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FUNDAÇÃO OSWALDO ARANHA
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VOLTA REDONDA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM DESIGN
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
RODRIGO DE SÁ FREITAS PENA
BICICLETÁRIO: UM SUPORTE A APLICAÇÃO EFETIVA DE UMA
ATITUDE SUSTENTÁVEL
VOLTA REDONDA
2013
FUNDAÇÃO OSWALDO ARANHA
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VOLTA REDONDA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM DESIGN
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
BICICLETÁRIO: UM SUPORTE A APLICAÇÃO EFETIVA DE UMA
ATITUDE SUSTENTÁVEL
Monografia apresentada ao Curso de De-
sign do UniFOA como requisito à obten-
ção do título de bacharel em Design.
Aluno:
Rodrigo de Sá Freitas Pena
Orientador:
Prof. Moacyr Ennes Amorim
VOLTA REDONDA
2013
FOLHA DE APROVAÇÃO
Trabalho de Conclusão de Curso intitulado:
Bicicletário: Um suporte a aplicação efetiva de uma atitude sustentável
Elaborado por Rodrigo de Sá Freitas Pena, apresentado publicamente perante a
Banca Avaliadora, como parte dos requisitos para conclusão do Curso de Design.
Aprovado em 20 de junho de 2013
Banca Avaliadora:
Professor Orientador Moacyr Ennes Amorim – Mestre – Unifoa
Professor Avaliador Luis Claudio Belmonte – Mestre – Unifoa
Professora Avaliadora Claudia Stamato – Mestre – Unifoa
“O conteúdo precede o design. Design
sem conteúdo não é design, é decoração”
Jeffrey Zeldman
AGRADECIMENTOS
Agradeço a todos que de forma direta ou
indireta me ajudaram a chegar neste mo-
mento de concretização de um sonho,
pois percebi durante a caminhada que e-
les só são válidos quando usados como
estímulos à busca contínua de realiza-
ções.
Agradeço em especial aos meus pais,
Roberto e Roseli Pena, e às minhas ami-
gas Célia Zambelli e Carla Carvalho por
perceberem em mim potencial e lutarem
para que eu o reconhecesse.
A todos os mestres em especial, meu ori-
entador Moacyr Ennes que através de seu
humor peculiar me orientou na conclusão
dessa etapa. Por fim, à minha Coordena-
dora Cristiana Fernandes que acreditou e
realizou seu sonho de estruturar um Cur-
so de Design na região Sul Fluminense, o
que indiretamente me estimulou a estar
agora, realizando o meu.
RESUMO
O desenvolvimento do presente estudo deu-se diante de um problema encon-
trado, gerando um questionamento e a necessidade de solução. Verificou-se que a
cidade do Rio de Janeiro possui um projeto de estímulo ao uso da bicicleta como um
meio de transporte sustentável, porém não oferece infra-estrutura adequada e/ou
suficiente para o ciclista estacionar seu veículo com segurança e conforto. Essa la-
cuna projetual direcionou toda pesquisa para uma efetiva aplicação à proposta “Ati-
tude Sustentável”. O projeto carioca consiste em dobrar até 2016, ano da realização
dos Jogos Olímpicos, a malha cicloviária da cidade. Como não há um projeto de ins-
talação de bicicletários para atender aos usuários das novas ciclovias, este projeto
justifica-se na sugestão da implementação de uma rede de paraciclos com o objetivo
de incentivar o uso da bicicleta como meio de transporte sustentável proporcionando
ao usuário um estacionamento seguro, formatado para ocupar o menor espaço pos-
sível, integrado ao ambiente e utilizando processos de produção inteligentes com o
menor impacto ambiental. A metodologia se orientou em três etapas projetuais. Ana-
lítica (reconhecimento do problema, possíveis soluções e levantamento de informa-
ções); Criativa (síntese das informações, técnicas de criatividade no desenvolvimen-
to do produto e escolha); Executiva (detalhamento técnico e solução). Aplicando-as
em ciclo contínuo, de troca de informações, retomando algumas etapas quando ne-
cessário, na busca da melhor solução final.
Palavras-chave: bicicletário, paraciclo, bicicleta, sustentável, produto, design
ABSTRACT
The development of this study took place before a problem found, generating
a question and the need for solution. It was verified that the city of Rio de Janeiro has
a project to encourage the use of bicycles as a way of sustainable transport, but do-
esn‟t offer appropriate infrastructure and / or sufficient for the bike park your vehicle
safely and comfortably. This gap projectual directed all research for effective applica-
tion to the proposed "Sustainable Attitude". The “carioca” project consists of double
by 2016, the Olympic Games, the mesh cycling city. As there isn „t a project to in-
stall bike racks to suit users of new bike lanes, this project is justified in suggesting
the implementation of a network bike park aiming to encourage the use of bicycles as
a means of sustainable transport providing the user with a secure, formatted to take
up as little space as possible, integrated environment and using intelligent manufac-
turing with the lowest environmental impact. The methodology is oriented in three
projectual steps. Analytical (recognizing the problem, possible solutions and informa-
tion gathering); Creative (synthesis of information, creativity techniques in product
development and choice); Executive (technical details and solution). Applying them in
a continuous loop, information exchange, resuming some steps when necessary, in
the search for better final solution.
Keywords: bike park, bicycles, sustainable, product, design
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 18
1.1 Delimitação do tema ......................................................................................... 19
1.2 Problematização ................................................................................................ 20
1.2.1 Requisitos .................................................................................................... 24
1.2.2 Restrições .................................................................................................... 25
1.3 Objetivos ........................................................................................................... 25
1.3.1 Objetivo geral.............................................................................................. 25
1.3.2 Objetivo específico ..................................................................................... 26
1.4 Justificativa........................................................................................................ 26
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .............................................................................. 31
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS .............................................................. 33
3.1 Objetivos Operacionais ..................................................................................... 33
3.2 Metodologia da Pesquisa ................................................................................. 33
4. LEVANTAMENTO DE DADOS ............................................................................... 36
4.1 Público Alvo ....................................................................................................... 36
4.1.1 O Ser Carioca .............................................................................................. 36
4.2 Ambiente/Contexto ............................................................................................ 39
4.2.1 Breve Histórico ............................................................................................ 39
4.2.2 Rio de Janeiro num contexto atual .............................................................. 39
4.2.2.1 Empresas que inauguram negócios no Rio e que estão em processo
de instalação ..................................................................................................... 41
4.2.2.2 Projeto Porto Maravilha ......................................................................... 42
4.2.2.3 Programa de relevância para o projeto................................................. 44
4.3 Similares ............................................................................................................ 45
4.3.1 Similares Verticais ....................................................................................... 45
4.3.2 Similares Horizontais ................................................................................... 47
4.3.3 Similares Modulares .................................................................................... 51
4.3.4 Similares Artístico-escultóricos ................................................................... 53
4.3.5 Similares Multifunções ................................................................................. 54
4.3.6 Similares Automatizados ............................................................................. 55
4.3.7 Diferencial Semântico .................................................................................. 56
4.3.8 Análise de Similares .................................................................................... 64
4.4 Ergonomia .......................................................................................................... 65
4.4.1 Esquemas Antropométricos ........................................................................ 67
4.4.1.1 Acessos e Posturas Corporais .............................................................. 67
4.1.1.2 Estudos Interfaciais ............................................................................... 68
4.4.2 Análise da Tarefa ........................................................................................ 73
4.5 Materiais ............................................................................................................. 78
4.5.1 Corian .......................................................................................................... 78
4.5.1.1 Características do Material ................................................................... 79
4.5.1.2 Vantagens ............................................................................................. 80
4.5.2 FiberGlass Pultrudado ................................................................................. 81
4.5.2.1 Vantagens: ............................................................................................ 81
4.5.2.2 Tipos de Perfil ....................................................................................... 82
4.5.3 Led - Light Emitting Diode (Diodo Emissor de Luz) .................................... 83
4.5.3.1 Focos e Lentes ...................................................................................... 84
4.5.3.2 Tipos de LED relevantes ao projeto ...................................................... 85
4.5.4 Paineis Solares (Energia Renovável) .......................................................... 86
4.5.4.1 – Relevância para o projeto .................................................................. 87
4.5.5 Piso Tátil ...................................................................................................... 88
4.5.5.1 Normas Técnicas .................................................................................. 89
4.6 Cimento Verde CPIII .......................................................................................... 91
4.7 Travas para bicicletas ........................................................................................ 92
4.8 Tecnologias Embarcadas .................................................................................. 93
4.8.1 QR Code ...................................................................................................... 93
4.8.1.1 Relevância para o projeto ..................................................................... 94
5. SINTESE DE DADOS ............................................................................................. 96
5.1 Funções Práticas ............................................................................................... 96
5.2 Funções Estéticas .............................................................................................. 98
5.3 Funções Simbólicas ........................................................................................... 98
6. GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS .......................................................................... 100
6.2 Alternativas Geradas ....................................................................................... 102
6.3 Matriz de Decisão ............................................................................................ 106
6.4 Alternativa Escolhida ....................................................................................... 107
7. DETALHAMENTO TÉCNICO ............................................................................ 114
7.1 Desenho Técnico ............................................................................................. 114
7.2 Rendering ......................................................................................................... 115
7.3 Materiais e Processos de Fabricação.............................................................. 116
8. COMPONENTES ADICIONAIS ............................................................................ 120
8.1 Identidade Visual ............................................................................................. 120
8.2 Sinalização Virtual ........................................................................................... 121
9. CONCLUSÃO ........................................................................................................ 124
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 126
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 - Benefícios da bicicleta. ............................................................................... 19
Figura 2 – Falta de manutenção e instalação inadequada. ........................................ 20
Figura 3 – Equipamento mal projetado. ...................................................................... 21
Figura 4 – Ausência de paraciclos e travamento incorreto. ........................................ 21
Figura 5 – Usuário mal informado ou imprudente....................................................... 22
Figura 6 – Equipamentos antigos e danificados. ........................................................ 22
Figura 7 – Descumprimento do Plano Diretor. ............................................................ 23
Figura 8 – Sinalização e instrução de uso. ................................................................. 23
Figura 9 – Danos ao Patrimônio e Agressão ao Ambiente/Contexto. ........................ 24
Figura 10 – Foco em ciclovias para lazer. .................................................................. 27
Figura 11 – Malha Cicloviária da cidade do Rio de Janeiro. ...................................... 28
Figura 12 – Bike Hanger. ............................................................................................ 29
Figura 13 – Bike Rio, projeto de parceria entre poder público e iniciativa privada. ... 30
Figura 14 – Painel Semântico Ser Carioca. ................................................................ 38
Figura 15 – Eventos no Rio de Janeiro. ...................................................................... 39
Figura 16 – Revista Época, 4 de janeiro de 2013 ....................................................... 40
Figura 17 – Trump Towers Rio. .................................................................................. 41
Figura 18 – Projeto Urbanístico Porto Maravilha. ....................................................... 42
Figura 19 – Marca do Programa. ................................................................................ 44
Figura 20 – Similar 001. .............................................................................................. 45
Figura 21 – Similar 002. .............................................................................................. 46
Figura 22 – Similar 003. .............................................................................................. 46
Figura 23 – Similar 004. .............................................................................................. 47
Figura 24 – Similar 005. .............................................................................................. 47
Figura 25 – Similar 006. .............................................................................................. 48
Figura 26 – Similar 007 ............................................................................................... 48
Figura 27 – Similar 008. .............................................................................................. 49
Figura 28 – Similar 009. .............................................................................................. 49
Figura 29 – Similar 010. .............................................................................................. 50
Figura 30 – Similar 011. .............................................................................................. 50
Figura 31 – Similar 012. .............................................................................................. 51
Figura 32 – Similar 013. .............................................................................................. 51
Figura 33 – Similar 014. .............................................................................................. 52
Figura 34 – Similar 015. .............................................................................................. 52
Figura 35 – Similar 016 ............................................................................................... 53
Figura 36 – Similar 017. .............................................................................................. 53
Figura 37 – Similar 018. .............................................................................................. 54
Figura 38 – Similar 019. .............................................................................................. 54
Figura 39 – Similar 020 ............................................................................................... 55
Figura 40 – Similar 021. .............................................................................................. 55
Figura 41 – Similar 022. .............................................................................................. 56
Figura 42 - Plano Sagital: menor mulher e maior homem. ......................................... 65
Figura 43 - Plano Cranial: menor mulher e maior homem. ......................................... 66
Figura 44 - Vistas e dimensões da bicicleta. .............................................................. 66
Figura 45 – Largura de Passagem. ............................................................................. 67
Figura 46 - Postura Inclinada. ..................................................................................... 67
Figura 47 - Postura de Alcance Máximo. .................................................................... 68
Figura 48 - Diagrama para bicicletários com suporte de rodas. ................................. 68
Figura 49 - Diagrama para bicicletários com suporte de rodas (duas saídas). .......... 69
Figura 50 - Diagrama para bicicletários com suporte de rodas a 45º. ....................... 70
Figura 51 - Diagrama para bicicletários com suporte no quadro. ............................... 70
Figura 52 - Diagrama para bicicletários em fila. ......................................................... 71
Figura 53 - Diagrama para bicicletários a duas alturas desencontradas. .................. 71
Figura 54 - Estudo de angulação para bicicletario vertical a 30º................................ 72
Figura 55 - Estudo de angulação para bicicletário vertical a 45º................................ 72
Figura 56 - Estudo de angulação para bicicletário vertical a 60º................................ 73
Figura 57 - Dirigir-se ao bicicletário. ........................................................................... 73
Figura 58 - Acoplar a bicicleta. .................................................................................... 74
Figura 59 - Soltar a trava do banco da bicicleta. ........................................................ 74
Figura 60 - Travar a bicicleta no bicicletário. .............................................................. 75
Figura 61 - Procedimento de Saída: Destravar a bicicleta. ........................................ 75
Figura 62 - Prender a trava no banco da bicicleta. ..................................................... 76
Figura 63 - Desacoplar a bicicleta. .............................................................................. 76
Figura 64 - Retirar-se do local. .................................................................................... 77
Figura 65 – Exemplos de Produtos em Corian. .......................................................... 78
Figura 66 – Hotel Fasano, Rio de Janeiro. Estrutura em FiberGlass Pultrudado. ..... 81
Figura 67 – Perfis Pultrudados. ................................................................................... 82
Figura 68 – Tipos de LED. .......................................................................................... 83
Figura 69 – Especificação LED Bead 5mm. ............................................................... 85
Figura 70 – Especificação LED Spot 12V. .................................................................. 85
Figura 71 – Especificação LED t10 1.5W. .................................................................. 86
Figura 72 – Especificação LED Faixa 5m 12V. .......................................................... 86
Figura 73 – Luminárias de Jardim alimentadas por painéis solares. ......................... 88
Figura 74 – Especificação e tipo de foto célula. ......................................................... 88
Figura 75 – Exemplos de pisos táteis. ........................................................................ 88
Figura 76 – Sinalização tátil de alerta – modulação de piso. ..................................... 90
Figura 77 – Sinalização tátil de alerta de obstáculos suspensos. .............................. 90
Figura 78 - Cimento Portland de Alto Forno. .............................................................. 91
Figura 79 - Cabo para cadeado. ................................................................................. 92
Figura 80 - Trava U em titânio. ................................................................................... 92
Figura 81 – Qr Code. ................................................................................................... 93
Figura 82 – Instalação do Qr Code no Arpoador. ....................................................... 94
Figura 83 – Código encoberto de areia. ..................................................................... 95
Figura 84 - Instruções de instalação do piso tátil........................................................ 97
Figura 85 - Estudo Formal 001. ................................................................................ 100
Figura 86 - Estudo Formal 002. ................................................................................ 101
Figura 87 - Alternativa 001. ....................................................................................... 102
Figura 88 - Alternativa 002. ....................................................................................... 103
Figura 89 - Alternativa 003. ....................................................................................... 104
Figura 90 - Alternativa 004. ....................................................................................... 105
Figura 91 - Alternativa Escolhida: Vista frontal e superior. ....................................... 107
Figura 92 - Alternativa Escolhida: Vista lateral direita e lateral esquerda. ............... 108
Figura 93 - Alternativa Escolhida: Testes de Acoplagem e Detalhes. ...................... 109
Figura 94 - Encaixe da Roda Traseira. ..................................................................... 110
Figura 95 - Demonstrativo de Extensão e Alcance. ................................................. 111
Figura 96 - Tridimensionalidade Primária. ................................................................ 112
Figura 97 - Demonstrativo de Materiais. ................................................................... 112
Figura 98 - Grid Construtivo da Marca. ..................................................................... 120
Figura 99 - Estudo de cores e aplicação. ................................................................. 121
Figura 100 - Proposta de Viabilização. ..................................................................... 122
Figura 101 - Ilustraçao de Uso do QR Code. ............................................................ 122
Figura 102 - Layout Simulado para o Ambiente Digital. ........................................... 123
LISTA DE QUADROS
Tabela 1 - Fórmula do Desvio Médio. ......................................................................... 57
Tabela 2 – Diferencial Semântico Situação Ideal. ...................................................... 57
Tabela 3 – Diferencial Semântico Similares Verticais ................................................ 58
Tabela 4 – Diferencial Semântico Similares Horizontais. ........................................... 59
Tabela 5 – Diferencial Semântico Similares Modulares. ............................................ 60
Tabela 6 – Diferencial Semântico Similares Artísticos-escultóricos. .......................... 61
Tabela 7 – Diferencial Semântico Similares Multifuncionais. ..................................... 62
Tabela 8 – Diferencial Semântico Similares Automatizados. ..................................... 63
Tabela 9 - Dimensão do piso tátil de alerta. ............................................................... 89
Tabela 10 - Matriz de Decisão das Alternativas Geradas. ....................................... 106
Tabela 11 - Materiais e Processos 01. ..................................................................... 116
Tabela 12 - Materiais e Processos 02. ..................................................................... 116
Tabela 13 - Materiais e Processos 03. ..................................................................... 117
Tabela 14 - Materiais e Processos 04. ..................................................................... 117
Tabela 15 - Materiais e Processos 05. ..................................................................... 118
Tabela 16 - Materiais e Processos 06. ..................................................................... 118
Tabela 17 - Materiais e Processos 07. ..................................................................... 119
Tabela 18 - Materiais e Processos 08. ..................................................................... 119
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Função de desvio médio dos similares verticais. ...................................... 58
Gráfico 2 - Função de desvio médio dos similares horizontais. ................................. 59
Gráfico 3 - Função de desvio médio dos similares modulares. .................................. 60
Gráfico 4 - Função de desvio médio dos similares artísticos_escultóricos. ............... 61
Gráfico 5 - Função de desvio médio dos similares multifuncionais. ........................... 62
Gráfico 6 - Função desvio médio dos similares automatizados. ................................ 63
LISTA DE ANEXOS
Anexo 1 - Geração de Alternativas. .......................................................................... 128
Anexo 2 - Construção do Modelo. ............................................................................. 129
Anexo 3 - Construção do Modelo: Primer. ................................................................ 130
Anexo 4 - Construção do Modelo: Acabamentos e Montagem. ............................... 131
18
1. INTRODUÇÃO
Este trabalho tem como objetivo o desenvolvimento de um projeto de design
de produto com uma abordagem em processos de design social e sustentabilidade.
Em outras palavras, uma proposta de melhoria na relação produ-
to/ambiente/sociedade, dentro do moderno conceito de tripé da sustentabilidade,
onde o social, o econômico e o ambiental atuam de forma integrada.
O projeto busca ser funcional, promover a auto-estima, valorizar aspectos cul-
turais, estilos e simbolismos do grupo social pertencente (cidade do Rio de Janeiro).
Outros aspectos importantes são referentes à promoção de um longo ciclo de vida,
otimização de matérias primas, facilidade de produção, montagem, desmontagem e
descarte.
O design social é uma ferramenta de inovação embasada em práticas susten-
táveis e pensada para o todo, como uma opção ao modelo dominante de design fo-
cado num mercado irresponsável e individualista de consumo, proporcionando bem-
estar à comunidade com reflexos na sociedade.
O problema é que, atualmente, a palavra “bem-estar” vem invariavelmente
associada a uma necessidade desenfreada de consumo e obsolescência em altís-
simo grau. Isso acaba levando o sistema produtivo e os recursos ambientais à e-
xaustão, gerando poluição, aumento de resíduos e transtornos de um modo geral.
O design como um dos principais atores sociais no processo de aprendiza-
gem possui instrumentos para operar sobre a ideia individualista, largamente difun-
dida como “bem-estar”, propondo inovações com base na vida cotidiana, conforme
questiona Manzini (2008, p.56) “como podemos colocar as pessoas em condições
de viver bem consumindo (muito) menos e regenerando a qualidade de seus contex-
tos de vida?”.
Quando se fala em sustentabilidade em termos de transporte, deve-se pensar
nas necessidades de mobilidade, no impacto causado ao meio ambiente e na quali-
dade de vida dos seres humanos.
Alguns desses transtornos são focos de estudo no projeto como: a falta de
espaço ocasionada pela expansão no uso de transportes individuais automotores; a
ausência de um sistema integrado de transportes eficientes e a desordem urbana.
19
Para tanto, buscou-se uma solução de design que incentive o uso da bicicleta
como meio de transporte através do projeto de um mobiliário urbano, Bicicletário,
como um suporte a aplicação efetiva de uma atitude sustentável.
Figura 1 - Benefícios da bicicleta.
1.1 Delimitação do tema
Projetar para a cidade do Rio de Janeiro, um sistema de equipamentos urba-
nos para estacionamento de bicicletas (Bicicletário).
Conforme o próprio projeto já delimita, os materiais utilizados devem ser resis-
tentes a intempéries. Em necessitando de alimentação energética, o projeto será
pensado de forma que se auto-sustente. Delimitam-se como possíveis materiais,
levantados em uma pesquisa primária, superficial: chapas, tubos e perfis de aço e
ou alumínio; pinturas eletrostáticas; cimento polido; compósitos1 como Wood-plastic;
painéis solares; sistemas de controle e travas de segurança.
O referido projeto será norteado pelos manuais de normas técnicas:
ABNT/NBR 09283 – Mobiliários Urbanos; ABNT/NBR 09284 – Equipamentos Urba-
nos; Lei de Política Urbana e Ambiental do Município do Rio de Janeiro nº 111 de
01/02/2011 que instituiu o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Sustentável do
1 Um material composto ou simplesmente compósito, é o resultado da união de dois (ou mais) materi-
ais distintos que por conseqüência, resulta no somatório das diferentes propriedades, o que lhe con-fere desempenho superior ao que estes materiais, separadamente, não conseguiriam atingir. (LIMA, 2006)
20
Município (inciso XXVI do Art. 161); Guia para Bicicletários da APBP2 Association of
Pedestrian and Bicycle Professionals.
1.2 Problematização
Platcheck (2012, p. 13) define que:
a problematização é a etapa onde se definem os problemas a serem resol-vidos no decorrer do projeto e as metas a serem atingidas e divide-se em definir o problema, em requisitos incorporados na solução final e em restri-ções externas.
Nesse primeiro momento, levantou-se dados, ainda que superficiais, que aju-
dassem a formatar os primeiros conceitos e características do projeto pontuando
problemas focais com auxílio de imagens do local, objeto de estudo desse projeto
(cidade do Rio de Janeiro), e de outras localidades como forma de ilustração dos
possíveis problemas projetuais nos paraciclos (equipamento de suporte para a bici-
cleta).
Figura 2 – Falta de manutenção e instalação inadequada.
2 Association of Pedestrian and Bicycle Professionals (www.apbp.org).
21
Figura 3 – Equipamento mal projetado.
Figura 4 – Ausência de paraciclos e travamento incorreto.
22
Figura 5 – Usuário mal informado ou imprudente.
Figura 6 – Equipamentos antigos e danificados.
23
Figura 7 – Descumprimento do Plano Diretor.
Figura 8 – Sinalização e instrução de uso.
24
Figura 9 – Danos ao Patrimônio e Agressão ao Ambiente/Contexto.
Com problemas percebidos, levantados e expostos de forma clara e objetiva,
iniciam-se as próximas etapas da problematização onde se definem os requisitos e
restrições da projetação.
1.2.1 Requisitos
Na visão de Munari (1998) “o problema não se resolve por si só; no entanto
contém já todos os elementos para a sua solução, é necessário conhecê-los e utili-
zá-los no projeto de solução”. O projeto de solução tem nos requisitos seu ponto de
partida com propostas acionais.
Priorizar materiais de baixo impacto ambiental;
Projetar para toda cidade;
25
Integrar o sistema aos diversos ambientes que o compõem;
Fazer-se presente e visível para estimular o novo conceito de atitude susten-
tável;
Simplificar processos de manutenção do equipamento;
Integrar-se, quando possível e ou necessário, aos outros sistemas de trans-
porte de massa como um complemento para longas distâncias (ex.: bicicletá-
rio/trem; bicicletário/ônibus);
Modularidade;
Design para desmontabilidade.
1.2.2 Restrições
As restrições são as limitações projetuais. Conforme afirma Platcheck (2012,
p. 19) “...É TUDO AQUILO QUE NÃO PODEMOS ALTERAR DURANTE A
PROJETAÇÃO OU TUDO AQUILO QUE NÃO PODEMOS CONTROLAR.”
Garantir a integridade das bicicletas durante sua permanência no paraciclo;
Atender as necessidades de segurança;
Verificar normas técnicas, plano diretor e resoluções do “Programa Rio Capi-
tal da Bicicleta”;
Verificar ação às intempéries, utilizando materiais adequados;
Acolher e minimizar a operação do sistema (interface amigável);
Espaço arquitetônico;
Vandalismo.
1.3 Objetivos
1.3.1 Objetivo geral
Projetar um paraciclo seguro. Um incentivo ao uso da bicicleta como meio de
transporte;
Considerando o espaço arquitetural, formatar para ocupar o menor espaço,
tendo maior aproveitamento possível;
26
Utilizar processos de produção inteligentes (simplicidade construtiva e de
montagem) e menor impacto ambiental;
Com o intuito de viabilização, projetar visando à concessão do espaço público
para exploração empresarial.
1.3.2 Objetivo específico
Segundo Munari (1998), “...criatividade não significa improvisação sem méto-
do...”. Seguindo essa direção, o projeto se desenvolverá com base nas seguintes
etapas:
Verificar possíveis problemas e necessidades do espaço projetual;
Levantar e analisar projetos similares (nacionais e internacionais);
Levantar e analisar materiais e tecnologias agregadas (material construtivo
adequado ao projeto com menor impacto ambiental e tecnologias de controle
e travas de segurança);
Definir bases conceituais (funções práticas de uso e funções de linguagem);
Gerar e combinar alternativas;
Experimentar, verificar e definir solução.
1.4 Justificativa
Questões relacionadas à sustentabilidade, como o desenvolvimento de um
futuro economicamente viável, socialmente justo e ambientalmente correto, nunca
estiveram tão na ordem do dia no mundo, e principalmente aqui no Rio de Janeiro,
após a Conferência Rio+203.
O designer tem o dever social de inserir-se nesse contexto com a proposição
de soluções de design para problemas de todas as ordens.
A cidade do Rio tende a pensar na bicicleta para passeios na orla e na lagoa,
esquecendo as zonas centrais e periféricas, além de sua utilização como um meio
de transporte.
3 Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, 2012, Rio de Janeiro.
27
Figura 10 – Foco em ciclovias para lazer.
Realizou-se recentemente, do dia 23 a 25 de setembro de 2012 o 2º Forum
Internacional de Mobilidade por Bicicleta (BiciRio), organizado pela Secretaria do
Meio Ambiente, onde discutiu-se dentre vários assuntos, o incentivo do uso da bici-
cleta como meio de transporte. Segundo Altamirando Moraes, Secretário do Meio
Ambiente, em entrevista ao Jornal da Cidade4, o Rio possui uma malha cicloviária de
282 quilômetros com a meta de chegar a 450 quilômetros até 2016.
4 http://www.jornalacidade.com.br/editorias/brasil-e-mundo/2012/09/20/transporte-rio-forum-incentiva-
uso-da-bicicleta-como-meio-de-transporte-na-cidade.html
28
Figura 11 – Malha Cicloviária da cidade do Rio de Janeiro.
Além de desafogar o trânsito, reduzir a emissão de gases poluentes, de pro-
vocar uma melhoria na saúde e bem estar do usuário, a cidade possui uma vocação
natural para atividades ao ar livre o que facilita muito a criação dessa demanda. Po-
rém verifica-se que a criação da demanda sem dar o suporte necessário para o fe-
chamento de todo o sistema poderá inviabilizar a efetiva aplicação do projeto.
Pensando nessa necessidade projetual, propõe-se o desenvolvimento de um
equipamento urbano, um bicicletário, como uma solução segura para o estaciona-
mento das bicicletas. Com cada vez menos espaços livres nas cidades, o questio-
namento: “onde construir o bicicletário?”, se apresenta como um gargalo projetual
que será objeto de estudo desse projeto, porém, encontra-se em testes nas cidades
de Seul e Londres, um bicicletário vertical de nome “Bike Hanger” em que utilizam-se
áreas ociosas das laterais de edificações. O interessante no projeto, além da ocupa-
ção das laterais dos prédios, é a utilização de relações semânticas em sua estrutura
formal e funcional com a bicicleta, e também a utilização do homem como força mo-
triz através de um tipo de bicicleta ergométrica.
29
Figura 12 – Bike Hanger.
Outra opção a ser estudada, será o uso do subsolo como a aplicada no proje-
to do designer Índio da Costa para os quiosques de Copacabana, porém a cidade do
Rio de Janeiro vem passando por vários problemas com seus subsolos, e a aplica-
ção desse sistema não se restringe a Orla da cidade, área livre de problemas com
galerias. O agravamento desses problemas está provocando uma solução que auxi-
liará a aplicação do projeto caso seja a melhor opção o subsolo. O Instituto Pereira
Passos, a Secretaria Municipal de Conservação, em pareceria com a CEG, Light,
Cedae e Oi, estão implantando um projeto de mapeamento digital integrado do sub-
solo da cidade, o que fará com que se agilize a aprovação de locais seguros para o
projeto.
A última questão é: Como implantar sem onerar o orçamento público? A par-
ceria Público-privada com concessões de exploração do sistema poderá ser uma
forma de viabilizar a implantação como no projeto Bike Rio5 implantado pelo banco
5 http://www.mobilicidade.com.br/bikerio.asp
30
Itaú em pareceria com a prefeitura, disponibilizando bicicletas para aluguel em diver-
sos pontos da cidade.
Figura 13 – Bike Rio, projeto de parceria entre poder público e iniciativa privada.
31
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
É de conhecimento geral a necessidade de uma atitude sustentável, visto que
o planeta encontra-se em seu limite. Manzini (2008, p. 19) propõe uma descontinui-
dade sistêmica:
A sustentabilidade requer uma descontinuidade sistêmica: de uma socieda-de que considera o crescimento contínuo de seus níveis de produção e consumo de material como uma condição normal e salutar, devemos nos mover na direção de uma sociedade capaz de se desenvolver a partir da redução destes níveis, simultaneamente melhorando a qualidade de todo o ambiente social e físico.
Isso significa ter consciência da necessidade da redução do consumo indivi-
dualista por um bem social com um todo. Porém esse consumo muitas vezes é in-
centivado pelo poder público, como no caso da redução de impostos dos veículos
automotores com o intuito de manter a economia aquecida em detrimento mobilida-
de urbana.
“A mobilidade é quase universalmente reconhecida como um dos mais impor-
tantes pré-requisitos para um melhor padrão de vida” (SILVEIRA, 2010, p.08). Se-
gundo WBCSD6 (2004):
Uma melhor mobilidade pessoal aumenta o acesso a serviços essenciais e também àqueles serviços que tornam a vida mais agradável, expandindo as escolhas sobre onde queremos viver e o estilo de vida que queremos ter.
Diante disso, é fundamental que o transporte individual (veículos automoto-
res), grandes consumidores de combustíveis fósseis, “cerca de 6 a 12 litros de com-
bustível por quilômetro rodado, variando entre a gasolina, o diesel e o gás natural
veicular”, conhecidos poluidores com “4,9 vezes mais poluentes e 1,8 vezes o volu-
me de CO2 do que os meios públicos de transporte” (SILVA et al., 2007, p. 02) e
ineficiente para o transporte de massa pois “gasta três vezes mais tempo e espaço
para transportar o mesmo número de pessoas quando se compara a bicicleta”
(SILVA et al., 2007, p. 04), sejam substituídos por sistema de transporte socialmente
acessível e eficazes.
6 World Business Council for Sustainable Development - www.wbcsd.org
32
Para Silva et. al. (2007, p.03) uma alternativa ao atual modelo de desloca-
mento são os modos não-motorizados:
considerar a bicicleta como o modo de transporte urbano mais barato não é exagero de seus defensores, sendo acessível à praticamente, todas as ca-madas sociais. Além de possuir outros atrativos, como: não poluir o meio ambiente, preservar os espaços públicos e não provocar os incômodos que caracterizam a utilização dos veículos motorizados em áreas urbanas.
Países europeus são exemplos no uso desses meios de transporte e demons-
tram que é possível a substituição do automóvel pela bicicleta.
Em suas pesquisas, Silva et al. (2007, p. 03) encontra estudos da comissão
europeia, do ano de 2000, que indicam as vantagem da bicicleta para percursos de
curta distância e que quando integrado aos transportes de massa se tornam ainda
mais efetivos:
a bicicleta é mais rápida que todos os outros modos, num percurso de até 8 km de distância. São inúmeras as vantagens da bicicleta, apresentando-se vantajoso, também, priorizar a integração de todos os modos de transporte, principalmente a integração do modo bicicleta com os sistemas de alta ca-pacidade, o que já tem ocorrido, espontaneamente, em muitas grandes ci-dades, através da construção de bicicletários junto às estações de trem.
Outros benefícios, segundo Silveira (2010, p.19), levantados pela Comissão
Europeia (2000), foram sentidos pelas empresas nas relações custo X tempo perdi-
do no trânsito e rapidez de deslocamento X benefícios para saúde, cujos funcioná-
rios utilizam a bicicleta como veículos de mobilidade urbana.
O designer tem, neste momento, uma excelente oportunidade de exercer seu
papel social e deixar de ser parte do problema, sendo um promotor de soluções so-
cialmente benéficas e viáveis que melhorem a qualidade de vida de toda uma popu-
lação.
Na visão de Pasmino (2007, p.05):
O design social exige do designer novas qualidades e conhecimentos [sic] é um campo de grande desafio para os profissionais da área. O trabalho do designer deve valorizar os aspectos sociais, culturais e ambientais da popu-lação e desenvolver produtos que satisfaçam as necessidades reais. Res-peitar as características das comunidades, das populações marginalizadas, sua cultura, para assim desenvolver produtos que a representem de fato, que sejam adequados a essa realidade, e que satisfaçam as suas necessi-dades reais.
33
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
3.1 Objetivos Operacionais
Analisar similares com pesquisas fotográficas in loco, em materiais impressos
ou pesquisa digital;
Definir bases conceituais para dar início ao processo de geração de alternati-
vas;
Selecionar materiais, processos e tecnologias embarcadas que melhor se a-
déquem às bases conceituais do projeto;
Gerar alternativas com o auxílio de técnicas de brainstorming7 e outras técni-
cas do processo criativo;
Selecionar a melhor alternativa, através de matrizes de seleção e decisão;
Produzir detalhamento técnico, gerando o desenho da alternativa escolhida
em escala;
Realizar a construção do mock-up8 ou modelo em escala reduzida do bicicle-
tário definido no detalhamento técnico;
Analisar o produto tendo como objeto de análise o problema identificado e a
solução proposta.
3.2 Metodologia da Pesquisa
A utilização de métodos como instrumentos auxiliares na realização de uma tarefa é algo tão antigo como o próprio trabalho do homem. Toda a-tividade racional segue, de modo explícito ou não, um procedimento lógi-co que permite alcançar um objetivo determinado. Mesmo as tarefas mais simples obedecem a uma rotina caracterizada por uma sequência de etapas. (BONFIM 1995, p. 7)
A metodologia proposta para o desenvolvimento do produto combina um con-
junto de procedimentos metodológicos de três autores distintos.
MUNARI9, com sua proposição (problema/solução), PLATCHECK10 em seus
métodos de desenvolvimento de produtos sustentáveis e BONFIM11 com técnicas de
exploração do processo lógico e análises de diferencias semânticos.
7 Método de desenvolvimento de processos criativos criado por Alex Osborn.
8 Simulação tridimensional de um produto.
34
Inicialmente são levantamento os problemas a serem resolvidos como, insta-
lações e ausência do sistema, interfaces inadequadas, danos ao patrimônio público
e pessoal, e uma prévia do ambiente/contexto. Tais levantamentos são pontuando
com o auxílio de imagens do local, acompanhados de uma análise textual que dire-
cionam a etapa seguinte de delimitação de requisitos e restrições projetuais.
Delimitados os problemas parte-se para a etapa de aprofundamento no co-
nhecimento, levantando dados relacionados ao produto proposto, numa sequência
lógica e gradual, formando uma base sólida de informações.
Conforme citado nas etapas de contextualização, o projeto tem um local de-
terminado, logo, um público usuário deve ser entendido. Para essa etapa são levan-
tados dados do público alvo, para quem se destina o produto. Além do levantamento
textual é desenvolvido um painel semântico através da combinação de imagens e
palavras, proporcionando um cruzamento de informações importantes para a fase
criativa do projeto.
Conhecido o usuário, torna-se necessário conhecer o local para onde se pro-
jeta, essa etapa se chama Ambiente/Contexto. Levantam-se informações históricas
e o contexto atual dessa localidade agrupando informações que darão ao designer
uma visão sobre a efetiva aplicabilidade do projeto e previsões futuras para o ambi-
ente.
Em seguida são levantados dados de uma gama de similares encontrados no
mercado através de um fichamento indicando fabricantes, origem, materiais, caracte-
rísticas do projeto e, pontos positivos e negativos, formando uma primeira análise
dos concorrentes através de imagens e pesquisas bibliográficas. Na sequência defi-
ne-se um gráfico de diferencial semântico estabelecendo uma relação de oposição,
traçando um painel comparativo entre o objeto ideal e o real (similar analisado). Fei-
to o gráfico aplica-se uma fórmula de desvio médio, gerando um outro gráfico que
permite uma comparação clara entre os objetos analisados, fechando essa etapa
com uma análise textual de aspectos relevantes dos similares levantados.
9 MUNARI, Bruno. Das coisas nascem coisas. 2ª Edição. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
10 PLATCHECK, Elizabeth Regina. Design Industrial: Metodologia de EcoDesign para o Desen-
volvimento de Produtos Sustentáveis. São Paulo: Atlas, 2012. 11 BONFIM, Gustavo Amarante. Metodologia para Desenvolvimento de Projetos. João Pessoa: Editora Uni-
versitária UFPB, 1995.
35
Com essas informações formatadas, parte-se para a etapa de levantamentos
ergonômicos com a definição de percentis antropométricos, estudos de diagrama-
ções, e análises da tarefa (com questões de interface homem/máquina) que definem
uma análise final sobre as necessidades ergonômicas e solução de compromisso.
Na etapa seguinte são levantados e definidos os materiais. Como o projeto
propõe uma renovação de atitude, as questões dos materiais e processos limpos
direcionam toda a pesquisa.
Dados levantados e analisados fecham a etapa analítica com a síntese das
informações colhidas. Informações essas que nortearão todo o desenvolvimento do
processo criativo.
Através de técnicas diversificadas de exploração do processo criativo são ge-
radas alternativas para o novo produto em desenvolvimento. As primeiras alternati-
vas passam por um processo de análise onde os pontos positivos são combinadas
num novo processo criativo até chegar a uma solução final adequada as necessida-
des projetuais levantadas na síntese.
Uma vez definida a alternativa, passa-se para a etapa executiva do projeto
com o desenvolvimento do desenho técnico que normatizam a escala real e as es-
pecificações construtivas do produto, seguindo para a construção de modelos de
testes que confirmarão de forma definitiva se o produto atende a seus requisitos.
Confirmados os testes inicia-se a construção do modelo final buscando repre-
sentar através de materiais alternativos suas características formais e funcionais re-
ais.
36
4. LEVANTAMENTO DE DADOS
4.1 Público Alvo
A definição de um público específico, uma persona, para um sistema de
transporte tão acessível e presente na vida da cidade do Rio de Janeiro pode se tor-
nar bastante difícil. Em tese, qualquer usuário de bicicleta será um potencial usuário
de bicicletários.
O foco do projeto é propor uma mudança de atitude, uma atitude sustentável,
mudança essa que engloba os não usuários de bicicletas ou aqueles que as usam
somente nos finais de semana para os momentos de lazer e que em grande parte
estão em sistemas de transporte poluentes e individualistas como os veículos auto-
motores. A proposta não é abandonar os carros ou qualquer outro veículo a base de
combustíveis fósseis, mas fazer um uso correto de todo um sistema. Para que esse
usuário se sinta confiante e seguro, os bicicletários precisam se fazer presentes em
toda a cidade e em alguns casos, integrados a outros sistemas de transporte de
massa. Seguindo esse raciocínio, vemos de volta ao perfil de usuário do sistema,
mesmo não sendo o foco do projeto, os que já são usuários de bicicleta. Sendo as-
sim, para fins projetuais, define-se como público alvo o “carioca”, nascido ou não e
que incorporou essa atitude do “ser carioca”.
4.1.1 O Ser Carioca
Um dos cariocas famosos que mais incorporou o tema é o Poetinha Vinícius
de Moraes que define: “ser carioca é ter como programa não tê-lo”.
Etmologicamente falando a palavra carioca é de origem Tupi que significa
"casa de homem branco", pela junção de kara'iwa ou kari' (homem branco) + oka
(casa)12.
O movimento, criado pela CAERJ, Câmara de Comércio e Indústria do Estado
do Rio de Janeiro, “Atitude Carioca”, que surgiu com o propósito de valorizar peque-
12
FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 353
37
nos gestos que contribuam para mudanças efetivas na vida da população e na visão
dos turistas sobre o Rio de Janeiro, define ser carioca como:
É ter gingado e a fala arrastada, é ter a pele dourada e o corpo moldado, é aplaudir o por do sol e só sair da praia quando a lua chega, é ter o espírito livre e a cuca fresca, é usar chinelo pra jantar e o bom humor pra levantar. Ter atitude carioca é ter a certeza de que vive no lugar mais lindo do mun-do, mesmo sem nunca ter conhecido nenhum outro lugar. É ser generoso por natureza, é ser abençoado diariamente pelo Cristo, é receber todo o mundo de braços abertos, é apostar no seu time e no futuro da sua cidade, é suar a camisa num dia de sol, é sorrir pra um desconhecido, é não reparar no famoso que passa ao seu lado, é olhar para as suas crianças, é estar em harmonia, é viver sempre com alegria no olhar. Ter atitude carioca é amar essa cidade acima de tudo.
Como um artifício gráfico e visual para definição do público optou-se pelo de-
senvolvimento de um painel semântico do ser carioca e de ser carioca.
38
Figura 14 – Painel Semântico Ser Carioca.
39
4.2 Ambiente/Contexto
4.2.1 Breve Histórico
A cidade do Rio de Janeiro foi fundada em 1565, por Estácio de Sá, com o
nome de São Sebastião do Rio de Janeiro, em homenagem ao então Rei de Portu-
gal, D. Sebastião, tornando-se capital da colônia portuguesa em 1763.
Seu primeiro grande aporte de investimentos foi com a chegada da Família
Real Portuguesa, em 1808, que fugida de Portugal, transforma a colônia em sede do
governo e capital do Império Português.
De 1822 à 1889 o Brasil vive um período de Monarquia independente, com a
negação de D. Pedro I ao chamado de retorno a Portugal pela Coroa Portuguesa.
Capital Federal, porta do Brasil e pólo de cultura para todo o país, têm seu
período de glória entre 1920 e 1950. Em 1960, deixa de ser capital do país e entra
em um período de saudosismo, porém sem nunca perder seus encantos.
4.2.2 Rio de Janeiro num contexto atual
A cidade do Rio de Janeiro está no foco do olhar mundial após sua escolha
para sediar grandes eventos. Os dois maiores são os esportivos, Copa do Mundo,
evento este dividido entre vários estados sedes no país e os Jogos Olímpicos que
serão sediados somente no Rio de Janeiro, conforme a linha do tempo abaixo
Figura 15 – Eventos no Rio de Janeiro.
Tais acontecimentos trouxeram para cidade grandes investimentos como ci-
tado na reportagem de capa da Revista Época do dia 04 de janeiro de 2013, com o
40
título: O Rio dá uma lição ao Brasil, o trecho ressalta que a cidade é a que mais in-
vestimentos recebeu no mundo.
O Rio é, hoje, a capital de Estado que mais recebe investimen-tos por metro quadrado no mundo, segundo o estudo Decisão Rio, da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). De acordo com a prefeitura, os pedidos de abertura de novos negócios no ano passado foram quase 50 vezes o nú-mero de 2010. Nos últimos cinco anos, o Rio recebeu US$ 21 bilhões em investimento estrangeiro, mais que o dobro dos cin-co anos anteriores.
Figura 16 – Revista Época, 4 de janeiro de 2013
41
4.2.2.1 Empresas que inauguram negócios no Rio e que estão em
processo de instalação
Diageo (fabricante do uísque Johnnie Walker);
GE;
L’Oreal;
Siemens;
Schlumberger e Halliburton (gigantes da área de petróleo);
Microsoft;
Rolls-Royce (equipamentos para geração de energia);
Apple Store (primeira loja Apple da América Latina);
Tiffany, Cartier, Ermenegildo Zegna, Prada e Gucci (consumo de alto luxo);
Lufthansa e Emirates (abriram voos para o Rio);
Trump Towers Rio (maior conjunto de prédios comerciais da America latina).
Figura 17 – Trump Towers Rio.
42
4.2.2.2 Projeto Porto Maravilha
A operação urbanística na área portuária da cidade se apresenta como um
dos maiores e mais complexos legados desse movimento de organização da cidade
para os eventos que sediará e desenvolvimento futuro da cidade.
Figura 18 – Projeto Urbanístico Porto Maravilha.
O projeto abrange uma área de 5 milhões de metros quadrados, que tem co-
mo limites as Avenidas Presidente Vargas, Rodrigues Alves, Rio Branco, e Francisco
Bicalho.
Sua finalidade é promover a reestruturação local, por meio da ampliação, articulação e requalificação dos espaços públicos da região, visando à me-lhoria da qualidade de vida de seus atuais e futuros moradores e à susten-tabilidade ambiental e socioeconômica da área. O Porto Maravilha também realizará ações para a valorização do patrimônio histórico da região, bem como a promoção do desenvolvimento social e e-conômico para a população. A implantação de projetos de grande impacto cultural, como o Museu de Arte do Rio de Janeiro (Mar), na Praça Mauá,
43
e o Museu do Amanhã, no Píer Mauá, ambos em parceria com a Fundação Roberto Marinho, darão nova cara à entrada do porto. Para coordenar o processo de implantação do Porto Maravilha, foi criada a Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio de Janeiro (CDURP), empresa de economia mista, controlada pela Prefeitura. A CDURP tem como principais funções implementar e gerir a concessão de obras e serviços públicos na região, além da administrar os recursos patri-moniais e financeiros referentes ao projeto. 13
Principais Obras10:
Construção de 4 km de túneis;
Reurbanização de 70 km de vias e 650.000 m² de calçadas;
Reconstrução de 700 km de redes de infraestrutura urbana (água, esgoto, drenagem);
Implantação de 17 km de ciclovias;
Plantio de 15.000 árvores;
Demolição do Elevado da Perimetral (4 km);
Construção de três novas estações de tratamento de esgoto.
Regras Urbanísticas e Ambientais10:
Para promover um ambiente urbano saudável e sustentável, as novas edi-ficações da região deverão obedecer a parâmetros urbanísticos e ambien-tais específicos:
Afastamento e recuo adequados entre as novas construções;
Economia de consumo de água e reaproveitamento de águas pluviais e servidas;
Economia e/ou geração local de energias limpas;
Uso de aquecimento solar;
Uso de telhados verdes e/ou reflexivos do aquecimento solar;
Maximização da ventilação e iluminação natural;
Uso de materiais com certificação ambiental;
Facilitação de acesso e uso de bicicletas.
Principais Impactos10:
Aumento da população de 22 mil para 100 mil habitantes em 10 anos;
Aumento da área verde de 2,46 % para 10,96%;
Aumento de 50% na capacidade de fluxo de tráfego na região;
Redução da poluição do ar e sonora, com a retirada da Perimetral e a re-dução do transporte pesado na região;
Aumento da permeabilidade do solo;
13
http://www.portomaravilha.com.br/web/sup/OperUrbanaApresent.aspx
44
Aumento e melhoria da qualidade da oferta de serviços públicos;
Transformação da região em referência para a cidade.
4.2.2.3 Programa de relevância para o projeto
Rio Capital da Bicicleta14 é um programa da Secretaria Municipal de Meio
Ambiente, que faz a gestão de Ciclovias, formado por representantes da SMU -
Secretaria Municipal de Urbanismo, SMTR - Secretaria Municipal de Transportes,
SMO - Secretaria Municipal de Obras e organizações não governamentais vincula-
das ao tema para o incentivo ao uso de transportes não poluentes.
Figura 19 – Marca do Programa.
Diretriz Principal11:
Fomentar o uso da bicicleta como modal de transporte para médias e curtas
distâncias e alimentar o sistema de transportes de massa: BRTs, Metrô e
Barcas.
Metas11:
Dobrar a malha cicloviária do município: implantar mais 150km de ciclovias;
Aumentar a quantidade de bicicletários: incentivo à implantação de particula-
res;
Apoiar e ampliar o sistema de bicicletas públicas de aluguel: de 60 para 300
estações;
14
http://www.ta.org.br/site/banco/1ciclorio/cicloviasrio10.pdf
45
Programa Educacional Ambiental: campanhas educativas permanentes;
Elaborar planejamento cicloviário para apoiar o sistema de mobilidade entre
as zonas e intrazonas olímpicas.
4.3 Similares
Platcheck (2012, p. 29) divide os similares em dois tipos distintos: os de pro-
duto e os de função.
Os similares de produto são os que já existem no mercado, possuem as
mesmas características e as mesmas funções do projeto em questão atendendo
parte ou totalmente os requisitos da problematização. Já os similares de função são
também produtos que existem no mercado, atendem as mesmas funções dos simila-
res de produtos, mas não necessariamente sendo o mesmo produto.
Para o projeto em questão foram levantados similares de produtos, similares
esses que foram subdivididos em classes diferentes como (verticais, horizontais,
modulares, artístico-escultóricos, multifunções e automatizados).
4.3.1 Similares Verticais
Figura 20 – Similar 001.
46
Figura 21 – Similar 002.
Figura 22 – Similar 003.
47
4.3.2 Similares Horizontais
Figura 23 – Similar 004.
Figura 24 – Similar 005.
48
Figura 25 – Similar 006.
Figura 26 – Similar 007
49
Figura 27 – Similar 008.
Figura 28 – Similar 009.
50
Figura 29 – Similar 010.
Figura 30 – Similar 011.
51
Figura 31 – Similar 012.
4.3.3 Similares Modulares
Figura 32 – Similar 013.
52
Figura 33 – Similar 014.
Figura 34 – Similar 015.
53
Figura 35 – Similar 016
4.3.4 Similares Artístico-escultóricos
Figura 36 – Similar 017.
54
Figura 37 – Similar 018.
4.3.5 Similares Multifunções
Figura 38 – Similar 019.
55
Figura 39 – Similar 020
4.3.6 Similares Automatizados
Figura 40 – Similar 021.
56
Figura 41 – Similar 022.
4.3.7 Diferencial Semântico
O estudo e a aplicação do Diferencial Semântico derivou da Teoria dos Campos de Significados concebida por Helder, Von Humbolt, Brihler e outros. O Diferencial Semântico procura estabelecer através de experi-mentos empíricos o valor de objetos reais em relação a um objeto ideal. Esta valorização se dá em relação a perfis de pares opostos, com valor positivo ou negativo. O valor pode ter sentido forte (valor 3), médio (valor 2), fraco (valor 1) ou ter significado algum (valor 0). (BONFIM 1995, p. 49)
Por se tratar de uma lista de similares muito extensa, aplicou-se o quadro de
Diferenciais Semânticos em cada subdivisão de similares, seguido do cálculo do
Desvio Médio e gráfico da função de transformação de cada grupo de similares para
verificação e comparação entre eles. O cálculo é feito por intermédio da formula a-
presentada a seguir.
57
Tabela 1 - Fórmula do Desvio Médio.
Apresentam-se a seguir os quadros resultantes dos estudos de Diferenciais
Semânticos dos grupos de Similares levantados, sendo o primeiro a apresentação
do valor DEVE SER (situação ideal).
Tabela 2 – Diferencial Semântico Situação Ideal.
58
Tabela 3 – Diferencial Semântico Similares Verticais
Gráfico 1 - Função de desvio médio dos similares verticais.
59
Tabela 4 – Diferencial Semântico Similares Horizontais.
Gráfico 2 - Função de desvio médio dos similares horizontais.
60
Tabela 5 – Diferencial Semântico Similares Modulares.
Gráfico 3 - Função de desvio médio dos similares modulares.
61
Tabela 6 – Diferencial Semântico Similares Artísticos-escultóricos.
Gráfico 4 - Função de desvio médio dos similares artísticos_escultóricos.
62
Tabela 7 – Diferencial Semântico Similares Multifuncionais.
Gráfico 5 - Função de desvio médio dos similares multifuncionais.
63
Tabela 8 – Diferencial Semântico Similares Automatizados.
Gráfico 6 - Função desvio médio dos similares automatizados.
64
4.3.8 Análise de Similares
Tendo como base de análise os fichamentos dos similares e a tabela de dife-
rencial semântico, observam-se aspectos relevantes para o desenvolvimento do pro-
jeto como:
Questões de segurança e estabilidade do paraciclo: ficou bastante evi-
denciada a importância desses para a integridade da bicicleta. Um suporte
bem planejado resolverá tanto problemas de estabilidade quando os de segu-
rança levando em consideração o problema levantado da blocagem quick re-
lease que se trata de um sistema rápido de destravamento da roda no garfo
da bicicleta sem necessidade de ferramentas.
Questões de resistência: a resistência aborda não somente a resistência do
material para suportar o peso da bicicleta, como também à intempéries e prin-
cipalmente ao vandalismo aplicado ao sistema.
Questões de complexidade do equipamento: considerar tanto as questões
estéticas que fazem com que o equipamento se destaque e instigue o seu
uso; interface que é a relação de uso; e, como o sistema se propõe sustentá-
vel, as variáveis de manutenção, montagem e desmontagem do equipamento
são muito importantes.
Questões de Modularidade/Área: a ocupação do espaço público é uma
questão delicada e importante. Não é possível resolver o problema de esta-
cionamento ocupando inadivertidamente o passeio público e é aqui que en-
tram as questões de modularidade e tamanho do equipamento. Projetos mo-
dulares e que ocupam menores áreas são mais eficientes e adaptáveis a dife-
rentes necessidades.
Questões de estrutura formal: os estudos de diferencial semântico indicam
os bicicletários verticais como a melhor opção, colocando todos os similares
deste sub-grupo no na escala de classificação entre bom e ótimo.
65
4.4 Ergonomia
A otimização do espaço se torna importante quando considerado o ambiente
de instalação dos bicicletários - os passeios públicos – porém atentando-se a ques-
tões de conforto na execução da tarefa, integridade do bem (bicicleta) e segurança.
Para um entendimento amplo das adequações ergonômicas, foram feitos esquemas,
análises da tarefa e solução de compromisso com o objetivo de uma melhor interfa-
ce (homem/máquina).
Como referências antropométricas foram considerados os percentis extremos
de (Diffrient, 1981), o homem 97,5 (maior homem) e a mulher 2,5 (menor mulher).
Figura 42 - Plano Sagital: menor mulher e maior homem.
66
Figura 43 - Plano Cranial: menor mulher e maior homem.
Para iniciar os estudos, levantou-se as dimensões de uma bicicleta15 que ofe-
recer características especiais que poderiam dificultar sua instalação nos Paraciclos
(bicicletários) por se tratar de uma bicicleta com elementos como para-lamas, lanter-
na e farol.
Figura 44 - Vistas e dimensões da bicicleta.
15 ANAYA, Esther et. Al. Manual de Aparcamiento de Bicicletas. Instituto para La Difersificaci-
ón y Ahorro de La Energía. Madrid.
67
4.4.1 Esquemas Antropométricos
4.4.1.1 Acessos e Posturas Corporais
Figura 45 – Largura de Passagem.
Figura 46 - Postura Inclinada.
68
Figura 47 - Postura de Alcance Máximo.
4.1.1.2 Estudos Interfaciais
Figura 48 - Diagrama para bicicletários com suporte de rodas.
69
Figura 49 - Diagrama para bicicletários com suporte de rodas (duas saídas).
70
Figura 50 - Diagrama para bicicletários com suporte de rodas a 45º.
Figura 51 - Diagrama para bicicletários com suporte no quadro.
71
Figura 52 - Diagrama para bicicletários em fila.
Figura 53 - Diagrama para bicicletários a duas alturas desencontradas.
72
Figura 54 - Estudo de angulação para bicicletario vertical a 30º.
Figura 55 - Estudo de angulação para bicicletário vertical a 45º.
73
Figura 56 - Estudo de angulação para bicicletário vertical a 60º.
4.4.2 Análise da Tarefa
Figura 57 - Dirigir-se ao bicicletário.
74
Figura 58 - Acoplar a bicicleta.
Figura 59 - Soltar a trava do banco da bicicleta.
75
Figura 60 - Travar a bicicleta no bicicletário.
Figura 61 - Procedimento de Saída: Destravar a bicicleta.
76
Figura 62 - Prender a trava no banco da bicicleta.
Figura 63 - Desacoplar a bicicleta.
77
Figura 64 - Retirar-se do local.
78
4.5 Materiais
4.5.1 Corian16
Corian, fabricado pela Du pont, é um material sólido, não poroso, homogênio,
composto de ± 1/3 de resina acrílica (também conhecida como PoliMetilMetacrilato
ou PMMA) e ± 2/3 de minerais naturais. O principal mineral é TriHidrato de Alumina
(ATH), derivado da bauxita, da qual o alumínio é produzido.
Figura 65 – Exemplos de Produtos em Corian.
Duradouro como pedra resiste a muitos produtos químicos e condições físicas adversas. Não existe nenhum risco de deterioração pela separação das camadas, não se decompõe, resiste praticamente a qualquer mancha, apresenta uma elevada
16
www.corian.com.br - Catálogos do Produto
79
resistência térmica e ao impacto, e não necessita de cuidado especial. Apesar da sua extraordinária resistência, da mesma forma que outros materiais, pode deterio-rar-se pela exposição excessiva e prolongada de produtos químicos concentrados (ocorre em alguns laboratórios). É oportuno fazer um teste nestes casos. Uma su-perfície deteriorada pode ser reparada para recuperar o aspecto original da instala-ção. Na maioria dos casos, o reparo se faz com esponjas abrasivas ou utilizando uma lixadeira orbital. Nos piores casos, é possível recortar a superfície mais deterio-rada e substituí-la por outra peça de Corian.
4.5.1.1 Características do Material
Resistente: Resiste à maioria dos impactos e arranhões que ocorrem em á-
reas de uso intenso.
Higiênico: Maciço em toda sua espessura e pode ser fabricado com emen-
das imperceptíveis e cantos arredondados, tornando-se uma superfície 100%
higiênica. Evita o desenvolvimento de bactérias ou fungos e foi certificado por
um laboratório independente como um material higiênico de acordo com a
norma internacional DIN EN ISO 84617.
Emendas imperceptíveis: Peças de Corian podem ser coladas de maneira
imperceptível para criar a aparência de uma única peça, permitindo, pratica-
mente, ilimitadas possibilidades de design.
Reparável : A aparência da superfície de Corian é renovável. O que significa
que pode ser totalmente recuperada usando o lado abrasivo de uma esponja
comum de limpeza - quando o acabamento for fosco, ou com polimento pro-
fissional. Queimaduras de cigarros, por exemplo, são facilmente removidas
dessa maneira. Danos causados por abuso podem, normalmente, ser repara-
dos no local sem a necessidade de substituir o material.
Não tóxico: Material inerte e não tóxico. Sob condições normais de tempera-
tura, não emite gases. Quando queimado, libera principalmente gás carbônico
e a fumaça gerada é visualmente leve e não contém gases halogênios tóxi-
cos. Por causa dessas propriedades, é usado em aeronaves, áreas públicas,
17 ISO 846 avalia e determina o efeito de fungos e bactérias em materiais poliméricos.
80
tampos de check-in de aeroportos e para aplicações higiênicas como paredes
e bancadas em hospitais, laboratórios e hotéis.
Termomoldável: Pode ser termomoldado em moldes de madeira ou metal e
em temperaturas controladas para criar vários objetos de design em 2D ou
3D. Efeitos de relevo também podem ser criados usando a técnica de molda-
gem por pressão.
Colorido: As cores permitem combinações ilimitadas. Você pode escolher
uma cor única, uma base neutra, ou experimentar harmonias mais vibrantes.
As cores são as mesmas em toda a espessura do material e não desbotam.
Também pode ser usado em camadas, incrustações ou como um versátil
complemento para outros materiais como metal, madeira, pedra, etc.
Translucido: A translucidez é especialmente impressionante em cores claras
assim como em placas mais finas. Muitos designers estão usando o material
para criar luminárias ou efeitos de luz para várias aplicações. A cor Glacier Ice
destaca-se das demais cores pois foi especialmente desenvolvida para apre-
sentar translucidez realçada e ser usada na criação de efeitos especiais de
luz.
4.5.1.2 Vantagens
100% higiênico;
Não é poroso;
Resistente a manchas;
Há cores lisas;
As emendas são imperceptíveis;
Resistente a impactos;
Pode ser reparado;
Sua temperatura não é fria;
Não queima com cigarros;
Não propaga chamas;
É resistente à umidade e maresia;
Sustentável.
81
4.5.2 FiberGlass Pultrudado
A fibra de vidro (FiberGlass) apresenta-se com um material adequado às ne-
cessidades projetuais pois tem se mostrado superior ao aço inox e ao alumínio, além
de não exigir nenhum tipo de manutenção, mesmo quando instaladas em lugares
onde a corrosão ataca violentamente todos os tipos de materiais.
Lima (2006 p. 214) descreve o processo de pultrusão:
...consiste em submeter os fios e as mantas de fibra de vidro à passagem
por um reservatório de resina poliéster, de forma que fiquem completamente
embebidos por esta. A partir deste momento, a mistura de fibra de vidro e
resina é submetida a passagem por dentro da cavidade de molde em aço
com formato da secção desejada. À medida que o material vai avançando
por dentro ao longo da cavidade o aquecimento do molde vai curando a re-
sina com o respectivo formato. Por fim, gradativamente, o material já com
formato do perfil vai saindo do interior da matriz auxiliado pela ação de pu-
xadores para depois ser cortado no comprimento desejado.
Figura 66 – Hotel Fasano, Rio de Janeiro. Estrutura em FiberGlass Pultrudado.
4.5.2.1 Vantagens:18
A operação contínua assegura uniformidade nas características do produto;
18
http://www.cogumelo.com.br/pultrusao.aspx
82
Os comprimentos dos perfis são limitados somente pelo manuseio, transporte
e carregamento;
São mais leves que os perfis de aço e alumínio;
Seções de grande complexidade podem ser produzidas por pultrusão;
Pode-se conseguir um ótimo equilíbrio de propriedades mecânicas. A seção
específica pode ser projetada para se adaptar à aplicação final. Isto é conse-
guido através do posicionamento da fibra de acordo com a necessidade de
resistência;
Acabamento e cor uniformes.
4.5.2.2 Tipos de Perfil
Os perfis de FiberGlass pode ser fabricados de acordo com as especificações
do projeto, porém há uma infinidade de perfis padronizados e sua utilização reduz o
tempo e o custos de produção.
Figura 67 – Perfis Pultrudados.
83
4.5.3 Led19 - Light Emitting Diode (Diodo Emissor de Luz)
O primeiro LED surgiu em 1962 e foi desenvolvido por um engenheiro da Ge-
neral Electric – Nick Holoniak Jr. e produzido unicamente na cor vermelha.
Alguns anos mais tarde foram lançados nas cores verde e amarelo. Esses
LED’s foram usados como luzes indicadoras em muitos dispositivos. Após uma
grande evolução tecnológica (através das pesquisas de Shuii Nakamura) foi desen-
volvido o LED na cor azul. Graças a introdução desta tecnologia foi possível obter a
tão desejada cor branca, pela combinação das três cores básicas – vermelho, verde
e azul (RGB – “red, green and blue”), Essas cores quando misturadas em diferentes
intensidades podem reproduzir, também, diversas cores.
Com mais pesquisas, finalmente consegui-se criar o led branco, que foi gera-
do na combinação do led AZUL com uma camada de fósforo. As aplicações do led,
que anteriormente serviam apenas para sinalização, hoje, são vastíssimas, pois as
novas gerações de LEDs (High Power LEDs) substituem as tradicionais lâmpadas
de iluminação em diversos segmentos, inclusive na Indústria Automobilística.
Figura 68 – Tipos de LED.
19
http://www.solelux.com.br – Catálogos de LED.
84
Vantagens do LED:
Longa vida útil
Redução dos custos de manutenção
Alta Eficiência Energética
Não emite Infra Vermelho e Ultra Violeta no facho de luz, o que não desbota
roupas ou obras de arte.
Com o uso de lentes o facho pode ser direcionado aumentando a eficiência
Dimerização sem variação de cores
Controle de cores é dinâmico
Graças ao seu tamanho o led gera novos conceitos de iluminação
Resistente a vibrações e impactos.
Não tem materiais pesados como mercúrio, não poluindo o meio ambiente no
descarte.
Baixa tensão o torna mais seguro em algumas aplicações
Alta Eficiência em ambiente frio
Baixa emissão de calor, reduzindo o consumo de ar condicionado
Pode ser desligado e ligado sem alterar a sua vida útil
4.5.3.1 Focos e Lentes
Através do uso de lentes, podemos direcionar o foco de luz emitido pelo led
para os pontos que desejamos.
As lentes são produzidas com um polímero plástico sintético de alta resistência, mui-
to conhecido por seu elevado nível de transparência, reduzindo a quase zero a ate-
nuação da luz que passa pelas mesmas. As lentes estão disponíveis em diversos
formatos e ângulos de atuação o que torna o led uma excelente alternativa para as
mais diversas aplicações, permitindo muita versatilidade e sofisticação com a sua
utilização.
Entre as lentes mais usadas estão:
10° / 16° / 25° – indicada para lojas, lugares altos e pontos com foco fechado.
40° Fosca – indicada para lugares mais baixos e que a luz não pode ofuscar.
16° x 50° (Oval) – indicada para iluminar corredores, mesas, prateleiras, etc.
46° x 108° – indicada para postes, lugares altos, etc.
85
4.5.3.2 Tipos de LED relevantes ao projeto
Figura 69 – Especificação LED Bead 5mm.
Figura 70 – Especificação LED Spot 12V.
86
Figura 71 – Especificação LED t10 1.5W.
Figura 72 – Especificação LED Faixa 5m 12V.
4.5.4 Paineis Solares20 (Energia Renovável)
20
http://www.neosolar.com.br
87
Os painéis solares geram energia elétrica grátis a partir do sol e de forma mui-
to simples, sem mecanismos móveis, sem gerar resíduos e sem necessidade de
manutenção. O painel solar é o principal componente de um sistema de energia so-
lar e é formado por um conjunto de células solares que geram energia através da luz
do sol. Quando o sol atinge a célula os elétrons se movimentam gerando uma cor-
rente elétrica.
Existem inúmeras variações de painéis, mas para que se tenha uma idéia, um painel
típico terá aproximadamente 1 m² e pesa pouco mais de 10 Kg, é feito de 36 células
solares capazes de produzir cerca de 17 volts em corrente contínua e uma potência
de até 135 Watts. Os modelos geralmente variam de 5 até 280 Watts de potencia
máxima, dependendo da intenção de uso e tecnologia empregada. Além disso, um
sistema pode possuir muitos painéis e montados de diferentes formas. Dessa manei-
ra, pode-se trabalhar tanto com as potências como as tensões de saída desejadas.
Há três tipos básicos de painel solar:
Painéis Solares Monocristalinos – São mais eficientes e feitos de células
monocristalinas de silício. O silício utilizado deve ter elevada pureza, o que
envolve um processo complexo para fabricar os cristais únicos de cada célula.
Painéis Solares Policristalinos – São um pouco menos eficientes que os
monocristalinos. Nestes painéis as células são formadas por diversos e não
somente um cristal, dando uma aparência de vidro quebrado à célula.
Painéis de Filme Fino – O material fotovoltaico é depositado diretamente so-
bre uma superfície, como metal ou vidro para formar o painel. São muito mais
baratos e também muito menos eficientes. A área disponível pode ser uma
restrição, pois a baixa eficiência deve ser compensada por uma área maior.
4.5.4.1 – Relevância para o projeto
Poderá fazer parte do projeto do paraciclo algum tipo de iluminação de locali-
zação e alerta, através de LEDs que possuem baixo consumo energético. Com es-
ses requisitos, a iluminação poderá ser facilmente feita por energias renováveis com
intermédio de pequenos painéis solares como os já usados em lanternas de jardim.
88
Figura 73 – Luminárias de Jardim alimentadas por painéis solares.
Figura 74 – Especificação e tipo de foto célula.
4.5.5 Piso Tátil
Figura 75 – Exemplos de pisos táteis.
Piso tátil ou como é popularmente conhecido, piso de bolinhas, tem a função
de orientar pessoas com deficiência visual total ou parcial sendo fundamental para
89
que ele possa exercer o seu direito de ir e vir com autonomia e segurança no dia-a-
dia.
Sua utilização e instalação devem seguir as regras normativas da ABNT/NBR
9050 de acessibilidade a edificações, mobiliários, espaços e equipamentos urbanos.
4.5.5.1 Normas Técnicas21
A sinalização tátil no piso pode ser do tipo de alerta ou direcional. Ambas de-
vem ter cor contrastante com a do piso adjacente, e podem ser compostas ou inte-
gradas ao piso existente, atendendo às seguintes condições:
Quando sobrepostas, o desnível entre a superfície do piso existente e a su-
perfície do piso implantado deve ser chanfrado e não exceder 2mm;
Quando intefradas, não deve haver desnível.
Sinalização tátil de alerta
A textura da sinalização tátil de alerta consiste em um conjunto de relevos
tronco-cônicos. A modulação do piso deve garantir a continuidade de textura e o pa-
drão de informação.
Tabela 9 - Dimensão do piso tátil de alerta.
21
ANBT/NBR 9050:2004
90
Figura 76 – Sinalização tátil de alerta – modulação de piso.
Obstáculos suspensos entre 0,60m e 2,10m de altura do piso acabado, que
tenham o volume maior na parte superior do que na base, devem ser sinalizados
com piso tátil de alerta. A superfície a ser sinalizada deve exceder em 0,60m a pro-
jeção do obstáculo, em toda a superfície ou somente no perímetro desta.
Figura 77 – Sinalização tátil de alerta de obstáculos suspensos.
91
4.6 Cimento Verde CPIII
Cimento Portland de Alto Forno é considerado um cimento verde por aprovei-
tar rejeitos siderúrgicos e por lançar menos CO2 na atmosfera. Sua composição é
feita de 35 a 70% de escória e de até 5% de materiais carbonáticos, substituindo o
Clínquer, principal componente do cimento comum e grande poluidor.
Figura 78 - Cimento Portland de Alto Forno.
Vantagens:
Maior durabilidade;
Mais barato;
Estável;
Impermeável;
Previne fissuras térmicas por ter um tempo de cura mais demorado.
Indicações:
Peças de grandes dimensões;
Fundações de máquinas;
Pilares;
Ambientes agressivos;
Esgotos e efluentes industriais;
Concretos com agregados reativos;
Pilares de ponte ou obras submersas;
Pavimentação de estradas e aeroportos.
92
4.7 Travas para bicicletas
Com a problematização, o travamento da bicicleta levantou uma preocupação
com segurança. Vários modelos de bicicleta apresentam blocagem (quick release) o
que facilitaria o roubo quando o bicicletário não oferece o travamento adequado ou
por imperícia do usuário. Pensando nesse problema decidiu-se levantar dados sobre
alguns modelos de trancas para uma possível incorporação de um sistema de tra-
vamento auxiliar.
Figura 79 - Cabo para cadeado.
Figura 80 - Trava U em titânio.
93
4.8 Tecnologias Embarcadas
4.8.1 QR Code
É um código de barras em 2D que pode ser escaneado pela maioria dos apa-
relhos celulares que têm câmera fotográfica. Esse código, após a decodificação,
passa a ser um trecho de texto, um link e/ou um link que irá redirecionar o acesso ao
conteúdo publicado em algum site.
Inicialmente criado pela empresa japonesa Denso-Wave em 1994 para identi-
ficar peças na indústria automobilística, desde 2003 é usado para adicionar dados a
telefones celulares através da câmera fotográfica.
Figura 81 – Qr Code22
.
Benefícios:
Armazenamento de Dados;
Encriptação;
Rastreamento;
Gratuito;
Usabilidade;
Inclusão Digital;
Realidade Aumentada.
22
http://g1.globo.com/tecnologia
94
4.8.1.1 Relevância para o projeto
O QR Code pode ser usado como auxiliador dos elementos de sinalização do
equipamento (paraciclo) com informações de uso, localização de mapas, informa-
ções do local, uso de interações em realidade aumentada para pontos turísticos.
A Secretaria Municipal de Conservação e Serviços Públicos instalou 2 deles
nos bairros do Arpoador, a título de teste de funcionamento, nas calçadas de pedras
portuguesas.
Figura 82 – Instalação do Qr Code no Arpoador.
O primeiro QR Code em calçada portuguesa foi criado pela Partners23 no Chi-
ado em Lisboa. Com o apoio do Turismo de Portugal, a ação também tinha os turis-
tas como alvo prioritário.
23
Agência de Publicidade de Portugal MSTF Partners. http://www.mstfpartners.com/
95
A aplicação no chão se torna inviável caso não haja uma manutenção diária
do local (limpeza de resíduos, areia), pois provoca problemas de leitura do código.
Figura 83 – Código encoberto de areia.
96
5. SINTESE DE DADOS
O desenvolvimento da síntese se dará através da descrição das possíveis
características do produto que direcionarão o processo criativo e executivo, locali-
zando suas funções práticas, estéticas e simbólicas. “Mediante o emprego do con-
ceito de função se faz mais compreensível o mundo dos objetos para o homem.”
(LÖBACH 2001, p. 54)
5.1 Funções Práticas
Os estudos de similares e interfaciais demonstram que os bicicletários verti-
cais apresentam melhor adequação quando confrontados com a restrição de
“espaço arquitetônico” (passeios públicos) e o requisito de “projetar para toda
a cidade”, tornando-se assim a opção formal-estrutural para o produto;
Ainda nos estudos interfaciais, a orientação é ser modular, oferecendo a op-
ção de 3 a 5 módulos para estacionamento;
Projetar sistemas auxiliares de travamento pensando em uma interface ami-
gável conforme a restrição de minimização da operação do produto. Esse sis-
tema poderá ser composto de um cabo de aço encapado, que estará em uma
extremidade fixa no suporte do bicicletário e a outra somente encaixada com
uma argola na ponta. O usuário ao acoplar a bicicleta poderá utilizar esse ca-
bo de aço laçando as rodas e o quadro e no final utilizando a sua própria
tranca. Esse sistema consistiria numa extensão da trava;
Seguindo a orientação do requisito de “design para desmontabilidade” e a res-
trição “vandalismo”, o projeto deve oferecer manutenção facilitada. O sistema
será dotado de opções de substituição do módulo danificado sem que para
isso seja preciso inutilizar todo o sistema, fazendo a troca somente do que foi
vandalizado.
97
No desenvolvimento do desenho técnico, os esquemas antropométricos orien-
tam as seguintes dimensões (mínimas e máximas):
Acesso lateral: 330 / 510mm.
Acesso Frontal: 579 / 660mm.
Postura Inclinada (LxA): 700x914 / 1020x1125mm.
Postura de Alcance: 1346 / 1753mm.
Ângulação dos bicicletários verticais: entre 45º e 60º.
Utilizar sempre que possível o espaço aéreo dos canteiros de plantas, carac-
terísticos de muitas calçadas cariocas, para não prejudicar o fluxo dos pas-
seios públicos.
Instalar piso tátil para questões de segurança ao deficiente visual quando não
for possível a utilização do espaço aéreo dos canteiros, pois o sistema apre-
sentará obstáculos suspensos. Sua instalação segue a norma técnica
NBR/ABNT 9050: 2004, apresentada na figura a seguir.
Figura 84 - Instruções de instalação do piso tátil.
Para a segurança do transeunte, com ou sem deficiência visual, serão insta-
lados luzes de alerta demarcando a área ocupada ou a silhueta do bicicletá-
rio. O sistema de luzes de alerta terá leds alimentado por um painel fotovoltai-
co por serem luzes frias e de baixo consumo. Foram escolhidos como possí-
veis opções a fita de LED 300x5050 SMD (12V) nas cores amarelo, azul ver-
de e vermelho, lâmpada LED Spot (12V) e placa de energia solar fotovoltaica.
98
Continuando nas questões de vandalismo, a escolha do material é muito im-
portante, sendo oferecidos como opções: Corian (compósito de resina acrílica
e minerais naturais) e Fiber Glass Pultrudado, ambos resistentes ao vanda-
lismo e à intempéries.
Desenvolver um sistema de sinalização com instruções de uso e ou informa-
ções sobre o local onde foi instalado o bicicletário. Colocam-se como possí-
veis opções o desenvolvimento de um elemento de sinalização físico ou virtu-
al através do uso de QR Codes, instalados no chão, como já existem no Ar-
poador feito com as próprias pedras portuguesas.
5.2 Funções Estéticas
“Fazer-se presente e visível”. Para atingir esse requisito o bicicletário apre-
sentará em sua conformação uma inovação que é o suporte vertical o que já
provocará no transeunte curiosidade.
Com o uso do Corian, material termo moldado que aceita curvas e formas or-
gânicas quase sem restrições, o projeto buscará formas arredondadas com o
mínino de arestas possíveis .
O tratamento cromático também será um dos aspectos de visibilidade, com a
utilização de cores de bastante contraste. E para que o bicicletário se faça
presente também durante a noite LEDs serão instalados estrategicamente em
partes do sistema ou em pontos focais.
5.3 Funções Simbólicas
O estímulo a uma atitude sustentável não podia estar de fora do conceito do
projeto. O próprio produto automaticamente se direciona a esse requisito por
se tratar de um equipamento urbano para estacionamento de bicicletas, veí-
culo este que se coloca como uma solução à poluição urbana em geral (emis-
são de CO2, poluição sonora) como também aos transtornos do trânsito caó-
tico, tornando essas suas mais fortes funções simbólicas. Para que o produto
carregasse consigo todos esses conceitos serão usados materiais sustentá-
99
veis e de baixo impacto, porém sem a aparência de produto reaproveitado. O
material principal, o Corian, apresenta acabamento liso e polido que trarão ao
projeto indícios de sofisticação. O mesmo material tem como característica
principal sua maleabilidade o que permite o desenvolvimento de um design-
com elementos da sensualidade, tão naturais do carioca e de suas paisagens.
O que demonstrará mais claramente a preocupação com o sustentável é a uti-
lização de um sistema solar com pequenos painéis fotovoltaicos, para a ilumi-
nação noturna do equipamento (alerta e visibilidade).
100
6. GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS
Com o fechamento da Síntese através da definição de funções obtêm-se as
diretrizes para o processo de Geração de Alternativas. Com o auxílio de técnicas de
exploração do processo criativo iniciam-se os primeiros estudos formais seguido de
desenhos mais detalhados para análise do material gerado.
6.1 Estudos da Forma
Figura 85 - Estudo Formal 001.
101
Figura 86 - Estudo Formal 002.
102
6.2 Alternativas Geradas
Figura 87 - Alternativa 001.
103
Figura 88 - Alternativa 002.
104
Figura 89 - Alternativa 003.
105
Figura 90 - Alternativa 004.
106
6.3 Matriz de Decisão
Tabela 10 - Matriz de Decisão das Alternativas Geradas.
107
6.4 Alternativa Escolhida
Figura 91 - Alternativa Escolhida: Vista frontal e superior.
108
Figura 92 - Alternativa Escolhida: Vista lateral direita e lateral esquerda.
109
Figura 93 - Alternativa Escolhida: Testes de Acoplagem e Detalhes.
110
Figura 94 - Encaixe da Roda Traseira.
111
Figura 95 - Demonstrativo de Extensão e Alcance.
112
Figura 96 - Tridimensionalidade Primária.
Figura 97 - Demonstrativo de Materiais.
113
Todo projeto, seja ele gráfico ou de produto, está em constante transforma-
ção, principalmente na etapa executiva, o mesmo aconteceu com o projeto em ques-
tão. Observou-se que a alternativa escolhida sofreu alguns ajustes necessários,
combinando idéias propostas nas alternativas não selecionadas para solucionar pro-
blemas só identificados no momento em que foi passado para a escala como: a ne-
cessidade de reforço nas paredes laterais; recortes para passagem dos pedais da
bicicleta; suporte para as rodas dianteiras entre outros ajustes imperceptíveis na es-
trutura formal.
114
7. DETALHAMENTO TÉCNICO
7.1 Desenho Técnico
A seguir os desenhos serão apresentados e divididos em 9 pranchas A3 dos
conjuntos e subconjuntos do produto para um melhor detalhamento e compreensão
do projeto.
115
7.2 Rendering
A seguir os desenhos tridimensionais serão apresentados em pranchas A3
com simulação de texturas, cores e formas reais do produto final.
116
7.3 Materiais e Processos de Fabricação
Tabela 11 - Materiais e Processos 01.
Tabela 12 - Materiais e Processos 02.
117
Tabela 13 - Materiais e Processos 03.
Tabela 14 - Materiais e Processos 04.
118
Tabela 15 - Materiais e Processos 05.
Tabela 16 - Materiais e Processos 06.
119
Tabela 17 - Materiais e Processos 07.
Tabela 18 - Materiais e Processos 08.
120
8. COMPONENTES ADICIONAIS
8.1 Identidade Visual
Figura 98 - Grid Construtivo da Marca.
121
Figura 99 - Estudo de cores e aplicação.
8.2 Sinalização Virtual
A utilização da sinalização digital além de inovadora e proporcionar infinitas
aplicações que um elemento de sinalização tradicional não comporta, resolve um
problema levantado na fase analítica do projeto. Não polui visualmente o ambiente
com a tem a vantagem de não ocupar o espaço público – um grande problema da
cidade do Rio de Janeiro - servindo-se das tão famosas calçadas de pedras portu-
guesas para formar o código.
Sua utilização é simples. O usuário posiciona a câmera do celular na direção do QR
Code que é decodificado, chamando um site com informações sobre o bicicletário
contendo informações diversas sobre o local de instalação. Como uma solução de
parceria, os bicicletarios podem ser adotados por uma empresa que terá nesse link
sua empresa como destaque, vinculando sua marca a um produto sustentável. A
seguir uma uma ilustração de uso e simulação de um possível layout desse ambien-
te digital.
122
Figura 100 - Proposta de Viabilização.
Figura 101 - Ilustraçao de Uso do QR Code.
123
Figura 102 - Layout Simulado para o Ambiente Digital.
124
9. CONCLUSÃO
O projeto teve como objetivo inicial um produto funcional e seguro, promotor
de conscientização para o uso de meios de transportes alternativos não poluentes,
sendo ele um suporte à sua efetiva aplicação. De pronto, entendeu-se que um pro-
duto de suporte a uma atitude sustentável, deveria por essência ser também susten-
tável.
Por intermédio de otimizações de impacto na verificação do ciclo de vida com
a utilização de processos de produção inteligentes, na consideração do espaço pú-
blico para a promoção da redução do caos urbano e na viabilização através de par-
cerias público-privadas o projeto se estruturou no conceito do tripé da sustentabili-
dade (produto/ambiente/sociedade).
Utilizou-se como método básico a relação problema/solução. Com a detecção
dos problemas, traçaram-se etapas para atingir a solução, sendo elas trabalhadas
de forma conjunta, não elencando escalas de prioridades. De acordo com o anda-
mento dos estudos analíticos questões eram levantadas buscando analisá-las e veri-
ficando se os questionamentos estavam sendo respondidos. Se necessário fosse
responder a novos questionamentos, retomava-se o processo analítico até que to-
dos os questionamentos estivessem resolvidos e analisados, resultando em uma
síntese estruturada para direção do processo criativo.
Um grande problema foi encontrado logo no início dos estudos, problema es-
te, endêmico de todo o Brasil. A cidade do Rio de Janeiro não possui um plano dire-
tor estruturado e pensado para o futuro. Além disso, o desrespeito a normas técni-
cas e a falta de fiscalização do ambiente público ficam estampados no caos urbanís-
tico da cidade. Esse problema afetou diretamente o projeto proposto, pois ele se tor-
nará parte desse ambiente e sua aplicação para toda a cidade tornou-se o maior
desafio. A solução para a falta de normatização dos passeios públicos foi projetar
um bicicletário vertical que ocupe uma área reduzida das calçadas. Outra solução
estudada foi criar opções de diagramações de instalação desse sistema para sua
adequação a ambientes diversos.
Todo projeto de uso público requer estratégias para sua efetiva instalação.
Pensando nesse outro problema, propôs-se uma parceria público-privada que viabi-
lizasse o projeto. A empresa que adotar a instalação e manutenção do produto terá
125
o direito de aplicar suas cores institucionais em áreas determinadas, utilizar-se do
recurso gráfico de padronagem com elementos que remetam a identidade dessa
empresa na parte interna retroiluminada e aplicar também a sua identidade no ele-
mento de sinalização digital.
Em sendo o Rio de Janeiro uma cidade litorânea, além da preocupação com
materiais de menor impacto, a utilização de materiais resistentes a corrosão provo-
cada pela maresia era de fundamental importância. Foram escolhidos materiais bas-
tante resistentes a intempéries, como também, por se tratar de um mobiliário urbano,
levou-se em consideração sua resistência ao vandalismo. Um dos materiais escolhi-
dos, o Corian da Dupont, por ser ainda uma novidade no mercado, tem seu custo
bastante elevado, contudo, a substituição por qualquer outro material, não inviabili-
zam a sua execução. No máximo o projeto perderia alguns elementos de ordem es-
tética. Porém, se pensado como um projeto de design, onde a proposição de novos
conceitos e projeções futuras é um requisito, o determinado material torna-se ade-
quado ao contexto.
A dificuldade de transformação da alternativa gerada para o detalhamento
técnico em escala é objeto de reflexão. É fundamental passar por esse processo
evolutivo de refinamento que vai do momento da geração das alternativas até o mo-
delo final com uma contínua e intensa troca de informações e ajustes.
Apesar de todo extenso estudo ergonômico-teórico, se fosse possível esten-
der o prazo do projeto e ampliar o limitado orçamento, seriam feitos estudos mais
aprofundados com testes em modelos primários antes da confecção do modelo final.
De forma geral, o projeto desenvolveu-se satisfatoriamente, atendendo aos
requisitos projetuais nas funções práticas, estéticas e simbólicas.
126
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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id=99&Itemid=152> Acessado em 23 de mai. 2013.
128
Lista de Anexos
Anexo 1 - Geração de Alternativas.
129
Anexo 2 - Construção do Modelo.
130
Anexo 3 - Construção do Modelo: Primer.
131
Anexo 4 - Construção do Modelo: Acabamentos e Montagem.