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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS CURSO DE ADMINISTRAÇÃO Rosimar Araujo Martins TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO Taxas e Tarifas da Cooperativa de Crédito dos Empregados em Empresas Têxteis – ACREDICOOP de Brusque/SC Administração Financeira ITAJAÍ (SC) 2011

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

Rosimar Araujo Martins

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO

Taxas e Tarifas da Cooperativa de

Crédito dos Empregados em Empresas

Têxteis – ACREDICOOP de Brusque/SC

Administração Financeira

ITAJAÍ (SC)

2011

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ROSIMAR ARAUJO MARTINS

TRABALHO DE CONCLUSÃO

DE ESTÁGIO

TAXAS E TARIFAS DA COOPERATIVA

DE CRÉDITO DOS EMPREGADOS EM

EMPRESAS TÊXTEIS - ACREDICOOP

Trabalho de conclusão de estágio desenvolvido para o Curso de Administração do Centro de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade do Vale do Itajaí. Orientador: Prof. Ivanir Schroeder

ITAJAÍ – SC, 2011

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Dedico este trabalho com imenso amor ao meu noivo

Guilherme, minha irmã Raquel, minha mãe Isabel, e a

todos os familiares e amigos, que me acompanharam

nesta trajetória.

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Agradeço a minha família e meu noivo pela

compreensão e força nos momentos difíceis, ao longo

da formação universitária. Agradeço também ao

professor Ivanir meu orientador, o Fabrício meu

supervisor de campo e a ACREDICOOP pelo auxílio e

participação na execução deste trabalho.

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“Não podia evitar pensar que se eu, por puro acaso,

tinha descoberto todo um universo num só livro

desconhecido na infinidade daquele necrópole,

dezenas de milhares de outros livros ficariam

inexplorados, esquecidos para sempre. Senti-me

rodeado por milhares de páginas abandonadas, de

universos e almas sem dono, que se fundiam em um

oceano de escuridão enquanto o mundo que palpitava

do lado de fora daquelas paredes perdia a memória

sem perceber, dia após dia, sentindo-se mais sábio

quanto mais esquecia".

Carlos Ruiz Zafon, 2007

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EQUIPE TÉCNICA

a) Nome da estagiária

Rosimar Araujo Martins

b) Área de estágio

Administração Financeira

c) Supervisor de campo

Fabrício Ricardo de Almeida

d) Orientador de Estágio

Prof. Dr. Ivanir Schroeder

e) Responsável pelos Estágios em Administração

Prof. Eduardo Krieger da Silva

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DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA

a) Razão Social

Cooperativa de Crédito dos Empregados em Empresas Têxteis -

ACREDICOOP

b) Endereço

Rua Henrich R. B. Erbe, 30 – Ed Dell’Agnolo – Centro - Brusque

c) Setor de desenvolvimento do estágio

Administrativo

d) Duração do estágio

240 horas

e) Nome e cargo do supervisor de campo

Fabrício Ricardo de Almeida - Coordenador

f) Carimbo e visto da empresa

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AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA

ITAJAÍ, 06 de JUNHO de 2011.

A empresa COOPERATIVA DE CRÉDITO DOS EMPREGADOS EM

EMPRESAS TÊXTEIS – ACREDICOOP, pelo presente instrumento, autoriza a

Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, a publicar, em sua biblioteca, o Trabalho

de Conclusão de Estágio executado durante o Estágio Supervisionado, pela

acadêmica ROSIMAR ARAUJO MARTINS.

_______________________

Fabrício Ricardo de Almeida

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RESUMO

As taxas e tarifas cobradas no mercado são objetos de discussão sob vários enfoques. Este trabalho apresenta um estudo das taxas e tarifas cobradas pelas cooperativas de créditos e bancos. O estudo teve como principais objetivos identificar os conceitos de taxas, tarifas, cooperativas e bancos para verificar se as cooperativas trabalham com valores mais atrativos do que os bancos. Para o levantamento dos dados, foram utilizados dois instrumentos: a pesquisa feita nos sites dos próprios bancos e do Banco Central; e a entrevista realizada com os gerentes ou funcionário qualificado. As entrevistas ocorreram nas cooperativas e finalmente os dados foram tabelados e analisados com o objetivo de comparar as cooperativas com os bancos. Foram avaliados 41 produtos/serviços de ambas as instituições, e destes, escolhidos 12 principais para ser discutido. Esta análise apontou quais são as vantagens e desvantagens entre bancos e cooperativas nos quesitos taxas e tarifas, indicando qual a melhor opção para determinados grupos de clientes, baseado no seu perfil e necessidades. PALAVRAS-CHAVE : Cooperativas, Bancos, Taxas, Tarifas.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Gráfico 01 – Crescimento das cooperativas no Brasil desde o ano de 1990.............31

Gráfico 02 – Crescimento das cooperativas de crédito no Brasil desde o ano de 1940

...................................................................................................................................32

Gráfico 03 – Estados com maior quantidade de associados.....................................34

Figura 01 – O Símbolo do cooperativismo.................................................................36

Foto 01 – Sede da ACREDICOOP em Blumenau......................................................42

Figura 02 – Organograma da empresa funcional da ACREDICOOP.........................44

Gráfico 04 – Manutenção de conta corrente ativa......................................................47

Gráfico 05 – Exclusão do cadastro de emitentes de cheque sem fundos (CCF)......48

Gráfico 06 – Fornecimento de folhas de cheques......................................................49

Gráfico 07 – Cheque administrativo...........................................................................50

Gráfico 08 – Transferência por meio de doc/tec........................................................51

Gráfico 09 – Concessão de adiantamento a depositante..........................................52

Gráfico 10 – Atraso do pagamento do cartão de crédito............................................53

Gráfico 11 – Alienação do bem móvel........................................................................54

Gráfico 12 – Aditivo para substituição de alienação...................................................55

Gráfico 13 – Empréstimo até R$ 2.000,00.................................................................56

Gráfico 14 – Devolução de cheques..........................................................................57

Gráfico 15 – Limite de cheques especial....................................................................58

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LISTA DE TABELAS

Tabela 01 – Crescimento das cooperativas e Bancos no Brasil................................31

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ACREDICOOP : Cooperativa de Crédito dos Empregados em Empresas Têxteis

BACEN : Banco Central

BB : Banco do Brasil

BLUCREDI : Cooperativa de Economia e de Crédito Mútuo dos Servidores

Públicos do Vale do Itajaí

CECRED : Cooperativa Central de Crédito Urbano

COOPCULTURAL : Cooperativa Cultural Brasileira

DIESSE : Departamento Intersindical de Estatística e Estudos

Socioeconômicos

FEBRABAN : Federação Brasileira de Bancos

IGF : Intelect Gerenciamento Financeiro

SICOOB : Sistema de Cooperativas de Créditos do Brasil

SICREDI : Sistema de Crédito Cooperativo

VIACREDI : Cooperativa do Vale do Itajaí

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO...................................................................................................... 15

1.1 Problema de pesquisa/Justificativa................................................................ 17

1.2 Objetivos do trabalho.......................................................................................19

1.3 Aspectos metodológicos..................................................................................20

1.3.1 Caracterização do trabalho de estágio ...........................................................20

1.3.2 Contexto e participantes de pesquisa..............................................................21

1.3.3 Procedimentos e instrumentos de coleta de dados.........................................22

1.3.4 Tratamento e análise dos dados.....................................................................23

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA........................... .......................................................24

2.1 Administração..................................................................................................24

2.1.1 Administração como Ciência..........................................................................25

2.1.2 Funções do Administrador...............................................................................26

2.1.3 Áreas da Administração..................................................................................27

2.2 Administração Financeira................................................................................28

2.2.1 O objetivo da Administração Financeira.........................................................29

2.2.2 Sistema Financeiro Nacional...........................................................................30

2.2.3 A história do Cooperativismo...........................................................................34

2.2.3.1 Diferença entre Cooperativas de Crédito e Bancos.......................................36

2.3 Taxas e Tarifas................................................................................................37

2.3.1 Origem das Taxas e Tarifas.............................................................................37

2.3.2 Evolução das Taxas e Tarifas..........................................................................38

2.3.3 Conceito de Taxas e Tarifas............................................................................39

2.3.4 Diferença entre taxas e tarifas........................................................................40

3. DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA DE CAMPO............ ...........................41

3.1 Caracterização da empresa.............................................................................41

3.1.1 Missão da Empresa.........................................................................................43

3.1.2 Visão da Empresa............................................................................................43

3.1.3 Organograma da Empresa..............................................................................43

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3.1.4 Principais serviços e/ou produtos....................................................................44

3.1.4.1 Clientes..........................................................................................................45

3.1.4.2 Concorrentes..................................................................................................45

3.2 Aplicação do questionário..............................................................................46

3.3 Resultado da pesquisa....................................................................................46

3.3.1 Manutenção de conta corrente ativa...............................................................47

3.3.2 Exclusão do cadastro de emitentes de cheques sem fundos

(CCF)..........................................................................................................................48

3.3.3 Fornecimento de folhas de cheques................................................................49

3.3.4 Cheque administrativo.....................................................................................50

3.3.5 Transferência por meio de doc/tec..................................................................51

3.3.6 Concessão de adiantamento a depositante....................................................52

3.3.7 Atraso do pagamento do cartão de crédito......................................................53

3.3.8 Alienação do bem móvel..................................................................................54

3.3.9 Aditivo para substituição de alienação............................................................55

3.3.10 Empréstimo no valor máximo de até R$ 2.000,00...........................................56

3.3.11 Devolução de cheques....................................................................................57

3.3.12 Limite de cheques especial.............................................................................58

4. SUGESTÕES PARA EMPRESA.......................... ...........................................59

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS............................ ................................................60

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................... .................................................62

APÊNDICES...............................................................................................................68

Questionários.............................................................................................................70

ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS........................ ..............................................72

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1 INTRODUÇÃO

Em pleno século XXI, o crescimento rápido da tecnologia, em quase todos

os setores da vida em sociedade, seja pessoal ou profissional, faz com que as

pessoas passem a ter mais contatos virtuais, comprem mais pela internet, acessem

a conta bancária pela internet ou caixa eletrônico. Isso faz com que se reflita o

paradigma do contato humano.

Nesse caso, os bancos guardam características específicas perante as

cooperativas. Embora ambos façam parte do sistema nacional, os bancos visam

lucro e tem como objetivo fazer com que as pessoas resolvam o máximo de serviços

pela internet ou caixa eletrônico, para ir o mínimo possível às agências. As

cooperativas, ao contrário, não visam lucro e preservam a cooperação entre as

pessoas, fazendo que as pessoas se desloquem até os postos para poder pegar

seus talões de cheques e cartões, oferecendo os serviços pessoalmente e não

através de telemarketing como os bancos.

No banco, os lucros ficam para seus proprietários e banqueiros, já nas

cooperativas, quando existem sobras, estas são divididas entre os associados

proporcionalmente, de acordo com o valor de sua cota de capitalização. Em virtude

disto, acredita-se que as cooperativas tendem a ter taxas e tarifas mais atrativas.

Este trabalho teve como tema estudar como são as cobranças de Taxas e

Tarifas por serviços prestados pelas Instituições Bancárias e pelas Cooperativas de

Créditos. Assim analisaram-se aspectos vantajosos para os clientes decidirem por

manter uma conta em uma cooperativa ou num banco.

As cooperativas cresceram muito no mercado em virtude da procura por

seus serviços e como resultado ocorreu o surgimento de novos concorrentes e de

melhores ofertas para os clientes. Enquanto isso, houve uma concentração no setor

bancário, diminuindo a quantidade de bancos, por exemplo, o Banco do Brasil

comprou o Besc, o Santander comprou o Banespa e o Banco Real, o Itaú uniu-se ao

Unibanco. Cabe salientar, que se percebe que o número de caixas eletrônicos tem

crescido.

De acordo com o site da CECRED, Santa Catarina teve sua primeira

cooperativa de crédito no ano de 1932, hoje ela conta com mais de quinze

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cooperativas apenas no estado. Entre elas: ACREDICOOP, VIACREDI,

CREDICOMIN, CREVISC, SCRCRED, RODOCRÉDITO, CCONCREDI,

CREDIFIESC, CECRISACRED, CREDCREA, CREDELESC, TRANSPOCRED,

CREDIFOZ, SICREDI, SICOOB, UNICRED, entre outras.

Trabalhar com uma cooperativa ou instituição bancária pode tornar a vida de

uma pessoa mais fácil. Elas podem guardar o dinheiro na conta, usando mais o

cartão, parcelar compras no cartão de crédito, fazer um empréstimo; aplicar em um

fundo de investimento.

Em caso de empresas onde os sócios compram os produtos muitas vezes a

vista e recebem dos clientes de forma parcelada, acaba necessitando de capital de

giro para sobrevivência e isto se torna possível em virtude de serviços como

desconto de cheque, desconto de títulos e empréstimo para capital de giro.

O presente trabalho pertence à disciplina de Administração Financeira, uma

área a qual não deixa de ser a base de uma empresa, pois uma organização pode

ter o melhor produto e o melhor atendimento, mas se ela não tiver controle de suas

contas a pagar e receber, e um planejamento financeiro bem estruturado terá

poucas chances de ter uma boa durabilidade no mercado.

A empresa para qual será estudado os serviços contidos neste trabalho é a

Cooperativa de Crédito dos Empregados em Empresas Têxteis - ACREDICOOP. A

cooperativa iniciou suas atividades em julho de 1999 e, atualmente, a cooperativa

atende mais de 16 mil pessoas, contando com postos de atendimentos nas cidades

de Pomerode, Brusque, Joinville e na cidade de Blumenau, onde é localizada a

sede. A empresa fornece os principais produtos na área de crédito, como abertura

de contas físicas e jurídicas, cartões de crédito, cheques, aplicações, poupanças,

seguros, desconto de cheques e títulos, empréstimos, pagamentos de contas entre

outros serviços.

O objetivo deste trabalho de estágio é comparar o valor cobrado das

principais taxas e tarifas pelas instituições bancárias e pelas cooperativas de crédito.

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1.1 Problema de pesquisa/Justificativa

Quando identificado um problema dentro da organização, é importante

levantar todos os dados e informações, para poder buscar as ferramentas

adequadas na solução do ocorrido. Segundo Richardson (2010, p.55) “nesta parte

inicial do projeto, explicitam-se os motivos de ordem teórica e prática que justificam a

pesquisa”.

“Justificar é apresentar razões para a própria existência do projeto! Esta

seção é importante porque, por um lado, obriga o autor a refletir sobre sua proposta

de maneira abrangente e, por outro, o faz situar-se na problemática” (ROESCH,

2005, p. 98). E para Marconi e Lakatos (2006, p. 221) “é o elemento que contribui

mais diretamente na aceitação da pesquisa pela (s) pessoa (s) ou entidades que vão

financiá-la”.

Apesar de a empresa trabalhar com produtos similares a um banco, ela

também tem seus limites. Em comparação aos bancos, as cooperativas trabalham

com valores mais limitados, o empréstimo máximo varia em média de cem a cento e

cinqüenta mil reais, acima destes valores, são exceções muito bem estudadas. Os

limites de crédito têm um limite que variam de cinco a dez mil reais. Ou seja, seu

foco são as pessoas físicas e microempresários e não as grandes empresas.

A empresa ACREDICOOP, por ser uma empresa que não visa lucros, pode

oferecer taxas e tarifas mais atrativas que os bancos. Sendo que a partir de março

de 2011, de acordo com o Bacen, apareceu um novo serviço bancário, oferecendo

contas bancárias à taxa zero de manutenção.

Segundo Toledo (2011), para estes correntistas que terão sua manutenção

gratuita, ao contrário dos outros clientes, os serviços serão todos feitos no caixa

eletrônico, celular e internet, como se fosse um cliente virtual. Eles têm direito a

cartão de débito, dois extratos mensais no caixa eletrônico, quatro saques por mês,

dez folhas de cheque por mês, duas transferências de dinheiro no mesmo banco por

mês, compensação de cheque, e consultas pela internet. E caso ultrapasse esta

quantidade, ele irá pagar proporcional ao seu uso.

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E, diante desta afirmação, apresenta-se o seguinte problema de pesquisa: a

Cooperativa de Crédito – ACREDICOOP, trabalha com taxas e tarifas a preços mais

baixos que a concorrência, como Financeiras, Bancos, e até outras Cooperativas?

Justifica-se este trabalho pelo fato de a cooperativa não ter dados concretos,

que conste todos os valores dos serviços oferecidos pelas outras instituições. Por

este motivo, esta pesquisa é de interesse da empresa, o que torna este trabalho

importante para ela, como também para os cooperados, que não deixam de ser

sócios. E, caso seja comprovado que as taxas da cooperativa são realmente mais

atrativas, será um argumento que poderá ser usado, mostrando aos cooperados

como uma vantagem de escolha.

Este trabalho também proporciona à acadêmica um novo conhecimento, o

qual possa compartilhar com a parte da sociedade que está para adquirir em sua

vida novos serviços bancários e com um custo menor.

O trabalho é viável com relação aos custos, pois serão suportados

facilmente pela acadêmica e pela empresa, de acordo com o orçamento ao final

deste projeto. As atividades foram planejadas e realizadas num período de doze

meses, coincidindo com a conclusão do curso pela acadêmica, conforme o

cronograma deste trabalho. Com relação aos dados para pesquisa, a parte da

cooperativa de crédito – ACREDICOOP – foi feita pela acadêmica com o auxílio do

então coordenador do posto, e no que se refere às outras instituições, a acadêmica

fez em suas horas livres.

Conforme conversa com o coordenador do posto de Brusque, esta pesquisa

nunca foi feita detalhadamente para a cooperativa, apenas uma média de taxas

entre as cooperativas e bancos que é divulgada pelo Banco Central, o que torna

este trabalho original.

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1.2 Objetivos do trabalho

Segundo Roesch (2005), o objetivo do projeto é um alvo que se pretende

atingir. Primeiro deve-se formular os objetivos, para que o trabalho seja avaliado,

para depois formular os objetivos que leva o autor do projeto a perceber as etapas

contidas no seu trabalho. Para Marconi e Lakatos (2006, p. 221), o objetivo geral

“relaciona-se com o conteúdo intrínseco, quer dos fenômenos e eventos, quer das

idéias estudadas. Vincula-se diretamente a própria significação da tese proposta

pelo projeto”.

O objetivo geral deste trabalho de estágio é comparar o valor cobrado das

principais taxas e tarifas pelas instituições bancárias em relação às cooperativas de

crédito.

Conforme Marconi e Lakatos (2006, p. 221), os objetivos específicos

“apresentam caráter mais concreto. Têm função intermediária e instrumental

permitindo de um lado, atingir o objetivo geral e, de outro, aplicá-lo a situações

particulares”.

Para atender a este propósito, foram delineados os seguintes objetivos

específicos:

• Caracterizar a estrutura do sistema financeiro brasileiro, visando compreender

as diferenças entre as instituições bancárias e as cooperativas de crédito.

• Identificar de acordo com a terminologia financeira e bancária a diferença

entre taxas e tarifas.

• Levantar os valores das principais taxas e tarifas praticadas pela cooperativa

ACREDICOOP, bancos e outras cooperativas da região.

• Realizar um comparativo das taxas e tarifas cobradas pelas instituições

pesquisadas.

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1.3 Aspectos metodológicos

Para Roesch (2005), os aspectos metodológicos servem para descrever

como o projeto será realizado, verificar o objetivo do projeto e através dele definir o

tipo de método a ser usado, definir o método de pesquisa, a definição da área ou

população-alvo, amostragem, técnica e análise de coletas de dados, se a pesquisa

será quantitativa ou qualitativa, entre outros dados. Sendo assim, serão

apresentados a seguir os métodos utilizados no presente trabalho.

1.3.1 Caracterização do trabalho de estágio

Este item trata da metodologia usada no presente trabalho, sendo definidos

a tipologia, métodos e pesquisas.

Por se tratar de um trabalho de finanças, chamado Taxas e Tarifas, este

trabalho tem como tipologia a pesquisa – diagnóstico. Perante Roesch (2005, p.72)

este tipo de tipologia consiste em “incluir uma preocupação teórica e, por isso,

adequa-se melhor a projetos de iniciação cientifica.” Ela visa levantar, definir

problemas ou oportunidades e explorar o ambiente organizacional e de mercado.

Para o desenvolvimento da pesquisa, foi utilizado método quali-quanti, o que

se justifica como a forma mais adequada de chegar a um resultado mais plausível. O

método quantitativo, conforme Roesch (2005) enfatiza o uso de dados padronizados

que permite ao pesquisador elaborar planilhas, comparações e sumários, é

analisado através de estatística. E o método qualitativo, para Richardson (2010,

p.79), “difere, em princípio, do quantitativo á medida que não emprega um

instrumental estatístico como base do processo de análise de um problema”.

Deste modo, a pesquisa quantitativa foi utilizada para tratar os resultados do

desvio padrão e a pesquisa qualitativa para saber o preço certo cobrado por cada

empresa.

O nível utilizado é o exploratório-descritivo ou descritivo, que tem como

objetivo o esclarecimento de ideias. Segundo Richardson (2010), os estudos

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exploratórios são usados quando se deseja conhecer o fenômeno e não possui

nenhuma informação sobre o determinado tema. E o estudo descritivo é usado

quando se quer descrever as características do determinado fenômeno. Para

Marconi e Lakatos (2006, p.190), “estudos exploratório-descritivos combinados são

estudos exploratórios que têm como objetivo descrever completamente

determinando fenômeno”.

Como estratégia, foi utilizada o estudo de caso, que “é uma estratégia de

pesquisa que busca examinar um fenômeno contemporâneo dentro do seu contexto”

(YIN, 1981 apud ROESCH, 2005, p.155).

Embora as cooperativas estejam crescendo, elas ainda não são tão

conhecidas no mercado, por não investirem tanto em marketing quanto os bancos. E

em razão disto, muitas pessoas acabam fazendo empréstimos em bancos, pelo

simples fato de não conhecer a existências das cooperativas e como funcionam.

Ao comprovar na pesquisa que as tarifas e taxas das cooperativas são mais

baixas que os bancos, ela pode ser apresentada aos cooperados e futuros

cooperados que passam pela cooperativa. Isso, não irá apenas incentivá-los a

fazerem parte da cooperativa, mas também irá fazer com que comentem o assunto

com outras pessoas de seu cotidiano.

1.3.2 Contexto e participantes de pesquisa

Este item trata da definição da população alvo do trabalho e a apresentação

dos participantes da pesquisa. Conforme Roesch (2005), o estágio pode estar

concentrado numa determinada área da empresa, o que ocorre normalmente em

diagnósticos, planos ou sistemas. No caso de um censo, a empresa tem que ser de

pequeno ou médio porte. É importante descrever a estrutura da área e a quantidade

de pessoas que nela constam.

O estudo conta com uma população de seis bancos comerciais e quatro

cooperativas, todas sediadas na cidade de Brusque (SC) e proximidades. Dentre as

instituições bancárias participaram o Banco do Brasil, Santander, Itaú, Bradesco,

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HSBC e Caixa Econômica, e as cooperativas ACREDICOOP, VIACREDI, SICOOB e

SICREDI.

Como a maioria das taxas e tarifas cobradas pelas instituições bancárias são

fornecidas pelo site do Bacen, apenas 25% dos questionários foram aplicados, pois

os dados que não são fornecidos pelo Bacen foram coletados com os gerentes das

Instituições Bancárias. E no caso das cooperativas de crédito, 100% dos

questionários foram respondidos por gerentes ou funcionários habilitados para o

serviço.

A população, de acordo com Richardson (2010, p. 157), “é o conjunto de

elementos que possuem determinadas características. Usualmente fala-se de

população ao se referir a todos os habitantes de determinado lugar”. Em virtude de a

pesquisa ser feita com os gerentes e não com uma determinada amostra,

caracteriza-se um censo. São dados primários, em virtude de o contato ser direto

com a fonte primária.

1.3.3 Procedimentos e instrumentos de coleta de dados

Esta seção apresenta quais os instrumentos e procedimentos que a

acadêmica utilizou para obter a coleta de dados. Para Roesch (2005, p.118), “colher

e analisar dados sobre a empresa-alvo é a tarefa mais importante do estágio [...]

Estas oportunidades ou problemas podem ser explorados e analisados de forma

mais completa por meio de métodos e técnicas”.

Foi pesquisado os valores de taxas e tarifas cobrado pelas instituições

bancárias no site do Bacen, com exceção da ACREDICOOP e outras cooperativas.

Pois como os valores cobrados pelas cooperativas não é fornecido pelo site do

Bacen, foram coletados os dados através de questionário.

Este questionário foi quanti-quali, utilizando fontes primárias e secundárias,

com perguntas abertas, sendo que as respostas foram em números, principalmente

por não saber os valores de taxas e tarifas cobradas por todos. Pois, se fosse

adotado um questionário quantitativo, os questionados iriam marcar as repostas

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mais próximas de seus valores cobrados e não o valor realmente correto.

Prejudicando o resultado da análise.

O questionário “é o instrumento mais utilizado em pesquisa quantitativa,

principalmente em pesquisas de grande escala, como as que se propõe levantar a

opinião política da população ou a preferência do consumidor”. (ROESCH 2005,

p.142).

1.3.4 Tratamento e análise dos dados

A seguir, é apresentado como a acadêmica utilizou e analisou os dados

obtidos para concluir as diferenças de valores utilizados pelas instituições.

Perante Roesch (2005), os dados coletados delimitam as possibilidades de

análise. Sugerindo que o acadêmico analise os resultados através de gráficos,

tabelas e estatísticas. Segundo Marconi e Lakatos (2006, p.169), análise “é a

tentativa de evidenciar as relações existentes entre o fenômeno estudado e outros

fatores”.

A pesquisa foi elabora entre março e abril de 2011. Os dados dos

questionários foram coletados do site do BACEN e os dados que não constavam no

site foram obtidos junto dos gerentes e funcionários das Instituições Bancárias e

Cooperativas de Crédito em abril de 2011.

Os dados obtidos pela acadêmica por meio de questionários foram

analisados, verificando o desvio padrão existente entre as instituições, comparando

os preços das taxas e tarifas da empresa ACREDICOOP com as outras instituições,

seja cooperativas ou instituições bancárias.

O resultado foi formatado em tabelas, planilhas, gráficos e textos explicativos

para uma melhor explicação e, assim, ter um melhor entendimento dos resultados

obtidos.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Este capítulo apresenta as informações teóricas que fundamentam o

trabalho proposto, tendo como objetivo a pesquisa de taxas e tarifas.

2.1 Administração

De acordo com Chiavenato (2000), a palavra administração significa

subordinação ou obediência, ou seja, uma pessoa realiza uma função em virtude do

comando de outra pessoa.

“Administração é o processo que permite alcançar as metas de uma

empresa, fazendo uso do trabalho com e por meio de pessoas e outros recursos da

empresa” (CERTO, 2003).

Já Maximiano (2000) resumiu a administração em três palavras: objetivos,

decisões e recursos. Pois, para ele, administração é o processo de utilizar seus

recursos para colocar suas decisões em prática e assim conseguir alcançar seus

objetivos.

Para Chiavenato (2000), teoria da administração não deixa de ser uma

decorrência da teoria das organizações, pois ela age em função das organizações.

Também é uma teoria que está se expandindo gradualmente, sendo cada vez mais

abrangente.

A tarefa de administração, para Chiavenato (2000, p.3), significa:

[...] interpretar os objetivos propostos pela empresa e transformá-lo em ação empresarial por meio de planejamento, organização, direção e controle de todos os esforços realizados em todas as áreas e em todos os níveis da empresa, a fim de atingir tais objetivos.

Peter Drucker afirmou que “a administração eficaz é provavelmente a maior

fonte de riqueza dos países desenvolvidos e a maior carência dos países em

desenvolvimento” (CERTO 2003).

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2.1.1 Administração como Ciência

Segundo Motta (1998), para que um campo de conhecimento possa ser

chamado de ciência, tem que ter um objeto próprio e isto é algo que a Administração

já possui.

Baseando-se na Escola da Administração Científica, Chiavenato (2000)

destaca em sua obra que ela foi iniciada por Frederick W. Taylor (1856-1915),

considerado fundador da moderna teoria da administração. Taylor provocou uma

verdadeira revolução na administração e no mundo industrial da época. Seu objetivo

era eliminar o desperdício e elevar o nível de produção por meio de novos métodos

e técnicas da engenharia industrial.

O pensamento central desta escola pode ser resumido na afirmação de que alguém será um bom administrador á medida que planejar cuidadosamente seus passos, que organizar e coordenar racionalmente as atividades de seus subordinados e que souber comandar e controlar tais atividades (MOTTA, 1998, p. 3).

Em virtude de seu objetivo que era a máxima produção a mínimo custo, para

Ferreira (2002), Taylor sentiu necessidade de aplicar métodos científicos na

administração. E por isto ele definiu alguns princípios gerais da administração, são

eles:

• Seleção Científica do Trabalhador;

• Tempo-padrão;

• Plano de incentivo salarial;

• Trabalho em conjunto;

• Gerentes planejam, operários executam;

• Divisão do trabalho;

• Supervisão;

• Ênfase na eficiência.

De acordo com Certo (2003), depois da Segunda Guerra Mundial, os EUA

voltaram a se interessar na parte de produção e vendas, pois viram o êxito dos

grupos de PO nas forças armadas. Em virtude disto, os administradores ficaram com

vontade de experimentar as técnicas da ciência da administração em um ambiente

industrial. Depois, no ano de 1955, a ciência da administração mostrou-se muito

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26

eficaz na resolução de problemas industriais. Em 1965, ela já estava sendo usada

em várias empresas, e no ano de 1980, ela passou a ser usada também nas

empresas grandes.

2.1.2 Funções do Administrador

De acordo com Maximiano (2000), na época em que os humanos eram

primitivos, existiam expedições para caça de grandes animais, algo impraticável

para uma única pessoa, então eles faziam o serviço em grupo, pois precisavam de

planejamento, divisão de trabalho e determinação do local para acampamento, ou

seja, provavelmente eles tinham um líder, o qual era um ancestral dos gerentes de

hoje.

“Para Schumpeter a tarefa do empreendedor é a destruição criativa”.

“Segundo Drucher, o empreendedor sempre está buscando a mudança, reage a ela

e a explora como sendo uma oportunidade”. “Ele é capaz de conviver com os riscos

e incertezas envolvidos nas decisões. Ele inova. Contudo, seu espírito

empreendedor não é uma característica de personalidade” (FERREIRA, 2002, p.

181).

Administrador de empresa, para Ferreira (2002), é uma denominação

genérica a qual raramente é encontrado no plano de cargos e salários das

organizações. Pois para a organização ele pode ser um analista ou gerente, além de

poder trabalhar em varias áreas diferentes, como nas finanças, recursos humanos,

marketing entre outros.

Para Maximiano (2000), a tarefa do administrador é tomar decisões de

acordo com o objetivo da organização e em cima dos recursos disponíveis. Estas

decisões são classificadas em quatro tipos: planejamento, organização, direção e

controle.

[...] para que exista uma organização formal, é preciso que exista objetivo, divisão do trabalho, fonte de autoridade e relações (entre as pessoas e grupos). Cabe ao administrador fazer com que isso fique explicitado de modo a viabilizar o funcionamento eficaz e eficiente da organização (LACOMBE; HEILBORN, 2003, p. 42).

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27

Qualquer grupo de trabalho, com um objetivo em comum, para ter um

melhor desenvolvimento tem que ter um líder, alguém que organize as coisas,

controle a equipe, o dinheiro, verifique o cumprimento dos objetivos da empresa e

desenvolva um planejamento direcionando a equipe para que juntos alcancem o

melhor resultado.

2.1.3 Áreas da Administração

Conforme Chiavenato (2000) as áreas de administração são divididas em

cinco e cada uma delas exige uma especialização, são elas:

• Administração geral: Planejamento, organização, direção e controle.

• Administração da produção: edifícios e terrenos, máquinas,

equipamentos, instalações, matérias-primas, materiais e tecnologia de

produção.

• Administração Financeira: capital, fluxo de dinheiro, crédito, receita,

financiamentos e investimentos.

• Administração de Recursos Humanos: diretores, gerentes, chefes,

supervisores, funcionários, operários e técnicos.

• Administração Mercadológica: mercado de clientes, consumidores e

usuários.

Todas as empresas têm as cinco áreas da administração, embora as

pequenas empresas não tenham isto separado em setores, e nem pessoas que

trabalham em determinada área, mas sempre existirá pelo menos uma pessoa que

trabalhe em todas as áreas. Pois toda a empresa que pensa em ter um futuro,

precisa ter um planejamento, controle, finanças (como contas a pagar e receber,

fluxo de caixa, e outros) e, se existir pelo menos um funcionário, tem que ter

recursos humanos, pois tem que contratar esta pessoa, pagá-la, saber se ela está

trabalhando dentro das leis do trabalho e do sindicato, e se um dia sair, fazer a

rescisão desta pessoa corretamente. E por último a mercadológica, pois existem os

clientes, fornecedores, o marketing, entre outros.

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2.2 Administração Financeira

Gitman (2004) define administração financeira como a arte de administrar

fundos. Pois as pessoas e as empresas obtêm receita ou levantam fundos, gastam

ou investem. As finanças ocupam-se de todos os processos e instrumentos

envolvidos, na transparência de fundos entre pessoas, organizações e governo.

Para Ross e Westerfield (2000) a administração financeira surge na vida de

uma pessoa quando ela vai montar seu próprio negócio, pois ela terá que pensar

nas seguintes perguntas:

• Que investimentos serão feitos em longo prazo? Qual ramo de

atividade iria atuar? E que espécies de instalações, máquinas e

equipamentos serão necessários?

• Onde será obtido o financiamento de longo prazo para custear os

investimentos? Terá sócios ou irá fazer um empréstimo?

• Como serão as suas atividades no dia-a-dia? Como será cobrado de

seus clientes e realizado o pagamento de seus fornecedores?

Ross e Westerfield (2002) também ressalta a abertura de uma empresa, ele

diz que ao abri-la contratam-se administradores para comprar matéria prima, montar

uma equipe de trabalhadores para produzir e vender os produtos, investindo em

estoques, máquinas e mão de obra. Este dinheiro aplicado em ativos deve ser

contrabalançado pela quantia gerada por algum financiamento. E estas ações têm

que resultar em lucros para seus proprietários.

Para Ross e Westerfield (2000) as finanças são divididas em quatro áreas

principais:

• Finanças corporativas: Implica com tudo que seja relevante às

corporações (sociedades anônimas).

• Investimentos: Lida com ativos financeiros, tais como ações e

obrigações.

• Instituições Financeiras: São negócios que cuidam principalmente dos

assuntos financeiros. Como bancos, financeiras, companhias de

seguro, entre outros. Estas organizações contratam pessoas que

desempenham as tarefas relacionadas às finanças.

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• Finanças internacionais: É mais uma especialização do que uma área.

Para fazer carreira em finanças internacionais é preciso ter aspectos

internacionais, pois é necessário conhecer os investimentos e

instituições de companhias estrangeiras.

A administração financeira é uma área muito importante, pois é fundamental

ter um fluxo de caixa bem organizado, pagar as contas em dia, ter um bom cobrador

para receber suas contas, não que isso vai impedir a inadimplência, mas ela deve

ser reduzida ao máximo, afinal pagar tem que receber. Além disso, é importante ter

formas de adquirir dinheiro com o juro mais baixo que encontrar no mercado, pois a

maioria não tem dinheiro sobrando e precisa de capital de giro.

2.2.1 O objetivo da Administração Financeira

De acordo com Hoji (2010), o objetivo da administração financeira para as

empresas é maximizar seus lucros e, assim, aumentar a riqueza de seus

proprietários.

Conforme Sanvicente (1987), o proprietário de uma empresa tem que

entender de administração financeira para obter retorno sobre o investimento feito,

se possível, através do recebimento dos dividendos e com a liquidação de suas

ações a um preço superior a compra.

O papel fundamental da administração financeira “é o dos lucros e

dividendos futuros. Assim, ao ser transacionada, uma ação é avaliada pelo que

promete em termos de recebimentos futuros efetivos” (SANVICENTE, 1987, p.22).

Para Silva (2006), o papel da Administração financeira já depende do

tamanho da empresa. Pois, em empresas de pequeno porte, não existe um

responsável pelo gerenciamento das operações financeiras e sim uma pessoa que

seja responsável por várias funções. Esta área fica atribuída entre o proprietário e a

contabilidade.

Já nas empresas de grande porte há separação dos serviços entre finanças

e controladoria. As funções financeiras de uma empresa são divididas em três:

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• Desconto de duplicatas nos bancos e obtenção de empréstimo em

curto prazo;

• Operações como duplicatas a receber, estoques e contas a pagar

aos fornecedores;

• As decisões de investimentos, de financiamentos e os pagamentos

de dividendos.

A parte principal das funções financeiras, ou seja, as que dão lucros se

dividem em:

• Épocas de retorno (timing);

• Fluxos de caixa para acionista;

• Risco de projetos;

• Potencial de retorno;

• Horizonte de perspectivas.

O objetivo do administrador financeiro é não perder dinheiro. Ele deve saber

aplicar o dinheiro, comprar as coisas certas, pesquisar no mercado, para saber onde

investir, onde pegar dinheiro emprestado, que tipo de empréstimo, um normal para

capital de giro, ou um desconto de cheque. Quando fizer um investimento maior na

empresa, saber se este investimento terá retorno futuro ou não, se será a curto ou

longo prazo, pois uma empresa que perde dinheiro, não irá durar muito tempo no

mercado.

2.2.2 Sistema Financeiro Nacional

“O Sistema Financeiro Nacional pode ser definido como o conjunto de

instituições e órgãos que regulam, fiscalizam e executam as operações relativas à

circulação da moeda e do crédito” (FERREIRA, 2010).

Sistema financeiro é “um conjunto de instituições que se dedicam, de

alguma forma, ao trabalho de propiciar condições satisfatórias para a manutenção

de um fluxo de recursos entre poupadores e investidores” (FORTUNA, 2005).

Instituições financeiras são empresas intermediárias que promovem a

canalização de poupança para aplicações ou empréstimos. Muitas destas empresas

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pagam juros pelos fundos nelas depositados, outras prestam serviço em troca de

tarifas (GITMAN, 2004).

Os empréstimos de moedas existem desde a antiguidade. “Essas

operações, feitas em lugares públicos, eram feitas em bancas utilizadas para expor

as moedas, daí surgiu o termo banco” (SILVA; GUIMARÃES, 2003, p.549).

A intermediação financeira, ou seja, a nossa taxa de juros, assim como

muitas outras taxas se forma através da taxa selic, que foi apurada no movimento de

31 de maio de 2011 no valor de 11,92 (BACEN, 2011).

A taxa selic, o instrumento primário de política monetária do Copom, é a taxa de juros média que incide sobre os financiamentos diários com prazo de um dia útil (overnight) lastreados por títulos públicos registrados no Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic). O Copom estabelece a meta para a taxa Selic, e cabe à mesa de operações do mercado aberto do Banco Central manter a taxa Selic diária próxima à meta. Ela foi criada em 1979 para tornar mais transparente e segura a negociação de títulos públicos (VEJA). De acordo com Freitas (2009) o estudo feito pelo Instituto de Pesquisa

Econômica Aplicada (IPEA), comprovou que as agências bancárias tiveram uma

queda de 8,4% em 17 anos. O número de agências passou de 19.996 para 18.308,

ou seja, 1.688 agências fecharam.

O número de cooperativas cresceu 111% nos últimos 19 anos, conforme o

site da OCB. A seguir gráfico do crescimento, do ano de 1990 a 2010.

GRÁFICO 01: Crescimento das cooperativas no Brasil desde o ano de 1990.

FONTE: Site Organização das Cooperativas Brasileiras - OCB.

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Para uma melhor explicação do crescimento das cooperativas de crédito no

país, a seguir gráfico que consta o crescimento das cooperativas de crédito do ano

de 1940 a 2007, e depois uma queda nos últimos quatro anos.

GRÁFICO 02: Crescimento das cooperativas de crédito no Brasil desde o ano de 1940.

FONTE: Site do Banco Central / Notícias – Portal do cooperativismo de crédito.

Para comprovar que os bancos estão diminuindo, segue abaixo planilha

retirada do site do Banco Central.

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Tipo 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006

Banco Múltiplo 210 205 194 180 174 169 164 153 143 141 139 138 137

Banco Comercial 34 35 38 36 28 25 28 28 23 23 24 22 21

Banco de

Desenvolvimento 6 6 6 6 6 5 5 4 4 4 4 4 4

Caixa Ecônomica 2 2 2 2 2 1 1 1 1 1 1 1 1

Banco de

Investimento 17 17 23 22 22 21 19 20 23 21 21 20 18

Sociedade de CFI 42 43 48 49 44 42 43 42 46 47 46 50 51

Sociedade Corretora

de TVM 240 227 219 202 194 193 187 177 161 147 139 133 116

Sociedade Corret.

de Cambio 47 48 39 37 39 39 41 43 42 43 47 45 48

Sociedade Distrib.

de TVM 376 333 283 238 210 190 177 159 151 146 138 134 133

Soc Arrendamento

Mercantil 77 80 75 80 83 81 78 72 65 58 51 45 41

SCI e APE 27 23 22 22 21 19 18 18 18 18 18 18 18

Companhia

Hipotecária - - 3 3 4 6 7 7 6 6 6 6 6

Agência de Fomento - - - - 3 5 8 9 10 11 12 12 12

1º Sub-total 1078 1019 952 877 830 796 776 733 693 666 646 628 606

Cooperativa de

Crédito 946 980 1018 1120 1198 1253 1311 1379 1430 1454 1436 1439 1452

SCM - - - - - 4 11 23 37 49 51 55 56

2º Sub-total 2024 1999 1970 1997 2028 2053 2098 2135 2160 2169 2133 2122 2114

Administradora de

Consórcio 490 462 446 433 422 406 407 399 376 365 364 342 333

Total 2514 2461 2416 2430 2450 2459 2505 2534 2536 2534 2497 2464 2447

TABELA 01: Crescimento das cooperativas e bancos no Brasil.

FONTE: Site do Banco Central.

Conforme Benetti (2011) jornalista do Diário Catarinense, as 262

cooperativas catarinenses faturaram R$ 12,5 bilhões no ano de 2010, um

crescimento de 10,5% frente ao ano anterior. E no final do mesmo ano, as

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cooperativas tinham um total de 34.521 funcionários e conseguiram arrecadar R$

670,9 milhões de impostos, 22,8% a mais que o ano de 2009.

Segue abaixo gráfico dos Estados com maior quantidade de associados à

cooperativa de crédito.

GRÁFICO 03: Estados com maior quantidade de associados.

Fonte: Site Notícias – Portal do Cooperativismo de Crédito.

De acordo com Fortuna (2005), na Europa, as cooperativas de crédito

existem a mais de 100 anos e entre os 20 maiores bancos do mundo, três deles

nasceram de uma cooperativa.

2.2.3 A história do Cooperativismo

Conforme Holyoake (2000), a primeira cooperativa surgiu em 24 de outubro

de 1844, na cidade inglesa de Rochdale, sob o titulo “Rochdale Society of Equilitable

Pioneers”, tratava-se de uma união de 28 tecelões.

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Em 21 de dezembro de 1844, os pioneiros inauguraram as operações. Uma

inauguração extraordinária, com muitos sorrisos (HOLYOAKE, 2000).

Em 1855, ocorreu uma reunião dos cooperados em Rochdale, na qual foram

determinados os seguintes princípios:

1º- A sociedade humana é um corpo formado por membros que têm os mesmos interesses. 2º - Os trabalhadores não são rivaes, mas sim companheiros de trabalho. 3º - O mecanismo de intercambio deve ser governado pelo princípio de justiça e não pelo do egoísmo (HOLYOAKE, 2000, pag. 61). Em 1857, o armazém tinha registrado 1850 sócios, um bom aumento para

uma empresa que tinha apenas 28 sócios seis anos antes.

Para Ricciardi e Lemos (2000), Roberto Mangabeira Unger, economista

brasileiro e professor da Universidade de Harvard, ao dar conselhos sobre a

recuperação e a destruição do Brasil, disse que a cooperação é “o que causa o

crescimento econômico no médio prazo”.

Uma das características das cooperativas é a dupla natureza, no mesmo

momento que é uma associação de pessoas, também é uma empresa econômica. O

equilíbrio entre os outros depende do êxito de cada cooperativa (RICCIARDI;

LEMOS, 2000).

Em setembro de 1995, na Inglaterra, foram estabelecidos os Princípios

Básicos do Cooperativismo: adesão livre e voluntária; controle democrático;

participação econômica do sócio; autonomia e independência; educação,

treinamento e informação; cooperação entre cooperativas; preocupação com a

comunidade (RICCIARDI; LEMOS, 2000).

O símbolo do cooperativismo é o pinheiro, pois significa imortalidade e

fecundidade, e os dois juntos, no caso do cooperativismo, significam a coesão e a

união, ideais elevados, procurando a perfeição (RICCIARDI; LEMOS, 2000).

Segue abaixo o símbolo do cooperativismo:

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FIGURA 01: O Símbolo do cooperativismo.

FONTE: Site Coopcultural.

2.2.3.1 Diferença entre Cooperativas de Crédito e Bancos

Cooperativas de crédito e bancos fazem parte do sistema nacional. A

diferença está que os bancos visam lucro, o qual é dividido entre o proprietário e os

banqueiros, ao contrário, as cooperativas não visam lucro, quando existem sobras,

estas são divididas entre os associados proporcionalmente de acordo com o valor de

sua cota de capitalização.

Como conseqüência, os bancos têm um limite maior de crédito, dependendo

da renda e da garantia da pessoa. Também liberam créditos com mais facilidade, os

talões de cheques podem ser retirados no caixa eletrônico, muitas vezes os limites

de créditos podem ser aumentados através do caixa eletrônico ou internet. Enquanto

nas cooperativas, por serem empresas sem lucros, deve-se estimular um limite de

crédito menor para os cooperados. Na maioria das cooperativas, o limite de cheque

especial, por exemplo, é no máximo R$ 5.000,00 ou R$ 10.000,00. Na hora de

aprovar um crédito, também é mais restrito, pois se uma cooperativa passa a ter

muita inadimplência, irá prejudicar diretamente no bolso dos associados.

Quando uma pessoa abre conta numa cooperativa, ela entra como sócia e

não como cliente. As contas são abertas com um determinado valor de entrada, que

variam de R$ 24,00 à R$ 200,00, de acordo com a exigência de cada cooperativa,

contribuindo com um plano mensal de cotas, que seria no valor mínimo de R$ 15,00

(dependendo de cada cooperativa e do objetivo de cada cliente), não cobrando

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37

manutenção de conta. As cotas debitadas mensalmente são somadas com o

dinheiro dado na abertura da conta. Este valor rende juros uma vez por ano,

normalmente gerando um lucro maior que a poupança e servindo de garantia caso

precise de algum serviço. Ao se desvincular da cooperativa, o cooperado recebe

este dinheiro de volta e com juros corrigidos em cima das sobras anuais. Com

exceção das contas poupanças, é obrigatório o plano de cotas.

De acordo com Kafruni (2011), os cooperados da Cooperativa de Economia

e Crédito Mútuo dos Empresários de Transporte de SC (Transpocred),

economizaram R$ 4 milhões no ano de 2010 apenas pelo fato de não pagarem juros

e tarifas bancárias. O número de cooperados desta cooperativa aumentou de 1.104

para 1.560 em um ano, ou seja, um aumento de 41%.

2.3 Taxas e Tarifas

Esta seção versará sobre as taxas e tarifas cobradas do mercado,

apresentando a sua origem, evolução, conceito, e por último a sua classificação.

2.3.1 Origem das Taxas e Tarifas

Foi determinado no art. 30 da Constituição de 1946, a competência das

pessoas políticas, instituindo os seguintes tributos: “I – contribuições de melhoria”. “II

– taxas” e “III – quaisquer outras receitas que possam provir do exercício de suas

atribuições e da utilização de seus bens e serviços” (FERREIRA, 2001, p.783).

O inciso III possibilitou à lei criar e nominar qualquer tributo que julgasse

necessário. E o governo passou a abusar desta liberdade (FERREIRA, 2001).

O Estado, visando os fins que lhe são próprios, busca recursos financeiros

em sua população. Utiliza o direito para obrigar o contribuinte entregar-lhe uma parte

de seu patrimônio (FERREIRA, 2001).

O arrocho tarifário se inicia em 1976. Após o primeiro choque do petróleo, a inflação pula de patamar, passando de 20% anuais, em 1974, para a casa

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dos 40%, em 1976. O governo, então, começa a usar as tarifas públicas como um instrumento de combate à inflação, expediente utilizado no decorrer dos vinte anos que se seguiram (DIEESE, 1998).

Segundo o Banco Central, a cobrança de uma nova tarifa ou o aumento da

já existente, deve ser informada ao cliente com trinta dias de antecedência. O

Código de Defesa do Consumidor permite apenas o reajuste das tarifas de acordo

com o contrato assinado pelo cliente e não o aumento ou a mudança dela (IDEC,

CNB et al DIEESE, 2002).

2.3.2 Evolução das Taxas e Tarifas

De acordo com Feijó (2004), as tarifas estão aumentando muito com o

passar dos anos. No ano de 1994, os bancos arrecadaram com a cobrança de tarifa

uma média de 26% do que gastaram com folhas de pagamento dos bancários, e no

ano de 2004, esta porcentagem chegou a ultrapassar 100% em algumas

instituições.

Para Feijó (2004) a maioria dos assalariados utiliza os serviços bancários,

pois recebem sua folha de pagamento em alguma destas instituições, sendo que os

valores cobrados por estas instituições, assim como o aumento das tarifas, afetam o

rendimento dos trabalhadores e em virtude deste fato mais tarde pode-se virar um

problema sindical.

A cobrança de tarifas bancárias aumentou depois do Plano Real (1994), com

a redução e estabilização da taxa de inflação. Antes, a maior parte dos serviços

bancários era gratuito. Por outro lado, os bancos tinham uma fonte de renda

decorrente das receitas inflacionárias (floating). Com a redução da inflação, essas

instituições passaram a desenvolver novas estratégias de mercado em substituição

ao floating (DIEESE, 2008).

Cada banco monta uma série de pacotes com serviços, e cada um custa um

determinado valor. Muitas das pessoas que possuem conta corrente em alguma

Instituição nem sabem quanto pagam pela tarifa. O ideal seria elas analisararem de

forma mais criteriosa seus extratos, para saberem os serviços que mais utilizam, e

assim optarem por um pacote que melhor lhes atenda (FEBRABAN, 2008).

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Conforme Mantega (2011), o governo anunciou no dia (07/04/11) o aumento

de IOF de 1,5% para 3%, como medida para controle da inflação. Ou seja, um carro

no valor de R$ 25.000,00, financiado em 60 meses a uma taxa de 1,8% ao mês,

antes custaria um total de R$ 41.704,20 e agora com o aumento do IOF vai para R$

43.320,40, um aumento de R$ 616,20.

2.3.3 Conceito de Taxas e Tarifas

“Tarifa é a remuneração do banco por um serviço que prestou ao cliente. A

taxa, estabelecida pelo Banco Central, é paga para remunerar um determinado

serviço público, podendo ser cobrada do cliente” apenas nos casos de devolução de

cheque pelo sistema de compensação e na solicitação de exclusão de seu CCF

(Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundos) (IGF, 2007).

Em quase todas as aplicações, a taxa geralmente é expressa em

porcentagem, como, por exemplo: taxa de juro, taxa de crescimento demográfico,

taxa de dispersão etc. (HOJI, 2010).

Normalmente, as instituições praticam taxas diferentes para alguns clientes,

acima ou abaixo da taxa média. Certos fatores como o prazo, o valor e as garantias

oferecidas, explicam as diferenças entre as taxas de juros cobradas (BACEN, 2010).

Para Hoji (2010), existem dois tipos de taxas: as fixas e as flutuantes. As

fixas são divididas em prefixada e pós-fixada. Prefixada é determinada no ato da

contratação, e pós-fixada é calculada após o reajuste da base do cálculo. E as

flutuantes, também conhecidas como variáveis, variam o valor a cada período de

capitalização, ou seja, elas mudam com base em alguma taxa referencial.

Conforme Martins e Neto (1986), as taxas também são divididas em nominal

e proporcional. A nominal é a taxa de juros contratada ou declarada, numa operação

financeira. Ela não corresponde à taxa efetiva da operação e normalmente é inferior

na decisão de um crédito, em razão de outras obrigações como comissões, IOF,

entre outros. E a taxa proporcional faz parte do sistema de capitalização linear,

também conhecida como juro simples. Assim duas taxas expressas em unidades

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são detidas como proporcionais quando enunciam valores iguais numa mesma

unidade de tempo.

Entre as taxas, também existe a taxa de câmbio que “é o mercado no qual a

moeda de um país é trocada pela moeda de um outro país. A maior parte das

transações envolve algumas poucas moedas” (ROSS; WESTERFIELD, 2002, p.

699).

2.3.4 Diferença entre taxas e tarifas

Para Fernandes (1995), a palavra taxa significa: “regulamento para o preço

de mercadorias; preço legal; imposto; tributo; razão do juro; (bras.) multa sob a

forma de selo, imposta à carta postada sem selo ou com selo insuficiente”.

E a palavra tarifa para Fernandes (1995) significa: “Pauta de direitos

alfandegários; pauta de preços de transporte em caminhos de ferro; registro do valor

especial de um gênero”.

Para Barbosa (2002), enquanto a taxa decorre da lei, sendo impostas às

pessoas, a tarifa é fixada através de contrato com o cliente, podendo ser cobrada

pela prestação efetiva do serviço.

Entre alguns exemplos de tarifas, cita-se a manutenção de conta, a

mensalidade fixa de telefone, entre outros serviços.

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3 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA DE CAMPO

Esta seção refere-se à empresa ACREDICOOP, sua história, evolução,

missão, valores, o seu organograma, assim como a foto da sede da empresa,

localizada na cidade de Blumenau.

Esta é reservada para a demonstração dos resultados do trabalho, iniciando

pela caracterização da empresa/organização, apresentação dos resultados e

conclusões, respondendo aos objetivos propostos.

3.1 Caracterização da empresa

A cooperativa de Crédito dos Empregados em Empresas Têxteis –

ACREDICOOP, é continuação da CREDITÊXTIL, que nasceu em julho de 1999, ela

mudou o nome fantasia no final do ano de 2010, em razão de a empresa estar

trabalhando com qualquer tipo de público e não apenas empregados de empresas

têxteis, como era o foco na sua inauguração.

O antigo nome passava uma idéia errada para as pessoas, que acreditavam

que para abrir conta na cooperativa deveriam trabalhar numa empresa têxtil. O

resultado disto, era a perda de algumas aberturas de contas.

Hoje a empresa conta com oito postos de atendimento, com média de seis a

oito funcionários cada, com exceção da Sede que fica em Blumenau. A sede em

Blumenau está localizada no andar superior de uma das três agências de

atendimento, onde trabalham mais de dez funcionários. Todas as atividades dos

postos de atendimento são centralizadas nesta sede, inclusive os arquivos, a

contabilidade, as análises das maiores operações de crédito que são feitas nos

postos de atendimento.

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FOTO 01: Sede da ACREDICOOP – Blumenau.

FONTE: Site da empresa.

Nos bancos os clientes têm seu gerente de conta, e cada funcionário é

específico para uma função, como o gerente, subgerente, as pessoas responsáveis

pela abertura de conta física, outras de contas jurídicas, outras pessoas cuidam da

parte do empréstimo, ou seja, quando um cliente vai ao banco, ele é direcionado

direto à mesa que resolverá o seu problema.

Na cooperativa, o atendimento é um pouco diferente, pois os funcionários

não têm uma única função, quem trabalha no atendimento faz todas as funções,

como abertura de conta, empréstimos, seguros, entre outros serviços. Ou seja,

quando um cooperado se dirige a um posto de atendimento para comprar ou tirar

dúvidas de um determinado serviço, ele pode se direcionar a qualquer mesa, e

resolverá seus problemas sem passar para outra pessoa, o máximo que pode

ocorrer é o funcionário solicitar o auxílio de outro para esclarecer alguma

informação.

Seguindo a mesma linha, o funcionário que trabalha no caixa, quando

necessário, também ajuda no atendimento, ou seja, todos os funcionários têm que

saber todas as funções dentro da cooperativa, ambos têm metas de vendas, e em

caso de duvidas, todos cooperam.

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3.1.1 Missão da Empresa

Promover o desenvolvimento econômico e social dos seus cooperados,

através da prestação de serviços financeiros, com qualidade e custos baixos,

orientada pelos princípios cooperativistas.

3.1.2 Visão da Empresa

Ser reconhecida pela comunidade onde atua como a melhor escolha de

soluções financeiras, com excelência no atendimento, qualidade e segurança.

3.1.3 Organograma da Empresa

A seguir, o fluxograma da empresa ACREDICOOP, contando com a

Assembléia Geral, Sede e os postos de atendimento.

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ORGANOGRAMA DA ACREDICOOP

FIGURA 02: Organograma funcional da ACREDICOOP.

FONTE: Documentos internos ACREDICOOP.

3.1.4 Principais serviços e/ou produtos

Entre os principais serviços e/ou produtos vendidos, estão a abertura de

contas, empréstimos, cartões de crédito, talões de cheques, desconto de cheques e

títulos, limite de cheque especial, aplicações, entre outros serviços.

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3.1.4.1 Clientes

Seus clientes são de todas as idades, focando mais em pessoas que

trabalham em empresas vinculadas a cooperativas, onde recebem seus salários; em

aposentados, que precisam de um empréstimo de valores menores; e no micro

empresários.

De acordo, com os dados passados por e-mail no mês de maio de 2011 por

Fabrício Ricardo de Almeida, coordenador do posto de Joinville da ACREDICOOP, a

cooperativa contava com 16.800 cooperados.

Como as cooperativas trabalham com limites bem menores que os bancos,

elas não focam nos grandes empresários, pois esse tipo de cliente quer um limite

maior que uma cooperativa costuma estabelecer. Além disto, o banco é mais

flexível, pois a cooperativa define a taxa igual para todos os clientes, a tabela das

cooperativas tem taxas diferenciadas apenas para o tipo de serviço e a quantidade

(valor) de cotas que tem na cooperativa. Já os bancos têm uma tabela para os

clientes, mas se uma empresa movimenta milhões, o banco é mais flexível, podendo

não só liberar um empréstimo com valores mais altos que as cooperativas, quanto

podem fazer uma taxa de juros especial para este cliente em particular.

3.1.4.2 Concorrentes

De acordo com Francisco (1995), a palavra concorrente significa “que

concorre; que faz concorrência; que tende a encontrar-se; pessoa que concorre;

candidato; competidor; rival”.

Para Fiúza (2007), é necessário saber o perfil da concorrência, sua

estratégia e modo operacional, saber prever os lançamentos de novos produtos

feitos pelos concorrentes, analisar o perfil não só dos clientes, como também dos

concorrentes.

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As concorrentes das cooperativas são as instituições bancárias, as outras

cooperativas, financeiras que fazem descontos de cheques e empréstimos, e até loja

de departamentos, que já trabalham com empréstimos para seus clientes.

3.2 Aplicação do Questionário

Conforme identificado no item 1.3.2 desta pesquisa, foi aplicado os

questionários em parte, cujos dados não estavam no site do Bacen, sendo

interrogados apenas os gerentes ou funcionários qualificados destas determinadas

Instituições Bancárias e Cooperativas de Crédito.

Foram entregues a estes funcionários por e-mail ou pessoalmente pela

acadêmica, os questionários com 41 questões elaboradas para esta pesquisa.

O resultado dos dados foi obtido com o auxílio do programa Excel, pois

como foram apenas dez questionários, não foi necessária a ajuda de um programa

mais sofisticado.

O questionário aplicado e os gráficos do resultado analisado estão

disponíveis no Apêndice I e no próximo item, respectivamente.

3.3 Resultado da Pesquisa

Foi estudado e questionado 41 produtos/serviços das cooperativas e

instituições bancárias, mas apenas 12 foram transferidos para gráficos, para uma

melhor explicação.

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3.3.1 Manutenção de conta corrente ativa

O primeiro dado a ser comparado entre os preços praticados por instituições

bancárias e cooperativas de crédito é realizado a partir dos valores cobrados para

manutenção de conta corrente ativa. O gráfico ilustra visualmente os resultados da

análise comparativa.

GRÁFICO 04: Cooperativas X Bancos: manutenção de conta corrente ativa (Valores em R$).

FONTE: Autora.

O valor que corresponde à manutenção de contas das cooperativas é zero

porque as cotas que são debitadas mensalmente das contas dos correntistas não

são consideradas como manutenção de conta, em virtude de que o dinheiro retorna

à pessoa no fechamento de sua conta corrente e acrescido de juros. As

cooperativas não tem tarifa de manutenção de conta, enquanto os bancos cobram

de R$ 12,50 à R$ 55,00 mensais. Constata-se que as cooperativas cobram valores

menores que os bancos em relação à manutenção de conta.

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3.3.2 Exclusão do cadastro de emitentes de cheques sem fundo (CCF)

O segundo dado a ser comparado entre os preços praticados por instituições

bancárias e cooperativas é a exclusão do cadastro de emitentes de cheques sem

fundos, conhecido como CCF.

Isto ocorre quando o cheque do correntista volta da CC, seja pela segunda

vez em razão de não ter saldo na conta, por rasuras ou outros motivos. Após uma

semana ele entra no Serasa, e para regularizar este cheque, o correntista tem que

pegá-lo com seu cliente e se encaminhar ao posto de atendimento para dar baixa no

CCF. Para dar baixa no cheque e ficar com o nome limpo é necessário pagar a taxa

de CCF.

Uma parte deste valor vai para o Serasa e a outra para instituição. O valor

pago ao Serasa dependerá da instituição, alguns pagam mais e outros menos,

dependendo do plano que a instituição tem com a empresa.

GRÁFICO 05: Cooperativas X Bancos: exclusão do cadastro de emitentes de cheques sem fundos - CCF

(Valores em R$).

FONTE: Autora.

Os bancos maiores conseguem taxas menores em virtude de um melhor

plano com o Serasa, pagando um valor menor por cada baixa de cheque. Eles

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podem optar por ganhar um bom lucro em cima, ou tentar conquistar o cliente com

este diferencial. O gráfico mostra valores semelhantes entre as cooperativas,

variando de R$ 33,00 à R$ 35,00, enquanto os bancos cobram entre R$ 6,82 e R$

49,00 por cheque sem fundo.

3.3.3 Fornecimento de folhas de cheques

O terceiro dado a ser comparado entre os preços praticados por instituições

bancárias e cooperativas é o fornecimento de folhas de cheques mensais.

GRÁFICO 06: Cooperativas X Bancos: fornecimento de folhas de cheque (Valores em R$). FONTE: Autora.

Nenhuma instituição cobra o primeiro talão de cheques do mês. As cooperativas fornecem gratuitam ente um talão de 10 folhas mensais (com excessão de alguns clientes que tem talões de 20 folhas) e as instituições bancárias fornecem talões de 20 gratuitamente. Durante a pesquisa um banco informou não cobrar pelo segundo ou terceiro talão que o cliente venha a precisar, até porque se não for um bom cliente, não seria liberado talão a ele. Conforme o gráfico, as cooperativas cobram a partir do segundo talão um

valor de R$ 0,60 à R$ 1,50 por folha. Enquanto que os bancos oscilam da isenção

até R$ 2,00 por folha de cheque.

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O valor mais alto cobrado por uma das instituições, foi em virtude de um

serviço diferenciado, no lugar do cliente pegar talão de cheque no caixa eletrônico

ou no atendimento interno, este recebe pelo correio, ou seja, é cobrado um valor por

cada folha cheque, mais uma taxa de entrega, a qual foi dividida pelas 20 folhas de

cheques.

3.3.4 Cheque administrativo

O quarto dado a ser comparado entre os preços praticados por instituições

bancárias e cooperativas é o cheque administrativo.

GRÁFICO 07: Cooperativas X Bancos: cheque administrativo (Valores em R$). FONTE: Autora.

Este serviço é pouco utilizado pelas pessoas. Ocorre mais na compra de um

bem, quando o correntista se dirige até ao lugar onde tem conta e solicita um

cheque administrativo para efetuar o pagamento para seu cliente. Este cheque

significa que o gerente confirmou o saldo da conta do correntista antes de entrega-

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lo. Conforme o gráfico, as cooperativas trabalham com taxas de R$ 7,50 à R$ 20,00

e os bancos oscilam entre a isenção até R$ 24,50 por cheque.

3.3.5 Transferência por meio de DOC/TED

O quinto dado a ser comparado entre os preços praticados por instituições

bancárias e cooperativas de crédito é a transferência por meio de DOC/TED, ou

seja, quando o correntista quer transferir o dinheiro de sua conta para uma outra

instituição.

GRÁFICO 08: Cooperativas X Bancos: transferência por meio de doc/ted (Valores em R$). FONTE: Autora.

Muitos correntistas usam este método, em virtude de não ser seguro sacar

um valor alto da conta, para entregar a outra pessoa ou depositar em outra

instituição e correr o risco de ser roubado no meio do caminho. Para esse serviço,

correntista paga uma taxa, porém o dinheiro é transferido em segurança. Se for um

doc (valores menores de R$ 3.000,00 nas cooperativas e R$ 5.000,00 nas

instituições bancárias), demora 24 horas para entrar na conta depositada, mas se for

um ted (valor acima do usado por doc), entra dentro de uma hora. Conforme gráfico,

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as cooperativas cobram de R$ 7,00 à 14,00 e os bancos de R$ 7,80 à 13,50 por

transferência.

3.3.6 Concessão de adiantamento a depositante

O sexto dado a ser comparado entre os preços praticados por instituições

bancárias e cooperativas de crédito é a concessão de adiantamento ao depositante.

Isto ocorre quando um correntista não tem saldo nem limite disponível na conta para

cobrir um débito, como uma fatura de cartão de crédito, uma folha de cheque, um

boleto em débito automático, entre outros serviços. E, como conseqüência, se for

um bom cliente ou cooperado, a instituição empresta este dinheiro para cobrir o

determinado débito.

GRÁFICO 09: Cooperativas X Bancos: concessão de adiantamento a depositante (Valores em R$). FONTE: Autora.

O gráfico mostra que a cooperativa cobra de R$ 11,00 à R$ 30,00, enquanto

que os bancos cobram de R$ 27,00 à R$ 49,00 por adiantamento.

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3.3.7 Atraso do pagamento do cartão de crédito

O sétimo dado a ser comparado entre os preços praticados por instituições

bancárias e cooperativas de crédito é a taxa de juros pelo atraso do pagamento do

cartão de crédito.

GRÁFICO 10: Cooperativas X Bancos: atraso do pagamento do cartão de crédito (Valores em %). FONTE: Autora.

A maioria das cooperativas não têm cobrança de juros do atraso do cartão

em razão do correntista não ter a possibilidade de pagar o cartão com atraso, pois

as faturas são debitadas automaticamente de suas contas na data de vencimento.

De acordo com o gráfico, as cooperativas oscilam desde a isenção até 5,5% a.m e

os bancos de 3 à 14% a.m. Cabe salientar que os cartões de créditos oferecidos por

algumas cooperativas são conveniados à uma instituição bancária, e por isto é

debitado a fatura da conta do cooperado no dia do vencimento da fatura, sem

possibilidades de parcelamento ou pagamento mínimo. Caso não tenha saldo nem

limite de conta corrente, o juros decorrentes do estouro da conta entra no gráfico 09

- Concessão de adiantamento à depositante, além da tarifa de estouro de conta.

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3.3.8 Alienação do bem móvel

O oitavo dado a ser comparado entre os preços praticados por instituições

bancárias e cooperativas de crédito é a alienação do bem móvel.

Isto ocorre de duas formas, quando o correntista pede um empréstimo

deixando como bem de garantia seu automóvel (o bem tem que está quitado e no

nome dele) e a outra possibilidade é quando o correntista compra um carro deixando

ele como garantia. Em ambos os casos é liberado apenas uma parte do bem em

garantia, equivalendo a uma porcentagem de 70% a 80% dele, em virtude de ser um

bem que se desvaloriza com o passar do tempo.

GRÁFICO 11: Cooperativas X Bancos: alienação do bem móvel (Valores em %).

FONTE: Autora.

As cooperativas fazem empréstimos para qualquer finalidade, deixando o

automóvel do correntista em garantia, mas a maioria das instituições bancárias não

trabalha com esta possibilidade, fazendo esta alienação apenas no ato da compra

do automóvel deixando o próprio alienado à instituição.

De acordo com o gráfico, as cooperativas cobram de 1,97% à 2,55% a.m.,

enquanto os bancos cobram de 1,6% à 4,1% a.m.

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A tarifa do ato do empréstimo não foi colocado em gráfico, pois a maioria

não possui. Apenas três instituições cobram esta tarifa, sendo duas cooperativas

(valores de R$ 97,04 e R$ 150,00) e um banco (valor de R$ 400,00).

3.3.9 Aditivo para substituição de alienação

O nono dado a ser comparado entre os preços praticados por instituições

bancárias e cooperativas de crédito é a substituição de alienação.

Isto ocorre muito em caso de alienação de automóvel, na qual o correntista

antes de terminar o empréstimo, resolve trocar de automóvel. Por ele estar alienado,

ele não consegue vendê-lo, nem trocá-lo. Então, antes de ele fazer a negociação,

ele vai até o banco ou cooperativa para negociar a troca, alienando seu futuro carro

no lugar do anterior.

GRÁFICO 12: Cooperativas X Bancos: aditivo para substituição de alienação (Valores em R$).

FONTE: Autora.

Apenas uma instituição bancária não cobra a taxa de subtituição de

alienação. Ou seja, um diferencial para com os clientes.

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Confome gráfico, as cooperativas cobram uma tarifa de R$ 28,00 a R$

150,00, e os bancos oscilam desde a isenção até R$ 700,00 por substituição.

3.3.1 Empréstimos no valor máximo de até R$ 2.000,00

O décimo dado a ser comparado entre os preços praticados por instituições

bancárias e cooperativas de crédito é o empréstimo no valor máximo de

R$ 2.000,00.

GRÁFICO 13: Cooperativas X Bancos: empréstimos até R$ 2.000,00 (Valores em %).

FONTE: Autora.

Neste caso, as cooperativas e alguns bancos trabalham com o microcrédito,

um serviço que é conciliado ao governo. O governo lançou este crédito para clientes

que precisam de pouco dinheiro, especialmente autônomos. É uma taxa especial,

bem mais baixa, e dependendo da finalidade do empréstimo, no caso de o

correntista querer aumentar seu negócio, a taxa especial se estende para

empréstimo com valores de até R$ 5.000,00.

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57

A alta taxa que apareceu em algumas instituições foi em decorrência de não

terem este serviço do governo.

De acordo com o gráfico, as cooperativas cobram de 1,45% à 2,6% a.m. e

os bancos cobram de 2% à 6,89% a.m.

3.3.11 Devolução de cheques

O décimo primeiro dado a ser comparado entre os preços praticados por

instituições bancárias e cooperativas de crédito é a devolução de cheques. Com

exceção da alínea 28 que é contra-ordem por furto e roubo, o restante gera uma

tarifa conforme gráfico abaixo.

GRÁFICO 14: Cooperativas X Bancos: devolução de cheques (Valores em R$).

FONTE: Autora.

Neste caso, as cooperativas não mostraram muita diferença de valores entre

elas, ao contrário das instituições bancárias.

Conforme gráfico, as cooperativas cobram de R$ 15,00 a R$ 17,85 por

cheque devolvido, e os bancos cobram de R$ 0,35 a R$ 43,00 por cheque devolvido.

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3.3.12 Limite de cheque especial

O décimo segundo dado a ser comparado entre os preços praticados por

instituições bancárias é o limite de cheque especial, o qual só é cobrado em caso de

uso, se o correntista tiver o limite e não usá-lo não paga nada por isto.

GRÁFICO 15: Cooperativas X Bancos: limite de cheque especial (Valores em %).

FONTE: Autora.

Neste caso, as cooperativas trabalham com juros semelhantes, ao contrário

das instuições bancárias. Enquanto as cooperativas cobram de 4% a 4,5% a.m, os

bancos cobram de 4,5% a 9,95% a.m. Constata-se que as cooperativas oferecem as

melhores opções a seus cooperados em relação ao limite de cheque especial, em

virtude de a maior taxa das cooperativas ficar abaixo da menor taxa cobrada por um

banco.

Além disso, existem tarifas que não foram colocadas no gráfico por serem

exceções. Este é o caso de duas cooperativas que ao fazerem um limite na conta do

cooperado debitam uma tarifa anual, uma cobra R$ 10,00 e a outra R$ 12,00 a.a.

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4 SUGESTÕES PARA EMPRESA

Os resultados obtidos na pesquisa servem como material de apoio para a

solução de problemas e elaboração de novas estratégias de crescimento, ou caso

queiram mudar alguma taxa e tarifa da empresa, para um valor maior ou menor após

comparar com a de suas concorrentes.

Para deixar suas taxas e tarifas ainda mais atrativas em comparação às

instituições bancárias, a empresa deveria pensar na possibilidade de retirar a tarifa

do limite de cheque especial, pois nenhum Banco a cobra. Outra opção, poderia ser

a redução da tarifa cobrada no ato do empréstimo, pois somente um Banco cobra

uma tarifa na abertura de empréstimo em casos de alienação de veículo, o restante

cobra apenas a taxa de juros.

Algo que não está entre os gráficos, mas foi observado é que nenhuma

instituição bancária entrega talões de cheques ou cartões pessoalmente, ao

contrário das cooperativas, em que essa é a única forma de entrega. Em virtude da

correria no dia-dia, a ACREDICOOP poderia avaliar a possibilidade de ter esta

opção por meio da Central de Atendimento Telefônico e da internet, seria cômodo

para os correntistas, e assim para as pessoas que tem dificuldades de comparecer

ao posto de atendimento, a sede poderia enviar o cartão ou o talão de cheques pelo

correio. Inclusive já há uma instituição bancária que encaminha estes documentos

desta forma. Assim, a cooperativa continuaria não liberando talões via caixa

eletrônico e, permaneceria protegida do risco de algum cooperado mal-intencionado

conseguir retirar um novo talão de cheque.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Comparando-se os valores praticados pelos bancos e cooperativas

participantes desta pesquisa, constata-se que há diferenças relevantes. A

cooperativa tem a maioria de suas taxas mais baixas comparado às instituições

bancárias. Isto se deve às peculiaridades de cada instituição, enquanto os bancos

são empresas que visam prioritariamente os lucros, as cooperativas são instituições

não bancárias, cujas ações são voltadas para o objetivo mútuo, em relação aos

associados.

Existem taxas e tarifas que as cooperativas não têm como diminuir o valor,

pois tanto elas quanto os bancos têm que se submeter às regras do Banco Central.

O correntista, antes de abrir a conta, deve verificar sua necessidade, e não

apenas se influenciar pelas taxas e tarifas. Ou seja, quais serviços utiliza, se é

funcionário, autônomo, microempresário, empresário de grande porte, etc.. Pois para

uma pessoa que tem uma conta, a qual utiliza apenas o cartão, 10 folhas de

cheques, e nem se quer costuma freqüentar o banco, a conta virtual seria uma ótima

opção.

No entanto, se a pessoa for universitária, a conta universitária que algumas

instituições bancárias trabalham seria uma boa opção.

Para grandes empresários pode ser mais vantajoso trabalhar com grandes

bancos, pois as cooperativas trabalham com taxas de juros iguais para todo mundo,

diferente dos bancos. Para uma empresa onde circula milhões, o banco disponibiliza

taxas diferenciadas, sem contar que os limites são maiores. No decorrer das

entrevistas, deparou-se com o cartão Black de uma determinada instituição

bancária, que tinha uma anuidade de R$ 600,00, porém com um diferencial, não

tinha limite, obviamente este cartão é para poucos, mas é um grande diferencial

para estes.

Por outro lado, se a pessoa tiver uma microempresa ou for autônoma, uma

boa opção pode ser a cooperativa de crédito. Pois não têm manutenção de conta,

fazem microcrédito para capital de giro ou para comprar uma máquina por um bom

preço. Ao contrário da maioria dos bancos que faz desconto de cheques apenas

para pessoa jurídica, as cooperativas também fazem para pessoa física. Essa é uma

ótima opção para quem recebe cheque de terceiros e simplesmente deixa-os

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guardado numa gaveta, resultando em dinheiro parado e correndo o risco de ser

roubado, muitas vezes precisando de dinheiro para pagar títulos ou salário de

funcionários.

O correntista tem que estar ciente de que cooperativas e bancos são

empresas distintas, enquanto num ele é cliente, no outro ele é sócio. Pois as

pessoas que abrem conta numa cooperativa têm uma mensalidade debitada de sua

conta, que se refere às cotas, sua participação como sócio. Este valor rende juros

uma vez por ano, no mês de março, que é referente ao lucro do ano anterior da

cooperativa, por isto ao fechar a conta este valor retorna a ele com os juros

acrescidos, em razão de que ele já ser mais sócio da cooperativa.

As cooperativas de crédito têm como objetivo um atendimento diferenciado.

Até pelo fato de serem empresas pequenas, muitos funcionários acabam gravando o

nome de muitos cooperados, às vezes até de algumas contas. E pelo simples fato

de um cooperado ser chamado pelo nome, ele torna-se especial. Mas embora seja

um assunto sempre discutido nas cooperativas, também é algo que depende muito

do empenho de cada funcionário.

Concluindo o estudo, acredita-se que possam surgir novas pesquisas sobre o

tema, tendo em vista que o número de pessoas que têm conta em alguma instituição

está aumentando consideravelmente, em virtude da facilidade de trabalhar com

cartões no lugar de dinheiro, usar um limite de cheque especial ou empréstimo no

caso de uma necessidade, guardar o dinheiro e ter algum lucro como resultado e

principalmente pelo fato de que está cada vez mais perigoso andar com dinheiro em

decorrência do aumento dos furtos e assaltos.

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APÊNDICES

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APÊNDICE I Questionário Aplicado

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FORMULÁRIO DE AVALIAÇÃO SOBRE TAXAS E TARIFAS COBRADAS NO MERCADO

Local Avaliado: Avaliador: Data: obs:

Lista de serviços Taxa (%) Tarifa (R$)

Confecção de cadastro para inicio de relacionamento

Pacote de serviços - manutenção de cc

2ª via de cartão de debito

Exlusão do cadastro de emitentes de cheques sem

fundos (CCF)

Contra-ordem (revogação)/oposição (sustação) de cheque

Fornecimento de folhas de cheque

Cheque administrativo

Saque de conta e depósitos á vista (Presencial)

Saque de conta e depósitos á vista e de poupança

(Terminal de auto-atendimento)

Depósito identificado

Fornecimento de extrato mensal de conta de depósitos à

vista e de poupança (presencial)

Fornecimento de extrato mensal de conta de depósitos à

vista e de poupança (Terminal)

Fornecimento de extrato de um período de conta de

depósito a vista e de poupança (presencial)

Fornecimento de extrato de um período de conta de

depósito a vista e de poupança (Terminal)

Fornecimento de cópia de microfilme ou assemelhado

Transferência por meio de DOC/TED

Transferência entre contas na própria instituição

Concessão de adiantamento a depositante

Anuidade de cartão de crédito Visa Nacional

Anuidade de cartão de crédito Visa Internacioanal

Anuidade de cartão de crédito Visa Gold

Anuidade de cartão de crédito Mastercard Nacional

Anuidade de cartão de crédito Mastercard Internacioanal

Anuidade de cartão de crédito Mastercard Gold

Anuidade de cartão de crédito (outros)

Atraso do pagamento do cartão, % por mês

Custodia de cheque (por documento)

Resgate de cheque de custódia (por documento)

Custodia de cheque descontado

Resgate de cheque descontado

Resgate de titulo descontado

Emissão de bordero e/ou titulo

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Cópia de cheque (microfilme)

Emissão de boleto de cobrança pré/impressa

Alienação bem móvel

Alienação bem imóvel

Aditivo para substituição de alienação

Empréstimos até R$ 2.000,00

Avaliação de garantia: aval

Devolução de cheque - por cheque (alinea diferente de 28)

Limite de cheque especial

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ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS

Rosimar Araujo Martins

Estagiária

Fabrício Ricardo de Almeida

Supervisor de campo

Dr. Ivanir Schroeder

Orientador de estágio

Profº Eduardo Krieger da Silva

Responsável pelos Estágios em Administração