Roteiro Sedimentacao Robert Kynch Talmadge
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO
CAMPUS DIADEMA
Curso de Engenharia Química
UC: Operações Unitárias II
Professores: Classius, Marlei, Saartje
Rua Prof. Arthur Riedel, 275 – CEP: 09972-270 – Diadema, SP
Tel.: + 55 11 4049-3300 R. 3005/3004/3006
Fax: 4043-6428
Ensaio de sedimentação descontínua
Objetivo do experimento
Determinar a área de um sedimentador contínuo que opere com 12 t/h de carbonato
de cálcio de uma suspensão com concentração de 50g/L. O lodo adensado deve ter uma
concentração mínima de 50 g/L e a concentração máxima de coadjuvante (sulfato de
alumínio) não deve exceder 2000 ppm.
Teoria
A sedimentação é um processo de deposição por gravidade de partículas sólidas a
partir de uma suspensão, resultado num líquido clarificado na fase superior e um lodo
adensado na parte inferior.
A Figura 1 mostra uma suspensão numa proveta em vários estágios do processo de
sedimentação, onde se observam zonas de concentração.
Figura 1: Evolução do processo de sedimentação com o tempo.
A zona mais adensada no fundo contém os sólidos mais densos que se depositam mais
rapidamente. Observa-se no processo de sedimentação o aumento da zona D com o
tempo acompanhando a mesma tendência da zona A. As zonas intermediárias B e C
tendem a diminuir devido à transferência de material sólido para a zona D que aumenta. O
ponto em que as zonas B e C desaparecem completamente é denominado ponto crítico
da sedimentação (Figura 1.e).
A partir deste ponto, ocorre uma compressão lenta dos sólidos sedimentados (zona D)
que é a parte mais lenta de todo processo. A velocidade de consolidação final do
sedimentado por esse processo lento é dada pela expressão:
-dH/dt = . (H - H )
A
B
C
D
A
B
C
A
C
D
B A
DD
(a) (b) (c) (d) (e)
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Num sedimentador contínuo coexistem as quatro zonas que aparecem na Figura 1,
sendo que o líquido clarificado é retirado pela parte superior e o lodo adensado pela parte
inferior.
Para que o processo de sedimentação ocorra, a velocidade do líquido ascendente
deve ser deve ser inferior à velocidade de sedimentação das partículas.
A partir de resultados de ensaios em batelada, é possível dimensionar um sedimentador
contínuo para um produto especificado.
Balanço de massa para os sólidos
F.Co = L.C = U.Ce U = L ( C / Ce)
Em que:
F = vazão de alimentação da suspensão (L3/T)
Co = Concentração de sólidos na alimentação( L3 sólido/L3 de suspensão)
L = vazão da suspensão descendente (L3/T)
C = Concentração de sólidos (L3 sólido/L3 de suspensão)
U = vazão de lama que deixa o sedimentador (L3/T)
Ce = concentração de sólidos na lama espessa (L3 sólido/L3 de suspensão)
Balanço para o líquido entre um nível qualquer e a saída do sedimentador
V + U ( 1 – Ce) = L ( 1 – C )
V + L . ( C/Ce ) . ( 1 – Ce ) = L ( 1 – C )
V = L . C . ( 1/C – 1/Ce ) = F . Ce . ( 1/C – 1/Ce )
V/A = F . Co / A . ( 1/C – 1/Ce )
Portanto, a equação para A torna-se:
A = ( F . Co . s / v ) .( 1/C* - 1/Ce*) ; [C*] = M/L3
A partir da Tabela de altura de sedimento versus tempo, constrói-se o gráfico da altura
de sedimentação pelo tempo (Figura 2).
O projeto deve ser baseado no maior valor de A obtido, isto é, no valor mínimo da
função:
( F . Co . s / A) = v /( 1/C* - 1/Ce*)
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Figura 2: Curva da altura de sedimentação em função do tempo
Equipamentos e materiais
4 provetas graduadas de 250 mL
suspensão de CaCO3
sulfato de alumínio
cronômetro
balança analítica
água destilada
Procedimento experimental
Preparar uma suspensão de 50 g/L em proveta graduada de 1000 mL.
Preparar uma suspensão de 50 g/L e com 2000 ppm de sulfato de alumínio.
Anotar a altura da interface (entre o líquido límpido e a suspensão) em função do
tempo.
Tempo de experimento Intervalo de amostragem
0 a 4 min 20 s
4 a 10 min 40 s
10 a 20 min 60 s
Após 20 min 120 s
Completar o experimento não antes de 60 minutos.
Tomar nota da altura de sedimento (Hs) e do tempo de sedimentação (ts),
correspondente ao ponto crítico, e procure, a partir deste ponto, estudar a variação da
altura de sedimento com o tempo.
Tomar nota da altura H , sendo que para isso a proveta com a suspensão deve ficar um
dia em repouso.
zo
z
zi
t
H
C* = Co* . zo
zi
C* = Co* . zo
zi
C* = zi - z
C* = zi - z
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Cálculos e análises dos resultados
Calcule a área do sedimentador contínuo, trabalhando nas condições pretendidas,
para os métodos de Tamaldge e Fitch, Kynch e Robert.
Procure verificar a validade da equação (1) e determine a constate “ ”
representando graficamente ln(H- H ) versus t= ( t - tc ) uma vez que
- t = ln ( H- H ) - ln ( Hc- H ) para as três concentrações
Compare os resultados com e sem sulfato de alumínio
Nomenclatura:
A área de sedimentador (L2)
C concentração de sólidos (L3 sólido/L3 suspensão)
Co concentração de sólidos na alimentação (L3 sólidos/L3 suspensão)
Ce concentração de sólidos na lama espessa (L3 sólidos/L3 suspensão)
C* =C. s = concentração de sólidos (M sólido/L3 suspensão)
F vazão de alimentação (L3/ )
H altura do sedimento no instante t (L)
H Altura final do sedimento (L)
Constante para uma dada suspensão
L Vazão de suspensão descendente (L3/ )
V Vazão de líquido ascendente (L3/ )
U Vazão de lama que deixa o sedimentador (L3/ )
s densidade do sólido (M sólido/L3 sólido)
Bibliografia (atualizar)
Coulson & Richardson, Chemical Engineering, Vol 2.
Foust, Wenzel, Clump, Mauss and Andersen, Principles of unit operations.