Romantismo

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Trabalho de Romantismo, por @jessicasouza

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Romantism oTrabalho de LiteraturaJssica Marques Oliveira de Souza 2B

ROMANTISMOO romantismo foi um movimento artstico, poltico e filosfico surgido no sculo XVIII na Europa, que durou at meados do sculo XIX. Ela se caracterizou como uma viso de mundo contrria ao racionalismo que marcou o perodo neoclssico e buscou um nacionalismo que viria a consolidar os estados na Europa. O Romantismo toma forma de um movimento e o esprito romntico passa a designar toda uma viso de mundo centrada no indivduo. Os autores romnticos voltaram-se cada vez mais para si mesmos, retratando o drama humano, amores trgicos, ideias utpicas e desejos de escapismo. Origens O romantismo surgiu na Europa numa poca em que o ambiente intelectual era de grande rebeldia. Na poltica, caam os sistemas de governo despticos e surgia o liberalismo poltico. No campos social imperava o inconformismo. No campo artstico, o repdio s regras. A Revoluo Francesa o clmax desse sculo de oposio. No Brasil, o romantismo coincidiu com a independncia poltica em 1822, com o Segundo reinado, com a guerra do Paraguai e com a campanha abolicionista. Alguns autores neoclssicos j nutriam um sentimento mais tarde dito romntico antes de seu surgimento de fato, sendo assim chamados pr-romnticos. Nesta classificao encaixam-se Francisco Goya e Bocage. O Romantismo viria a se manifestar de formas bastantes variadas nas diferentes artes e marcaria, sobretudo, a literatura e a msica. medida que a escolha foi sendo explorada, foram surgindo crticos sua demasiada idealizao da realidade. Destes crticos surgiu o movimento que daria forma ao Realismo. Caractersticas As caractersticas centrais do romantismo viriam a ser o lirismo, o subjetivismo, o sonho de um lado, o exagero, a busca pelo extico e pelo inspito de outro. Tambm destacam-se o nacionalismo, a idealizao do mundo e da mulher, assim como a fuga da realidade e o escapismo. Eventualmente tambm sero notados o pessimismo e um certo gosto pela morte, religiosidade e naturalismo. Subjetivismo O romancista trata dos assuntos de forma pessoal, de acordo com sua opinio sobre o mundo. O subjetivismo pode ser notado atravs do uso de verbos na primeira pessoa. Com plena liberdade de criar, o artista romntico no se acanha em expor suas emoes pessoais, em fazer delas a temtica sempre retomada em sua obra. O eu o foco principal do subjetivismo, o eu egosta, forma de expressar seus sentimentos. Idealizao

Empolgado pela imaginao, o autor idealiza temas, exagerando em algumas de suas caractersticas. Dessa forma, a mulher uma virgem frgil, o ndio um heri nacional, e a ptria sempre perfeita. Essa caracterstica marcada por descries minuciosas e muitos adjetivos. Sentimentalismo Praticamente todos os poemas romnticos apresentam sentimentalismo j que essa escola literria movida atravs da emoo, sendo as mais comuns a saudade, a tristeza e a desiluso. Os poemas expressam o sentimento do poeta, suas emoes e so como o relato sobre uma vida. O romntico analisa e expressa a realidade por meio dos sentimentos. E acredita que s sentimentalmente se consegue traduzir aquilo que ocorre no interior do indivduo. Egocentrismo Como o nome j diz, a colocao do ego no centro de tudo. Vrios artistas romnticos colocam, em seus poemas e textos, os seus sentimentos acima de tudo, destacando-os no texto. Pode-se dizer, talvez, que o egocentrismo um subjetivismo exagerado. Natureza interagindo com o eu lrico A natureza, no Romantismo, expressa aquilo que o eu-lrico est sentindo no momento narrado. A natureza pode estar presente desde as estaes do ano, como formas de passagens, tempestades, ou dias de muito sol. Grotesco e sublime H a fuso do belo e do feio, diferentemente do arcadismo que visa a idealizao do personagem principal, tornando-o a imagem da perfeio. Como exemplo, temos o conto de A Bela e a Fera, no qual uma jovem idealizada, se apaixona por uma criatura horrenda. Medievalismo Alguns romnticos se interessavam pela origem de seu povo, de sua lngua e de seu prprio pas. Na Europa, eles acharam no cavaleiro fiel ptria um timo modo de retratar as culturas de seu pas. Esses poemas se passam em eras medievais e retratavam grandes guerras e batalhas. Indianismo o medievalismo "adaptado" ao Brasil. Como os brasileiros no tinham um cavaleiro para idealizar, os escritores adotaram o ndio como o cone para a origem nacional e o colocam como um heri. O indianismo resgatava o ideal do "bom selvagem" (Jean-Jacques Rousseau), segundo o qual a sociedade corrompe o homem e o homem perfeito seria o ndio, que no tinha nenhum contato com a sociedade europia. Byronismo Inspirado na vida e na obra de Lord Byron, poeta ingls. Estilo de vida bomio, voltado para vcios, bebida, fumo e sexo, podendo estar representado no personagem ou na prpria vida do autor romntico. O byronismo caracterizado pelo narcisismo, pelo egocentrismo, pelo pessimismo, pela angstia. A POESIA ROMNTICA No Brasil, a poesia romntica marcada, num primeiro momento, pelo teor

patritico, de afirmao nacional, de compreenso do que era ser brasileiro, ou pela expresso do eu, isto , pela expresso dos sentimentos mais ntimos, dos desejos mais pessoais, diferente do ideal de imitao da natureza presente na poesia rcade. Isto tudo seguido de uma revoluo na linguagem potica, que passou a buscar uma proximidade com o cotidiano das pessoas, com a linguagem do dia-a-dia. No poema "Invocao do Anjo da Poesia", Gonalves de Magalhes diz que vai abandonar as convenes clssicas (cultura grega) em favor do sentimento pessoal e do sentimento patritico. A poesia romntica pode ser dividida em: ]] I.Primeira gerao - Indianista ou Nacionalista Influncia direta da Independncia do Brasil (1822). Nacionalismo, ufanismo. Exaltao natureza e ptria. O ndio como grande heri nacional. Sentimentalismo. Principais Poetas Gonalvez de Magalhes. Gonalves Dias. Jos de Alencar.

II. Segunda gerao - Ultra Romantismo ou Mal do Sculo.Egocentrismo. Ultra-sentimentalismo - H uma nfase nos traos romnticos. O sentimentalismo ainda mais exagerado. Byronismo - Atitude amplamente cultivada entre os poetas da segunda gerao romntica e relacionada ao poeta ingls Lord Byron. Caracteriza-se por mostrar um estilo de vida e uma forma particular de ver o mundo; um estilo de vida bomia, noturna, voltada para o vcio e os prazeres da bebida, do fumo e do sexo. Sua forma de ver o mundo egocntrica, narcisista, pessimista, angustiada e, por vezes, satnica. Spleen - Termo ingls que traduz o tdio, o desencanto, a insatisfao e a melancolia diante da vida. Fuga da realidade, evaso - Atravs da morte, do sonho, da loucura, do vinho, etc. Satanismo - A referncia ao demnio, as cerimnias demonacas proibidas e obscuras. O inferno visto como prolongamento das dores e das orgias da Terra. A noite, o mistrio - Preferncia por ambientes fnebres, noturnos, misteriosos, apropriados aos rituais satnicos e reflexo sobre a morte, depresso e solido. Mulher idealizada, distante - A figura feminina freqentemente um sonho, um anjo, inacessvel. O amor no se concretiza e em alguns momentos o poeta assume o medo de amar. Principais Poetas lvares de Azevedo. Casimiro de Abreu. Junqueira Freire. Fagundes Varela.

III.

Terceira gerao - Condoreira

1888 - Abolio da Escravatura 1889 - Proclamao da Repblica Influenciada pelos acontecimentos sociais, discursa sobre liberdade, questes sociais, o abolicionismo. Uso de exclamaes, exageros, apstrofes. Mulher presente, carnal. Volta-se para o futuro, progresso. Luta pela liberdade, temticas sociais. Ainda fala sobre o amor. O condor simboliza a liberdade, por isso gerao condoreira. Principais Poetas Castro Alves. Tobias Barreto. Sousndrade. POEMAS DO ROMANTISMO E SUAS CARACTERSTICAS -Indianista ou Nacionalista Leito de Folhas Verdes Gonalves DiasPor que tardas, Jatir, que tanto a custo voz do meu amor moves teus passos? Da noite a virao, movendo as folhas, J nos cimos do bosque rumoreja. Eu sob a copa da mangueira altiva Nosso leito gentil cobri zelosa Com mimoso tapiz de folhas brandas, Onde o frouxo luar brinca entre flores. Do tamarindo a flor abriu-se, h pouco, J solta o bogari mais doce aroma! Como prece de amor, como estas preces, No silncio da noite o bosque exala. Brilha a lua no cu, brilham estrelas, Correm perfumes no correr da brisa, A cujo influxo mgico respira-se Um quebranto de amor, melhor que a vida! A flor que desabrocha ao romper d'alva Um s giro do sol, no mais, vegeta: Eu sou aquela flor que espero ainda Doce raio do sol que me d vida.

Sejam vales ou montes, lago ou terra, Onde quer que tu vs, ou dia ou noite, Vai seguindo aps ti meu pensamento; Outro amor nunca tive: s meu, sou tua! Meus olhos outros olhos nunca viram, No sentiram meus lbios outros lbios, Nem outras mos, Jatir, que no as tuas A arazia na cinta me apertaram. Do tamarindo a flor jaz entreaberta, J solta o bogari mais doce aroma Tambm meu corao, como estas flores, Melhor perfume ao p da noite exala! No me escutas, Jatir! nem tardo acodes voz do meu amor, que em vo te chama! Tup! l rompe o sol! do leito intil A brisa da manh sacuda as folhas!

Anlise: A lrica amorosa de Gonalves Dias, maior poeta da primeira gerao de

nosso Romantismo, marcada pela impossibilidade da realizao amorosa. A chamada "lrica do amor interrompido" ecoa os sofrimentos vividos pelo poeta em seu malogrado relacionamento afetivo com Ana Amlia (cuja famlia recusou seu pedido de casamento). Mesmo nas poesias de carter indianista pode-se observar a frustrao quanto concretizao do amor. o que percebemos no poema Leito de folhas verdes. -Ultra Romantismo ou Mal do Sculo. Soneto - lvares de AzevedoPlida, luz da lmpada sombria, Sobre o leito de flores reclinada, Como a lua por noite embalsamada, Entre as nuvens do amor ela dormia! Era a virgem do mar! Na escuma fria Pela mar das guas embalada! Era um anjo entre nuvens d'alvorada Que em sonhos se banhava e se esquecia! Era mais bela! O seio palpitando... Negros olhos as plpebras abrindo... Formas nuas no leito resvalando... No te rias de mim, meu anjo lindo! Por ti - as noites eu velei chorando, Por ti - nos sonhos morrerei sorrindo!

Anlise: A poesia fala de amor e morte, de um amor sempre idealizado. Fala de amor irreal e virgens sonhada e mulheres misteriosas que habitam em seus sonhos, mas nunca se materializam. Condoreira Boa-Noite Castro AlvesBoa noite, Maria! Eu vou-me embora. A lua nas janelas bate em cheio... Boa noite, Maria! tarde... tarde... No me apertes assim contra teu seio. Boa noite!... E tu dizes Boa noite. Mas no digas assim por entre beijos... Mas no me digas descobrindo o peito, Mar de amor onde vagam meus desejos. Julieta do cu! Ouve.. a calhandra j rumoreja o canto da matina. Tu dizes que eu menti?... pois foi mentira... ...Quem cantou foi teu hlito, divina! Se a estrela-d'alva os derradeiros raios Derrama nos jardins do Capuleto, Eu direi, me esquecendo d'alvorada: " noite ainda em teu cabelo preto..." noite ainda! Brilha na cambraia noite, pois! Durmamos, Julieta! Recende a alcova ao trescalar das flores, Fechemos sobre ns estas cortinas... So as asas do arcanjo dos amores. A frouxa luz da alabastrina lmpada Lambe voluptuosa os teus contornos... Oh! Deixa-me aquecer teus ps divinos Ao doudo afago de meus lbios mornos. Mulher do meu amor! Quando aos meus beijos Treme tua alma, como a lira ao vento, Das teclas de teu seio que harmonias, Que escalas de suspiros, bebo atento! Ai! Canta a cavatina do delrio, Ri, suspira, solua, anseia e chora... Marion! Marion!... noite ainda. Que importa os raios de uma nova aurora?!... Como um negro e sombrio firmamento,

Desmanchado o roupo, a espdua nua o globo de teu peito entre os arminhos Como entre as nvoas se baloua a lua...

Sobre mim desenrola teu cabelo... E deixa-me dormir balbuciando: Boa noite! , formosa Consuelo...

Anlise: A paixo ntida que se evidencia nos versos do poema Boa Noite, um sentimento-relacionamento real. No sofrvel, a no ser pela dificuldade encontrada pelos amantes para se separarem aps uma noite de amor. A inspiradora, amada e amante, sem dvida, para o eu-lrico a mulher to humana que divina. Seu sentimentalismo amoroso maduro, adulto, e se realiza em sua plenitude carnal e emocional. Ele ama e correspondido. Agora ela para ele a Julieta, a Marion, a Consuelo: sua amada no est mais multiplicada, ela todas elas juntas num s ser.