Roteiro visita2

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Um pouco de históriaSALAMANCA Salamanca foi povoada por tribos celtiberas no século IV a.C. Posteriormente, a sua situação estratégica tornou-a objecto de conquista por Aníbal e pelos cartaginenses. Pouco depois ela foi romanizada e anexada à província lusitana, uma época de grande desenvolvimento por ser um importante centro de comunicações na Rota da Prata, uma estrada que cruza de norte a sul a península ocidental. Historiadores gregos referiam-se a ela como Helmantike e mais tarde Salamantica, mas foi somente no século XIII que ela passou a ser conhecida como Salamanca. A sua cristianização deu-se antes do ano 600 d.C., pelos visigodos, e os mouros conquistaram a cidade 120 anos depois. O Rei Afonso VI reconquistou estas terras definitivamente e, em 1096, ordenou a colonização para o seu genro, conde Raimundo de Burgundia. O repovoamento do território foi feito por colonizadores castelães, portugueses, galegos, judeus, franceses e moçárabes. Em 1254, o Papa Alexandre IV chamou a Universidade de Salamanca “uma das quatro luzes guiadoras do mundo” (junto com as universidades de Oxford, Paris e Bolonha). A Universidade de Salamanca deu origem a diversas personalidades famosas, como Frei Luis de Leon, um erudito progressista renascentista do final do século XVI. A época de maior sofrimento para Salamanca ocorreu durante o século XIX, aquando da Guerra Peninsular. De 1808 a 1811, Salamanca foi um terrível campo de batalha entre exércitos que disputavam a hegemonia da Europa. Por fim, em 1811, na batalha de Arapiles, próximo à cidade, Wellington derrotou o exército napoleónico numa luta decisiva. Mas as consequências foram irreversíveis, pois muitas obras de arte foram saqueadas e destruídas. A notoriedade de Salamanca no século XX esteve centrada na vida cultural e literária da sua Universidade Já no início do século XXI, a cidade foi considerada Capital Cultural da Europa, o que proporcionou, em 2002, um novo impulso a esta cidade dinâmica e cosmopolita. ÁVILA A origem do povoamento de Ávila é pré- romana. Os diversos castros localizados nas suas imediações assim o testemunham. Na época romana a cidade de Ávila aparece já configurada. Nos finais do séc. XI, Ávila reinicia a sua vida urbana com um marcado carácter defensivo. A sua altitude, mais de 1100 metros, torna-a a cidade mais alta de Espanha e “atalaia” de Castela. O conde D. Ramon de Borgoña organizou o repovoamento da cidade e ordenou a construção das imponentes muralhas que imprimiram uma personalidade a esta bela cidade castelhana. O apogeu que esta cidade alcançou na Alta Idade Média está bem patente na sua grande riqueza de monumentos: nas pequenas e belas igrejas românicas de Stº André e de Segundo, fontes imprescindíveis para conhecer o românico; nas mais amplas e singulares igrejas de S. Vicente e de S. Pedro, já de um estilo românico de transição para o gótico e, sobretudo, na Catedral, considerada como a primeira catedral gótica da Península Ibérica. Os séculos XV e XVI marcam o auge da cidade. Constrói-se o Mosteiro de S. Tomás e proliferam os palácios abrasonados. A figura de Santa Teresa de Jesus, mística e doutora da Igreja, impregna toda a cidade. A Unesco, em 1986, declarou a cidade de Ávila património da Humanidade. A Catedral Rodeada de casas senhoriais e escoltada pelos leões que ocupam as pilastras da esplanada, surge-nos esta sóbria catedral. É um edifício fortificado, cujos primeiros dados históricos são difíceis de precisar. Alguns autores defendem que Alvar Garcia, “homem de grande sabedoria em geometria”, começou a construi-la no ano de 1091 sobre os restos da antiga igreja de S. Salvador que estava em muito mau estado por causa dos danos sofridos com as invasões árabes. A obra parece que foi possível graças ao interesse mostrado pelo rei Afonso VI e os aos impostos que recolheu com tal objectivo. Outros historiadores supõem que o início das obras se deu no séc. XII. O edifício foi projectado como templo e fortaleza.

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Page 1: Roteiro visita2

Um pouco de história…SALAMANCA

Salamanca foi povoada por tribos celtiberas no século IV a.C. Posteriormente, a sua situação estratégica tornou-a objecto de conquista por Aníbal e pelos cartaginenses. Pouco depois ela foi romanizada e anexada à província lusitana, uma época de grande desenvolvimento por ser um importante centro de comunicações na Rota da Prata, uma estrada que cruza de norte a sul a península ocidental. Historiadores gregos referiam-se a ela como Helmantike e mais tarde Salamantica, mas foi somente no século XIII que ela passou a ser conhecida como Salamanca.A sua cristianização deu-se antes do ano 600 d.C., pelos visigodos, e os mouros conquistaram a cidade 120 anos depois. O Rei Afonso VI reconquistou estas terras definitivamente e, em 1096, ordenou a colonização para o seu genro, conde Raimundo de Burgundia. O repovoamento do território foi feito por colonizadores castelães, portugueses, galegos, judeus, franceses e moçárabes. Em 1254, o Papa Alexandre IV chamou a Universidade de Salamanca “uma das quatro luzes guiadoras do mundo” (junto com as universidades de Oxford, Paris e Bolonha).

A Universidade de Salamanca deu origem a diversas personalidades famosas, como Frei Luis de Leon, um erudito progressista renascentista do final do século XVI.

A época de maior sofrimento para Salamanca ocorreu durante o século XIX, aquando da Guerra Peninsular. De 1808 a 1811, Salamanca foi um terrível campo de batalha entre exércitos que disputavam a hegemonia da Europa. Por fim, em 1811, na batalha de Arapiles, próximo à cidade, Wellington derrotou o exército napoleónico numa luta decisiva. Mas as consequências foram irreversíveis, pois muitas obras de arte foram saqueadas e destruídas. A notoriedade de Salamanca no século XX esteve centrada na vida cultural e literária da sua Universidade Já no início do século XXI, a cidade foi considerada Capital Cultural da Europa, o que proporcionou, em 2002, um novo impulso a esta cidade dinâmica e cosmopolita.

ÁVILA

A origem do povoamento de Ávila é pré-romana. Os diversos castros localizados nas suas imediações assim o testemunham.

Na época romana a cidade de Ávila aparece já configurada.

Nos finais do séc. XI, Ávila reinicia a sua vida urbana com um marcado carácter defensivo. A sua altitude, mais de 1100 metros, torna-a a cidade mais alta de Espanha e “atalaia” de Castela.

O conde D. Ramon de Borgoña organizou o repovoamento da cidade e ordenou a construção das imponentes muralhas que imprimiram uma personalidade a esta bela cidade castelhana.

O apogeu que esta cidade alcançou na Alta Idade Média está bem patente na sua grande riqueza de monumentos: nas pequenas e belas igrejas românicas de Stº André e de Segundo, fontes imprescindíveis para conhecer o românico; nas mais amplas e singulares igrejas de S. Vicente e de S. Pedro, já de um estilo românico de transição para o gótico e, sobretudo, na Catedral, considerada como a primeira catedral gótica da Península Ibérica.

Os séculos XV e XVI marcam o auge da cidade. Constrói-se o Mosteiro de S. Tomás e proliferam os palácios abrasonados.

A figura de Santa Teresa de Jesus, mística e doutora da Igreja, impregna toda a cidade.

A Unesco, em 1986, declarou a cidade de Ávila património da Humanidade.

A CatedralRodeada de casas senhoriais e escoltada pelos leões que

ocupam as pilastras da esplanada, surge-nos esta sóbria catedral. É um edifício fortificado, cujos primeiros dados históricos são difíceis de precisar. Alguns autores defendem que Alvar Garcia, “homem de grande sabedoria em geometria”, começou a construi-la no ano de 1091 sobre os restos da antiga igreja de S. Salvador que estava em muito mau estado por causa dos danos sofridos com as invasões árabes. A obra parece que foi possível graças ao interesse mostrado pelo rei Afonso VI e os aos impostos que recolheu com tal objectivo.

Outros historiadores supõem que o início das obras se deu no séc. XII.

O edifício foi projectado como templo e fortaleza.

O estilo da catedral é gótico, com influência francesa. É considerada como a primeira catedral gótica da Península Ibérica.

Santa Teresa de ÁvilaDentro das muralhas de Ávila, a 28 de Março de 1515,

nasceu Teresa, filha de D. Afonso Sanchez e de D. Beatriz.Era uma jovem bela, de corpo admirável e de carácter

decidido.Na companhia do seu irmão Rodrigo, leu a vida dos

Santos e também romances de Cavalaria, leituras essas que foram moldando a sua maneira de ser. Durante toda a vida estará no centro das simpatias onde quer que se encontre.

Antes de tomar a decisão definitiva de abraçar a vida religiosa teve vários meses de incerteza. Por fim, resolveu-se a entrar no Convento da Encarnação de Ávila. A 3 de Novembro de 1536 fazia Teresa a sua profissão religiosa.

Teresa foi fazendo um percurso espiritual e sente que Deus a chama para uma entrega absoluta. Momento decisivo foi aquele em que, no Oratório, contemplou Jesus Cristo atado à coluna da flagelação. Num primeiro momento ficou perturbada, mas depois nasceu nela um grande desejo de ser santa. Nesta altura opta por uma vida de forte união com Deus. Aos 40 anos tinha feito a entrega definitiva; aos 45 teve as primeiras visões; e um ano mais tarde sai para fundar, sobre bases revolucionárias para esse tempo, o seu primeiro convento reformado: S. José de Ávila. “Quem quiser comer tem de trabalhar”- era o princípio de S. Teresa que restituiu a austeridade primitiva aos conventos carmelitas.

Percorre quase toda a Espanha com aqueles pés miúdos numas simples alpercatas. Onde tivermos palha temos camas”- dizia. Foi uma grande reformadora do Carmelo, uma mulher enérgica, cheia de vitalidade espiritual. Assim, fundou vários conventos para carmelitas: Toledo, Salamanca, Alba de Tormes, Sevilha, Burgos, Segóvia… Juntamente com S. João da Cruz, lança-se também à reforma entre os homens.

Recomendava muitas vezes às suas irmãs: “Nada te perturbe, nada te espante, a quem Deus tem nada lhe falta – só Deus basta”.

Escreveu várias obras de grande valor espiritual. Foi canonizada em 1622 e, em 1970, foi proclamada,

pelo Papa Paulo VI “ Doutora da Igreja”, pelos méritos dos escritos doutrinários que deixou à Igreja universal.

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Decifrando o enigma…

Agrupamento de Escolas Finisterra – Febres

Visita de Estudo do 9º ano

a Salamanca

e a Ávila

Horário/Roteiro

1ºDia - 11 de Março

7.00-Partida de Febres para Salamanca

12.30 – Almoço em Ciudad Rodrigo

15.30-Chegada a Salamanca e início das visitas

(Catedrais, Universidade, Casa das

Conchas, “Plaza Mayor”)

19.00- Chegada ao hotel

20.00-Jantar

21.30 - Serão.

0.00– Silêncio e recolher obrigatório

2º Dia – 12 de Março

8.00 – Pequeno-almoço.

8.30 – Partida para Ávila.

10.00–Passeio de reconhecimento ao Centro

Histórico.

10.45- Concentração à porta da catedral.

11.00 –Visita à Catedral e outros locais de

interesse.

12.30 – Almoço.

13.30 – Partida para Portugal.

20.00 – Hora prevista de chegada a Febres.

Salamanca é uma das cidades espanholas mais ricas em monumentos da Idade Média, do Renascimento e das épocas clássica e barroca. Destacam-se as Catedrais, o Palácio de La Salina, o Palácio de Anaya, o Palácio de Monterrey, a Casa das Conchas, o Convento das Dueñas e a Torre do Clavero. O Museu Diocesano, o Museu Catedralício, o Museu Universitário e o Museu das Dueñas são outras referências culturais da cidade.

A actual vida quotidiana de Salamanca centra-se na sua famosa e prestigiada universidade, na alegria cosmopolita e poliglota dos seus visitantes e na Plaza Mayor. Esta praça, edificada entre 1729 e 1755, é o centro e o símbolo universal da cidade.

Ávila é uma cidade muralhada e apresenta-se fortemente marcada pela história, sobretudo dos séculos XII e XV. A muralha, com 2,5 quilómetros de extensão, possui várias portas e 88 torres redondas, dispostas de 20 em 20 metros. As portas de Alcazar e de S. Vicente localizam-se na parte mais antiga, voltada a oriente, sendo a mais monumental; na sua face norte apresenta reminiscências mouriscas. A cidade foi ocupada pelos Árabes no século VIII e conquistada por D. Afonso VI em 1088.

Aproveita bem a tua viagem...

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Dias 11 e 12 de Março de 2011