Roteiro de Aula

Ciência e Senso Comum

Senso comum – formas de conhecimento que não passaram por sistematização – opiniões, crenças,

procedimentos tradicionais, representações coletivas, sabedorias de vida, etc.

Ciência – forma de conhecimento (conjunto de saberes) sobre o mundo – como as coisas

funcionam, de fato? Não admite formas de explicação tradicionais (senso comum e metafísica –

religião - ). Pautada por problemas – capacidade do homem de dominar os processos naturais e

expandir as suas limitações biológicas.

Conhecimento adquirido de forma sistematizada, a partir da observação empírica e controlada dos

fenômenos, que obedece a critérios de validade, lógica e sistematicidade, que pode ser testado,

verificado, comprovado e demonstrado de modo que possa ser aceito e validado.

Modelo científico

Ciências Naturais – fenômenos da natureza

Mundo Físico (Natureza)

Fatos – Fenômenos – dados empíricos – toda a experiência/conhecimento/saber que decorre

dos sentidos

Observação Sistemática – instrumentos de análise, sistematização dos fenômenos

observados, divisão dos objetos em partes, etc.

Criação de modelos conceituais para compreensão dos fenômenos, hipóteses explicativas,

regularidades e leis de causa e efeito, evidências, etc.

Verificação dos postulados, teste das normas e falsificação dos modelos.

Trechos – Rubem Alves

Senso Comum e Ciência

Modelos Conceituais – Modelos Científicos

Criação de Hipóteses e Modelos conceituais – explicativos

A Ciência e os Fatos observáveis

A Ciência e a Verdade

Tradições Sociológicas

Sociologia Positivista

método quantitativo

aplicação dos métodos científicos das ciências naturais:

observação dos fenômenos físicos: valorização da dimensão empírica

estabelecimento de Leis Gerais e Esquemas Explicativos Causais que revelam o

funcionamento dos processos sociais;

verificação e experimentação dos Esquemas Teóricos em favor de um aprimoramento da

Ciência;

defesa de um Método Racional Matemático como o instrumento apropriado e ideal para

produzir conhecimento;

do processo resulta um “conhecimento científico”: Neutro – Autorizado – Verdadeiro;

no plano da análise epistemológica: a concepção opera uma cisão radical entre:

Sujeito

Objeto

Sociologia Compreensiva

método qualitativo

crítica da aplicação dos métodos das ciências naturais nas ciências humanas:

Natureza:

■ mundo da necessidade e da regularidade dos fenômenos; é o âmbito das explicações

causais, descoberta das regularidades (erklaren);

Cultura: dimensão da produção simbólica e valorativa; âmbito da liberdade humana e da

produção do Sentido; visa à compreensão interpretativa das experiências dos indivíduos

dentro de contextos em que foram vivenciadas (verstehen).

Fatos sociais não são suscetíveis de quantificação: cada um deles possui um Sentido próprio,

o que impõe que cada caso seja compreendido em sua singularidade;

objetivo das Ciências Sociais é buscar a interpretação do comportamento dos indivíduos

engajados na ação social, ou seja, o comportamento ao qual os indivíduos agregam valores e

significados considerando as ações sociais de outros indivíduos;

a Sociologia Compreensiva não busca, portanto, a formulação de Leis Gerais e Fórmulas

Abstratas do funcionamento do mundo social, mas sim: a elaboração da compreensão e a

interpretação do sentido e significado das ações sociais.

A colocação do problema da neutralidade do pesquisador é colocada de forma contundente:

o cientista social não formula problemas, nem seleciona fatos da realidade cotidiana de

modo desinteressado: os valores e o contexto histórico-social mais amplo

a perspectiva da sociologia compreensiva incorpora o cientista social como parte do

processo de elaboração do saber das Ciências Sociais;

no plano epistemológico, uma nova abordagem que correlaciona:

Sujeito

O sujeito que pesquisa possui uma vivência e está situado histórica-socialmente no

momento em que observa

Objeto

O Objeto pode ser conhecido na medida em que ele também produz sentido (significado,

valor, etc.).

Referências Bibliográficas

BOUDON, Raymond. Os Métodos em Sociologia. São Paulo. Editora Ática, 1989.

BOURDIEU, Pierre. CHAMBOREDON, Jean-Claude e PASSERON, JeanClaude. A Profissão de

Sociólogo: preliminares epistemológicas. Petrópolis, Editora Vozes, 1999.

COMTE, Auguste. Curso de Filosofia Positiva. São Paulo. Editora Abril Cultural, 1974

DURKHEIM, Émile. As Regras do Método Sociológico.

GOLDENBERG, Mirian. A Arte de Pesquisar. São Paulo, Editora Record, 1999.

WEBER, Max. Metodologia das Ciências Sociais. Parte I. São Paulo, Editora Cortez, 1992.