Roteiro para Apresentação de Dissertação no PPGEM · encruamento, propriedade esta que...
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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ
CAMPUS DE CURITIBA
DEPARTAMENTO DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA
E DE MATERIAIS - PPGEM
ALESSANDRO ROBERTO HOECHELE
EFEITO DA QUANTIDADE DE TRABALHO A FRIO DA LIGA DE ALUMÍNIO AA1350 NO COEFICIENTE
DE ENCRUAMENTO DETERMINADO POR ENSAIOS DE DUREZA
CURITIBA
OUTUBRO - 2011
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁPR
Alessandro Roberto Hoechele
EFEITO DA QUANTIDADE DE TRABALHO A FRIO DA LIGA DE ALUMÍNIO AA1350 NO COEFICIENTE
DE ENCRUAMENTO DETERMINADO POR ENSAIOS DE DUREZA
Dissertação apresentada como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Engenharia, do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica e de Materiais, Área de Concentração em Engenharia de Materiais, do Departamento de Pesquisa e Pós-Graduação, do Campus de Curitiba, da UTFPR.
Orientador: Prof. Giuseppe Pintaúde, Dr.
CURITIBA
OUTUBRO-2011
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação H694 Hoechele, Alessandro Roberto
Efeito da quantidade de trabalho a frio da liga de alumínio AA1350 no coeficiente de encruamento determinado por ensaios de dureza / Alessandro Roberto Hoechele. — 2011.
121 f. : il. ; 30 cm
Orientador: Giuseppe Pintaúde. Dissertação (Mestrado) – Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Programa de
Pós-graduação em Engenharia Mecânica e de Materiais, Curitiba, 2011. Bibliografia: f. 86 – 91.
1. Metalurgia. 2. Ligas de alumínio. 3. Conformação de metais. 4. Ensaios
mecânicos. 5. Metais – Tratamento térmico. 6. Engenharia mecânica – Dissertações. I. Pintaúde, Giuseppe, orient. III. Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Programa de Pós-graduação em Engenharia Mecânica e de Materiais. III. Título.
CDD (22. ed.) 620.1
Biblioteca Central da UTFPR, Campus Curitiba
TERMO DE APROVAÇÃO
ALESSANDRO ROBERTO HOECHELE
EFEITO DA QUANTIDADE DE TRABALHO A FRIO DA LIGA DE ALUMÍNIO AA1350 NO COEFICIENTE
DE ENCRUAMENTO DETERMINADO POR ENSAIOS DE DUREZA
Este Projeto de Dissertação foi julgado para a obtenção do título de mestre em engenharia, área de concentração em engenharia de materiais, e aprovada em sua forma final pelo Programa de Pós-graduação em Engenharia Mecânica e de Materiais.
_________________________________ Prof. Giuseppe Pintaúde, Dr.
Coordenador de Curso - PPGEM
Banca Examinadora
______________________________ ______________________________ Prof. Giuseppe Pintaúde, Dr. Prof. Paulo César Borges, Dr. (UTFPR) (UTFPR)
_________________________________________ Prof.ª Ana Sofia Clímaco Monteiro D’Oliveira, Ph.D.
(UFPR)
Curitiba, 13 de Outubro de 2011
v
AGRADECIMENTOS
Ao meu orientador, Prof. Dr. Giuseppe Pintaúde, pelo grande apoio, confiança
e ensinamentos para a realização deste trabalho.
Ao Prof. Dr. Paulo César Borges, pela ajuda e apoio na realização dos ensaios
de dureza nos laboratórios da UTFPR.
A minha amada esposa, Wanessa, pelo apoio, confiança e paciência nos
momentos difíceis e pelas palavras de apoio que não me deixaram desistir.
Ao analista de laboratório, Ednilson Beltrão, pela ajuda para uso dos
equipamentos e realização dos ensaios de laboratório.
A DEUS, o criador de todas as coisas, pela vida e sabedoria que permitiram
iniciar e finalizar este trabalho.
vi
“Tente! E não diga que a vitória está perdida.
Se é de batalhas que se vive a vida! Tente outra vez!...” Raul Seixas
vii
HOECHELE, Alessandro Roberto, Efeito da Quantidade de Trabalho a Frio da Liga de Alumínio AA1350 no Coeficiente de Encruamento Determinado por Ensaios de Dureza, 2011, Dissertação (Mestrado em Engenharia) - Programa de
Pós-graduação em Engenharia Mecânica e de Materiais, Universidade Tecnológica
Federal do Paraná, Curitiba, 2011.
RESUMO
Através da morfologia de impressão causada pelo ensaio de indentação
esférica é possível obter propriedades mecânicas como o coeficiente de
encruamento, propriedade esta que representa a capacidade do material em se
deformar plasticamente, ou seja, quanto maior for coeficiente de encruamento, maior
será a capacidade do material em se deformar plasticamente antes da estricção.
Três condições metalúrgicas da liga de alumínio AA1350, a saber: H18, H24 e O, e
ensaios macroscópicos de dureza com penetradores esféricos de diâmetros 2,5,
3,175 e 5,0 mm foram realizados para avaliar o efeito da quantidade de trabalho a
frio da liga de alumínio AA1350 na obtenção do coeficiente de encruamento por
meio da morfologia de impressão. Os resultados obtidos mostraram que a condição
metalúrgica H18, que possui maior trabalho a frio promovido por conformação
mecânica, apresentou os menores valores para o coeficiente de encruamento, e a
condição metalúrgica O, que passou por um processo de recozimento, apresentou
os maiores valores para o coeficiente de encruamento. Dentre os modelos utilizados
para obtenção do coeficiente de encruamento por meio da morfologia de impressão
nas três condições metalúrgicas de ensaio macroscópico de dureza com penetrador
esférico, o modelo apresentado por MATTHEWS foi o que mais se aproximou dos
resultados experimentais obtidos por meio do ensaio de tração.
Palavras-chave: Coeficiente de Encruamento, Indentação Esférica, Morfologia de
Impressão.
viii
HOECHELE, Alessandro Roberto, Effect of Cold Work of Aluminum Alloy AA1350 on the Strain Hardness Exponent Obtained Through Hardness Test, 2011,
Dissertação (Mestrado em Engenharia) - Programa de Pós-graduação em
Engenharia Mecânica e de Materiais, Universidade Tecnológica Federal do Paraná,
Curitiba, 2011.
ABSTRACT
Through the print morphology left by spherical indentation test is possible to
obtain mechanical properties as the strain hardening exponent, a property that
represents the ability of the material to deform plastically, the higher strain hardening
exponent means the greater ability of material to deform plastically before necking.
Three metallurgical conditions of aluminum alloy AA1350, as follows: H18, H24 and
O, and macroscopic hardness tests with spherical indenters of diameters 2.5, 5.0 and
3.175 mm were performed to evaluate the effect of the amount of cold work of
aluminum alloy AA1350 to obtain the strain hardening exponent by the print
morphology. The results showed that the metallurgical condition H18, which has
higher cold work promoted by mechanical forming, had the lowest value of strain
hardening exponent, and the metallurgical condition, who underwent an annealing
process, showed higher values for the strain hardening exponent. Among the models
used to obtain the strain hardening exponent through the print morphology in three
metallurgical conditions of macroscopic hardness test with spherical indenter, the
model presented by MATTHEWS was the one closest to the experimental values
obtained by tensile test.
Keyword: Strain hardening exponent, Spherical Indentation, Pint morphology.
ix
SUMÁRIO
RESUMO................................................................................................................... vii
ABSTRACT .............................................................................................................. viii
LISTA DE FIGURAS .................................................................................................. xi
LISTA DE TABELAS ................................................................................................ xvi
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS .................................................................. xviii
LISTA DE SÍMBOLOS .............................................................................................. xix
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 1 1.1 Objetivo da Dissertação ...........................................................................................................3
1.1.1 Objetivos Específicos ...........................................................................................................4
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................. 5 2.1 Ensaios Mecânicos...................................................................................................................5 2.2 Ensaio de Tração .....................................................................................................................6 2.3 Fatores que afetam o coeficiente de encruamento ............................................................... 10
2.3.1 Mecanismos de endurecimento ........................................................................................ 12 2.3.2 Endurecimento por redução do tamanho de grão ............................................................. 14 2.3.3 Endurecimento por encruamento ...................................................................................... 16
2.4 Classificação dos tratamentos termomecânicos das ligas de alumínio ................................ 17 2.5 Tratamento Térmico de Recozimento ................................................................................... 19 2.6 Ensaio de Dureza .................................................................................................................. 21
2.6.1 Dureza Brinell .................................................................................................................... 21 2.6.2 Morfologia de Impressão ................................................................................................... 26
2.7 Coeficiente de Encruamento ................................................................................................. 28 2.7.1 Modelo e simulações numéricas de TALJAT et al. (2004) ................................................ 31 2.7.2 Modelo de HERNOT et al. (2006) ..................................................................................... 36
3 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................... 43 3.1 Material .................................................................................................................................. 43
3.1.1 Tratamentos Isotérmicos ................................................................................................... 43 3.1.2 Corpos de Prova ................................................................................................................ 46 3.1.3 Revelação da Microestrutura ............................................................................................ 47 3.1.4 Ensaio de Tração .............................................................................................................. 50
3.2 Ensaio de dureza com penetrador esférico .......................................................................... 52 3.2.1 Ensaio de dureza com esfera de diâmetro 5,0 mm .......................................................... 53 3.2.2 Ensaio de dureza com esfera de diâmetro 3,175 mm ...................................................... 53 3.2.3 Ensaio de dureza com esera de diâmetro 2,5 mm ........................................................... 54
x
3.2.4 Ensaio de dureza Vickers .................................................................................................. 54 3.3 Determinação do coeficiente de encruamento por meio dos ensaios de dureza ................. 55
3.3.1 Determinação do coeficiente de encruamento pela Lei de Meyer .................................... 56 3.3.2 Determinação do coeficiente de encruamento pela equação de MATTHEWS (1980) ..... 57 3.3.3 Determinação do coeficiente de encruamento pela equação de HILL et al. (1989) ......... 57 3.3.4 Determinação do coeficiente de encruamento pela equação de TALJAT et al. (1998) ... 57 3.3.5 Determinação do coeficiente de encruamento pela equação de ALCALÁ et al. (2000) ... 58 3.3.6 Determinação do coeficiente de encruamento pela equação de HERNOT et al. (2004) . 58
3.4 Avaliação geral dos resultados ............................................................................................. 58
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................................... 60 4.1 Valores obtidos pelo ensaio de tração .................................................................................. 60 4.2 Valores obtidos pelo ensaio de Dureza ................................................................................ 62
4.2.1 Variações obtidas no ensaio de dureza ............................................................................ 64 4.3 Dados obtidos por meio da morfologia de impressão ........................................................... 67 4.4 Coeficiente de encruamento ................................................................................................. 72 4.5 Modelo de simulação numérica de TALJAT et al. (2004) ..................................................... 79 4.6 Avaliação do modelo de HERNOT et al. (2006) ................................................................... 81
5 CONCLUSÃO ..................................................................................................... 83
6 SUGESTÃO PARA TRABALHOS FUTUROS .................................................... 85
7 REFERÊNCIAS .................................................................................................. 86
APÊNDICE A – MEDIÇÕES OBTIDAS A PARTIR DA MORFOLOGIA DE IMPRESSÃO ............................................................................................................. 92
APÊNDICE B – PROPRIEDADES MECÂNICAS ...................................................... 97
APÊNDICE C – MORFOLOGIA DE IMPRESSÃO DOS CORPOS DE PROVA ..... 100
APÊNDICE D – CURVAS TENSÃO VERSUS DEFORMAÇÃO .............................. 120
xi
LISTA DE FIGURAS
Figura 2.1 – Curva típica de ensaio de tração de um aço baixo carbono (SOUZA,
1982). ................................................................................................................... 6
Figura 2.2 - Diagrama tensão versus deformação para determinar a tensão de
escoamento pelo método offset (POPOV, 1998). ................................................ 8
Figura 2.3 – Exemplo para obtenção das forças e suas respectivas deformações na
curva força versus deformação de um material com escoamento (ASTM E646,
1998). ................................................................................................................... 9
Figura 2.4 – Variação do coeficiente de encruamento em função do limite de
resistência para diversas quantidades de carbono em aços (HOLLOMON,
1945). ................................................................................................................. 11
Figura 2.5 – Ilustração do movimento cooperativo e simultâneo de átomos durante o
deslizamento de planos cristalinos sem defeitos, onde τ é a tensão cisalhante
necessária para causar este movimento (PADILHA, 2000). .............................. 13
Figura 2.6 – (a) Ilustração dos movimentos atômicos perto da discordância em cunha
durante a deformação plástica e a (b) movimentação das discordâncias
(PADILHA, 2000). .............................................................................................. 14
Figura 2.7 – Efeito do tamanho de grão na tensão de escoamento da liga 70 Cu – 30
Zn (CALLISTER, 2002). ..................................................................................... 15
Figura 2.8 – Influência do trabalho a frio na resistência mecânica de um aço de baixo
carbono (CALLISTER, 2002). ............................................................................ 16
Figura 2.9 – Princípio do ensaio de dureza Brinell, onde uma esfera é comprimida
sobre a superfície do material. ........................................................................... 23
Figura 2.10 – Morfologia de impressão de penetrador esférico, com os principais
parâmetros: Raio do penetrador, R; Força aplicada, F; Profundidade da
penetração, h; Profundidade da penetração de contato, hc; raio de contato da
impressão, ac; raio da impressão, a; altura de borda/retração, s (TALJAT et al.,
2004). ................................................................................................................. 27
xii
Figura 2.11 – Dependência do parâmetro de formação de borda, s/h com o
parâmetro E/σy, para h/R=0,2, n=0 e µ=0,2. Dados dos estados de
carregamento e descarregamento são mostrados (TALJAT et al., 2004) .......... 33
Figura 2.12 – Dependência do parâmetro de borda, s/h, em função da relação da
profundidade de penetração. h/R, para E/ σy=200, n=0 e µ=0,2. Dados dos
estados com força aplicada e após a retirada da força são mostrados (TALJAT
et al., 2004). ....................................................................................................... 34
Figura 2.13 – Efeito do coeficiente de atrito no perfil de impressão para h/R=0,2,
para E/σy=1000, n=0 e n=0,5 (TALJAT et al., 2004) .......................................... 35
Figura 2.14 – Dependência do parâmetro de formação de borda, s/h, sobre o
parâmetro (E/ σy)/(2hc/ac) para µ=0,2, n=0, 0,25 e 0,5. Dados dos estados com
força aplicada e após a retirada da força aplicada são mostrados (TALJAT et al.,
2004). ................................................................................................................. 36
Figura 2.15 – Comparação entre o parâmetro, hc/h (c²), e o coeficiente de
encruamento, n, para diferentes relações de σy/E (HERNOT et al., 2010). ....... 39
Figura 2.16 – Comparação entre a relação de hc/h e o parâmetro de profundidade,
h/R, onde os resultados experimentais para o Aço AISI 1035 é comparados com
resultados obtidos por modelos numéricos (HERNOT et al., 2010). .................. 41
Figura 2.17 – Comparação entre o raio de contato, a/R, e a profundidade de contato,
h/R, entre resultados experimentais para o Aço AISI 1035 e resultados obtidos
através de vários modelos (HERNOT et al., 2010). ........................................... 42
Figura 3.1 – Experimentos realizados para encontrar condição de menor dureza para
a liga de alumínio AA1350. ................................................................................ 44
Figura 3.2 – Experimentos realizados para encontrar condição intermediária de
dureza para a liga de alumínio AA1350. ............................................................ 45
Figura 3.3 – Dimensões do corpo de prova em milímetros para o ensaio de tração
conforme ASTM E8M-04 (2008). ....................................................................... 46
Figura 3.4 – Dimensões do corpo de prova em milímetros utilizado para o ensaio de
dureza conforme ASTM E10-01e1 (1989). ......................................................... 47
Figura 3.5 – Micrografia da condição de metalúrgica H18. ....................................... 48
xiii
Figura 3.6 – Micrografia da condição metalúrgica H24. ............................................ 49
Figura 3.7 – Micrografia da condição metalúrgica O. ................................................ 49
Figura 3.8 – Ilustração da análise de dureza Vickers realizada logo abaixo do perfil
de impressão esférica no corpo de prova do ensaio de dureza. ........................ 54
Figura 3.9 – Detalhe da posição o apalpador alinhada com o eixo de centro do
diâmetro de impressão. ...................................................................................... 55
Figura 3.10 – Ampliação obtida com auxilio de microscópio e computador para um
posicionamento do apalpador de forma mais precisa no centro da impressão. . 56
Figura 3.11 – Diagrama esquemático dos ensaios realizados. ................................. 59
Figura 4.1 – Coeficiente de encruamento, n, e alongamento em função da alteração
do limite de resistência da liga de alumínio AA1350. ......................................... 61
Figura 4.2a – Gráfico que representada Lei de Meyer (lnF versus lnd) para a liga de
alumínio AA1350 (H18). ..................................................................................... 63
Figura 4.2b – Gráfico que representada Lei de Meyer (lnF versus lnd) para as
alumínio AA1350 (H24) e alumínio AA1350 (O). ................................................ 64
Figura 4.3a – Variação da dureza Vickers em função da distância subsuperficial da
região indentada para (a) material com dureza alta e para (b) com dureza
intermediária. ..................................................................................................... 65
Figura 4.3b – Variação da dureza Vickers em função da distância subsuperficial da
região indentada (c) dureza baixa. ..................................................................... 66
Figura 4.4 – Morfologias de impressão da amostra de dureza alta (H18) com (a)
esfera de Ø 2,5, (b) esfera de Ø 3,175 e (c) esfera de Ø 5,0 mm. ..................... 68
Figura 4.5 – Morfologias de impressão da amostra de dureza intermediária (H24)
com (a) esfera de Ø 2,5, (b) esfera de Ø 3,175 e (c) esfera de Ø 5,0 mm. ........ 69
Figura 4.6 – Morfologias de impressão da amostra de dureza baixa (O) com (a)
esfera de Ø 2,5, (b) esfera de Ø 3,175 e (c) esfera de Ø 5,0 mm. ..................... 70
Figura 4.7 – Variação experimentais do parâmetro hc/h em função do coeficiente de
encruamento, n, para as três condições metalúrgicas da liga de alumínio
AA1350. ............................................................................................................. 75
xiv
Figura 4.8 – Maiores variações obtidas para o parâmetro de borda, s, na condição
metalúrgica de dureza intermediária com esfera com diâmetro (a) 2,5 mm, (b)
3,175 e (c) 5,0 mm. ............................................................................................ 78
Figura 4.9 – Valores experimentais sobre o mapa de TALJAT et al. (2004), incluindo
os valores obtidos por CIPRIANO (2008) para Al 6063-T5, Aço AISI 1020 e Aço
AISI 316L. .......................................................................................................... 79
Figura 4.10 – Modelo de HERNOT et al. (2004) e os valores experimentais obtidos
para a liga de alumínio AA1350. ........................................................................ 82
Figura C.1 – Morfologia de impressão das amostras de dureza baixa com esfera de
diâmetro 2,5 mm. ............................................................................................. 102
Figura C.2 – Morfologia de impressão das amostras de dureza baixa com esfera de
diâmetro 3,175 mm. ......................................................................................... 104
Figura C.3 – Morfologia de impressão das amostras de dureza baixa com esfera de
diâmetro 5,0 mm. ............................................................................................. 106
Figura C.4 – Morfologia de impressão das amostras de dureza intermediária com
esfera de diâmetro 2,5 mm. ............................................................................. 109
Figura C.5 – Morfologia de impressão das amostras de dureza intermediária com
esfera de diâmetro 3,175 mm. ......................................................................... 111
Figura C.6 – Morfologia de impressão das amostras de dureza intermediária com
esfera de diâmetro 5,0 mm. ............................................................................. 113
Figura C.7 – Morfologia de impressão das amostras de dureza alta com esfera de
diâmetro 2,5 mm. ............................................................................................. 115
Figura C.8 – Morfologia de impressão das amostras de dureza alta com esfera de
diâmetro 3,175 mm. ......................................................................................... 117
Figura C.9 – Morfologia de impressão das amostras de dureza alta com esfera de
diâmetro 5,0 mm. ............................................................................................. 119
Figura D.1 – Curvas tensão versus deformação verdadeiras para o material AA1350-
H18................................................................................................................... 120
xv
Figura D.2 – Curvas tensão versus deformação verdadeiras para o material AA1350-
H24................................................................................................................... 120
Figura D.3 – Curvas tensão versus deformação verdadeiras para o material AA1350-
O. ..................................................................................................................... 121
xvi
LISTA DE TABELAS
Tabela 2.1 – Especificação dos limites de resistência à tração mínima para os
tratamentos termomecânicos HX8 (ABNT NBR 6835, 2000). ............................ 19
Tabela 2.2 – Valores representativos da força aplicada, F, em função do diâmetro da
esfera e fator de carga para dureza Brinell (ASTM E10, 1998). ......................... 24
Tabela 2.3 - Fatores de carga para diversos materiais (POPOV, 1998). .................. 25
Tabela 2.4 - Coeficiente de encruamento obtido através da morfologia de impressão
e ensaio de tração para três materiais distintos (CIPRIANO, 2008). ................. 29
Tabela 3.1 – Composição química percentual da liga de alumínio AA1350. ............. 43
Tabela 3.2 – Resultados dimensionais dos corpos de prova de tração. ................... 47
Tabela 3.3 – Resultados dimensionais dos corpos de prova de dureza. .................. 47
Tabela 4.1 Resultados médios obtidos por meio do ensaio de tração. ..................... 60
Tabela 4.2 – Valores médios de dureza e o coeficiente de encruamento pela lei de
Meyer. ................................................................................................................ 62
Tabela 4.3 – Valores médios obtidos do perfil de impressão. ................................... 67
Tabela 4.4 – Relações entre os parâmetros obtidos na morfologia de impressão. ... 71
Tabela 4.5 – Resultados do coeficiente de encruamento, n, obtido por meio da
morfologia de impressão. ................................................................................... 73
Tabela A.1 – Valores obtidos da morfologia de impressão na condição metalúrgica
de dureza baixa e esfera de diâmetro de 2,5 mm. ............................................. 92
Tabela A.2 – Valores obtidos da morfologia de impressão na condição metalúrgica
de dureza baixa e esfera de diâmetro de 3,175 mm. ......................................... 92
Tabela A.3 – Valores obtidos da morfologia de impressão na condição metalúrgica
de dureza baixa e esfera de diâmetro de 5,0 mm. ............................................. 93
Tabela A.4 – Valores obtidos da morfologia de impressão na condição metalúrgica
de dureza intermediária e esfera de diâmetro de 2,5 mm. ................................. 93
xvii
Tabela A.5 – Valores obtidos da morfologia de impressão na condição metaçurgica
de dureza intermediária e esfera de diâmetro de 3,175 mm. ............................. 94
Tabela A.6 – Valores obtidos da morfologia de impressão na condição metaçurgica
de dureza intermediária e esfera de diâmetro de 5,0 mm. ................................. 94
Tabela A.7 – Valores obtidos da morfologia de impressão na condição metaçurgica
de dureza alta e esfera de diâmetro de 2,5 mm. ................................................ 95
Tabela A.8 – Valores obtidos da morfologia de impressão na condição metaçurgica
de dureza alta e esfera de diâmetro de 3,175 mm. ............................................ 95
Tabela A.9 – Valores obtidos da morfologia de impressão na condição metaçurgica
de dureza alta e esfera de diâmetro de 5,0 mm. ................................................ 96
Tabela B.1 – Propriedades mecânicas obtidas através do ensaio de tração. ........... 97
Tabela B.2 – Valores de dureza obtidos por meio da morfologia de impressão........ 98
xviii
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AA - Aluminum Association
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas
AISI - American Iron and Steel Institute
ASTM - American Society for Testing and Materials
EBSD - Electron Backscatter Diffraction
gf - Grama força
GPa - Gigapascal
H18 - Indicação de liga de alumínio encruada
H24 - Indicação de liga de alumínio encruada com posterior recozimento parcial
HB - Hardness Brinell
kgf - Quilograma-força
ml - Mililitros
mm - Milímetros
mm² - Milímetros quadrados
MPa - Megapascal
NBR - Normas Brasileiras Regulamentadoras
PSI - Abreviatura de Pound Force per Square Inch
O - Indicação de liga de alumínio recozida
μm - micrometro
Vdc - Tensão com corrente contínua
xix
LISTA DE SÍMBOLOS
n - Coeficiente de encruamento
s - Altura do fim do contato do penetrador e superfície do material
h - Profundidade de impressão em relação à superfície
hc - Profundidade da impressão em relação ao final do contato entre esfera e material.
τ - Tensão de Cisalhamento
σy - Tensão de escoamento do material
E - Módulo de Elasticidade
Ø - Indicação de diâmetro
D - Diâmetro do penetrador
R - Raio do penetrador
d - Diâmetro impresso no material após retirada da carga aplicada
ѵ - Coeficiente de Poisson
ε - Deformação longitudinal do corpo de prova após ensaio de tração
m - Coeficiente de Meyer
a - Raio de contato na impressão em relação a superfície do material.
ac - Raio de contato na impressão do material em relação ao final do contato entre esfera e material.
σo - Tensão teórica de limite ao cisalhamento
σѵ - Tensão verdadeira
δ - Deformação verdadeira
Tf - Temperatura de fusão
TR - Temperatura de Transformação
Fe - Força aplicada durante escoamento
Ao - Área inicial do corpo de prova
H - Indicação de dureza
F - Força aplicada
Dg - Diâmetro médio
Ac - Área da calota esférica
Pm - Pressão média
dxx - Diâmetro da calota esférica, onde xx é o diâmetro do penetrador utilizado.
Capítulo 1 – Introdução 1
1 INTRODUÇÃO
A técnica de indentação tem sido usada como um método fácil para determinar
a resistência dos materiais à deformação plástica por um longo tempo. Apenas uma
simples medição óptica da impressão residual causada por um processo de
indentação é capaz de caracterizar uma grande quantidade de materiais em uma
série de escalas de dureza, definidas apenas pela geometria do penetrador: Brinell,
Vickers, etc. (TABOR, 1951).
Devido ao surgimento de novos materiais e compostos, existe uma
preocupação em interpretar os testes de dureza por indentação, por uma óbvia
necessidade de aumentar a compreensão dos testes clássicos, correlacionando os
resultados e as implicações com uma análise mecânica (BIWA et al., 1995).
O teste de indentação esférica consiste em pressionar uma esfera de alta
rigidez com uma força pré-definida sobre uma superfície sólida, e posterior medição
da morfologia de impressão resultante da deformação plástica residual do material.
A força aplicada pela unidade de área da impressão causada define a dureza do
material e é usada como uma medida da resistência do material à deformação
plástica. A simplicidade do método de ensaio é prontamente apreciada e utilizada
como padrão para metais e ligas.
O processo de indentação esférica em materiais elasto-plásticos é
caracterizado por três fases, ou seja, a transição puramente elástica, elasto-plásticas
e puramente plásticas. Em uma evolução deste estudo, JOHNSON (1970) propôs o
uso de um único parâmetro adimensional para que a esfera (penetrador) possa ser
interpretada como uma combinação do módulo de Young, tensão de escoamento e
a relação entre o raio de impressão e o penetrador. Assim, em circunstâncias
comuns para metais e ligas, todo o corpo permanece elástico quando o parâmetro é
suficientemente pequeno. Com maior penetração em um regime de transição elasto-
plástico, e em seguida, segue com o escoamento plástico no corpo. Finalmente, a
região plástica se espalha sobre a superfície livre para chegar a um regime
totalmente plástico, ao qual a teoria rígido-plástica deve ser aplicada. Desde o uso
do ensaio de dureza Brinell (TABOR, 1951), os testes são convencionalmente
Capítulo 1 – Introdução 2
realizados em regime totalmente plástico, e é de particular importância e interesse
para correlacionar a teoria e os experimentos nestas circunstâncias específicas
(BIWA et al., 1995).
Durante o processo de indentação esférica em materiais elasto-plásticos, a
superfície em torno da área de contato pode ser deformada para cima ou para baixo
ao longo do eixo z onde a carga é aplicada (mesmo sentido da aplicação da força).
Esse comportamento é chamado pile-up (ou borda), no primeiro caso e sink-in (ou
retração), no segundo caso. Quando o mecanismo de deformação no processo de
indentação possui uma grande quantidade de deformação elástica, ocorre a
retração. Quando o mecanismo de deformação no processo de indentação possui
predominantemente deformação plástica, há formação de bordas como
consequência (TALJAT et al., 2004).
O estudo da deformação da superfície em torno da impressão foi apresentado
em vários trabalhos (NORBURY et al., 1928; MATTHEWS, 1980; HILL et al., 1989;
BIWA et al., 1995; TALJAT et al., 1998; MESAROVIC et al., 1999; ALCALÁ et al.,
2000; MATA et al., 2002; TALJAT et al., 2004; PERALTA et al., 2004; LEE et al.,
2005; HERNOT et al., 2006; KIM et al., 2006; COLIN et al., 2008). Alguns destes
estudos se concentram na indentação esférica e levam em consideração as relações
entre a profundidade de penetração, h, a profundidade de contato, hc, e o raio de
contato, a, entre o penetrador e o material indentado (MATTHEWS, 1980; HILL et
al., 1989; TALJAT et al., 1998; ALCALÁ et al., 2000; KUCHARSKI et al., 2001; LEE
et al., 2005; HERNOT et al., 2006; KIM et al., 2006; COLIN et al., 2008). A proposta
da maioria dos modelos existentes, especialmente o mais velho, é calcular a
profundidade de contato ou o raio de contato a partir do coeficiente de encruamento
do material indentado, n. Estes modelos foram criticados recentemente por HERNOT
et al. (2006), porque eles não consideram a influência das profundidades do material
como o módulo de Young, E, e a tensão de escoamento, σy, sobre o valor do raio de
contato, ac, para obtenção do valor do coeficiente de encruamento, n (HERNOT et
al., 2010).
O coeficiente de encruamento é, normalmente, definido em função da equação
de HOLLOMON (1945), apresentada no ensaio de tração. Pode-se demonstrar que
o coeficiente de encruamento, n, é igual à deformação uniforme ocorrida até o início
Capítulo 1 – Introdução 3
da estricção. Quanto maior for o coeficiente de encruamento maior será a
capacidade do material se deformar, em tração, sem que ocorra a estricção. Assim,
o coeficiente de encruamento é uma medida da ductilidade do material importante a
ser considerada, principalmente na realização de operações com grande quantidade
de deformação plástica. Quanto maior for o coeficiente de encruamento maior será a
capacidade do material se deformar, em tração, sem que ocorra a estricção
(HOLLOMON, 1945). Esta propriedade é comumente utilizada em processos onde
grande estiramento ou deformação plástica é aplicada ao material, como por
exemplo, em processos de estampagem, e neste caso, o coeficiente de
encruamento é uma importante característica a ser levada em consideração
(CHEMIN, 2004).
O ensaio de tração é comumente utilizado para se obter o coeficiente de
encruamento de um material, porém este método pode ser até cinco vezes mais
oneroso do que a obtenção do coeficiente de encruamento por meio do método de
indentação esférica, devido a maior complexidade para preparação dos corpos de
prova e o maior tempo necessário para a realização do ensaio de tração em relação
ao ensaio de dureza (CIPRIANO, 2008).
Outra vantagem de se obter o coeficiente de encruamento por meio do método
de indentação esférica, é que ele não é um ensaio necessariamente destrutivo,
como ocorre com o ensaio de tração, uma vez que, em algumas aplicações, o dano
causado ao material é imperceptível ou até mesmo nulo (SOUZA, 1982), não
causando a inutilização dos corpos de prova ou das peças ensaiadas.
1.1 Objetivo da Dissertação
Avaliar o efeito da quantidade de trabalho a frio da liga de alumínio AA1350
na obtenção do coeficiente de encruamento por meio da morfologia de impressão
com penetrador esférico. Serão utilizados os modelos matemáticos da literatura para
cálculo do coeficiente de encruamento, n, por meio do perfil de impressão em três
condições metalúrgicas distintas, a saber: H18, H24 e O.
Capítulo 1 – Introdução 4
1.1.1 Objetivos Específicos
• Avaliar a influência da alteração das propriedades mecânicas desta liga na
utilização dos modelos propostos para o calculo do coeficiente de encruamento
por meio da morfologia de impressão.
• Verificar como os modelos mais recentes podem ser utilizados como uma
ferramenta mais completa para determinação do coeficiente de encruamento
por meio da indentação esférica, como criticado por HERNOT et al. (2006),
uma vez que os modelos mais antigos consideram apenas as dimensões da
morfologia de impressão e não consideram as propriedades mecânicas do
material para obtenção do coeficiente de encruamento.
• Verificar, para cada modelo utilizado, em qual condição ocorre a formação de
borda ou retração pelo processo de indentação esférica.
• Determinar quais dos modelos matemáticos utilizados possuem maior
aproximação dos resultados experimentais obtidos no ensaio de tração.
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 5
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
A técnica de indentação tem sido muito utilizada para determinar vários tipos
de propriedades, tais como propriedades mecânicas (AHN et al., 2001; HAGGAG et
al., 1993), tensão residual (SURESH et al., 1998; LEE et al., 2002), propriedades
sobre resistência à fratura (MALZBENDER et al., 2000; MURTY et al., 1998),
propriedades visco-elásticas (ASIF et al., 1999; LUCAS, 1998) e dureza (TABOR,
1951; OLIVER et al., 1992; KIM et al., 2005), por causa de sua rapidez, precisão e,
na maioria das vezes, não ser destrutivo (KIM et al., 2006, SOUZA, 1982). Entre
eles, a técnica de indentação esférica pode fornecer informações como a dureza
Brinell e as propriedades mecânicas, tais como tensão de escoamento, σy, e o
coeficiente de encruamento, n, do material (KIM et al., 2006).
2.1 Ensaios Mecânicos
É de suma importância conhecer o comportamento mecânicos dos materiais,
ou seja, conhecer as propriedades mecânicas do material em diversas condições de
uso. A determinação das propriedades mecânicas de um material é feita por
intermédio dos ensaios mecânicos. Dentre a gama de ensaios mecânicos, têm-se
dois grupos principais de ensaios: Os ensaios destrutivos e os ensaios não
destrutivos. Os ensaios destrutivos são aqueles que promovem a ruptura ou
inutilização do material. No grupo de ensaios destrutivos, incluem-se os ensaios de
tração, dobramento, flexão, fadiga, impacto, compressão e outros (SOUZA, 1982).
Os ensaios não destrutivos são aqueles que implicam um dano imperceptível
ou nulo ao material analisado. No grupo de ensaios não destrutivos, incluem-se os
ensaios de dureza, ultrassom, líquido penetrante, radiografia entre outros (SOUZA,
1982).
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 6
2.2 Ensaio de Tração
A facilidade de execução e a reprodutibilidade dos resultados tornam o ensaio
de tração o mais importante no grupo de ensaios destrutivos (SOUZA, 1982).
A curva tensão versus deformação, obtida em um ensaio de tração, pode ser
dividida em várias regiões, nas quais as propriedades mecânicas podem ser
analisadas. A região linear, logo no inicio do gráfico, representa a região elástica
onde o corpo de prova sofre deformação elástica, ou seja, não há deformação
residual ou permanente quando o esforço é retirado e o corpo de prova retorna a
sua forma original quando o esforço é retirado. Esta região linear é representada
pela lei de Hooke e a constante de proporcionalidade, E, é conhecida por módulo de
elasticidade ou módulo de Young. A figura 2.1 ilustra uma curva tensão versus
deformação típica de um aço baixo carbono.
O módulo de elasticidade, E, é a medida da rigidez do material, ou seja, quanto
maior for o módulo de elasticidade, menor será a deformação elástica resultante da
aplicação de uma tensão, e mais rígido será o material. O módulo de elasticidade é
determinado pelas forças de ligação entre os átomos de um metal. Como estas
forças são constantes para cada estrutura, o módulo de elasticidade é uma das
propriedades mais constantes dos metais (DIETER, 1981).
Figura 2.1 – Curva típica de ensaio de tração de um aço baixo carbono (SOUZA,
1982).
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 7
Terminada a região elástica, inicia-se a região plástica do material, onde a
tensão e a deformação não são mais relacionadas por uma simples constante de
proporcionalidade, e em qualquer ponto do diagrama, havendo descarregamento da
força aplicada, o material apresenta uma deformação residual. O inicio da
plasticidade é verificada em vários metais e ligas dúcteis, principalmente no caso de
ações de baixo carbono, pelo fenômeno de escoamento. O escoamento é um tipo de
transição heterogênea e localizada entre a região elástica e plástica, caracterizado
por um aumento relativamente grande da deformação com pequena variação da
tensão aplicada. Inicialmente tem-se um limite de tensão superior de escoamento
onde as discordâncias começam a se movimentar no interior da matriz metálica.
Após o inicio desta movimentação, a tensão decai até o limite inferior de escoamento
e as discordâncias continuam se propagando por toda a extensão do comprimento
submetido à força aplicada. O fim da região de escoamento caracteriza-se pelo
começo do encruamento (SOUZA, 1982).
Matematicamente, a tensão de escoamento é calculada utilizando o conceito
de tensão aplicada ao escoamento, ou seja, a tensão de escoamento, σy, pode ser
calculada pela razão entre a força aplicada no escoamento, Fe, e a área da secção
inicial do corpo de prova, A0, como demostrado na equação 2.1.
𝜎𝜎𝑦 = 𝐹𝑒𝐴0
Eq. 2.1
Para materiais onde a tensão de escoamento não é bem definida, o método
offset é utilizado para determinar a tensão de escoamento. Neste método, traça-se
uma reta paralela linear inicial do gráfico obtido no ensaio de tração a uma distância,
O-m, equivalente a 0,2% de alongamento do corpo de prova para casos mais gerais,
0,5% para cobre e suas ligas e 0,1% em casos onde a liga metálica é muito dura,
com pequena zona plástica (SOUZA, 1982), obtendo o segmento, m-n. Este
segmento irá interceptar no ponto, r, onde se traça um novo segmento, R-r, paralelo
ao eixo da deformação. Com isto obtém-se o ponto, R, que representa a tensão de
escoamento (POPOV, 1998), como pode ser ilustrado na figura 2.2.
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 8
Figura 2.2 - Diagrama tensão versus deformação para determinar a tensão de
escoamento pelo método offset (POPOV, 1998).
Após o termino do escoamento do material, inicia-se a região de deformação
plástica e o ensaio prossegue até que seja atingida a tensão máxima suportada pelo
material, que caracteriza o final da zona plástica. Durante a deformação plástica do
material, ocorre o encruamento. O encruamento do material é o endurecimento por
deformação a frio, ou seja, quanto mais a força vai agindo sobre o corpo de prova,
mais resistente ele vai se tornando. Este fato pode ser observado pelo aumento
continuo da tensão, à medida que o ensaio se processa após o escoamento. Isto
ocorre devido às interações entre as discordâncias que impedem o escorregamento
dos planos cristalográficos, formando barreiras para a deformação (SOUZA, 1982).
O conceito de tensão representado pela relação entre força aplicada, F, e a
área inicial transversal, A0, também é válida para o escoamento, porém precisa ser
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 9
reavaliado para o encruamento, pois a tensão aumenta em uma relação maior do
que ocorre o aumento da deformação, como pôde ser observado na figura 2.1.
O coeficiente de encruamento, n, pode ser obtido pela curva tensão versus
deformação verdadeira, e para determiná-lo tem-se que medir, no mínimo, cinco
forças e suas respectivas deformações conforme indicado na figura 2.3 (ASTM
E646, 1998).
Figura 2.3 – Ilustração para obtenção das forças e suas respectivas deformações na
curva força versus deformação de um material com escoamento (ASTM E646,
1998).
A partir de obtenção de cinco forças e suas respectivas deformações, é obtida
a tensão verdadeira, σv, e a deformação verdaderira, δ. Linearizando a curva tensão
versus deformação de engenharia na região do encruamento, obtem-se a equação
2.2 que representa a equação de um reta. O coeficente angular da reta é o
coeficente de encrumanerto, n, que pode ser calculado através de um regreção
linear obtida pela equação 2.3 (ASTM E646, 1998).
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 10
𝑙𝑜𝑔𝜎𝜎𝑣 = 𝑙𝑜𝑔𝐾 + 𝑛𝑛 ∗ 𝑙𝑜𝑔𝛿 Eq. 2.2
𝑛𝑛 = 𝑁∗∑ (𝑙𝑜𝑔𝛿𝑖∗𝑙𝑜𝑔𝜎𝑖)−(∑ 𝑙𝑜𝑔𝛿𝑖∗∑ 𝑙𝑜𝑔𝜎𝑖)𝑁𝑖=1
𝑁𝑖=1
𝑁𝑖=1
𝑁∗�∑ (𝑙𝑜𝑔𝛿𝑖)2𝑁𝑖=1 �−(∑ 𝑙𝑜𝑔𝛿𝑖)𝑁
𝑖=12 Eq. 2.3
2.3 Fatores que afetam o coeficiente de encruamento
Alterações promovidas nas propriedades mecânicas de um material por meio
de tratamentos térmicos ou mecânicos podem afetar o coeficiente de encruamento,
n. Estudos realizados por HOLLOMON (1945) mostraram que o coeficiente de
encruamento possui uma relação dependente com o limite de resistência do
material. Os experimentos realizados por este autor em aços carbono mostraram
que, alterando a composição química do material e submetendo estes materiais a
diversas condições de tratamentos térmicos, o coeficiente de encruamento
apresentou uma clara dependência com o limite de resistência. A figura 2.4 mostra
os resultados experimentais obtidos por HOLLOMON (1945) em aços carbono,
onde, em diversos aços com diferentes quantidades de carbono, há uma clara
dependência do coeficiente de encruamento com o limite de resistência.
HOLLOMON (1945) também realizou experimentos em ligas não ferrosas,
como o cobre, e a relação entre o coeficiente de encruamento e o limite de
resistência para este material mostrou a mesma dependência mostrada naquela
encontrada para aços.
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 11
Figura 2.4 – Variação do coeficiente de encruamento em função do limite de
resistência para diversas quantidades de carbono em aços (HOLLOMON, 1945).
Da mesma forma que a quantidade de trabalho a frio afeta sobremaneira o
coeficiente de encruamento, esta propriedade também é sensível ao tamanho de
grão. Experimentos realizados por HAN et al. (2003) na liga de alumínio AA5083
mostraram a dependência do coeficiente de encruamento com o tamanho de grão,
onde obteve-se um aumento do coeficiente de encruamento em função do aumento
do tamanho de grão da liga AA5083 obtidos por meio de tratamentos
termomecânicos.
MISHARA et al. (2009) realizaram experimentos com a liga de alumínio
AA1050, onde esta liga em uma condição metalúrgica recozida foi submetida a
diversas condições de deformação a frio, e os resultados destes experimentos
mostraram uma dependência do coeficiente de encruamento com o limite de
Limite de Resistência (10.000 PSI)
Coe
ficie
nte
de E
ncru
amen
to, n
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 20 30 40 50
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
0,090
0,08
0,07
0,06
0,05
0,04
0,03
0,02
0,49%C
0,20%C
0,59%C
0,78%C
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 12
deformação do material, ou seja, com a redução do limite de deformação houve
redução do coeficiente de encruamento da liga de alumínio AA1050.
O coeficiente de encruamento está diretamente relacionado com as
propriedades do material, e é definido como o expoente da relação entre tensão e
deformação, conforme equação da conservação de energia descrita por
HOLLOMON (1945), dessa forma, o coeficiente de encruamento determina o
incremento de tensão para cada incremento da deformação do material. Quanto
maior for o limite de resistência do material, maior será o coeficiente de
encruamento, e quanto maior o coeficiente de encruamento, maior será o limite de
deformação do material.
2.3.1 Mecanismos de endurecimento
Mecanismos de endurecimento são modos de aumentar a resistência
mecânica dos materiais. Nos metais, o mecanismo predominante no processo de
deformação plástica, em temperatura ambiente, é a movimentação das
discordâncias, e dessa forma, promover o aumento da resistência, ou endurecer o
material, significa dificultar o movimento destas discordâncias.
Discordâncias são imperfeições lineares e sua presença provoca
perturbações em uma rede espacial de átomos, que de outro modo, seria perfeita.
As discordâncias podem ser consideradas como a fronteira entre duas regiões de
uma superfície, que são em si mesmas perfeitas, havendo porém entre elas um
desajuste (MOFFATT et al., 1972). Alguns dos mecanismos de endurecimento que
promovem a dificuldade do movimento das discordâncias nas ligas metálicas podem
ser: refino do tamanho de grão, encruamento (trabalho a frio), dispersão de
partículas ou solução sólida (SMALLMAN, 1999).
Em uma situação hipotética, onde não existam defeitos (discordâncias), a
deformação plástica do metal, em temperatura ambiente, ocorre através do
deslizamento dos planos de escorregamento de uma maneira cisalhante, e dessa
forma, o deslizamento deve ocorrer de tal forma que deva existir um rearranjo
cooperativo e simultâneo entre os átomos, o que exigiria altíssimas tensões para
promover este deslocamento. Esta tensão cisalhante necessária para promover o
deslocamento de um plano em relação a outro plano adjacente foi calculada pela
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 13
primeira vez em 1926 por J. FRENKEL como descrito por READ (1953). Este
mecanismo de rearranjo cooperativo e simultâneo está ilustrado na figura 2.5.
Figura 2.5 – Ilustração do movimento cooperativo e simultâneo de átomos durante o
deslizamento de planos cristalinos sem defeitos, onde τ é a tensão cisalhante
necessária para causar este movimento (PADILHA, 2000).
Quando existem defeitos do tipo discordâncias em cunha, o processo de
deslizamento dos planos exige apenas o deslocamento de alguns átomos, pois a
discordância atua como uma fronteira entre as partes do cristal que escorregou e a
parte do cristal que ainda não escorregou (READ, 1953). A figura 2.6 ilustra como
este mecanismo ocorre.
A deformação plástica causada pela movimentação de uma discordância
exige uma tensão muito menor que a necessária para movimentar um plano de
átomos como um todo.
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 14
Figura 2.6 – (a) Ilustração dos movimentos atômicos perto da discordância em cunha
durante a deformação plástica e a (b) movimentação das discordâncias (PADILHA,
2000).
2.3.2 Endurecimento por redução do tamanho de grão
Os contornos de grão atuam como barreiras para a movimentação das
discordâncias, pois durante a deformação plástica, ocorre a movimentação das
discordâncias, e elas podem se movimentar de um grão para outro, e como cada
grão possui sua própria orientação cristalina, a discordância deverá mudar sua
orientação também, para que possa continuar com sua movimentação. Dessa forma,
é necessária uma maior tensão para que as discordâncias movimentem-se de um
grão para outro. Os contornos de grão são uma região de desordem, já que existem
ligações incompletas, e esta região de contornos resulta em uma região de
descontinuidade do plano de escorregamento de um grão para outro, sendo assim,
quando maior a quantidade de contornos de grão, maior dificuldade haverá na
movimentação das discordâncias (READ, 1953).
A redução do tamanho de grão de uma liga de alumínio pode ocorrer durante
o processo de fabricação, através da adição de elementos químicos chamados de
refinadores de grão ou pelo processo de recristalização.
Existe uma relação entre a tensão de escoamento e o tamanho de grão de
materiais policristalinos. Essa relação foi desenvolvida por HALL (1951) e
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 15
posteriormente explorada por PETCH (1953), sendo conhecida como relação de
HALL-PETCH e é expressa pela equação 2.4.
𝜎𝜎𝑦 = 𝜎𝜎0 + 𝐾
�𝐷𝑔 Eq. 2.4
Nesta relação, σy, e σ0, representam, respectivamente, a tensão de
escoamento e a tensão teórica de limite ao cisalhamento entre os grãos, K, é uma
constante indicadora da extensão de empilhamento de discordâncias junto à
fronteira do grão e, Dg, refere-se ao diâmetro médio dos grãos. Pela equação é
possível observar que, σy e Dg tem uma relação inversamente proporcional, ou seja,
quanto menor for o diâmetro médio do grão, maior a tensão de escoamento
(PETCH, 1953).
A figura 2.7 mostra como a redução do tamanho médio dos grãos de um
material policristalino pode influenciar a tensão de escoamento de uma liga de latão
(70 Cu – 30 Zn).
Figura 2.7 – Efeito do tamanho de grão na tensão de escoamento da liga 70 Cu – 30
Zn (CALLISTER, 2002).
Tamanho de grão, d (mm)
d-1/2 (mm-1/2)
Tens
ão d
e es
coam
ento
(MP
a)
Tens
ão d
e es
coam
ento
(Ksi
)
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 16
2.3.3 Endurecimento por encruamento
Em geral, os metais e os polímeros são os únicos materiais com ductilidade
suficiente para permitir deformações de que resultem alterações apreciáveis na sua
estrutura. O processo de encruamento dos metais consiste em deformar o material
plasticamente a frio, com o objetivo de aumentar a dureza e a resistência mecânica.
Durante o processo de deformação a frio do material, os grãos mudam de forma a
medida que as discordâncias passam através deles. As discordâncias, ao passarem
através dos grãos, em sistemas de escorregamentos concorrentes, interagem umas
com as outras, produzindo arranjos de emaranhados de discordâncias. Estes
emaranhados dificultam a passagem de novas discordâncias e, dessa forma, fazem
com que o grão fique mais resistente à deformação (MOFFATT et al., 1972).
A figura 2.8 mostra como o aumento da quantidade de trabalho a frio pode
influenciar na resistência mecânica de um metal, onde se tem um aumento da
resistência mecânica do material em função do aumento da quantidade de trabalho
a frio (ou encruamento).
Figura 2.8 – Influência do trabalho a frio na resistência mecânica de um aço de baixo
carbono (CALLISTER, 2002).
Resistência
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 17
Pode-se medir o encruamento através do coeficiente de encruamento,
representado por, n. O valor do coeficiente de encruamento pode ser determinado
por uma relação matemática empírica, considerando que a parcela da curva tensão
versus deformação real ou verdadeira entre o escoamento e a estricção é
representada por uma equação exponencial, que é descrita na equação 2.5.
𝜎𝜎𝑣 = 𝐾 ∗ 𝛿𝑛 Eq. 2.5
Sendo, K, é o coeficiente de resistência, σv, a tensão verdadeira aplicada ao
corpo-de-prova e, δ, a deformação verdadeira sofrida pelo corpo de prova. Os
valores de, K e n, são constantes do material, sendo que, n, é adimensional com
valor sempre inferior a um (ASTM E646, 1998). Quanto menor o valor de, n, mais
encruado encontra-se o material.
A tensão verdadeira, σv, é a relação entre a carga aplicada em qualquer
instante e a área da seção transversal do corpo de prova no mesmo instante. A
deformação verdadeira, δ, é baseada na alteração do comprimento do corpo de
prova em relação ao comprimento inicial (SOUZA, 1982).
2.4 Classificação dos tratamentos termomecânicos das ligas de alumínio
As ligas de alumínio podem ser submetidas a diversos tipos de tratamentos,
sejam eles térmicos ou mecânicos, para obter uma condição desejada nas
propriedades mecânicas. Os diversos tipos de tratamentos termomecânicos
aplicados às ligas de alumínio são descritos conforme a norma ABNT NBR 6835
(2000).
Classificação dos tratamentos termomecânicos “H”:
O primeiro dígito indica o processo a qual o material foi submetido:
• H1 – Somente encruado: aplica-se aos produtos que sofrem deformação
plástica a frio, para obtenção de resistência desejada, sem recozimento
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 18
complementar. O segundo dígito desta designação indica o grau de
encruamento;
• H2 – Deformado plasticamente a frio e parcialmente recozido: aplica-se aos
produtos que sofrem deformação plástica a frio e em seguida, é aplicado um
processo de recozimento parcial para reduzir sua resistência ao nível
desejado;
• H3 – Deformado plasticamente a frio e estabilizado: aplica-se aos produtos
que sofrem deformação plástica a frio e cujas propriedades mecânicas são
estabilizadas por um tratamento térmico à baixa temperatura, do qual resulta
em uma resistência à tração ligeiramente menor, porém com melhor
ductilidade.
• H4 – Deformado plasticamente a frio com posterior processo de pintura ou
verniz: aplica-se aos produtos que sofrem deformação plástica a frio e que
estão sujeitos a algum tratamento termomecânico subsequente a operação de
pintura ou aplicação de verniz. O segundo dígito desta designação indica o
grau de encruamento, após o tratamento de cura da tinta ou do verniz
aplicado, devendo obedecer aos mesmos limites de propriedades mecânicas
dos tratamentos termomecânicos correspondentes a H2X e H3X.
O segundo dígito indica o grau de encruamento em ordem crescente
abrangendo os dígitos de 1 a 9, conforme segue:
• O numeral 8 designa o tratamento termomecânico mais duro normalmente
produzido;
• O numeral 4 designa o tratamento termomecânico cujo limite de resistência à
tração é aproximadamente a metade daqueles entre os tratamentos
termomecânicos O e HX8.
• O numeral 6 designa o tratamento termomecânico cujo limite de resistência à
tração é aproximadamente a metade daqueles entre os tratamentos
termomecânicos HX4 e HX8.
• O numeral 2 designa o tratamento termomecânico cujo limite de resistência à
tração é aproximadamente a metade daqueles entre os tratamentos
termomecânicos O e HX4.
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 19
• Os numerais 1, 3, 5 e 7 designam, simplesmente, o tratamento
termomecânico intermediário entre àqueles definidos acima.
• O numeral 9 designa o tratamento termomecânico cujo limite mínimo de
resistência à tração excede ao tratamento termomecânico HX8 em, pelo
menos, 10 MPa, e não há limite máximo (ASTM B233, 2003).
A tabela 2.1 mostra como pode ser definido um tratamento termomecânico HX8
a partir da tensão limite de resistência do material. A regra conforme norma ANBT
NBR 6835 (2000) define que, para um tratamento termomecânico ser classificado
como máxima deformação (HX8), o trabalho a frio deve atribuir ao material um
acréscimo mínimo na tensão limite de resistência do material.
Tabela 2.1 – Especificação dos limites de resistência à tração mínima para os
tratamentos termomecânicos HX8 (ABNT NBR 6835, 2000).
Tensão limite de resistência do material na condição recozida (MPa).
Incremento na tensão limite de resistência do material para classificá-
lo como HX8 (MPa). Até 40 55 45 a 60 65 65 a 80 75 85 a 100 85
105 a 120 90 125 a 160 95 165 a 200 100 205 a 240 105 245 a 280 110 285 a 320 115
Acima de 325 120
2.5 Tratamento Térmico de Recozimento
O tratamento térmico de recozimento é realizado com o objetivo de remover as
tensões internas do material oriundas dos tratamentos mecânicos de deformação a
frio ou a quente, ou também é utilizado como tratamento térmico para diminuir a
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 20
dureza do material ou alterar as propriedades mecânicas como o limite de
resistência, alongamento, ductilidade, etc.
O tratamento térmico de recozimento consiste em aquecer o material a uma
temperatura pré-definida e mantê-lo nesta temperatura até promover as alterações
desejadas, depois é promovido o resfriamento do material, que pode ser realizado
ao ar, água, óleo ou forno (GROSSMAN et al. 1971).
O tratamento térmico de recozimento promove uma recuperação da
microestrutura do material que se encontra no estado encruado (ou temperado). O
recozimento do material encruado tem por finalidade alterar a microestrutura e/ou a
textura e, consequentemente, as suas propriedades. Essas alterações se dão
principalmente com a diminuição da densidade das discordâncias devido à
diminuição da energia retida e a recuperação e/ou a recristalização. No processo de
recozimento de um material encruado, inicialmente ocorre o processo de
recuperação, onde as discordâncias de sinais contrários começam a se anular
mutuamente, os defeitos pontuais desaparecem e as propriedades físicas voltam a
ter valores próximos as do metal sem deformação. Após a recuperação ocorre o
processo de recristalização, onde os grãos alongados se transformam em grãos
finos e equiaxiais, e as propriedades como dureza e ductilidade voltam a ter valores
próximos dos originais. Esta nucleação de grãos novos, sem deformação, prossegue
até que toda a peça seja formada por grãos novos (MOFFATT et al. 1972).
As condições do recozimento são fortemente dependentes dos parâmetros
iniciais (condições do encruamento) e finais do material (propriedades desejadas),
além da sua natureza própria como o tipo do metal, composição química, fases,
entre outras (HAYDEN et al., 1968).
Para a restauração total ou parcial da microestrutura, os fenômenos
associados ao processo de recuperação estarão relacionados ao tipo do material e a
sua pureza, à deformação aplicada ao material e às temperaturas aplicadas durante
as etapas de deformação plástica e de recozimento. Assim, a aniquilação de lacunas
e migração de defeitos puntiformes aos contornos de grãos e discordâncias ocorrerá
em temperaturas acima de 0,3*Tf, onde Tf é a temperatura absoluta de fusão. Na
região entre 0,2 a 0,3*Tf os fenômenos predominantes serão a aniquilação e
rearranjo de discordâncias de sinais opostos fazendo com que os subcontornos dos
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 21
grãos se tornem mais aparentes, o que irá caracterizar uma estrutura de contornos
de baixos ângulos, (HUMPHREYS et al., 1995). Outras estruturas, como a formação
de subgrãos somente ocorrem em temperaturas superiores, normalmente acima de
0,4*Tf, quando há energia suficiente para que o escorregamento e a escalada
ocorram em grande escala.
2.6 Ensaio de Dureza
Dureza é definida como a resistência de um material à indentação (ou
penetração). Indentação é o ato de se pressionar uma esfera, cone, prisma ou uma
ponta dura contra a superfície da amostra de um material com uma força conhecida
de modo a criar uma depressão. Esta depressão, ou penetração, é resultante da
deformação plástica do material abaixo do penetrador. Nos ensaios de dureza com
esferas, a dureza, H, é a razão entre a carga aplicada e a área formada na
depressão, resultando em unidade de pressão (TABOR, 1951), sendo que,
comparativamente, quanto menor for a área impressa, maior será a dureza.
Existem mais de uma dezena de ensaios de dureza (PADILHA, 2000). Estes
ensaios podem ser classificados, conforme a maneira que são realizados, em três
tipos: por penetração, por choque e por risco. A escala de dureza mais antiga é a
escala MOHS, introduzida em 1822, e é baseada na capacidade de um material
riscar o outro.
2.6.1 Dureza Brinell
A escala de dureza Brinell foi proposta em 1904 por J. A. Brinell. O ensaio
consiste em comprimir uma esfera de aço, de Diâmetro, D, sobre uma superfície
plana por meio da aplicação de uma carga, F. A compressão da esfera na superfície
do material causa uma impressão permanente. Esta impressão tem a geometria de
uma calota esférica, de diâmetro, d (NORBURY et al., 1928).
A dureza Brinell é representada pelas letras HB, que significam Hardness
Brinell, ou Dureza Brinell. A dureza Brinell (HB), indicada na equação 2.6, é a
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 22
relação entre a carga aplicada, F, e a área da calota esférica impressa no material
ensaiado, Ac.
𝐻𝐵 = 𝐹𝐴𝑐
Eq. 2.6
Á área da calota esférica é dada pela equação 2.7, onde h é a profundidade da
calota em relação a superfície da amostra ensaiada.
𝐴𝑐=𝜋 ∗ 𝐷 ∗ ℎ Eq. 2.7
Substituindo-se a área da calota esférica, Ac, da equação 2.7 na equação 2.6,
obtêm-se a equação 2.8.
𝐻𝐵 = 𝐹𝜋∗𝐷∗ℎ
Eq. 2.8
Devido à dificuldade para medição da profundidade, h, que é um valor muito
pequeno, utiliza-se uma relação matemática entre a profundidade, h, e o diâmetro da
calota, d, para chegar a formula matemática que permite o cálculo da dureza HB,
representado na equação 2.9.
𝐻𝐵 = 2𝐹𝜋𝐷(𝐷−�𝐷2−𝑑2)
Eq. 2.9
A dureza Brinell tem unidade de tensão (pressão), e é normalmente dada em
kgf/mm². O ensaio padronizado, proposto por J. A. Brinell é realizado com carga de
3000 kgf e com esfera de 10 mm de diâmetro, de aço temperado, porém, pode se
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 23
obter o mesmo valor de dureza utilizando-se de cargas e esferas diferentes. A figura
2.9 ilustra este princípio de ensaio de dureza com penetrador esférico.
Figura 2.9 – Princípio do ensaio de dureza Brinell, onde uma esfera é comprimida
sobre a superfície do material.
Para a realização do ensaio de dureza Brinell com uma força aplicada, F, ou
diâmetro da esfera do penetrador, D, diferente daquele proposto por J. A. Brinell e
obter um mesmo valor de dureza, se deve manter constate a relação entre a carga
aplicada, F, e o quadrado do diâmetro da esfera do penetrador, D, como
representado na equação 2.10, esta relação é denominada de fator de carga (ASTM
E10, 1998).
Para se padronizar o ensaio, foram fixados valores de fatores de carga de
acordo com a faixa de dureza e o tipo de material, para que uma relação entre carga
aplicada, F, e deformação, d, não comprometa a confiabilidade do ensaio (ASTM
E10, 1998).
h Amostra
Esfera de Aço
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 24
Eq. 2.10
Na prática, os valores padronizados do fator de carga são: 1,25; 2,5; 5; 10 e 30.
A tabela 2.2 mostra a relação entre a esfera e a força aplicada para os principais
fatores de carga utilizados.
A carga deve ser determinada de tal forma, que o diâmetro de impressão, d, se
situe entre o intervalo de 0,25 a 0,6 do diâmetro da esfera, D. A impressão será
considerada ideal se o valor de impressão, d, ficar na média entre os dois valores
anteriores, ou seja, 0,375*D (ASTM E10, 1998).
Tabela 2.2 – Valores representativos da força aplicada, F, em função do diâmetro da
esfera e fator de carga para dureza Brinell (ASTM E10, 1998).
Valores da Força Aplicada, F, [kgf]
Fator de Carga 30 10 5 2,5 1,5
Esfera Ø 10,0 mm 3000 1000 500 250 125
Esfera Ø 5,0 mm 750 250 125 62,5 31,25
Esfera Ø 2,50 mm 187,5 62,5 31,25 15,625 7,812
Esfera Ø 1,0 mm 30 10 5 --- ---
A tabela 2.3 mostra como o fator de carga pode ser escolhido para diversos
materiais metálicos em função da sua dureza esperada.
Carga deFator 2 =DF
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 25
Tabela 2.3 - Fatores de carga para diversos materiais (POPOV, 1998).
Fator de Carga 30 10 5 2,5 1,25
Intervalo de Dureza abrangido
95,5 a
450
31,8 a
200
15,9 a
100
7,9 a 50
4 a 25
Grupo de metais para os quais
devem ser preferencialmente
empregados os fatores de carga
indicados.
Ligas Ferrosas e ligas de alta resistência.
Metais e ligas não ferrosas
Ferro Aço
Aço fundido Ferro fundido
Ligas de titânio Ligas de níquel e
cobalto para temperaturas
elevadas
Ligas de alumínio
Ligas de cobre Liga de alumínio
Ligas de magnésio
Ligas de zinco Latão
bronze Cobre Níquel
Alumínio Magnésio
Cobre Zinco Latão
fundido
Ligas de estanho Ligas de chumbo
Ligas de chumbo Ligas de estanho Metal
patente
Não existe um formato padrão para os corpos de prova para o ensaio de
dureza Brinell, mas a espessura deve ser de, no mínimo, 17 vezes a profundidade
da calota esférica, h, e a superfície deve ter um acabamento polido e totalmente
plano formando um ângulo de 90º com o penetrador para que fique em contato
direto com a superfície do corpo de prova. A distância entre centros de duas
impressões vizinhas deve ser de, no mínimo, quatro vezes o diâmetro da impressão
e de 2,5 vezes a distância entre o centro de uma impressão e a borda do corpo de
prova, para evitar que a deformação produzida por impressões sucessivas muito
próximas modifiquem o valor da dureza obtida (ANBT NBR 6394, 1999).
Como o diâmetro da esfera, D, e a força aplicada, F, são padronizadas, os
valores da dureza Brinell também são padronizados e tabelados através de normas
específicas. Na prática, realiza-se o ensaio com a força determinada pelo fator de
carga, de acordo com o tipo de material, conforme mostrado na tabela 2.2, e mede-
se o diâmetro da impressão, d, resultante em duas direções perpendiculares entre si.
Com isso, utilizam-se tabelas normalizadas e que fornecem o valor da dureza Brinell
(ANBT NBR 6442, 1999).
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 26
2.6.2 Morfologia de Impressão
Durante o processo de indentação esférica em materiais elasto-plásticos, a
superfície ao redor da área de contato pode ser deformada no sentido de formação
de bordas ou retrações. O comportamento de formação de bordas é chamado de
pile-up, e quando há formação de retração, sink-in (HERNOT et al., 2006).
O estudo da relação da deformação da superfície ao redor da área impressa no
material com as propriedades do material foi realizado por vários autores
(NORBURY et al., 1928; MATTEWS, 1980; HILL et al., 1989; TALJAT et al., 1998;
ALCALÁ et al., 2000; TALJAT et al., 2004; HERNOT et al., 2006). Alguns destes
estudos se concentram em indentações esféricas e mostram a relação existente
entre a profundidade de penetração, h, a profundidade de contato, hc e o raio de
contato, ac, entre o penetrador e o material analisado. TABOR (1951) e CAHOON et
al. (1979) expressaram que o coeficiente de encruamento, n, não pode ser avaliado
através de ensaios de dureza com penetradores piramidais devido à similaridade
geométrica e as relações matemáticas envolvendo estas indentações. Já ensaios
envolvendo penetradores esféricos fornecem resultados mais satisfatórios para a
determinação dos valores do coeficiente de encruamento em materiais metálicos
(TABOR, 1951; CAHOON et al., 1979).
A figura 2.10 mostra a geometria de contato para um penetrador esférico, onde
é mostrado o raio de uma esfera, R, forçada contra um material através de uma
força, F, para promover uma deformação de profundidade, h, em relação a
superfície. A denominação de pile-up ou sink-in é dada em função da altura da
borda, s, sendo que para valores de s>0, a deformação é denominada de borda, ou
pile-up, e para valores de s<0, retração, ou sink-in. O valor da altura da borda, s, é
obtida em relação à superfície do material analisado. O ponto que indica o final da
superfície de contato entre a esfera e o material é indicado pela medição do ângulo
β, e os parâmetros obtidos a partir deste ponto são descritos com o sufixo, c,
subscrito, para indicar que a referencia não é a superfície, e sim o ponto de contato
entre esfera e o material (TALJAT et al., 2004).
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 27
Figura 2.10 – Morfologia de impressão de penetrador esférico, com os principais
parâmetros: Raio do penetrador, R; Força aplicada, F; Profundidade da penetração,
h; Profundidade da penetração de contato, hc; raio de contato da impressão, ac; raio
da impressão, a; altura de borda/retração, s (TALJAT et al., 2004).
A formação de bordas de impressão se caracteriza pelo empilhamento do
material ao redor da impressão quando se retira a ação da força aplicada no ensaio.
Durante um ensaio de dureza, o material ao redor da área de contato pode ser
deformado para cima (s>0) ou para baixo (s<0) ao longo do eixo onde a força é
aplicada. Este comportamento origina as bordas, no primeiro caso e a retração, no
segundo caso e ambas são afetadas pelas propriedades mecânicas dos materiais
(HERNOIT et al., 2006; BOLSHAKOV et al., 1998). O resultado é uma distorção da
impressão com aumento (formação de bordas) ou diminuição (formação de retração)
do diâmetro da impressão, comparado com o diâmetro real obtido em ensaio no qual
este tipo de efeito na impressão não é observado (TABOR, 1951).
As bordas formadas ao longo do contorno da calota esférica podem influenciar
na leitura do diâmetro de impressão, aumentando a área de contato entre esfera e
material, e consequente redução no valor de dureza obtida pela leitura do diâmetro
de impressão, d. As retrações reduzem a área de contato entre a esfera e material,
induzindo a um aumento na leitura da dureza obtida por meio do diâmetro de
impressão, d. A retração é comumente observada em materiais com coeficiente de
encruamento elevado (TABOR, 1951; HERNOT et al., 2006). Além disso, a altura da
borda (ou da retração) apresenta forte dependência com o coeficiente de
F
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 28
encruamento, n. NORBURY et al. (1928) foram os primeiros a mostrar que o perfil de
uma impressão esférica que apresenta borda ou retração tem relação com as
propriedades do material. Experimentalmente, pesquisadores determinaram que em
corpos de prova que sofreram um tratamento de recozimento ou algum tratamento
semelhante, apresentaram a formação de retração (NORBUARY et al., 1928). Já
para materiais em que ocorreu algum trabalho mecânico a frio, bordas são
observadas com maior frequência. Isso mostra que as bordas são predominantes
em materiais com baixo coeficiente de encruamento e a retração é comumente
observada em materiais com alto coeficiente de encruamento (BOLSHAKOV et al.,
1998).
XU et al. (2002) apresentaram um limite para a ocorrência da borda ou da
retração, baseado no valor do coeficiente de encruamento. Para esses
pesquisadores, não há formação das bordas para materiais com n>0,3.
Adicionalmente, CHENG et al. (2000) mostraram que há dependência da morfologia
de impressão com a razão entre a tensão de escoamento e o modulo de elasticidade
(σy/E). Para altas razões de σy/E, não há formação de bordas ou retração para
quaisquer valores de n>0 e, para baixas razões de σy/E, a formação de borda ou
retração passa a depender do nível de encruamento (CHENG et al., 2000).
Utilizando as recomendações da norma ABNT NBR 6394 (1999) quanto ao
fator de carga correto, ao espaçamento entre as impressões, a distância entre o
centro da impressão, a extremidade do corpo de prova e a espessura do mesmo, a
possibilidade de ocorrer bordas ou retrações são menores (SOUZA, 1982; ABNT
NBR 6394, 1999).
2.7 Coeficiente de Encruamento
O coeficiente de encruamento, n, representa a quantidade de deformação a
frio do material, ou seja, ele representa a quantidade de encruamento do material.
Vários pesquisadores propuseram modelos matemáticos para cálculo do coeficiente
de encruamento, n, através dos dados retirados da morfologia de impressão obtida
em uma indentação esférica.
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 29
CIPRIANO (2008) realizou experimentos para a determinação do coeficiente de
encruamento de metais por meio da morfologia das impressões de dureza utilizando
modelos matemáticos da literatura para calcular o coeficiente de encruamento
através da morfologia de impressão em três materiais distintos: Alumínio 6063-T6,
Aço AISI 1020 e Aço Inoxidável AISI 316L. Para calcular o coeficiente de
encruamento nestes três materiais, CIPRIANO (2008) utilizou ensaio de dureza com
penetrador esférico com três condições diferentes para cada material, onde este
autor alterou o diâmetro das esferas e a força aplicada. A tabela 2.4 mostra os
resultados obtidos por CIPRIANO (2008) para obtenção do coeficiente de
encruamento através da morfologia de impressão. O objetivo deste autor foi
observar quais dos modelos utilizados se aproximam dos resultados experimentais
obtidos pelo ensaio de tração para os três materiais utilizados.
Tabela 2.4 - Coeficiente de encruamento obtido através da morfologia de impressão
e ensaio de tração para três materiais distintos (CIPRIANO, 2008).
Coeficiente de Encruamento
Modelo Alumínio 6063-T6 Aço AISI 1020 Aço inoxidável AISI
316L Ensaio de Tração 0,129 0,080 0,481
Lei de Meyer (1908) 0,132 0,062 0,403
MATTHEWS (1980) 0,187 0,109 0,304
HILL et al. (1989) 0,182 0,065 0,336
TALJAT et al. (1998) 0,114 0,028 0,262
ALCALÁ et al. (2000) 0,130 0,054 0,292
CIPRIANO (2008) utilizou os modelos matemáticos propostos por MATTHEWS
(1980), HILL et al. (1989), TALJAT et al. (1998), ALCALÁ et al. (2000) e a Lei de
MEYER (1908).
Experimentos realizados por MEYER (1908) com penetradores esféricos
mostraram que existe uma relação entre a força aplicada, F, e o diâmetro de
impressão, d, conforme equação 2.11, que é conhecida como Lei de Meyer.
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 30
𝐹 = 𝑘 ∗ 𝑑𝑚 Eq. 2.11
Os valores de, k, e, m, são constantes do material e representam a resistência
à penetração e o coeficiente de Meyer, respectivamente. Essas constantes podem
ser determinadas através do ensaio de dureza com diferentes forças, no qual se
obtém um gráfico da forma versus diâmetro de impressão. Aplicando o logarítimo à
equação 2.11 obtém-se a equação 2.12.
log𝐹 = log𝑘 + 𝑚 ∗ log𝑑 Eq. 2.12
Ela representa a equação de uma reta com coeficiente angular igual ao valor
de, m, e coeficiente linear igual ao valor de logk. Aplicando o anti-logaritmo, obtém-
se o valor de, k. O logaritmo aplicado pode ser tanto na base decimal como na base
neperiana (logaritmo natural) (SOUZA, 1982).
Para calculo do coeficiente de encruamento pela Lei de MEYER (1908), foi
utilizado o modelo deste autor, que está descrito a equação 2.13.
𝑛𝑛 = 𝑚 − 2 Eq. 2.13
Onde, m é o coeficiente de Meyer e, n, o coeficiente de encruamento.
O modelo proposto por MATTHEWS (1980) utilizado para cálculo do
coeficiente de encruamento está descrito na equação 2.14.
𝑠ℎ
= 12∗ �2∗𝑛+1
2∗𝑛�−2(𝑛−1)
− 1 Eq. 2.14
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 31
O modelo proposto por MATTHEWS (1980), descrito na equação 2.14 utiliza
uma relação entre as medidas de bordas, e o coeficiente de encruamento. O
parâmetro, s, representa a altura das bordas, o parâmetro, h, representa a altura
total da impressão e, n, o coeficiente de encruamento.
O modelo proposto por HILL et al. (1989), está descrito na equação 2.15, onde
o parâmetro, s, representa a altura das bordas, o parâmetro, h, representa a altura
total da impressão e, n, o coeficiente de encruamento.
𝑠ℎ
+ 1 = 52�2−𝑛4+𝑛
� Eq. 2.15
O modelo proposto por TALJAT et al. (1998) para cálculo do coeficiente de
encruamento está descrito na equação 2.16, onde o parâmetro, s, representa a
altura das bordas, o parâmetro, h, representa a altura total da impressão e, n, o
coeficiente de encruamento.
𝑠ℎ
= �14∗ (5 − 3 ∗ 𝑛𝑛0,7)� − 1 Eq. 2.16
O modelo proposto por ALCALÁ et al. (2000) está descrito na equação 2.17,
onde o parâmetro, s, representa a altura das bordas, o parâmetro, h, representa a
altura total da impressão e, n, o coeficiente de encruamento.
𝑠ℎ
= 0,276 − 1,748 ∗ 𝑛𝑛 + 2,452 ∗ 𝑛𝑛2 − 1,469 ∗ 𝑛𝑛3 Eq. 2.17
2.7.1 Modelo e simulações numéricas de TALJAT et al. (2004)
Após a publicação de um modelo para cálculo do coeficiente de encruamento
através da morfologia de impressão, TALJAT et al. (2004) exploraram e
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 32
caracterizaram a evolução da formação de borda e retração na transição elasto-
plástico através do método de análise por elementos finitos. Eles mostraram que a
quantidade de borda e retração altera-se significativamente durante a transição
elasto-plástico de uma forma dependente das propriedades mecânicas do material.
As observações realizadas por estes autores sugerem que as influências na
formação de borda na indentação esférica são bastante complexas e não podem ser
explicadas somente por métodos baseados em análises totalmente plásticas.
Os experimentos realizados por TALJAT et al. (2004) mostraram que a
formação de borda ou retração não depende apenas do coeficiente de encruamento,
como é frequentemente afirmado para modelar e analisar dados a partir da
morfologia de impressão de uma indentação esférica, mas também a quantidade
relativa de deformação elástica e plástica, que pode ser caracterizado pelo
parâmetro adimensional do material representada como a relação entre o módulo de
Young, E, e a tensão de escoamento, σy, (E/ σy), com a profundidade de
penetração, também adimensional, que é representada pela razão entre a
profundidade de penetração, h, pelo raio do penetrador, R (h/R).
A dependência dos parâmetros de formação de borda representado pela
relação entre a quantidade de borda, s, e a profundidade de penetração, h, com os
parâmetros E/σy e h/R pode ser representado em um único parâmetro: (E/
σy)/(2hc/ac) (TALJAT et al., 2004), A formação de retração pode ser observada de
forma consistente com a mecânica do contato de Hertz (TABOR, 1951).
A figura 2.11 mostra o parâmetro de formação de borda, s/h, em função da
variação do parâmetro E/σy para a relação de h/R=0,2 e µ=0,2, onde µ é o
coeficiente de atrito entre o penetrador e o corpo de prova. A diferença entre a
deformação com a força aplicada e após a retirada da força aplicada pode ser muito
diferente, principalmente para pequenos valores de E/σy, onde há grande
recuperação plástica.
TALJAT et al. (2004) mostraram que durante a transição elasto-plástico, a
formação de borda cresce de forma dependente do coeficiente de encruamento, n, e
o coeficiente de atrito, µ. O parâmetro de borda, s/h, se torna constante e se
desenvolve totalmente somente quando a relação (E/ σy)/(2hc/ac)>1000 é
verdadeira, muito além do valor (E/σy)/(2hc/ac)≈100 que marca o inicio tradicional do
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 33
regime totalmente plástico baseado no constante fator de restrição Pm/σy≈3, onde
Pm é a pressão média aplicada. Dessa forma, TALJAT et al. (2004) afirmam que em
muitos materiais, a geometria da borda pode mudar continuamente diante do curso
de um experimento com indentação esférica, e não é apropriado usar resultados
obtidos a partir de análises totalmente plásticas para modelá-los.
Figura 2.11 – Dependência do parâmetro de formação de borda, s/h com o
parâmetro E/σy, para h/R=0,2, n=0 e µ=0,2. Dados dos estados de carregamento e
descarregamento são mostrados (TALJAT et al., 2004)
Segundo TALJAT et al. (2004), devido a recuperação elástica, a quantidade de
borda depende se esta é medida com o penetrador carregado ou descarregado, ou
seja, antes ou depois da retirada da força aplicada. A recuperação elástica é
especialmente importante em pequenas profundidades de penetração onde h/R<0,1.
Assim, quando a recuperação é grande, descrições de bordas com base em
medições do perfil de impressão de dureza residual pode não ser apropriado para
análise de carga e profundidade.
Par
âmet
ro d
e bo
rda,
s/h
Após retirada da Força
Com força aplicada
(Plástico) (Elástico)
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 34
A figura 2.12 mostra a dependência da formação de borda (parâmetro s/h) em
função da profundidade de penetração, dada pelo parâmetro h/R.
Figura 2.12 – Dependência do parâmetro de borda, s/h, em função da relação da
profundidade de penetração. h/R, para E/ σy=200, n=0 e µ=0,2. Dados dos estados
com força aplicada e após a retirada da força são mostrados (TALJAT et al., 2004).
Para pequenas relações de h/R, há grande recuperação elástica e esta relação
é importante pois mostra que a geometria da borda pode variar significativamente,
mesmo onde a área de contato é superior a 0,75R.
As análises realizadas por elementos finitos mostram que o coeficiente de
atrito, µ, afeta a formação de borda de uma forma dependente do coeficiente de
encruamento, n. Para o valor de n = 0, o atrito reduz a quantidade de bordas em até
50%. Para n = 0,5, é predominante a formação de retração em todas as fases da
indentação esférica e os efeitos do coeficiente de atrito são desprezíveis, como
mostrado na figura 2.13 (TALJAT et al., 2004).
Par
âmet
ro d
e bo
rda,
s/h
Após retirada da carga Aplicada
Com Carga Aplicada
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 35
Figura 2.13 – Efeito do coeficiente de atrito no perfil de impressão para h/R=0,2,
para E/σy=1000, n=0 e n=0,5 (TALJAT et al., 2004)
Os experimentos de TALJAT et al. (2004) mostram que a formação de borda
ou retração durante a indentação esférica é um fenômeno complexo que não é
passível de simples descrições analíticas. Os resultados de elementos finitos,
mostrados na figura 2.14 podem ser usados como uma primeira estimativa do
comportamento para formação de borda/retração se os parâmetros E/σy, coeficiente
de encruamento, n, e a morfologia de impressão são conhecidos.
Condição: Com carga aplicada
Par
âmet
ro d
e bo
rda,
s/h
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 36
Figura 2.14 – Dependência do parâmetro de formação de borda, s/h, sobre o
parâmetro (E/ σy)/(2hc/ac) para µ=0,2, n=0, 0,25 e 0,5. Dados dos estados com força
aplicada e após a retirada da força aplicada são mostrados (TALJAT et al., 2004).
2.7.2 Modelo de HERNOT et al. (2006)
Depois de analisar as diferentes formulações para o cálculo do coeficiente de
encruamento propostos na literatura, obtidos por simulações numéricas de
indentações esféricas, HERNOT et al. (2006) propuseram uma nova relação entre a
profundidade de penetração do penetrador, h, e o raio de contato, a, que é válido
para a maioria dos metais, em regimes elasto-plásticos e totalmente plástico.
Segundo HERNOT et al. (2006), quando o valor da profundidade da
indentação, h, fica muito próximo do valor de R, os modelos apresentados
anteriormente não apresentaram um valor coerente para a relação hc/h, também
descrito como c², por alguns pesquisadores (HILL et al., 1989). O parâmetro hc/h é
um parâmetro que indica a formação de borda ou retração. Quando este parâmetro
Após a retirada da força aplicada P
arâm
etro
de
bord
a, s
/h
Durante força aplicada
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 37
é maior que um, indica a formação de borda, e quanto menor que um, indica a
formação de retração. Dessa forma, HERNOT et al. (2006) propuseram um simples
critério, dependente das propriedades mecânicas do material, para conhecer quando
há o aparecimento de bordas ou retrações em indentações esféricas. A partir de
resultados de simulações numéricas por elementos finitos, HERNOT et al. (2006)
propuseram um novo modelo para a relação entre s e h, válido em regime plástico
para indentação que está descrito na equação 2.18.
𝑐2 = ℎ𝑐ℎ
= 𝑀𝑀 ∗ �2�1 −�1 − �𝑎𝑅�2��
(2−𝑁)2
= 𝑀𝑀2𝑁 ∗ �2 ∗ ℎ
𝑅�
(2−𝑁)𝑁 Eq. 2.18
Onde, M, é:
Eq. 2.19
E, N, é:
Eq. 2.20
Onde, n, é o coeficiente de encruamento e, σy*, representa a relação entre a
tensão de escoamento e o módulo de Young (σy/E).
Segundo o modelo de HERNOT et al. (2006), os parâmetros propostos
dependem da tensão de escoamento e do coeficiente de encruamento do material a
ser analisado. Os valores destes parâmetros mostram que bordas ocorrem para
qualquer material indentado por uma revolução parabólica, iniciando a partir de um
raio de contato crítico. Esta é uma diferença notável em comparação com a
indentação esférica e indentação cônica, para o qual, bordas ou retrações podem
𝑁𝑁 =�1,9 + 12,5𝑛𝑛 + 570𝜎𝜎𝑦𝑦∗� ∗ (1 + 0,1𝑛𝑛)
�1 + 6,8𝑛𝑛 + 340𝜎𝜎𝑦𝑦∗�
𝑀𝑀 =�1,45 + 2,55𝑛𝑛 + 1745𝜎𝜎𝑦𝑦∗� ∗ �1 − 0,5𝑛𝑛 + 20𝜎𝜎𝑦𝑦∗��1 + 21,4𝑛𝑛 + 1020𝜎𝜎𝑦𝑦∗� ∗ �1 + 0,4𝑛𝑛 + 60𝜎𝜎𝑦𝑦∗�
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 38
ocorrer ou não no regime totalmente plástico, tendo dependência das propriedades
do material. Pode ser notado também que quanto menor o coeficiente de
encruamento, mais cedo se percebe o aparecimento de bordas. Da mesma forma,
para valores pequenos para a relação, σy/E, mais cedo se percebe o surgimento de
bordas. A partir dos resultados numéricos obtidos por elementos finitos, HERNOT et
al. (2006), mostraram que as equações anteriores propostas, a fim de determinar a
profundidade do raio de contato são válidas apenas para uma dada profundidade de
penetração e em materiais com baixa tensão de escoamento. A formulação proposta
por estes autores tem a vantagem de ser correta no regime plástico até um raio de
contato adimensional de cerca de 0,8 e para os materiais com σy/E na faixa de
1/4200 a 1/33.
HERNOT et al. (2010) realizaram vários ensaios experimentais para comparar
os resultados experimentais com os modelos analíticos presentes na literatura. A
comparação experimental e numérica mostra que um aumento no coeficiente de
atrito leva a uma diminuição não desprezível do raio de contato, para uma grande
profundidade de penetração, h. Consequentemente, os modelos analíticos propostos
com a suposição do coeficiente de atrito permitem uma maior aproximação na
determinação do raio de contato. A comparação entre o raio de contato experimental
e teórico mostram que os modelos teóricos, dependentes apenas do coeficiente de
encruamento, sobre-estimam o raio de contato adimensional, especialmente para
valores baixos para a relação de a/R.
Segundo HERNOT et al. (2010), os modelos de MATTHEWS (1980), HILL et
al. (1989), TALJAT et al. (1998) e ALCALÁ et al. (2000) conduzem a resultados
aceitáveis apenas para raios de contato adimensional, a/R, superior a 0,3 e quando
a propriedades do material, relacionada por σy/E é menor que 1/330. Abaixo deste
valor, apenas os modelos de HERNOT et al. (2006), LEE et al. (1996) e KIM et al.
(2006) fornecem resultados que são próximos dos experimentais (HERNOT et al.,
2010). Alguns dados experimentais obtidos por HERNOT et al. (2010) estão
mostrados na figura 2.15.
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 39
Figura 2.15 – Comparação entre o parâmetro, hc/h (c²), e o coeficiente de
encruamento, n, para diferentes relações de σy/E (HERNOT et al., 2010).
O modelo de LEE et al. (2005) foi proposto através de simulações numéricas
com indentação esférica, onde o diâmetro do penetrador, D, é igual a 1 mm, o
módulo de Young, E, é igual a 537 GPa e o coeficiente de Poisson, ѵ, é igual a 0,24.
As simulações numéricas por elementos finitos foi realizada para materiais com a
relação de σy/E entre 1/20000 e 1/87,5, e o coeficiente de encruamento, n, variando
entre 0,02 e 0,999. O modelo de LEE et al. (2005), confirma que para pequenos
valores de σy/E e coeficientes de encruamento, ocorre precocemente a formação de
bordas. Este modelo também mostra que para grandes valores de profundidade de
penetração, uma grande quantidade de bordas ocorre. O modelo de LEE et al.
(2005) está descrito na equação 2.21
Eq. 2.21
Coeficiente de encruamento, n Coeficiente de encruamento, n
c² =
hc/h
c² =
hc/h
c² =
hc/h
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 40
A desvantagem deste modelo, é que ele é muito complexo, e precisa de mais
de 40 coeficientes para determinar a relação de hc/h (HERNOT et al., 2010).
KIM et al. (2006) também propuseram um modelo para determinar a formação
de borda/retração durante a indentação esférica e sua relação com E, σy e h.
Quando a tensão de escoamento, σy, do material indentado é excedido durante a
indentação esférica, KIM et al. (2006) propuseram que o fenômenos de formação de
borda e retração possuem dois comportamentos independentes. A formação de
retração é causada pela elasticidade do material indentado, h*c e a formação de
borda ocorre devido à deformação plástica, h*pile. Neste contexto, a profundidade de
contato de penetração, hc, é formado por dois termos independentes: profundidade
de contato no regime elástico e a profundidade no regime plástico, através da
formação de bordas. O modelo de KIM et al. (2006) está mostrado na equação 2.22
Eq. 2.22
Onde hc = h*c+h*pile, h*c = hmax-(ε*(Fmax/S)) e S é a rigidez elástica do material.
A desvantagem do modelo proposto por KIM et al.(2006) é que ele requer a
determinação precisa da inclinação inicial da curva de descarregamento da
indentação, a fim de obter a rigidez elástica do material, S. Além disso, este método
está aberto a críticas, devido à relevância da definição da profundidade de contato,
definido por eles em dois termos independentes. Outra desvantagem dos modelos
anteriores é que eles são válidos apenas para materiais elasto-plástico, onde o
comportamento de encruamento segue a lei de HOLLOMON (1945) (HERNOT et al.,
2010).
Conforme comparações obtidas através de simulações numéricas e resultados
experimentais, HERNOT et al. (2010) mostraram que os modelos de MATTHEWS
(1980), HILL et al. (1989), TALJAT et al. (1998) e ALCALÁ et al.(2000) apresentam
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 41
melhor concordância com os resultados experimentais quando o valor de a/R é
maior que 0,3. Para valores de a/R menores que 0,3, somente os modelos propostos
por LEE et al. (2005), HERNOT et al. (2006) e KIM et al. (2006) se aproximam dos
resultados experimentais., como pode ser visto na figura 2.16.
Figura 2.16 – Comparação entre a relação de hc/h e o parâmetro de profundidade,
h/R, onde os resultados experimentais para o Aço AISI 1035 é comparados com
resultados obtidos por modelos numéricos (HERNOT et al., 2010).
A figura 2.17 mostra que os modelos, que dependem apenas do coeficiente de
encruamento, n, sobre-estimam o raio de contato adimensional a/R (MATTHEWS,
1980; HILL et al., 1989; TALJAT et al., 1998; ALCALÁ, 2000) e por isto, se afastam
dos dados experimentais.
Aço AISI 1035
Resultado experimental, D=1mm
Resultado Experimental, D=2,5mm
Modelo de MATTEWS (1980)
Modelo de HILL et al. (1989)
Modelo de TALJAT et al. (1998)
Modelo de ALCALA et al. (2000)
Modelo de LEE et al. (2005)
Modelo de HERNOT et al. (2006)
Modelo de KIM et al. (2006)
Resultados numéricos, μ=0
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 42
Figura 2.17 – Comparação entre o raio de contato, a/R, e a profundidade de contato,
h/R, entre resultados experimentais para o Aço AISI 1035 e resultados obtidos
através de vários modelos (HERNOT et al., 2010).
Aço AISI 1035
Resultado experimental, D=1mm Resultado Experimental, D=2,5mm Modelo de MATTEWS (1980) Modelo de HILL et al. (1989) Modelo de TALJAT et al. (1998) Modelo de ALCALA et al. (2000) Modelo de KUCHARSKI e MROZ (2001) Modelo de LEE et al. (2005) Modelo de HERNOT et al. (2006) Modelo de KIM et al. (2006) Modelo de COLLIN et al. (2008) Sem formação de borda ou retração
Capítulo 3 – Material e Métodos 43
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Material
O material analisado foi uma liga de alumínio AA1350 (ASTM B233, 2003).
Esta liga foi escolhida por ser um material disponibilizado comercialmente na
condição encruada H18. A composição química do material está mostrada na tabela
3.1. Esta liga também foi escolhida para se conseguir ter controle em apenas uma
variável, pois o endurecimento por dispersão de partículas ou solução sólida não
seriam significativos.
A composição química do material foi obtida por meio de um espectrofotômetro
de absorção atômica, marca PG Instruments, modelo PGI-990, e a tabela 3.1 mostra
os valores percentuais médios obtidos em três medições. Os elementos não
detectados pela análise foram indicador por “---“.
Tabela 3.1 – Composição química percentual da liga de alumínio AA1350.
Al Si Fe Cu Mn Outros
99,84 ± 0,05 0,007 ± 0,001 0,145 ± 0,051 0,003 ± 0,002 --- ---
O material foi recebido em arames encruados com diâmetro 3/8”, com
tratamento termomecânico H18, conforme classificação ASTM B233 (2003). Após
este recebimento, foram preparadas mais duas condições distintas por meio de
tratamentos isotérmicos, de modo que houvesse equivalência com as seguintes
classificações de deformação plástica a frio: H24 e O. A razão pela escolha destas
condições foi obter valores distintos para o coeficiente de encruamento, n, sendo a
condição H18 com maior quantidade de trabalho a frio e a condição O, o menor.
3.1.1 Tratamentos Isotérmicos
Para a obtenção de um material com dureza baixa, foi aplicado um tratamento
térmico para recristalização. Para realização dos tratamentos isotérmicos foi utilizado
Capítulo 3 – Material e Métodos 44
um forno mufla Quimis, modelo M25097 – (temperatura Máxima 1200ºC). Para
encontrar a condição de menor dureza, vários ensaios foram realizados, conforme
mostra a figura 3.1.
Figura 3.1 – Experimentos realizados para encontrar condição de menor dureza para
a liga de alumínio AA1350.
Conforme dados mostrados na figura 3.1, o tratamento isotérmico realizado a
350ºC por 1,5h mostra que, aumentando-se a temperatura ou o tempo de exposição
das amostras, não há redução da dureza. Além disso, observa-se que, no menor
tempo de ensaio, que foi de 1,5h, a etapa de recristalização foi suplantada, pois
aumentando o tempo, não houve redução significativa da dureza do material. A
condição inicial das amostras encruada pode explicar a existência de uma força
motriz significativa para promover a recristalização em um intervalo de tempo inferior
a 1,5h em um tratamento térmico isotérmico a 350ºC. Dessa forma, a condição
intermediária de tratamento isotérmico a 400ºC pelo período de exposição de 6h foi
utilizada como condição para realização do tratamento isotérmico para obtenção das
amostras com dureza baixa (O). Após a permanência no forno, as amostras foram
resfriadas ao ar.
15
20
25
30
35
40
0,0 1,5 3,0 4,5 6,0
Dure
za (H
B)
Tempo (h)
350ºC
450ºC
Capítulo 3 – Material e Métodos 45
Com o objetivo de se obter um valor intermediário de dureza, foi aplicado um
tratamento H24 ao material, ou seja, o material na condição de entrega, encruado
H18, foi parcialmente recozido.
A condição do tratamento isotérmico a ser escolhida para as amostras H24 foi
definida através do experimento realizado e mostrado na figura 3.2. A figura 3.2
mostra que a condição de tratamento isotérmico de 330ºC por 6h foi suficiente para
obter o valor desejado de dureza, que é um valor intermediário entre a condição
metalúrgica H18 e a condição metalúrgica O.
Figura 3.2 – Experimentos realizados para encontrar condição intermediária de
dureza para a liga de alumínio AA1350.
O tratamento isotérmico realizado a 250ºC foi executado por uma duração de
12h para avaliar a influência do tempo na redução da dureza, porém o experimento
mostrou que neste caso, o tempo de exposição superior à 6h não foi determinante
para redução da dureza, mas sim a temperatura. Considerando que a temperatura
de fusão, Tf, da liga de alumínio AA1350 é aproximadamente 660ºC (ASTM B233,
2003), pode-se dizer que temperaturas abaixo de 250ºC são inferiores a temperatura
de transformação TR. (TR > 0,4*Tf, em Kelvin), por isto não se percebe uma redução
significativa da dureza em função do tempo nos tratamentos isotérmicos a
15
20
25
30
35
40
0,0 1,5 3,0 4,5 6,0 7,5 9,0 10,5 12,0
Dure
za (H
B)
Tempo (h)
200ºC
250ºC
300ºC
330ºC
Capítulo 3 – Material e Métodos 46
temperaturas abaixo de 250ºC. Após a permanência no forno, as amostras foram
resfriadas ao ar.
A condição metalúrgica H18 será aqui denominada de dureza alta, a condição
metalúrgica H24, de dureza intermediária, e a condição metalúrgica O, de dureza
baixa.
3.1.2 Corpos de Prova
Após terem sido estabelecidas as condições metalúrgicas de trabalho para a
liga de alumínio AA1350, os corpos de prova foram usinados através do processo de
torneamento. Nas três condições metalúrgicas, o processo de usinagem de
torneamento dos corpos de prova foi realizado após a alteração metalúrgica, para
que a influência da tensão superficial residual pudesse ser desprezada.
Os corpos de prova para ensaio de tração foram confeccionados conforme
norma ASTM E 8M – 04 (2008), conforme dimensões em milímetros descritas na
figura 3.3.
Figura 3.3 – Dimensões do corpo de prova em milímetros para o ensaio de tração
conforme ASTM E8M-04 (2008).
Os corpos de prova para ensaio de dureza foram confeccionados conforme
figura 3.4, atendendo os requisitos da norma ASTM E10-01e1 (1989).
36
30 ± 0,1
Ø 6 ± 0,1
R6
Capítulo 3 – Material e Métodos 47
Figura 3.4 – Dimensões do corpo de prova em milímetros utilizado para o ensaio de
dureza conforme ASTM E10-01e1 (1989).
Os corpos de prova para ensaio de dureza tiveram suas superfícies lixadas até
a grana 1200, para eliminar os riscos superficiais oriundos do processo de usinagem
que pudessem influenciar no ensaio e na leitura do perfil de impressão.
As tabelas 3.2 e 3.3 mostram os resultados dimensionais dos copos de prova
obtidos com um paquímetro digital de resolução 0,01 mm.
Tabela 3.2 – Resultados dimensionais dos corpos de prova de tração.
Comprimento: 30 ± 0,1 mm (9 amostras)
Valor Encontrado 30,0 ± 0,06 (Desvio Padrão)
Diâmetro: 6 ± 0,1 mm (9 amostras) Valor Encontrado 6,01 ± 0,04 (Desvio Padrão)
Tabela 3.3 – Resultados dimensionais dos corpos de prova de dureza.
Altura 20 ± 1 mm (90 amostras)
Valor Encontrado 20,0 ± 0,55 (Desvio Padrão)
3.1.3 Revelação da Microestrutura
Para revelação da microestrutura, as amostras foram lixadas até a grana 1200.
O polimento foi realizado pelo método eletrolítico com catodo de aço inoxidável,
onde foi aplicado 10 Vdc sobre a amostra por 3 minutos, em uma solução de: 200ml
de água destilada, 100ml de butil glicol, 68ml de ácido perclórico (70%). O ataque
Ø 9 ± 0,1 Ø 20 ± 1
Capítulo 3 – Material e Métodos 48
químico foi pelo método eletrolítico, onde foi aplicado 20 Vdc por 3 minutos nas
amostras imersas em ácido fluobórico (HBF4), depois as amostras foram lavadas em
água corrente e secas em soprador térmico. A solução para o ataque químico foi:
5% de ácido fluobórico e 95% de água destilada. As micrografias são mostradas nas
figuras 3.5, 3.6 e 3.7. A análise da microestrutura foi realizada na superfície
transversal do material, superfície onde foi realizado o ensaio de dureza. Para
obtenção das imagens foi utilizado um microscópico ótico Carl Zeiss/Zeppa modelo
NEOPHOT 32, com ampliações de 100x, 200x, 500x e 1000x.
Figura 3.5 – Micrografia da condição de metalúrgica H18.
A micrografia do material de dureza alta releva grãos extremamente finos,
oriundos do processo de fabricação com grande quantidade de encruamento. Esta
condição exigiu maior tempo de ataque químico das amostras em contato com o
ácido (3 minutos) ocasionando danos ao material, que podem ser percebidas com
aspecto de “bolhas” sobre o material.
Capítulo 3 – Material e Métodos 49
Figura 3.6 – Micrografia da condição metalúrgica H24.
A condição metalúrgica de dureza intermediária apresenta uma microestrutura
heterogênea, onde se percebe a recuperação da microestrutura com grãos finos e a
recristalização para formação e crescimento de grãos.
Figura 3.7 – Micrografia da condição metalúrgica O.
Capítulo 3 – Material e Métodos 50
3.1.4 Ensaio de Tração
Os ensaios de tração foram realizados utilizando uma máquina hidráulica
universal de ensaios, marca EMIC, modelo MTS 810, com célula de carga com
capacidade de 10kN.
Para o ensaio de tração, foram utilizada três amostras em cada condição
metalúrgica, ou seja, ao todo foram realizados nove ensaios de tração. Com os
dados obtidos no ensaio de tração, as seguintes propriedades foram obtidas: módulo
de elasticidade, alongamento, tensão de escoamento, tensão máxima e coeficiente
de encruamento.
A área da seção da área transversal é obtida através da equação 3.1, na qual,
d, é o diâmetro médio do corpo de prova. A área para cada corpo de prova é
indicada em uma unidade de área em mm².
𝐴0 = 𝜋∗𝑑2
4 Eq. 3.1
A determinação do módulo de elasticidade é obtida através da curva Força
versus Deslocamento. Através do gráfico Força versus Deslocamento, foi obtido dois
valores de força Fel1 e Fel2 na região elástica (unidade de força em Newtons) e
calculado suas respectivas tensões σel1 e σel2 através das equações 3.2 e 3.3.
𝜎𝜎𝑒𝑙1 = 𝐹𝑒𝑙1𝐴0
Eq. 3.2
𝜎𝜎𝑒𝑙2 = 𝐹𝑒𝑙2𝐴0
Eq. 3.3
Novamente através do gráfico, foi utilizada a deformação εel1 e εel2
correspondentes às forças Fel1 e Fel2 (unidade do deslocamento em milímetros).
Capítulo 3 – Material e Métodos 51
Para calcular o valor do módulo de elasticidade, E, é utilizado a equação 3.4, com os
valores das variáveis obtidas anteriormente (unidade obtida será em MPa).
𝐸 = 𝜎𝑒𝑙2−𝜎𝑒𝑙1𝜀𝑒𝑙2−𝜀𝑒𝑙1
Eq. 3.4
Para determinar a Tensão de Escoamento, σy, o corpo de prova foi fixado nas
garras da máquina, e a velocidade (5 mm/min) foi inserida no programa da máquina
para executar o ensaio até a ruptura. Através do gráfico força versus deslocamento,
foi calculado o valor da força, Fesc, na região do escoamento (unidade de força em
Newtons), então foi calculado a tensão de escoamento, σy. através da equação 3.5
(unidade obtida em MPa);
𝜎𝜎𝑦 = 𝐹𝑒𝑠𝑐𝐴0
Eq. 3.5
A determinação da Tensão Limite de Resistência é calculada através do gráfico
Força versus Deslocamento, e é utilizado o maior valor de força. Fmax, (unidade de
força em Newtons). A tensão limite de resistência, σmax, é calculada através da
equação 3.6 (unidade obtida em MPa);
𝜎𝜎𝑚𝑎𝑥 = 𝐹𝑚𝑎𝑥𝐴0
Eq. 3.6
O calculo do coeficiente de encruamento foi realizado conforme ASTM E517
(2010) através do software TESC, desenvolvido pela empresa EMIC para uso em
máquina universal de ensaios.
Capítulo 3 – Material e Métodos 52
O principio para cálculo do coeficiente de encruamento é baseado na lei de
HOLLOMOM (1945), onde o coeficiente de encruamento pode ser calculado a partir
de dois pontos (1 e 2) na curva tensão versus deformação, como demonstrado na
equação 3.7
𝑛𝑛 = 𝐿𝑜𝑔𝜎𝑣1−𝐿𝑜𝑔𝜎𝑣2𝐿𝑜𝑔δ1−𝐿𝑜𝑔δ2
Eq. 3.7
Através do software TESC da máquina universal de ensaios, foi escolhido a
utilização de 50 pontos na região plástica para o cálculo do coeficiente de
encruamento. A partir do gráfico força versus deslocamento, foram obtidos cinquenta
valores de tensão σ1, σ2, σ3, ..., σ50 (unidade obtida em MPa), e aplicado o logaritmo
natural das tensões, logσ1, logσ2 , logσ3 , ..., logσ50. É obtido a deformação do corpo
de prova nos cinquenta pontos determinados, ε1, ε2 , ε3 , ..., ε50, e aplicado o
logaritmo natural das deformações loogε1, logε2 , logε3 , ..., logε50;
Denotando como: a1=logσ1, a2=logσ2, a3=logσ3, ..., a50=logσ50; b1=logε1,
b2=logε2, b3=logε3, ..., b50=logε50; c1=a1*b1, c2=a2*b2, c3=a3*b3, ..., c50=a50*b50; e
D=a1+a2+a3+...+a50 obtém-se o valor do coeficiente de encruamento, n, através da
equação 3.8. Estes cálculos foram realizados pelo software TESC.
𝑛𝑛 = 50∗[(𝑐1)+(𝑐2)+(𝑐3)+(𝑐…)(𝑐50)]−[(𝐷)∗(𝑏1+𝑏2+𝑏3+𝑏…+𝑏50)]50∗�𝑏12+𝑏22+𝑏32+𝑏…2+𝑏50
2 �−(𝑏1+𝑏2+𝑏3+𝑏…+𝑏50)² Eq. 3.8
3.2 Ensaio de dureza com penetrador esférico
A máquina utilizada para o ensaio de dureza com esfera de diâmetro 2,5 e 5,0
mm foi um durômetro da marca EMCO TEST, modelo M4C 025 G3M, com
Capítulo 3 – Material e Métodos 53
capacidade para 250kgf. Para o ensaio com esfera de Ø 3,175 mm, foi utilizado uma
máquina hidráulica universal de ensaios, marca EMIC, modelo MTS 810, com célula
de carga com capacidade de 10kN.
Para se promover diversos graus de deformação ao material, os ensaios de
dureza foram conduzidos utilizando-se diferentes diâmetros de esferas e cargas,
para se avaliar a influência da quantidade de deformação aplicada ao material.
Em função das tabelas 2.2 e 2.3, foi escolhido o fator de carga 5 para as três
condições de ensaio de dureza (ASTM E10, 1998).
Para cada uma das três condições metalúrgicas foram preparadas 30 corpos
de prova (amostras), sendo 10 corpos de prova para cada uma das três condições
de ensaios de dureza, ou seja, ao todo foram realizados 90 ensaios de dureza.
As esferas utilizadas foram de aço temperado, utilizadas para medição em
materiais com dureza inferiores a 350HB (ASTM E10, 1998).
3.2.1 Ensaio de dureza com esfera de diâmetro 5,0 mm
Para o fator de carga escolhido de 5, a carga utilizada neste ensaio foi de 125
kgf, aplicada por 10 segundos. O objetivo desta condição de ensaio é promover a
maior quantidade possível de deformação ao material.
3.2.2 Ensaio de dureza com esfera de diâmetro 3,175 mm
Com o objetivo de se promover um valor intermediário de deformação ao
material foi utilizado uma esfera de diâmetro 3,175 mm. Apesar da esfera de
diâmetro 3,175 mm não fazer parte do quadro de ensaios padronizados pela ASTM
E08-93 (1993), esta esfera é utilizada em ensaio de dureza Rockwell na escala E
(HRE) e H (HRH). Para utilização desta esfera de diâmetro 3,175 mm com um fator
de carga 5, a força aplicada foi obtida através da equação 2.10, e o valor da mesma
foi de 50,4 kgf, aplicada por 10 segundos.
Capítulo 3 – Material e Métodos 54
3.2.3 Ensaio de dureza com esera de diâmetro 2,5 mm
Com o objetivo de promover uma pequena quantidade de deformação ao
material, uma esfera de diâmetro 2,5 mm foi utilizada. Considerando o fator de carga
de 5, a carga aplicada neste ensaio foi de 32,25 kgf, aplicada por 10 segundos.
O valor de dureza do material para as três condições de ensaio foi calculado
utilizando a equação 2.9.
3.2.4 Ensaio de dureza Vickers
Para verificar a influência da deformação abaixo da morfologia de impressão,
um ensaio de dureza Vickers foi realizado. Para medição de dureza Vickers, foi
utilizado um micro durômetro Buehler, modelo 5103, utilizando uma carga de 10 gf.
A primeira impressão de dureza foi aplicada a 50 µm da superfície indentada e
as próximas realizadas a uma distância de 100 µm logo abaixo do perfil de
impressão. A figura 3.8 mostra uma ilustração de como as impressões de dureza
Vickers foram realizadas.
Figura 3.8 – Ilustração da análise de dureza Vickers realizada logo abaixo do perfil
de impressão esférica no corpo de prova do ensaio de dureza.
Perfil de Impressão
Micro indentações Vicker
50 µ
m
100
µm
Corpo de Prova
Capítulo 3 – Material e Métodos 55
Para medição de dureza Vickers, os corpos de prova foram cortados
longitudinalmente próximo ao centro da impressão, e então lixados com lixa grana
1200 até se obter o centro da impressão. O centro da impressão foi obtido quando
se obteve o maior diâmetro de impressão, dimensionado com o auxilio de um
microscópio marca DINO, modelo Dino-Lite AM3011.
3.3 Determinação do coeficiente de encruamento por meio dos ensaios de dureza
Para determinar o coeficiente de encruamento por meio dos ensaios de
dureza é necessária a medição da morfologia de impressão, que é determinada por
meio de um rugosímetro. Para medição da morfologia de impressão as amostras
foram fixadas em uma base, para evitar movimentação das amostras durante o
movimento do apalpador.
A morfologia de impressão foi obtida, por meio de um ensaio no sentido
longitudinal e realizada, conforme ilustração da figura 3.9. O perfil de impressão foi
obtido utilizando um rugosímetro Mitutoyo, modelo Surf Test Sj-400. Com os dados
obtidos a partir do perfil de impressão, determinar os valores de a, ac, h, hc e s,
conforme ilustração da figura 2.10.
Figura 3.9 – Detalhe da posição o apalpador alinhada com o eixo de centro do
diâmetro de impressão.
Apalpador
Capítulo 3 – Material e Métodos 56
Com o auxilio de um microscópio acoplado a um computador, o apalpador é
alinhado o mais próximo possível do eixo de centro da impressão, conforme
ilustração da figura 3.10. Para ampliação e auxilio na centralização do apalpador
sobre as amostras para medição do perfil de impressão, foi utilizado um microscópio
marca DINO, modelo Dino-Lite AM3011. A utilização do microscópio nesta
verificação tem a finalizada de reduzir os erros causados pela descentralização do
apalpador em relação ao centro do diâmetro de impressão.
Figura 3.10 – Ampliação obtida com auxilio de microscópio e computador para um
posicionamento do apalpador de forma mais precisa no centro da impressão.
Será considerado, para efeito de cálculo, o valor médio de, s, medido nos dois
lados da morfologia da impressão. Outro fator importante é a convenção de sinais
para a dimensão, s, ou seja, o valor será considerado positivo para as bordas e
negativo para a retração. Essas duas convenções são importantes para relação, s/h,
e, portanto para a obtenção dos valores do coeficiente de encruamento.
3.3.1 Determinação do coeficiente de encruamento pela Lei de Meyer
Para cálculo do coeficiente de encruamento pela Lei de Meyer, são utilizados
os valores da força aplicada no ensaio de dureza, para se obter: lnF2,5, lnF3,175 e
Amostra
Apalpador
Morfologia de
Impressão
5 mm
Capítulo 3 – Material e Métodos 57
lnF5,0; Com os valores médios dos diâmetros das impressões se obtém os valores
de: lnd2,5, lnd3,175 e lnd5,0;
Denotando como a1=lnd2,5, a2=lnd3,175, a3=lnd5,0, b1=lnF2,5, b2=lnF3,175,
b3=lnF5,0, calcular o coeficiente de Meyer, m, através da equação 3.9.
𝑚 = 3∗[(𝑎1+𝑏1)+(𝑎2+𝑏2)+(𝑎3𝑏3)]−[(𝑎3+𝑎2+𝑎3)∗(𝑏1+𝑏2+𝑏3)]3∗�𝑎12+𝑎22+𝑎32�−(𝑎1+𝑎2+𝑎3)²
Eq. 3.9
Então o coeficiente de encruamento, n, é obtido através da equação 2.13 e os
gráficos logarítmicos de, lnF, versus lnd podem ser construídos e comparados com
o valor do coeficiente angular do gráfico com o resultado da equação 3.9.
3.3.2 Determinação do coeficiente de encruamento pela equação de MATTHEWS (1980)
O coeficiente de encruamento, n, é obtido com os valores de, h, e, s, por meio
da equação 2.14.
3.3.3 Determinação do coeficiente de encruamento pela equação de HILL et al. (1989)
Com os valores de, h, e, s, utilizando a equação 2.15 e isolando a variável que
representa o coeficiente de encruamento, n, é obtido o coeficiente de encruamento.
3.3.4 Determinação do coeficiente de encruamento pela equação de TALJAT et al. (1998)
Com os valores de, h, e, s, é utilizado a equação 2.16, isolando a variável que
representa o coeficiente de encruamento, n.
Capítulo 3 – Material e Métodos 58
3.3.5 Determinação do coeficiente de encruamento pela equação de ALCALÁ et al. (2000)
Com os valores de, h e s, é utilizado a equação 2.17 isolando a variável que
representa o coeficiente de encruamento, n.
3.3.6 Determinação do coeficiente de encruamento pela equação de HERNOT et al. (2004)
Com os valores de hc, h, a, R e σy é utilizada a equação 2.18 isolando a
variável que representa o coeficiente de encruamento, n.
3.4 Avaliação geral dos resultados
A avaliação geral dos resultados foi realizada através da comparação dos
valores do coeficiente de encruamento obtidos pelos modelos de MATTHEWS
(1980), HILL et al. (1989), TALJAT et al. (1998), ALCALÁ et al. (2000) e HERNOT et
al. (2004) por meio dos valores obtidos experimentalmente através dos ensaios de
tração, dureza e também com valores experimentais obtidos por CIPRIANO (2008).
Uma vez verificada a semelhança entre os valores, o modelo utilizado para o cálculo
do coeficiente de encruamento será considerado válido, caracterizando com isso
essa propriedade mecânica através da determinação do perfil das impressões de
dureza e, consequentemente, das dimensões características das bordas e das
retrações.
Os valores de CIPRIANO (2008) serão considerados nas comparações já que
este autor fez um estudo similar para obtenção do coeficiente de encruamento, n,
através do perfil de impressão, porém utilizando outros materiais e outras condições
de ensaio, e estes dados obtidos por CIPRIANO (2008) irão aumentar a gama dos
materiais e ensaios realizados.
Para avaliar os resultados obtidos, foi utilizado o coeficiente de variação,
descrito na equação 3.10.
Capítulo 3 – Material e Métodos 59
𝐶𝑜𝑒𝑓𝑖𝑐𝑖𝑒𝑛𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑉𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 (%) = 𝐷𝑒𝑠𝑣𝑖𝑜 𝑃𝑎𝑑𝑟ã𝑜𝑀é𝑑𝑖𝑎
∗ 100 Eq. 3.10
A figura 3.11 mostra um diagrama esquemático dos ensaios e análises
realizados.
Figura 3.11 – Diagrama esquemático dos ensaios realizados.
INICIO
Receber amostras AA1350 encruadas (H18)
Realizar processo de Recozimento O
Realizar processo de Recozimento Parcial H24
Confeccionar corpos de prova nas três condições
Caracterização Microestrutural
Preparação e medição corpos de prova
Realizar ensaio de dureza Realizar ensaio de tração
Obter diâmetro da impressão Obter perfil de impressão
Determinar:1. Dureza2. n (Lei de Meyer)
Determinar:1. Altura de borda / retração2. Profundidade de impressão3. Raio real de contato ac
Comparar resultados com os modelos apresentados
Verificar se resultados foram satisfatórios em
função do objetivo.
FIM
Determinar:1. Tensão de escoamento2. Módulo de elasticidade3. Coeficiente de encruamento
Calcular, n, por MATTHEWS
(1980)
Calcular, n, por HILL et al
(1989)
Calcular, n, por TALJAT et al
(1998)
Calcular, n, por ALCALÁ et al
(2000)
Calcular, n, por HERNOT et al
(2004)
Cortar amostras e obter dureza Vickers
Capítulo 4 – Resultados e Discussão 60
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados experimentais obtidos por meio dos ensaios de tração, dureza
e determinação do perfil de impressão com o objetivo de determinar o coeficiente de
encruamento por meio dos modelos matemáticos serão descritos a seguir.
4.1 Valores obtidos pelo ensaio de tração
Os resultados obtidos por meio do ensaio de tração estão apresentados na
tabela 4.1. Os valores apresentados representam a média de todas as amostras
analisadas.
Tabela 4.1 Resultados médios obtidos por meio do ensaio de tração.
Condição Metalúrgica do material
Coeficiente de Encruamento
<n>
Tensão Máxima <MPa>
Tensão de Escoamento
<MPa>
Alongamento <%>
E <GPa>
Dureza Alta AA1350 (H18) 0,08 ± 0,01 130,8 ± 1,4 82,1 ± 4 16,9 ± 0,5 56,9 ± 2,7
Referência AA1350-H18 (ASTM B233, 2003) --- > 125 --- > 4 69,0
Dureza Intermediária AA1350 (H24) 0,17 ± 0,01 101,5 ± 16,7 74,5 ± 24 22,5 ± 4 63 ± 8
Referência AA1350-H24 (ASTM B233, 2003) --- --- 95,5 > 10 68,9
Dureza Baixa AA1350 (O) 0,28 ± 0,04 75,9 ± 1 35,3 ± 1,5 40,8 ± 2,8 57,5 ± 6,5
Referência AA1350-O (ASTM B233, 2003) --- 55 ~ 95 27,6 > 15 68,9
A liga de alumínio AA1350 é, em sua grande maioria, utilizada na fabricação de
condutores elétricos, devido suas propriedades elétricas, dessa forma, a norma
ASTM B233 (2003) traz informações detalhadas sobre as propriedades elétricas
desta liga, porém não mostra o valor de referência para o coeficiente de
encruamento.
A condição de dureza intermediária, que recebeu tratamento H24 foi a que
apresentou maior variação nos resultados, sendo que o valor da tensão de
Capítulo 4 – Resultados e Discussão 61
0
10
20
30
40
50
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
76 102 131
Alon
gam
ento
, %
Coef
icie
nte
de E
ncru
amen
to, n
Limite de Resistência , MPa
n Tração Alongamento Polinômio (n Tração) Polinômio (Alongamento)
escoamento apresentou um coeficiente de variação de 28%, mostrando que nesta
condição, as amostram apresentam maior heterogeneidade em sua estrutura.
Os valores das amostras de dureza alta e dureza baixa não apresentaram
variações significativas, sendo que maior variação ocorreu nos valores da tensão de
escoamento nas amostras de dureza alta, onde o coeficiente de variação foi de
4,8%.
As alterações causadas nas propriedades mecânicas da liga de alumínio
AA1350 por meio dos tratamentos isotérmicos também causaram uma alteração no
coeficiente de encruamento, n, já que este coeficiente está relacionado com as
propriedades mecânicas do material. Nos ensaios realizados, as propriedades do
material foram alteradas através do trabalho a frio, ou seja, quanto maior a
quantidade de trabalho a frio do material, maior seu limite de resistência, e
consequentemente, menor seu coeficiente de encruamento, ou seja, menor a
capacidade do material em se deformar plasticamente antes da ruptura. A figura 4.1
confirma que o coeficiente de encruamento, assim como o alongamento do material,
está relacionado com o limite de resistência do material.
Figura 4.1 – Coeficiente de encruamento, n, e alongamento em função da alteração
do limite de resistência da liga de alumínio AA1350.
Dureza Baixa
Dureza Intermediária
Dureza Alta
Capítulo 4 – Resultados e Discussão 62
A relação entre o coeficiente de encruamento e o limite de resistência do
material mostrados na figura 4.1 confirma que o coeficiente de encruamento diminui
com o aumento da tensão limite de resistência do material. Esta mesma relação é
confirmada pelos dados experimentais obtidos pelo HOLLOMON (1945) para aços e
bronze. O alongamento do material antes da ruptura, assim como o encruamento,
diminui em função do aumento do limite de resistência.
4.2 Valores obtidos pelo ensaio de Dureza
A dureza Brinell, HB, obtida por meio da morfologia de impressão e o
coeficiente de encruamento, n, obtido pela lei de Meyer encontram-se na tabela 4.2.
Tabela 4.2 – Valores médios de dureza e o coeficiente de encruamento pela lei de
Meyer.
Ø Esfera <mm>
Dureza Alta (AA1350 H18)
Dureza Intermediária (AA1350 H24)
Dureza Baixa (AA1350 O)
Dureza <HB>
Meyer <n>
Dureza <HB>
Meyer <n>
Dureza <HB>
Meyer <n>
Ø 2,5 37,5 ± 1,6
-0,037
31,6 ± 1,4
-0,064
21,8 ± 0,6
-0,146 Ø 3,175 37 ± 1 32 ± 1 20 ± 0,7
Ø 5,0 36,5 ± 0,8 30 ± 1 19 ± 0,8
Analisando os valores, percebe-se pouca variação entre os resultados de
dureza, sendo que o pior caso são os resultados encontrados no material com
dureza alta (H18) ensaiado com esfera de diâmetro 2,5 mm, onde o coeficiente de
variação foi de 4,2%.
Os resultados obtidos para o coeficiente de encruamento através da lei de
Meyer apresentaram uma tendência inversa daquela apresentada na literatura, onde
diz que o coeficiente de encruamento pela lei de Meyer é um valor entre 0 e 0,5
(PHILIP, 1989). Estudos realizados por Meyer (1908) em cobre, aços e ferros
Capítulo 4 – Resultados e Discussão 63
fundidos mostraram valores para o coeficiente de encruamento entre 0 e 0,5
(TABOR, 1951), o que não ocorreu na liga de alumínio AA1350.
Na forma gráfica a relação entre os logaritmos da força aplicada, F, e o
diâmetro de impressão, d, é uma reta onde o coeficiente angular é numericamente
igual ao coeficiente de Meyer, m, e o coeficiente linear é numericamente igual a
constante que representa a resistência à penetração, K. Na figura 4.2 estão os
gráficos de, lnF versus lnd para cada condição de material ensaiado. Os gráficos da
figura 4.2 foram construídos a partir do logaritmo correspondente às três cargas
aplicadas, uma para cada diâmetro dos penetradores utilizados (b1, b2 e b3), e o
logaritmo do diâmetro médio obtido nas dez medições realizadas para cada
penetrador utilizado (a1, a2 e a3).
A regressão linear para os três pontos do gráfico pode ser representada pela
equação 3.9. Isto significa que essa equação fornece os mesmos resultados se
comparados ao coeficiente angular dos gráficos da figura 4.2.
Figura 4.2a – Gráfico que representa a Lei de Meyer (lnF versus lnd) para a liga de
alumínio AA1350 (H18).
3,442 3,920
4,828
R² = 0,989
0
1
2
3
4
5
6
0,008 0,250 0,714
ln F
(kgf
)
ln d (mm)
Dureza Alta - Aluminio AA1350 (H18)
Capítulo 4 – Resultados e Discussão 64
Figura 4.2b – Gráfico que representa a Lei de Meyer (lnF versus lnd) para a liga de
alumínio AA1350 (H24) e AA1350 (O).
4.2.1 Variações obtidas no ensaio de dureza
Para avaliar as variações obtidas entre as diferentes condições do ensaio de
dureza para o mesmo material, uma análise subsuperficial foi realizada para
investigação.
3,442 3,920
4,928
R² = 0,998
0
1
2
3
4
5
6
0,089 0,321 0,802
ln F
(kgf
)
ln d (mm)
Dureza Intermediária - Alumínio AA1350 (H24)
3,442 3,920
4,828
R² = 0,999
0
1
2
3
4
5
6
0,262 0,522 1,011
ln F
(kgf
)
ln d (mm)
Dureza Baixa - Alumínio AA1350 (O)
Capítulo 4 – Resultados e Discussão 65
As diversas condições utilizadas para o ensaio de dureza mostraram que a
quantidade de deformação aplicada no material influencia nos resultados do
coeficiente de encruamento, n. Apesar de ser utilizado um mesmo fator de carga em
todas as condições, houve variação dos valores para o mesmo material quando se
altera o tamanho do penetrador. A figura 4.3 mostra uma avaliação de dureza
Vickers subsuperficial nas condições de maior (Ø 5,0 mm) e menor (Ø 2,5 mm)
deformação, para entender qual o comportamento do material nestas condições.
Figura 4.3a – Variação da dureza Vickers em função da distância subsuperficial da
região indentada para (a) material com dureza alta e para (b) com dureza
intermediária.
20
25
30
35
40
50 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000
Dur
eza
Vick
ers
(HV
0,01
)
Distãncia da superfície indentada (μm)
Esfera de Ø 2,5 mmEsfera de Ø 5,0 mmDureza NucleoPolinômio (Esfera de Ø 2,5 mm)Polinômio (Esfera de Ø 5,0 mm)
Esfera Ø2,5 mm
Esfera Ø5,0 mm (a)
20
25
30
35
40
50 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 1100Dur
eza
Vick
ers
(HV
0,01
)
Distância da superfície indentada (μm)
Esfera de Ø 2,5 mm Esfera de Ø 5,0 mmDureza Nucleo Polinômio (Esfera de Ø 2,5 mm)Polinômio (Esfera de Ø 5,0 mm)
Esfera Ø2,5 mm
Esfera Ø5,0 mm
(b)
Capítulo 4 – Resultados e Discussão 66
Figura 4.3b – Variação da dureza Vickers em função da distância subsuperficial da
região indentada para (c) material com dureza baixa.
A dureza subsuperficial é maior quando próximo da superfície, sendo que ao se
afastar da superfície, a dureza tende a reduzir até o valor da dureza do núcleo,
região esta que não foi afetada pela deformação causada pelo penetrador.
A condição metalúrgica de dureza alta foi aquela que mostrou menor diferença
da dureza subsuperficial entre a condição de maior e a menor deformação,
justificando assim, a menor variação entre os valores obtidos para o coeficiente de
encruamento nesta condição metalúrgica, que já possui uma grande quantidade de
trabalho a frio (encruamento), e as deformações causadas pelo penetrador não
resultaram em maiores diferenças para o coeficiente de encruamento. Esta condição
metalúrgica possui grande quantidade de trabalho a frio, onde não é esperado um
aumento significativo do encruamento subsuperficial causado pelo penetrador..
Na condição metalúrgica de dureza baixa, a alteração do diâmetro do
penetrador causou uma diferença mais acentuada na dureza subsuperficial entre o
menor e o maior diâmetro. Este efeito é esperado, uma vez que um material mais
mole poderia encruar mais. Isto está confirmado pelo maior coeficiente de
encruamento deste material. Nesta condição metalúrgica, foi que se obtiveram as
maiores diferenças para o coeficiente de encruamento entre o maior e o menor
penetrador.
20
25
30
35
40
50 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 1100 1200Dur
eza
Vick
ers
(HV
0,01
)
Distância da superfície indentada (μm)
Esfera de Ø 2,5 mmEsfera de Ø 5,0 mmDureza NucleoPolinômio (Esfera de Ø 2,5 mm)Polinômio (Esfera de Ø 5,0 mm)
(C)
Esfera Ø 2,5mm
Esfera Ø 5,0
Capítulo 4 – Resultados e Discussão 67
A diferença entre os diferentes penetradores utilizados na condição metalúrgica
de dureza intermediária podem ser explicadas pela heterogeneidade do material,
que também pode ser observada nos valores de dureza Vickers mostrados na figura
4.3(b), onde os valores de dureza logo abaixo da superfície e a 700 μm da superfície
na condição com esfera de diâmetro 5,0 mm são muito similares.
4.3 Dados obtidos por meio da morfologia de impressão
A tabela 4.3 mostra os valores médios obtidos a partir da morfologia de
impressão do ensaio de dureza, os parâmetros obtidos e mostrados na tabela 4.3
estão ilustrados na figura 2.10.
Os resultados obtidos a partir da morfologia de impressão mostram que a
condição de amostra com dureza intermediária foi a que apresentou maior variação
entre as amostras analisadas, sendo que o coeficiente de variação chegou a 3,2%
para o parâmetro, a, na condição de ensaio com esfera de diâmetro 3,175 mm.
Tabela 4.3 – Valores médios obtidos do perfil de impressão.
Material Esfera Parâmetros (unidades em µm)
d h s hc a (d/2) ac
Dureza Alta AA1350 (H18)
Ø 2,5 911 ± 24 84 ± 3,5 19 ± 0,8 102 ± 3 455 ± 24 503 ± 21
Ø 3,175 1123 ± 30 105 ± 4,5 25,5 ± 3 130 ± 4 561 ± 30 642 ± 14
Ø 5,0 1865 ± 24 174 ± 6 35 ± 4 209 ± 6 932 ± 24 1020 ± 21
Dureza Intermediária
AA1350 (H24)
Ø 2,5 978 ± 30 99 ± 5 21 ± 4 121 ± 6 489 ± 30 546 ± 23
Ø 3,175 1250 ± 40 129 ± 8 25 ± 3 155 ± 9 625 ± 40 689 ± 19
Ø 5,0 2107 ± 40 232 ± 8 27 ± 5 260 ± 7 1053 ± 43 1114 ± 30
Dureza Baixa
AA1350 (O)
Ø 2,5 1279 ± 35 177 ± 10 2 ± 4 180 ± 9 639 ± 35 649 ± 18
Ø 3,175 1709 ± 33 380 ± 130 -2,5 ± 3 378 ± 130 854 ± 33 842 ± 22
Ø 5,0 2791 ± 38 619 ± 12 -16 ± 7 603 ± 9 1395 ± 38 1373 ± 33
Capítulo 4 – Resultados e Discussão 68
A figura 4.4 mostra as morfologias de impressão obtida das amostras com
dureza alta (H18) ensaiadas nas três condições de ensaio de dureza.
Figura 4.4 – Morfologias de impressão da amostra de dureza alta (H18) com (a)
esfera de Ø 2,5, (b) esfera de Ø 3,175 e (c) esfera de Ø 5,0 mm.
As morfologias de impressão obtidas nas amostras de dureza alta (H18)
revelam que nesta condição metalúrgica existe a formação de bordas. Este
comportamento de formação de bordas indica que o mecanismo de deformação
predominante foi o mecanismo de deformação plástica. Nesta condição metalúrgica,
o valor do parâmetro, s, que indica o tamanho da borda ou retração é maior que
zero.
A figura 4.5 mostra a morfologia de impressão obtida das amostras com dureza
intermediária (H24) ensaiadas nas três condições de ensaio de dureza.
(a)
Esfera Ø 2,5
Formação
de borda
0,2 mm
0,05
mm
(b) Formação
de borda
Esfera Ø 3,175 0,5 mm 0,05
mm
0,5 mm
0,1
mm
(c)
Esfera Ø 5,0
Formação
de borda
Capítulo 4 – Resultados e Discussão 69
Figura 4.5 – Morfologias de impressão da amostra de dureza intermediária (H24)
com (a) esfera de Ø 2,5, (b) esfera de Ø 3,175 e (c) esfera de Ø 5,0 mm.
As morfologias de impressão obtidas nas amostras de dureza intermediária
(H24) revelam que nesta condição metalúrgica também existe a formação de bordas.
Este comportamento de formação de bordas indica que o mecanismo de deformação
predominante foi o mecanismo de deformação plástica. Nesta condição metalúrgica,
o valor do parâmetro, s, que indica o tamanho da borda ou retração é maior que
zero.
A figura 4.6 mostra as morfologias de impressão obtidas das amostras com
dureza baixa (O) ensaiadas nas três condições de ensaio de dureza.
(c)
Esfera Ø 5,0
Formação
de borda
(b) Formação
de borda
Esfera Ø 3,175 0,5 mm
0,1
mm
(a)
Esfera Ø 2,5
Formação
de borda
0,5 mm
0,05
mm
0,5 mm
0,1
mm
Capítulo 4 – Resultados e Discussão 70
Figura 4.6 – Morfologias de impressão da amostra de dureza baixa (O) com (a)
esfera de Ø 2,5, (b) esfera de Ø 3,175 e (c) esfera de Ø 5,0 mm.
As morfologias de impressão obtidas nas amostras de dureza baixa (O)
revelam que nesta condição metalúrgica existe uma transição entre a formação de
borda e retração, pois na condição do ensaio de dureza com esfera de diâmetro 2,5
mm ainda existe a formação de borda, porém também ocorre a formação de
retração, já que os valores obtidos para o parâmetro, s, que indica a altura de borda
(quando maior que zero) e retração (quando menor que zero) foi de 2 ± 4 µm, ou
seja, variando entre -2 µm (retração) até 6 µm (borda). Na condição de ensaio de
dureza com esfera de diâmetro 2,5 mm, houve maior incidência de formação de
borda, pois o valor médio do parâmetro, s, foi maior que zero (2 µm). Na condição de
ensaio de dureza com esfera de diâmetro 3,175 mm, na condição metalúrgica de
dureza baixa, houve maior incidência de formação de retração, pois o valor médio do
parâmetro, s, foi de -2,5 ± 3 µm, porém não houve retração em todas as amostras
(c)
Esfera Ø 5,0
Formação
de retração
(a)
Esfera Ø 2,5
Formação de
borda/retração
(b) Formação
de retração
Esfera Ø 3,175 0,5 mm
0,1
mm
0,5 mm 0,1
mm
0,5 mm
0,2
mm
Capítulo 4 – Resultados e Discussão 71
analisadas. Na condição de ensaio de dureza com esfera de diâmetro de 5,0 mm
houve somente a formação de retração, pois em todos os casos o valor do
parâmetro, s, foi menor que zero.
A tabela 4.4 mostra os valores médios obtidos para os diversos parâmetros da
morfologia de impressão.
Tabela 4.4 – Relações entre os parâmetros obtidos na morfologia de impressão.
Ø Esfera <mm> ac/R a/R hc/h s/h h/R
Dureza Alta AA1350 (H18)
Ø 2,5 0,40 ±0,10 0,36 ± 0,01 1,22 ±0,01 0,22 ±0,01 0,06 ±0,03
Ø 3,175 0,40 ±0,01 0,35 ± 0,01 1,24 ±0,03 0,24 ±0,04 0,06 ±0,01
Ø 5,0 0,41 ±0,01 0,37 ± 0,01 1,20 ±0,02 0,20 ±0,02 0,07 ±0,01
Dureza Intermediária
AA1350 (H24)
Ø 2,5 0,43 ±0,01 0,39 ± 0,01 1,21 ±0,04 0,21 ±0,04 0,08 ±0,01
Ø 3,175 0,43 ±0,01 0,39 ± 0,01 1,19 ±0,02 0,19 ±0,03 0,08 ±0,01
Ø 5,0 0,44 ±0,01 0,42 ± 0,01 1,11 ±0,02 0,11 ±0,03 0,09 ±0,01
Dureza Baixa
AA1350 (O)
Ø 2,5 0,52 ±0,01 0,51 ±0,01 1,01 ±0,02 0,01 ±0,03 0,14 ±0,01
Ø 3,175 0,53 ±0,01 0,54 ±0,01 0,99 ±0,01 -0,01 ±0,01 0,24 ±0,09
Ø 5,0 0,54 ±0,01 0,56 ±0,01 0,98 ±0,01 -0,02 ±0,01 0,25 ±0,01
O parâmetro a/R, mostrado na tabela 4.4, indica a quantidade de deformação
plástica residual do material após a retirada da carga aplicada, e também indica a
relação do raio de contato entre esfera e o material indentado. Para que o ensaio de
dureza não seja comprometido pela deformação excessiva ou insuficiente durante o
processo de indentação esférica, este valor deve ficar entre 0,25 e 0,60 (ASTM E10-
01, 2004).
O parâmetro hc/h pode ser usado para representar a formação de borda ou
retração. Quanto a relação hc/h é maior que 1, indica formação de borda, e quando é
menor que 1, indica a formação de retração. Para pequenas taxas de deformações,
há somente deformação elástica correspondente a teoria do contato de HERTZ
Capítulo 4 – Resultados e Discussão 72
(1882), e a relação hc/h é igual a 0,5, conforme aumenta-se a deformação plástica,
aumenta-se a relação hc/h.
O parâmetro s/h também indica a formação de borda e retração. Quando o
valor de s/h é maior que zero, indica a formação de borda, e quando é menor que
zero, indica a formação de retração, este parâmetro é comumente utilizado para
medições após a retirada da força aplicada. Alguns autores utilizam o parâmetro hc/h
ao invés de s/h para evitar a utilização de números negativos para definir a formação
de retração (HILL et al., 1989; HERNOT et al., 2010).
O parâmetro h/R indica a profundidade de penetração, e assim como o
parâmetro a/R, está relacionado com a deformação causada ao material, controlada
pelo fator de carga utilizado no ensaio de dureza.
4.4 Coeficiente de encruamento
A partir dos valores obtidos através das morfologias de impressão e
mostrados nas tabelas 4.3 e 4.4, o coeficiente de encruamento foi calculado por
meio dos modelos matemáticos apresentados. A tabela 4.5 mostra os valores
médios obtidos para o coeficiente de encruamento para cada modelo matemático
apresentado.
Dos resultados encontrados para o coeficiente de encruamento, n, o material
com dureza alta foi a condição metalúrgica que mais se aproximou dos resultados
obtidos pelo ensaio de tração na maioria dos modelos matemáticos utilizados para
cálculo do coeficiente de encruamento.
O modelo proposto por MATTHEWS (1980) foi o que apresentou resultados
para o valor de, n, mais próximos daqueles obtidos pelo ensaio de tração, e também
foi o modelo com menor variação para entre as medições obtidas, sendo que o
maior coeficiente de variação foi de 25% na condição metalúrgica de dureza baixa
com esfera de diâmetro 2,5 mm. O modelo proposto por HILL et al. (1989) também
apresentou valores próximos daqueles obtidos pelo ensaio de tração, sendo a
Capítulo 4 – Resultados e Discussão 73
condição metalúrgica de dureza alta aquela com menor diferença comparada com o
ensaio de tração.
Tabela 4.5 – Resultados do coeficiente de encruamento, n, obtido por meio da
morfologia de impressão.
Material Ø
Esfera <mm>
Modelos Matemáticos Ensaio
de Tração MATTHEWS
(1980) HILL et al
(1989) TALJAT et al
(1998) ALCALÁ et al
(2000) HERNOT et
al (2004) Lei de
MEYER
Dureza Alta AA1350 (H18)
Ø 2,5 0,08 ±0,02 0,02 ±0,02 0,01 ± 0,01 0,03 ±0,05 0,03 ±0,01
-0,037 0,08 ±0,01 Ø 3,175 0,07 ±0,01 0,01 ±0,05 0,01 ±0,01 0,01 ±0,01 0,02 ±0,01
Ø 5,0 0,10 ±0,01 0,05 ±0,03 0,02 ±0,01 0,04 ±0,02 0,04 ±0,01
Dureza Intermediária
AA1350 (H24)
Ø 2,5 0,09 ±0,01 0,04 ±0,01 0,02 ±0,02 0,03 ±0,02 -0,27 ±0,03
-0,064 0,17 ±0,02 Ø 3,175 0,10 ±0,02 0,05 ±0,03 0,02 ±0,02 0,04 ±0,02 -0,27 ±0,01
Ø 5,0 0,16 ±0,02 0,14 ±0,03 0,08 ±0,02 0,10 ±0,02 -0,12 ±0,02
Dureza Baixa
AA1350 (O)
Ø 2,5 0,24 ±0,02 0,26 ±0,03 0,18 ±0,04 0,19 ±0,02 -0,14 ±0,02
-0,146 0,28 ±0,01 Ø 3,175 0,26 ±0,02 0,29 ±0,01 0,22 ±0,02 0,22 ±0,02 -0,13 ±0,02
Ø 5,0 0,28 ±0,02 0,31 ±0,02 0,24 ±0,01 0,24 ±0,02 -0,13 ±0,02
Os modelos propostos por TALJAT et al. (1998) e ALCALÁ et al. (1989)
apresentaram valores de, n, muito próximos entre si, porém os valores ficaram um
pouco abaixo em relação aos resultados obtidos pelo ensaio de tração. Os valores
obtidos por estes modelos ficaram, em média, 0,08 pontos abaixo dos valores
obtidos pelo ensaio de tração. A condição metalúrgica de dureza intermediária (H24)
foi a que apresentou maior diferença, chegando a 0,13 pontos para os valores
obtidos por meio do modelo de TALJAT et al. (1998).
Os valores de, n, obtidos pelo modelo proposto por HERNOT et al. (2006)
apresentaram valores bem diferentes daqueles obtidos por outros modelos e ensaio
de tração, além de apresentar valores negativos, o que não deveria ocorrer
Capítulo 4 – Resultados e Discussão 74
conforme dados da literatura. O modelo proposto por HERNOT et al. (2006) também
não apresentou a mesma tendência dos demais modelos e ensaio de tração, onde o
maior valor de, n, foi encontrado para o material de dureza baixa (O) e o menor, para
o material de dureza alta, mas neste modelo, o maior valor encontrado foi para o
material de dureza alta (H18), e o menor valor foi para o material de dureza
intermediária (H24), fugindo da tendência esperada para o material ensaiado.
Os valores de, n, obtidos pela Lei de Meyer também apresentaram valores
negativos, o que não deveria ocorrer, segundo a literatura.
Diante dos resultados obtidos, também se percebe que quanto maior o valor da
esfera utilizada no ensaio de dureza, maior é o valor encontrado para o coeficiente
de encruamento. Em quase todos os modelos apresentados, exceto no modelo de
HERNOT et al. (2006), o maior valor de, n, foi obtido com a esfera de diâmetro 5,0
mm, e o menor valor obtido com a esfera de diâmetro 2,5 mm. Esta diferença pode
ser explicada pelo encruamento subsuperficial causado pela deformação durante o
ensaio de dureza, uma vez que a maior esfera causa maior deformação, e
consequentemente, maior encruamento.
Segundo os modelos apresentados para calcular o coeficiente de encruamento
considerando as morfologias de impressão (MATTHEWS, 1980; HILL et al., 1989;
TALJAT et al., 1998; ALCALÁ et al., 2000; TALJAT et al., 2004; HERNOT et al.,
2006), materiais com baixos valores de coeficiente de encruamento tendem a formar
bordas, enquanto que um material com altos valores tendem a formar retração. O
parâmetro hc/h é uma relação que pode indicar a formação de borda ou retração,
onde valores acima de 1 representam a formação de borda e menores que 1
representam a formação de retração. A figura 4.7 mostra a relação com entre o
parâmetro hc/h e o coeficiente de encruamento, n, obtidos experimentalmente.
Capítulo 4 – Resultados e Discussão 75
Figura 4.7 – Valores experimentais do parâmetro hc/h em função do coeficiente de
encruamento, n, para as três condições metalúrgicas da liga de alumínio AA1350.
O comportamento predominante do material foi o de formação de bordas que
foi percebido em todas as condições de ensaio nas condições metalúrgicas de
dureza alta (H18) e intermediária (H24).
Na condição de dureza baixa (O), houve formação de retração em todas as
condições de ensaio de dureza. Os ensaios com esferas de diâmetro 2,5 e 3,175
mm, na condição metalúrgica de dureza baixa, mostraram uma condição de
transição, onde houve formação tanto de retração como borda, sendo esta condição
de transição foi mais acentuada no ensaio com esfera de diâmetro 2,5 mm. Os
dados experimentais confirmam a formação de retração quando o parâmetro hc/h é
inferior a 1.
É possível observar que existem dois grupos de resultados em função dos
modelos utilizados. O primeiro grupo, que apresentou maiores valores para o
coeficiente de encruamento, é o conjunto de valores obtidos por meio dos modelos
de MATTHEWS (1980) e HILL et al. (2000), este primeiro grupo foi o que mais se
aproximou dos valores obtidos pelo ensaio de tração. O segundo grupo, que
0,9
1,0
1,1
1,2
1,3
0 0,1 0,2 0,3
h c/h
Coeficiente de Encruamento, n
MATTHEWS(1980) Model
HILL et al 91989)Model
ALCALÁ et al.(2000) Model
TALJAT et al.(1998) Model
Formação de Retração
Formação de Bordas
Modelo de MATTHEWS (1980)
Modelo de HILL et al. (1989)
Modelo de ALCALÁ et al. (2000)
Modelo de TALJAT et al. (1998)
Capítulo 4 – Resultados e Discussão 76
apresentou menores valores para o coeficiente de encruamento, é o conjunto de
valores obtidos por meio dos modelos de ALCALÁ et al. (1989) e TALJAT et al.
(1998).
Os valores obtidos pelo modelo de HILL et al. (2000) apresentaram uma
região de transição, onde pequenas relações de hc/h, apresentam resultados
próximos daqueles obtidos por meio do modelo de MATTHEWS (1980) e do ensaio
de tração, porém, quando a relação, hc/h, é superior a 1,13, os valores obtidos para
o coeficiente de encruamento ficam menores, se aproximando dos valores obtidos
por meio dos modelos de ALCALÁ et al. (1989) e TALJAT et al. (1998), e
consequentemente, afastando-se dos valores obtidos pelo ensaio de tração, o que
caracteriza uma região de transição para o modelo deste autor.
Para o primeiro grupo de resultados, obtidos por meio dos modelos de
MATTHEWS (1980) e HILL et al. (2000), considerando a ocorrência de retração na
condição metalúrgica de dureza baixa, pode-se dizer que para estes modelos, ocorre
a formação de retração quando o material apresenta valores de, n, maiores que
0,22. Para valores menores, ocorre formação de borda. O valor de 0,22 foi menor
valor de, n, obtido para o material de dureza baixa com o modelo de MATTHEWS
(1980), e 0,23 o menor valor para o modelo de HILL et al. (2000), porém para
valores de hc/h maiores que 1,13 ocorre uma transição, onde o modelo de HILL et al.
(1989) se distancia do modelo de MATTHEWS (1980), e consequentemente, dos
valores experimentais.
Para o segundo grupo de resultados, obtidos por meio dos modelos de
TALJAT et al. (1998) e ALCALÁ et al. (1989), considerando a ocorrência de
formação de retração na condição de dureza baixa, há formação de retração para
valores de, n, maiores que 0,14. Para valores de, n, abaixo de 0,14, estes segundo
grupo de modelos indica a formação de bordas. O valor de 0,14 foi o menor valor de,
n, obtido para o material de dureza baixa com o modelo de TALJAT et al. (1998), e
0,17 o menor valor para o modelo de ALCALÁ et al. (1989).
Na condição metalúrgica de dureza intermediária (H24), foi encontrada uma
grande variação nos valores obtidos sob as três condições de ensaio de dureza,
sendo que os valores obtidos com a esfera de diâmetro 2,5 e 3,175 mm se
aproximaram dos valores obtidos no material de dureza alta, e apenas os resultados
Capítulo 4 – Resultados e Discussão 77
obtidos com a esfera de diâmetro 5,0 mm se aproximaram dos resultados do ensaio
de tração. Esta diferença entre os resultados com diferentes penetradores pode ser
atribuída à heterogeneidade do material. Considerando que a condição metalúrgica
de dureza intermediária (H24) era inicialmente um material encruado com dureza
alta (H18) e que sofreu um tratamento isotérmico parcial, para promover uma
transformação parcial na microestrutura e propriedades mecânicas, pode se
observar que não houve transformação completa, pois existem parcelas residuais da
microestrutura anterior, do material de dureza alta (H18). Se os grãos da condição
metalúrgica H24 são considerados, é possível afirmar que há uma distribuição
bimodal deles, porque o tratamento térmico foi suficiente para iniciar o processo de
recristalização, mas não para concluir. Desta forma, a modelagem do
comportamento mecânico deve considerar esse aspecto e um provável desvio da
relação de HOLLOMON (1945).
A influência da heterogeneidade do material através de tamanhos de grão
bimodal e por dispersão de partículas também foi observada no estudo realizado por
HERNOT et al. (2010) em ensaios com o aço AISI 1035, que sofreu tratamento
térmico de esferoidização, onde a presença de grãos de perlita e lamelas de
cementita, que foram apenas parcialmente transformadas em partículas
esferoidizadas, afetaram os resultados obtidos em pequenas taxas de deformação.
As variações encontradas na condição metalúrgica H24 também podem ser
observadas nas morfologias de impressão, através da variação dos parâmetros de
borda, s, e, até mesmo, no parâmetro de profundidade, h. Os resultados obtidos com
esfera de diâmetro 2,5 e 3,175 mm mostraram clara variação para o valor do
parâmetro de borda, s, entre os dois lados da amostra, como pode ser observado na
figura 4.8, que mostra as maiores variações do parâmetro, s, nesta condição
metalúrgica. Esta variação pode ser amplificada pela técnica utilizada para avaliação
das amostras, já que está sujeita a variações, uma vez que a superfície indentada
pode estar inclinada, não perpendicular à força aplicada, já que as amostras foram
lixadas manualmente. Este efeito também foi percebido em outras condições
metalúrgicas, porém em menor proporção.
Capítulo 4 – Resultados e Discussão 78
Figura 4.8 – Maiores variações obtidas para o parâmetro de borda, s, na condição
metalúrgica de dureza intermediária com esfera com diâmetro (a) 2,5 mm, (b) 3,175
e (c) 5,0 mm.
A condição de ensaio de dureza com esfera de diâmetro 5,0 mm foi a menos
afetada pelas variáveis desta condição metalúrgica, uma vez que promove uma
maior deformação, e são menores as influências de pequenas parcelas da
microestrutura (grão bimodal) ou pequenas inclinações da amostra. As demais
morfologias de impressão podem ser consultadas no apêndice C.
As variações obtidas nos valores das morfologias de impressão na condição
metalúrgica de dureza intermediária, afetaram diretamente os parâmetros s/h e hc/h,
que são utilizados para a obtenção do coeficiente de encruamento, n, como pôde ser
visualizado na figura 4.7.
Influência da condição H18
s = 35 μm
Influência da condição H24
s = 17 μm
Influência da condição H24
s = 5 μm
Influência da condição H18
s = 20 μm
Influência da condição H24
s = 5 μm
Influência da condição H18
s = 17 μm
(a)
(b)
(c)
Capítulo 4 – Resultados e Discussão 79
4.5 Modelo de simulação numérica de TALJAT et al. (2004)
Para estudar o comportamento de formação de borda ou retração em
materiais metálicos, TALJAT et al. (2004) propuseram um modelo matemático,
obtido através de elementos finitos, para indicar quando há formação de borda ou
retração em função das propriedades mecânicas do material. Este modelo, que foi
apresentado na figura 2.14, considera os parâmetro s/h e (E/σy)(2hc/a) para prever o
comportamento de formação de borda ou retração. Este modelo tem por objetivo
prever o comportamento do material em condições onde o mecanismo de
deformação não é puramente elástico ou puramente plástico. A figura 4.9 coloca os
dados experimentais obtidos neste trabalho, e também os dados experimentais
obtidos por CIPRIANO (2008) sobre o mapa de TALJAT et al. (2004). Neste modelo,
é possível obter o valor do coeficiente de encruamento e o comportamento de
formação de borda ou retração por meio da morfologia de impressão e das
propriedades mecânicas do material.
Figura 4.9 – Valores experimentais sobre o mapa de TALJAT et al. (2004), incluindo
os valores obtidos por CIPRIANO (2008) para AA6063-T5, Aço AISI 1020 e Aço AISI
316L.
-0,4
-0,3
-0,2
-0,1
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
1 10 100 1000 10000
Par
âmet
ro s
/h
(E/σy)(2hc/a)
n = 0
n = 0,25
n = 0,5
∞
Capítulo 4 – Resultados e Discussão 80
Os valores obtidos para a condição AA1350-H18, quando colocados sobre o
mapa de TALJAT et al. (2004) mostram um valor de, n, próximo de zero, e formação
de borda. Para a condição AA1350-H24, o modelo de simulação numérica de
TALJAT et al. (2004) mostram um valor de, n , entre zero e 0,25 e formação de
bordas. A condição AA1350-O mostra um valor do coeficiente de encruamento
próximo a 0,25, e formação de retração, na sua maioria, pois nos valores obtidos
com o penetrador de esfera de diâmetro 2,5 mm há uma transição entre formação de
borda e retração, e neste modelo de simulação numérica, os valores ficam sobre a
linha de transição entre borda e retração, quando o parâmetro s/h é igual à zero.
O modelo de simulação numérica de TALJAT et al. (2004) indica que, o
material de dureza baixa, apresentou um comportamento de deformação
predominantemente plástico, uma vez que para valores (E/σy)(2hc/a)
aproximadamente maiores que 1000, o comportamento do material é
predominantemente plástico, e partir deste ponto, descolamento dos valores no eixo
do parâmetro (E/σy)(2hc/a), não representam alterações significativas no
comportamento do material.
O comportamento mostrado pelo mapa de simulação numérica de TALJAT et
al. (2004) condiz com os dados obtidos pelo ensaio de tração e pelos modelos de
MATTHEWS (1980) e HILL et al. (2000), onde há formação de retração para valores
de, n, superiores a 0,22, porém difere dos modelos de TALAJT et al. (1998) e
ALCALÀ et al. (1989) que sugerem formação de retração para valores de, n, maiores
que 0,14.
Os dados de CIPRIANO (2008), quando colocados sobre o mapa de simulação
numérica de TALJAT et al. (2004), mostram a formação de bordas para todas as
condições de ensaios dos materiais aço AISI 1020 e alumínio AA6063-T5 e
formação de retração para o aço AISI 316L.
Como pôde ser observado na figura 4.9 há um aumento no valor do coeficiente
de encruamento assim como no valor do parâmetro (E/σy)(2hc/a) para os casos da
liga de alumínio AA1350-H24 e o aço inoxidável AISI 316L. Para estas duas
condições, as variações estão representadas em dois pontos para o mesmo material
para mostrar a variação dos resultados encontrados. A variação encontrada para o
material AISI 316L pode ser explicada pela hipótese do efeito do grau de
Capítulo 4 – Resultados e Discussão 81
desorientação dos grãos na superfície de impressão. E para o caso da liga de
alumínio AA1350, se os grãos da liga são considerados, é possível afirmar que a
distribuição bimodal deles está influenciando na grande variação dos resultados
encontrados, porque o tratamento térmico foi suficiente para iniciar o processo de
recristalização, mas este não foi concluído.
MISHRA et al. (2009) determinou valores de, n, para os aços AISI 316L e 304L
e ligas de alumínio AA1050 considerando três direções planares em um ensaio de
tração. Eles demonstraram uma grande variação no coeficiente de encruamento
para o aço 316L quando a direção planar foi alterada, variações estas muito
superiores às observadas para outros materiais analisados. Como resultado, um
teste no mesmo no aço AISI 316L apresentou uma variação de 0,2 até 0,45 para os
valores de, n. Esta variação é consequência de um grande desvio entre a tensão da
relação de HOLLOMON (1945) em baixas deformações. MISHRA et al. (2009)
atribuíram esta variação à desorientação média de grãos, que foi quantificada por
esses pesquisadores utilizando a técnica de EBSD (Electron Backscatter
Diffraction). Para cada valor do coeficiente de encruamento um valor para a
desorientação específica foi identificada, e uma relação linear foi encontrada entre
as propriedades mecânicas e o aspecto microestrutural. Este resultado é
corroborado por YODA et al. (2010). Estes autores propuseram para o aço 316NG
uma relação linear entre a deformação plástica verdadeira e a desorientação dos
grãos: quanto maior foi primeiro, maior foi o último. Além disso, como a deformação
plástica verdadeira aumentou, a dispersão do grau de desorientação aumentou cada
vez mais.
4.6 Avaliação do modelo de HERNOT et al. (2006)
De modo a verificar a viabilidade da aplicação do modelo de HERNOT et al.
(2006) se apresenta a figura 4.10, que mostra a relação entre o parâmetro hc/h, e o
coeficiente de encruamento, n.
Capítulo 4 – Resultados e Discussão 82
Figura 4.10 – Modelo de HERNOT et al. (2004) e os valores experimentais obtidos
para a liga de alumínio AA1350.
HERNOT et al. (2010) realizam estudos experimentais para avaliar seu
modelo proposto para o cálculo do coeficiente de encruamento por meio da
morfologia de impressão, e então, compararam os resultados com outros modelos
da literatura. Os dados experimentais obtidos por HERNOT et al. (2010) mostraram
que o modelo proposto por estes autores não apresentava resultados confiáveis
onde a relação de contato, a/R, é maior que 0,3. Ainda segundo os dados obtidos
pelos experimentos de HERNOT et al. (2010), para uma relação de contato, a/R,
acima de 0,3, somente os modelos de MATTHEWS (1980), HILL et al. (1989),
TALJAT et al. (1998) e ALCALÁ et al. (2000) apresentam valores próximos aos
resultados experimentais, no entanto, o modelo proposto por HERNOT et al. (2006)
se mostra mais fiel aos dados experimentais quando uma relação de contato, a/R, é
inferior a 0,3, como mostram os resultados experimentais obtidos por estes autores
(HERNOT et al., 2010).
Em todas as condições experimentais deste trabalho, o valor de a/R foi maior
que 0,3, o que inviabilizou a utilização do modelo de HERNOT et al. (2004) para
calcular o coeficiente de encruamento por meio da morfologia de impressão.
-0,3
-0,2
-0,1
0,0
0,1
0,2
0,3
0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 1,1 1,2 1,3Coef
icie
nte
de E
ncru
amen
to, n
Parâmetro hc/h
Valor Experimental (AA1350-O) Valor Experimental (AA1350-H24)Valor Experimental (AA1350-H18) Modelo de Hernot (AA1350-O)Modelo de Hernot (AA1350-H24) Modelo de Hernot (AA1350-H18)
Capítulo 5 – Conclusão 83
5 CONCLUSÃO
Por meio do estudo da avaliação da influência da quantidade de trabalho a frio
da liga de alumínio AA1350 no coeficiente de encruamento obtido por meio de
ensaio de dureza com penetrador esférico, pode se enumerar as seguintes
conclusões:
O modelo proposto por MATTHEWS (1980) foi o que mais se aproximou dos
resultados obtidos pelo ensaio de tração. O modelo deste autor teve validade em
toda a extensão dos experimentos realizados, para os parâmetros hc/h e o
coeficiente de encruamento, n. Sugere-se que o modelo de MATTHEWS (1980) seja
o mais recomendável para calcular o coeficiente de encruamento, n, da liga de
alumínio AA1350 por meio da morfologia de impressão por indentação esférica.
O modelo proposto por HILL et al. (2000) apresentou valores para o coeficiente
de encruamento, n, próximo aos resultados obtidos pelo ensaio de tração quando a
relação de hc/h é inferior a 1,13. Para relação de hc/h maiores que 1,13, o modelo
proposto por HILL et al. (2000) apresentou valores que se distanciam daqueles
obtidos pelo ensaio de tração.
Os modelos de TALJAT et al. (1998) e ALCALÁ et al. (1989) foram os que
forneceram os menores valores para o coeficiente de encruamento em todas as
condições experimentais, sendo que para a condição metalúrgica de dureza alta, os
valores obtidos pelo modelo de TALJAT et al. (1998) foram inferiores a 1/3 em
relação ao valor de referência, obtido pelo ensaio de tração. Não recomenda-se a
utilização do modelo de TALJAT et al. (1998) para calcular o coeficiente de
encruamento, n, da liga de alumínio AA1350 por meio da morfologia de impressão.
Os dados experimentais confirmam que a formação de borda (s>0) ocorre
quando o a relação hc/h é maior que 1. Para valores de hc/h menores que 1 há
formação de retração, e esta transição ocorre quando o valor do coeficiente de
encruamento é de 0,28, confirmando dados obtidos na literatura.
Os dados obtidos mostraram que ocorre a formação de borda quando o
coeficiente de encruamento, n, é menor que 0,22, segundo o modelo proposto por
MATTHEWS (1980); 0,23, segundo o modelo proposto por HILL et al. (2000); 0,17,
Capítulo 5 – Conclusão 84
segundo o modelo proposto por ALCALÁ et al. (1989); e 0,14, segundo modelo
proposto por TALJAT et al. (1998).
O mapa obtido por simulações numéricas de elementos finitos, realizado por
TALJAT et al. (2004) mostrou que, por meios dos parâmetros s/h e (E/σy)(2hc/a), é
possível determinar o coeficiente de encruamento do material e determinar quando
há formação de borda ou retração. Este modelo sugere que há formação de borda
quando, n, é menor que 0,25. Para a liga de alumínio AA1350, é confirmada a
formação de bordas para a condição metalúrgica H24 e H18 onde o coeficiente de
encruamento é inferior a 0,25.
O modelo de HERNOT et al. (2004) não pode ser utilizado para se obter o
coeficiente de encruamento, n, por meio de indentações esféricas onde a relação de
contato, a/R, seja superior a 0,3, confirmando o que foi colocado como premissa por
estes autores.
A recuperação parcial da liga de alumínio AA1350 pode afetar os resultados do
coeficiente de encruamento, n, obtido por meio da morfologia de impressão por
indentação esférica, quando as deformações causadas pelos penetradores são
demasiadamente pequenas. Nestes casos, quanto maior for a deformação causada
pelo penetrador, menor será a influência da microestrutura nos resultados.
Capítulo 6 – Sugestão Para Trabalhos Futuros 85
6 SUGESTÃO PARA TRABALHOS FUTUROS
A primeira sugestão é realizar ensaios experimentais para obtenção do
coeficiente de encruamento, n, por meio do modelo proposto por HERNOT et al.
(2006), LEE et al. (2005) e KIM et al. (2006) que são aplicáveis para indentação com
pequenas taxas de deformação, onde a relação de contato, a/R, seja inferior a 0,3.
Segundo HERNOT et al. (2006), para pequenas taxas de deformação, o modelo
proposto por estes autores é o que apresenta dados mais próximos dos encontrados
em resultados experimentais.
A segunda sugestão é realizar um estudo detalhado para entender o motivo do
coeficiente de encruamento, n, obtido pela Lei MEYER (1908) apresentar valores
negativos para a liga de alumínio AA1350 nas condições metalúrgicas ensaiadas.
Segundo a literatura, o coeficiente de encruamento deve ser um valor entre 0 e 1.
A terceira sugestão é analisar as causas de se encontrar diferentes valores
para o coeficiente de encruamento ao alterar o diâmetro do penetrador no aço AISI
316L, conforme dados mostrados no estudo realizado por CIPRIANO (2008) e
mostrado neste trabalho, confirmando a hipótese da influência da desorientação dos
grãos.
A quarta sugestão é obter o coeficiente de encruamento pela lei de Meyer
utilizando uma mesma esfera, alterando-se apenas a carga aplicada, reduzindo
assim uma variável na obtenção de, n, por este método, podendo esclarecer os
valores negativos obtidos neste presente trabalho.
Capítulo 7 - Referências 86
7 REFERÊNCIAS
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Capítulo 7 – Referências 87
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Apêndice A 92
APÊNDICE A – MEDIÇÕES OBTIDAS A PARTIR DA MORFOLOGIA
DE IMPRESSÃO
Tabela A.1 – Valores obtidos da morfologia de impressão na condição metalúrgica
de dureza baixa e esfera de diâmetro de 2,5 mm.
Condição Metalúrgica: Dureza Baixa Parâmetro (µm)
Amostra Esfera (mm)
F (kgf) d ac h s
(media) hc
1
Ø 2,5 31,25
1270,8 660,8 177,5 8,8 186,3 2 1220,0 641,8 165,0 6,3 171,3 3 1296,3 660,8 185,0 2,5 187,5 4 1296,3 654,5 180,0 5,0 185,0 5 1296,3 641,8 180,0 -1,3 178,8 6 1301,3 640,5 180,0 -3,8 176,3 7 1245,4 641,8 170,0 10,0 180,0 8 1296,3 660,8 187,5 1,3 188,8 9 1220,0 641,8 155,0 1,3 156,3 10 1270,8 648,1 177,5 3,8 181,3
Média 1271,3 649,3 175,8 3,4 179,1 Desvio Padrão 32,2 9,0 9,8 4,3 9,7
Tabela A.2 – Valores obtidos da morfologia de impressão na condição metalúrgica
de dureza baixa e esfera de diâmetro de 3,175 mm.
Condição Metalúrgica: Dureza Baixa Parâmetro (µm)
Amostra Esfera (mm)
F (kgf) d ac h s
(media) hc
1
Ø 3,175 50,4
1677,5 851,5 455,0 5,0 460,0 2 1753,8 845,1 690,0 -7,5 682,5 3 1702,9 838,8 225,0 -5,0 220,0 4 1766,5 826,0 247,5 -5,0 242,5 5 1753,8 826,0 245,0 -6,3 238,8 6 1702,9 832,4 245,0 -6,3 238,8 7 1690,2 845,1 455,0 0 455,0 8 1690,2 838,8 345,0 -7,5 337,5 9 1677,5 845,1 450,0 0 450,0 10 1702,9 857,8 450,0 0 450,0
Média 1711,8 840,7 380,8 -3,3 377,5 Desvio Padrão 33,4 10,4 147,7 4,2 148,9
Apêndice A 93
Tabela A.3 – Valores obtidos da morfologia de impressão na condição metalúrgica
de dureza baixa e esfera de diâmetro de 5,0 mm.
Condição Metalúrgica: Dureza Baixa Parâmetro (µm)
Amostra Esfera (mm)
F (kgf) d ac h s
(media) hc
1
Ø 5,0 125
2795,8 1385,2 605,0 -10,0 595,0 2 2821,3 1391,6 605,0 -10,0 595,0 3 2821,3 1385,2 620,0 -10,0 610,0 4 2770,4 1372,5 620,0 -17,5 602,5 5 2795,8 1359,8 625,0 -25,0 600,0 6 2795,8 1385,2 620,0 -12,5 607,5 7 2745,0 1359,8 625,0 -12,5 612,5 8 2795,8 1359,8 630,0 -15,0 615,0 9 2719,6 1340,7 610,0 -25,0 585,0 10 2846,7 1397,9 640,0 -25,0 615,0
Média 2790,8 1373,8 620,0 -16,3 603,8 Desvio Padrão 37,5 18,2 11,1 6,5 10,0
Tabela A.4 – Valores obtidos da morfologia de impressão na condição metalúrgica
de dureza intermediária e esfera de diâmetro de 2,5 mm.
Condição Metalúrgica Dureza Intermediária Parâmetro (µm)
Amostra Esfera (mm)
F (kgf) d ac h s
(media) hc
1
Ø 2,5 31,25
1016,7 554,1 108,8 18,8 127,5 2 953,1 559,2 97,5 23,1 120,6 3 940,4 533,8 95,0 23,1 118,1 4 953,1 546,5 96,3 26,3 122,5 5 978,5 533,8 96,3 15,6 111,9 6 1029,4 565,5 106,3 17,5 123,8 7 978,5 559,2 97,5 27,5 125,0 8 953,1 540,1 96,3 17,5 113,8 9 1016,7 546,5 108,8 21,9 130,6 10 978,5 540,1 97,5 20,6 118,1
Média 979,8 547,9 100,0 21,2 121,2 Desvio Padrão 31,4 11,2 5,6 3,9 5,9
Apêndice A 94
Tabela A.5 – Valores obtidos da morfologia de impressão na condição metalúrgica
de dureza intermediária e esfera de diâmetro de 3,175 mm.
Condição Metalúrgica Dureza Intermediária Parâmetro (µm)
Amostra Esfera (mm)
F (kgf) d ac h s
(media) hc
1
Ø 3,175 50,4
1296,3 699,0 137,5 26,3 163,8 2 1309,0 699,0 140,0 23,8 163,8 3 1181,9 673,5 115,0 20,0 135,0 4 1232,7 686,3 130,0 25,0 155,0 5 1220,0 673,5 125,0 27,5 152,5 6 1220,0 686,3 125,0 31,3 156,3 7 1283,5 686,3 125,0 28 152,5 8 1245,4 692,6 125,0 28,8 153,8 9 1270,8 699,0 130,0 24 153,8 10 1220,0 686,3 125,0 21 146,3
Média 1248,0 688,2 127,8 25,5 153,3 Desvio Padrão 40,5 9,5 7,1 3,4 8,3
Tabela A.6 – Valores obtidos da morfologia de impressão na condição metalúrgica
de dureza intermediária e esfera de diâmetro de 5,0 mm.
Condição Metalúrgica Dureza Intermediária Parâmetro (µm)
Amostra Esfera (mm)
F (kgf) d ac h s
(media) hc
1
Ø 5,0 125
2160,4 1143,8 242,5 32,5 275,0 2 2109,6 1118,3 240,0 28,8 268,8 3 2071,5 1099,3 225,0 27,5 252,5 4 2096,9 1105,6 230,0 22,5 252,5 5 2096,9 1118,3 225,0 33,8 258,8 6 2135,0 1131,0 237,5 31,3 268,8 7 2058,8 1105,6 222,5 32,5 255,0 8 2160,4 1131,0 245,0 18,8 263,8 9 2135,0 1124,7 232,5 28,8 261,3 10 2007,9 1086,6 222,5 30,0 252,5
Média 2103,2 1116,4 232,3 28,6 260,9 Desvio Padrão 48,0 17,2 8,5 4,7 8,0
Apêndice A 95
Tabela A.7 – Valores obtidos da morfologia de impressão na condição metalúrgica
de dureza alta e esfera de diâmetro de 2,5 mm.
Condição Metalúrgica Dureza Alta Parâmetro (µm)
Amostra Esfera (mm)
F (kgf) d ac h s
(media) hc
1
Ø 2,5 31,25
935,3 513,4 87,5 18,8 106,3 2 874,3 493,1 80,0 18,8 98,8 3 915,0 498,2 85,0 18,8 103,8 4 915,0 498,2 85,0 18,8 103,8 5 955,7 513,4 90,0 17,5 107,5 6 915,0 508,3 82,5 18,8 101,3 7 904,8 493,1 82,5 17,5 100,0 8 915,0 521,0 82,5 21,3 103,8 9 904,8 508,3 82,5 18,8 101,3 10 945,5 518,5 90,0 18,8 108,8
Média 918,1 506,6 84,8 18,8 103,5 Desvio Padrão 23,0 10,3 3,4 1,0 3,3
Tabela A.8 – Valores obtidos da morfologia de impressão na condição metalúrgica
de dureza alta e esfera de diâmetro de 3,175 mm.
Condição Metalúrgica Dureza Alta Parâmetro (µm)
Amostra Esfera (mm)
F (kgf) d ac h s
(media) hc
1
Ø 3,175 50,4
1131,0 635,4 110,0 23,8 133,8 2 1131,0 641,8 107,5 26,3 133,8 3 1131,0 641,8 105,0 26,3 131,3 4 1105,6 635,4 100,0 28,8 128,8 5 1067,5 635,4 96,3 30,0 126,3 6 1118,3 648,1 105,0 26,3 131,3 7 1092,9 654,5 101,3 31 132,5 8 1080,2 648,1 98,8 25,6 124,4 9 1131,0 641,8 106,3 20 126,3 10 1169,2 654,5 107,5 22 129,4
Média 1115,8 643,7 103,8 26,0 129,8 Desvio Padrão 29,8 7,4 4,4 3,5 3,3
Apêndice A 96
Tabela A.9 – Valores obtidos da morfologia de impressão na condição metalúrgica
de dureza alta e esfera de diâmetro de 5,0 mm.
Condição Metalúrgica Dureza Alta Parâmetro (µm)
Amostra Esfera (mm)
F (kgf) d ac h s
(media) hc
1
Ø 5,0 125
1880,8 1029,4 170,0 37,5 207,5 2 1880,8 1016,7 165,0 30,0 195,0 3 1855,4 1016,7 175,0 37,5 212,5 4 1855,4 1004,0 177,5 30,0 207,5 5 1855,4 1035,7 175,0 38,8 213,8 6 1906,3 1035,7 182,5 31,3 213,8 7 1855,4 1029,4 172,5 42,5 215,0 8 1830,0 1016,7 177,5 31,3 208,8 9 1880,8 1016,7 177,5 33,8 211,3 10 1830,0 1016,7 177,5 37,5 215,0
Média 1863,0 1021,8 175,0 35,0 210,0 Desvio Padrão 24,1 10,3 4,9 4,3 6,0
Apêndice B 97
APÊNDICE B – PROPRIEDADES MECÂNICAS
Tabela B.1 – Propriedades mecânicas obtidas através do ensaio de tração.
Condição Metalúrgica - Dureza Baixa
Amostra Nº Limite de Resistência (MPa)
Tensão de Escoamento (MPa)
Alongamento (%)
E (GPa) n
1 130,76 77,64 17,13 54,75 0,09 2 129,46 83,50 16,34 59,97 0,07 3 132,32 85,24 17,23 55,97 0,09
Média 130,85 82,13 16,90 56,90 0,08 Desvio Padrão 1,43 3,98 0,49 2,73 0,01
Condição Metalúrgica - Dureza Baixa
Amostra Nº Limite de Resistência (MPa)
Tensão de Escoamento (MPa)
Alongamento (%)
E (GPa) n
1 94,23 60,21 24,73 72,26 0,16 2 120,66 98,72 17,88 60,21 0,18 3 89,80 64,79 24,95 56,82 0,18
Média 101,56 74,57 22,52 63,10 0,17 Desvio Padrão 16,69 21,04 4,02 8,11 0,01
Condição Metalúrgica - Dureza Baixa
Amostra Nº Limite de Resistência (MPa)
Tensão de Escoamento (MPa)
Alongamento (%)
E (GPa) n
1 74,86 34,12 37,81 52,77 0,28 2 76,78 36,94 43,33 57,30 0,29 3 76,13 34,93 41,44 62,57 0,29
Média 75,92 35,33 40,86 57,54 0,28 Desvio Padrão 0,98 1,45 2,81 6,60 0,00
Apêndice B 98
Tabela B.2 – Valores de dureza obtidos por meio da morfologia de impressão.
Condição Metalúrgica: Dureza Baixa
Amostra Nº Condição do Ensaio de Dureza
Esfera Ø 2,5 mm Esfera Ø 3,175 mm Esfera Ø 5,0 mm 1 21,06 20,40 19,79 2 21,06 19,75 19,00 3 21,50 20,74 19,39 4 21,50 21,08 19,39 5 22,44 21,80 19,79 6 22,54 21,44 19,00 7 22,44 20,74 19,79 8 21,06 21,08 19,79 9 22,44 20,74 20,41 10 21,96 20,07 18,62
Média 21,80 20,78 19,50 Desvio Padrão 0,63 0,61 0,52
Condição Metalúrgica: Dureza Intermediária
Amostra Nº Condição do Ensaio de Dureza Esfera Ø 2,5 mm Esfera Ø 3,175 mm Esfera Ø 5,0 mm
1 30,72 31,16 28,73 2 30,13 30,57 30,13 3 33,25 32,39 31,25 4 33,25 32,39 30,87 5 33,25 33,69 30,13 6 29,42 32,39 29,42 7 30,13 32,39 30,87 8 32,43 31,77 29,42 9 31,64 31,16 29,77 10 32,43 32,39 32,03
Média 31,66 32,03 30,26 Desvio Padrão 1,46 0,89 0,99
Apêndice B 99
Condição Metalúrgica: Dureza Alta
Amostra Nº Condição do Ensaio de Dureza Esfera Ø 2,5 mm Esfera Ø 3,175 mm Esfera Ø 5,0 mm
1 36,07 38,07 36,83 2 39,26 37,29 37,82 3 38,42 37,29 35,89 4 38,42 38,07 37,82 5 36,07 38,07 35,43 6 36,83 36,53 35,43 7 39,26 35,79 35,89 8 34,97 36,53 36,83 9 36,83 37,29 36,83 10 35,33 35,79 36,83
Média 37,15 37,07 36,56 Desvio Padrão 1,59 0,88 0,88
Apêndice D 100
APÊNDICE C – MORFOLOGIA DE IMPRESSÃO DOS CORPOS DE
PROVA
Corpo de Prova Nº 1 – Dureza Baixa – D=Ø 2,5 mm
Corpo de Prova Nº 2 – Dureza Baixa – D=Ø 2,5 mm
Corpo de Prova Nº 3 – Dureza Baixa – D=Ø 2,5 mm
Corpo de Prova Nº 4 – Dureza Baixa – D=Ø 2,5 mm
Apêndice C 101
Corpo de Prova Nº 5 – Dureza Baixa – D=Ø 2,5 mm
Corpo de Prova Nº 6 – Dureza Baixa – D=Ø 2,5 mm
Corpo de Prova Nº 7 – Dureza Baixa – D=Ø 2,5 mm
Corpo de Prova Nº 8 – Dureza Baixa – D=Ø 2,5 mm
Corpo de Prova Nº 9 – Dureza Baixa – D=Ø 2,5 mm
Apêndice C 102
Figura C.1 – Morfologia de impressão das amostras de dureza baixa com esfera de
diâmetro 2,5 mm.
Corpo de Prova Nº 10 – Dureza Baixa – D=Ø 2,5 mm
Corpo de Prova Nº 1 – Dureza Baixa – D=Ø 3,175 mm
Corpo de Prova Nº 2 – Dureza Baixa – D=Ø 3,175 mm
Corpo de Prova Nº 3 – Dureza Baixa – D=Ø 3,175 mm
Apêndice C 103
Corpo de Prova Nº 4 – Dureza Baixa – D=Ø 3,175 mm
Corpo de Prova Nº 5 – Dureza Baixa – D=Ø 3,175 mm
Corpo de Prova Nº 6 – Dureza Baixa – D=Ø 3,175 mm
Corpo de Prova Nº 7 – Dureza Baixa – D=Ø 3,175 mm
Apêndice C 104
Figura C.2 – Morfologia de impressão das amostras de dureza baixa com esfera de
diâmetro 3,175 mm.
Corpo de Prova Nº 1 – Dureza Baixa – D=Ø 5,0 mm
Corpo de Prova Nº 8 – Dureza Baixa – D=Ø 3,175 mm
Corpo de Prova Nº 9 – Dureza Baixa – D=Ø 3,175 mm
Corpo de Prova Nº 10 – Dureza Baixa – D=Ø 3,175 mm
Apêndice C 105
Corpo de Prova Nº 2 – Dureza Baixa – D=Ø 5,0 mm
Corpo de Prova Nº 3 – Dureza Baixa – D=Ø 5,0 mm
Corpo de Prova Nº 4 – Dureza Baixa – D=Ø 5,0 mm
Corpo de Prova Nº 5 – Dureza Baixa – D=Ø 5,0 mm
Corpo de Prova Nº 6 – Dureza Baixa – D=Ø 5,0 mm
Apêndice C 106
Figura C.3 – Morfologia de impressão das amostras de dureza baixa com esfera de
diâmetro 5,0 mm.
Corpo de Prova Nº 7 – Dureza Baixa – D=Ø 5,0 mm
Corpo de Prova Nº 8 – Dureza Baixa – D=Ø 5,0 mm
Corpo de Prova Nº 9 – Dureza Baixa – D=Ø 5,0 mm
Corpo de Prova Nº 10 – Dureza Baixa – D=Ø 5,0 mm
Apêndice C 107
Corpo de Prova Nº 1 – Dureza Intermediária – D=Ø 2,5 mm
Corpo de Prova Nº 2 – Dureza Intermediária – D=Ø 2,5 mm
Corpo de Prova Nº 3 – Dureza Intermediária – D=Ø 2,5 mm
Corpo de Prova Nº 4 – Dureza Intermediária – D=Ø 2,5 mm
Apêndice C 108
Corpo de Prova Nº 5 – Dureza Intermediária – D=Ø 2,5 mm
Corpo de Prova Nº 6 – Dureza Intermediária – D=Ø 2,5 mm
Corpo de Prova Nº 7 – Dureza Intermediária – D=Ø 2,5 mm
Corpo de Prova Nº 8 – Dureza Intermediária – D=Ø 2,5 mm
Corpo de Prova Nº 9 – Dureza Intermediária – D=Ø 2,5 mm
Apêndice C 109
Figura C.4 – Morfologia de impressão das amostras de dureza intermediária com
esfera de diâmetro 2,5 mm.
Corpo de Prova Nº 10 – Dureza Intermediária – D=Ø 2,5 mm
Corpo de Prova Nº 1 – Dureza Intermediária – D=Ø 3,175 mm
Corpo de Prova Nº 2 – Dureza Intermediária – D=Ø 3,175 mm
Corpo de Prova Nº 3 – Dureza Intermediária – D=Ø 3,175 mm
Apêndice C 110
Corpo de Prova Nº 4 – Dureza Intermediária – D=Ø 3,175 mm
Corpo de Prova Nº 5 – Dureza Intermediária – D=Ø 3,175 mm
Corpo de Prova Nº 6 – Dureza Intermediária – D=Ø 3,175 mm
Corpo de Prova Nº 7 – Dureza Intermediária – D=Ø 3,175 mm
Corpo de Prova Nº 8 – Dureza Intermediária – D=Ø 3,175 mm
Apêndice C 111
Figura C.5 – Morfologia de impressão das amostras de dureza intermediária com
esfera de diâmetro 3,175 mm.
Corpo de Prova Nº 1 – Dureza Intermediária – D=Ø 5,0 mm
Corpo de Prova Nº 2 – Dureza Intermediária – D=Ø 5,0 mm
Corpo de Prova Nº 9 – Dureza Intermediária – D=Ø 3,175 mm
Corpo de Prova Nº 10 – Dureza Intermediária – D=Ø 3,175 mm
Apêndice C 112
Corpo de Prova Nº 3 – Dureza Intermediária – D=Ø 5,0 mm
Corpo de Prova Nº 4 – Dureza Intermediária – D=Ø 5,0 mm
Corpo de Prova Nº 5 – Dureza Intermediária – D=Ø 5,0 mm
Corpo de Prova Nº 6 – Dureza Intermediária – D=Ø 5,0 mm
Corpo de Prova Nº 7 – Dureza Intermediária – D=Ø 5,0 mm
Apêndice C 113
Figura C.6 – Morfologia de impressão das amostras de dureza intermediária com
esfera de diâmetro 5,0 mm.
Corpo de Prova Nº 8 – Dureza Intermediária – D=Ø 5,0 mm
Corpo de Prova Nº 9 – Dureza Intermediária – D=Ø 5,0 mm
Corpo de Prova Nº 10 – Dureza Intermediária – D=Ø 5,0 mm
Corpo de Prova Nº 1 – Dureza Alta – D=Ø 2,5 mm
Apêndice C 114
Corpo de Prova Nº 2 – Dureza Alta – D=Ø 2,5 mm
Corpo de Prova Nº 3 – Dureza Alta – D=Ø 2,5 mm
Corpo de Prova Nº 4 – Dureza Alta – D=Ø 2,5 mm
Corpo de Prova Nº 5 – Dureza Alta – D=Ø 2,5 mm
Corpo de Prova Nº 6 – Dureza Alta – D=Ø 2,5 mm
Corpo de Prova Nº 7 – Dureza Alta – D=Ø 2,5 mm
Apêndice C 115
Figura C.7 – Morfologia de impressão das amostras de dureza alta com esfera de
diâmetro 2,5 mm.
Corpo de Prova Nº 8 – Dureza Alta – D=Ø 2,5 mm
Corpo de Prova Nº 9 – Dureza Alta – D=Ø 2,5 mm
Corpo de Prova Nº 10 – Dureza Alta – D=Ø 2,5 mm
Corpo de Prova Nº 1 – Dureza Alta – D=Ø 3,175 mm
Corpo de Prova Nº 2 – Dureza Alta – D=Ø 3,175 mm
Apêndice C 116
Corpo de Prova Nº 3 – Dureza Alta – D=Ø 3,175 mm
Corpo de Prova Nº 4 – Dureza Alta – D=Ø 3,175 mm
Corpo de Prova Nº 5 – Dureza Alta – D=Ø 3,175 mm
Corpo de Prova Nº 6 – Dureza Alta – D=Ø 3,175 mm
Corpo de Prova Nº 7 – Dureza Alta – D=Ø 3,175 mm
Apêndice C 117
Figura C.8 – Morfologia de impressão das amostras de dureza alta com esfera de
diâmetro 3,175 mm.
Corpo de Prova Nº 1 – Dureza Alta – D=Ø 5,0 mm
Corpo de Prova Nº 8 – Dureza Alta – D=Ø 3,175 mm
Corpo de Prova Nº 9 – Dureza Alta – D=Ø 3,175 mm
Corpo de Prova Nº 10 – Dureza Alta – D=Ø 3,175 mm
Apêndice C 118
Corpo de Prova Nº 2 – Dureza Alta – D=Ø 5,0 mm
Corpo de Prova Nº 3 – Dureza Alta – D=Ø 5,0 mm
Corpo de Prova Nº 4 – Dureza Alta – D=Ø 5,0 mm
Corpo de Prova Nº 5 – Dureza Alta – D=Ø 5,0 mm
Corpo de Prova Nº 6 – Dureza Alta – D=Ø 5,0 mm
Apêndice C 119
Figura C.9 – Morfologia de impressão das amostras de dureza alta com esfera de
diâmetro 5,0 mm.
Corpo de Prova Nº 7 – Dureza Alta – D=Ø 5,0 mm
Corpo de Prova Nº 8 – Dureza Alta – D=Ø 5,0 mm
Corpo de Prova Nº 9 – Dureza Alta – D=Ø 5,0 mm
Corpo de Prova Nº 10 – Dureza Alta – D=Ø 5,0 mm
Apêndice D 120
APÊNDICE D – CURVAS TENSÃO VERSUS DEFORMAÇÃO
Figura D.1 – Curvas tensão versus deformação verdadeiras para o material AA1350-
H18.
Figura D.2 – Curvas tensão versus deformação verdadeiras para o material AA1350-
H24.