Rosa Passos 2

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Gente JANEIRO 2012 AINHA MÚSICA R DAS ESTRADAS Rosa Passos desbrava caminhos dentro e fora do Brasil em uma carreira brilhante R osa Passos se considera a rainha das estradas. É uma resposta que ela costuma dar quando alguém pergunta como é ser esposa de minis- tro. No caso, de Sérgio Passos, atual ministro dos Transportes. Curioso é que poucos a re- lacionam como alguém literalmente próxima à políti- ca brasileira. O título de “rainha das estradas” pode ser aplicado de forma diferente a esta cantora e compositora baiana e radicada há anos em Brasília: Rosa Passos conhe- ce muitos dos caminhos que levam à boa música. Dona de uma carreira irrepreensível, Rosa levou principalmente ao público internacional as canções da música brasileira. Musicista de mão cheia, ela também contribuiu com a MPB ao mostrar ótimas composições próprias. Trabalho primoroso que teve lugar nos lendários Lincoln Center e no Carnegie Hall, em Nova York. Rosa Passos também tem o título de doutora honoris causas da Berkeley Jazz School, uma das maiores e mais importantes do mundo. “Toquei em 35 países do mundo, passei 18 anos viajando para o exterior junto com grandes músicos. A imprensa estrangeira dizia que meu jeito lembrava Ella Fitzgerald. Tem gente que achava que eu morava em Nova York, ao passo que sempre estive aqui em Brasília”, disse Rosa. Bra- sília é a segunda cidade no coração de Rosa – a primeira é Salvador (BA). Foi aqui na capital que ela escolheu lançar o mais recente disco, É Luxo Só, que faz uma homena- gem à Elizeth Cardoso, também conhecida como “Divi- na”. “Chico Buarque certa vez disse que ela é a mãe de todas as cantoras, e é verdade”, opinou. Elizeth foi ídolo e grande inspiração para muitas das grandes intérpretes nacionais, como Maysa, e por isso Rosa considerou que interpretar canções gravadas por um ícone da música brasileira como algo muito difícil. “Você precisa imprimir a sua personalidade numa música que foi interpretada por outros cantores. É aí que você tem que ter um diferencial, senão vai cair num lugar comum e tende a cantar igual a outra pessoa. Isso não é uma homenagem. É um cover.” A ideia para resgatar a obra de Elizeth Cardoso partiu in- diretamente de um amigo de Rosa Passos. Certo dia, ela foi presenteada com acervo completo da obra de Elizeth. Junto com o presente veio um bilhete: “Elizeth está es- quecida e você poderia ser a pessoa que a traria de volta à lembrança do público”. O disco foi gravado em Brasília, em um estúdio próximo ao Colorado, e em formato pou- co comum: ao vivo. . “Gosto mais assim porque a gente pega toda energia e emoção junto com os músicos. Fica aquela coisa boa, quente”, explicou. “Nem tudo mundo faz isso, porque é muito difícil. Você precisa estar firme e ter afinidade com os músicos. Mas eu já faço isso há mui- to tempo e gosto de gravar assim. Essa coisa de você pro- curar cabelo em ovo não é comigo.” Os planos de Rosa agora é ganhar mais uma vez as estradas para mostrar a beleza do cancioneiro brasileiro que um dia também foi defendido pela Divina. Caminhos esses que devem levar às capitais e também à América do Sul. Isso tudo porque, desta vez, Rosa planeja ficar mais perto de casa. P O R D J E N A N E A R R A E S F O T O S D I V U L G A Ç Ã O

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versão 2 da matéria com Rosa Passos - Plano Brasilia Gente

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R dAs EstRAdAsRosa Passos desbrava caminhos dentro e fora do Brasil em uma carreira brilhante

Rosa Passos se considera a rainha das estradas. É uma resposta que ela costuma dar quando alguém pergunta como é ser esposa de minis-tro. No caso, de Sérgio Passos, atual ministro dos Transportes. Curioso é que poucos a re-

lacionam como alguém literalmente próxima à políti-ca brasileira. O título de “rainha das estradas” pode ser aplicado de forma diferente a esta cantora e compositora baiana e radicada há anos em Brasília: Rosa Passos conhe-ce muitos dos caminhos que levam à boa música. Dona de uma carreira irrepreensível, Rosa levou principalmente ao público internacional as canções da música brasileira. Musicista de mão cheia, ela também contribuiu com a MPB ao mostrar ótimas composições próprias. Trabalho primoroso que teve lugar nos lendários Lincoln Center e no Carnegie Hall, em Nova York. Rosa Passos também tem o título de doutora honoris causas da Berkeley Jazz School, uma das maiores e mais importantes do mundo. “Toquei em 35 países do mundo, passei 18 anos viajando para o exterior junto com grandes músicos. A imprensa estrangeira dizia que meu jeito lembrava Ella Fitzgerald. Tem gente que achava que eu morava em Nova York, ao passo que sempre estive aqui em Brasília”, disse Rosa. Bra-sília é a segunda cidade no coração de Rosa – a primeira é Salvador (BA). Foi aqui na capital que ela escolheu lançar o mais recente disco, É Luxo Só, que faz uma homena-gem à Elizeth Cardoso, também conhecida como “Divi-na”. “Chico Buarque certa vez disse que ela é a mãe de

todas as cantoras, e é verdade”, opinou. Elizeth foi ídolo e grande inspiração para muitas das grandes intérpretes nacionais, como Maysa, e por isso Rosa considerou que interpretar canções gravadas por um ícone da música brasileira como algo muito difícil. “Você precisa imprimir a sua personalidade numa música que foi interpretada por outros cantores. É aí que você tem que ter um diferencial, senão vai cair num lugar comum e tende a cantar igual a outra pessoa. Isso não é uma homenagem. É um cover.” A ideia para resgatar a obra de Elizeth Cardoso partiu in-diretamente de um amigo de Rosa Passos. Certo dia, ela foi presenteada com acervo completo da obra de Elizeth. Junto com o presente veio um bilhete: “Elizeth está es-quecida e você poderia ser a pessoa que a traria de volta à lembrança do público”. O disco foi gravado em Brasília, em um estúdio próximo ao Colorado, e em formato pou-co comum: ao vivo. . “Gosto mais assim porque a gente pega toda energia e emoção junto com os músicos. Fica aquela coisa boa, quente”, explicou. “Nem tudo mundo faz isso, porque é muito difícil. Você precisa estar firme e ter afinidade com os músicos. Mas eu já faço isso há mui-to tempo e gosto de gravar assim. Essa coisa de você pro-curar cabelo em ovo não é comigo.” Os planos de Rosa agora é ganhar mais uma vez as estradas para mostrar a beleza do cancioneiro brasileiro que um dia também foi defendido pela Divina. Caminhos esses que devem levar às capitais e também à América do Sul. Isso tudo porque, desta vez, Rosa planeja ficar mais perto de casa.

P O R D J E N A N E A R R A E S F O T O S D I V U L G A Ç Ã O