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XL Março 2016 Nº122 ISSN 0102-8235 Órgão Oficial da Associação Brasileira de Químicos e Coloristas Têxteis www.abqct.com.br Corporate Member Membro Titular

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chapéu

XL Março 2016 Nº122ISSN 0102-8235

Órgão Oficial da Associação Brasileirade Químicos e Coloristas Têxteis

www.abqct.com.brCorporate Member Membro Titular

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sumário

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46estampariaOS LIGANTES NA INDÚSTRIA TÊXTIL

fibrasFABRICAÇÃO DE MICROFIBRAS ANTI

BACTÉRIAS DE ÓXIDO DE POLIETILENO/

QUITOSANO PELA TÉCNICA DE

ELETROFIAÇÃO

equipamentosINFORME DA AÇÃO DO CLORETO DE

SÓDIO E DO SULFATO DE SÓDIO SOBRE O

AÇO INOXIDÁVEL DAS MÁQUINAS TÊXTEIS

corantesESTUDO DA ALTERAÇÃO DE TONALIDADE

EM TECIDOS DE SEDA E LÃ TINTOS COM

CORANTES NATURAIS SUBMETIDOS AO

TESTE DE SOLIDEZ DA COR À LAVAGEM

corantesESTUDO SOBRE VARIAÇÕES DE

TONALIDADE EM PEÇAS CONFECCIONADAS

DE ALGODÃO TINGIDAS COM CORANTES

REATIVOS

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Diretoria NacionalPresidente: Evaldo Turchet

Vice-Presidente: Lourival Santos Flor1º Secretário: Ricardo Vital de Abreu

2º Secretário: Reginaldo Rogério Segura1º Tesoureiro: Agostinho de Souza Pacheco

2º Tesoureiro: Adir GrahlDiretor Técnico: Humberto Sabino

Núcleo AmericanaCoordenador: Durval B. F. Costa

Vice-coordenador: João José GloboSecretário: Izaias Ezipati

Tesoureiro: Eduardo JungerSuplente: José Antonio M. Lima

Suplente: Irani Monteiro

Núcleo NordesteCoordenador: Clélia Elioni Ferreira de CarvalhoVice-coordenador: Silvagner Adolpho Veríssimo

Tesoureiro: Francisco Paiva CostaSecretário: Milton Glavina

Suplente: Manuel Augusto Vieira

Núcleo Santa CatarinaCoordenador Geral: João Vergilio Dias

Vice-coordenador: Walter Alvaro da Silva JuniorSecretário: Vitor Alexandre dos Santos

Tesoureiro: Sérgio da Costa VieiraSuplente: André Luiz Klein da SilvaSuplente: Luiz Alexandre Schneider

Corpo RevisorEsta edição da Revista Química Têxtil contou com uma equipe técnica

para revisar os artigos aqui publicados.A equipe é formada pelos seguintes profissionais

Agostinho S. Pacheco, Humberto Sabino,Ricardo Vital e Vitor dos Santos

Os autores devem enviar seus artigos para publicaçãocom pelo menos 3 meses de antecedência.

ExpedienteQuímica Têxtil é uma publicação da Associação Brasileira de

Químicos e Coloristas Têxteis. Os artigos publicados aqui são de inteiraresponsabilidade dos seus autores. ISSN 0102-8235

Periodicidade: trimestral (março/ junho/ setembro/ dezembro)Distribuição: mala direta para os associados da ABQCT: indústrias têxteis,

tinturarias e entidades filiadas à FLAQT e AATCC.Circulação: São Paulo, Santa Catarina, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Produção Gráfica: Raphael Inácio(11) 9 9804.0962

[email protected]

Impressão: Gráfica Referência

Administração e Departamento ComercialPraça Flor de Linho, 44, Alphaville, 06453-000, Barueri, SP11- 4195 4931 / Fax 11- 4191 9774 / [email protected]

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editorial

Estamos atravessando mais uma crise e, como sempre, precisamos da nossa criatividade e esfor-ço para superarmos as adversidades como já fizemos antes por diversas oportunidades. Porém, ape-sar da crise, as notícias vão pipocando em várias fontes e algumas delas nos trazem animo para tocar adiante o nosso dia a dia, pois são boas e abrem oportunidades para nossas empresas, mostrando que tudo é passageiro.

Por exemplo, em 11 de Fevereiro o Sinditec publicou um boletim com o título: Dezembro tem su-perávit têxtil, informando que “pela primeira vez, desde 2007, o setor exporta mais do que im-porta no último mês do ano, com queda de 20% nas compras e aumento de 30% nas vendas”.

O mesmo boletim informa que o setor têxtil e de confecção registrou um saldo positivo de US$ 35 milhões, que embora não tenha sido suficiente para reverter o déficit acumulado do ano, mostra que o Brasil importou um montante de US$ 287,84 milhões, volume 19,82% menor em relação às compras de Novembro, registrando queda pelo quarto mês consecutivo, com tendência de queda ainda maior.

Das 19 categorias de produtos monitoradas, apenas quatro tiveram aumento de importações sobre o mês anterior. As outras 15 categorias mostraram recuo nas importações. Ao contrário, as ex-portações voltaram a subir 34,64% quando comparadas a Novembro e somaram US$ 322,90 milhões. Isto é uma boa notícia.

Por outro lado, em boletim da mesma instituição datado de 12 de Fevereiro cujo título é: Câmbio faz setor têxtil projetar 2016 no azul, comentando que o “setor, que terminou 2015 com que-da de 3,9%, estima recuperação de 4,9% com a disparada do dólar e diminuição no volume de importações”.

A Associação Brasileira da Indústria Têxtil (ABIT) projeta um crescimento de 4,9% no faturamento em reais durante 2016, resultado que interrompe uma série negativa que vem desde 2013. A dispara-da da cotação do dólar desde 2015 deve ser a maior responsável porque tende a diminuir as impor-tações e dar fôlego para os fabricantes nacionais.

É claro que estamos em difícil situação e as indústrias em geral estão em grandes dificuldades, mas isso não deve ser motivo de desalento e desanimo. Nosso passado mostra grandes superações em situações semelhantes à atual e, com esforço e trabalho de todos sempre superamos os obstácu-los e seguimos adiante, produzindo, comprando e vendendo.

Isto não vai nos derrubar, portanto, vamos arregaçar as mangas e seguir produzindo.

Evaldo Turchet Presidente

NOTÍCIAS BOAS, APESAR DA CRISE

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INTRODUçãONo tingimento de algodão e fibras celulósicas, com

corantes diretos, reativos, tina, naftóis (azóicos insolú-veis) e sulfurosos, pelo sistema de esgotamento (batch), se torna necessário o emprego de um eletrólito neutro, cuja função é aumentar e controlar a afinidade dos co-rantes, tanto para controle da cinética dos tingimentos (e portanto da igualização), como para otimizar o esgo-tamento (rendimento e reprodução da cor).

O eletrólito neutro tem duas funções:-

Tradução: Agostinho S. Pacheco – ABQCT Revisão: Humberto Sabino

AuTOR: JOSEP VALLDEPERAS Intexter, Terrassa – Espanha

INFORME DA AÇÃO DO CLORETO DE SÓDIO E DO SULFATO DE SÓDIO SOBRE O AÇO INOXIDÁVEL DAS MÁQUINAS TÊXTEIS

• Porumaparte,incidenasolubilidadedoscorantesno banho aquoso de tingimento, ao diminuir sua ionização, por efeito de íon comum.

• Por outro lado, o cátion do sal neutro contribuipara neutralizar o potencial “Z”, ou potencial ele-tronegativo, que adquirem em sua superfície as fibras celulósicas ao entrarem em contato com o banho aquoso de tingimento, por se tratar de dois materiais com distintas eletronegatividade, e que se não for neutralizado, exerce uma repulsão so-bre os ânions coloridos dos corantes.

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equipamentos

Todas estas funções dependem mais do cátion do eletrólito neutro do que de

seu ânion, pelo que os mais usados são os mais disponíveis e baratos, em geral sais de sódio. Como ânions, e em princípio, é indiferente o ânion sulfato ou o ânion cloreto, enquanto que outros ânions origi-nam sais com propriedades não tão “neutras” (exemplo o acetato, formiato, etc., que além disso aumentam a DQO), ou com características oxidantes ou complexan-tes (ânions do nitrogênio ou do fósforo por exemplo).

Não é habitual o emprego de outros cátions, como o Lítio ou o Potássio, por serem menos abundantes e por isso, mais caros.

Por isso, questiona-se se existe alguma diferença no uso de Sulfato de Sódio ou Cloreto de Sódio nos processos industriais de tingimento têxtil.

EXPOSIçãOTal como apontado anteriormente, no fenômeno

físico-químico do tingimento, quando o corante é do tipo aniônico, isto é Col-SO3Na < -- > Col-SO3 + Na+, que em seu estado sólido para utilização têxtil está sob a forma de sal sódico, o elemento ativo é o cátion do eletrólito neutro já que (X Na -- > X + Na+). Na ioniza-ção do mesmo é gerada uma quantidade de cátions de sódio (Na+) notavelmente superiores aos originados pelo próprio corante e permitem tanto a regulação do equilíbrio de ionização do próprio corante e, portan-to, seu nível de solubilidade, como a neutralização do potencial “Z” adquirido pela fibra (negativo) para evitar a repulsão dos ânions corante e por isso permitir e go-vernar seu processo de adsorção na superfície da fibra têxtil e posteriormente sua difusão, ou em conjunto o “verdadeiro” tingimento, que não é a “pintura” da fibra.

Fora outras considerações tais como a solubilida-de, o estado cristalizado ou calcinado do sulfato sódi-co, que incide sobre a proporção de matéria ativa real e por isso no peso de produtos a adicionar em cada tingimento, em geral o cloreto sódico e o sulfato só-dico existentes no mercado provêm de subprodutos de outras reações químicas, ou o primeiro produto de extração mineral ou da água do mar, e ainda que seus preços não sejam altos, existe uma tendência a que, em muitos mercados o cloreto sódico (sal comum) seja mais barato do que o sulfato sódico.

A diferença de preço se deve muitas vezes ao diferen-te grau de pureza ou limpeza de ambos os sais e, também

existe no mercado de um ou outro tipo sais com preços diferentes segundo o nível de pureza ou tipo de conta-minantes que contêm, os quais são devidos em muitos casos a sua procedência e/ou armazenagem.

Ambos os sais neutros, para seu emprego no tin-gimento têxtil, devem estar isentos de metais pesados (os mais frequentes Fe e Cu), por sua fácil interação com o corante aniônico dissolvido no banho de tin-gimento, mas devem ser conhecidas com detalhes a presença de outros metais como Mn, Ca, Mg, Sn, Pb, etc., pois não é impossível sua presença nos citados eletrólitos neutros.

Outro aspecto diferencial entre ambos os sais neu-tros, cloreto sódico e sulfato sódico, é que o primeiro está disponível sob a forma de solução saturada (sal-moura), o que facilita sua manipulação e dosificação como líquido nas indústrias químico-têxteis, enquanto que o sulfato sódico, seja cristalizado (.12 H2O) ou cal-cinado, deve ser dissolvido porque não é possível sua armazenagem e manipulação como solução saturada.

Deixando claramente mencionados os aspectos fundamentais com respeito ao uso de um ou outro sal neutro, e ficando claro que sua função é idêntica quan-to à própria físico-química do processo de tingimen-to, que constitui sua ação fundamental, fica somente por esclarecer o “temor” infundado, mas existente, da possível ação corrosiva do cloreto sódico sobre o aço inoxidável atual das máquinas de tingimento.

A capacidade corrosiva do cloreto sódico é mais conhecida e notória em nível popular pelos claros efei-tos que as atmosferas marinhas têm sobre o entorno, tanto de construções pétreas como metálicas nos po-voados costeiros e nos próprios elementos marinhos (barcos, correntes, píeres, etc.) do que a do sulfato sódi-co, por que os mares e oceanos não são salgados com sulfatos, mas sim com cloretos.

O fenômeno que se produz nas soluções aquosas de cloreto sódico é tão simples assim:

ClNa → Cl- + Na+

Isto é, sua ionização total em água destilada, por se tratar tanto o ânion como o cátion de elementos altamente polares, mas que em pH neutro mantêm a nível global uma carga elétrica totalmente neutraliza-da ou nula e sem nenhuma ação de outro tipo que seu próprio estado iônico.

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equipamentos

A capacidade corrosiva do Cloro se deve a fenô-menos de oxi-redução e somente se produzem quan-do, por diferentes tipos de reação podem gerar cloro livre,

2 Cl- → Cl2 → 2Cl

que por sua vez pode gerar radicais cloro de alta reatividade frente a outros compostos minerais, orgâ-nicos ou metálicos.

A geração de cloro livre (gás ou dissolvido em água) exige umas condições, tanto térmicas como de potencial redox que não existem em um banho de tin-gimento contido em uma máquina de aço inoxidável, nem sequer nas condições de pH ligeiramente ácidos dos tingimentos de poliéster com corantes dispersos a 130ºC, com ácido acético, que como ácido é muito mais débil que o clorídrico.

Por isso, se não existirem impurezas no próprio cloreto sódico, como sais de Mn, Pb, Sn ou outros me-tais com acentuado caráter redox, sua utilização no tingimento não produz nenhum efeito sobre o aço inoxidável, porque não gera o potencial de oxidação--redução mínimo necessário para solubilizar e/ou oxi-dar o Fe contido no mesmo.

Tal afirmação foi comprovada no Laboratório de Tecnologia Têxtil Química do INTEXTER (Espanha), em um estudo de Maio de 1999, feito para um fornecedor de salmoura, efetuando 250 processos de tingimento “All-In” de uma mistura de poliéster/algodão (67/33) com corantes dispersos e reativos em uma única fase, com a primeira fase a 130ºC, por 30 minutos, com pH = 5 e, a segunda fase, após resfriar o banho até 80ºC e adicionar 20 g/l de carbonato sódico e manter por 30 minutos.

Foram estudadas duas chapas de aço inoxidável, fornecidas por um construtor espanhol de máquinas de tingimento, uma lisa e outra com uma solda unin-do dois pedaços, para determinar possíveis efeitos da ação térmica na solda verificando-se uma possível maior facilidade de oxidação ou ataque.

Foram feitas comparações, com o mesmo proces-so, usando-se diferentes quantidades de eletrólitos, ou seja, 70 g/l de Sulfato Sódico e 70 g/l (210 g/l de sal-moura) de Cloreto Sódico.

Depois de 10, 25, 50, 100 e 250 processos, sobre as mesmas amostras de aço inoxidável, a superfície

das chapas foram observadas no microscópio, tanto a lisa como a parte mais rugosa das zonas de solda, apreciando-se que os sulcos da própria rugosidade apresentavam aspectos “escuros”, tanto nos tingimen-tos com sulfato como com cloreto, que poderiam ser interpretados como “sujeira”, mas também como a for-mação de uma capa de óxidos ou sais de ferro.

Como é habitual nas próprias máquinas de tingi-mento, depois de certo número de processos, foi reali-zada uma lavagem redutora a 130ºC durante uma hora e, através de observação microscópica corresponden-te foi comprovado o estado real impoluto do aço inoxi-dável tanto nas superfícies lisas como nas mais rugosas e com crateras nas zonas soldadas, nos dois tipos de eletrólito neutro utilizado nos tingimentos.

O exposto demonstra, tanto desde a base teórica como com dados objetivos experimentais, que o em-prego de cloreto sódico nos processos de tingimen-to, inclusive tratando-se de misturas têxteis contendo poliéster e tintos a 130ºC com banhos que já contêm o cloreto, não produz nenhum efeito corrosivo nas má-quinas de aço inoxidável, sempre que o cloreto sódico utilizado seja de pureza adequada e não contenha con-taminantes capazes de produzir efeitos de oxi-redução.

Tais possíveis efeitos de oxi-redução também são minimizados, quando existirem como é habitual, man-tendo-se uma excelente conexão da máquina de tingi-mento com a terra, através de aterramento adequado.

Esta conexão com a terra é habitual, sempre que por motivos variados (exemplo: vibrações, cavitações, etc.) não se disponha de ancoragens sobre placas de borracha. Mesmo neste caso, se os pontos de apoio da máquina (pernas) estiverem envolvidos em concreto e chumbadas no solo torna-se mais fácil a descarga elé-trica, através das pernas já que, além disso, é bastante normal que o solo se encontre molhado pelos trans-bordes de banhos e águas do processo.

Isto é, os possíveis efeitos corrosivos do clore-to sódico usado nos tingimentos seriam devidos a quantidade e tipo de certas impurezas possíveis se sais industriais de qualidade inadequada, mas não em absoluto, ao próprio produto químico Cloreto Sódico, com impurezas aceitáveis para o próprio tingimento como seria o cloreto de lítio ou o cloreto de potássio, sendo que este último pode existir em salmoura pro-veniente de salinas marinhas, mesmo que em peque-nas quantidades.

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QUÍMICA TÊXTIL

INTRODUçãOAproximadamente, 50% dos estampados têxteis

são feitos por estamparia pigmentária na atualidade, devido a:

• Economia.• Simplestécnicadeaplicação.Nãosenecessitado

processo vaporização e de lavagem posterior au-xiliares, nem o corante não fixado; procedimentos necessários na totalidade das técnicas clássicas de estamparia.

• Procedimento versátil: o pigmento insolúvel, só-lido e carente de afinidade, se adere a qualquer fibra por meio de uma resina ou ligante.

• Atécnicadeestampariapigmentáriaéconhecidadesde a antiguidade, três mil anos atrás, quando os pigmentos minerais eram moídos com resinas

OS LIGANTES NA INDÚSTRIA TÊXTIL

naturais adesivas, tais como os óleos de secagem, soluções de albuminas e gomas vegetais viscosas e então usados para pintura sobre substratos têx-teis em forma de desenhos.

• A importância moderna desses pigmentos datada segunda guerra mundial (1939-1945); quando a empresa IG Farben, com sede em Leverkusen (Alemanha) descobriu o uso da técnica de copoli-merização de olefinas (butadieno, ésteres vinílicos, acrilonitrilo e ésteres do ácido acrílico) em emul-são. Essa técnica já havia sido descoberta em 1930.

• Em1937,aempresa InterChemicalCorporation,dos Estados unidos, desenvolveu a pasta de es-tamparia baseada em emulsões de água em óleo. Entretanto, somente em 1960, foram obtidos es-tampados econômicos de moderada solidez à la-vagem utilizando esta técnica.

Tradução: Agostinho S. Pacheco – ABQCT Revisão: Vitor dos Santos

AuTOR: MIRKO R. COSTAInstituto Químico de Lima, Peru

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estamparia

OS COMPONENTES DO SISTEMA DE ESTAMPARIA PIgMENTáRIA

Os sistemas de estamparia pigmentária utilizados com sucesso atualmente estão baseados em três com-ponentes de igual importância:

• Oliganteeseusenlaçadorestransversais.• Osespessanteseseusauxiliaresparamanterare-

ologia da pasta.• Adispersãodopigmento.

O ligante é uma substância formada por macro moléculas que ao se entrelaçarem formam uma pelí-cula insolúvel que se adere ao substrato têxtil e prende o pigmento.

A película do ligante é transparente e de estrutura tridimensional, ainda que a terceira dimensão seja de menor importância do que as outras duas.

O entrelaçamento transversal entre as cadeias po-liméricas adjacentes ou os enlaçamentos com agentes transversais externos apropriados ocorrem durante a fixação pelo calor seco e alteração no pH do meio.

O grau de enlaçamento transversal é crítico; se ex-cessivo conduz à rigidez das macromoléculas, carência de extensibilidade da matriz e rigidez da película. O baixo grau de enlaçamento transversal afeta a solidez do estampado.

O limite é determinado pela inserção do pigmen-to dentro da película para que:

• Opigmento inseridosejasólidoaousoeà lava-gem.

• Apelículatenhaelasticidade,coesãoeaderênciaao substrato (tecido).

• Apelículapossuaresistênciaàhidrólise,nãoincheem presença de solventes na lavagem (em seco ou aquosa) e facilite a retirada do pigmento.

• A película possua ligeira termo elasticidade quelhe confere um toque agradável.

Os ligantes são copolímeros de adição de uma es-trutura similar a:

A técnica usada na fabricação dos ligantes é uma copolimerização em emulsão. Os ligantes contêm en-tre 40 a 45% de sólidos de aparência muito parecida com o leite, em dispersão aquosa (látex), por ser esta forma as mais fáceis de produzir, transportar e usar.

Dependendo das propriedades requeridas na pe-lícula do ligante, isto é: suavidade, elasticidade, plasti-cidade, estabilidade ao solvente e solidezes a luz e ao uso, são escolhidos os monômeros que constituem o ligante.

As propriedades de solidezes, toque e rendimento tintorial do estampado são determinadas pelo ligante. Assim:

• Asolideza fricçãodependedaelasticidadeeda

tenacidade da película, do coeficiente de fricção com o tecido e da aderência ao substrato.

• Asolidezalavagemdependedaboaaderênciadoligante ao polímero e do ligante ao substrato.

• Umapobresolidezà luz,namaioriadoscasos,écausada pela degradação (ruptura) do ligante que ocasiona uma exposição à luz ultravioleta.

• O toque do tecido estampado é determinadopela dureza ou suavidade do ligante, ainda que, também seja afetado por sua deposição sobre o tecido. Maior penetração do ligante aumenta a ri-gidez por restrição do movimento das fibras, mas melhora a ancoragem da pasta colorida (solidez), ainda que diminua o rendimento tintorial.

As propriedades do ligante dependem dos monô-meros e de sua proporção na conformação. Os monôme-ros usados na síntese dos ligantes para fornecer as pro-priedades requeridas na estamparia pigmentária são:

h3C

or¹ or² or³n

Ch

Co Co Co Cn

Ch Ch ChCh2Ch2Ch2Ch2

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estamparia

A:- 1,3 Butadieno

O homopolímero é muito suave, mas demasia-damente pegajoso pelo que é copolimerizado com outros monômeros mais tenazes para contrabalançar suas propriedades. Como contém dois enlaces duplos reativos; logo após a polimerização, um dos dois enla-ces não saturados permanece reativo. O duplo enlace oferece propriedades elásticas que o tornam mais su-ave e promove recuperação dimensional; mas é sus-ceptível à oxidação por exposição à luz ultravioleta e produz composto de coloração amarelada. Entretanto, sua incorporação melhora a solidez à abrasão (fricção) e suaviza o toque do estampado. Os sistemas de látex econômicos estão baseados em co-monômeros com estireno; em menor proporção aparece com acrilo ni-trilo e em menor ainda com acrilato.

B:- Acetato de vinilo

Confere boa aderência a uma grande variedade de substratos (fibras), é muito rígido para ser usado por si só, além disso, possui pobre resistência à água, não é muito estável em altos níveis de pH e tende a hidrolisar-se para formar álcool polivinilico e ácido acé-

tico, não suporta fadiga mecânica (envelhecimento) e é suscetível à oxidação, o que lhe causa descoloração. Mas é relativamente barato. É copolimerizado com eti-leno, metacrilato de metilo ou acrilato de butilo para superar estas desvantagens, mantendo as proprieda-des de boa aderência, tenacidade e flexibilidade das películas. Influi nas propriedades termoplásticas e bai-xa aderência do copolímero final.

C:- Estireno ou Vinil Benzeno

Fornece a resistência média à abrasão úmida e seca, oferece um bom rendimento de cor apesar da baixa solidez à lavagem a seco devido a sua alta so-lubilidade em solventes clorados; possui pobre com-portamento ao uso prolongado. É susceptível à degra-dação por solventes não polares e se oxida quando é exposto à luz ultravioleta. Oferece bom toque, melhora a resistência e a dureza de co-monômeros mais suaves como o butadieno ou os acrílicos (acrilato de butilo). Mais econômico que outros monômeros usados na fabricação de ligantes, se for usado como barateador. A adição de um antioxidante ajuda no problema de oxidação. Os látex de estireno são difíceis de estabilizar em sistemas não iônicos, por isso apresentam pouco interesse futuro.

Ch2 = Ch - Ch = Ch2

Ch2 = Ch

o - Co - Ch3

hC = Ch2

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estamparia

Seus preços são relativamente altos, variam com a oferta e a procura. Sua parte negativa é que conferem corpo volumoso ao estampado, ainda que as versões modernas sejam aceitáveis. Necessitam ser estabilizados para serem usados em máquinas planas e em rotativas.

O acrilo nitrilo oferece corpo e resistência, sem au-mentar dramaticamente a rigidez ao extremo, como faz o estireno.

Com eles são fabricados os ligantes de melhores resistências à abrasão; excelente resistência aos sol-ventes e prolongada vida. Facilmente polimerizam em

Os acrilatos são polímeros termoplásticos o que significa que não possuem boa recuperação dimen-sional; de notáveis propriedades óticas, resistência ao meio ambiente e à água. Não amarelam, podem ser usados em todas as cores, mas de resistência à abra-são (fricção) diminuída. Todos os acrilatos requerem copolimerização para conseguir solidezes aceitáveis. O acrilato de etileno possui uma temperatura de tran-sição vítrea em uma faixa aceitável para um látex de estamparia. O acrilato de butilo é demasiado suave (é copolimerizado com metacrilato de metilo).

Ch2

Ch2Ch2

Ch2

Ch2

Ch2

Ch2 Ch2

Ch2

Ch2 Ch2Ch2

Ch3

nh2nh4

Ch3

Ch3h2C

- h2o - h2o

Ch3

Ch3

Ch2 - Ch2 - Ch2 - Ch3

Ch2

Ch3

Ch

oh oh

o

o

on

o

o oo

o

o-

+

o oo

oC

C

CC

C

C CC

h

hh

h

hh

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CC

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C CC

C

C

=

=

==

=

= ==

=

==

=

= ==

=

==

Ch2

Ácido acrílico

Meta Acrilato de metiloAcrilato de 2 etil hexilAcrilato de Metilo

Acrilato de Amônio Acril Amida Acrilo nitrilo

Acrilato de butilo

Ácido meta acrílico

D:- Os acrilatos

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sistemas não iônicos que oferecem estabilidade mecâ-nica até, praticamente, não apresentar problemas nas máquinas automáticas.

Suas desvantagens são: o custo elevado, a ten-dência a amarelar em altas temperaturas (cores azuis pastéis se tornam verdes e cores rosadas se tornam salmão).

Os polímeros de acrilo nitrilo-butadieno exibem melhorada eficiência, uma emulsão com 30% de sóli-dos possui a mesma tenacidade do que uma emulsão de acrilato a 40%.

AS PROPRIEDADES DOS LIgANTES DURANTE A ESTAMPARIA

O comportamento do ligante durante o trabalho é muito importante, sendo recomendado efetuar provas de:

• Re-dispersabilidade:-ahabilidadedeumapelícu-la seca de re-dispersar em água. Esta prova avalia a possibilidade de parar a máquina em qualquer momento durante a estampagem sem que os quadros se sequem, nem a tela se obstrua.

• Estabilidade mecânica:- prova importante nosestampados de quadros rotativos; a cor na pasta deve manter-se inalterada sob o cisalhamento en-tre o quadro e a régua, sem gerar espumas.

• Reologia:- a pasta deve possuir um comporta-mento pseudo-plástico, isto é, tornar-se mais fina durante a passagem pela tela, mas recuperar sua viscosidade imediatamente ao desaparecer a for-ça de cisalhamento.

• Oefeito sobrea reologiadacordeveser levadoem consideração, com cortes de variadas concen-trações na pasta em uso.

AS PROPRIEDADES fÍSICAS DO ESTAMPADO

Estas são avaliadas sobre o tecido de maneira co-mum: fricção seca, fricção úmida, luz, lavagem, toque e rendimento tintorial.

O método atual de avaliação da solidez empregado pela ISO não leva em consideração a fadiga mecânica do ligante; durante a lavagem em lavadora doméstica não se reproduzem as condições abrasivas de ação mecânica.

A prova de maior êxito em reproduzir estas con-dições é aquela desenvolvida pela cadeia britânica de supermercados Marks & Spencer.

Os fatores que afetam a solidez a fricção seca são: a elasticidade da película, sua colocação sobre o tecido e quantidade de ligante.

Os fatores que afetam a solidez a abrasão úmida são: a resistência e o coeficiente de fricção da película. Esses fatores são conseguidos por um compromisso entre o entrelaçamento e a suavidade do ligante.

A solidez à lavagem é uma medida da retenção da cor sobre o tecido após contínuas lavagens. Isto é in-fluenciado pela aderência do pigmento ao tecido; en-tão, a aderência do pigmento ao ligante e a aderência do ligante ao tecido determinam a solidez à lavagem.

A dureza afeta a abrasão úmida e a solidez à lava-gem; durante o ciclo de lavagem, o tecido é fricciona-do contra si mesmo, um alto coeficiente de fricção e uma pobre resistência à abrasão nas rugas do tecido resultam em uma grande perda de cor.

A solidez à luz é a resistência de uma cor à exposi-ção à luz solar ou a uma fonte de luz artificial. Esta soli-dez é influenciada, principalmente, pelo pigmento, mas, também, pela resistência à degradação provocada pela luz ultravioleta. O ligante pode alterar a absorbância e a reflexão de cor do pigmento. Um pigmento é mais sus-ceptível à degradação ultravioleta e a sua descoloração uma vez que o ligante tenha sido destruído.

Uma definição de toque ou tato é difícil de encon-trar; uma diz: “toque é o coeficiente de fricção entre o tecido e a mão do avaliador”.

O toque do tecido estampado é modificado pelo tipo de polímero usado no ligante, pela inclusão de um amaciante, ou a de um agente de carga à pasta, ou por efeitos mecânicos que suavizem a pasta. A desconti-nuidade da película também determina a suavidade ou rigidez do estampado. O toque de um artigo pode afetar sua aceitação ou reprovação do estampado pelo usuário.

OS ENLAçADORES TRANSvERSAISA aderência e a elasticidade da película são modi-

ficadas com o enlaçamento transversal. As reações de enlaçamento transversal devem ser

o resultado de enlaces covalentes porque são resis-tentes à hidrólise, aos banhos de lavagem, ao suor do corpo do usuário e às atmosferas industriais. A reação deve ser ativada para que tome lugar somente durante o período de fixação e não durante o período prévio ao momento de estampar.

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Existem dois tipos de reação de entrecruzamento:

1.- Reação de enlaçamento transversal simples, é a condensação interna entre os grupos carboxílicos e hidro-xilos presentes nas macromoléculas da película. Para isso, se necessita de altas temperaturas e de um meio ácido; o risco de amarelamento do tecido e hidrólise do recém-formado enlace éster é alto pela sensibilidade frente à acidez.

2.- Enlaçamento transversal externo através dos compostos n-metilol amidos com o tri até hexa metilol melamina: acontece sob condições ácidas mais débeis. Os compostos formados de enlaces transversais externos são relativamente sólidos a hidrólise; seja pelo resultado da reação do grupo metilol com outro igual ou pela rea-ção do grupo metilol com um grupo hidroxilo no copolímero do ligante. A reação de equilíbrio requer que a água formada durante a reação seja eliminada. Emprega-se ar quente, acima de 120ºC de temperatura, por conseguinte, a polimerização é apropriada para este tipo de reação.

O enlaçamento transversal poli-n-metilólico na estampagem pigmentária foi apresentado pela primeira vez

em 1955. Hoje, é muito comum usar co-monômeros, como o metilol acrilo amida, metilol metacrílico amida ou compostos mais estáveis como metilo éter destes, para polimerizar-se com monômeros do ligante.

As macromoléculas contêm aproximadamente 2% de grupos n-metilólicos, distribuídos homogeneamente através das cadeias do ligante.

Uma porcentagem mais alta de grupos metilólicos resulta em cadeias muito rígidas. O enlaçamento transver-sal diminui a extensibilidade, contribui para uma maior resistência da película à fricção e à lavagem, mas o toque do estampado é demasiadamente duro.

estamparia

+ +

+

L-Ch2oh L-Ch2o Ch2-Lph < 5

hoh

hohL-Ch2oh L-Ch2-oL

ho-Ch2-L

ho-L

0

hn

hn

hn

nh nh

nh

nh

nh

nhn

n

n

nn

n

n

n

n

Ch2oh

Ch2

Ch2 - o -

Ch2oh

Ch2oh

o - Ch2

hoh2C

Ch2oh

Tri metilol melamina

EnlaçamentoMelamina - liganteLigante

Ligante

Melamina - melamina

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Os compostos do tipo poli sacarídeo coloidal, como o amido, éter de celulose, alginato ou algarroba, são empregados nas pastas de estampar de vários ti-pos de corantes. Estes produtos de espessamento não são apropriados para a estamparia pigmentária devido a necessidade de uma lavagem para sua eliminação e para a eliminação do corante não fixado, além disso, as películas são quebradiças e opacas, sem reflexão de luz, de baixas solidezes e de toque muito duro.

As pastas de estamparia devem possuir fluxos pseudo-plástico (perder viscosidade com a força de corte e recobra-la na ausência desta) para transferir--se facilmente aos tecidos com penetração limitada, que diminuam o rendimento tintorial no caso de ha-ver penetração demasiada. As pastas de estamparia permanecem sobre a superfície graças à sua reologia e, produzem maior rendimento tintorial, uma marca mais nítida e cores mais brilhantes. Quando ocorre pouca pe-netração da pasta, nem o espessante, nem o enlaçador transversal aderem aos fios e assim se consegue um toque melhor na área estampada. O endurecimento é causado ao ancorar (penetrar e ligar) os fios e as fibras.

A forma de espessar o estampado pigmentário mais prática é o uso de uma emulsão de solvente em água. As emulsões compostas de aproximadamente 70% em peso de hidrocarbonetos em fase dispersada, 0,5 a 1% de emulsionante não iônico com um HLB de 12 a 15, e 29% de água na fase contínua, são as mais apropriadas.

O tamanho da bolha do solvente emulsionado depende do tensoativo e da eficiência do agitador. As emulsões homogêneas, de tamanho de bolha unifor-me, conferem o máximo grau de estabilidade e de ren-dimento tintorial.

Por razões fisiológicas, os solventes utilizados devem ser de muito baixa toxicidade, odor não irri-

tante e ponto de volatilização nas proximidades de 30ºC, com ponto de ebulição entre 160ºC a 200ºC, e densidade entre 0,76 a 0,8 g/cm³. Esses solventes são particularmente apropriados pois, seus compo-nentes, exceto o emulsionante, se evaporam e não deixam resíduos como consequência da volatilização, não alteram o toque do estampado e, também, de-vido a entalpia de evaporação dos solventes é uma quarta parte de água, a secagem é mais rápida. Por outro lado, os produtos são muito caros e por razões ecológicas, a emissão de substâncias orgânicas na at-mosfera tem sido vetada por leis.

Nos anos 60, foram desenvolvidos agentes base-ados em polímeros sintéticos que derivam de monô-meros aniônicos, como ácido acrílico, ácido metacrílico e anidro maleico; com uma reologia similar a aqueles espessantes de emulsão, com extremamente baixa quantidade de sólidos, que têm um alto poder de in-chamento, que chega ao seu máximo inchamento em pH entre 9 ou 10, quando a ionização dos radicais car-boxílicos alcança seu máximo grau de hidratação em água. Antes de alcançar esse ponto, o polímero man-tém seu estado original da cadeia com grupos carboxí-licos ácidos, sem dissociar-se.

A neutralização, em pH 9 ou 10, conduz a um esti-ramento da cadeia principal e a separação das cadeias laterais do polímero devido a total dissociação dos íons carboxilatos que se repelem com força, uns aos outros. Isto traz como resultado uma expansão de até cem ve-zes em seu tamanho e as partículas do polímero hidra-tadas adquirem uma dimensão similar a das gotas do solvente em emulsão.

As partículas inchadas com água estão fortemen-te ligadas e possuem propriedades de fluidez pseudo--plásticas.

Co2hCo2h

Co2h

Co2 Co2

Co2Co2

nh4 nh4

nh4

-

- -

- ++

+ +nh4

Co2h

Espessante ácido/neutro Espessante alcalino

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estamparia

O agente empregado para a neutralização é amo-níaco, o qual é eliminado sob as condições de seca-gem e termofixação. Os grupos carboxílicos livres no poli ânion espessante fornecem o meio ácido para que o ligante e os agentes de enlaçamento transver-sal possam reagir formando e fixando o enlaçamento transversal. O fosfato di-amônio assegura o meio ácido necessário para a fixação do ligante.

OS TIPOS DE SISTEMAS DE ESTAMPARIA PIgMENTáRIA

Devido às muitas misturas de fibras no mercado: algodão, poliamida, acrílico e outras e, devido à boa aderência sobre todas elas, inclusive sobre a fibra de vidro, o sistema pigmentário é o método mais simples de estamparia. Este método pode ser:

• Todoaquoso:semsolventes.• Óleoemágua,queporsuavezpodeser: > Baixo solvente (10 – 15% de solvente). > Médio solvente (40 – 50% de solvente). > Alto solvente (75-80% de solvente).• Faseoleosa:Águaemóleo.

O sistema totalmente aquosoO resultado de sua popularidade se deve ao custo

elevado do solvente e à pressão ecológica mundial. Al-gumas de suas vantagens são: a facilidade de penetra-ção, o baixo custo e inexistência de poluição atmosfé-rica. Entre as desvantagens citamos: a dificuldade para manter a viscosidade constante, as dificuldades para obter nitidez nos desenhos, a relativa perda no rendi-mento tintorial, particularmente nas tonalidades pas-tel, e, finalmente, a perda em brilho. Mais difícil, senão impossível, é a reprodução de tonalidades.

O sistema de baixo conteúdo de solventeAs preparações totalmente aquosas são difíceis de

reproduzir e de conseguir alto grau de brilho, pelo que são incorporadas pequenas quantidades de solven-te para minimizar estas deficiências. A quantidade de solvente empregada é, usualmente, entre 10 e 20% e, com esta pequena quantidade se pode obter nitidez e maior brilho. Além disso, melhora a lubrificação di-minuindo o desprendimento de pelúcia do tecido. A adição de solvente aumenta o custo, mas melhora as propriedades e regula a viscosidade.

Méritos e deméritos dos sistemas de estampagem pigmentáriaSistema

Propriedade Fase águaÓleo/Água

FaseÓleo Propriedade10-20% Baixo 40/50% Médio 75-80% Alto

Penetração Nitidez

Poluição Viscosidade

CustoRendimento Tintorial

Limpeza Brilho

Reprodução

Estampabilidade

Processamento

Toque

Solidezes

água

seco

fricção

luz

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O sistema de médio conteúdo de solventeA incorporação de maior quantidade de solvente me-

lhora a viscosidade e oferece maior uniformidade da cor. O rendimento tintorial obtido é maior. O custo é maior. A quantidade de solvente empregada chega a 50% de sol-vente. Com essa quantidade de solvente o toque do es-tampado fica mais suave, consegue-se cores mais brilhan-tes e melhora o balanço econômico e o rendimento.

O sistema de alto conteúdo de solventeO sistema de alto conteúdo de solvente apresenta

rendimentos mais intensos da cor, excelente cobertura e ótima manipulação. Consegue-se excelente solidez à luz e qualidades para a limpeza a seco, além de re-sistência à fricção, em úmido e seco. A quantidade de solvente que se emprega é de 75% ou mais.

O sistema água em óleoEste sistema oferece um toque suave, boa resis-

tência à fricção, boa penetração e aceitável solidez à unidade. Além disso, excelentes solidezes a múltiplas lavagens, excelente solidez à luz.

A fase oleosaAs emulsões são de óleo em água. Este sistema

nunca gozou de aceitação pela dificuldade para a la-vagem do artigo, sendo necessário o uso de solventes. As formulações contem: 2% de concentrado, 28% de solvente e 68% de água.

A eleição do sistema de acordo com os requerimentos do estampado

Tonalidades muito intensas, toque suave, excelente resistência à fricção e boa resistência à abrasão são deter-minantes em um estampado. Por isso, o sistema escolhi-do deve levar em consideração o uso final do estampado e os requerimentos exigidos para então optar por um sistema. Algumas variantes podem oferecer vantagens adicionais em um processo de estamparia, a saber:

Para conseguir brilho:- Usar solvente para obter estampados mais superficiais, o pigmento na superfí-cie da impressão oferece maior brilho e intensidade de cor. Maior poder absorvente do solvente com o pig-mento e o ligante penetra mais rapidamente no tecido por capilaridade, inibindo a penetração da parte aquo-sa e localiza o pigmento na superfície.

Para conseguir suavidade:- O espessante sintéti-co com elevado rendimento de viscosidade deposita uma película regular e uniforme sobre a superfície do tecido com menor quantidade de substância seca; o resíduo seco influi relativamente pouco no toque da parte estampada. O ligante é que influi em maior grau no toque final. A seleção de ligantes suaves e a adição de um amaciante ajudam notavelmente no toque para melhores resultados em suavidade e tato.

Para facilitar o processo:- A facilidade de manuseio do sistema aquoso impede a secagem demasiada-mente rápida de telas usadas nos quadros de máqui-nas planas e rotativas. As pastas dos sistemas aquosos utilizadas com telas mais finas não conseguem dese-nhos muito definidos, nem desenhos finos. A tempera-tura mínima de fixação com espessantes sintéticos não deve ser menor do que 150ºC, pois nessa temperatura os espessantes sintéticos perdem seu poder de incha-mento e de absorção de água. Com pastas de emulsão podem ser obtidas fixações suficientes em temperatu-ras inferiores (120 – 130ºC).

As partículas de pigmento são agregados molecu-lares incapazes de interagir com a fibra. Seu tamanho e caráter inerte faz com que necessitem ser ligados à fibra por meio da película polimérica do ligante. A pe-lícula encapsula o pigmento e o adere ao tecido, logo após a secagem. O ligante, único elo de ligação entre o pigmento e o tecido determina propriedades de so-lidezes do estampado. Enquanto a pasta de estampa-ria está secando, a película se forma a partir do ligante dispersado; esta formação toma lugar em duas etapas: floculação (ou coagulação) e coalescência.

Durante a primeira etapa de formação da película, o tensoativo e a água são eliminados do sistema por absorção e evaporação respectivamente. Os sólidos dispersados coagulam para formar bolas que possuem somente pobres propriedades de aderência e formação sólida para logo converter-se em uma película parecida com um gel de muito alta compactação. Se as disper-sões dos ligantes são mecanicamente mais estáveis, as partículas coaguladas podem voltar ao seu estado origi-nal ao friccionarem-se entre elas e com a água.

Durante a segunda fase, as partículas do gel fluem juntas para formar uma película contínua. A tempera-tura mais baixa para a formação da película depende da constituição química do ligante (Tg), usualmente na

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estamparia

região de 5ºC. A velocidade na qual se forma a película corresponde ao tamanho da partícula. O poliacrilato de butilo se forma a 0ºC, o poliacrilonitrilo, mais polar, se forma em temperaturas mais altas.

AS DISPERSõES DOS PIgMENTOS Em sua maioria os pigmentos de estamparia

têxtil são compostos orgânicos sintéticos, com exce-ção do Negro de Fumo, o dióxido de titânio, tipo rutilo e anatase (para pigmentos brancos), as ligas de cobre e alumínio (para pigmentos bronze), alguns óxidos de ferro para pigmentos castanhos e o dióxido de titânio recoberto com resinas fluorescentes para pigmentos perolados. Exemplos destes pigmentos incluem:• C.I. PigmentoAmarelo81 (diazo, acrilamida), um

amarelo esverdeado brilhante.• C.I. PigmentoAmarelo83 (diazo, acrilamida), um

pigmento amarelo avermelhado.• C.I.PigmentoLaranja13(diazo,pirazolona),laranja.• C.I.PigmentoVermelho7(monoazo),vermelhoneutro.• C.I. Pigmento Vermelho 122 (quinacridona), um

vermelho azulado brilhante.

• C.I.PigmentoVerde7 (ftalocianinadecobreper-clorinada), verde brilhante.

• C.I.PigmentoAzul60(antraquinona),azulmarinho.• C.I.PigmentoVioleta23(dioxazina),violetaazulado.

As pastas de pigmentos comerciais são dispersões trabalhadas em moinho para sua desintegração em presença de um tensoativo apropriado até que alcan-cem o tamanho ótimo de partícula (0,03 a 0,5 micras).

Se o tamanho do pigmento não for suficientemen-te fino, os estampados ficam opacos e sujos; quando o tamanho da partícula for menor do que a longitude de onda da luz visível incidente, obtém-se uma perda do fator de cobertura e da intensidade da cor.

Nas pastas aquosas de pigmentos, o meio de disper-são é água; nas pastas com solvente, o meio de dispersão será um solvente compatível com a resina que for usada.

Os tensoativos com HLB>10 são usados para dis-persar em meio aquoso e com HLB<4 em casos de fazer a dispersão em solventes. Os agentes dispersantes não iônicos, baseados em condensados de óxido de etileno, com 12 a 20 átomos de carbono, são os mais comuns.

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RESUMONeste trabalho, são apresentados resulta-

dos relacionados com a fabricação de microfibras antibacterianas de quitosano pela técnica de eletrofia-ção, a qual consiste em aplicar uma diferença de poten-cial da ordem de 12 kV entre dois eletrodos, sendo que um dos quais é uma agulha metálica pela qual a solu-ção polimérica é extruída e que propicia a formação das microfibras depois de que a tensão superficial que existe entre a agulha e a solução é superada, devido ao campo elétrico gerado pelos dois eletrodos. Para confe-

1. Escola Superior de Engenharia Têxtil – México D. F.2. Escola Superior de Física e Matemáticas – México D. F.

Tradução: Agostinho S. Pacheco – ABQCT Revisão: Ricardo Vital

AuTORES: MANuEL OLVERA GRACIA¹, LAuRA ERéNDIRA MERCADO VELázQuEz¹ E JORGE RICARDO AGuILAR HERNáNDEz².

rir as propriedades antibacterianas a estas microfibras, foi agregado quitosano, o qual possui a vantagem de ser biodegradável, não tóxico e antimicrobiano. Para a caracterização das microfibras foi usada a microscopia eletrônica de varredura e microscopia ótica.

Palavras chave: quitosano, eletrofiação, antimicrobiana, microfibras.

INTRODUçãOA eletrofiação é uma técnica que se usa para pro-

FABRICAÇÃO DE MICROFIBRAS ANTI BACTÉRIAS DE ÓXIDO DE POLIETILENO/QUITOSANO PELA TÉCNICA DE ELETROFIAÇÃO

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fibras

duzir fibras com diâmetros que vão desde a faixa das micras aos nanômetros, é um método muito versátil e econômico que usa forças eletrostáticas para produzir as fibras [1-3]. Este método permite controlar a morfo-logia das fibras obtidas, como o diâmetro e a porosida-de destas [4-5]. As potenciais aplicações desta técnica são várias, tais como: engenharia de tecidos, roupa para proteção, filtração, biomedicina, saúde, biotecnologia, engenharia ambiental, defesa civil e segurança [6-7].

Recentemente, foram realizadas consideráveis in-vestigações que conduzem ao desenvolvimento de polímeros com bases biológicas, isto a partir de pro-dutos agrícolas ou produtos encontrados em resídu-os de alimentos. Este interesse se intensificou devido às preocupações sobre os limitados recursos naturais das reservas fósseis, reservas de combustível e o im-pacto ambiental pelo uso de materiais que não são biodegradáveis a base de plástico. Um dos polímeros naturais renováveis é o quitosano, seu interesse cien-tífico é cada vez maior por ser cada vez mais amplos os seus possíveis campos da aplicação, tais como os relacionados com a química, bioquímica, farmacologia, ciência dos alimentos e ciência de materiais. Algumas de suas características, como sua biodegradabilidade, biocompatibilidade, fácil modificação química, a cura de ferimentos e uma estrutura policatiônica associada a uma excelente capacidade para a formação de que-latos geraram e ainda geram um volumoso trabalho de investigação [8-10].

METODOLOgIAPara preparar a solução polimérica foi usado óxido

de polietileno de 300000 g/mol e clorofórmio como solvente, (Sigma-Aldrich). A solução para eletrofiação foi preparada a temperatura ambiente, dissolvendo o polímero em clorofórmio, em uma concentração de 15% em peso. Esta solução é levada a agitação mag-nética por duas horas com a finalidade de homoge-neizar a mistura. Dentro desta solução foi incorporado o quitosano (Sigma-Aldrich) em pó para conferir-lhe propriedades antibacterianas.

Os parâmetros ótimos encontrados para a produ-ção das microfibras são:

• Concentraçãodopolímero(PEO):15%empeso.• Concentração do polímero (Quitosano): 5% em

peso.

• Voltagem:12kV.• Velocidadedefluxo:4ml/hora.• Distânciadaagulhaatéaplacacoletora:13cm.• Diâmetrointernodaagulha:0,6mm.

Para o recolhimento das microfibras foi desenha-do um dispositivo giratório que funciona com um mo-tor de 5 volts, no qual as fibras se depositam sobre uma armação metálica na forma de membrana ou malha não tecida. A figura 1 mostra tal dispositivo.

Figura 1. Dispositivo coletor de microfibras.

RESULTADOSPara a caracterização das microfibras em estudo,

foi usada a microscopia ótica e a microscopia eletrônica de varredura. A figura 2 mostra uma imagem de como foram obtidas as microfibras com o dispositivo coletor enquanto que na figura 3 se apresenta uma imagem das fibras observadas com o microscópio ótico.

Figura 2. Imagem do recolhimento de microfi-bras de óxido de polietileno/quitosano, obtidas por eletrofiação.

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fibras

Figura 3. Imagem de microscopia ótica de micro-fibras de óxido de polietileno/quitosano obtidas por eletrofiação.

Para a Microscopia Eletrônica de Varredura foi usa-do um microscópio FEI Sirlion de emissão de campo o qual foi operado em uma voltagem de 20 kV. As amos-tras, por serem péssimas condutoras de eletricidade ti-veram que ser recobertas com uma capa de grafite, isto foi feito para evitar que as amostras se carregassem ele-tricamente e assim evitar que pudessem ser danificadas. As figuras 4, 5, 6, 7, 8 e 9 mostram as imagens obtidas por microscopia eletrônica de varredura a 20 kV.

Figura 4. Imagem de MEV de microfibras de óxi-do de polietileno/quitosano obtidas por eletrofia-ção, com 500x de aumento.

Figura 5. Imagem de MEV de microfibras de óxi-do de polietileno/quitosano obtidas por eletrofia-ção, com 1000x de aumento.

Figura 6. Imagem de MEV de microfibras de óxi-do de polietileno/quitosano obtidas por eletrofia-ção, com 1500x de aumento.

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fibras

Figura 7. Imagem de MEV de microfibras de óxi-do de polietileno/quitosano obtidas por eletrofia-ção, com 5000x de aumento.

Figura 8. Imagem de MEV de microfibras de óxi-do de polietileno/quitosano obtidas por eletrofia-ção, com 5000x de aumento.

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Figura 9. Imagem de MEV de microfibras de óxi-do de polietileno/quitosano obtidas por eletrofia-ção, com 5000x de aumento, com a medição do diâmetro de algumas fibras.

DISCUSSãODas imagens obtidas por microscopia ótica se

pode observar como as fibras foram se depositan-do na moldura metálica desenhada especialmen-te para coletá-las. Na figura 2 podemos observar certa irregularidade nas fibras, devido à presença de quitosano e também podemos observar a pre-sença de aglomerações ou gotas (blobs).

Nas imagens obtidas pela Microscopia Eletrô-nica de Varredura se observa como foi formada a membrana não tecida, e também podem ser observadas certas características da morfologia da superfície da fibra a qual não apresenta poros e sim a presenta um aspecto como de escamas,

além de certas irregularidades (blobs) formadas através da fibra, isto é devido à presença das partí-culas de quitosano.

Na imagem mostrada na figura 9 podemos observar que as microfibras se depositaram em forma de malha não tecida apresentando diâme-tros de 2,24mm, 2,48mm e 2,57mm entre outros, havendo certa uniformidade nos diâmetros das fibras obtidas, com exceção dos blobs formados pela presença de quitosano. Também notamos fibras com diâmetros que variam desde 0,27mm até 0,41mm, isto devido a que nestas zonas à fibra teve um estiramento maior e por isso acontece um afinamento no diâmetro, aparecendo zonas muito irregulares nas fibras.

CONCLUSõESDos resultados obtidos podemos comprovar a

viabilidade da técnica de eletrofiação para produ-zir micro e nanofibras de polímeros para possíveis aplicações em têxteis biomédicos. Cabe assinalar que para poder comprovar o efeito antibacteriano é necessário fazer um cultivo bacteriano nas fibras obtidas, para verificar como respondem à inibição do crescimento bacteriano. Foram encontrados pa-râmetros ótimos para a formação de fibras de óxido polietileno/quitosano, os quais transferiram certas propriedades morfológicas para as fibras obtidas e estas propriedades podem variar alterando-se os parâmetros do processo, tais como: a voltagem aplicada, distância entre os dois eletrodos, velocida-de de fluxo e concentração do polímero.

fibras

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ESTUDO DA ALTERAÇÃO DE TONALIDADE EM TECIDOS DE SEDA E LÃ TINTOS COM CORANTES NATURAIS SUBMETIDOS AO TESTE DE SOLIDEZ DA COR À LAVAGEM

RESUMODentre os parâmetros de qualidade do tingimento

têxtil, a solidez à lavagem constitui um dos principais controles, pois avalia o grau de desbotamento da cor do material tinto quando submetido à lavagem do-méstica. Porém, um problema recorrente nos testes de solidez da cor à lavagem envolvendo tecidos tintos com alguns corantes naturais é a mudança na tona-lidade ao invés de uma redução na cor original. Esta

1. Instituto Federal de Santa Catarina, Campus Araranguá, Santa Catarina.2. Departamento de Engenharia Têxtil, Universidade Estadual de Maringá, Paraná.3. Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química, Universidade Estadual de Maringá, Paraná.

Revisão: Humberto Sabino

AuTORES: FERNANDO GIACOMINI¹, ANDREIA BORTOLuzzI DA SILVA², MáRCIA GOMES DA SILVA², MARIA ANGéLICA SIMõES DORNELLAS DE BARROS³

alteração na tonalidade dificulta a avaliação do grau de desbotamento causado pela lavagem. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi estudar a alteração da to-nalidade em tecidos de seda e lã tintos com os coran-tes naturais camomila, casca de cebola, erva-mate e eucalipto após serem submetidos ao teste de solidez da cor à lavagem utilizando diferentes detergentes. Os testes de solidez foram realizados obedecendo aos procedimentos da norma ABNT NBR ISO 105-C06, uti-

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corantes

lizando detergentes: normatizado, comercial e neutro. Os tecidos também foram submetidos ao processo de lavagem utilizando uma solução alcalina de carbonato de sódio, afim de avaliar somente o efeito do pH da solução de lavagem na cor dos tecidos. Os tecidos la-vados com os detergentes normatizado e comercial apresentaram mudanças de cor em relação à amostra controle lavada apenas com água. A cor destes tecidos tornou-se mais intensa, o que foi caracterizado pelos valores de K/S mais elevados. Tais comportamentos também foram observados na lavagem dos tecidos com a solução alcalina. Por outro lado, os tecidos la-vados com o detergente neutro, não apresentaram alterações significativas nas coordenadas de cor e os valores de K/S mostraram-se menores. Alterações no espectro UV-Vis e na coloração dos corantes também foram observadas nos extratos aquosos de corante ao torna-los alcalinos.

Palavras chaves: corantes naturais, solidez à lavagem, tin-gimento.

1. INTRODUçãOCom o advento de corantes sintéticos, o uso

de corantes naturais para o tingimento têxtil quase desapareceu por causa das dificuldades de sua utiliza-ção quando comparados com os sintéticos. Porém, o retorno do tingimento natural está se tornando cada vez mais importante do ponto de vista dos consumido-res, devido aos problemas ambientais em decorrência da eliminação dos resíduos de tingimento e o perigo para a saúde associados ao uso dos corantes sintéticos (DEVI; ARIHARAN; PRASAD, 2013; SAVVIDIS et al., 2014).

Um dos principais requisitos de qualidade no tin-gimento de têxteis com corantes naturais é a solidez da cor à lavagem, pois avalia a alteração de cor do ma-terial tinto quando submetido à lavagem doméstica. Isto é importante do ponto de vista comercial, uma vez que o consumidor deseja a durabilidade do produto. No Brasil, a avaliação da alteração e transferência de cor na lavagem doméstica e comercial é feita de acordo com a norma ABNT NBR ISO 105-C06 - Solidez de cor à lavagem doméstica e comercial.

Um problema recorrente nos testes de solidez da cor à lavagem envolvendo tecidos tintos com alguns corantes naturais é a mudança na tonalidade ao invés de uma redução na cor original. Obviamente essa al-

teração na tonalidade dificulta a avaliação do grau de desbotamento causado pela lavagem.

Raisanen, Nousiainen e Hynninen (2001) relataram que após o teste de solidez à lavagem em tecido de lã tinto com o corante natural emodina, a cor amarela do tecido tornou-se mais avermelhada, devido a so-lução de detergente alcalino. Neste caso, também foi apontado que a emodina tornou-se ionizada em meio alcalino.

Jothi (2008) em seu trabalho abordou o tingimen-to de algodão e seda com extrato de flores de cravo--de-defunto (Tagetes patula L.) e relatou a alteração na tonalidade das amostras tingidas após a lavagem com detergente. Uma das causas apontadas para essa alte-ração foi a ionização dos grupos hidroxila do corante natural luteína durante a lavagem alcalina. O uso de detergentes não iônico suaves foi recomendado para este corante.

Mukherjee (2011) enfatiza que utilização de sabão e carbonato de sódio é estritamente proibida nos tes-tes de solidez à lavagem das fibras tintas com corantes naturais, pois reagem com os mesmos afetando a to-nalidade. Em seu trabalho, que avaliou o tingimento de seda e algodão com corantes naturais laca e harda, foi utilizado um detergente neutro, em um método muito semelhante ao estabelecido pela ISO.

Ao estudar o tingimento de algodão e seda com corante extraído da semente do tamarindo, Tepparin e Sae-He (2012) observaram que uma tonalidade mais intensa foi desenvolvida após o tecido passar pelo tes-te de solidez à lavagem. Tal aumento na intensidade da cor nos tecidos foi atribuída a uma alteração da estru-tura do corante.

Ying (2013) avaliou o efeito do pH sobre a cor dos tecidos de seda e lã tingidos com extrato aquoso da flor da Bauhinia blakeana que possui o corante anto-cianina. Os tecidos tintos quando foram imersos em solução com pH mais elevado, pH 6 a 12, a forma do corante flavílio de cor violeta presente no tecido foi convertida para a forma chalcona de cor amarela, com correspondente mudança de cor nos tecidos.

Alterações na estrutura de corantes presentes em soluções devido a alteração de pH do meio também tem sido relatadas. Arora et al. (2012) ao aumentar o pH da solução de corante extraído da planta Arnebia nobilis (pH 7 a 12), relata que os grupos doadores de elétrons presentes exercem um grande deslocamento

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batocrômico, fazendo com que a coloração da solução de corante mude continuamente do vermelho para o violeta. Já Das, Maulik e Bhattacharya (2008) descre-vem que ao aumentar o pH de uma solução do coran-te natural extraído da planta Rheum emodi, ocorre um deslocamento batocrômico dos picos para maiores comprimentos de onda do espectro visível. A cor da solução também muda continuamente do amarelo--acastanhado para o vermelho-acastanhado com o aumento do valor de pH da solução aquosa.

Nos casos específicos das fibras de lã e seda, além do risco de alteração na tonalidade, existe a possibili-dade de degradação das fibras em meio alcalino, uma vez que ambas as fibras são vulneráveis a ataques de bases fracas, mesmo em baixas diluições (NEEDLES, 1986). Desta forma, recomenda-se cuidados específi-cos na lavagem de artigos de seda e lã, como a utiliza-ção de um detergente ou sabão neutro (FAN; HUNTER, 2009; FRANCK, 2001).

Durante o último milênio, vários tipos de materiais vegetais têm sido utilizados como fontes de corantes naturais e estas incluem folhas, frutos, flores, raízes e

casca de plantas cultivadas em muitas partes do mun-do (ASPLAND, 1998).

Os flavonóides são compostos coloridos que usu-almente podem ser utilizados como corante natural no tingimento de têxteis (NASIRIZADEH et al., 2012). Estes formam uma classe de corantes naturais que produ-zem corantes amarelos.

Na camomila os principais flavonóides responsá-veis pela cor são a apigenina, luteolina e quercetina. Na casca de cebola está presente a quercetina, enquanto que na erva-mate tem-se a rutina e quercetina. Já no eucalipto, os flavonóides presentes são a quercetina, rutina e ácido elágico. As moléculas dos flavonóides desses corantes naturais são apresentadas na Figura 1. Tais corantes naturais já vêm sendo utilizados no tin-gimento natural de seda e lã (GIACOMINI et al., 2014; MENEGAZZO et al., 2014; SILVA et al., 2013; SILVA, 2013).

Neste contexto, o objetivo do presente trabalho foi avaliar o efeito de diferentes soluções de detergen-te no ensaio de solidez à lavagem dos tecidos de seda e lã tintos com os extratos dos corantes naturais camo-mila, erva-mate, eucalipto e casca de cebola.

corantes

Figura 1. Moléculas dos principais flavonoides presentes na camomila, casca de cebola, erva-mate e eucalipto. (a) apigenina, (b) quercetina, (c) luteolina, (d) ácido elágico e (e) rutina (ANDERSEN; MARKHAM, 2006).

(a) (b) (c)

(d) (e)

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2. MATERIAIS E MéTODOS2.1 Materiais e reagentes

Foram utilizadas flores de camomila (Matricaria recutita L.), cascas de cebola (Allium cepa), folhas e ta-los tostados de erva-mate (Ilex paraguariensis) e folhas de eucalipto (Eucalyptus spp). Tecidos de composição 100% lã e 100% seda, prontos para o tingimento (PT), foram utilizados nos ensaios.

Ácido acético P.A. da marca Anidrol ecarbonato de sódio P.A. da marca Synth foram utilizados para os ajustes do pH dos extratos aquosos dos corantes.

Nos ensaios de solidez da cor à lavagem foram utilizados o detergente de referência padrão 1993 AA-TCC WOB indicado pela norma ABNT NBR ISO 105-C06, o detergente não iônico Nionlab da marca Celm, sabão em pó comercialmente mais utilizado e solução alcalina de carbonato de sódio.

2.2 Preparação dos extratos aquosos de corantes

Inicialmente as matérias-primas empregadas para a preparação dos extratos de corantes foram desinte-gradas. Em seguida, a extração foi realizada em meio aquoso baseado nos ensaios de Vankar, Shanker e Wijayapala (2009) e Grover e Patni (2011), utilizando concentração de 20 g/L de matéria-prima desidrata-da e aquecidos a 90 °C sob agitação em banho-maria 500/3D Nova Ética, durante 60 minutos. Posteriormen-te os extratos foram filtrados e tiveram seus pH ajusta-dos para 3 com ácido acético.

2.3 Ensaios de tingimentoAs amostras de seda e lã foram tintas por proces-

so de esgotamento no equipamento Kimak AT1-SW durante 60 minutos a 90 °C, empregando os extratos aquosos com uma relação de banho de 1:100. Após o tingimento, as amostras foram submetidas à lavagem para remoção do corante não fixado durante o proces-so de tingimento. Este procedimento foi realizado con-

corantes

forme o trabalho de Das, Maulik e Bhattacharya (2008), utilizando 2 g/L de detergente não iônico, a 60 °C du-rante 10 minutos. As amostras foram enxaguadas em água destilada e secas à temperatura ambiente.

2.4 Efeito da solução de lavagem na cor dos tecidos

Com intuito de avaliar o efeito da solução de lava-gem na alteração de cor dos tecidos, foram realizados testes de solidez à lavagem no equipamento Kimak AT1-SW, obedecendo aos procedimentos da norma ABNT NBR ISO 105-C06 no Ciclo A1S, empregando os diferentes detergentes e a solução alcalina.

As alterações na tonalidade e intensidade de cor (K/S) após a lavagem foram avaliadas por meio do grá-fico com os valores de K/S nos comprimentos de onda do espectro visível, bem como pelas coordenadas co-lorimétricas CIELab obtidos pelo espectrofotômetro de refletância DataColor 550.

No tingimento a intensidade da cor está direta-mente relacionada à quantidade de corante absorvida pelo tecido. Esta pode ser definida mediante a relação entre a concentração de corante no substrato têxtil e sua curva de refletância. Dessa forma, é possível, pela equação de Kubelka-Munk, estabelecer a intensidade dessa cor, denominada por K/S:

k (1 - r)²s 2r

(1)

em que K/S é a intensidade de cor, R é a fração da refletância, K o coeficiente de absorção e S é o coefi-ciente de difusão (ARAÚJO; CASTRO, 1986; ROUETTE; LINDNER; SCHWAGER., 2001).

Na colorimetria as cores são representadas nos espa-ços de cores, agrupamentos das cores de forma sistemáti-ca, tornando-as coordenadas numéricas. Um exemplo de espaço é o CIELab, criado pela Commission Internationale de l’Éclairage (CIE), representado na Figura 2.

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Figura 2. Espaço de cor CIELab (MINOLTA, 2007).

A distribuição das cores no espaço CIELab é feita em três eixos: L*, a* e b*. O eixo vertical L* representa a lumi-nosidade, um branco absoluto teria um valor de L* igual a 100 e um preto absoluto teria um L* igual a 0 (sem clarida-de). O eixo a* varia de +a* (vermelho) a a* (verde) e o eixo b* varia de +b* (amarelo) a –b* (azul) (MARCUS, 1998).

2.5 Efeito do pH nos extratos aquosos dos corantes

O efeito do pH sobre a coloração dos extratos aquosos dos corantes foi determinado registrando o espectro de absorção UV-Vis dos mesmos em dife-rentes valores de pH: original, pH 3 utilizado no tingi-mento e pH alcalino semelhante ao encontrado nas soluções de lavagem com detergentes normatizados e comercial. O ácido acético e carbonato de sódio foram utilizados para o ajuste do pH nos valores desejados. Os espectros foram registrados utilizando o espectro-fotômetro de absorbância Shimadzu UV-1800.

3. RESULTADOS E DISCUSSãO3.1 Extratos aquosos de corante e soluções de lavagem

Ao efetuar a extração aquosa dos corantes naturais, foram obtidos extratos cujos o valores do pH original (sem ajuste) são mostrados na Tabela 1. A Tabela 2 apre-senta os valores de pH obtidos para as diferentes solu-ções de lavagem. Pode-se observar que os detergentes normatizado e comercial resultaram em soluções de la-vagem com caráter alcalino. Já o detergente não iônico resultou em uma solução de lavagem com pH na faixa neutra. Para avaliar somente efeito do pH da solução de lavagem na cor dos tecidos, sem influência de outras

corantes

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confecção

substancias presentes nos detergentes, os tecidos foram submetidos ao processo de lavagem utilizando apenas uma solução alcalina de carbonato de sódio.

Tabela 1. Valores do pH dos extratos aquosos dos coran-tes.

Corante pHCamomila 5,15

Casca de cebola 4,05Erva-mate 5,65Eucalipto 4,65

Tabela 2. Valores do pH das soluções de lavagem.

Solução de lavagem pHDetergente normatizado 10,60

Detergente comercial 10,45Detergente não iônico 6,00

Solução alcalina 10,55De acordo com a ABNT (2006), o detergente nor-

matizado AATCC WOB possui agentes tensoativos ou dispersantes aniônicos com pequeno teor não iônico. Sua alcalinidade é devido a presença de compostos como tripolifosfato de sódio (48%), sulfato de sódio (15,4%) e silicato de sódio (9,7%) em sua composição. Já o detergente comercial possui um tensoativo aniô-nico em sua composição.

3.2 Efeito da solução de lavagem na cor dos te-cidos

As Tabelas 3 e 4 apresentam as cores e as coorde-nadas CIELab dos tecidos de lã e seda, respectivamen-te, tintos com diferentes corantes após serem lavados apenas com água (controle), soluções de detergente neutro, normatizado, comercial e solução alcalina.

Comparando as coordenadas de cor da amostra controle com as lavadas com os detergentes norma-

Corante Solução de lavagem L* a* b* Cor

Camomila

Água 69,33 5,26 27,84Detergente não iônico 70,22 4,88 27,78

Alcalina 60,56 5,63 27,66Detergente normatizado 57,68 6,82 30,00

Detergente comercial 62,18 6,00 34,42

Casca de cebola

Água 61,22 19,69 32,99Detergente não iônico 65,14 19,84 35,40

Alcalina 59,92 22,32 41,50Detergente normatizado 57,21 23,77 43,54

Detergente comercial 55,76 21,98 43,27

Erva-mate

Água 55,81 8,00 26,25Detergente não iônico 57,28 7,42 26,25

Alcalina 51,67 7,24 24,80Detergente normatizado 48,69 7,14 24,30

Detergente comercial 46,82 7,20 24,39

Eucalipto

Água 74,38 4,66 30,77Detergente não iônico 75,06 4,57 30,55

Alcalina 70,46 4,95 32,57Detergente normatizado 68,18 4,88 35,66

Detergente comercial 68,14 4,36 36,15

Tabela 3. Coordenadas de cor CIELab e representação da cor obtidas após as diferentes lavagens dos tecidos de lã tintos com corantes naturais.

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tizado e comercial é possível inferir que os tecidos lavados com estes últimos diferem na cor resultante após os testes. Os tecidos de lã e seda lavados com os detergentes normatizado e comercial, apresentaram-se mais escuros (menor luminosidade L*). Os tecidos de lã tintos com camomila, casca de cebola e eucalipto tor-naram-se mais vermelhos (aumento da coordenada a*) e mais amarelados (aumento da coordenada b*). Já os tecidos tintos com erva-mate, tornaram-se mais verdes e mais azulados. Para os tecidos de seda, os tintos com camomila e eucalipto tornaram-se mais vermelhos e amarelados, o tinto com casca de cebola tornou-se mais vermelho e azulado e o tinto com erva-mate apresentou o mesmo comportamento ocorrido com a lã.

O mesmo comportamento de alteração das coor-denadas de cor foi observado nos tecidos de lã e seda lavados com a solução alcalina nas mesmas condições. Essa semelhança na alteração de cor evidencia que a tonalidade se modifica devido ao pH alcalino da solu-

ção de lavagem. A alteração de tonalidade provocada pelos detergentes normatizado e comercial dificultou a determinação do grau de solidez correto para as amostras de tecido.

Por outro lado, ao empregar o detergente não iô-nico, os tecidos de lã e seda apresentaram um aumen-to na luminosidade (L*). A solução de lavagem conten-do o detergente não iônico apresentou um pH mais próximo ao da água. Deste modo, as amostras controle e com o detergente não iônico, não apresentaram al-terações significativas nas coordenadas a* e b* quando comparadas com as alterações ocorridas ao se lavar com as demais soluções.

As Figuras 3 e 4 apresentam a intensidade de cor (K/S) nos comprimentos de onda do espectro visível para os tecidos lavados de lã e seda, respectivamente. Observa-se que os tecidos lavados com solução alca-lina e com os detergentes normatizado e comercial apresentaram valores de K/S mais elevados em pratica-

Tabela 4. Coordenadas de cor CIELab e representação da cor obtidas após as diferentes lavagens dos tecidos de seda tintos com corantes naturais.

Corante Solução de lavagem L* a* b* Cor

Camomila

Água 77,92 3,02 22,00Detergente não iônico 78,31 3,13 20,66

Alcalina 70,28 5,35 23,33Detergente normatizado 69,45 5,83 23,16

Detergente comercial 69,03 6,08 24,29

Casca de cebola

Água 49,36 23,27 30,15Detergente não iônico 49,39 23,84 29,30

Alcalina 42,46 26,94 25,43Detergente normatizado 41,76 26,49 24,38

Detergente comercial 38,84 25,53 24,86

Erva-mate

Água 53,13 8,46 23,11Detergente não iônico 54,24 7,92 21,86

Alcalina 47,34 8,01 19,84Detergente normatizado 46,14 8,02 19,85

Detergente comercial 43,61 7,72 19,45

Eucalipto

Água 61,00 5,90 18,83Detergente não iônico 61,09 6,03 18,64

Alcalina 54,48 9,29 22,68Detergente normatizado 52,37 10,14 24,42

Detergente comercial 53,34 10,26 26,00

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corantes

mente todos os comprimentos de onda. Isto indica que a cor destes tecidos tornou-se mais intensa, coincidindo com a diminuição dos valores da luminosidade (L*) dos mesmos. O comportamento da curva desses tecidos sofreu pequenas alterações ao longo do espectro ana-lisado, quando comparado com o da amostra controle. Uma alteração mais pronunciada foi observada no caso da seda tinta com casca de cebola, com o surgimento de picos em outros comprimentos de onda (Figura 4 b). Este comportamento diferente já era esperado devido

as alterações que ocorreram nas coordenadas de cor discutidas anteriormente, o que evidencia uma altera-ção do corante presente no tecido devido à lavagem alcalina. Mudanças na tonalidade e intensidade da cor após a lavagem também foram relatadas por Raisanen, Nousiainen e Hynninen (2001) e Ying (2013) em tecidos tintos com corantes naturais. Tais mudanças foram atri-buídas em decorrência da alcalinidade da solução de detergente que provocou mudanças na estrutura dos corantes presentes nos tecidos.

(a) (b)

(c) (d)

Figura 3. Intensidade colorística (K/S) obtidas após as diferentes lavagens dos tecidos de lã tintos com os corantes naturais: (a) camomila, (b) casca de cebola, (c) erva-mate e (d) eucalipto. Solução de lavagem: - água, - detergente não iônico, - alcalina, - sabão da norma e - sabão comercial.

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A forma da curva do K/S dos tecidos lavados com o detergente não iônico é semelhante a do controle, confir-mando a alteração não significativa das coordenadas de cor. Estes tecidos exibiram valores de K/S menores, ou seja, a cor destes tecidos tornou-se menos intensa, também coincidindo com o aumento dos valores da luminosidade (L*) dos mesmos. Este pequeno clareamento na cor origi-

nal é o comportamento esperado em um teste de solidez, revelando o desbotamento da cor após a lavagem. Assim, os graus de solidez dos tecidos de lã e seda tintos com os corantes naturais camomila, casca de cebola, erva-mate e eucalipto puderam ser determinados empregando o de-tergente não iônico. Os resultados de alteração e transfe-rência da cor estão apresentados na Tabela 5.

Figura 4. Intensidade colorística (K/S) obtidas após as diferentes lavagens dos tecidos de seda tintos com os corantes naturais: (a) camomila, (b) casca de cebola, (c) erva-mate e (d) eucalipto. Solução de lavagem: - água, -detergente não iônico, - alcalina, - sabão da norma e - sabão comercial.

(a) (b)

(c) (d)

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corantes

Tabela 5. Notas de solidez da cor à lavagem utilizando detergente não iônico.

Corante Fibra Alteração de corTransferência de cor

Algodão Lã Seda

CamomilaLã 4-5 5 5 -

Seda 4 5 - 5

Casca de cebolaLã 4 4-5 4-5 -

Seda 4-5 4 - 4

Erva-mateLã 4 5 5 -

Seda 4 5 - 5

EucaliptoLã 4-5 4 4 -

Seda 5 4 - 4

(a) (b)

(c) (d)

3.3 Efeito do pH nos extratos aquosos dos corantesO espectro UV-visível dos extratos aquosos de corante em diferentes valores de pH são apresentados na Figura 5.

Figura 5. Efeito do pH no extrato aquoso de corante. (a) camomila, (b) casca de cebola, (c) erva-mate e (d) eu-calipto. Valor do pH do extrato: - pH original - pH 3, - pH 10,5.

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corantes

Todos os extratos de corante em pH 10,5 apre-sentaram mudanças no comportamento das curvas de absorção, caracterizados por deslocamento nos picos. Nos valores de pH 3 e original, nenhum deslo-camento nos picos de absorção foram observados. Essas alterações nas curvas de absorbância podem ser atribuídas, de acordo com Das, Maulik e Bhatta-charya (2008) e Arora et al. (2012) à ionização dos grupos hidroxilo em meio alcalino, o que aumenta a solubilidade em água dos corantes e ao fato de que os grupos doadores de elétrons exercem um grande deslocamento batocrômico. A coloração dos extratos também mudou, conforme ilustra a Figura 6, tornando-se mais escura, acompanhando as alte-rações de absorbância ocorridas ao passar do pH 3 para o pH 10,5.

4. CONCLUSãOAo efetuar a lavagem dos tecidos de lã e seda tin-

tos com os corantes naturais camomila, casca de ce-bola, erva-mate e eucalipto com soluções preparadas com detergente indicado pela ABNT ISO e também com um detergente comercial mais utilizado, a colora-ção de todos os tecidos se tornou mais intensa, ocor-rendo também alterações na tonalidade. Estes deter-gentes inviabilizaram a avaliação das notas de solidez à lavagem, pois neste teste espera-se apenas um des-

botamento dos corpos-de-prova e não alterações de tonalidade e aumento da intensidade da cor. O mesmo comportamento foi observado quando os tecidos fo-ram lavados com a solução alcalina.

A partir do comportamento da coloração dos teci-dos lavados com os detergentes normatizado, comer-cial e com a solução alcalina, ficou comprovado que o pH alcalino foi o principal fator que influenciou nas alterações ocorridas após o teste, possivelmente devi-do à ionização dos grupos hidroxila dos corantes. Pelo mesmo motivo, alterações de cor também ocorreram nos extratos aquosos de corante utilizados no tingi-mento ao torna-los alcalinos. Estes extratos ficaram mais escuros e apresentaram alterações nas curvas de absorbância UV-Visível.

Ao utilizar o detergente não iônico, que resultou em uma solução de lavagem neutra, os tecidos apre-sentaram apenas um leve desbotamento na coloração, o que é esperado em um teste de solidez à lavagem.

Decorre destes fatores a necessidade de se es-tabelecer um detergente neutro para a realização do teste de solidez à lavagem em tecidos tintos com co-rantes naturais, em substituição ao estabelecido pela norma. Além disso, podem ocorrer possíveis danos na fibra de proteína em condições alcalinas, pelo que se recomenda a utilização de detergentes neutros nas la-vagens domésticas dessas fibras.

Figura 6. Coloração do extrato aquoso de corante em diferentes valores de pH. (a) camomila pH 3, (b) camomila pH 10,5, (c) casca de cebola pH 3, (d) casca de cebola pH 10,5, (e) erva-mate pH 3, (f ) erva-mate pH 10,5 (g) euca-lipto pH 3 e (h) eucalipto pH 10,5.

(a) (b) (c) (d) (e) (f ) (g) (h)

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ESTUDO SOBRE VARIAÇÕES DE TONALIDADE EM PEÇAS CONFECCIONADAS DE ALGODÃO TINGIDAS COM CORANTES REATIVOS

RESUMOO objetivo deste estudo foi identificar as variáveis

de tingimento que impactam nas cores finais de dife-rentes tipos de artigos de algodão tingidos em mesmo banho. Foram estudadas as cores com maior índice de diferença de tonalidades segundo as confecções, sendo Verde Oliva 19-0516 TP e Caqui 16-1407TP. A pri-meira cor estudada apresentou valores de ∆E* acima de duas unidades em amostras e na segunda cor, sete amostras apresentaram valores de ∆E* acima de uma unidade e meia, todos com valores acima do valor de ∆E* aceitável e praticado pelo mercado de confecções.

1. Faculdade de Tecnologia “Antoine Skaf” – SENAI2. Faculdade de Engenharia Química – UNICAMP3. Programa de Mestrado em Engenharia de Produção – UNINOVE

Revisão: Agostinho S. Pacheco

AuTORES: JOSé E.B. MENDONçA¹, AMANDA A.R.C. BARROS²,ELIAS B. TAMBOuRGI², JOSé C.C. SANTANA³ E JORGE M. ROSA¹,³

Os resultados sugerem que cada amostra, ou grupo de amostras, deva ser tingida separadamente para que a discrepância entre as tonalidades seja minimizada.

Palavras chave: tingimento de peças confeccionadas, la-vanderia, corantes reativos.

INTRODUçãOUm dos motivos pelos quais surgiu esta pesqui-

sa foi a observação de diferenças de tonalidade entre peças tintas na mesma cor, apresentadas em alguns segmentos confeccionistas. Há muitas variáveis que

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interferem no processo de beneficiamento, variáveis essas que acabam refletindo diretamente no resultado final da cor, resultando em várias tonalidades em uma produção.

O trabalho foi realizado em duas fases distintas. A primeira fase consistiu-se em visitas às lavanderias das empresas Vest Hakmem Ind. e Com. de Roupas LTDA e ZKF Imagem e Confecção LTDA, localizadas em Londrina, PR; Lavanderia Lábios de Mel LTDA, localiza-da em São João Nepomuceno, MG; Têxtil Pérola Ind. e Com. LTDA, localizada em Blumenau, SC e Lavanderia Criativa LTDA, localizada em Criciúma, SC, em cujas se realizam beneficiamento em peças confeccionadas. Na segunda fase, realizou-se uma bateria de testes en-volvendo processos de preparação, tingimento e me-dição de cor, efetuados com a finalidade de verificar possíveis variações de tonalidades, todos executados nos laboratórios da Faculdade.

Foram selecionadas duas cores que, segundo a opinião dos clientes visitados, são as que mais apresen-tam problemas de diferenças de tonalidade entre pe-ças: Pantone 19-0516 (verde oliva) e Pantone 16-1407 TP (caqui).

1.1. O Setor Têxtil: uma breve descriçãoDe acordo com Mosca (2015), o setor têxtil e de

confecção é uma atividade iniciada há cerca de 200 anos no País. Impulsionou muitas outras indústrias e foi o grande motor da revolução industrial no Brasil. Hoje, emprega 1,7 milhão de pessoas de forma direta, das quais 75% são mulheres. A indústria da moda é o segundo maior empregador na indústria de transfor-mação e também segundo maior gerador do primeiro emprego. A indústria da moda reúne diferentes carac-

terísticas, dificilmente encontradas em outros setores. Mistura arte, negócios, artesanato, alta tecnologia quí-mica, física, sociologia e história, faturando cerca de R$ 100 bilhões/ano através de mais de 30 mil empresas. Paga R$ 14 bilhões/ano em salários, investe uma mé-dia de R$ 5 bilhões a cada ano, somando desembolsos do BNDES e aquisição de máquinas e equipamentos, e recolheu R$ 7 bilhões em contribuições federais e im-postos em 2013. É a maior cadeia integrada do setor no ocidente.

Prado (2014) descreveu que a produção mundial de têxteis foi cerca de 82 milhões de toneladas no ano de 2011, calculada no consumo total de fibras e filamentos. O Brasil ocupa a quarta posição entre os maiores produtores mundiais de artigos de vestuário e a quinta posição entre os maiores produtores de ma-nufaturas têxteis, conforme exposto na Tabela 1.

1.2. Corantes Reativos no tingimento de algodão

De todas as fibras têxteis, o algodão ainda é a mais utilizada. Mais de 50% desse algodão é tingido com corantes reativos. Têm-se uma estimativa de que apro-ximadamente entre 10 e 60% dos corantes reativos são perdidos nos processos de tingimento, gerando efluentes com altos índices de absorciometria, poden-do afetar meios aquáticos impedindo a penetração da luz e inibindo processos de fotossínte da flora aquática (ROSA et al, 2014).

Gomes Melo et al (2009) preconizam em seu estu-do que os corantes reativos podem ser divididos em duas grandes classes quanto ao tipo de reação, sendo uma delas a dos Vinilsulfônicos (VS) que reagem por adição nucleofílica:

corantes

Têxteis Vestuário

Países 1000 ton Países 1000 ton

1 China 41461 1 China 22582

2 Índia 5669 2 Índia 3416

3 Estados Unidos 4403 3 Paquistão 1497

4 Paquistão 2996 4 Brasil 1258

5 Brasil 2011 5 Turquia 1216

Tabela 1. Posição do Brasil no ranking mundial 2013 (adaptado de PRADO, 2014)

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Etapa 1 - O grupo β-sulfatoetilsulfona, em presença de álcali, elimina sulfato de sódio e água dando origem ao grupo VS, como descrito a seguir.

Etapa 2 - Neste grupo, a dupla ligação carbono-carbono é polarizada pela atração eletrônica do gru-po sulfônico, demonstrado abaixo.

Etapa 3 - Esta polarização implica em carga positiva ao carbono terminal, permitindo que a adição nucleófila ocorra com os grupos ionizados da celulose, resultando na semi-reação abaixo.

Etapa 4 - Através da adição de um próton, a reação é completada.

O grupo VS também reage com a água, podendo formar grupos etílicos ou etéricos de até 30% da massa ini-cial de corante utilizado. Uma das possibilidades é a reação formando o sulfoniletanol.

Temperaturas entre 90 e 100ºC em presença de ânions carbonato ou hidróxido, condições encontradas no tratamento posterior, são condições para a formação do 2-hidróxietilsulfona, um tipo de diléter, que pode chegar a 20% da massa inicial de corante utilizado.

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A outra classe, a dos Halogenoheterocíclicos (HHC), reage por substituição nucleofílica, classe da qual fazem parte os corantes que possuem grupos reativos a base de pirimidina ou triazina (Figura 1).

Figura 1. Anéis presentes em corantes do tipo HHC (SHORE, 2002; ROSA, 2008).

Os esquemas das reações de um corante com grupo reativo do tipo monoclorotriazina (MCT), com a celulose e com a água, estão representados na Figura 2.

Figura 2. Reações do MCT com a celulose (a) e com a água (b) (ROSA, 2008; GOMES MELO et al, 2009).

Segundo Salem (2011), as principais variáveis nos tingimentos com corante reativos são: a concentração de álcali, concentração de eletrólito, cinética e termodinâmica.

1.3. Concentração de álcaliA concentração de íons hidroxilas ionizados (O-), grupo da celulose no qual ocorre a reação do corante com a

fibra, aumenta em 10 vezes para cada aumento de pH entre 7 e 11 (Figura 3);

Figura 3. Estrutura da celobiose, monômero da celulose, com grupos OH no estado fundamental à esquerda e O- no estado ionizado à direita (JOHNSON, 1995; SALEM, 2011).

corantes

b)

a)

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1.4. Concentração de eletrólitoEssa variável influencia na solubilidade do corante,

ou seja, são necessários menos moléculas de água e menor energia livre de Gibbs (BOËS, 2005) para solva-tar os íons Na+ e Cl- oriundos do eletrólito dissociado, NaCl o mais utilizado, do que os mesmos parâmetros necessários para solvatar cada um dos íons oriundos da dissociação de uma molécula de corante, 4Na+ e [C28H20ClN9O16S5]

-, neste exemplo o RY145.Desta forma, não havendo moléculas de água suficien-

te para a solvatação de todos os íons contidos no banho de tingimento, o fenômeno acaba favorecendo a adsorção de íons de corante no substrato (SHORE, 2002; USBERCO e SALVADOR, 2002). Além dos fatos citados, a celulose ionizada apresenta caráter aniônico, o mesmo caráter que o corante assume quando dissociado. O eletrólito, por sua vez, tam-bém auxilia na neutralização da repulsão eletromagnética entre corante e o substrato (SILVA et al, 2011).

1.5. CinéticaA cinética determina a velocidade de deslocamen-

to do corante para a superfície das fibras, a velocidade de difusão e de adsorção dentro delas, assim como, as influências da concentração de corante e eletrólitos, pH, temperatura e relação de banho sobre estas velocidades. A etapa de difusão ocorre através da “Lei de Fick”, repre-sentada na equação 1 (MORAES, 2010), que determina a velocidade de transporte de massa e se dá pela migração de um componente de uma mistura, passando de uma região de alta concentração para outra de baixa concen-tração, determinando a velocidade de deslocamento do corante para a superfície, a adsorção e velocidade de di-fusão no interior da fibra (TOWARDOKUS, 2004; SALEM, 2011; ROSA, TAMBOURGI e SANTANA, 2012).

∂s · ∂t -1 = - D · A · (∂C · ∂x -1) (eq.1)

Onde: ∂s · ∂t = velocidade de difusão (fluxo); D = co-eficiente de difusão; A = área (concentração molar); ∂C · ∂x = gradiente de concentração (força motriz para a difusão).

No estado acima, tal equação não está bem adap-tada ao trabalho experimental, mas após uma manipu-lação apropriada, ela poderá ser integrada para obter uma série infinita, dependente da forma do substrato têxtil (KHATRI, 2010; VIDART, 2013).

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1.6. TermodinâmicaA termodinâmica analisa os fatores que favore-

cem a fixação do corante no substrato. A permanência do corante no substrato é afetada por vários fatores como, por exemplo, a vibração da estrutura molecu-lar adquirindo novas configurações, onde ocorrem constantes bombardeios no corante pelas moléculas da água, dificultando sua fixação no substrato. Esses fa-tores influenciam no esgotamento e justificam porque o rendimento com corantes reativos sobre substratos celulósicos não é total, nem a solidez aos tratamentos úmidos, absoluta. Após a fase cinética, o tingimento entra em equilíbrio com o corante remanescente no banho, constituindo a fase termodinâmica. Neste esta-do de equilíbrio, a relação corante/substrato/banho é expressa por uma constante de equilíbrio “K”, podendo ser expresso graficamente por três tipos de linhas iso-térmicas de adsorção, Nernst, Langmuir e Freundlich (LADCHUMANANANDASIVAM, 2008).

Trotman (1970) ressalta que a isoterma de Nernst (equação 2) é mais apropriada para retratar o compor-tamento tintorial de corantes dispersos em fibras de poliéster ou acetato de celulose; a de Langmuir (equa-ção 3) para o tingimento de fibras nitrogenadas com corantes ácidos ou em casos onde há a possibilidade de definir a quantidade de sítios da fibra que possam reagir com os corantes; e a de Freundlich (equação 4) mais apropriada para o tingimento de celulose com corantes diretos e corantes de cuba (VALLDEPERAS y MARTÍN, 2005).

k = [C]f · ([C]s)-1 (eq.2)

([C]f)-1 = ([C]∞)-1 · (k · [C]∞ ·[C]s)

-1 (eq.3) [C]f = k · [C]s

x (eq.4)

Rosa, Tambourgi e Santana (2012) utilizaram pla-nejamento fatorial 23 para prever melhores condi-ções de exaustão no tingimento com o Reactive Black 5 [RB5]. Baseando-se em Trotman (1970), aplicaram a isoterma de Freundlich, determinando experimental-mente o tempo de meio tingimento (t1/2) tingindo-se o substrato somente na presença de eletrólito até a cur-va ajustar-se paralelamente ao eixo do tempo. O mo-mento em que a curva se alinha torna-se o momento ideal para a dosagem do álcali, continuando-se o tin-gimento até novo realinhamento do paralelismo junto ao eixo do tempo, conforme demonstrado na Figura 4.

corantes

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O tempo e a temperatura de processamento são inversamente proporcionais à reatividade do corante utilizado, ou seja, corantes mais reativos necessitam menores tempos de processo e também menores temperaturas de aplicação. Corantes do tipo Diclo-rotriazina (DCT) são os mais reativos e os do tipo Tri-cloropirimidina, os menos reativos (TCP). A escala de reatividade dos principais tipos de corantes reativos encontra-se na Tabela 2.

Shore (2002) descreve que a presença de dois grupos reativos distintos, como os presentes nos corantes utiliza-dos neste estudo, propicia corantes menos sensíveis à temperatura do que os corantes que contém somente um tipo de grupo reativo. Os corantes heterobifuncionais

VS+MCT podem ser aplicados na faixa de temperatura entre 50ºC à 80ºC, são menos afetados na concentração de eletrólito e menos sensíveis à influência da relação de banho, sendo que as menores temperaturas favorecem reações por adição e as maiores temperaturas, as reações de substituição. A formação de dois tipos diferentes tipos de reação corante-fibra proporciona melhores proprieda-des nos índices de solidezes.

2. METODOLOgIA2.1. Substrato

Foram selecionadas nove amostras de tecidos di-ferentes entre si, do tipo “PT” (pronto para tingir), com características descritas na Tabela 3.

Figura 4. Tempo de meio tingimento determinado experimentalmente (ROSA, TAMBOURGI e SANTANA, 2012)

Corantes Reativos Temperatura de aplicação (Batelada em ºC)

(-) R

EATI

VID

AD

E (+

)

Diclorotriazina (DCT) 20 - 40

Difluorcloropirimidina (DFCP)

40 - 60Monofluortriazina (MCT)

Dicloroquinoxalina (DCQ)

Vinilsulfônico (VS)

Bi-heterofuncional (VS+MCT) 50 - 80

Monoclorotriazina (MCT) 80 - 90

Tricloropirimidina (TCP) 90 - 100

Tabela 2. Corantes reativos classificados de acordo com a reatividade (Adaptado de SHORE, 2002).

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As amostras foram cortadas em quadrados com dimensões de 20 cm x 20 cm e costuradas em todas as arestas para evitar perda de fios durante o processo de preparação e tingimento.

2.2. ReagentesOs corantes utilizados foram o C.I. Reactive Yellow

145 (RY145), de massa molecular igual a 1026 g·mol-1 e nº CAS 93050-80-7; C.I. Reactive Red 239 (RR239), de massa molecular igual a 1136 g·mol-1 e nº CAS 89157-03-9 e C.I. Reactive Blue 222 (RB222), de massa molecu-lar igual a 1157 g·mol-1 e nº CAS 89157-03-9, todos do tipo bi-heterofuncional. Em todos eles os grupos reati-vos são do tipo VS+MCT e grupos cromóforos do tipo AZO (MORAIS, 2015).

Além dos corantes, foram utilizados os seguintes reagentes para as etapas de preparação e tingimento, sendo: alfa-amilase, umectante e sequestrante (Golden Tecnologia), hidróxido de sódio 98% (Labsinth) para o preparo de NaOH 50 ºBé, cloreto de sódio (NaCl) e car-bonato de sódio (Na2CO3).

2.3. EquipamentosLavadora Suzuki com velocidade periférica de 40

m·min-1, três aletas de 5,0 cm de altura, operando com 17 s de ciclo, Espectrofotômetro VIS Konica-Minolta CM 3600d, Balança Analítica Gehaka AG200, centrífuga e Secador Rotativo Suzuki.

2.4. Procedimentos2.4.1. Preparação e tingimentos

Inicialmente preparou-se as amostras em um ba-nho com relação de banho (RB) igual a 1:10 contendo 0,50 % de enzima alfa-amilase e 0,50 g·L-1 de umectante, quantidades recomendadas pelo fabricante dos insumos, tratando-se o substrato durante 20 min à 60 ºC (Lavadora Suzuki). Em seguida, todas as amostras foram centrifuga-das e secadas durante 20 min a 70 ºC (Secador Suzuki).

As quantidades de corantes e insumos utilizados nos tingimentos das duas cores estão descritas na Ta-bela 4. As quantidades dos insumos auxiliares foram definidas de acordo com as recomendações do fabri-cante dos corantes.

Tabela 3. Principais características das amostras

n Fornecedor Ligamento g·m-2 Composição1 Vicunha Sarja 2x1 348 100% CO

2 Vicunha Sarja 2x1 374 100% CO

3 Vicunha Sarja 3x1 350 98% CO / 2% EL

4 Vicunha Sarja 2x1 372 100% CO

5 Valença Sarja 2x1 362 100% CO

6 Valença Tela 344 100% CO

7 Paranatex Tela 321 100% CO

8 Vicunha Tela 299 100% CO

9 Vicunha Tela 305 100% CO

corantes

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Para o cálculo do Volume de Banho (VB), utilizou--se a equação 5.

VB = RB · MS (eq.5)

Onde: RB = relação de banho; MS = massa do substrato.Para cálculo dos insumos químicos expressos em

porcentagem (%) utilizou-se a equação 6 e para o cál-culo dos insumos químicos expressos em g·L-1, ou em m·L-1, a equação 7.

mInsumo = MS · % · 100-1 (eq.6)

Onde: mInsumo = massa calculada, em gramas; MS = massa do substrato, em gramas; % = valor do insumo descrito na receita.

QInsumo = VB · vR (eq.7)

Onde: QInsumo = quantidade calculada, em gramas ou mililitros; VB = volume de banho, em litros; vR = valor do in-sumo descrito na receita.

O processo de tingimento está demonstrado gra-ficamente na Figura 5.

2.4.2. Avaliação das coresAs cores foram avaliadas por espectrofotometria

VIS (Konica-Minolta CM 3600d), sob iluminante D65, 10º, Sistema CIELab (Figura 6).

Figura 6. Sistema CIELab (MINOLTA, 2007)

Tabela 4. Quantidades de corantes e auxiliares para os tingimentos.

ReagentesPANTONE

19-0516 16-1407

A

RY145 (%) 2,00 0,20

RR239 (%) 1,00 0,10

RB222 (%) 2,00 0,10

B NaCl (g·L-1) 80,00 25,00

C Na2CO3 (g·L-1) 8,00 5,00

D NaOH 50ºBé (mL·L-1) 2,00 0,20

E Dispersante (g·L-1) 1,00 1,00

Figura 5. Gráfico de tingimento (“All in”, MORAES, 2010).

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As variáveis a*, b* e L* correspondem aos eixos amarelo-azul, verde-vermelho e branco-preto, respec-tivamente. Através da equação 5 calcula-se a distância Euclidiana no espaço de cor CIELab, conhecida como desvio total (∆E*). O ∆E* corresponde à soma do qua-drado dos desvios parciais da cor estudada em relação ao padrão, utilizando-se para cálculo os desvios dos ei-xos a* (∆a*), b* (∆b*) e L* (∆L*).

∆E* = [(∆a*)2 + (∆b*)2 +(∆L*)2]1/2 (eq.5)

3. RESULTADOSNa Tabela 5, encontram-se as leituras espectrofo-

tométricas das amostras após a preparação enzimática e antes dos tingimentos serem efetuados.

Adotou-se como amostra “padrão” a que apre-sentou maior índice de luminosidade, ou seja, maior valor de L*. De acordo com Rosa, Tambourgi e Santa-na (2012), valores de ∆E* abaixo de 1,10 são aceitáveis dentro do mercado de confecções. Nota-se que antes do tingimento já se encontram valores de ∆E* acima de 1,10 nas amostras 2, 4, 5, 7, 8 e 9 em relação à amos-tra 3, de maior índice *L.

Na Tabela 6, os valores dos desvios relativos à cor Verde Oliva 19-0516.

Para esta cor, quatro amostras ficaram com ∆E* acima de 2,0. Este número representa uma diferença significativa entre as cores. Quatro amostras ficaram com valores de ∆E* aceitáveis pelo mercado. Na Tabela 7, os valores dos desvios relativos à cor Caqui 16-1407.

n Ligamento g·m-3 Composição L* a* b* ∆E*

3 Sarja 3x1 350 98% CO/2% EL 94,16 0,16 4,73 -

6 Tela 344 100% CO 94,02 -0,05 4,07 0,71

9 Tela 305 100% CO 93,82 -0,03 3,67 1,13

1 Sarja 2x1 348 100% CO 93,79 0,20 4,98 0,45

2 Sarja 2x1 374 100% CO 93,75 0,20 6,53 1,85

7 Tela 321 100% CO 93,28 0,14 5,74 1,34

4 Sarja 2x1 372 100% CO 93,10 0,80 4,80 1,24

5 Sarja 2x1 362 100% CO 93,10 -0,10 6,03 1,70

8 Tela 299 100% CO 93,04 -0,03 6,08 1,76

Tabela 5. Valores de L*, a* e b* das amostras entes do tingimento

Desvios na cor Verde Oliva 19-0516 TP

n L* a* b* DE*

3 35,55 -0,48 6,94 -

6 35,99 -0,43 7,12 0,48

9 34,82 -0,46 7,09 0,75

1 33,49 -0,07 6,43 2,16

2 35,40 -0,27 5,92 1,05

7 33,26 -0,05 6,66 2,35

4 33,54 -0,24 7,22 2,04

5 35,08 -0,13 6,88 0,59

8 35,67 0,08 4,88 2,14

Tabela 6. Desvios da cor 19-0516

corantes

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Para esta cor, tivemos três amostras com valores de ∆E* acima de 2 e uma com valor acima de 3, além de outras três com valores que não chegaram a 2, mas são maiores do que o aceito pelo mercado (1,10).

Importante salientar que a reflexão da cor depen-de também da superfície do substrato em que a luz é refletida (MIASHITA et al, 2014). Como exemplo, foram analisadas duas amostras com semelhantes valores de massa por metro quadrado: a amostra 3, uma sarja de 350 g·m-2 e a amostra 6, uma tela de 344 g·m-2, onde determinou-se densidade e título dos fios de urdume e trama. Os dados encontram-se na Tabela 8.

De posse dos dados da Tabela 8, calculou-se o Fator de Cobertura dos tecidos analisados através da equação 6 (SILVA, 2013).

KT = {[N1 · (T1)1/2] · 10-1}+ {[N2 · (T2)

1/2] · 10-1} (eq.6)

Onde: KT = fator de cobertura do tecido; N1 = fios·cm-1; T1 = densidade linear do fio de urdume em Tex; N2= bat·cm-1; T2 = densidade linear do fio de trama em Tex.

Os valores de fatores de cobertura das amostras selecionadas encontram-se demonstrados na Tabela 9.

Tabela 7. Desvios da cor 16-1407

Desvios na cor Caqui 16-1407 TPn L* a* b* DE*

3 72,89 -0,71 9,15 -

6 73,82 0,14 8,29 1,53

9 74,88 -0,20 7,67 2,53

1 73,76 0,01 8,29 1,42

2 75,02 -0,65 8,15 2,35

7 74,90 0,29 8,80 2,27

4 70,47 1,93 8,45 3,65

5 74,10 -0,08 8,11 1,72

8 71,57 0,37 8,29 1,91

Características Físicas Amostra 3 - Sarja Amostra 6 - Tela

Gramatura (g·m-2) 350 344

Urdume (bat·cm-1) 24 18

Trama (fios·cm-1) 18 16

Título do Urdume (Ne) 10 9

Título da Trama (Ne) 8 9

Tabela 8. Dados físicos relativos às amostras 3 e 6

corantes

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corantes

Observa-se que o fator de cobertura da amostra 3 (sarja) ficou 0,23 pontos acima do fator de cobertura da amostra 6 (tela), apesar das duas amostras possuírem valores semelhantes de massa por metro quadrado. Te-cidos com maior fator de cobertura possuem menores interstícios entre os fios, o que sugere incremento nas propriedades de reflexão da luz.

conclusõesEsta pesquisa demonstrou que há inúmeras vari-

áveis no tingimento de peças confeccionadas, mesmo sendo estas compostas por um mesmo tipo de fibra. Cinética e termodinâmica, por exemplo, são variáveis que podem possuir comportamento diferente em di-ferentes tipos de tecido, ainda que sejam tingidos no mesmo banho.

Outras variáveis como o tipo de ligamento, massa por metro quadrado, fator de cobertura e título de fios, dentre outras, podem interferir na absorção de corante e, consequentemente, na reflexão das cores tornando difícil a aceitação por parte do cliente.

Foi constatado que, mesmo as amostras tendo sido tingidas em mesmo banho, houve muita discre-pância nos valores de ∆E* encontrados entre elas. Na cor Verde Oliva 19-0516, por exemplo, somente pode-

riam ser tingidas juntas as amostras 2, 3, 5, 6 e 9, pois o ∆E* entre elas não ultrapassou 1,05. Já as amostras de número 1, 4, 7 e 8 distanciaram-se das demais em valores de ∆E* acima de duas unidades.

Para a cor Caqui 16-1407 a situação apresentada foi mais grave. Somente a amostra de número 1 ficou com valor de ∆E* abaixo do aceitável pelo mercado, que é de 1,10. As demais amostras apresentaram va-lores de desvio superiores a 1,50 chegando inclusive a 3,65 na amostra 4.

Os resultados apresentados sugerem que, para ha-ver uniformidade de cor entre lotes diferentes, é neces-sário um desenvolvimento exclusivo de cor para cada amostra em laboratório, ou para um grupo de amostras. Desta forma, a possibilidade de variações de tonalidades entre diferentes tipos de tecido seria minimizada.

AgRADECIMENTOSÀ Golden Química pelo fornecimento dos corantes

e reagentes, ao CNPq pelo suporte financeiro, ao Pro-grama SENAI-SP de Apoio à Pesquisa e às Empresas Vest Hakmem Ind. e Com. de Roupas LTDA, ZKF Imagem e Confecção LTDA, Lavanderia Lábios de Mel LTDA, Têxtil Pérola Ind. e Com. LTDA e Lavanderia Criativa LTDA.

Tabela 9. Valores do fator de cobertura relativos às amostras 3 e 6

Características Físicas Amostra 3 - Sarja Amostra 6 - Tela

Densidade Linear Urdume (Tex) 0,0615 0,0651

Densidade Linear Trama (Tex) 0,0759 0,0639

K1 (urdume) 0,60 0,46

K2 (trama) 0,50 0,40

KT 1,09 0,86

∆KT 0,23

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SEGUE O REGULAMENTO DA F.L.A.Q.T., A APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS PARA O CONGRESSO LIMITAM-SE AO ARTÍGULO 21 QUE DETALHA-SE A CONTINUAÇÃO:

INCISO 1: Condições Gerais:Quem pode apresenta-los: As pessoas físicas,

individual ou coletivamente.Temário: Deverão referir-se a qualquer um dos

temas listados no temário proposto.Aval: Os trabalhos procedentes de países nos

quais existam Associações filiadas a F.L.A.Q.T. deverão ser apresentados primeiramente às respectivas Associa-ções. Estas julgarão se seus méritos são suficientes para serem expostos no Congresso e em caso afirmativo, os enviarão ao Comitê Organizador. Os trabalhos de outras origens serão enviados diretamente ao referido Comitê.

Resumos: Os trabalhos apresentados deverão ter um resumo em idioma espanhol ou português, sendo optativo também o inglês.

Data limite de apresentação: O resumo deverá chegar ao Comitê Organizador nas datas estabelecidas.

Comitê Acadêmico de Avaliação: Este Comitê considerará os resumos recebidos no Comitê Organi-zador e recomendará sua aceitação ou rejeição, tendo em conta a procedência (dando preferencia aos sócios da F.L.A.Q.T.), a originalidade, a condição de inédito, o valor cientifico, o valor prático, o interesse geral e o ne-cessário equilíbrio entre os processos. Também reco-

• Artigo21: Os trabalhos a serem apresentados nos Congressos deverão ajustar-se ao respectivo regulamento:

REGuLAMENTO PARA A APRESENTAçÃO DE TRABALHOS PARA O “CONGRESSO LATINO-AMERICANO DE QuÍMICOS Y PROFESIONALES TÊXTILES”

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congresso

mendará sua exposição como conferencia ou pôster, tendo em conta seus méritos, a disponibilidade de lo-cais e de tempo. Os autores também poderão escolher a apresentação em pôster. A rejeição de um trabalho para conferencia os pôster não implicará em uma ava-liação negativa do mesmo.

Decisão sobre os trabalhos: Uma vez tomada uma decisão sobre um resumo, o Comitê Organizador comunicará imediatamente ao remetente, que deverá enviar o trabalho completo nas datas estabelecidas.

Fluxograma:a) Envio do resumo em espanhol ou português de

modo que chegue ao Comitê Organizador o mais cedo possível, antes da data indicada.

b) Consideração do Comitê Acadêmico de Avalia-ção.

c) Recomendação do anterior, ao Comitê Organi-zador.

d) Comunicação da decisão ao remetente.e) Envio do trabalho completo antes da data indi-

cada pelo Comitê Organizador, o mais cedo possível.

INCISO 2: Condições de apresentação:2.1. Idiomas oficiais: Espanhol e Português.

Também serão considerados os trabalhos escritos no idioma Inglês.

2.2. Extensão: Sem limitação.2.3. Forma de apresentação: Os trabalhos de-

verão ser apresentados em arquivo digital e impresso. O arquivo de texto será o Word 6.0 ou versão posterior, com fonte Arial de tamanho 12, com separação de 1,5 entre linhas. A impressão será em folhas tamanho A4 branco, com as margens superior e inferior de 3 cm., esquerda e direita de 2,5 cm..

2.4. Resumos: Deverão incluir propósitos, méto-dos, resultados e conclusões, de forma precisa e sucin-ta, ocupando não mais de vinte a trinta linhas.

2.5. Dados do autor: Será fornecida uma breve resenha de seus antecedentes na área têxtil, de não mais de dez linhas, no final do trabalho. Deverá ser for-necido, para contato, seu endereço ou caixa postal, fax ou e-mail e número de telefone.

2.6. Vocabulário Técnico: A menção de coran-tes, produtos auxiliares e processos, será feita utilizan-do o nome técnico genérico, na medida do possível.

2.7. Sistema de unidades: Deverá ser o Métrico Decimal.

2.8. Gráficos e Tabelas: Deverão ser nítidos e acompanhar o texto do trabalho.

2.9. Fotografias: Serão originais e serão anexa-das ao texto.

2.10. Quantidade de exemplares: Três para o Comitê Organizador.

INCISO 3: Exposição de trabalhos:3.1. Expositor: Poderá ser o autor ou um dos au-

tores do trabalho. Também poderá ser outra pessoa, previamente aceita pelo Comitê Organizador. O expo-sitor deverá estar inscrito no Congresso.

3.2. Tempo designado: Conferencias, uma hora; é recomendada uma exposição de quarenta e cinco a cinqüenta minutos, deixando o resto para discussão.

Pôster, vinte minutos; quinze de exposição e cinco de discussão.

3.3. Moderador: Em cada conferencia atuará um moderador designado pelo Comitê Organizador, cuja função principal será obter uma discussão correta. De-verá ser previsto que o moderador leia previamente a conferencia e que esteja familiarizado com o tema da conferencia na qual atuar como moderador.

3.4. Equipamentos auxiliares: Os autores co-municarão suas necessidades de projetor de slides, de transparências, infocus e outros meios, conjuntamente com os trabalhos aceitos para conferencia. A provisão dos equipamentos estará a cargo do Comitê Organi-zador.

3.5. Pôster: A confecção de cartazes e exibição de amostras estarão a cargo dos autores. Mediante entendimento prévio, o Comitê Organizador poderá fornecer algumas formas simples de suportes para car-tazes e amostras.

3.6. Tradução: O Comitê Organizador não forne-cerá o serviço de tradução para o idioma espanhol, sal-vo para trabalhos com prévio acordo entre os autores e o Comitê Organizador.

3.7. Edição de trabalhos: Os trabalhos aceitos para serem expostos, serão editados integralmente. No caso dos posters, será editado o resumo e/ou os textos fornecidos pelos autores.

3.8. Aceitação deste regulamento: A remessa

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congresso

de um trabalho será considerada pelo Comitê Organi-zador como a aceitação, por parte do autor, do presen-te regulamento.

3.9. Prêmio da F.L.A.Q.T.: A Federação instituiu um prêmio para o melhor trabalho original concursan-te, desde que não tenha sido publicado no país de ori-gem ou fora dele anteriormente a data do Congresso. O valor do premio establese-se em cada Asamblea de F.L.A.Q.T.

Artigo 22: Para participar do prêmio da F.L.A.Q.T., tanto as Associações Membro e em especial a Associa-ção Organizadora, deverão ter em conta:

a) Só poderão participar trabalhos de Associações Membro da F.L.A.Q.T., ou outros trabalhos de países la-tino-americanos que sejam avalizados por alguma das Associações Membro.

b) Os trabalhos concursantes não devem citar marcas nem nomes comerciais.

c) Para poder optar pelo concurso, os trabalhos devem ter sido apresentados segundo o regulamento para apresentação de trabalhos, indicado no Artigo 21.

d) No caso de que o primeiro prêmio seja consi-derado vago, o montante do dito prêmio não será acu-mulado com os prêmios do próximo congresso.

e) O país organizador do congresso deve informar impreterivelmente a cada concursante e por escrito, sobre as decisões tomadas na avaliação. Também de-verão informar na Assembléia as razões do por que se entrega o prêmio F.L.A.Q.T. ou em caso contrário, por que fica vago.

f ) Todos os trabalhos concursantes, mesmo os não premiados, mas que tenham sido selecionados para o programa de conferencias, devem ser destacados na programação e durante o congresso.

g) A Associação Organizadora do congresso, de-signará a comissão avaliadora dos trabalhos.

h) Se um trabalho for premiado fora deste regu-lamento, poderá ser impugnado e declarado vago. A impugnação deve ser apresentada pelas Associações Membro ou pela Comissão Diretora da F.L.A.Q.T. e em nenhum caso por autores ou membros pessoais.

La fecha máxima de presentación de trabajos al Comité Académico de Evaluación, será eñ 30 de junio del 2016.

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