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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA UNIR CAMPUS DE GUAJARÁ-MIRIM DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE CIÊNCIAS DA LINGUAGEM DACL CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM LETRAS E RESPECTIVAS LITERATURAS ROSIANE CARTAGENA VARGAS ALFABETIZAÇÃO CIENTÍFICA E FORMAÇÃO DOCENTE NO CURSO DE LETRAS DA UNIR, CAMPUS DE GUAJARÁ-MIRIM: PROCESSOS DE ENSINO E APRENDIZAGENS GUAJARÁ-MIRIM/RO 2016

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Page 1: ROSIANE CARTAGENA VARGAS€¦ · Rosiane Cartagena Vargas2 Orientadora: Me. Janine Félix da Silva3 RESUMO Este estudo apresenta como temática o auxílio do PIBID para a alfabetização

FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA – UNIR

CAMPUS DE GUAJARÁ-MIRIM

DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE CIÊNCIAS DA LINGUAGEM – DACL

CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM LETRAS E RESPECTIVAS LITERATURAS

ROSIANE CARTAGENA VARGAS

ALFABETIZAÇÃO CIENTÍFICA E FORMAÇÃO DOCENTE NO CURSO DE

LETRAS DA UNIR, CAMPUS DE GUAJARÁ-MIRIM: PROCESSOS DE ENSINO E

APRENDIZAGENS

GUAJARÁ-MIRIM/RO

2016

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ROSIANE CARTAGENA VARGAS

ALFABETIZAÇÃO CIENTÍFICA E FORMAÇÃO DOCENTE NO CURSO DE

LETRAS DA UNIR, CAMPUS DE GUAJARÁ-MIRIM: PROCESSOS DE ENSINO E

APRENDIZAGENS

Artigo Científico apresentado à Banca de Defesa de Trabalho de Conclusão de Curso, como requisito para obtenção do Título de Licenciado em Letras Português e Literaturas de Língua Portuguesa do Departamento Acadêmico de Ciências da Linguagem – DACL, da Fundação Universidade Federal de Rondônia – UNIR/Campus de Guajará-Mirim/RO.

GUAJARÁ-MIRIM/RO

2016

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ALFABETIZAÇÃO CIENTÍFICA E FORMAÇÃO DOCENTE NO CURSO DE

LETRAS DA UNIR, CAMPUS DE GUAJARÁ-MIRIM: PROCESSOS DE ENSINO E

APRENDIZAGENS

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________________________________

Orientadora: Professora Ma. Janine Félix da Silva (DACL – UNIR)

__________________________________________________________________

Convidado: Professor Me. Jacinto Pedro Pinto Leão (DACE – UNIR)

__________________________________________________________________

Convidado: Professora Ma. Rosa Maria de Lima Ribeiro (DACL – UNIR)

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ALFABETIZAÇÃO CIENTÍFICA E FORMAÇÃO DOCENTE NO CURSO DE LETRAS DA UNIR, CAMPUS DE GUAJARÁ-MIRIM: PROCESSOS DE ENSINO E

APRENDIZAGENS1

Rosiane Cartagena Vargas2

Orientadora: Me. Janine Félix da Silva3

RESUMO

Este estudo apresenta como temática o auxílio do PIBID para a alfabetização científica e formação docente no curso de Letras. O objetivo desta pesquisa é analisar as contribuições geradas pelo auxílio do PIBID na formação docente dos licenciandos do curso de Letras da UNIR, Campus de Guajará-Mirim, tomando como base nos seguintes objetivos específicos i) relatar como ocorre o processo da formação docente; ii) verificar as perspectivas para a formação de professores; iii) apresentar os resultados a partir da experiência dos bolsistas no PIBID, para a formação docente. A pesquisa é bibliográfica e de caráter exploratório. Para atingir os objetivos propostos, buscaram-se subsídios nos estudos dos seguintes autores: Correia (2008), Nóvoa (2009), Pereira (1999), Pimenta (1997) e outros. Os resultados evidenciaram que o projeto PIBID/MEC/UNIR/GM/Letras e Pedagogia “Alfabetização Científica Interdisciplinar de Leitura” contribui significamente para que os bolsistas descubram suas afinidades, conheçam a realidade escolar, percebam que podem ser sim professores e que podem fazer muito pela educação. Contribui ainda, para desmistificar medos, viver experiências, trocar conhecimentos e descobrir se gostam ou não do futuro campo profissional. Palavras-chave: Alfabetização científica. Formação docente. PIBID.

1 INTRODUÇÃO

Atualmente, o professor encontra muitos desafios na sua atuação já que

as exigências estão cada vez maiores, por isso, uma das principais discussões no

ambiente acadêmico é a formação docente, provavelmente pela necessidade de

promover uma teoria associada à prática.

1 Artigo Científico apresentado à Fundação Universidade Federal de Rondônia – UNIR/Campus de Guajará-Mirim, como requisito final para obtenção de nota na disciplina Trabalho de Conclusão de Curso. 2 Acadêmica do Curso de Letras, da UNIR/Campus de Guajará-Mirim. Bolsista do PIBID/UNIR/Guajará-Mirim. Email: [email protected] 3 Professora Assistente II do Departamento Acadêmico de Ciências da Linguagem, da UNIR/Campus de Guajará-Mirim. Mestre em Ciências da Linguagem. Coordenadora do subprojeto Interdisciplinar PIBID/UNIR/Guajará-Mirim. Email: [email protected]

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Por esse motivo o presente estudo tem como temática pesquisar sobre o

auxílio do PIBID na formação docente no Curso de Letras da UNIR, Campus de

Guajará-Mirim.

A formação inicial do licenciando deve prepará-lo para atuar na docência

e compreender sua prática pedagógica como um processo de aprimoramento

contínuo. Correia (2008 apud MAZZEU, 2008) diz que o principal objetivo da

formação docente é o de proporcionar condições de autonomia ao professor,

tornando-o capaz de buscar sua instrumentalização e a elaboração do próprio

discurso, sob uma perspectiva histórico-cultural, na qual o educador se torna o

sujeito central de sua formação, na medida em que consegue tomar sua prática

como objeto de reflexão e crítica.

Logo, fica claro que a formação docente não se constitui apenas por

meios teóricos adquiridos durante a graduação, mas também pelas vivências

pessoais dentro da realidade escolar. Assim, o pensamento então que deveria estar

desde o início do curso de licenciatura é que se está ensinando o licenciando a ser

professor, inserindo-o sempre que possível numa sala de aula.

Na tentativa de minimizar esse distanciamento, os cursos de licenciatura

ofertam disciplinas de estágio supervisionado para que, neste momento, o

licenciando possa aplicar todo o conhecimento aprendido nos anos de graduação.

Porém, a carga-horária dessa disciplina no curso de Letras/Português4 em Guajará-

Mirim, atualmente, não é suficiente para estreitar as teorias adquiridas durante os

quatro anos de curso e a prática necessária à formação docente.

Preocupados então com a qualidade da formação que tem sido oferecida

aos futuros docentes e com a situação real da educação básica pública, surge o

Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID, que é estimulado

pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES, em

2007, o qual tem como objetivo a inserção de alunos de licenciaturas em escolas

4 O Curso de Licenciatura Plena em Letras, habilitação em Língua Portuguesa e Respectivas Literaturas, mantido no campus de Guajará-Mirim, foi implantado no ano de 1989 com base na Portaria Autorizativa nº 16/1989/CFE e seu reconhecimento para funcionar regular e permanentemente se deu por meio da Portaria nº 1.784/MEC, de 14/12/1993, publicada no D.O.U em 15/12/1993, com base nos Pareceres nº 663/1993/CFE e no nº 660/1993/CFE. Disponível em: <http://www.guajaramirim.unir.br/>. Atualmente o PPC do Curso está em processo de reformulação e a carga-horária destinada às disciplinas referentes aos estágios supervisionados atende o Parecer do Conselho Nacional de Educação - CNE/CP 21/2001.

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públicas de educação básica para o desenvolvimento de propostas metodológicas e

de projetos didáticos junto aos professores dessas escolas. E, em 2014, o programa

citado começa a ser desenvolvido neste Campus com o subprojeto “Alfabetização

Científica Interdisciplinar de Leitura”, coordenado pelos professores mestres Janine

Félix da Silva e Jacinto Pedro Pinto Leão.

Deste modo, uma questão se faz relevante para o prosseguimento da

pesquisa, saber quais as contribuições na formação docente dos acadêmicos do

Curso de Letras deste Campus durante a participação no PIBID?

Na presente pesquisa as reflexões apresentadas têm o objetivo central de

analisar as contribuições geradas pelo auxílio do PIBID na formação docente dos

licenciandos do curso de Letras da UNIR, Campus de Guajará-Mirim. Também

relatar como ocorre o processo da formação docente, verificar as perspectivas para

a formação de professores e, ainda, apresentar os resultados, a partir da experiência

dos bolsistas no PIBID, para a formação docente.

A relevância do tema se dá pela necessidade de compreensão das

dificuldades que professores recém-formados enfrentam para entrarem no seu

campo de atuação, sobre o qual ficaram anos estudando e se aperfeiçoando para

trabalhar, mas quando saem da universidade encontram uma realidade escolar

totalmente carente de ensino.

Outra coisa importante é o fato de que a pouca experiência escolar do

professor iniciante na área da educação tem sido marcada por conflitos

pessoais/profissionais devido ao choque de realidade entre a sua formação e

atuação. Tendo em vista que ele precisa adquirir em pouquíssimo tempo os

conhecimentos necessários à docência, nunca vivenciados antes sob sua

responsabilidade.

Dessa maneira, entende-se que o início da docência é marcado por um

processo contínuo de saberes práticos da profissão, pois muita coisa só se aprende

com a prática, experiência e interação do professor com o aluno na escola, ou seja,

o aprendizado do docente se constrói a partir do exercício da profissão.

Assim, no intuito de compreender melhor a problemática anunciada, o

presente estudo terá caráter exploratório para levantamento de todas as

informações necessárias com a temática em estudo. Quanto aos procedimentos

metodológicos utilizamos a pesquisa bibliográfica, desenvolvida com base em

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material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos (GIL,

2008) e, quanto à modalidade, trabalhamos com a pesquisa de campo com a

participação de alguns informantes bolsistas do projeto. A construção dos dados foi

desenvolvida por meio de um questionário estruturado aplicado com os

bolsistas/ex-bolsistas do Curso de Letras que participam/ram do subprojeto

“Alfabetização Científica Interdisciplinar de Leitura”, no sentido de compreender

suas concepções a respeito do PIBID.

Esta pesquisa será baseada nos estudos dos seguintes autores: Correia

(2008), Nóvoa (2009), Pereira (1999) e Pimenta (1997), entre outros.

Acredita-se que a busca por resposta aos questionamentos propostos

pela pesquisa, além de atender a uma necessidade social e institucional, contribuirá

para os estudos sobre a importância do Programa Institucional de Bolsa de

Iniciação à Docência – PIBID no processo de formação docente do Curso de

Letras.

Na organização da pesquisa, apresentamos, no segundo tópico do

artigo, a formação docente, o professor como mediador no desenvolvimento do

aluno, o qual reflete, decide e cria durante aula. No terceiro, apresentamos o que é

o PIBID e quais as leis que regularizam este programa, assim como seus objetivos.

Em seu subtópico expusemos sobre o subprojeto “Alfabetização Científica

Interdisciplinar de Leitura” da UNIR, Campus de Guajará-Mirim/RO. No quarto,

apresentamos a metodologia utilizada, os resultados e as contribuições do

programa para a formação docente dos bolsistas do curso de Letras. E, por fim,

trazemos as considerações finais sobre a temática estudada.

2 A FORMAÇÃO DOCENTE

Ainda, há algumas décadas, acreditava-se que quando se terminava o

curso de licenciatura, esse profissional estaria apto para atuar na sua área o resto

da vida. Hoje, a realidade é diferente, principalmente para o docente, pois ele deve

estar consciente de que sua formação é um processo contínuo. Contudo,

A formação não se constrói por acumulação (de cursos, de conhecimentos ou de técnicas), mas sim através de um trabalho de reflexividade crítica sobre as práticas e de (re)construção permanente de uma identidade pessoal. (NÓVOA, 1997, p. 13).

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Pensar na formação docente é compreender que os estudos teóricos e as

pesquisas constantes são fundamentais para manter-se atualizado, no sentido de

que é por intermédio desses instrumentos que os professores irão aprimorar suas

competências pedagógicas para aplicar esses conhecimentos em sala de aula.

Pereira (1999), diz que o modelo da racionalidade prática vem

conquistando um espaço cada vez maior. Segundo ele, nesse modelo, o professor

reflete, decide e cria durante sua aula, gerando assim, novos conhecimentos e que

pode ser modificada também a medida de sua criação e reflexão pedagógica.

A reflexão é importante na vida do professor, há uma necessidade de

refletir sobre a sua prática e sobre sua interação com o corpo docente, visando

sempre à melhoria do desenvolvimento dos alunos, pois além de reflexivo, ele

também tem que ter autonomia e uma visão aberta para os problemas a serem

enfrentados no contexto escolar e social. Porém, (NÓVOA, 2009, p. 21) ressalva que

é preciso o incentivo da escola e das normas legais,

É inútil apelar à reflexão se não houver uma organização das escolas que a facilite. É inútil reivindicar uma formação mútua, inter-pares, colaborativa, se a definição das carreiras docentes não for coerente com este propósito. É inútil propor uma qualificação baseada na investigação e parcerias entre escolas e instituições universitárias se os normativos legais persistirem em dificultar esta aproximação.

E a universidade ocupa um papel essencial para a formação do professor,

ela proporciona um conhecimento sólido nos âmbitos científicos de uma

determinada área para capacitar o futuro docente a assumir a tarefa educativa em

toda a sua complexidade, atuando reflexivamente após a conclusão do curso de

graduação, pois

[...] espera-se da licenciatura que desenvolva, nos alunos, conhecimentos e habilidades, atitudes e valores que lhes possibilitem, permanentemente, irem construindo seus saberes fazeres docentes, a partir das necessidades e desafios que o ensino, como prática social, lhes coloca no cotidiano. (PIMENTA, 1997, p. 6).

Lemes, 2011, p. 16 considera que:

[...] a formação do professor deve ser alicerçada na teoria e na prática, ou seja, as instituições de ensino superior precisam acompanhar de perto a relação estabelecida entre o que visto em sala de aula e o que acontece nas práticas orientadas. Não ocorrendo isso, as aprendizagens ficam deficitárias e a formação do professor extremamente prejudicada.

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Nesse contexto, a universidade precisa auxiliar o futuro docente a lidar

com os desafios da realidade escolar. Pois, torna-se imprescindível a formação de

um profissional competente, que busca resoluções para os problemas de seus

alunos, colaborando para o desenvolvimento social destes alunos. Ainda, de acordo

com o parecer CNE/CES 492/2001,

O objetivo do Curso de Letras é formar profissionais interculturalmente competentes, capazes de lidar, de forma crítica, com as linguagens, especialmente a verbal, nos contextos oral e escrito, e conscientes de sua inserção na sociedade e das relações com o outro. Independentemente da modalidade escolhida, o profissional em Letras deve ter domínio do uso da língua ou das línguas que sejam objeto de seus estudos, em termos de sua estrutura, funcionamento e manifestações culturais, além de ter consciência das variedades linguísticas e culturais. Deve ser capaz de refletir teoricamente sobre a linguagem, de fazer uso de novas tecnologias e de compreender sua formação profissional como processo contínuo, autônomo e permanente. A pesquisa e a extensão, além do ensino, devem articular-se neste processo. O profissional deve, ainda, ter capacidade de reflexão crítica sobre temas e questões relativas aos conhecimentos linguísticos e literários.

Isso leva à constatação de que os saberes transmitidos pelas

universidades devem ser concebidos e adquiridos em estreita relação com a prática

profissional dos futuros professores nas escolas.

A inserção dos licenciandos no ambiente escolar permite conhecer o seu

funcionamento e a reflexão sobre as práticas pedagógicas que podem servir como

referência na vida profissional do futuro docente, como por exemplo, quando

possibilitado por programas de formação, no caso do PIBID. A teoria é um

instrumento que ajuda a aprender o real, mas é da prática que emergem as

questões vitais (FERRAZ, 2000).

Nóvoa (2009), em seu texto intitulado “Professores imagens do futuro”,

destaca cinco disposições essenciais à definição dos professores nos dias atuais.

Segundo ele, propostas que podem inspirar uma renovação dos programas e das

práticas de formação docente,

1. O conhecimento. [...] O trabalho do professor consiste na construção de práticas docentes que conduzam os alunos à aprendizagem [...] 2. A cultura profissional. Ser professor é compreender os sentidos da instituição escolar, integrar-se numa profissão, aprender com os colegas mais experientes. É na escola e no diálogo com os outros professores que se aprende a profissão. O registo das práticas, a reflexão sobre o trabalho e o exercício da avaliação são elementos centrais para o aperfeiçoamento e a inovação. São estas rotinas que fazem avançar a profissão.

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3. O tacto pedagógico. [...] capacidade de relação e de comunicação sem a qual não se cumpre o acto de educar. E também essa serenidade de quem é capaz de se dar ao respeito, conquistando os alunos para o trabalho escolar [...] 4. O trabalho em equipe. O exercício profissional organiza-se, cada vez mais, em torno de “comunidades de prática”, no interior de cada escola, mas também no contexto de movimentos pedagógicos que nos ligam a dinâmicas que vão para além das fronteiras organizacionais. 5. O compromisso social. [...] Educar é conseguir que a criança ultrapasse as fronteiras que, tantas vezes, lhe foram traçadas como destino pelo nascimento, pela família ou pela sociedade. Hoje, a realidade da escola obriga-nos a ir além da escola. Comunicar com o público, intervir no espaço público da educação, faz parte do ethos profissional docente.

Geralmente, o professor recém graduado está empolgado e disposto a

colocar em prática o que aprendeu com as teorias que estudou durante o curso de

licenciatura, mas ao chegar à sala de aula se depara com turmas superlotadas e

com os mais diversos problemas. Então, para aqueles licenciandos que tiveram

oportunidade de atuar só no estágio supervisionado, é provável que o desânimo

tome conta de alguns fazendo com que muitos até desistam do exercício docente:

Um momento particularmente sensível na formação de professores é a fase de indução profissional, isto é, os primeiros anos de exercício docente. Grande parte da nossa vida profissional joga-se nestes anos iniciais e na forma como nos integramos na escola e no professorado. Neste sentido, este momento deve ser organizado como parte integrante do programa de formação em articulação com a licenciatura e o mestrado. (NÒVOA, 2009, p. 38).

Desse modo, a vivência na formação docente proporcionada pelo PIBID

pode ser decisiva para o desenvolvimento profissional do bolsista, no sentido da

autonomia, competência e habilidade de diferentes naturezas, que o tornará capaz

de propor diferentes conteúdos e modos a serem ensinados.

3 PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA - PIBID

Criado em 2007, o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à

Docência (PIBID) é um programa da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal

de Nível Superior (CAPES) que tem por finalidade fomentar a iniciação à docência,

contribuindo para o aperfeiçoamento da formação de docentes em nível superior e

para a melhoria da qualidade da educação básica pública brasileira (BRASIL, 2016,

p. 3).

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O PIBID tem como base legal a Lei nº 9.394/1996, a Lei nº 11.273/2006 e

o Decreto nº 7.219/2010. O programa oferece bolsas de iniciação à docência aos

alunos de cursos de licenciatura participantes de projetos desenvolvidos por

Instituições de Educação Superior (IES), sob a supervisão de professores de

educação básica e coordenação de professores das IES (idem).

A CAPES concede bolsa aos integrantes do projeto institucional e

repasse de recursos financeiros para custear suas atividades. O programa tem como

propósito unir as secretarias estaduais e municipais de educação e as

universidades, a favor da qualidade da educação básica e da melhoria do ensino

nas escolas públicas em que o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica

(IDEB)5 esteja abaixo da média nacional, de 4,4. Objetivos estes que têm sido

alcançados,

[...] em pouco tempo de atuação estudos tem apontado para melhorias significativas no ensino público no Brasil, uma vez que são inúmeros os relatos apontados nas diversas áreas do conhecimento comprovando tal melhoria. O PIBID tem demonstrado também, a sua importância na formação dos estudantes das licenciaturas na medida em que vem reduzindo o fosso existente entre a formação teórica e prática na área de educação. (SILVA, s.d., p. 5).

De acordo com a Portaria nº 46, de 11 de abril de 2016, o Programa

Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência lista como objetivos:

I. incentivar a formação de docentes em nível superior para a educação básica; II. contribuir para a valorização do magistério; III. elevar a qualidade da formação inicial de professores nos cursos de licenciatura, promovendo a integração entre educação superior e educação básica; IV. inserir os licenciandos no cotidiano de escolas da rede pública de educação, proporcionando-lhes oportunidades de criação e participação em experiências metodológicas, tecnológicas e práticas docentes de caráter inovador e interdisciplinar que busquem a superação de problemas identificados no processo de ensino e aprendizagem; V. incentivar escolas públicas de educação básica, mobilizando seus professores como co-formadores dos futuros docentes e tornando-as protagonistas nos processos de formação inicial para o magistério; VI. contribuir para a articulação entre teoria e prática necessárias à formação dos docentes, elevando a qualidade das ações acadêmicas nos cursos de licenciatura;

5 Criado em 2007, pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira

(Inep), mede a qualidade do aprendizado nacional e estabelece metas para a melhoria do ensino. Disponível em < http://portal.mec.gov.br/ideb-sp-1976574996>. Acesso em 15 abr. 2016.

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VII. contribuir para que os estudantes de licenciatura se insiram na cultura escolar do magistério, por meio da apropriação e da reflexão sobre instrumentos, saberes e peculiaridades do trabalho docente. VIII. articular-se com os programas de formação inicial e continuada de professores da educação básica, de forma a contribuir com a criação ou com o fortalecimento de grupos de pesquisa que potencialize a produção de conhecimento sobre ensinar e aprender na Educação Básica; IX. comprometer-se com a melhoria da aprendizagem dos estudantes nas escolas onde os projetos institucionais são desenvolvidos. (BRASIL, 2016, p. 3).

Assim então, os projetos devem incentivar e promover a vivência dos

estudantes no cotidiano das escolas públicas durante a sua formação acadêmica,

para que desenvolvam atividades didático-pedagógicas sob a orientação de um

docente do curso de licenciatura e de um professor da escola com formação na área

de atuação do licenciando, dessa forma, haverá uma ligação entre a universidade e

a educação básica, ambas parceiras na formação dos futuros docentes.

No Regulamento do PIBID, aprovado pela Portaria nº 46, de 11 de abril de

2016, trata ainda das atividades desenvolvidas pelos bolsistas, com uma carga

horária de 10 horas por semana, sendo seis horas nas escolas da educação básica

e quatro horas na instituição de ensino superior. As atividades desenvolvem-se nos

diferentes espaços da escola participante do projeto.

O desenvolvimento do projeto é acompanhado pela CAPES, através de

análise de relatórios parciais e finais que apresentam as atividades realizadas pelos

bolsistas, supervisores e coordenadores, contendo a descrição das principais ações

realizadas ou em andamento.

O Projeto Institucional da UNIR6, aprovado no Edital 61/2013, com

duração de dois anos podendo ser renovado por igual período é composto por 16

subprojetos distribuídos em alguns Campus de Rondônia. Cada subprojeto possui

sua identidade, porém, todos possuem o mesmo objetivo: inserir o licenciando na

prática docente.

3.1 O subprojeto Alfabetização Científica Interdisciplinar de Leitura

Desde 2014, o subprojeto denominado “Alfabetização Científica

Interdisciplinar de Leitura”, aprovado no edital 61/2013, atua em três escolas do

município de Guajará-Mirim/RO, sendo uma a nível estadual e duas a nível

6 Disponível em <http://www.pibid.unir.br/>.

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municipal; ofertando assim: i) 40 bolsas de iniciação à docência, para licenciandos

do curso de licenciatura em Letras e Pedagogia; ii) 3 bolsas de supervisão, para

professores da rede pública de ensino e iii) 2 bolsas de coordenação, para

professores dos cursos de Letras e Pedagogia.

Os objetivos do subprojeto em questão consistem, basicamente, em

inserir os licenciandos nas escolas e permitir a experiência ativa destes na prática

docente, compreendendo a escola e a universidade como locais de desenvolvimento

do conhecimento; elevando a qualidade da formação inicial de docentes;

contribuindo para o fortalecimento e a diminuição da evasão nos cursos de

licenciatura deste Campus; colaborando com os professores das escolas públicas

buscando formas alternativas para o melhor entendimento dos alunos; realizando

levantamentos de dados nas escolas envolvidas para produção de artigos

científicos; entre outros.

A proposta do subprojeto leva ainda em consideração o ensino de Língua

Portuguesa, pois é de suma relevância à formação dos alunos do ensino básico,

pois se verifica a existência de uma deficiência destes alunos em relação à leitura e

à escrita, entre outras dificuldades.

Os bolsistas juntamente com os supervisores do subprojeto desenvolvem

suas ações baseadas pela demanda específica de cada escola. Atividades que

intensificam a alfabetização científica interdisciplinar de leitura nas três escolas

participantes do subprojeto, com o objetivo de ampliar não apenas sua formação

prática, mas também auxiliar no processo ensino-aprendizagem dos alunos das

escolas participantes e, consequentemente, melhorar o IDEB destas.

Diante disso, este subprojeto, visando contribuir ainda na ampliação das

competências de leitura e escrita já mencionadas, preocupa-se com o oferecimento

de um ensino que não se direcione exclusivamente para o ensino gramatical que,

embora importante, quando estudado isoladamente, não é suficiente para o

desenvolvimento das competências em questão.

Assim, o subprojeto é um marco de grande importância para a UNIR,

Campus de Guajará-Mirim, por oportunizar um espaço para as ações de formação

dos licenciandos e para o estímulo à docência por meio do desenvolvimento de suas

atividades na prática escolar.

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4 METODOLOGIA

Para a obtenção dos resultados da pesquisa, foi realizada a aplicação de

um questionário, onde se buscou saber a compreensão dos participantes sobre o

grau de satisfação com o curso de licenciatura em Letras e com sua participação no

PIBID. Com todos os dados coletados, referentes às perguntas feitas no

questionário, as respostas foram analisadas e serão expostas em textos expositivo-

argumentativos.

Treze bolsistas responderam ao questionário, apesar de conter os nomes

nos questionários, nenhum foi citado no presente estudo. Como forma de

identificação se utilizará apenas bolsista “A”, bolsista “B” e assim por diante.

4.1 Análise de dados

A primeira pergunta do questionário buscava saber sobre o interesse em

cursar Letras, ou seja, buscava-se informações sobre o fato de cursar Letras ter (ou

não) sido sua primeira opção para ingressar na universidade. A resposta para esse

questionamento é que, dos treze bolsistas que responderam o questionário, apenas

seis deixaram claro que, de fato, queriam cursar Letras.

Na segunda pergunta do questionário, buscava-se informações sobre o

que pensavam a respeito da vida profissional do professor. O bolsista “A” respondeu

que “A profissão é desvalorizada, mas de suma importância para a sociedade”.

Para o bolsista “C” é “Aquele que soma seu conhecimento com o do aluno”. O

bolsista “J” comentou “Que a educação é a base de tudo, para mudar o mundo para

melhor”. Com uma percepção negativa, o bolsista “K” responde que a profissão

docente é “Muito cansativa e chata”.

Quanto ao nível de satisfação com o curso de Letras, terceira pergunta do

questionário, nove bolsistas responderam como mediano: oscilando entre dentro e

fora de suas expectativas; três bolsistas disseram que este nível é alto: de acordo

com as suas expectativas; e um bolsista respondeu que está excelente: além de

suas expectativas.

A quarta pergunta do questionário tinha como propósito saber quais as

três principais motivações para participar do PIBID, os bolsistas enumeraram as

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respostas em ordem de importância (1ª, 2ª, 3ª). Seis bolsistas responderam que o

primeiro motivo seria para experimentar a docência e certificar-se de sua opção

profissional; para cinco bolsistas, conhecer a realidade da escola pública; para um

dos bolsistas, colocar em prática as teorias aprendidas na universidade; para um

bolsista contabilizar horas formativas.

O segundo motivo para três bolsistas era atuar, ativamente, na realidade

do trabalho docente; cinco bolsistas responderam que para realizar pesquisas na

área da educação; para dois bolsistas colocar em prática as teorias aprendidas na

universidade; para dois bolsistas experimentar a docência e certificar-se de sua

opção profissional; para um bolsista porque seus amigos participam. E a terceira

motivação, para cinco bolsistas era pelo recebimento da bolsa; para três bolsistas

conhecer a realidade da escola pública; para um bolsista realizar pesquisas em

educação; para três bolsistas experimentar a docência e certificar-se de sua opção

profissional; para um bolsista foi por incentivo de professor/es do curso.

Para a quinta pergunta, buscava-se saber o que os bolsistas esperavam

realizar de atividades no projeto (poderiam marcar até cinco opções). As opções

mais marcadas foram: i) ajudar o professor em sala de aula; ii) observar a prática

pedagógica do professor; iii) planejar, executar e avaliar atividades junto com o

professor; iv) aplicar metodologias inovadoras na escola; v) constituir um grupo para

pensar sobre os desafios da escola; vi) formar um grupo de estudos sobre temáticas

educacionais; vii) conhecer todas as dimensões do trabalho docente (gestão da

escola, movimento da classe profissional, relação com a comunidade, etc.) e viii)

fazer pesquisa sobre o programa.

Sobre as contribuições do PIBID para a sua formação docente, sexta

pergunta do questionário, sete bolsistas responderam que participar do programa

contribuiu muito para a sua formação; para cinco bolsistas contribuiu

satisfatoriamente para a sua formação; e um bolsista respondeu que contribuiu

pouco para sua formação.

Na nona pergunta do questionário, buscava-se saber dos bolsistas numa

escala de 0 a 10, qual era seu grau de satisfação para com a profissão de professor.

Três bolsistas deram a nota 5; dois bolsistas marcaram a nota 6; para um bolsista,

nota 8; dois bolsistas responderam que era nota 10; os demais bolsistas não

responderam.

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Para a décima pergunta do questionário, o objetivo era saber se o bolsista

pensa em continuar na profissão docente após o término de sua graduação. Cinco

bolsistas responderam que “SIM”, dois bolsistas responderam que “NÃO” e seis

bolsistas não responderam. O bolsista “B”, que disse pensar em continuar na

formação docente, justificou “Porque é a profissão que escolhi antes mesmo de

ingressar na universidade. É uma profissão desvalorizada, mas é também a mais

bonita de todas as profissões”. Já o bolsista “C” comenta que “A profissão exige

esforços e é desafiadora, por isso pretendo continuar na formação”. E para o

bolsista G, “Me sinto muito bem ao passar meus conhecimentos”.

Dois bolsistas que reponderam “NÃO” na nona pergunta do questionário,

justificaram-se; o bolsista “K” “Porque não é minha área, pretendo só ter o

certificado”, para o bolsista “L” a justificativa se dá pela desvalorização da profissão,

segundo ele “O desafio é desproporcional ao incentivo de estar em sala”.

4.2 Contribuições e perspectivas do PIBID para a formação docente dos alunos

bolsistas do curso de Letras da UNIR, Campus de Guajará-Mirim

O PIBID vem se destacando cada vez mais como uma das mais

importantes iniciativas do país na área da educação, principalmente para a formação

docente inicial. E o subprojeto deste Campus surgiu como uma nova proposta de

incentivo e valorização do professor, possibilitando aos licenciandos o contato direto

com a realidade escolar no decorrer de sua graduação, com uma nova perspectiva

de atuação diferencial, preparando-os para seu futuro campo de atuação. Ocampos

e Queiroz (2013) destacam os benefícios do PIBID,

a) [...] o PIBID proporciona uma melhoria da formação acadêmica tendo em vista a imersão dos alunos nas atividades da Escola, ampliando e tornando mais crítica sua concepção de docência, possibilitando o incentivo e o reconhecimento da pesquisa em práticas educacionais [...] b) O envolvimento dos supervisores das Escolas incentiva um processo de formação continuada e autorreflexiva posto que as relações de alteridade ali desenvolvidas [...] c) A aproximação entre as IES e as Escolas possibilita um enriquecimento das licenciaturas pela revisão curricular de ementas, metodologias e tecnologias educacionais considerando os desafios que os bolsistas do PIBID trazem às IES, possibilitando uma articulação melhor entre teoria e prática educacional [...] d) [...] melhora o desempenho escolar ao promover atividades mais criativas e motivadoras para o ensino [...].

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Participar do PIBID representa ainda, uma oportunidade para os

licenciandos do curso de Letras/Campus de Guajará-Mirim terem uma visão melhor

da realidade das escolas que participam do subprojeto, e não apenas na teoria

dentro da universidade ou pelas poucas horas de estágio supervisionado. O

programa oferece a oportunidade ao licenciando de poder adquirir novas

experiências na sua área, bem como num contexto interdisciplinar, além de ajudar

financeiramente, para que este possa se dedicar o máximo ao seu curso.

Oito bolsistas ainda comentaram no questionário que participar do PIBID

possibilita entender como funciona a vida de um professor dentro da escola pública

e a importância do programa para a sua formação docente. De acordo com a

bolsista “A”, “O PIBID é muito importante, pois nos concede o conhecimento prévio

do que iremos enfrentar caso exercermos a função docente”.

Outros relatos reforçam como o PIBID contribui para sua formação, o

bolsista “C” afirmou que “O programa serve para levar para a sala de aula os

graduandos que dentre outros, pode “experimentar” a docência e certifica-se da

opção profissional”. O bolsista “D” comentou que o “PIBID é um excelente programa,

que nos põe em contato com a profissão, nos aprimora e nos ensina muito”. O

Bolsista “E” deixa claro que “O programa integra discentes do curso de letras, na

realidade total da profissão de professor, oportunidade sem igual”. E para o bolsista

“B”,

É um programa muito importante para a formação de futuros professores, pois permite ao bolsista vivenciar a realidade escolar, dando experiência no campo de atuação do bolsista e ajudando a certificar-se de sua opção profissional.

O bolsista “F” destaca a importância do PIBID para a escola e para os

alunos participantes do projeto, “O PIBID, muito contribui não só para a minha

formação, como também para a escola que é contemplada pelo programa”. Assim

como o bolsista “G”, o qual deixa claro que, “É um ótimo programa que deveria ter

maiores investimentos, pois ajuda muito na formação dos alunos e ajuda a escola”.

Vivenciar experiências de ensino estando ainda na universidade,

enquanto licenciando e futuros professores é muito importante, pois assim há

oportunidade de enfrentar os desafios dentro da escola, sem contar as

aprendizagens adquiridas no contexto acadêmico, podendo auxiliar até os colegas

licenciandos que não participam do PIBID quando preciso.

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Então, o subprojeto “Alfabetização Científica Interdisciplinar de Leitura”

entra como uma nova perspectiva na formação docente dos bolsistas,

especificamente do curso de Letras deste campus, inseridos no projeto eles estão

ligados diretamente à sala de aula, juntamente com o supervisor, buscando novos

métodos para uma melhor aprendizagem dos alunos das escolas que participam do

PIBID.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Desde sua criação, o PIBID tem buscado melhorar a formação dos futuros

professores do Brasil, contribuindo para diminuir a distância entre universidade e

escola, possibilitando uma nova concepção e um conhecimento prévio da formação

docente, pois o licenciando pode aprender dentro do seu futuro campo profissional

e, consequentemente, melhorar a qualidade da educação.

Retomando o problema central da presente pesquisa que era saber quais

as contribuições na formação docente dos acadêmicos do Curso de Letras deste

Campus durante a participação no PIBID, percebeu-se que o programa contribui

significativamente para que os bolsistas de iniciação à docência descubram suas

afinidades, conheçam a realidade escolar, descubram que podem ser sim

professores e que podem fazer muito pela educação. O programa contribui ainda,

para desmitificar medos, viver experiências, trocar conhecimentos e descobrir se

gostam ou não do futuro campo profissional.

A universidade tem como papel capacitar o licenciando para atuar no seu

campo profissional, por isso sendo importante inseri-lo sempre que possível na

escola para aliar teoria à prática.

Contudo, o docente precisa ter em mente que a profissão precisa ser

aprendida, aperfeiçoada e reinventada continuamente. O professor diante de cada

situação irá refletir, encontrar soluções e tomar decisões mais adequadas a sua

prática pedagógica, condizendo assim com as necessidades dos alunos, utilizando-

se de métodos estimuladores, criativos e reflexivos para promover a aprendizagem

de seus alunos.

Ao ler as respostas dos bolsistas foi possível perceber que estes veem de

forma positiva tanto o fortalecimento de sua formação como as expectativas que o

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PIBID oferece, sendo ainda, reflexivos com suas ações, mostrando preocupação e

empenho com a aprendizagem dos alunos, com a escola e consigo mesmo. O curso

de Letras ainda causa desmotivação para alguns dos licenciandos pela

desvalorização da profissão, como citado anteriormente e comprovado por suas

respostas.

Como o subprojeto neste Campus é recente, não se sabe ainda se os

bolsistas continuarão de fato na carreira docente após o término do curso, mas

espera-se que sim. Pois a contribuição que o PIBID proporciona, para a formação

docente inicial dos licenciandos do curso de Letras e para as escolas que participam

do programa, já é visível e importante. Também, os baixos indicadores educacionais

das escolas públicas de Guajará-Mirim são visíveis, e iniciativas como estas, que

partem de instituições de fomento em parceria com a universidade é uma das

formas de melhorar a qualidade da educação da cidade.

Constata-se então, que os objetivos específicos propostos nesta pesquisa

foram alcançados, pois foram abordados temas descritos como objetivo, estudando

sobre o processo formação na visão de alguns autores, e foram apresentados os

resultados a partir da experiência no PIBID, na formação docente dos bolsistas de

iniciação à docência.

Considera-se ter atingido também o objetivo geral desta pesquisa: pois a

partir dos resultados de análise do questionário foram comprovadas as contribuições

geradas pelo auxílio do PIBID na formação docente dos licenciandos do curso de

Letras da UNIR, Campus de Guajará-Mirim.

Portanto, essas experiências e vivências no ambiente escolar asseguram

que programas de formação, como o PIBID, contribuem para a nossa formação

docente, bem como possibilita aos professores supervisores analisarem suas

práticas, de forma que contribuam para o desenvolvimento integral dos alunos e

consequentemente com a qualidade da educação pública brasileira.

ALFABETIZACIÓN CIENTÍFICA Y LA FORMACIÓN DE PROFESORES EN LETRAS CURSO DE UNIR, CAMPUS DE GUAJARÁ-MIRIM: ENSEÑANZA Y

PROCESOS DE APRENDIZAJE RESUMEN

Este estudio tiene como tema la ayuda de PIBID para la formación científica y la formación de docentes en el curso de las Letras. El objetivo de esta investigación es

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analizar las contribuciones generadas por la ayuda de PIBID en la formación docente de curso de graduación de Letras de UNIR, Campus de Guajará-Mirim, sobre la base de los siguientes objetivos específicos i) informe, ya que es el proceso de formación de los profesores; ii) compruebe las perspectivas de la formación del profesorado; iii) presentar los resultados de la experiencia del mercado de valores PIBID, para la formación del profesorado. La investigación es bibliográfica exploratoria. Para lograr subvenciones solicitadas se encuentran los objetivos propuestos en los estudios siguientes autores: Correia (2008), Nóvoa (2009), Pereira (1999), Pimenta (1997) y otra. Los resultados mostraron que el proyecto PIBID/MEC/UNIR/GM/Letras y Pedagogia "Alfabetización Científica Lectura Interdisciplinaria" contribuye de manera significativa a la población de descubrir sus afinidades, conocer la realidad de la escuela, se dan cuenta de que pueden ser más bien los maestros y pueden hacer mucho por la educación. Contribuye a desmitificar los miedos, experiencias en vivo, intercambiar conocimientos y averiguar si les gusta o no el futuro campo profesional. Palabras clave: Alfabetización científica. La formación del profesorado. PIBID.

6 REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de Filosofia, História, Geografia, Serviço Social, Comunicação Social, Ciências Sociais, Letras, Biblioteconomia, Arquivologia e Museologia. Parecer CNE/CES 492/2001, homologação publicada no DOU 09/07/2001, Seção 1, p. 50.

______. Ministério da Educação. Lei n° 11.273, de 6 de fevereiro de 2006 –

Concessão de Bolsas de Estudos para Programas de Formação Continuada.

______. Ministério da Educação. LEI Nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996.

Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. ______. Ministério da Educação. Decreto nº 7.219, de 24 de junho de 2010. Dispõe sobre o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência - Pibid. BRASIL. Ministério da Educação. Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível superior - CAPES. Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência. Portaria Nº 46 de 11 de abril de 2016 - Aprova o Regulamento do Programa

Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência - Pibid, Brasíla, 2016. Disponível em: <http://www.capes.gov.br/educacao-basica/capespibid>. Acesso em 15 abr. 2016. CORREIA, Marinêz Luiza. A formação inicial do professor: os desafios e tensões

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GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4 ed. São Paulo: Atlas,

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