Ronco e Apnéia - (Fonoaudiologia)

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    Rev. CEFAC. 2010 Mar-Abr; 12(2):317-325

    FONOAUDIOLOGIA X RONCO/APNEIA DO SONO

    Speech therapy and snore and sleep apnea

    Elisngela Barros Soares(1), Joicy Barbalho Pires(2), Michele de Alicrim Menezes(3),

    Suzany Karla Silva de Santana(4)

    , Juliana Fraga(5)

    RESUMO

    Tema:sendo o sono necessrio para termos energia, o ronco e a apneia do sono tornam-se obstcu-los que acarretam problemas de sade, como tambm problemas sociais, conjugais, escolares, entreoutros. Objetivo:contribuir para um maior conhecimento do prossional fonoaudilogo sobre as cau-sas, consequncias, diagnstico e formas de tratamento da apneia obstrutiva do sono (AOS), a mde favorecer a denio da conduta por este prossional, seja ela, encaminhar para um diagnstico,tratar (por meio de fonoterapia) essa patologia ou indicar o tratamento mdico, seja ele, cirrgico ouconservador. Concluso: as possveis alteraes fonoaudiolgicas encontradas nestes pacientesso: lngua alargada apresentando hipotonia, palato mole com volume aumentado, diculdade naalimentao devido ao aporte insuciente de ar e ao bruxismo, possivelmente causado pela tenso eansiedade decorrentes das noites mal dormidas. Outras alteraes podem ser encontradas decorren-tes do tratamento cirrgico empregado em alguns casos, como a disfagia ou at mesmo alteraes nafala e na ressonncia da fala decorrente de uma uvulopalatoplastia. O enfoque do tratamento fonoau-diolgico a mioterapia dos msculos envolvidos, priorizando a musculatura palatal. Percebe-se queo fonoaudilogo pode contribuir para amenizar os sintomas encontrados nestas patologias, propor-cionando uma qualidade de vida melhor aos seus portadores.

    DESCRITORES: Ronco; Fonoterapia, Sndrome da Apneia do Sono Tipo Obstrutiva; TerapiaMiofuncional

    (1) Fonoaudiloga do Memorial Hospital, Goiana, PE, Brasil;Mestre em Patologia Geral da Universidade Federal dePernambuco.

    (2) Fonoaudiloga Home-Care, Recife, PE, Brasil.(3) Fonoaudiloga Home-Care, Manaus, AM, Brasil.(4) Fonoaudiloga Home-Care, Jaboato dos Guararapes,

    PE, Brasil.(5) Fonoaudiloga; Hospital Geral do Recife, Recife, PE, Bra-

    sil; Especialista em Motricidade Orofacial com enfoque emDisfagia pela Universidade Federal de Pernambuco; Mes-tre em Cincias da Linguagem pela Universidade Catlicade Pernambuco.

    Conito de interesses: inexistente

    incio do sono, onde h ativao do sistema simp-tico, causando oscilaes da presso arterial e dafrequncia cardaca, com reduo do tnus muscu-lar 1,2.

    De acordo com as ondas vistas no eletroen-cefalograma (EEG), os estgios I a IV do sono,tornam-se progressivamente mais lentas, sincro-nizadas, acompanhadas de relaxamento musculare de predominncia do sistema nervoso autnomoparassimptico 1. As frequncias cardacas e res-piratrias, alm da presso arterial, apresentamreduo e o limiar para despertar aumenta na pro-poro inversa da frequncia das ondas ao EEG,isto , o estgio 4, mais profundo, o de mais dif-cil interrupo 1.Durante esse estgio, no perodode maior relaxamento muscular, ocorre o ronco.Esse relaxamento da musculatura um obstculono trnsito das correntes areas respiratrias pelasfossas nasais e pela orofaringe e em consequncia resistncia oposta a passagem do ar inspiradopela orofaringe, as partes moles que constituem ovu palatino e vula entram em vibrao 3.

    INTRODUO

    O sono necessrio para que possamos recupe-rar as energias e possui alternncia de dois compo-nentes: o sono sincronizado, sem movimento ocularrpido (no-REM), acompanhadas de relaxamentomuscular e de predominncia do sistema nervosoautnomo parassimptico e sono dessincronizadoou paradoxal, com movimento ocular rpido (REM).Este ltimo ocorre cerca de 90 minutos aps o

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    O estgio mais avanado do ronco aSndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS),que causa profundos problemas cardacos, pulmo-nares e comportamentais3. O paciente com SAOSapresenta ronco intenso entrecortado por pausasde 20 a 40 segundos. A nica forma de o pacientevoltar a respirar despertando (so breves desper-

    tares e podem ocorrer vrias vezes por noite), alte-rando assim, a qualidade do sono fazendo com queo paciente levante cansado, irritado e sonolento 4,5.Estudos demonstram o aumento da mortalidade naSAOS por infarto agudo do miocrdio, acidente vas-cular cerebral isqumico ou hemorrgico e mortesbita 3,4,6.

    Na populao geral, a prevalncia do ronco maior no sexo masculino; estima-se que 27%dos homens e 18% das mulheres ronquem 3,7. Nafaixa etria acima de 40 anos nota-se aumento daprevalncia do ronco em ambos os sexos, 24% e36%, respectivamente em homens e mulheres 8,sendo que as mulheres apresentam mais pausasrespiratrias durante o sono que os homens, res-pectivamente, 16% e 11%. A queixa de sonolnciadiurna praticamente se equipara entre os sexosmasculino 30% e feminino 31% 7. Acredita-se que oronco aumente progressivamente medida que seaumenta a idade, sendo estas variveis mais asso-ciadas no sexo masculino 9. O gnero masculino mais afetado devido as diferenas anatmicas dasvias areas superiores, perl hormonal e distribui-o adiposa do tipo central (tronco e pescoo) 3.

    So considerados fatores predisponentes paraa ocorrncia da SAOS obesidade, sexo masculino,anormalidades craniofaciais, hipertroa de tonsi-las, obstruo nasal, anormalidades endcrinas ehistria familiar 5. Considera-se que a SAOS sejaum fator de risco, independente, para hipertensoarterial e conseqente morbidade cardiovascular napopulao geral e morte 3,4,6.

    O diagnstico da SAOS realizado por meio daavaliao clnica e conrmado pelo estudo polisso-nogrco, que consiste na monitorizao do sono

    durante uma noite permitindo a avaliao de vriosparmetros siolgicos bsicos como eletroencefa-lograma, eletrooculograma, eletromiograma, uxoareo, esforo respiratrio, eletrocardiograma eoximetria 5-12. Alm disso, a polissonograa impor-tante para controle da doena, determinando aeccia do tratamento realizado 13. O estudo polis-sonogrco permite classicar a SAOSde acordocom o nmero de paradas respiratrias, ou seja, ondice de apnia e hipopneia (IAH), apresentadasno intervalo de 60 minutos: leve (5 a 15 eventos),moderada (15 a 30 eventos) e grave (mais de30 eventos) 5. Estima-se que em mdia 75% dos

    pacientes que realizam polissonograa tm diag-nstico de SAOS 14.

    Dentre as condutas existentes para o tratamentoda SAOS destacam-se a presso positiva em viasareas superiores (CPAP) que reconhecida-mente ecaz e, usualmente, o mtodo de primeiraescolha, as dietas, os aparelhos ortodnticos intra-

    orais e as cirurgias que tm indicao em casosespeciais 10,15,16. A terapia miofuncional oral fono-audiolgica representa uma opo teraputicapara pacientes roncadores com ou sem SAOS 15-17.Diante desses transtornos, pacientes com essaqueixa podem chegar ao prossional fonoaudilogoe importante que o mesmo tenha uma viso hols-tica dessa patologia. Diante disso, interessantefazer uma reviso da literatura.

    Sendo assim, o objetivo do trabalho contribuirpara o aprofundamento de informaes, ao pro-ssional fonoaudilogo, sobre a siopatologia do

    ronco, as possveis causas, consequncias, diag-nstico, formas de tratamento, pois esse pacientepode chegar a fonoterapia e esse prossional devesaber qual ser sua conduta, seja ela, encaminharpara um diagnstico, tratar (por meio de fonotera-pia) essa patologia ou indicar o tratamento mdico,seja ele, cirrgico ou conservador.

    MTODOS

    Para isso foi realizada uma reviso da literaturasobre as causas, consequncias, diagnstico e for-

    mas de tratamento da AOS,principalmente sobre aatuao fonoaudiolgica em pacientes que roncam,queixa comum entre os pacientes respiradoresorais, que recebem atendimento fonoaudiolgico.O perodo da literatura pesquisada foi entre 1994 a2009, em livros e artigos nacionais e internacionais,com os seguintes descritores em portugus: ronco,apneia do sono, sndrome da apneia obstrutiva dosono e fonoaudiologia e em ingls: snoring andSpeech Therapy, perfazendo assim, o numero de58 bibliograas nacionais e internacionais, sendo18 artigos nacionais; 24 artigos internacionais; 14livros, captulos, monograas, texto da sociedade(on line) e dois livros internacionais. Dos artigosdescritos existem cinco estudos de relato de caso.

    REVISO DA LITERATURA

    Fisiopatologia do roncoO ronco passou a ser considerado um problema

    de sade, visto que os pacientes roncadores pro-curam tratamento por diversos fatores, os quais,de acordo com o Consenso em Ronco e Apneiado Sono, vo desde os (...) rudos que interfe-rem no sono do(a) companheiro(a), at aqueles

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    sintomas como sonolncia diurna excessiva, can-sao, fadiga e condies sistmicas associadas(...), sendo que estes fatores interferem na quali-dade de vida do indivduo 18,19. Segundo a Organi-zao Mundial da Sade (OMS), qualidade de vida (...) a percepo do indivduo de sua posiona vida (...) quanto cultura e valores* e o ronco

    reete negativamente no relacionamento familiar,social, no rendimento intelectual e Prossional 20,21.

    A Sociedade Brasileira do Sono dene o roncocomo a vibrao dos tecidos da faringe, locali-zados entre a lngua e palato, surgindo enquantodormimos devido a diculdade que o ar encon-tra ao passar pela via area superior, espaodesde o nariz at as cordas vocais com obstruoparcial 22. Strohl 23 arma que, o ronco (...) resul-tante de uma limitao de uxo e um aumento dosesforos respiratrios e (...) produzem hipoventila-o e/ou despertares do sono.

    Durante cada episdio de AOS, a inspirao for-ada contra uma faringe ocluda acompanhadade uma presso negativa no espao pleural. medida que a apneia se prolonga, acentuam-sea hipoxemia (reduo do teor de oxignio no san-gue) e a hipercapnia (elevao do gs carbnico nosangue), levando a vasoconstrio pulmonar, comhipertenso pulmonar transitria 2.

    Segundo a literatura, a respirao oral tambmpode estar relacionada com a AOS e o ronco 16.

    Esses indivduos apresentam um grande nmerode sintomas e sinais encontrados em combinaes

    variadas e diferentes manifestaes clnicas24

    . Arespirao oral, por todas as alteraes funcionais,estruturais, patolgicas, posturais, oclusais e decomportamento que apresenta, necessita de aten-dimento de diferentes prossionais 25.

    Fatores etiolgicosQuanto aos fatores etiolgicos do ronco e

    SAOS, a bibliograa consultada aponta que estespodem ser devido ao bloqueio das fossas nasaisem consequncia de desvios acentuados de septonasal; hipertroa exagerada de cornetos nasais;

    polipose generalizada das fossas nasais, de natu-reza alrgica ou infecciosa; aumento acentuadode volume das vegetaes adenides na criana,tnus muscular incompetente da musculatura local(palato, lngua e faringe), hipoplasia de maxila oumandbula, angiobroma de nasofaringe, malforma-es congnitas, tumoraes de qualquer naturezaou ainda pode haver um alargamento dovu pala-tino e o comprimento exagerado da vula, hipertro-a acentuada das amigdalas palatinas, espessa-mento excessivo das paredes de toda orofaringe,decorrente de inltrao de gordura nos pacientesobesos; macroglossia ou lngua muito volumosa;

    retrognatia, sendo estes agravados pelo dormir emdecbito dorsal, pela ingesto a noite, de refeiescopiosas, associadas a bebidas alcolicas e/oumedicao sedativa de sono mais profundo 2,3,19,24-30.

    A causa mais comum de SAOS em crianas a hipertroa das tonsilas farngeas ou palati-nas 5,14,31,j os paciente obesos,apresentam depo-sio de gordura nas vias areas superiores, tor-nando esta mais estreita e propensa ao colapsodurante o sono. De fato, entre os pacientes comdiagnstico de SAOS, 70% so obesos 14,32.

    A obesidade tambm uma causa comum deSAOS em crianas, devido ao aumento do esfororespiratrio por depsito de gordura na faringe eaumento do volume abdominal e torcico, alm dassndromes genticas, as anomalias da base do cr-nio ou obstruo nasal e as doenas neuromuscu-lares 14,28,33.

    Cabe esclarecer tambm que o reuxo gastro-esofgico (RGE) pode precipitar sintomas suges-tivos da SAOS, por causar inamao e edemada laringe, podendo piorar a obstruo das viasareas 17. A SAOS, por sua vez, tem o potencial dedesencadear episdios de reuxo, pois est asso-ciada a esforo inspiratrio contnuo contra umavia area superior fechada, levando reduo dapresso intratorcica e aumento da presso trans-diafragmtica. A reduo da ecincia do sonopoderia predispor ainda a relaxamentos transit-rios do esfncter esofgico inferior e promoo dereuxos cidos. Todavia, a associao direta entrea SAOS e RGE ainda no foi bem identicada, nohavendo relao temporal clara entre essas duaspatologias 34.

    Manifestaes

    As consequncias do ronco e SAOSso: acor-dar cansado, geralmente com cefalia e mauhumor, hipersonolncia diurna, hipoventilao pul-monar e consequente reduo de oxigenao dosangue ou hipxia, durante os perodos de apneia,terminam por produzir hipertenso pulmonar, que

    acarreta sobrecarga cardaca e hipertenso arte-rial, alm de roncos altos, engasgos, pausas respi-ratrias, sono agitado, mltiplos despertares, bocaseca, sudorese, necessidade de urinar vrias vezes noite, queda no rendimento intelectual, impo-tncia sexual, dcit de ateno, concentrao ememria, decincias neurocognitivas, alteraesna personalidade, impacto social, pois a sonoln-cia excessiva pode causar problemas prossionais,assim como, acidentes automobilsticos e os roncosaltos, causam desajustes conjugais 3,6,24,35. Devido aesses fatores, esta sndrome atualmente consi-derada um problema de sade pblica por causar

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    aumento de acidentes de trnsito e trabalho, bemcomo, da morbi-mortalidade cardiovascular 18,19,36.

    As principais consequncias da SAOS em crian-as so: problemas cardiovasculares: hipertensopulmonar (decorrente de hipxia e hipercapniarecorrentes), que pode levar insucincia card-aca congestiva e ao cor pulmonale(estas condiesso muito raras na atualidade, e so reversveiscom a correo da SAOS); baixo desenvolvimentopndero-estatural; neurocognitivos: problemascomportamentais (como hiperatividade, agressi-vidade e agitao), diminuio na concentrao,hipersonolncia diurna (em crianas mais velhas)e baixo aprendizado na escola 14,28.Dessa forma,a SAOS deve ser reconhecida e tratada precoce-mente, na tentativa de se evitar ou atenuar as suasconsequncias, to deletrias ao desenvolvimentoadequado da criana 31,33.

    DiagnsticoReferente ao diagnstico da SAOS 36, este pode

    ser feito por meio do diagnstico clnico, onde asqueixas mais comuns incluem: fadiga, hiper-sono-lncia diurna, muitas vezes com relatos de aciden-tes de trnsito ou de trabalho em virtude da dicul-dade para prestar ateno, irritabilidade, diminuioda libido e impotncia, alm de cefaleia matutina;por meio da Polissonograa, que feita duranteuma noite de sono, com monitorizao contnua devariveis eletrosiolgicas, tais como eletroencefa-lograma, movimentos oculares, movimentos torco-

    abdominais, uxo areo e tnus da musculaturasubmentual, a m de caracterizar a quantidade ea qualidade do sono. Uma outra forma de diagns-tico por meio da manobra de Mller, avaliando ograu de colabamento da naso e/ou hipofaringe, deacordo com a reduo da rea de seco transver-sal da via area. Ainda com relao ao diagnstico,outra forma a Cefalometria, que passou a analisaras medidas de perl na seleo de pacientes candi-datos a tratamento cirrgico da SAOS.O diagns-tico de SAOS requer que o paciente seja avaliadodurante a noite. A forma e o local onde esta ava-

    liao deve ser realizada motivo de intensas dis-cusses, mas possvel que uma polissonograacompleta em um laboratrio especializado e talvezno seja necessria em todos os casos. Existe umgrande nmero de controvrsia em relao ao diag-nstico de SAOS 37.

    Outra tcnica para reduzir a extenso e o custodo exame a utilizao de split test, no qual a noite dividida em duas partes. Na primeira realiza-sea polissonograa diagnstica convencional, e nasegunda inicia-se a titulao do CPAP (Continuouspositive airway pressure)nasal, que funciona comocompressores de ar, com nalidade teraputica

    futura. Com isto, evita-se uma segunda noite com-pleta para realizao da titulao 37.

    Espera-se maiores pesquisas para determinarcom exatido o papel destas formas compactas dediagnsticos e o impacto do seu benefcio 38.

    Algumas medidas de preveno mais importan-tes para que se possam evitar os fatores de riscode apneia do sono so: a extrao das amgdalase adenoides nas crianas, e a diminuio do pesonos adultos obesos 32. O tratamento das anomaliasnasais ou farngeas e dos defeitos sseos faciais,bem como abstinncia do consumo de lcool, decomprimidos para dormir e de tabaco, podem evitaro aparecimento ou agravamento da SAOS.

    Estudos revelam que quando a SAOS diagnos-ticada e tratada precocemente, h melhora destesdistrbios 10. Quando no tratada, principalmenteem perodos crticos de desenvolvimento e cres-cimento cerebral, as alteraes neurocognitivas

    resultantes podem no regredir completamente, eestas crianas vm podem vir a apresentar diminui-o sustentada no aprendizado escolar e nessescasos aincidncia de SAOS de 6 a 9 vezes maiordo que na populao peditrica geral 39.

    TratamentoReferente ao tratamento da SAOS, a literatura

    arma que o objetivo implantar medidas queimpeam o colabamento das vias areas superio-res durante o sono 24,40-45e est centrado em trspontos: comportamental (reduo de peso, evi-

    tar uso de lcool e sedativos, alterar a posio docorpo durante o sono evitando decbito dorsal;clnico (uso de aparelhos intra-orais que reposicio-nam a lngua e a mandbula anteriormente evitandoo colapso entre a base da lngua e as paredes dafaringe e uso de CPAP) e cirrgico, sendo o maisutilizado a vulo-palatofaringoplastia 3,8,10,46-48.

    Uma nova opo de tratamento para a SAOSa terapia fonoaudiolgica que vem demonstrandoresultados satisfatrios, melhorando signicativa-mente os sintomas iniciais e proporcionando umaqualidade de vida melhor num curto espao de

    tempo16,17

    . Em pacientes portadores de SAOS,nota-se uma melhora de 40% a 50% no nmero deparadas respiratrias, bem como uma diminuioconsidervel do ronco e da sonolncia diurna apstratamento fonoaudiolgico 16. O mesmo consisteem adequar aspectos antomo-morfolgicos e an-tomo-funcionais dos rgos fonoarticulatrios, quenessa doena, apresentam-se com tenso dimi-nuda (cidos) 16,17.

    Para os casos mais graves da SAOS pode-seusar um sistema que compreende uma mscaraligada a um respirador mecnico, que bombeia arsobre presso positiva nas vias areas superiores.

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    Esses respiradores (CPAP) criam uma pressopositiva que alarga as vias respiratrias, promo-vendo bons resultados 40,43. Tambm foram desen-volvidos aparelhos intra-orais removveis para otratamento do ronco e apneia. Esses aparelhos soacomodados na boca da pessoa e so usados paradormir 36.

    Existe, tambm, o tratamento comportamental,que consiste na eliminao dos fatores de riscopara SAOS e incluem: higiene de sono, evitando-sea privao de sono e o decbito dorsal horizontal;perda de peso; abstinncia de lcool no perodonoturno (o lcool reduz seletivamente o tnus damusculatura das vias areas superiores e prolongaa apneia, porque retarda o mecanismo de desper-tar), bem como suspenso do uso de sedativos 3,46.Tambm devem ser tratadas doenas de base,como o hipotireoidismo, as rinites e outras causasde obstruo nasal 30,44,45,47.

    De maneira geral, existem diversos tratamen-tos, dentre eles, o farmacolgico 36, o uso do CPAPnasal 10,40,46,a utilizao de aparelhos reposiciona-dores mandibulolinguais 46bem como tratamentoscirrgicos (traqueotomia, a cirurgia para corre-o de anomalias nasais e a uvulopalatofaringo-plastia 44,45,48. Dentre os procedimentos cirrgicos,os mais usados so a vulo-palatofaringoscopia 16,40

    traqueotomia e a cirurgia para correo de anoma-lias nasais 36.

    Alm dos tratamentos supra-citados, ainda reportada a contribuio da terapia miofuncional,

    esta constitui-se, inicialmente, da conscientizaodo problema e da necessidade de sua correo,da melhora da postura corporal, da realizao dosexerccios bsicos e, por m, de um perodo dereforo visando a manuteno dos novos padresalcanados nas etapas anteriores 15,49. Divide-se emexerccios de relaxamento e respirao, exercciosespeccos para estimular e adequar as funes dosistema estomatogntico e exerccios orofaciais earticulatrios 15,43,49.

    A contribuio da fonoaudiologia nesses casosfundamenta-se no fato de que pacientes roncado-

    res e apnicos apresentam um comprometimentoneuromuscular e/ou estrutural de suas VAS, culmi-nando em uma reduo signicativa do tnus mus-cular e aumento da resistncia das VAS durante osono 50,51.

    Acredita-se tambm que a fora dilatadora dosmsculos da faringe e genioglosso so as forasresponsveis por contrabalanar as foras quepromovem o colapso, representadas pela pressonegativa transmural da faringe e pelo peso dasestruturas formadoras das VAS 52,53, fato que justi-ca a reabilitao da musculatura orofacial e farn-gea desses indivduos. Apesar de ser o tratamento

    clnico mais utilizado e de ser terapeuticamenteefetivo, a adeso ao CPAP insatisfatria 11, comrelatos de diculdade de adeso ao CPAP devido claustrofobia, obstruo, irritao e aumento deresistncia de VAS, desconforto ou irritao facialpela mscara e presso do uxo areo 19.

    Portanto, a terapia miofuncional oral direcionada

    a pacientes roncadores com e sem SAOS visa adequao da postura, da sensibilidade e proprio-cepo e do tnus e mobilidade da musculaturaorofacial e farngea. As estruturas priorizadas nessetrabalho so aquelas que podem estar relacionadascom a obstruo pelo colapso das VAS durante osono: assoalho da cavidade oral, lngua, especial-mente o msculo genioglosso; msculos masti-gatrios, bucinador, masseter, pterigideo laterale medial, digstrico; palato mole e vula; mscu-los supra-hiideos e infra-hiideos; musculaturafarngea e as funes de respirao, mastigao e

    deglutio16,17,50,54,55

    .

    PROPOSTA DE INTERVENOFONOAUDIOLGICA PARA SAOS

    Durante o tratamento so utilizados alongamen-tos em regio cervical, visando conscientizao epercepo postural, de acordo com o descrito naliteratura 15,56, alm do relaxamento muscular 49. indicado tambm limpeza diria da cavidade nasalcom soro siolgico para desobstruo e lavagemnasal 56.

    Emprega-se exerccios isomtricos e isocinti-cos para fortalecimento e coordenao dos ms-culos da lngua, bucinador, masseter e temporal.De acordo com a literatura exerccios isomtri-cos 50,54,57 so indicados para fortalecimento doslbios, bochechas e para uma melhor tenso dalngua, j os isocinticos so indicados para orelaxamento e coordenao especcos para amusculatura do assoalho da cavidade oral, lngua,bucinador, masseter, pterigideo lateral e medial,digstrico, palato mole e vula, msculos supra einfra-hiideos e musculatura farngea 57.

    O trabalho mioterpico na SAOS tambmdeve abranger a musculatura extrnseca e intrn-seca da lngua, alm de fortalecer os msculos dopalato mole, por meio de exerccios fonoaudiolgi-cos 15,16,54. Orienta-se tambm a mastigao bilate-ral alternada para reorganizao do padro facial,buscando uma harmonia muscular j que os ms-culos orofaciais possuem uma interrelao e inter-dependncia funcional 14,43,54.

    A literatura caracteriza a SAOS acima de 5eventos de apneia por hora, valor em adultos 5. Noexame de polissonograa feito aps o trmino dotratamento fonoaudiolgico de um estudo realizado,

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    vericou-se que o ndice de apneia e hipopneiapassou de 44 para 3 eventos por hora, no maiscaracterizando a SAOS 49. Cabe ressaltar que, emmdia, 75% dos pacientes que realizam polissono-graa tm diagnstico de SAOS 14, indicando quea interveno fonoaudiolgica foi ecaz neste casoe ecaz em casos ocorrentes, sendo mais uma

    alternativa em pacientes roncadores 49. A polissono-graa considerada um exame fundamental paracontrole da SAOS, determinando a eccia dasintervenes cirrgicas, fonoterpicas ou combina-o de tratamentos realizados 13.

    Em estudo realizado em pacientes com SAOSque realizaram exerccios supervisionados porfonoaudilogos, percebeu-se que os mesmos apre-sentaram saturao de oxignio abaixo de 90% 58.Os dados da primeira polissonograa demonstra-ram que a saturao mdia de oxignio foi de 93%,chegando a uma mnima de 83%, j na segunda

    polissonograa a saturao mdia foi de 99%, che-gando mnima de 92% 58, evidenciando melhorana qualidade dos pacientes envolvidos.

    Em estudo fonoaudiolgico realizado, notou-semelhora de 40 a 50% no nmero de paradas respira-trias, diminuio considervel do ronco e da sono-lncia diurna 16. Em outro estudo notou-se melhorade 93% no nmero de paradas respiratrias, bemcomo diminuio do ronco e ausncia de sonoln-cia diurna 15,49. Os estudos supracitados foram reali-zados com a fonoterapia e medidas comportamen-tais, ressaltando os resultados obtidos e eccia da

    terapia fonoaudiolgica em pacientes roncadores,

    visto o relato da melhora fsica como tambm evi-denciada nos exames polissonogrcos.

    Com base nos dados supracitados, possvelarmar a importncia da terapia fonoaudiolgicano tratamento dos pacientes portadores da SAOS,visto os relatos de melhora e diminuio dos epis-dios de AOS aps interveno fonoaudiolgica.

    CONCLUSO

    A Fonoaudiologia uma cincia da rea dasade que vem expandindo suas possibilidadesteraputicas de forma a alcanar reas at entoinusitadas.

    Este o caso da interrelao entre Fonoaudio-logia e Medicina do Sono, mais especicamente,os distrbios respiratrios do sono. Essa relaoremonta ao fato de que as estruturas envolvidas

    nos distrbios respiratrios obstrutivos, como aSAOS e os roncos, so unidades neuromusculares,ou seja, o objeto de estudo e interveno da reade Motricidade Orofacial.

    Ainda escassa a literatura fonoaudiolgicanacional a cerca deste tema, mas os existentesmostram a ecincia do trabalho fonoaudiolgiconas adequaes das estruturas envolvidas.

    Ressalta-se tambm a importncia de que aFonoaudiologia consiga denir as tcnicas maisecazes para o tratamento destes casos, uma vezque no h na literatura descrio das tcnicas

    empregadas.

    ABSTRACT

    Background:sleeping is necessary to provide us with energy. However, snoring and sleep apneabecome obstacles that cause not only health problems, but also social, marital and educational issues.Purpose:contribute with a better understanding of the causes to the speech therapist, as well asthe diagnosis and forms of treatment for Obstructive Sleep Apnea (OSA). Facilitate the denition ofconduct by the therapist, be it a guide for a diagnosis, a treatment for that disease (through speechtherapy) or the indication of medical treatment (surgical or conservative). Conclusion:some possible

    speech pathologies found in these patients are: enlarged tongue presenting hypotonia, soft palate withincreased volume, difculty in feeding due to insufcient intake of air and bruxism, possibly caused bytension and anxiety of bad nights sleep. Other changes can be found due to surgical treatment used insome cases, such as dysphagia or even alterations in speech and resonance of speech caused by anuvulopalatoplasty. The focus of speech therapy is the myotherapy of the involved muscles, prioritizingthe palatal muscles. It is perceived that the speech therapists can help to ease the symptoms found inthese diseases, providing a better life quality for their patients.

    KEYWORDS:Snoring; Speech Therapy; Sleep Apnea, Obstructive;Myofunctional Therapy

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    RECEBIDO EM: 22/01/2009ACEITO EM: 06/11/2009

    Endereo para correspondncia:Elisngela Barros SoaresRua Manoel Nascimento Torres, quadra-k, Lote01, n 30Goiana PECEP: 55900-000E-mail: [email protected]