline Silveira

    Natlia Sauer

    Vanessa Lopes

    4 Semestre Design de Moda

  • Sumrio

    Revolution ............................................................................................................................................1

    A nova revoluo romntica ................................................................................................................1

    Romantismo .........................................................................................................................................7

    Contexto Histrico ...........................................................................................................................8

    Caractersticas .............................................................................................................................. 10

    Caractersticas Tcnicas das Obras ............................................................................................. 11

    Eugne Delacroix (1798-1863) ..................................................................................................... 11

    Revoluo Industrial ......................................................................................................................... 13

    Revoluo Industrial e Romantismo ............................................................................................. 14

    Conceito de Criao: A nova revoluo romntica ........................................................................... 15

    Painel de Inspirao .............................................................................................................................. 17

    Pgina de Ambincia ............................................................................................................................. 18

    Pblico Alvo ........................................................................................................................................... 19

    Caractersticas ................................................................................................................................... 20

    Croqui Conceitual .................................................................................................................................. 21

    Croqui Conceitual ............................................................................................................................. 21

    Croquis Comerciais ................................................................................................................................ 23

    Croqui Comercial 1: .......................................................................................................................... 23

    Croqui Comercial 2: .......................................................................................................................... 24

    Croqui Comercial 3: .......................................................................................................................... 25

    Croqui Comercial 4: .......................................................................................................................... 26

    Croqui Comercial 5: .......................................................................................................................... 27

    Fichas Tcnicas ...................................................................................................................................... 28

    Estampas desenvolvidas ....................................................................................................................... 30

    A Jangada da Medusa ........................................................................................................................ 31

    Massacre de Chios ............................................................................................................................. 32

    A liberdade guiando o povo .............................................................................................................. 33

    Look Confeccionado .............................................................................................................................. 34

  • Estampa Projetada ................................................................................................................................ 35

    Bastidores .............................................................................................................................................. 36

    Editorial ................................................................................................................................................. 37

    Consideraes Finais ............................................................................................................................. 58

    Referncias Bibliogrficas ..................................................................................................................... 59

  • Introduo

    O objetivo do designer propor inovaes que atendam os desejos e os anseios da

    sociedade, provocando impacto, podendo ser aceitas ou no. A partir de um projeto de

    pesquisa, que pode ser baseado em manifestaes sociais e culturais, as propostas so criadas

    e, com a insero do designer e da sociedade dentro em um mesmo contexto, a aceitao e

    identificao ocorrem de maneira espontnea e muitas vezes inconsciente.

    Este projeto interdisciplinar foi desenvolvido a partir de uma pesquisa, criao e

    desenvolvimento de uma pea voltada ao pblico feminino. O tema proposto:A moda e sua

    relao entre o artesanal e o tecnolgico, fez com que os integrantes da equipe pesquisassem

    sobre diversos assuntos, sua influncia no design e no somente na moda e optasse por

    relacionar um perodo da histria da arte com uma revoluo e a tecnologia.

    A partir do estudo aprofundado, chegou-se a um conceito de criao. Com o intuito de

    relacionar as linhas e formas na arte durante o perodo da revoluo industrial com a moda, a

    tecnologia estar ligada na exploso de informaes e novos recursos que temos atualmente,

    como se fosse uma nova revoluo industrial, sugerindo vrios looks atravs da projeo de

    estampas e imagens (estas ligadas tambm a arte da poca). Diante deste contexto foram

    desenvolvidas todas as etapas de criao, at a confeco de uma pea, feita pelas integrantes

    do grupo.

  • Brainstorm

  • Banco de Imagens

  • A moda e sua relao entre o tecnolgico e o

    artesanal

    A moda tecnicamente se define por ser a tendncia de consumo da atualidade.

    A palavra moda significa costume, e provm do latim modus, sendo composta por diversos

    estilos que podem ser influenciados sob vrios aspectos. O artesanato definido por ser um

    trabalho manual produzido por um arteso, j o tecnolgico o que envolve conhecimento

    tcnico e cientfico e as ferramentas necessrias para resolver diversos problemas.

    (MOURA,2008)

    Neste projeto buscamos fazer a unio do Artesanal com o Tecnolgico e propor uma

    Nova Revoluo, baseando-se nos princpios do Romantismo, que foi um movimento artstico

    com uma viso marcada pela emoo, subjetivismo, sonhos e ideais utpicos.

    Romantismo

    Movimento artstico que se iniciou na Europa no final do sculo XVIII, espalhando-se

    pelo mundo at o final do sculo XIX. Precisamente, o Romantismo inicia em meados de

    1780 na Inglaterra e Alemanha e 1815 atingiu a Frana, onde ganha fora como em nenhum

    outro pas e, perdura at 1850. As caractersticas principais deste perodo so a valorizao

    das emoes, liberdade de criao, amor platnico, temas religiosos, individualismo,

    nacionalismo e histria. (JANSON, 2009)

    Ele considerado a arte do sonho e fantasia, que valoriza a criatividade a imaginao,

    opondo-se ao equilbrio e arte clssica. Voltados para si mesmo, os romnticos tem uma

    viso centrada no individuo, relatando tragdias humanas, amores dramticos, natureza e

    utopias. marcado pelo subjetivismo, emoo e pela exaltao do eu. (JANSON, 2009)

    A viso romntica anuncia a ruptura com a esttica neoclssica e com a viso

    racionalista da Ilustrao. Se o belo clssicoremete ordem, ao equilbrio e objetividade, o

    belo romnticoapela s paixes, s desmedidas e ao subjetivismo. O romntico cultua a

    natureza como ilimitada, selvagem e em eterna mudana, sublime e pitoresca. Em nome dela,

    exaltou a liberdade, o poder, o amor, a violncia, a emoo. (JANSON, 2009)

  • Contexto Histrico

    O Romantismo foi marcado por dois acontecimentos histricos importantes: as

    Revolues Industrial e Francesa. A vida social estava dividida entre a burguesia industrial e

    o surgimento da classe operria, os proletariados.A burguesia ganhava poder e o capitalismo

    se desenvolvia cada vez mais, enquanto os imprios feudais e a aristocracia que dependia

    deles encontrava-se em situao de calamidade. Era o fim do absolutismo na Europa (causado

    pelos dois movimentos revolucionrios citados anteriormente) e o incio da industrializao

    (que se espalhou por toda Europa). (ARGAN, 1998)

    Depois da revoluo francesa (1787-1789), seguiu-se uma poca de rpidas e

    profundas mudanas no mundo europeu. A sociedade se tornou muito mais complexa.

    A Revoluo Industrial gerou novos investimentos que buscavam solucionar os problemas

    tcnicos decorrentes do aumento de produo. Sua consequncia mais evidente foi a diviso

    do trabalho e o incio da especializao da mo-de-obra.Aps a Revoluo Francesa, o

    absolutismo entrou em crise, cedendo lugar ao liberalismo (doutrina fundamentada na crena

    da capacidade individual do homem). A economia da poca estimula a livre iniciativa, a livre

    empresa. O individualismo tornou-se um valor bsico da sociedade da poca.

    O progresso poltico, econmico e social da burguesia, portanto, preparou terreno para

    que surgisse um fenmeno cultural baseado na liberdade de criao e expresso e na

    supremacia do indivduo, que no mais obedece a padres preestabelecidos. Foi nesse

    contexto que surgiu o Romantismo.

    O romntico um descontente com o mundo de seu tempo: tenta fugir dele ou

    modific-lo.Tudo isso significa, na arte, uma ruptura com os padres clssicos e neoclssicos

    at ento em moda.

    Como exemplo, opostos as tcnicas rgidas do que era chamado de clssico,

    considerada uma tradio universal e imutvel, alguns jovens poetas, na Alemanha,

    resolveram se rebelar. Formaram um grupo que se intitulava Sturm undDrang (Tempestade e

    Fria, em alemo) e declararam que no lhes interessava mais uma arte com referncias no

    passado.

    Em vez do culto a uma natureza domesticada, a uma natureza transformada em jardins (como o Palcio de Versalhes), racionalizada e geometrizada, defendiam a

    natureza vista em sua forma mais selvagem (troves, furaces, tempestades); contra

    a ideia de um individuo subserviente s normas clssicas de criao, que procurava

    zelosamente seguir os ditames do bom gosto clssico, anunciavam a emancipao do

    mesmo indivduo.(AGRA, p.13,2004)

  • Nas primeiras dcadas do sculo XIX, as ideias romnticas sobre liberdade levaram ao

    desenvolvimento de novos modos de composio e a temas originais. Dentre os destaques,

    esto as obras A Jangada da Medusa (1819), de Gericault, que representa a narrativa

    dramtica de um naufrgio no Oceano ndico e o Massacre de Chios (1824) de Delacroix, que

    mostra a guerra entre gregos e turcos. O que importa disto a forma como as pinturas foram

    feitas, libertas de conceitos acadmicos.

    Fig. 1: Obra A Jangada da Medusa (1819), de Gericault.

    Fonte: MAGALHAES (p.747, 2005)

    Fig. 2: Obra O Massacre de Chios (1824), de Delacrix

    Fonte: MAGALHAES (p.748, 2005)

  • Caractersticas

    A fase romntica rompeu com a tradio clssica, imposta pelo perodo rcade, e

    apresentou novas concepes literrias, dentre as quais podemos apontar: a observao das

    condies do estado de alma, das emoes, da liberdade, desabafos sentimentais, valorizao

    do ndio, a manifestao do poder de Deus atravs da natureza acolhedora ao homem, a

    temtica voltada para o amor, para a saudade, o subjetivismo.Os poetas romnticos queriam

    viver a vida em herosmo absoluto, arriscando-se, correndo perigo, lutando por amores

    impossveis.

    Neste movimento, segundo a Esttica, h a fuso do belo e do feio, diferentemente do

    arcadismo que visa a idealizao do personagem principal, tornando-o a imagem da perfeio.

    Como exemplo, temos o conto de A Bela e a Fera, no qual uma jovem idealizada, se apaixona

    por uma criatura horrenda. (JANSON, 2009)

    Dentre as principais caractersticas do Romantismo esto (GOMBRICH, 1999):

    Liberdade de criao:A recriao da realidade no obedece mais a esquemas j

    estabelecidos. No se aceitam mais as fontes grega e romana como modelos de criao

    literria. A proposta romntica no aceitar nenhum modelo, ele se expressa atravs de uma

    atitude pessoal, individual e nica. No se conformar aos valores estabelecidos a marca

    registrada do romntico.

    Sentimentalismo:O romntico analisa e expressa a realidade por meio dos

    sentimentos. Significa que a razo fica em segundo plano. Ele acredita que s

    sentimentalmente se consegue traduzir aquilo que ocorre no interior do indivduo. Por isso,

    o sentimento de cada um que define a importncia ou no das coisas.

    Idealizao do mundo: Buscavam um mundo perfeito e ideal, onde houvesse

    compensao para seu sofrimento.

    Sonho e fantasia: Ele foge da realidade para um mundo imaginrio, criado a partir de

    sonhos e emoes pessoais.

    Heris grandiosos:Na nsia da glria, de infinito, o heri criado pelo escritor

    romntico no se contenta com o mundo em que vive. Por isso, ele o desafia, numa atitude

    rebelde que se volta contra a sociedade, contra o destino e at contra Deus.

    Mistrio:Na compreenso do mundo, o romntico deixa a razo em segundo plano.

    Por isso, esto disponveis para aceitar as coisas misteriosas, inexplicveis, fantsticas,

    sobrenaturais, elementos que valoriza e incorpora em suas obras.

  • Supervalorizao do amor:O amor considerado a coisa mais importante da vida. A

    perda do amor leva a trs consequncias bsicas: a loucura, a morte ou o suicdio.

    Subjetivismo: De uma viso universalista do homem (Classicismo) passa-se a uma

    viso individualista. A realidade revelada pelo impulso pessoal do artista e no pela

    imposio dos moldes clssicos.

    Caractersticas Tcnicas das Obras

    As obras de pintura do Romantismo se basearem basicamente nos seguintes temas:

    Romances medievais de cavalaria, acontecimentos trgicos, heroicos ou picos da

    realidade,tais como naufrgios e lutas de libertao de minorias, na mitologia do sonho ou do

    pesadelo, povoado por monstros imaginrios e vises do subconsciente, na natureza

    protagonizada por lutas entre animais selvagens e pela paisagem, com um certo dramatismo,

    com cenas ao ar livre, nos contextos exticos, com cenas do Oriente ou do Norte da frica e

    nos retratos de mulheres e homens comuns, antes no realizados.

    A mulher amada, na representao da pintura, sempre plida, sombria, doentia,

    virgem, transparente, angelical e glida. Enquanto isto, os sentimentos que imperam so o

    amor, a melancolia, a resignao, o dio, o rancor, o medo, o desgosto, o fracasso e a

    depresso.

    Nas pinturas, observamos iconograficamente, segundo ao mtodo de Panofsky1, uma

    composio em pirmide dinamizada por linhas obliquas, gerando ritmo e sugerindo

    movimento, contrastes fortes entre claro e escuro, gradao de cor, contrastes cromticos e

    falta de harmonia, luz focalizando o assunto que quer evidenciar, pincelagem larga, fluda,

    vigorosa, espontnea, definindo os volumes, noo de perspectiva e profundidade.

    EugneDelacroix (1798-1863)

    O Neoclassicismo, perodo antecedente ao Romantismo, foi marcado pelo desenho,

    claro-escuro, propores clssicas e perspectivas exatas. Estas caractersticas eram regras para

    desenvolver as obras. Um dos pintores que comeou a se sentir desconfortvel com estas

    regras foi EugneDelacroix, que no apenas tentou se distanciar dos temas clssicos, como 1 Confrontao da sntese das descobertas feitas no interior da imagem com o exterior da imagem. (GOMBRICH, 1999)

  • tambm tentou usar um mtodo que consistia em modelar suas figuras diretamente com

    pigmento, infundindo em suas obras o senso de expresso e dinamismo. (MAGALHES,

    2005)

    Delacroix pertencia longa estirpe de grandes revolucionrios produzidos no pas

    das revolues. Ele prprio era um carter complexo, com vastas e variadas

    simpatias, e seus belos dirios mostram que Delacroix no gostaria de ser

    caracterizado como um rebelde fantico. Se lhe atribuam esse papel era porque

    ele no aceitava os padres da Academia. No tinha pacincia para conversar

    sobre gregos e romanos, com a insistncia no desenho correto e a constante

    imitao de esttuas clssicas. Acreditava que, em pintura, a cor era muito

    mais importante do que o desenho, a imaginao mais do que o saber.

    GOMBRICH (p.302,1999)

    Delacroix possua a mo fluida e se destacou pelo seu novo modo de construir figuras

    pela modulao de pigmentos, e estabeleceu a cor como elemento fundamental da imagem.

    A obra Liberdade guiando o povo (1830), uma pintura que comemora a Revoluo

    de Julho de 1830. Ao pintar a obra, declara ao irmo que, se no lutou pelo seu pas, pelo

    menos o retratou a revoluo. Na pintura podemos observar o nacionalismo, o subjetivismo, a

    profundidade da composio (tem em primeiro plano defuntos, em segundo a mulher guiando

    o povo e por fim, em terceiro, o povo que se junta a luta), composio em pirmide cujo o

    vrtice a bandeira, uso de cores escuras, dando destaque ao vermelho da bandeira e noo de

    movimento com o esvoaar da bandeira.

    Fig. 3: Obra A liberdade guiando o povo (1830), de Delacrix

    Fonte: MAGALHAES (p.753, 2005)

  • Revoluo Industrial

    A Revoluo Industrial, para DIVALTE (p.193,2006)foi um conjunto de

    transformaes econmicas, sociais e tecnolgicas que teve incio na Inglaterra, na segunda

    metade do sculo XVIII. A Revoluo Industrial desempenhou um papel vital no

    desenvolvimento do capitalismo. Na Inglaterra foi marcada por uma intensa acumulao de

    capital e uma profunda transformao nas formas de produo, levando a descoberta de

    indstria e da produo em srie.

    As modificaes que culminaram na Revoluo Industrial tiveram incio na Baixa

    Idade Mdia com o renascimento das cidades e do comrcio na Europa ocidental, a busca pelo

    lucro e mercados mais abrangentes fez com que os comerciantes a partir do sculo XVIII

    procurassem maneiras mais produtivas dos artesos produzirem seus produtos, reunindo-os

    em um mesmo local criando as fbricas ou sistema fabril. As fbricas tornaram mais fceis o

    controle da produo, e a fabricao das mercadorias passoua ser dividida em vrias etapas,

    num processo conhecido como produo em srie, onde o trabalhador especializava-se em

    uma nica atividade aumentando a produtividade. (DIVALTE, 2006)

    A fbrica um dos smbolos mais visveis da Revoluo Industrial, mas a

    transformao mais importante ocorrida foi o emprego das mquinas movidas a vapor nas

    fbricas, que mudou definitivamente a produo artesanal domiciliar para uma produo em

    grande escala. Isso fez surgir as grandes indstrias modernas que reuniam centenas de

    trabalhadores.

    A Inglaterra foi a pioneira em reunir todas as condies necessrias para o

    desenvolvimento do sistema fabril. Possua um controle vasto do mercado consumidor, um

    acmulo de capital, disponibilidade de mo-de-obra (formado principalmente por camponeses

    expulsos da terra), disponibilidade de matrias-primas (carvo e minrio de ferro) e uma

    burguesia disposta a financias as fbricas que valorizava o enriquecimento e o trabalho.

    Um dos primeiros setores a se desenvolver com forte mecanizao na Inglaterra foi a

    produo de tecidos. Segundo MACKENZIE (p.40,2010) A mecanizao dos processos de

    fiao, tecelagem e impresso cilndrica multiplicou o volume de produo e variedade de

    tecidos, reduzindo custos. A primeira inovao foi em 1767, quando James Hargreaves criou

    a mquina de fiar que multiplicou a produtividade de indstria txtil. Em 1768, Richard

    Arkwright patenteou o tear hidrulico e em 1785 Edmund Cartwright.

    O desenvolvimento da indstria txtil incentivou outros setores, ento, segundo

    DIVALTE (p.195,2006) a mecanizao iniciada de fiao e tecelagem do algodo provocou

  • uma reao em cadeia, afetando outros setores (transportes, energia, metalurgia, minerao,

    etc.) em meio a um processo global de invenes e aperfeioamentos.

    Como consequncia, a Revoluo Industrial passou a se expandir para os outros pases

    da Europa a partir do sculo seguinte, tornou a fbrica um local adequado para a produo,

    favorecendo a diviso do trabalho, a imposio do horrio e da disciplina ao trabalhador, alm

    do aumento da produtividade. Tambm houve grandes mudanas no mbito social, com as

    fbricas surgiu a classe social formada pelos trabalhadores ou o proletariado, onde mulheres e

    crianas tambm eram obrigados a trabalhar devido aos baixos salrios.

    A Revoluo Industrial propiciou um grande processo de urbanizao, dando incio a

    um xodo rural, as cidades cresceram se tornando ncleo e smbolo do desenvolvimento

    industrial.

    Segundo MORAES (p.191,2003) Nas cidades, o modo de as pessoas verem o mundo,

    a natureza e os seres humanos comeou a mudar tambm. Lentamente, o distanciamento da

    natureza foi se concretizando.

    Revoluo Industrial e Romantismo

    Entre os motivos que podemos chamar de fim do perodo clssico, e inicio do

    romantismo ou moderno esto as transformaes tecnolgicas e da organizao da

    produo econmica. O nascimento desta tecnologia industrial coloca em crise o artesanato e

    suas tcnicas individuais, e em consequncia, a arte. Segundo ARGAN (p. 15, 1998) A

    passagem da tecnologia do artesanato, que utilizava os materiais e reproduzia os processos da

    natureza, para a tecnologia industrial, que se funda na cincia e age sobre a natureza,

    transformando (e frequentemente degradando) o ambiente, uma das principais causas da

    crise da arte.

    Por isto, o Romantismo, considerado a manifestao ideolgica do mundo burgus e

    seu individualismo em formao, fruto da Revoluo Industrial. As ideologias nascem

    praticamente junto com a primeira mquina a vapor (em meados de 1780), e muitas obras so

    reaes contra a locomotiva a vapor de Stephenson (1814) e uma defesa preventiva contra a

    mudana de paisagem urbana, onde chamins so mais altas que rvores e torres de igreja. Por

    fim, a natureza comea a se transformar em paisagem, e o homem vira observador dela.

    (AGRA,2004)

  • A Revoluo Industrial fez com que os elementos da burguesia se firmassem e fez

    tambm com que os romnticos vivessem uma nova ambincia de mundo, lamentando a perda

    de um passado remoto, porm no mais situado na Antiguidade Clssica.

    Com o declnio econmico do campo, trabalhadores rurais foram para as periferias das

    cidades trabalharem por salrios miserveis, em indstrias que no exigiam nenhuma

    especializao. Com o crescimento das cidades, a demanda por transportes, comunicao,

    lazer, etc. tambm comea a crescer. Os artistas querem expressar isto, e o romantismo d

    espao para o realismo. (AGRA, 2004)

    Conceito de Criao: A nova revoluo romntica

    A partir do tema A moda e sua relao entre o tecnolgico e o artesanal, os

    componentes do grupo realizaram uma pesquisa bibliogrfica e iconogrfica sobre os vrios

    movimentos artsticos que ocorreram at hoje. Dentre muitas escolas conhecidas e famosas, a

    que se destacou foi o Romantismo, seja por suas linhas, posio da luz, temas, subjetivismo,

    ritmo e movimento.

    Ao adentrar no contexto histrico e cultural do Romantismo, percebeu-se certa relao

    com a Revoluo Industrial, onde os adeptos e artistas da poca eram contra a

    industrializao e chegada da tecnologia na produo, e queriam continuar com mtodos

    artesanais. A Revoluo Industrial atingiu diretamente o setor artstico, principalmente as de

    obras de arte.

    Para criar a pea conceito da coleo e os looks comerciais, foram seguidas

    rigidamente as caractersticas das obras do Romantismo, j mencionadas anteriormente, e

    visveis na silhueta, forma e movimento da roupa: O formato em pirmide/triangulo aparece

    nas peas, enquanto os tecidos escolhidos apresentam profundidade e assim, ritmo e

    movimento.A mistura de cores contrastantes e o encontro do claro com o escuro, tentando

    evidenciar uma parte da pea tambm aparecem nos looks, assim como a fluidez e os cortes

    de linhas obliquam.

    O artesanal aparece na forma como a roupa confeccionada, onde as formas do tecido

    so construdas pelas autoras, com suas linhas rgidas do corino, contrastadas com a

    transparncia e leveza do tule, enquanto o tecnolgico se apresenta na forma como as

    estampas so apresentadas para o pblico. A ideia inicial do grupo era de produzir um tecido

    inteligente, como uma malha de cristal lquido (existente e em fase de testes nos laboratrios

  • da Microsoft, segundo o site da mesma) que, quando inserido um microchip, apresentasse a

    estampa ou cor desejada pelo usurio. Como esta tecnologia ainda no est disponvel na

    nossa regio, o grupo, para demonstrar a ideia, optoupela projeo das estampas, em forma de

    simulao. Elas so desenhadas e vetorizadas em computador, e projetadas na roupa. Cada

    usurio, atravs de um programa simples, de edio, ou at uma ilustrao a mo, capaz de

    personalizar sua estampa e consequentemente, sua roupa. A mesma pea, atravs desta

    tecnologia, pode receber formas, cores, sentimentos e intensidades diferentes.

    Assim como no Romantismo, o futuro da tecnologia est na subjetividade, no

    individualismo e na diferenciao. A ideia da coleo que cada usurio personalize sua

    roupa com um simples programa de computador. Para aqueles nem to romnticos, sero

    disponibilizados chips com estampas pr-fabricadas, inspiradas em temticas culturais ou

    inspiradas em temas populares.

    Para finalizar, a coleo vem com um chip em srie com uma coletnea das melhores

    obras do Romantismo estilizadas por suas criadoras estas sero demonstradas em

    apresentao inicial ao pblico e com QR-codes, em parceria com a marca Itquetas, que, ao

    serem digitalizadas, geraro informaes sobre a obra estampada, e opes de composies

    para a pea.

  • Painel de Inspirao

  • Pgina de Ambincia

  • Pblico Alvo

  • Caractersticas

    O pblico alvo da mini coleo, as creative girls, ou mulheres criativas, tem idade

    entre 20 a 40 anos, e vivem em um mundo sem preconceitos ou limites. Eclticas, elas

    procuram seguir as tendncias de moda lanadas, e usam como guia os desfiles internacionais.

    Elas so singulares em estilo, misturam texturas, cores, padronagens e no tem medo de

    arriscar. (MORACE, 2008)

    Utilizam a tecnologia em seu dia-a-dia, esto sempre conectadas em seu IPAD ou

    IPHONE e utilizam as redes sociais, como facebook e twitter a seu favor, tanto

    profissionalmente, como pessoalmente. Divulgam suas informaes atravs de lbuns virtuais

    e fazem dos blogs um meio de informao e comunicao.

    Quanto ao estilo de vestir, esto abertas a qualquer tipo de silhueta, sempre seguindo

    as tendncias de moda que so impostas. A mistura de cores e estilos feita com harmonia. A

    maquiagem indispensvel e os produtos consumidos normalmente so importados. As

    marcas preferidas dessa consumidora devoradora de cosmticos so Sephora, Loreal, MAC e

    Lncome. Viciada em perfumes, possui um para cada motivo. Os aromas para balada so

    distintos dos utilizados no dia-a-dia. Este pblico considera a moda uma arte, e utiliza a roupa

    com forma de decorao, sem regras a seguir. Gosta tambm de misturar o barato com o caro,

    comprando em grandes marcas e fastfashion e assim, fazendo suas composies.

    Frequentam teatros, cinema, exposies e museus. Mas ao mesmo tempo no

    dispensam um happy hour ou uma festa com as amigas. Os bares escolhidos so aqueles que

    valorizam a decorao, o atendimento diferenciado e claro, um cardpio elegante e que

    estimule o paladar. Consomem produtos com design arrojado e no se importam de pagar um

    pouco mais caro se realmente o objeto for diferenciado. As frias perfeitas esto em um local

    com clima ameno, pessoas bonitas e com estilo, riqueza cultural e claro, muita moda. Paris e

    Londres so capitais de referncia para este pblico, que tambm l revistas como Vogue,

    Elle e Mag.

    A coleo ideal deste pblico alvo tem peas chaves como cardigans, saias longas,

    camisa social, couro, calados para todos os estilos, t-shirt bsica, blazers, entre outros. Os

    sapatos normalmente so feitos de materiais de qualidade e so diferenciados. J os acessrios

    variam: elas adoram uma jia, porm no desprezam uma bijuteria com design diferenciado.

  • Croqui Conceitual

    Croqui Conceitual

  • Look conceitual: ser confeccionado com os seguintes tecidos:Courino Branco texturizado e

    tulefrancs para as transparncias. O primeiro o vestido, segundo o casaco.

  • Croquis Comerciais

    Croqui Comercial 1:

  • Croqui Comercial 2:

  • Croqui Comercial 3:

  • Croqui Comercial 4:

  • Croqui Comercial 5:

  • Fichas Tcnicas

  • Estampas desenvolvidas

    As estampas pr-desenvolvidas para a pea e projeto piloto so inspiradas em obras do

    Romantismo. Abaixo, obra original e sua releitura vetorizada para estampa.

  • A Jangada da Medusa

  • Massacre de Chios

  • A liberdade guiando o povo

  • Look Confeccionado

  • Estampa Projetada

  • Bastidores

  • Editorial

  • Consideraes Finais

    O objetivo deste trabalho foi desenvolver a capacidade de pesquisa, organizao

    einovao para uma pea de moda, desenvolver respostas apropriadas para novos

    problemas,testar as respostas, desenvolver os croquis com formas e volumes propostos pelo

    projeto, epor fim realizar a confeco da pea.

    A partir da realizao deste projeto de integrao, realizado por meio da

    pesquisaterica, iconogrfica e do processo criativo, foi possvel observar que o designer

    buscareferncias em culturas, objetos e histrias para desenvolver seu produto.

    O Romantismo e a Revoluo Industrial, assim como sua influncia na Arte,envolveu

    durante todo o semestre as alunas do projeto, fazendo com que suas tcnicas refletissem no

    produto confeccionado e apresentado.

  • Referncias Bibliogrficas

    AGRA, Lucio. Historia da arte do sculo XX: Ideias e movimentos. So Paulo: Editora

    Anhembi Morumbi, 2004.

    ARGAN, Giulio Carlo. Arte Moderna. So Paulo: Cia das Letras, 1992.

    BAUDOT, Franois. Moda do sculo. So Paulo: Cosac Naify, 2005.

    CHATAIGNIER, Gilda. Fio a Fio: tecidos, moda e linguagem. So Paulo: Estao das

    Letras, 2006

    FEGHALI, Marta Kasznar. As engrenagens da moda. Rio de Janeiro: Ed. Senac Rio, 2004

    FIGUEIRA, Divalte Garcia. Histria. So Paulo: tica, 2006.

    FILHO, DuilioBattistoni. Pequena Histria da Arte. So Paulo: Papirus, 1989

    GOMBRICH, Ernst Hans. A Histria da Arte. So Paulo: LTC, 1999.

    JANSON, H.M. Histria Geral da Arte. So Paulo: Martins Fontes, 2001.

    JANSON, F.Anthony; JANSON, H.W. Iniciao Histria da Arte. 3 ed. So Paulo:

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    MACKENZIE, Mairi. Ismos para entender a Moda. So Paulo: Globo, 2010.

    MORACE, Francesco. Consumo autoral: as geraes como empresas criativas. So Paulo:

    Estao das Letras,2008.

    MORAES, Jos Geraldo Vinei de. Histria Geral e Brasil. 1 ed. So Paulo, Atual, 2003.

    MOURA, Mnica. A moda entre a arte e o design. In: PIRES, Dorotia Baduy (Org). Design

    de Moda: olhares diversos. So Paulo: Estao das Letras e Cores, 2008.

    NERY, Marie Louise. A evoluo da indumentria: subsdios para criao de

    figurino.Rio de Janeiro: Ed. Senac Nacional, 2004

    PEZZOLO, Dinah Bueno. Tecidos: Histria, trama, tipos e usos. So Paulo: Senac, 2007