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SEGURANÇA Fórum debate a prevenção ao roubo de cargas Ano VIII - N° 21 - Novembro de 2014 MOBILIDADE URBANA Desafios para as mudanças na área ENTREVISTA: EDUARDO PAES Prefeito prevê melhorias com as Olimpíadas REDE TRANSPORTE Lançamento nacional no Riocentro Expotáxi Brasil e Fenacargo Veja o que aconteceu na principal feira do táxi do Brasil e os principais debates sobre o transporte rodoviário de cargas

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Edicao 21 da Revista Rio Cooperativo - Novembro 2014

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SEGURANÇAFórum debate a prevenção ao roubo de cargas

Ano VIII - N° 21 - Novembro de 2014

MOBILIDADE URBANADesafios para as mudanças na área

ENTREVISTA: EDUARDO PAESPrefeito prevê melhorias com as Olimpíadas

REDE TRANSPORTELançamento nacional no Riocentro

Expotáxi Brasil e FenacargoVeja o que aconteceu na principal feira do táxi do Brasil

e os principais debates sobre o transporte rodoviário de cargas

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Rio Cooperativo é uma publicação da Montenegro Grupo de ComunicaçãoContatos e Publicidade: (21) 2215-9463 - 2533-6009End.: Rua Acre, 47, gr. 301-304 - Centro - CEP 20081-000 - Rio de Janeiro - [email protected] | www.montenegrocc.com.brtwitter.com/MontenegroGC | facebook.com/MontenegroGCwww.riocooperativo.com.br | facebook.com/RioCooperativo

Editor Executivo: Cláudio Montenegro(MTb 19.027 - [email protected])Jornalista Responsável: Leonardo Poyart(MTb 24.393 - [email protected])Redator-chefe: Richard Hollanda ([email protected])Reportagens: Chandra Santos, Felipe Oliveira e Tiago NicacioProgramação visual: Tainá Bittencourt ([email protected])Administração: Márcia Fraga ([email protected])Publicidade: [email protected]

Colaboraram nesta edição: Abdul Nasser, Arnaldo Leite, Paulo Rezende e Ronaldo Gaudio.Fotos: Chandra Santos, Genival Santos, Leo Poyart, Richard Hollanda e SXC.Distribuição: Lideranças cooperativistas, dirigentes, gerentes, cooperados e funcionários de cooperativas de todos os segmentos (agropecuário, consumo, crédito, educacional, espe-cial, habitacional, infraestrutura, mineral, produção, saúde, trabalho, transporte e turismo), empresários, administradores e gestores, assessores jurídicos, auditores, contadores, pro-fissionais de recursos humanos, associações, sindicatos, federações e entidades de classe de forma geral, orgãos e instituições governamentais, universidades, clínicas e hospitais, fornecedores de produtos e serviços para cooperativas e demais formadores de opinião.Artigos: os artigos publicados são de inteira responsabilidade de seus autores, não corres-pondendo necessariamente à opinião dos editores.Envio de releases: [email protected] (os releases são avaliados pelos editores, sem obrigatoriedade de publicação dos mesmos).Capa: Tainá Bittencourt, com fotos de Genival RamosEdição nº 21 - Novembro de 2014

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QR CodeAcesse o nosso site:

SELO FSC

Seções

Editorial

Circulando

Tribuna CooperativistaArnaldo Leite

Causa & EfeitoRonaldo Gaudio e Abdul Nasser

Tempos VerbaisPaulo Rezende

EntrevistaO prefeito do Rio, Eduardo Paes,fala sobre a logística nas Olimpíadas

CapaExpotáxi Brasil e Fenacargo reúnem mais de 4.200 pessoas no Riocentro

Rede TransporteLançamento reuniu cooperativas de todo o Brasil

Mobilidade UrbanaTemática é debatida durante evento

SegurançaFórum propõe combate ao roubo de cargas

JurídicoConheça a situação jurídica do transporte de cargas no Estado

ExpositoresSaiba a repercussão da feira na opinião dos participantes do evento

Ano VIII - N° 21 - Novembro de 2014

Expotáxi Brasil e FenacargoVeja o que aconteceu na principal feira do táxi do Brasil

e os principais debates sobre o transporte rodoviário de cargas

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Que Brasil queremos?

Editorial

Finda a “festa da democracia das urnas”, o país vol-

ta à dura realidade da queda de braço do governo

autorizado para mais quatro anos de mandato com a

oposição aditivada com a força de mais de 51 milhões de

votos contrários à pequena maioria (pouco mais de 54

milhões de eleitores).

Em se levando em conta as mais de 30 milhões de abs-

tenções, face aos números totais, não podemos simples-

mente cerrar os olhos para a real situação de um país

dividido, menos pela divergência de opiniões que pelo incon-

formismo aos tristes fatos ocorridos nos últimos anos.

Ainda que o resultado das urnas tenha deixado um

gosto de ressaca em quase metade dos brasileiros, é

leviano atribuir culpa aos irmãos nordestinos por isso.

Ou aos mineiros, que não referendaram seu voto aos

tucanos. Ou ainda aos estados do Norte do país, que

entenderam ser o governo petista a melhor opção.

Em todo o processo político atual, só existe um único

culpado: o povo brasileiro, que se acomodou ao longo dos

anos com a corrupção vigente, acostumado a ver apenas

marolinhas em meio a enxurradas de escândalos.

Vivemos no país da impunidade, da corrupção elevada

ao nível extremo, onde bissextamente surgem Joaquins

Barbosas agindo como verdadeiros Dons Quixotes, lu-

tando contra moinhos cada vez maiores e mais numero-

sos. Vivemos em meio aos descasos das autoridades go-

vernamentais em questões de saúde pública, educação,

segurança, transportes e muito mais.

Mas não podemos simplesmente polarizar o país en-

tre petistas e tucanos. No final das contas, os vícios go-

vernistas são praticamente os mesmos. A nova Câmara

de Deputados terá a oportunidade de confrontar essa

prática recorrente há pelo menos 20 anos, com a entra-

da de novos partidos eleitos pela primeira vez e outros

que terão maior presença no parlamento.

De certo que o Plano Real estabilizou a economia e

moeda brasileiras e os programas bem-sucedidos do

governo FHC serviram de pontapé inicial para os pro-

gramas de apelo popular dos governos petistas, como o

Bolsa Família e Minha Casa, Minha Vida. Mas tudo não

passa de cortina de fumaça quando se enxerga a triste

realidade de milhões de brasileiros que vivem ainda na

miséria, na esperança de receber luz em seus lares, es-

colas para seus filhos, casas para suas famílias, saúde

decente nos hospitais e clínicas. Num país de dimensões

continentais, entre as dez maiores economias do mun-

do, tal situação é inconcebível!

É necessário uma maior participação da sociedade, seja

opinando, criticando ou confrontando de forma inteligente e

determinada todos os passos de nossos governantes, sob

pena de serem alijados de todo e qualquer processo político.

Já passou da hora de refletir que Brasil queremos. O

da ilusão, com Bolsas-Migalhas e programas de cunho

puramente eleitoreiros para os miseráveis, verdadeiros

fantoches nas mãos de políticos inescrupulosos. O da

impunidade, onde quanto mais se rouba dos cofres públi-

cos, menos chances se tem de ir para a cadeia. Ou o da

utopia, onde o trabalho duro prevaleça, as boas práticas

de conduta moral sejam palavra de ordem e a impunidade

não seja uma prática recorrente.

Esta é a lição que todo cooperativista aprende desde

que se depara com a filosofia e a doutrina criadas em

1844 pelos aqueles utópicos de Rochedale. Que nos sir-

va de modelo.

Boa leitura e saudações cooperativistas!

Cláudio MontenegroEditor Executivo

“Você é livre para fazer suas escolhas, mas é prisioneiro das consequências.”

(Pablo Neruda)

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Circulando

A partir de janeiro de 2015, a Guia de Trânsito Animal Ele-

trônica (e-GTA) será obrigatória para o transporte interes-

tadual de animais vivos, ovos férteis e outros materiais de

multiplicação animal. A e-GTA passa a ser obrigatória tam-

bém para o transporte inter e intraestadual de animais vivos

destinados ao abate em estabelecimentos sob o Serviço de

Inspeção Federal (SIF).

A alteração foi feita na Instrução Normativa nº 19, que

regulamenta o uso desta Guia. O prazo para adequação é

de 180 dias a partir da publicação no Diário Oficial da União

(DOU), realizada no dia 3 de outubro.

O e-GTA contém informações a respeito da origem do ani-

mal, tais como o código do estabelecimento e da exploração

pecuária, nome do produtor rural, do município e o destino

para o qual o animal está sendo levado.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Ane-

el) publicou em outubro, no DOU, os procedi-

mentos comerciais para a aplicação do sistema

de bandeiras tarifárias, que começa a valer em

janeiro de 2015. O sistema permite o repasse

mensal para a conta de luz do custo extra das

distribuidoras com o uso de termelétricas.

As bandeiras tarifárias funcionam como um

semáforo de trânsito: a bandeira verde significa

custos baixos para gerar a energia e, portanto,

a tarifa não terá nenhum acréscimo naquele mês.

A bandeira amarela indicará um sinal de atenção,

pois os custos de geração estão aumentando –

um acréscimo de R$ 1,50 para cada 100 quilo-

watts-hora consumidos. Já a vermelha mostra

que o custo da geração está mais alto e haverá

um adicional de R$ 3 a cada 100 quilowatts-hora.

Segundo a Aneel, as bandeiras não repre-

sentarão maior custo na conta, porque a re-

ceita adicional obtida pelas distribuidoras com

a aplicação das bandeiras tarifárias amarela ou

vermelha será considerada como redutor no mo-

mento do cálculo das tarifas da concessionária.

Guia eletrônica obrigatória para transporte interestadual

Normas para aplicação de sistema de bandeiras

Fonte: MAPA Fonte: Agência Brasil

Motivadas pela participação em projetos realizados

pelo Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), indí-

genas de Amambai, a 360 quilômetros de Campo Grande,

criaram a primeira cooperativa de mulheres, com 15 coo-

peradas especializadas na fabricação de sabão artesanal.

A ideia é comercializar os produtos entre as aldeias

da região, ampliando a geração de renda. As mulheres

da etnia Guarani e Kaiowá participaram de cursos que

ensinaram a produção do sabão e como investir no ne-

gócio. Todos os meses o Senar oferece capacitações

em diversas áreas para indígenas, além de produtores e

trabalhadores rurais no Estado.

Mulheres indígenas criam cooperativa de produção de sabão

Fonte: A Crítica de Campo Grande

A programação dos cursos está disponível no site

www.senarms.org.br

JOGUIBA.COM

A CRÍTICA DE CAMPO GRANDE

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A greve dos bancários ocorrida durante o mês de setembro em todo o país não atingiu a abertura e as operações das cooperativas financeiras. Elas se torna-ram uma alternativa àqueles que precisavam de serviços financeiros e enfrentaram dificuldades devido à paralisa-ção da categoria.

Continua até abril de 2015 a campanha Sicredi Ce-leiro do Mato Grosso 25 Anos. A instituição financeira cooperativa distribuirá 53 prêmios, entre três veículos, 25 TV’s e 25 Iphones. Participam da promoção os as-sociados que investirem em Capital Social, Poupança, nos produtos de investimento RDC e Sicredinvest, em Consórcios e outros serviços que estão previstos no regulamento disponível em todas as Unidades e Pontos de Atendimento. Saiba mais em http://migre.me/maY06

Circulando

A Coop – Cooperativa de Consumo prevê um cresci-mento entre 4 e 6% na venda de itens infantis, em com-paração ao mesmo período do ano passado. Além dos tradicionais brinquedos como bonecas, bolas, carrinhos e bicicletas, a grande aposta continua nos brinquedos licenciados e produtos eletrônicos, como smartphones, notebooks e tablets. Atualmente, a Coop é considerada a maior cooperativa de consumo da América Latina.

A Cooperativa de Trabalho Educacional Colégio Pro-fessor Clóvis Tavares (Colégio Pró-Uni) realizou em ou-tubro o 6° Passeio Ciclístico para estimular a prática de atividades físicas e promover a integração entre os pais, alunos, cooperados e a comunidade de Campos dos Goytacazes. A atividade reuniu mais de 300 pessoas e faz parte das comemorações do 19º aniversário da uni-dade escolar.

O documentário De Volta, co-produção entre a Coo-perativa de Trabalho de Produção Audiovisual de Saúde, Saneamento e Meio Ambiente (Coopas) e o Canal Futura agora alça voos mais altos. O filme, retrato de quatro dias fundamentais na vida de quatro pessoas, foi finalista do 2014 International Emmy Awards, considerado o Os-car da televisão mundial.

Curtas

A revista Globo Rural destacou a perda de competiti-vidade das cooperativas brasileiras ocasionada pela duplici-dade na tributação atual, fruto da falta do reconhecimento do adequado tratamento ao ato cooperativo. A reportagem ouviu o consultor da Assessoria Jurídica do Sistema OCB, João Muzzi. Veja mais em http://migre.me/maY4L

Com 273 veículos e 14 motos negociados entre outros produ-

tos e serviços, o Feirão Sicredi Rio recebeu no início de outubro, no

Riocentro, 2.400 associados da Sicred Rio (realizadora do evento),

Sicoob Comperj e Sicoob Cecremef que desejavam adquirir informa-

ções e comprar carros novos das marcas presentes. Facilidades de

pagamento e preços reduzidos foram os destaques. Para atender

aos pedidos do quadro social, pela primeira vez no Feirão 2014 foram

apresentados barcos e agência de viagens com condições especiais

de pagamentos, além de motos de marcas como BMW, Rio Triumph,

Harley-Davidson e Honda Motos.

Foram 32 concessionárias de automóveis, motos, bicicletas elé-

tricas, triciclos, seguros, lanchas, turismo, espaço para recreação

infantil, sorteios e shows ao vivo que movimentaram os 11 mil me-

tros quadrados de espaço.

Para a presidente da Sicredi Rio, Denise Damian, o feirão é o re-

sultado de diversas ações conjuntas em prol dos associados. “Este

é um exemplo nacional para o setor e as relações representam um

crescimento contínuo, ano após ano. Acreditamos na força do coope-

rativismo, com a filosofia de atender ao sócio nas diversas áreas em

que ele possa se sentir privilegiado fazendo parte da Sicredi”, disse.

De acordo com o superintendente da cooperativa, Marcelo Espíndo-

la, a proposta é criar um centro de compras para os médicos, não ape-

nas com a exposição de veículos, mas para realizar test drives num local

único para comparar os carros de forma interativa. “O sócio sempre

terá o menor preço negociando a compra com o apoio da Sicredi Rio,

seja no feirão ou nos dias que se seguem ao evento”, afirmou.

O Sicoob Cecremef, parceiro do evento, apresentou o financia-

mento de veículos. Para o presidente Francisco Bezerra, o feirão ala-

vancou esta área. “Este evento é a grande expectativa do associado,

pois ele se programa e aguarda o feirão para adquirir um carro novo

podendo ser financiado pela cooperativa”, acrescentou.

Feirão Sicredi 2014

LEO POYART

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Eduardo Paes: melhorias com o impulso das olimpíadas

Eduardo da Costa Paes formou-se em Direito pela

Pontifícia Universidade Católica (PUC-RJ), mas a

entrada desde cedo na política não lhe permitiu exercer

a advocacia de forma efetiva. Como prefeito do Rio, es-

tabeleceu uma gestão focada em metas e planejamento.

Em seu primeiro ano, a cidade do Rio conquistou a sede

das Olimpíadas de 2016, superando candidatos fortes,

como Chicago, Tóquio e Madri. Em 2012, ele foi reeleito

no primeiro turno, com 64% dos votos.

As Olimpíadas serviram como forte impulsionador de

empreendimentos voltados para a mobilidade urbana no

Rio de Janeiro – como as vias expressas Transolímpica,

Transoeste e Transcarioca, integrando as zonas nor-

te, oeste, centro e o aeroporto internacional. Inclui-se,

também, a revitalização da área do porto, criando o

Porto Maravilha.

Apesar dos transtornos que as obras causam à po-

pulação, as mudanças têm mostrado resultados. Duran-

te a Copa das Confederações, em 2013, o ordenamento

do trânsito e dos transportes do Rio foi considerado

pelo Comitê Organizador Local da FIFA o mais eficiente

entre todas as cidades envolvidas na competição.

Em julho deste ano foi inaugurado o Arco Rodoviário

Metropolitano, ligando o Porto de Itaguaí a Itaboraí. A

meta é diminuir a circulação de veículos pesados na ci-

dade. “Trata-se de um projeto importantíssimo para a

região metropolitana e que terá um impacto positivo.

A redução do tráfego de veículos de carga pela Avenida

Brasil representa uma medida importante para desafo-

gar o trânsito na principal via da cidade. Quando a Trans-

brasil estiver em operação, o BRT passará a ser uma óti-

ma alternativa e muitos ônibus deixarão de circular pela

região, o que diminuirá os engarrafamentos”, diz Paes.

Renovação da frota de táxisEssa forma de gerir o transporte no Rio de Janeiro

também envolve os táxis, que exercem um papel impor-

tante na construção de um novo modelo de mobilidade

urbana no município. Um reflexo foi o aumento da fisca-

lização contra táxis pira-

tas, iniciado em 2013. “A

Secretaria Municipal de

Transportes (SMTR) impri-

miu uma nova linha de ação

para ordenar e fiscalizar o

sistema de táxis. Intensifi-

cou as operações nas prin-

cipais áreas da cidade, em

especial nos locais de che-

gada e saída de turistas,

em megaeventos como a

Jornada Mundial da Juven-

tude e o Rock in Rio. Ao

mesmo tempo, combateu

as irregularidades em diversos pontos do município com

operações diárias, protegendo os usuários das investidas

dos táxis piratas”, destaca Paes.

Além de uma opção a mais para os deslocamentos, a

frota de táxi do Rio também costuma ser a primeira op-

ção de transporte para os turistas que chegam à Cidade

Maravilhosa. Ciente desta atuação dos taxistas, a Prefei-

tura tem dedicado atenção especial à qualidade do servi-

ço. “Os taxistas são verdadeiros embaixadores da cidade.

Esses profissionais muitas vezes têm o primeiro contato

com os turistas e são portadores de informações básicas

para que o visitante programe sua passagem pelo Rio.

Até em função da importância do papel do taxista para a

imagem da cidade, a Prefeitura, por meio da SMTR, tem

aperfeiçoado o controle da frota e avaliado o desempenho

dos profissionais”, ressalta o prefeito.

Outra iniciativa para qualificar o serviço de táxi foi

a criação de incentivos fiscais para a compra de novos

veículos, impulsionando a renovação da frota. “A Prefei-

tura fornece uma carta contendo histórico e tempo de

serviço do permissionário para que ele obtenha isenção

dos tributos IPI (federal) e ICMS (estadual). Essa isen-

ção tributária ajuda o taxista a adquirir um veículo novo

e ameniza os custos na transação comercial”, finaliza.

PREF

EITU

RA D

O RI

O

Entrevista

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O Riocentro sediou em setembro as feiras Expotáxi

Brasil e Fenacargo. Durante os dias 26, 27 e 28

mais de 4.200 pessoas visitaram o espaço, que contou

com seminário de aplicativos, fóruns e palestras. Foram

movimentados mais de R$ 4 milhões de reais. Também

foi lançada a Rede Transporte, que permitirá reduzir

custos e aumentar a competitividade das cooperativas e

empresas do segmento do transporte de cargas e pas-

sageiros por meio do ganho de escala.

Além disso, tanto a Expotáxi Brasil quanto a Fena-

cargo serviram para formalização de parcerias. Inúme-

ros profissionais do táxi se cadastraram em projetos de

capacitação profissional realizados pelo Sistema OCB/

Sescoop-RJ e o Sest-Senat.

Para o presidente do Sindicato das Empresas de

Transporte Rodoviário de Cargas e Logística do Rio de

Janeiro (Sindicarga), Francesco Cupello, eventos deste

porte servem para ajudar no planejamento do sistema de

mobilidade urbana. “Tiramos uma lição sobre a importân-

cia de planejar o futuro da cidade e do país. Além disso,

conseguimos debater projetos de organização de logísti-

ca que é vital ao nosso dia-a-dia e, sem ela, é impossível

que ocorra o desenvolvimento ao nosso redor”, disse.

Eduardo Rebuzzi, presidente da Federação do Trans-

porte de Cargas do Estado do Rio de Janeiro (Fetrans-

carga), destacou: “Este debate deve acontecer cotidia-

namente, porque a atividade econômica de transporte é

dinâmica. Eventos como este ajudam a melhorar o Brasil.

Esse é, com certeza, o primeiro de muitas Fenacargos.

O que vivenciamos aqui superou nossas expectativas.”

Para Marcos Diaz, presidente do Sistema OCB/Ses-

coop-RJ, a feira foi uma oportunidade de desenvolver

parcerias para o desenvolvimento em conjunto de em-

presas e cooperativas. “Representantes de 21 estados

brasileiros participaram e, desta forma, conseguimos

fundar uma rede de negócios e também iniciamos deba-

tes de forma mais detalhada sobre temas como mobili-

dade e logística. O evento é de grande importância para

começarmos a entender o país e buscarmos soluções no

que tange ao transporte”, contou.

Expotáxi Brasil e Fenacargo reúnem mais de 4.200 pessoas no Riocentro

Durante três dias, taxistas e transportadores de cargas acompanharam as principais tendências dos setores

ALExANDRE RUAS

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O consultor regional de vendas diretas da Toyota,

Fernando Klein, afirmou que o evento é uma oportuni-

dade de aproximação maior com taxistas e consumido-

res. “Na Expotáxi ficamos mais perto dos formadores de

opinião pois os taxistas são referência para os nossos

testes em veículos. Eles transformam o carro em escri-

tório e, pensando nisso, buscamos cada vez mais essa

aproximação para criarmos carros mais confortáveis e

duráveis. Foi uma honra participar deste evento”, disse.

Segundo o diretor-executivo da Montenegro Gru-

po de Comunicação, Cláudio Montenegro, a realização

conjunta da Expotáxi Brasil e da Fenacargo é a con-

cretização de um sonho. “Esse ano o desafio só au-

mentou, pois a feira passou a ser de âmbito nacional.

Graças a boas parcerias, estamos conseguindo su-

cesso neste evento inédito no Rio de Janeiro para de-

bater e buscar as oportunidades que estão ao nosso

redor”, ressaltou.

ApresentaçõesForam realizados durante os três dias de evento fó-

runs sobre mobilidade urbana, segurança no transporte

de cargas e passageiros e temáticas que envolveram a

área jurídica, com detalhes que contemplaram as neces-

sidades do segmento.

Expotáxi Brasil e Fenacargo contaram com cerca de

60 expositores, de grandes montadoras a empresas de

equipamentos para veículos e caminhões. Muitas, para

FOTOS: GENIVAL RAMOS

Visitantes em busca de novidades do setor

Tema controverso e que permeia toda a categoria,

os aplicativos de chamada de corridas de táxi foram

assuntos do 1º Seminário de Aplicativos de Chamadas de

Corridas de Táxi do Rio de Janeiro. O local para o debate

foi a Expotáxi Brasil. Mais de 50 pessoas, entre diri-

gentes de cooperativas e representantes de empresas

participaram do encontro, mediado pelo jornalista de O

Dia, Luiz Almeida.

Algumas ações como a criação de um aplicativo único

para todas as cooperativas de uma região, através de

um meio de integração, também foram comentados.

Para se ter uma ideia da importância do assunto, na

cidade do Rio de Janeiro mais da metade da frota de tá-

xis – de 33 mil veículos – possui cadastro em aplicativos

Aplicativos de Chamadas de Táxi

demonstrarem seus produtos, promoveram palestras.

A BSG Consultores, por exemplo, desenvolveu um aplica-

tivo que indica quando o motorista está fadigado demais

para assumir a direção.

A AssistCar, empresa especializada em legislação de

trânsito, demonstrou algumas ações de defesa de mo-

toristas que receberam multas indevidas. Atualmente,

cerca de 70% dos clientes da AssistCar são taxistas,

que tentam reverter o processo para continuar exer-

cendo a profissão.

O Banco do Brasil apresentou as vantagens para o

profissional do táxi, como financiamentos para a compra

de veículos novos. Já o Banco Bonsucesso apresentou

a Conta Giro Certo, um produto exclusivo e inovador no

mercado financeiro, que permite a antecipação dos re-

cebíveis a juros zero.

de chamadas de corridas. Para não perder mercado, as

empresas de táxi estão lançando aplicativos próprios ou

realizando parcerias com as empresas desenvolvedoras.

Rogério Casagrande, da Original Software, afirmou

que “as cooperativas devem trabalhar uma forma de

captura de pedidos. E isso precisa acontecer através de

uma ferramenta que não seja nociva”. Marcelo Sicsú, da

Wappa, disse que a empresa deseja que “o taxista atinja

a meta do dia mais rapidamente, ganhando mais”.

Para o diretor da Smartsis, Marcelo Penner, o objeti-

vo é defender as cooperativas. Por fim, Ricardo Góes, da

Táxi Machine, pontuou a necessidade da inserção. “Os

aplicativos chegaram e as empresas estão cientes da

necessidade de se adaptarem ao mercado”, disse.

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Rede Transporte lançada na Expotáxi

Com os objetivos de reduzir os custos

e aumentar a competitividade das

cooperativas de transporte por meio do

ganho de escala, o Sistema OCB lançou

a Central Nacional de Cooperativas de

Transporte de Carga e Passageiros (Rede

Transporte). A cerimônia de lançamento,

realizada durante a Expotáxi Brasil, con-

tou com a presença de diversos repre-

sentantes do setor, como os presiden-

tes dos Sistemas OCB, Márcio Lopes de

Freitas, OCB/RJ, Marcos Diaz e OCB/CE,

João Nicédio Nogueira.

A Rede Transporte será composta por cooperativas

singulares, vinculadas ao Sistema OCB nos seus respec-

tivos estados e seu objetivo principal é promover o de-

senvolvimento do setor, por meio da intercooperação e

da gestão integrada de atividades de interesse coletivo.

O presidente Márcio Lopes enfatizou que a Central

de Compras é um grande avanço a serviço do movimen-

to cooperativista brasileiro. “A expansão da Rede para

todo o Brasil é extraordinária e dará a oportunidade de

desenvolvimento para toda a categoria, frente aos gran-

des avanços que ocorrem no país e no mundo. Assumo

o compromisso de apoiar a Rede em todos estados e

transformá-la em referência para o cooperativismo bra-

sileiro”, comentou Márcio Lopes.

Já o presidente do Sistema OCB/RJ afirmou que o

lançamento da Rede Transporte é um caminho que pro-

porcionará às cooperativas um crescimento significati-

vo, devido à possibilidade do acesso a produtos e au-

mento de competitividade. “Percebemos que este era

o momento de virarmos a página e unir todo o segmen-

to transporte e desenvolvê-lo igualmente, garantindo o

acesso a tecnologias, capacitação, representação insti-

tucional e suporte técnico. A Rede Transporte será es-

sencial para o cooperativismo brasileiro e modelo para

outros ramos”, disse Marcos Diaz.

Na sequência, o coordenador nacional do Ramo

Transporte, Abel Paré, fez uma apresentação institucio-

nal sobre o Sistema OCB e sobre o funcionamento da

Central Nacional das Cooperativas do Ramo Transporte.

Ele comentou estar impressionado com o número de

presentes que lotaram o auditório do Riocentro: mais

de 200 pessoas. “O trabalho deve ser iniciado na base,

onde estão os cooperados, transformando-os em prota-

gonistas da Rede”, disse Abel.

O evento de lançamento contou, ainda, com a apre-

sentação do caso de sucesso da Central de Compras do

Sistema Unimed, cuja expositora foi a diretora de Inte-

gração Cooperativista e Mercado da Unimed do Brasil,

Carla Tozato.

Rede TransportePara ter-se uma ideia da dimensão que a Central po-

derá tomar, atualmente, a frota do transporte de cargas

gira em torno de 33 mil veículos. Já a frota utilizada no

transporte de passageiros é de cerca de 46 mil veículos.

A Central manterá parcerias com fornecedores para

customizar produtos e serviços, alinhando-os às es-

pecificidades das cooperativas com preços diferencia-

dos. Além disso, manterá parceria com o Sescoop para

o desenvolvimento da cultura de gestão profissional e

qualidade nas Cooperativas de Transporte, buscando a

padronização e o alinhamento das práticas contábeis,

tributárias e operacionais.

A Central desenvolverá uma plataforma virtual con-

tendo o registro de preços, ou seja, um sistema de

homologação de fornecedores e compradores associa-

dos. A sede administrativa será no mesmo local onde já

encontra-se a Rede, na cidade de Arroio do Meio (RS).

GENIVAL RAMOS

Abel Paré (dir.) ao lado de Marcos Diaz e Márcio Lopes: a Rede será trabalhada na base

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Mobilidade urbana é discutida

A mobilidade urbana também foi outro assunto em

foco na Expotáxi Brasil e Fenacargo. Um dos pales-

trantes, o ex-secretário de Transportes do Rio de Ja-

neiro, Carlos Roberto Osório, detalhou as mudanças na

malha logística da cidade com ênfase nas perspectivas

para o trabalho dos taxistas e o transporte de cargas.

Ele traçou um quadro comparativo da infraestrutura

de transportes do Rio entre os anos de 2010, 2012 e

2016. Entre as principais mudanças, Osório destacou

a construção da Transcarioca e outras obras previstas,

como o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) no Centro da ci-

dade e uma segunda via expressa ligando os bairros do

Recreio a Deodoro.

“Sei que as obras causaram transtornos e assumo

a responsabilidade por isso. Mas, com diálogo, estamos

melhorando a estrutura de transportes”, disse.

Engarrafamentos causam prejuízosQuem também palestrou foi Riley Rodrigues de Olivei-

ra, especialista em competitividade industrial e investi-

mentos do Sistema Firjan. Ele abordou os prejuízos que

os engarrafamentos causam ao Rio, dificultando a ex-

pansão econômica.

Para ilustrar a difícil situação da mobilidade urbana,

Riley lembrou que seis milhões de veículos circulam dia-

riamente pela Região Metropolitana, sendo que 150 mil

são caminhões. Os horários de pico somam 11h por dia

e o prejuízo dos engarrafamentos chega a R$ 40 bilhões.

“Sem uma rede de transportes adequada não exis-

te economia. O engarrafamento é sintoma da desordem

urbana”, ressaltou Rodrigues, acrescentando o fato das

pessoas morarem cada vez mais longe dos centros ur-

banos, sendo obrigadas a grandes deslocamentos para

o local de trabalho.

Para começar a resolver o problema, o especialista

recomendou, entre outras medidas, aumentar a cober-

tura do transporte público e o reordenamento urbano.

Gargalos na logística serão mapeadosEm resposta aos problemas na malha de transportes

do Rio de Janeiro, a Secretaria de Estado de Transpor-

tes está elaborando um Plano Estratégico de Logística

e Cargas (PELC). O objetivo é mapear os gargalos na

infraestrutura do estado, tendo por base um horizonte

de 30 anos.

Em sua apresentação na feira, o superintendente de

Logística de Cargas da Secretaria de Estado, Eduardo

Duprat, enumerou os estudos estratégicos contidos

no PELC, como aqueles destinados à conexão logística

do eixo Rio-São Paulo no Vale do Paraíba e os planos

de investimentos nas concessões. Uma das ferramen-

tas para embasar os estudos é o levantamento visual

de campo, similar ao Google Street View e que permite

maior precisão nas intervenções.

“Temos dados calibrados sobre a condição desses

eixos de tráfego. A logística tem que acompanhar a pu-

jança dos investimentos e, por isso, precisamos de um

Plano Estratégico dinâmico”, afirmou Duprat.

GENIVAL RAMOS

Os presidentes Francesco Cupello (primeiro à esq.) e Eduardo Rebuzzi (terceiro) assistem às apresentações do evento

Page 12: Rio_cooperativo_21_novembro_2014

12

O roubo de cargas é um dos grandes obstáculos no

caminho dos transportadores brasileiros. Além de

causar prejuízos materiais, a violência das abordagens de-

sestimula os profissionais da área, que optam por deixar o

ramo, encarecendo a mão de obra. Pensando em soluções

para este problema, a Fenacargo 2014 sediou o Fórum

Interestadual para Ações Integradas de Prevenção e Re-

pressão ao Roubo e Furto de Cargas e Veículos de Carga.

O painel reuniu várias autoridades em segurança rodo-

viária do país. O mote das discussões foi a necessidade de

planejar ações integradas dos diversos atores envolvidos

no segmento. Em sua apresentação, o inspetor da Polícia

Rodoviária Federal (PRF), Wagner José Duarte, lembrou

da importância de um banco de dados padronizado.

“Integração é importante, mas tem que ser feita com

estratégia. Neste sentido, é fundamental padronizar os

bancos de dados sobre roubos de carga no Brasil. Cada

estado tem um critério diferente”, disse.

Em seguida, o assessor de segurança da NTC & Lo-

gística, Paulo Roberto Souza traçou um panorama do

roubo no país. Entre os números apresentados, desta-

cou que o Sudeste é a região mais atingida, concen-

trando 82% dos 15.200 furtos registrados em 2013.

“As empresas estão no limite, gastam o que podem para

garantir a segurança da carga”, disse.

Apesar do grave quadro, Rafael Alvim, chefe de po-

liciamento da PRF no Rio de Janeiro, destacou que em

2013 houve uma redução dos roubos de cargas no es-

tado durante a Copa das Confederações. A baixa no nú-

mero de registros, ressaltou, “aconteceu devido ao au-

mento do efetivo para a realização do evento esportivo”.

Entre as medidas que a PRF tem tomado para en-

frentar a questão, Rafael Alvim citou o Núcleo de Opera-

ções Especiais (NOE), o Grupo de Fiscalização do Trans-

porte (GFT) e o sistema Alerta Brasil, que aponta alertas

gerais sobre veículos com denúncia de roubo.

Lorenzo Pompilho da Hora, delegado da Polícia Fede-

ral e atuante na Divisão de Repressão a Crimes contra

o Patrimônio e ao Tráfico de Armas (DPAT), ressaltou

a organização dos criminosos. “Eles têm uma liderança

forte, hierarquia e disciplina, e costumam usar de muita

violência em suas abordagens”, declarou.

Por fim, o delegado recomendou atenção à cooptação de

funcionários por criminosos, uma prática comum no setor.

Fórum propõe ações para combater o roubo de cargas

GENIVAL RAMOS

Coronel Moura explica situação da segurança nos transportes

Page 13: Rio_cooperativo_21_novembro_2014

13

A atividade dos transportadores de cargas é regida

por um conjunto de leis específicas, que muitas ve-

zes causam dúvidas entre empresariado e funcionários.

Pensando em esclarecer essas questões, a Fenacargo

2014 promoveu o Fórum Jurídico Especializado do Setor

de Transporte Rodoviário de Cargas e Logística, reunindo

um time de especialistas do setor para tratar de as-

suntos como a responsabilidade por acidentes, a con-

tratação de transportadores autônomos e os tributos

existentes nesta área.

Primeiro palestrante do Fórum, Bernard Rocha, as-

sessor jurídico do Sindicato das Empresas do Transpor-

te Rodoviário de Cargas e Logística do Rio de Janeiro

(Sindicarga) na área trabalhista, afirmou que os empre-

sários devem se resguardar na hora de contratar trans-

portadores autônomos.

“É preciso fixar as regras de prestação de serviços

por meio de um contrato, fazer uma ficha de registro de

admissão. Atitudes como essas facilitam a defesa em

futuras ações judiciais”, disse.

Rocha lembrou, ainda, que a Agência Nacional de

Transportes Terrestres (ANTT) exige que o transporta-

Debate jurídico esclarece dúvidas de transportadores

dor autônomo tenha o Registro Nacional de Transporta-

dores Rodoviários de Cargas (RNTRC), uma documenta-

ção que dá mais subsídios ao contratante.

Na seara da Responsabilidade Civil no Transporte e

Logística, Leopoldo Canal, assessor do Sindicarga e da

Câmara Municipal do Rio de Janeiro, explicou que o Có-

digo Civil e a Lei nº 11.442/2007 tratam apenas da res-

ponsabilidade objetiva do transportador, ou seja, aquela

que independe de dolo ou culpa. Em seguida, ele citou al-

guns exemplos de sinistros e as respectivas atribuições

de responsabilidade.

Canal fechou o ciclo de palestras falando sobre as

questões tributárias no transporte rodoviário de cargas

e logística. O foco da apresentação foram o Programa de

Integração Social (PIS) e a Contribuição para o Financia-

mento da Seguridade Social (COFINS).

O expositor lamentou o alargamento do conceito de

receita bruta gerado pela Lei nº 12.973/2014. Com

essa alteração, a contribuição para o PIS e a COFINS

passa a incidir sobre a receita bruta. “A tributação é o

maior pesadelo das empresas. Os impostos maltratam

o setor de transportes”, afirmou Canal.

GENIVAL RAMOS

Juristas discutiram questões tributárias e trabalhistas que afligem o segmento

Page 14: Rio_cooperativo_21_novembro_2014

14

Fiel à tradição oriental de aliar simplicidade e objeti-

vidade, a Toyota levou um ambiente acolhedor para o

seu estande na Expotáxi Brasil 2014, onde os visitantes

puderam ver o Toyota Prius, com o que existe de mais

novo em tecnologia híbrida (motor elétrico e combus-

tão). A montadora também levou à feira o Toyota Etios.

Os profissionais do táxi puderam testar os veículos

da montadora japonesa, uma vez que o modelo tem como

principais diferenciais a credibilidade da marca, baixa

manutenção e excelente valor de revenda.

De acordo com Fernando Klein, consultor de vendas

diretas da Toyota do Brasil, a meta da empresa foi apre-

sentar os diferenciais competitivos e o custo/benefício

no comparativo com os demais concorrentes (consumo

de combustível, custo de manutenção e peças), manten-

do a tradição oriental de aliar simplicidade e objetividade.

Toyota: destaque e recordes na Expotáxi

Em sua primeira participação na feira, a montadora

comemorou o grande volume de negócios e o início de um

efetivo diálogo com os profissionais do táxi.

“Foi acima de nossas expectativas e muito enrique-

cedora a procura dos profissionais em nosso estande.

Com certeza levaremos algumas sugestões de melho-

rias a partir de avaliações feitas pelos profissionais na

Expotáxi Brasil. Entendemos que o taxista é um impor-

tante formador de opinião e buscamos continuamente

promover parcerias com eles”, disse Klein.

O consultor de vendas diretas também comentou o

fato dos taxistas terem o desejo por adquirir os carros

da montadora. “Nossos veículos, como o Etios, Corolla

e Prius, são bem vistos pela categoria e, sempre que

possível, a Toyota busca levar essa experiência aos pro-

fissionais do segmento”, comentou.

FOTOS: GENIVAL RAMOS

Page 15: Rio_cooperativo_21_novembro_2014

15

Os números da Toyota confirmam o sucesso de sua

participação na Expotáxi Brasil. Segundo a montadora

japonesa, em volume de negócios, foram gerados mais

de R$ 5 milhões, com a venda de aproximadamente 40

veículos. Além disso, bateu o recorde de tests drives rea-

lizados em uma feira, chegando a 191 veículos testados.

VeículosForam dois veículos apresentados no evento: Etios

e Prius. Lançado em 2013, o Toyota Etios é um carro

com certificação ‘A’ em termos de consumo de combus-

tível. Além disso, é quatro estrelas em segurança. Vem

com ar condicionado de fábrica, freios ABS nas quatro

rodas, duplo airbag frontal,

direção elétrica e barras de

proteção nas portas laterais.

Não tem correia dentada,

e sim, corrente, o que aju-

da a reduzir o gasto de ma-

nutenção. Na versão sedan,

tem grande espaço de por-

ta malas, sendo silencioso e

amplo internamente.

Outro carro sensação da

feira foi o Prius. Primeiro veí-

culo híbrido produzido em sé-

rie, o Prius é equipado com

motor a gasolina de ciclo

Atkinson e motor elétrico de

650 volts, que pode impulsio-

nar o veículo sem ajuda do propul-

sor. A potência máxima combinada

é de 138 cv e, de acordo com a

Toyota, o Prius pode rodar até 25,5

quilômetros com um litro de gaso-

lina na cidade e tem autonomia de

1.150 quilômetros.

Sobre o Prius, Julio Alonso, ins-

trutor de test drive e apresentador

técnico da Toyota disse que o veí-

culo, por ser híbrido e ter uma con-

cepção voltada para um convivência

saudável, tem mais conforto e uma

ergonomia tranquila. “A grande dife-

rença dele é o fato de ser híbrido,

combinando duas fontes diferen-

tes de energia. Você tem o motor a combustão voltado

para baixo consumo, e tem o motor elétrico, que en-

tra às vezes sozinho no momento em que tira o car-

ro da mobilidade. Por isso, fez muito sucesso nos tests

drives”, afirmou.

Consumidores também comentaram a qualidade dos

veículos. O taxista Antônio Pedro Cunha foi um dos que

testaram o Prius. Ele gostou muito e já cogita comprar

um. “O carro é sensacional e tem ótima dirigibilidade.

Sem contar o fato de ser silencioso e ecologicamente

correto. Com toda a certeza passei a pensar na compra

de um Prius. Isso porque não somente eu, mas o passa-

geiro também será beneficiado”, declarou.

Page 16: Rio_cooperativo_21_novembro_2014

16

O estande da Chevrolet foi um dos mais concorridos

na Expotáxi Brasil. O motivo? A montadora levou

alguns de seus carros mais desejados pelos taxistas,

como Cobalt, Spin e Prisma. A área destinada para o

test drive de veículos zero quilômetro da marca também

foi bem movimentada.

No ranking dos veículos preferidos pelos taxistas,

quatro dos sete modelos mais vendidos da lista são

Chevrolet. Spin e Cobalt são os mais emplacados da em-

presa, seguidos dos sedãs Prisma e Classic. No acu-

mulado de janeiro a julho de 2014, a marca registrou

crescimento de 13% nas vendas em comparação com o

mesmo período do ano passado.

Nos veículos da linha 2015 expostos no evento, a Che-

vrolet passou a oferecer novos equipamentos. O Prisma,

por exemplo, incorporou o aviso sonoro de esquecimento

do cinto de segurança. Entre os acessórios, os carros

podem vir com tablet de sete polegadas fixado no dorso do

banco dianteiro e sistema multimídia com TV.

Chevrolet apresentanovidades para o táxi

“A Chevrolet tem uma presença muito forte entre

os taxistas e a nossa participação na Expotáxi Brasil foi

justamente para firmar essa parceria com a categoria.

A Chevrolet está voltada para o mercado fluminense e

vemos que este é o momento dos táxis circularem em

novos modelos para atender melhor os usuários”, afir-

mou Sérgio Medeiros, diretor de vendas da GM.

O taxista Marcelo da Rocha, que visitou a Expotáxi

Brasil, fez o test drive em um Cobalt. Ele possui um Me-

riva, mas gostou do resultado desta experiência. “Este

carro atende muito bem as minhas necessidades para

o trabalho e para passear com minha família. Penso em

comprar e recomendo aos demais colegas que façam

testes neste veículo”, comentou.

O segmento de transporte de executivos não foi es-

quecido. A montadora americana levou o Cruze Sedan

LT. O carro, equipado com motor com duplo comando de

válvulas continuamente variável de 144 cv, destacou-se

pelo acabamento interno refinado.

FOTOS: GENIVAL RAMOS

Page 17: Rio_cooperativo_21_novembro_2014

17

Américas Telecom, Leonardo Leal

Foi a primeira vez que participamos da Expotáxi Brasil.

Durante os 3 dias, con-

seguimos fazer muitos

contatos, principalmente

com as cooperativas de

táxi, pois este é um seg-

mento interessante para

nossa empresa. O resul-

tado foi positivo.

Assist Car, Tatiana Pereira

Atuamos no ramo de legislação de trânsito e oferece

serviços de defesa de con-

dutores no que se refere

ao processo de suspen-

são, recursos de multas

e irregularidades contra

taxistas. Esse foi nosso

segundo ano de Expotáxi

e foi um grande sucesso.

Autocab, Alexandre Pasquini

A Expotáxi Brasil foi um sucesso devido a diversi-

dade de empresas participantes e ao grande público

que compareceu. Leva-

mos um sistema eletrô-

nico de voucher nacional

e gestão de frotas. Ti-

vemos a participação de

outros concorrentes e

gestores, o que enrique-

ceu ainda mais o evento.

Conheça alguns participantes da Expotáxi Brasil

AutoEscola Irani, Fernanda Gomes

A feira foi bem infor-

mativa e com bastante

novidades. Nesse segun-

do ano participando, vi-

mos mais uma vez a im-

portância do evento. Uma

oportunidade de apresen-

tarmos o nosso serviço.

Banco Bonsucesso, Bruna Marcondes

Gostei muito do evento, conseguimos ter contato

com várias empresas

interessadas no nosso

produto. Em feiras assim

conseguimos apresentar

o produto para um nú-

mero maior de pessoas e

levar a solução financeira

mais apropriada.

Banco do Brasil, Marcelo Aidar

A feira teve um público expressivo. Os taxistas pro-

curaram os nossos ser-

viços de financiamento,

seguradidade, seguro-

-auto e a Cielo. Nos-

sas taxas estavam bem

atrativas e competitivas.

O resultado foi um es-

tande com boa procura.

Crystone Pneus, Diego Ferreira

Estamos muito sa-

tisfeitos com o feedback

dos taxistas. Essa opor-

tunidade de apresentar

o produto diretamente

para o taxista é um meio

de alavancar as vendas

com retorno direto.

Coopatáxi, Carlos Alberto Fragoso

Estabelecemos uma rede de contatos que é de suma

importância para possibilidades futuras. Salientamos que

não é apenas captar no-

vos negócios, mas tam-

bém a manutenção daque-

les já existentes. A feira

proporcionou uma apro-

ximação ágil e direta, as-

sumindo papel crucial na

estratégia de negócios.

Page 18: Rio_cooperativo_21_novembro_2014

18

Jornal O Dia, Maria Aparecida

O nosso jornal, um dos maiores do Rio também es-

teve presente no evento.

A Expotáxi Brasil supe-

rou todas as expecta-

tivas e foi uma grande

oportunidade de vender o

produto. A feira ficou lo-

tada com pessoas de vá-

rias idades e até mesmo

de outros estados.

Michelin, Diego Rojas

Buscamos apresentar na feira as tecnologias e

os novos produtos ofe-

recidos pela empresa. O

evento surpreendeu com

o nível, com a participa-

ção de vários concorren-

tes e montadoras, o que

enriqueceu bastante a

Expotáxi Brasil.

Original Software, Márcia Castelo

Focamos nossos trabalhos em auxiliar empresas de

rádio táxis, cooperativas

e associações. Apresen-

tamos ao público os ser-

viço que já são utilizados

por taxistas em outras

cidades. Participamos de

outros eventos em São

Paulo, mas esse superou

as nossas expectativas.

Payleven, Ivete Galeno

O público ficou interessado em conhecer o nosso

produto. Vamos ampliar

a nossa divulgação nos

próximos dias. Nós fize-

mos uma promoção com

a Montenegro Comunica-

ção onde o taxista com-

pra a maquininha sem

custo de mensalidade.

Penso Logo Visto!, Adriana Amaral

Estamos divulgando nossas camisas às empresas

que querem entrar na

sustentabilidade. São

feitas de garrafas pet

recicladas que voltam a

ser fios e se transfor-

mam nesse tecido ma-

ravilhoso. A feira está

ótima, boa para fazer

negócios e contatos.

Point 191 / Loja do Alemão, Alexandre Borges

Apresentamos o taxímetro Full-mar com sistema

de led e impressora

própria. E um novo

sistema de gestão de

frotas que conta com

pagamento com car-

tão de crédito, ras-

treador e um aplicati-

vo de celular.

Direção Bilíngue, Rodrigo Araujo

Abrimos contato com um novo mercado. Nosso cur-

so é 100% voltado para

o segmento táxi. Tenho a

certeza de que possibili-

tará ao taxista um ganho

maior de renda, já que

poderá atender usuários

estrangeiros que chega-

rão ao Rio de Janeiro.

Programa Taxiando / Rádio Manchete, Marcelo Fernandes

Voltado aos taxistas, o Programa Taxiando ti-

nha que estar presente

neste no evento. A feira

foi um evento único, que

nenhum companheiro de

profissão deveria dei-

xar de visitar. Os par-

ticipantes debateram e

viram as novidades do

nosso segmento.

Page 19: Rio_cooperativo_21_novembro_2014

19

Sistema OCB/Sescoop-RJ, Marcos Diaz

A Expotáxi Brasil foi importante para o coopera-

tivismo brasileiro. Mui-

tas pessoas visitaram

o estande e conhece-

ram a importância do

modelo cooperativista

para os segmentos do

transporte de passa-

geiros e de cargas.

Uniodonto Rio, Valério Lemos

Apresentamos os novos serviços de cuidados

bucais. A câmera intra-

-oral para que o cliente

possa assistir aos pro-

cedimentos que são fei-

tos. A feira foi uma ex-

celente oportunidade,

pois estava bem cheia

e movimentada.

Smartsis, Marcelo Carvalho

Foi muito interessante ter um contato tão próxi-

mo com o mercado con-

sumidor. O movimento

na Expotáxi Brasil foi

muito bom para con-

seguir novos negócios.

Parabenizo os organi-

zadores pela realização

desta feira. Que outras

possam acontecer.

Táxi Machine, Ricardo Góes

Foi uma surpresa muito grata essa feira. Tivemos

mais de dez clientes so-

mente em um dia inte-

ressados em conhecer

o nosso produto. Par-

ticipamos do Seminário

de Aplicativos e não pa-

ramos de demonstrar

o produto e cadastrar

pessoas interessadas.

Rio Multas, Fernanda Arenásio

Gostamos muito da feira. Atendemos a clientes

que já trabalham co-

nosco e novos. Divul-

gamos bem a empresa

e foi muito útil para as

pessoas consultarem

multas e recursos de

pontuação que elas po-

dem fazer.

Sest Senat - Unidade Paciência, Wilma Barros

A feira reverteu uma divulgação muito ampla para

nós, porque focamos no

público do ramo táxi. O

Sest Senat é um meio

de treinamento nas

áreas social e de trans-

portes para esse grupo

profissional. Por isso

não deixamos de parti-

cipar do evento.

Táxi Informe, André de Oliveira

A feira superou todas as expectativas. Houve

uma importante troca

de experiências. Reu-

nimo-nos novamente e

encontramos amigos

que só vemos no sinal

de trânsito e tivemos a

oportunidade de sentar

e conversar.

Wappa, Isabela Gorniak

Nossa participação foi extremamente positiva

pois nos aproximamos

ainda mais daqueles

que trabalham em par-

ceria com a Wappa, o

que consideramos fun-

damental para o su-

cesso de nosso negó-

cio. Tivemos um ótimo

networking no evento.

Page 20: Rio_cooperativo_21_novembro_2014

20

BSG Consultores, Suely Cordeiro

Apresentamos nosso

trabalho e distribuímos

folhetos. Palestramos

sobre a fadiga no trân-

sito, tema bastante im-

portante para o setor de

transporte atualmente.

Prisma, Venâncio Moura

Foi produtivo o conta-

to com os participantes e

os empresários interes-

sados nos serviços que

oferecemos, de gerencia-

mento de risco e terceiri-

zação de mão-de-obra.

Brex Freios, Elbert Emboava

Estar perto do con-

sumidor no Rio de Ja-

neiro foi uma boa ini-

ciativa, porque somos

carentes de feiras do

segmento de transpor-

tes aqui na cidade.

Grupo Toniato, Jamil Rodrigues

Voltado para logística,

transporte e engenharia.

Temos boa expectativa de

ampliar os negócios com

o evento. É importante

estar junto do público que

procura nossos serviços.

Rio Diesel, Armando Nunes

A feira superou as

nossas expectativas.

O evento atendeu aos

anseios de todos aque-

les que trabalham com

o transporte de cargas

diariamente no Brasil.

Triasa, Tânia Santos

A feira foi proveitosa

e divulgar nossos trici-

clos e fizemos muitas

vendas. O diferencial do

nosso produto é que ele

é econômico, ágil e rentá-

vel, além de ser compac-

to e ter muita qualidade.

Carvalhão, Bárbara Figueiredo

Fizemos contatos

importantes no even-

to. Recebemos visi-

tantes de fora que não

conheciam a Carvalhão

interessados em arma-

zenagem e outros ser-

viços da empresa.

Vincol Pneus, Vagner Rodrigues

Fizemos um excelen-

te negócio divulgando a

empresa, que tem 40

anos no mercado. Leva-

mos para a Feira o VAT,

que é o carro de assis-

tência técnica.

Veja alguns participantes da Fenacargo

Page 21: Rio_cooperativo_21_novembro_2014

Depoimentos de visitantes

Eduardo do Nascimento Gouveia

Essa feira é importante porque o taxista é muito imediatista. Ele não quer ver os problemas que

vão enfrentar e nem as soluções que estão indo para o mercado. Hoje em dia os taxistas precisam se

atualizar com relação a tecnologia (smarthphones) e carros. A feira tem trazido um apoio aos taxistas

porque apresenta as novidades e está melhorando a cada ano.

Leandro Baltazar

Estou gostando bastante da fei-

ra. Acabei de fazer o test drive no

Prius é um excelente carro. Com re-

lação aos aplicativos se forem com

o intuito real de auxiliar o taxista eu

dou o maior apoio.

Luciano Mendes dos Santos

Estou achando a feira muito

boa. Tem carros novos, lançamento

de aplicativos para o telefone, se-

guros, recursos de multas. E apre-

sentando aos taxistas o que há de

novo no mercado.

Mais de quatro mil pessoas passaram pelos corredores da Expotáxi Brasil 2014. Das novidades e atualizações, os visitantes

acompanharam os lançamentos e participaram dos debates da categoria. Veja o depoimento de alguns taxistas após visitar a feira.

Page 22: Rio_cooperativo_21_novembro_2014

22

As Cooperativas de Interesse Público“Régies Cooperativas”

Arnaldo Leite é professor de Cooperativismo, economista e Investigador em Cooperativismo e Economia Social,

CEO em Estratégia das Organizações do Terceiro Setor,co-fundador do Observatório Internacional Econômico e Social,

da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias.

Tribuna Cooperativista

Bernard Lavergne, economista francês e professor

em Lille, foi considerado o maior teórico das Régies

Cooperativas.

No seu livro “Le Socialisme Coopératif”, define as Ré-

gies como sendo toda a cooperativa que se caracteriza pelo

fato dos seus membros serem principalmente “… pessoas

morais de direito público: Estado, Províncias, Municípios,

outras Instituições Públicas”.

A justificação do êxito das cooperativas de interesse

público está relacionada com a sua capacidade de resposta

na recuperação, instalação ou desenvolvimento de projetos

estruturais, onde seja potenciada a cooperação entre as

instituições públicas e as privadas, designadamente coope-

rativas e a prestação de serviços ao mais baixo preço.

A Lei nº 5.764 de 18 de Dezembro de 1971 refere,

no seu artigo 1º, que as “… iniciativas ligadas ao sistema

cooperativo,…” tanto poderão ser “… originárias do sector

púbico ou privado, isoladas ou coordenadas entre si, desde

que reconhecido o seu interesse público”.

É interessante deduzir que, já em 1971, o legislador

estaria a possibilitar que os setores público e privado pu-

dessem cooperar entre si, ou seja, associarem-se para al-

cançarem objetivos comuns.

Realmente está definido em nível mundial as “Régies Co-

operativas”, ou cooperativas de interesse público, serem

pessoas coletivas em que, para a persecução dos seus ob-

jetivos e fins, se associam ao Estado ou outras pessoas

coletivas de direito público e cooperativas ou utentes dos

bens e serviços produzidos.

Ou seja: o Estado ou outras entidades de direito público

colocam-se lado a lado com a iniciativa privada para, em

conjugação, desenvolverem atividades de interesse comum.

Vários países europeus adotam regularmente a figura

jurídica das cooperativas de interesse público cuja criação

parte sempre da decisão dos poderes públicos convidando,

para que nelas se integrem, instituições da sociedade civil

e, desejavelmente, organizações ou estruturas superiores

do setor cooperativo.

Este modelo de cooperativa traz consigo uma longa

história. No caso da Bélgica, O Crédito Municipal Belga foi

fundado em 1860; a Sociedade Nacional dos Caminhos de

Ferro Regionais existe desde 1884; a Sociedade Nacional

de Distribuição de Água, desde 1918; a Sociedade Nacional

de Casas de Renda Barata foi criada em 1920.

A Grã-Bretanha, onde surgiram em 1902, contará com

mais de duas centenas de Régies de entre as quais se des-

tacam 60 Régies Cooperativas dos Portos de Mar.

Em Portugal, onde foram regulamentadas apenas a par-

tir de janeiro de 1984, existem 42.

Poderemos afirmar que as Régies cooperativas sendo, na

realidade, cooperativas de consumo, só poderão ter como

associados o Estado ou outras pessoas coletivas de direito

público ou privado quando sejam utentes ou consumidores.

Em Portugal, a generalidade das Régies Cooperativas é

constituída por iniciativa municipal.

Desenvolvem atividades muito diversificadas sempre

relacionadas com algumas prioridades locais e regionais,

designadamente:

- na formação e capacitação profissional, na recupera-

ção das artes e dos ofícios tradicionais, ações ligadas ao

meio ambiente e ao desenvolvimento cultural e regional;

- na recuperação e revitalização de zonas termais, ges-

tão de piscinas públicas e de parques de campismo;

- na recuperação e gestão de espaços gimnodesportivos;

Page 23: Rio_cooperativo_21_novembro_2014

- na gestão de estabelecimentos de infância e de cen-

tros de dia e apoio domiciliário para idosos;

- como editoras de jornais e emissoras de rádio e tele-

visão regionais;

Como se tratava de um novo modelo de estrutura co-

operativa introduzida no direito cooperativo português em

janeiro de 1984, o legislador teve, no preâmbulo do Decre-

to-Lei nº 31, a preocupação de referir que “embora se con-

sidere que a cooperativa de interesse público é uma figura

jurídica que se deve aproximar, tanto quanto possível, da

cooperativa pura e simples, não se pode olvidar que a sua

especial índole, assim como a natureza dos membros que

constituem a parte pública, determina, por vezes, a adoção

de algumas soluções que nem sempre se coadunam com a

pureza dos princípios cooperativos”.

Estão neste caso, nomeadamente: a posição do Esta-

do nos órgãos sociais em função do seu peso no capital

social subscrito, bem como a atribuição de um número de

votos proporcional àquele capital; a possibilidade de a parte

pública designar os seus representantes e substituí-los,

independentemente de qualquer deliberação da assembleia-

-geral; o regime de exoneração da parte pública.

Todavia, facilmente se entenderá que, a não ser assim,

se inviabilizaria, na prática, a constituição de cooperativas

de interesse público, pela dificuldade natural que a parte pú-

blica sempre teria em se associar, numa posição de estrita

igualdade, com as cooperativas e/ou os utentes.

Não obstante o que fica dito, a implementação das co-

operativas de interesse público, agora possibilitada com a

publicação do presente diploma, vai certamente abrir novos

e amplos campos de atuação ao sector cooperativo, apro-

veitando potencialidades até este momento inexploradas.

Além disso, entrevê-se uma nova e multifacetada pos-

sibilidade de atuação, no domínio das autarquias locais e,

nomeadamente, dos municípios”.

Estou firmemente convencido de que, pela forma como

está estruturado, setor cooperativo brasileiro reúne condi-

ções excepcionais para vir a utilizar, com todo o sucesso,

o modelo de cooperativas de interesse público desde que

devidamente enquadrado na realidade brasileira.

A existência da OCB – Organização das Cooperativas

Brasileiras e do fundamental e particularmente importante

SESCOOP – Serviço Nacional de Aprendizagem do Coopera-

tivismo; a existência das Organizações Cooperativas Esta-

duais nas cinco grandes regiões do País e a classificação em

13 ramos de atividade, poderão vir a viabilizar com o Estado

e as demais Instituições Públicas um estreitamento de re-

lações através da criação de Régies Cooperativas.

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Abdul Nasser é especialista em Direito Tributário e em Gestão de Cooperativas.Ronaldo Gaudio é especialista em Direito Processual Civil e MBA em Business Law.

Ambos são sócios da Gaudio & Nasser Advogados Associados.

Causa&Efeito

Rede Transporte: novos rumos para o Cooperativismo de Transporte no Brasil

Os serviços de transporte demandam grande investi-

mento em veículos, estruturas logísticas, insumos,

manutenção e outros. Apesar de movimentar grande

quantidade de recursos, a margem de ganho é apertada.

O IR e INSS, respectivamente, têm 10% e 20% de

base de cálculo, sendo prova do reconhecimento dos ele-

vados custos nas operações de cargas. Isso sem contar

intercorrências (multas, acidentes etc), custos adminis-

trativos da cooperativa e eventuais operações de auxilia-

res. Por todas estas questões, a estimativa de lucrati-

vidade para o setor de transporte fica entre 3% e 6%.

As cooperativas ainda têm sua contratação onerada

em 15% de INSS devido pelo contratante, o que vem

restringindo seu mercado. Já a tributação para empre-

sas de capital tem passado por uma série de desone-

rações, dificultando ainda mais a vida das cooperativas.

Diante deste quadro, para que a operação das co-

operativas de transporte, cargas ou passageiros seja

viável, é preciso atuar na racionalização dos custos.

Com esse viés é que a OCB Nacional fomentou a na-

cionalização da Rede Transporte, central de cooperati-

vas situada em Arroio do Meio (RS) que atuava em ope-

rações de compras em comum de insumos de interesse

das cooperativas de cargas da região.

Tivemos a oportunidade de participar da concepção

do projeto de nacionalização, ficando responsáveis pela

elaboração da minuta de Estatuto Social que regerá a

sociedade nesta nova fase.

Além de passar a ser uma cooperativa central com

operação nacional, passou a integrar todos os segmen-

tos do transporte, admitindo cooperativas do setor de

cargas e passageiros, bem como de outras que sejam

frotistas, como as agropecuárias e de eletrificação.

Através do uso de tecnologias, a Rede realizará a

coleta das demandas de compras dos cooperados vin-

culados às cooperativas sócias, emitindo uma ordem de

compra para o fornecedor com melhor preço registrado

e autorizando a negociação, sendo a compra efetivada

diretamente pelo cooperado.

Os produtos negociados pela Rede vão desde papel

A4, passando por pneus, combustível até mesmo os pró-

prios veículos utilizados pelos cooperados, seja na opera-

ção profissional de transporte seja no seu uso privado.

As negociações já vigentes para caminhões são

emblemáticas no desvelar das vantagens negociais

geradas. Um caminhão extrapesado, modelo SCANIA

R440 LA 6x4 (cavalo mecânico) tem valor médio de

R$ 415.000,00, mas, pela Rede custará R$ 367.000,00.

São R$ 48 mil mais barato.

A Rede foi pensada em todos seus aspectos para levar

o menor preço ao cooperado e a maior facilidade em suas

operações. O ingresso na Rede é igual ao ingresso em

qualquer cooperativa, bastando solicitar a adesão, acei-

tar as regras estatutárias e subscrever o capital social.

O capital social mínimo para admissão é de

R$ 10.000,00, devendo o proponente integralizar

R$ 1.000,00 no ato de sua admissão, sendo o restante

pago através da retenção de 1% sobre as operações

realizadas, com o mínimo de R$ 500,00 por mês.

Assim, na maioria dos casos, a cada compra do coo-

perado das cooperativas de transporte através da Rede,

1% será objeto de capitalização e, provavelmente, a coo-

perativa não necessitará aportar recursos provenientes

da própria sociedade.

Aqueles que desejarem saber mais sobre a Rede

Transporte podem buscar vídeos no YouTube ou no site

www.redetransporte.com.br. Podem ainda procurar a

OCB-RJ e solicitar orientações sobre adesão.

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Tomando rumo

Paulo Roberto Rezende é palestrante e consultor nas áreas de Treinamento e Desenvolvimento, Liderança, Planejamento Estratégico, Comunicação Empresarial, Redação Técnica, entre outras. Graduado

em Língua Portuguesa e Literatura Brasileira, com pós-graduação em Gestão Estratégica Empresarial e em Docência de Ensino de Nível Superior.

Tempos Verbais

“Se completou 18, 19 anos, por ser muito jovem e

não possuir experiência, não interessa ao mercado

de trabalho; se passou dos 40, está cheio de vícios e é

velho demais...”

Certamente, todos já ouvimos afirmações parecidas

com essa, seja dita por amigos, por algum familiar ou,

quem sabe, por nós mesmos. Em regra, embarcamos no

discurso e ajudamos a jogar pedra nos empresários, no

governo, na globalização, no professor que não ensina

nada, na torcida do flamengo e por aí vai. Mas, afinal,

esse paradoxo é verdadeiro? Se for, como o jovem vai

adquirir experiência e o que os mais idosos vão fazer

da vida se ambos estiverem, digamos, “disponíveis”

no mercado?

Ao longo da minha vida profissional, seja nos RHs,

seja em sala de aula, ouvi dezenas de vezes afirmações

desse tipo; na verdade, não posso desmenti-la em re-

lação ao paradoxo da faixa etária, porém, a razão não é

apenas a falta de experiência ou experiência demais.

Pense um pouco...

Na dinâmica das relações dos mercados de trabalho

(o que oferece as vagas de emprego) e o de recursos

humanos (conjunto das pessoas que podem trabalhar),

muitas são as exigências de todos os lados, sejamos

francos. Se um lado as empresas forjam perfis de se-

res humanos quase perfeitos – fluência em língua es-

trangeira, domínio de informática, proatividade, asser-

tividade, espírito de liderança, excelente redação, ótima

comunicação, etc., etc. –, os candidatos, por seu turno,

aspiram às empresas que lhes ofereçam ótima remu-

neração, segurança, “status”, oportunidade de cres-

cimento, etc., etc. Como contestá-los, não é mesmo?

Afinal, é um direito de ambos procurarem o que há de

melhor. É justo e indiscutível.

A questão é que muitas vezes – dê uma olhada ao

seu redor! – os personagens não fazem o exercício de

casa. Há empresas – Deus nos livre! – que quando se

conhece os bastidores e entranhas descobre-se que não

são nada daquilo que vociferam por aí e as propagandas

– como somos enganados! – gritam aos quatro cantos:

diretores corruptos, chefes insuportáveis, missão e va-

lores só para constar, competitividade desenfreada e

desonesta, metas inatingíveis, panelinhas, falta de ética.

Quem vive ou já viveu isso sabe o porquê dos estresses

das noites de domingo e manhãs das segundas-feiras!

Trataremos disso em outra oportunidade.

Um Profissional, assim, com maiúscula, ainda que

exista aos montes por aí, não é uma figura que os bons

recrutadores encontram dando sopa nas esquinas – nor-

malmente, mas nem sempre, é claro!, ou estão empre-

gados ou o mercado de trabalho – acredite! – não sabe

que ele existe. E isso, meu camarada, nada tem a ver

com idade ou experiência, mas com outras questões

muito mais relevantes.

Pense um pouco. No próximo número, falaremos so-

bre isso. Até lá!

A realidade é que nem sempre a falta de experiência ou a faixa etária do profissional

mais velho é o fator impeditivo para ingresso ou retorno ao mercado de trabalho.

Muitas vezes, sequer sabemos quem somos e onde estamos...

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Job: 005652 -- Empresa: Almap BBDO -- Arquivo: 005652-08178-AF2-210X280-ANUN TAXISTA-3 CARROS-2014-RJjc-JOB 1393 77.300-17002_pag001.pdfRegistro: 154661 -- Data: 22:52:03 28/08/2014

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