rio guamá
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COMPOSIO DO MICROFITOPLNCTON DA BAA DO GUAJAR E FOZ DORIO GUAM (BELM-PAR)
Rosildo Santos Paiva(1), Paula Graciete Gouva(2)(1)Prof. Dr. no Depto. de Biologia CCB/UFPA, Campus do Gum - Rua Augusto Correa N
1, CEP 66075-110, Belm-Par; (2)Aluna do Curso de Biologia da UFPA.
A gua um recurso finito e vulnervel, essencial para sustentar a vida. A escassez e o
mau uso deste recurso so fatores de crescente risco ao desenvolvimento sustentvel e
proteo do meio ambiente. A gua atua como um veculo de desenvolvimento e possui valor
econmico em todos os usos competitivos e deve ser reconhecida como tal (SOUZA et al,
2004).
A cidade de Belm, uma metrpole amazonica e capital do estado do Par, banhada
ao sul pelo Rio Guam, que desemboca na Baia do Guajar, formada pelo rio Guam, de
maior vazo, e rio Acar. O rio Guam mede entre 1.360 e 2.000 m de largura enquanto a
Baia do Guajar tem largura de 3 a 4 km. Esses corpos dgua recebem os efluentes de 30 Km
de drenagens naturais, em parte transformadas em canais, que cortam a zona urbana da cidade
e transportam poluentes e contaminantes (RAMOS, 2004). O fato da fundao da cidade de
Belm ter acontecido s margens da Baa do Guajar, por si s fez com que essa rea, durante
sculos, funcionasse como o principal plo econmico, social e industrial da cidade. Nesta
regio, concentram-se indstrias, importantes ncleos habitacionais, o Distrito Industrial de
Icoaraci, a regio insular de Outeiro e Mosqueiro e o municpio de Ananindeua.
O estudo da comunidade fitoplnctonica, sua composio, distribuio e produo
primria tem fundamental importncia para o conhecimento dos principais mecanismos de
funcionamento dos ecossistemas aquticos. PAIVA (1991), realizou o primeiro estudo
abordando a comunidade fitiplanctnica da baia do Guajar onde o autor discutiu a variao
temporal e espacial da biomassa e composio relacionando com s caractersticas fisico-
quimicas da gua no esturio guajarino.
Este trabalho foi realizado dentro do projeto da SUB-REDE NORTE juntamente com
a Agncia Nacional de Petrleo ANP/FINEP/CTPETRO. O mesmo apresenta uma anlise da
composio do microfitoplncton da Baia do Guajar e foz do rio Guam, assim com o sua
variao espacial. As coletas foram realizadas em fevereiro de 2003 em 10 estaes
localizadas ao longo da baa do Guajar e foz do rio Guam (Figura 01).
As amostras foram obtidas com arrastos de trs minutos, horizontais sub-superfcie,
com o uso de uma rede de plncton com malha de 64 m de abertura, aps coletas as amostras
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foram fixadas com formol neutro 4% e as anlises realizadas no Laboratrio de Botnica da
UFPA.
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O critrio adotado para se obter a freqncia de ocorrncia das espcies foi o mesmo
utilizado por GOMES (1989) e PAIVA (1991): Muito frequntes: espcies presentes em
mais de 50% das amostras; Frequntes: espcies presentes no intervalo de 50 I----30% das
amostras; Pouco frequntes: espcies presentes no intervalo de 30 I----10% das amostras;
Espordicas: espcies presentes em 10% ou menos das amostras.
Os resultados revelaram a ocorrncia de 28 gneros e 58 espcies distribudas entre as
divises Bacillariophyta (86%), Chlorophyta (9%) e Cyanophyta (5%) (Figura 02). A menor
diversidade foi observada no ponto P03 com 14 espcies e as maiores ocorreram nos pontos
P05 e P06 com a ocorrncia de 34 e 26 espcies, respectivamente (Figura 03).
86%
5%9%
Bacillariophyta Cyanophyta Chlorophyta
Figura 02 - Composio percentual do microfitoplncton da baa do Guajar e foz do rio Guama.
0
5
10
15
20
25
30
35
N d
e es
pci
es
P01 P02 P03 P04 P05 P06 P07 P08 P09 P10
Estao
Figura 03 Nmero de espcies que compem o microfitoplncton em cadauma das estaes de amostragem na baa do Guajar e foz do rio Guam.
No que se refere freqncia de ocorrncia, merecem destaque Actinocyclus
ehrenbergii; Aulacoseira granulata; Cerataulus smithii; Coscinodiscus centralis;
Coscinodiscus excentricus; Coscinodiscus rothi; Polymyxus coronalis; Triceratium favus por
serem as mais freqentes com ocorrncia em todos os pontos de amostragem (Tabela 01).
PAIVA (1991), identificou no microfitoplncton da baa do Guajar, 116 txons especficos e
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infraespecficos e considera Polymyxus coronalis uma espcie que caracteriza o fitoplncton
do esturio guajarino.
Tabela 01 - Composio e freqncia de ocorrncia do microfitoplncton da baa do Guajar e foz do rioGuam.
ESPCIES MUITO FREQENTESDiviso Bacillariophyta: Actinocyclus ehrenbergii; Actinopticus trilingulatus; Aulacoseira granulata;Cerataulus smithii; Coscinodiscus asteromphalus; C. centralis; C. excentricus; C. rothi; C. obscurus;C. oculus iridis; Polymyxus coronalis; Surirella guatimalensis; S. striatula; Triceratium favus.Diviso Chlorophyta Closterium setaceumESPCIES FREQUENTESDiviso Bacillariophyta: Cyclotella striata; Coscinodiscus argus; C. curvatulus; C. jonesianus; C.radiatus; Nitzchia seriata.ESPCIES POUCO FREQUENTESDiviso Bacillariophyta: Cerataulus turgidus; Coscinodiscus apiculatus; C. divisus; C. lineatus;Cyclotella ocellata; C. stylorum; Rizosolenia longiseta; Surirella intercendens; S. robusta; Synedraulna; Thalassiosira spp; Thalassionema nitzschiides; Thalassionema sp.Diviso Chlorophyta : Pediastrum simplex; Staurastrum longipesDiviso Cyanophyta: Oscillatria sppESPCIES ESPORDICASDiviso Bacillariophyta: Actinocyclus tenellus; Actinopticus undulatus; Actinopticus vulgaris;Auliscus coellatus; Biddulphia mobiliensis; Biddulphia regia; Coconeis sp; Coscinodiscus perforatus;Eupodiscus radiatus; Hyalodiscus laevis; Nitzchia majuscula; Nitzchia vivax; Pseudonitzchia sp;Pinnularia sp; Pleurosigma majus; Surirella biseriata; Surirella comis.Diviso Chlorophyta: Planktosphaeria gelatinosa; Staurastrum sebaldi.Diviso Cyanophyta: Anabaena spp: Microcistis spMuito frequntes: espcies presentes em mais de 50% das amostras; Frequntes: presentes no intervalo de 50I----30% das amostras; Pouco frequntes: presentes no intervalo de 30 I----10% das amostras; Espordicas:presentes em 10% ou menos das amostras.
Agradecemos ao projeto PETRORISCO (FINEP/CNPq/CTPETRO) pelo suporte
financeiro das pesquisas realizadas neste trabalho.
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
GOMES, N. A. Composio e variao anual do fitoplncton na plataforma continental de
Pernambuco. Dissertao de Mestrado. UFPE. Recife. 198 p.
PAIVA, R. S. 1991. Composio e Biomassa do Fitoplncton da Baa do Guajar (Par -
Brasil). Dissertao de Mestrado. UFPE. Recife. 155 p.
SOUZA, A. L.; MELLO, C. F.; CARDOSO, C. L.; BARBAS, V. J. L. e SOUZA, A. S. 2004.
Uso Racional e Sustentvel da gua na Aqicultura. Captulo 3, pg 55.. IN: UHLY, S. e
SOUZA, E. LOPES. A Questo da gua na Grande Belm. 247 p.
RAMOS, J. 2004. Poluio e Contaminao da Orla de Belm-PA. Captulo 6, pg 121.. IN:
UHLY, S. e SOUZA, E. LOPES. A Questo da gua na Grande Belm. 247 p.