RTDGAL F - mun-montijo.pt · Dr, Eaiisto Neiva Largo da Igreja, 11. Das io às 13 e das 15 às 18...

6
Preço 1500 Quinta feira, 20 de Fevereiro de 1958 Ano III - N.» 553 Proprietário, Administrador e fditor V. S. M O T T A P I N T O REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO - AV. D. NUNO ALVARES PEREIRA - 18 - TELEF. 026 467 M O N T I J O --------------------------- COMPOSIÇÃO B EMKtESSAO — TIPOGRAFIA cGRAFEX» — TELEF. 026 236 — MONTIJO DIRECTOR Á L V A R O V A L E N T Pó, terra... e cinzas Mal extintos os ecos deste Entrudo que já lá vai, olha- mos em redor e apenas en- contramos no seu espólio detritos em mau estado, — como é natural. Em troca dalguns momen ■ tos de estouvanada folia, em que se perdem futuros e se vanham muitas vezes man- chas que não mais se apa- gam, comprometem-se situa - ções e forjam-se imprevi- dências. O Espírito necessita de distracção, — isto é tão velho como a outra máxima: Nem só de pão vive o Homem. Contudo, há muita distracção fora deste campo, sem os perigos e as degradações desta quadra. Com o andar dos tempos, o Entrudo ficará reduzido aos bailes de máscaras e à apresentação das crianças em trajos apropriados, desa- parecendo esse estendal de misérias peculiar à rua pú- blica. E ainda bem. Do mal, o menos! Já lá vai o de 1958 . Poucas saudades deixou, a não ser à mocidade sonha- dora que julgou divertir-se formidavelmente. Voltou a normalidade. A graça desesperou-se porque a não foram buscar e dela se esqueceram... Não houve uma nota es- pirituosa, uma passagem hu- morística que ficasse como recordação. Pó e terra. .. terra impro- dutiva, agreste, estéril! Entrou agora a Quaresma e por quarenta dias, até Do- mingo de Páscoa, pode a humanidade purificar-se. Essa purificação, porém, não exclui as manchas inaparen- tes e incompensáveis. Estas são indeléveis, tal o ferrete das ignomínias. Começou ontem, quarta feira de Cinzas, que melhor se denominaria «quarta feira de remorsos», como disse Silva Pinto. Cinzas... e nada. @lóuLeai cZuequiztasi - 56 > iH ■H CU O X) H s . *H ^ O C w H « • O o d E fí O X tíH |U *— —■ O V/DE/R/NHO Não me refiro, evidente- mente, àquele que «faz pela vida», com seriedade incon- cussa de processos, pro- curando no trabalho pertinaz a solução dos seus proble- mas económicos. Este só merece a nossa simpatia, é credor do nosso fervoroso aplauso. É um gigante em luta, muitas Vezes de corpo afilado e em busca de calorias para si e para os seus. E até porque já constitui uma rara espécie de lutador, no momento próprio em que a lei do menor esforço tem a supremacia, eu devoto-lhe a especial admiração do meu espírito justiceiro. Não é, portanto, a este que venho dedicar a minha Por Á LV A R O V A LEN TE crónica irrequieta, — esta válvula de escape que con- cretiza todo o meu desabafo, em frente aos problemas ingentes desta hora compli- cada que Vai decorrendo. Não. Liga Portuguesa de Profilaxia Social A formação cultural do Operário A Pátria tem necessidade da leal colaboração de todos os seus filhos e também é justo que estes, qualquer que seja a sua origem, se sintam amparados e protegidos pela solidariedade nacional. Como todos os cidadãos colaboram na tarefa do en- grandecimento da Pátria, mesmo quando se dedicam apenas às suas actividades profissionais, deve procurar- -se por à sua disposição a maior soma possível de fe- licidade, de alegria, de bem- -estar e de possibilidades culturais. Seria interessante, por- tanto, que a chama da cola- RTDGAL F P Ó V O A P E V A R Z I M Publicamos hoje uma gra- vura da praia e da?avenida marginal dessa linda terra. vede como Portugal tem exceIsos panoramas ! Como essa praia é bela, é gran- diosa, é maravilhosa! Bendita pátria que tanta beleza encerra. Póvoa de Varzim, teira de encantos sem par, dos po- veiros heróicos e dos su- blimes aspectos, — nós te saúdamos! boração nacional transfor- masse em verdadeira irman- dade todos os que nasceram na mesma terra e que falam o mesmo idioma e que nin- guém se sentisse isoladoou esquecido na sua própria Pátria. De resto, parece-nos que não podemos ficar indiferen- tes aos sofrimentos e às desditas dos nossos seme- lhantes, pois basta que sejam nossos concidadãos para que mereçam a nossa franca simpatia e decidido respeito, pois assim o exige, não só a nossa formação moral, mas até o simples interesse ma- terial da Nação, que será tanto mais digna e forte, quanto mais cultos, felizes e conscientes forem todos os que se abrigam no seu seio. Desenvolver a cultura na- cional é contribuir eficaz- mente para o bem-estar de todos. E nessa cultura deve o operário ocupar, sem dú- vida, lugar de bem justifi- cado relêvo. Circunscreven- do-nos a esse sector parece- -nos que o mais acertado será iniciar decidido combate ao analfabetismo, começando por instituir de facto, a’obri- gatoriedade do ensino pri- mário, para todas as crianças dando-se assim a cada futuro cidadão a possiblidade de desenvolver as suas tendên- cias ou capacidade intelec- tual. Conviria pois instituir bi- bliotecas públicas em todos os centros de certa impor- tância, de onde partiriam periodicamente bibliotecas (Continua na página 5) A minha intenção Visa ou- tro personagem. Quero fixar na tela da minha habitual contundência, como certos arlequins clas- sificam a minha observação — , por intermédio destas tiras de papel e deste resto dum lápis intermédio vulgar, aquele bonifrate que, mercê das suas excelsas qualidades de cam aleão perfeito, se adapta, se emíscui, raste- jante, penetrante, untuoso e lépido, para alcançar e con- quistar, triunfalmente, os pon- tos e as situações dos seus planos. A Vacuidade do seu cére- bro mole nunca poderia ins- pirar-lhe aquela elevação, aquela elegância de gestos e de atitudes que dignifica e personaliza o homem probo e consciente; e, então, ser- ve-se das artimanhas habili - dosas que qualquer patarreca é capaz de arquitectar e fura peia Vida e seus interstícios, penetra nas fendas, derrete- -se em curvaturas, desfaz-se em amavios e adulações. Apenas tem na mente o verbo «trepar». Trepar de posição ou tre- par de importância. Tudo é Trepar! Não importa o passado, nâo importam as convicções. Dizer ontem o pior possí- vel dum indivíduo, (na som- bra e pelas costas, é claro) e estar hoje a bajulá-lo às escâncaras, para ver se sobe, (Continua na página 5) H á-de soar a hora Há-de soar a hora, Esssa hora clarão Como facho novo ardendo, A hora da redenção Em que hei-de dar a mão - A ’ nova aurora irrompendo. Há-de soar a hora, E de tanto apetecida Como a preiamar esperada Para encetarmos viagem. Hás-de beijá-la na Jace E ciciar-lhe ao ouvido, Que não me fale da vida Passada nesta friagem, Há-de soar a hora, A hora dos deserdados Espera desde os primatas E diáriamente adorada, Como algo que se não vê. Que vive dentro de nós Nesse desejo incontido E nem sabermos porquê! Há-de soar a hora ! Manuel Itovlsco

Transcript of RTDGAL F - mun-montijo.pt · Dr, Eaiisto Neiva Largo da Igreja, 11. Das io às 13 e das 15 às 18...

Page 1: RTDGAL F - mun-montijo.pt · Dr, Eaiisto Neiva Largo da Igreja, 11. Das io às 13 e das 15 às 18 h. Telef. 026256 — M O N T IJO Dr.1 Isabel Gomes Pires Ex-Estagiária do Instituto

Preço 1500 Quinta feira, 20 de Fevereiro de 1958 Ano III - N.» 553

Proprietário, Administrador e fditor

V . S . M O T T A P I N T O

REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO - AV. D. NUNO ALVARES PEREIRA - 18 - T E L E F . 026 467

M O N T I J O ---------------------------CO M PO SIÇÃ O B E M K tE S S A O — T IP O G R A F IA c G R A F E X » — T E L E F . 026 236 — M O N T IJO

D I R E C T O R

Á L V A R O V A L E N T

Pó, terra... e cinzasMal extintos os ecos deste

Entrudo que já lá va i, o lha­mos em redor e apenas en­contramos no seu espólio detritos em mau estado, — como é natural.

Em troca dalguns momen ■ tos de estouvanada folia, em que se perdem futuros e se vanham muitas vezes man­chas que não mais se apa­gam, comprometem-se situa­ções e forjam-se imprevi- dências.

O Espírito necessita de distracção, — isto é tão velho como a outra m áx im a : Nem só de pão v iv e o Hom em . Contudo, há muita d istracção fora deste campo, sem os perigos e as degradações desta quadra.

Com o andar dos tempos, o Entrudo ficará reduzido aos bailes de m áscaras e à apresentação das crianças em trajos apropriados, desa­parecendo esse estendal de misérias peculiar à rua pú­blica. E ainda bem. Do mal, o m enos!

Já lá vai o de 1958 .Poucas saudades deixou,

a não ser à mocidade sonha­dora que julgou divertir-se formidavelmente.

Voltou a normalidade. A graça desesperou-se porque a não foram buscar e dela se esqueceram .. .

Não houve uma nota es ­p irituosa, uma passagem hu­m orística que ficasse como recordação.

Pó e terra. .. terra im pro­dutiva, agreste, e s té r i l !

Entrou agora a Q uaresm a e por quarenta dias, até D o ­mingo de Páscoa, pode a humanidade p u r i f ic a r - s e . E ssa purificação, porém, não exclui as manchas inaparen- tes e incom pensáveis. Estas são indeléveis, tal o ferrete das ignomínias.

Com eçou ontem, quarta fe ira de C inzas, que melhor se denom inaria «quarta feira de rem orsos», como disse S i lv a Pinto.

C in z a s . . . e nada.

@lóuLeai cZuequiztasi - 56

>iH■H

CUO

X)Hs

. *H^ O C

wH «

• Oo d E f í OX t í H|U *— —■

O V / D E / R / N H ONão me refiro, evidente­

mente, àquele que «faz pela vida», com seriedade incon­cussa de p r o c e s s o s , p ro ­curando no trabalho pertinaz a solução dos seus prob le­mas económ icos.

Este só m erece a nossa simpatia, só é credor do nosso fervoroso aplauso.

É um gigante em luta, muitas Vezes de corpo afilado e em busca de calorias para si e para os seus.

E até porque já constitui uma rara espécie de lutador, no momento próprio em que a lei do menor esforço tem

a suprem acia, eu devoto-lhe a especial adm iração do meu espírito justiceiro .

Não é, portanto, a este que venho dedicar a m inha

Por

Á L V A R O V A L E N T E

crónica i r r e q u i e t a , — esta vá lvu la de escape que con­cretiza todo o meu desabafo, em f r e n t e a o s problemas ingentes desta hora com pli­cada que Vai decorrendo.

Não.

L i g a P o r t u g u e s a d e P r o f i l a x i a S o c i a l

A formação cultural do OperárioA Pátria tem necessidade

da leal colaboração de todos os seus filhos e também é justo que estes, qualquer que seja a sua origem, se sintam am parados e protegidos pela solidariedade nacional.

Com o todos os cidadãos colaboram na tarefa do en­g r a n d e c im e n to da Pátria ,

mesmo quando se dedicam apenas às suas actividades profissionais, deve procurar- -se por à sua disposição a m aior soma possível de fe ­licidade, de a legria, de bem- -estar e de possibilidades culturais.

S e r ia interessante, por­tanto, que a chama da cola-

RTDGAL F P Ó V O A P E

V A R Z I M

Publicamos hoje uma gra- vura da praia e da?aven ida marginal dessa linda terra.

vede como Portugal tem exceIsos panoramas ! Com o

essa praia é bela, é gran­diosa, é m a rav ilh o sa !

Bend ita pátria que tanta beleza encerra.

Pó vo a de Varzim , te ira de

encantos sem par, dos po- ve iros heróicos e dos su­blimes aspectos, — nós te saú d am o s!

boração nacional transfor­m asse em verdadeira irm an­dade todos os que nasceram na mesma terra e que falam o mesmo idiom a e que n in ­guém se sentisse isoladoou e s q u e c id o na sua própria Pátria .

D e resto, parece-nos que não podemos ficar indiferen­tes aos sofrim entos e às desditas dos nossos sem e­lhantes, pois basta que sejam nossos concidadãos para que m e re ç a m a nossa franca sim patia e decidido respeito, pois assim o exige, não só a nossa form ação moral, mas até o simples interesse m a­terial da N ação , que será tanto mais digna e forte, quanto mais cultos, felizes e conscientes forem todos os que se abrigam no seu seio.

D esen vo lve r a cultura na­cional é contribuir e ficaz ­mente para o bem-estar de todos. E nessa cultura deve o operário ocupar, sem dú­v ida , lugar de bem justifi­cado re lêvo. C ircu nscreven ­do-nos a esse sector parece- -nos que o mais acertado será in ic iar decidido combate ao analfabetism o, começando por instituir de facto, a’ obri­gatoriedade do ensino pri­mário, para todas as crianças dando-se assim a cada futuro cidadão a possib lidade de desenvo lver as suas tendên­cias ou capacidade intelec­tual.

C o n v ir ia pois instituir b i­b liotecas públicas em todos os centros de certa impor­tância, de onde partiriam periodicam ente b ib l io t e c a s

(Continua n a p ág in a 5)

A m inha intenção Visa ou­tro personagem .

Q uero fixar na te la da m inha habitual contundência,— como certos arlequins c las­sificam a m inha observação — , por interm édio destas tiras de papel e deste resto dum lápis i n t e r m é d io vulgar, aquele bonifrate que, m ercê das suas excelsas qualidades de c a m a le ã o perfeito , se adapta, se em íscui, raste- jante, penetrante, untuoso e lépido, para a lcançar e con­quistar, triunfalm ente, os pon­tos e as situações dos seus planos.

A Vacuidade do seu cé re ­bro mole nunca poderia ins­p ir a r - lh e aquela e levação, aquela e legância de gestos e de atitudes que dignifica e personaliza o homem probo e consc ien te ; e, então, ser­ve-se das artim anhas hab ili­dosas que qualquer patarreca é capaz de arquitectar e fura peia Vida e seus interstícios, penetra nas fendas, derrete- -se em curvaturas, desfaz-se em am avios e adulações.

Apenas tem na mente o verbo «trepar».

T rep a r de posição ou tre ­par de im portância. Tudo é T r e p a r !

Não im porta o passado, nâo im portam as convicções.

D izer ontem o pior possí­vel dum indivíduo, (na som ­bra e pelas costas, é c la ro ) e estar hoje a bajulá-lo às escâncaras, para ver se sobe,

(C ontin ua n a p á g in a 5)

H á - d e s o a r a h o r a

Há-de soar a hora,Esssa hora clarão Como facho novo ardendo, A hora da redenção Em que hei-de dar a mão- A ’ nova aurora irrompendo.Há-de soar a hora,E de tanto apetecida Como a preiamar esperada Para encetarmos viagem. Hás-de beijá-la na Jace E ciciar-lhe ao ouvido,Que não me fale da vida Passada nesta friagem,Há-de soar a hora,A hora dos deserdados Espera desde os primatas E diáriamente adorada, Como algo que se não vê.Que vive dentro de nós Nesse desejo incontido E nem sabermos porquê!— Há-de soar a hora !

Manuel Itovlsco

Page 2: RTDGAL F - mun-montijo.pt · Dr, Eaiisto Neiva Largo da Igreja, 11. Das io às 13 e das 15 às 18 h. Telef. 026256 — M O N T IJO Dr.1 Isabel Gomes Pires Ex-Estagiária do Instituto

A PROVINCIA 20-2.958

V I D A

P R O F I S S I O N A L

Médicos

M O N T J ODr. Avelino Rocha Barbosa

Das 15 às 20 h.R. A lm irante Re is, 68, 1.°T e le f. 0 2 6 2 4 5 - M O N T I J O

Consultas em Sarilhos Grandes, às 9 horas, todos os dias, excepto às sextas feiras.

Dr, Eaiisto NeivaLargo da Ig re ja , 11 .

D as io às 13 e das 15 às 18 h. Te le f. 0 2 6 2 5 6 — M O N T I JO

Dr.1 Isabel Gomes PiresEx-Estagiária do Instituto Português de Oncologia.

Doenças das Senhoras Consultas às 3.as e 6.as feiras

lt. Almirante Reis, 6 8 -1 .° -M ontijo Todos os dias

Hua Morais Soares, 116-1.° L IS B O A Telef. 48649

Dr. Santos Iflorcelo

Doenças nervosas e mentais

Consultas e tratamentos — pri­meiros e terceiros sábados de cada mês, pelas 12 heras, no consultório do E x .mo Sr. D r. Ferreira da Trindade — R. Rulhão Pato, 42 - Telefone 026131 - M ONTIJO.

M éd icos V e te r in á r i o sDr. Cristiano da Silva MendonçaA r. Luís de C a m õ e s -M O N T I . I O ,

Telef.5 026502 - 026465 - 026 012!I

ParteirasAugusta Marq. Charneira! Moreira

Parteira-Enfermeira

Diplomada pela Faculdade de Medicina de Coimbra

R. José Joaquim Marques — N.° 231

M O N T I J O

Armanda LagosParteira-Enfermeira PA-RT-0 SEM D O R-—

Es-estagiária das Maternidade» de Paris e de Strasbourg.

De d i a - R . Almirante Reis, . 72 Telef. 026038

De noite - R. Machado Santos, 28

M O N TIJO

T e le fo n e s J e u r g ê n c i aHospital, 026046

Serviços Médico Sociais, 026 198 Bombeiros, 026048

Taxis, 026025 e 026479 Ponte dos Vapores, 026425

Polícia, 026144

Trabalhos para amadores fo tog ra fias 4 'flrte fl porei hos fotográficos

R e p o r t a g e m F o t o g r á f i c a

Rua Bulhão Pato, 11 - MONIIJO

U M A C A R T A

IN T E R E S S A N T EDo sr. Jú lio de O live ira

Ram os Carap inha, residente em L isboa, recebemos uma carta da qual extraíam os a l­gumas sugestões dignas de ponderação.

O a u t o r d e s s a carta com eça por nos ped ir que agradeçam os à.Com issão das Festas'Populares-de S . Pedroa . «m aneira brilhante copio as tem organizado», — o que. aliás, já por várias vezes temos feito.

Em seguida recorda a inau­guração da nossa Praça de To iros , em 1 de Setem bro do ano passado, e refere «como as janelas estavam lindas , arrerscetttando q ú e ríOrica v ira em parte algum a de Portugal tanta orig inalidade e tanta graça castiça.

" E , 'depois” dê 'reco rd ar as antigas «entradas» de gado para as toiradas, as «espe­ras» e as noites ribatejanas de então, termina por nos pedir que lembremos à po­pulação para este ano, na altura das Festas e das toi­radas já previstsrs e-anuncfd- das, vo lta r a ornam entar as janelas e as fachadas em toda a rua Cândido dos Reis,— o que s e r ia mais um grande atrativo e propaganda da nossa terra.

Aqui fica a sugestão finai para os m o ra d o re s dessa rua apreciarem , sende certo que com ela concordam os plenamente.

Aos Toiros

P e lo s f e s t o s d e S, P e d r o

A Com issão Pró-Praça de■ To iros, faz saber a todo o público, e em especial ao de M ontijo , que já se encontram à venda cadernetas com di­reito a b ilhetes para as duas grandiosas corridas, que se devem realizar nos dias 29 e 50 de Junho, por ocasião das populares e já tradicio­nais Festas de S . Pedro.

O s locais de venda de cadernetas encontram-se in-1 dicados nos programas já distribuídos para o efeito.

Po r este processo, fac ili­tamos a todos a assistência aos espectácu los taurinos, visto que a aquisição dos bilhetes é feita suavem ente e ao a lcance de todas as bolsas.

H a v e n d o dificuldade na a q u is iç ã o das cadernetas poderão os interessados di­rigir os seus p e d id o s à C o m is s ã o d a C a s a d a C riança , Rua A lm irante Reis, M ontijo , a cargo de quem está esta organização.

Te lefone 026 579:

ftaai Cf.ohxgmfiai

F o t o M o n t i j e n s e

Recordações de um flldeano ao redor de 1900 :

fscolas do meu tempoAs Mestras

Estas modestas pioneiras do ensino do « A B C » m ere­cem que não as esqueça nestas recordações, e lhes rendai as m inha# respeitosas homenagens.

E ram elas que d esb rava ­vam p r im e ir o os nossos obscurecidos cérebros infan­tis, e quanta canseira isso não re p re se n tava !

A s «m estras», como nesse tempo se cham avam , eram

P o r

Luís M a r ia N o g u e i r a !

algumas senhoras com um pouco mais de instrução do que o n o rm a l; e que numa saleta da sua própria casa recebiam , a troco de 2 tos­tões por mês, crianças para lhes ensinar a ler, escrever e con ta r; (â m aioria eram m e n in a s ) , transform ando assim a sua residência em creche. O sím bolo da sua autoridade era uma régua para dar nas mãos e uma cana comprida para a caro- lada às mais indiscip linadas.

Eu , aos cinco anos, dava entrada, acompanhado da minha c a d e ir in h a , (porque era um utensílio indispensá­vel à nossa adm issão) na escola dumas senhoras po- oularmente conhecidas pelas Palmeloas, julgo que por serem naturais de Palm eia. E ra mãe e filha, que v iv iam na rua da G ra ça e Iembra- rain-sé'tãmbém de abrir unia escola. N unca m ais esqueci a senhora que nos ensinava,

. que era a. .filha,, por ser muito paciente e carinhosa, aturando de manhã à noite uma mão cheia de crianças,

.que as m ães, por aquele preço, estavam livres delas todo o d ia !

À medida que fui cres­cendo, ia fazendo protestos e choram ingas junto de m i­nha mãe, porque não queria andar na escola das rapari­gas mas sim na dos rapa­zes.

Um facto que se deu por esse tempo ve io ao encontro dos meus desejos : — Abria- -se uma nova escola próximo de mim, na rua do «Mata- -porcos», sendo professor o S r . Joaqu im G uerre iro da Fonseca, queeravu lgarm ente conhecido pelo «C roché». A li me fui instalar por 3 tostões m ensais, tendo sido inscrito com o N . ° 5 . O pro­fessor G u erre iro ensinava- -nos a ler, escrever e contar,— o seu saber a mais não c h e g a v a ; mas era também paciente, procurava de ma­nhã à noite que aprendêsse­mos o mais depressa possí­ve l, e, para nos estimular, estabelecia no fim de todos

os meses 3 prém ios para os mais ap licados. O 1 .° de 30 réis, o 2 .° de 25 e, o 3 .° de

-vintém-,-e-com-diploma! Este era um pequeno pedaço de papel escrito pela sua mão, com a respectiva c la ss if ica ­ção. A lgum as vezes apareci radiante em casa, porque tinha ganho o prim eiro pré­mio ; e por este processo de ensino o professor G uerre iro em breve tinha de mudar de casa, — a saleta já era pe­quena. Fomo-nos estão ins­talar numa casa maior, na rua N ova . A sala da aula era bastante atrípla, o pro­fessor mandara erguer ao fundo uma tribuna onde se instalava, com a respectiva cam painha para nos cham ar à o rd em ; e pendurada na parede a seu lado uma pal­matória negra, com cinco olhos, — ornamento estúpido e selvático ind ispensável em- todas as e s c o l a s daquela época.

Ju s tiça há que lhe fazer, ela só serv ia de ornamento, porque raras vezes a ap licava nas nossas mãos. Eu tinha sido e levado à alta categoria de monitor da escola. D e ­vido à mesma, sentava-me num mocho de pinho em frente duma com prida mesa que serv ia para fazerm os a cópia ou o ditado, e em volta, em com pridos bancos, todos os outros alunos. Já éramos mais de quarenta.— Tenho-os aqui todos na m i­nha frente, porque um dia apareceu na escola um fotó ­grafo que se tinha lembrado dum grande n e g ó c io : tirar a fotografia aos alunos das d iversas escolas da terra, — e como cada um de nós f i­caria com uma, ele deveria ter arranjado farta colheita. A nossa foi tirada no quintal, im provisado em sala de aula. Tudo para ali foi levado por nós. N o quadro vê-se o en ­diabrado D ion ís io — (e qual de nós o não era ? ), — em atitude de quem escreve , e lê-se — Esco la Popu lar 1-7-96 (D a ta da abertura da Esco la ), e por baixo : Pro fesso r G u e r­reiro. N as costas da fotogra­fia, de que sou possuidor, há a seguinte dedicatória : — O fereço ao meu aluno N . ° 5 como monitor da m inha es ­cola, Joaqu im G uerre iro em 8 -5 -9 9 . Esta dedicatória era uma generosa mentira de minha mãe, com binada com o professor, para que meu pai não soubesse que o orça­mento c a s e i r o tinha sido desfalcado em três tostões...

Quando de tempos a tem ­pos encaro esta fotografia, não é sem profunda em oção que o faço. Todos nós éra­mos filhos de gente modesta— de operários, de pequenos fazendeiros e chacineiros.

Tambêm tive uma aventura \ Neste Entrudo que passou, Vou contá-la nesta altura Em segredo E muito a-medo,Pois ainda não acabou,

Vésti-me de dominó,— Mas um t.dominó* ben \

[ rico ! —E fu i no jórróbódó,Fui atê o baitarico. Encontrei lá, mascarada, Uma linda pequena Que, depois da «patijscada\ I Vi que era morena,'Foi uma noite completa! Dançámos, brinquei, . . e tal. E numa ceia secreta, (Gabinete reservado) Passámos um bom bocado | Que não mais esquecerei,— Ela, rainha, e eu . . . de rei!

Era já de madrugada E nós ambos muito em brasa... E já passava a alvorada Quando regressei a casa! Mas lá é que foram elas! Ao cimo da escada A sogra e a mulher E até a criada,Fizeram-me ver estrelas A 's cinco da madrugada. ,,| Levei vassourada E mais bofetada E tanta pancada Que fiquei mesmo a escorrer! I Por fim , fu i posto na rua I Pra fazer versos à lua...\

E aqui estou sem vintém, Mesmo, mesmo a estoirar/I Não ctigam nada a ninguém\ Inda não voltei ao lar . . . Malditas, pois, as pequenas, A s loiras mais as morenasI Noutra não cai O filho de meu p a i.. .— Quem tem dó deste pobn\

[iaventureiro Que ficou sem mulher e seu: I

[idinheiro ?( Mas foi, talvez, pequeno o I

[prejuízo Pois era tempo de já ter\

\ ju iz o .. .) jH o m e m a o m a r

S e pudesse proceder à sua chamada, quantos me res-l ponderiam ? 1 Q uantos já nào I teriam tombado durante es-1 tes cinquenta e tantos anos?! J Para todos a minha como-| v ida saudade !

A m inha estadia nesta es-1 cola estava term inada. Nadai mais aprendia, tinha dadoI boas contas de mim, por issoj meu pai r e s o lv e u que zesse exame de instrução) prim ária. Fui assim para escola do professor Caleiro., que ficava na Rua do Conde. O professor C a le iro era pes­soa culta, lecc ionava os ra-’ pazes e a esposa as meninas. E le era extraordinàriamentíl nervoso, irritando-se e ate[ arrepelando-se q u a n d o na sua frente aparecia algum I cábula que não estudava e [ por vezes, a lição terminavaI a sopapo e a «cachação»./1 senhora era calm a e pacíficíl e algum as vezes tinha quf in te rv ir para acalm ar o | rido.

Num ano tinha-me prepa' I rado para fazer exam e; eí recorda-me com que satista; ção e sorridente e l e ' me "

(Continua na página 3)

Page 3: RTDGAL F - mun-montijo.pt · Dr, Eaiisto Neiva Largo da Igreja, 11. Das io às 13 e das 15 às 18 h. Telef. 026256 — M O N T IJO Dr.1 Isabel Gomes Pires Ex-Estagiária do Instituto

20-2-95® A PROVINCIA 3

AGENDA ELEG A N TE

A n i v e r s á r i o sf e v e r e i r o

_No dia 10, fez 13 anos o me­nino Manuel António Pego B a ­raona, filho do nosso estimado assinante sr. F r e d e r i c o A. B a ­raona.

— No dia 20, completa 29 anos o jr . José Marques Gervásio, nosso preza:lo assinante.

— No dia 21, a menina Helena Sabino Bernardes, sobrinha da nossa dedicada assinante, sr.a D. Laura Bernardts._No dia 21, completa 28 anos

0 Sr. José Paulo da Silva Futre, nosso estimado assinante._No dia 21, a nossa dedicada

assinante, sr, ‘ D. Maria dos Anjos Kibeiro de Brito.

— No dia 22, o sr. João Augusto Tobias, nosso prezado assinante.

— No dia 23, o sr. Professor José Manuel Landeiro, nosso de­dicado colaborador.

- - No dia 23, completa 4 anos de idade a menina Maria dos Anjos Zuzarte Pina, gentil filhinha do sr. Germano Pina Rua, funcionário dos C. T . T ., de Montijo.

— No dia 24, completa 18 anos o sr. Nelson Sacoto Fernandes, filho da nossa estimada assinante, sr.* D. Maria Alzira Borges S a ­coto Fernandes.

— No dia 24, a menina Maria Alexandrina Pinto de Morais, so­brinha do nosso prezado assinante, sr. Américo José da Silva.

— No dia 24, o nosso dedicado assinante e bom amigo sr. António Maria Carreira.

— No dia 25, a menina Maria João Relógio Rodrigues, filha do nosso amigo e prezado assinante, sr. Onofre Marcelino Rodrigues.

— No dia 26, o sr. Adelino Nor­berto Pinto Martins, filho do nosso estimado assinante, sr. Norberto Martins Soares.

— No dia 26, o sr. José Gomes de Almeida, nosso prezado assi­nante.

— No dia 26, o sr. Mário dos Santos Gouveia, nosso estimado assinante.

M O N T O AGENDA

UTILITÁRIA\

S . F . 1 . 0 d e D e z e m b r o

Esta colectividade montijense está em negociações com a orga­nização Welred, — concursos m u ­sicais e internacionais —, da cidade de Kerkrade, na Holanda, a fim de a sua Banda tomar parte num cer­tame que nessa cidade se realiza em 30 de Agosto do ano corrente.

O certame é constituído por Bandas de amadores sòmente, e nele comparecerão conjuntos, m u­sicais de todo o mundo.

E desnecessário acentuar o en ­tusiasmo com que escrevemos esta notícia. A tornar-se realidade, sen­tir-nos-íamos orgulhosos com o facto, além do prestígio resultante para aquela colectividade, para a nossa terra, e até para o nosso pus.

Fazemos ardentes votos para que dentro em breve possamos dar a certeza desta realização.

ES C O U S DO MEU TEMPO

(Continuação da p á g in a 2 )

zera prestar provas perante meu pai, para assim ele po­der ava lia r do meu ap ro ve i­tamento e do seu método de e n s in o . F e i t o o meu exame no L iceu do Carm o em Lisboa, (tendo por com ­panheiro o S r . Jo s é M endes, da fam ília «Pato la», que de­pois de homem reso lvera fazer exam e, ambos ficám os aprovados com grande con­tentamento do professor C a ­leiro) e como a minha idade n ão m e p e rm it ia ainda aprender um ofício, matri- culei-me, então, na Esco la M u n i c ip a l Secundária , s i­tuada na Praça.

(C ontin ua)

Informação do Secretariado Paroquial Je MontijoS O B R E C I N E M A

5.» feira, 20 ; «A MADELON». País de origem - França. Género - Comédia. Principais intérpretes: Une Renaud, Jean Richard e R o ­ger Pierre.

Enredo : — Durante a guerra de 14, perto do Marne, soldados juntavam-se num café, onde a filha do proprietário os servia e distraía com as suas canções. Chamava-se Madalena, mais conhecida por Ma- delon. Deu o nome à canção que então se espalhou. Apaixonada, Madalena vai às trincheiras em procura do homem que amava, Nem, por fim, a casar com um seu conterrâneo que, de há muito, gostava dela.

Apreciação estética : Bom de­sempenho. Canções agradáveis

Apreciação m oral: — Sem in­convenientes. PARA T O D O S .

Estreado no Cinema Capitólio em 27-12-57.

S á b a d o , 2 2 ; « R I T M O NO C O R A Ç Ã O » . Pais de origem - k. U. A.. Género - Comédia. P r in ­cipais intérpretes: Elvis Presley, Lizabeth Scott e Dolores Hart.

Enredo: — Deke Riners conse- 8ue tornar-se um ídolo, na in ter­pretação do Rock and Roll. Uma artista pretende aproveitar-se da boa situação de Deke que, ao conhecer os seus intentos, pensa eortar relações com ela. Por fim, tudo se resolve em bem e ambos unem os seus destinos.

Apreciação estética:— A rgu­mento fraco, urdido quase exclu- s'vamente para exibição do Rock ar>d Roll. Realização e desempenho excelentes.

A preciação m ora l: — Falha de '"alores p o s i t i v o s . F ilm e paraa d u l t o s .

Estreado no Cinema S. Jo rg e em 28-11.57.

Domingo, 23; «A LTA SOC1E-

F e s t a s P o p u l a r e s d e S . P e d r o

Continuam com todo o afã os trabalhos da Comissão para que as Festas de 1958 correspondam à expectativa geral e superem até as dos anos anteriores.

Numa das suas últimas reuniões, ponderando certas razões e factos, a Comissão resolveu que as Festas durassem se is d ia s , pelo que o programa se^á enriquecido com novos números.

Aplaudimos esta resolução e es­tamos convencidos de que da mesma forma pensa e sente toda a população montijense.

DADE». País de origem - E. U. A.. Género - Comédia. Principais in­térp re tes : G r a c e K e l l y , Bing Crosby e Frank Sinatra.

E n r e d o : — T r a c y , divorciada de Dexter, está noiva de George. Na véspera do casamento, cmbe- beda-se e tem uma aventura com Mike, jornalista. Tracy pensa de si o pior. Dexter ouve Mike con­tar que somente beijara Tracv, e, assim, confessa à sua ex-esposa que nunca deixara de amá-la e, deste modo, voltam a casar, ser­vindo para a boda tudo o que se tinha arranjado para o casamento com George.

A p recia çã o e s té tic a : — F ilm e colorido. S u p e r i o r desempenho dos principais intérpretes. Reali­zação cuidada.

A p r e c i a ç ã o m oral: — Pelo argumento, nitidamente extrava­gante, com situações que manifes­tam a aceitabilidade do divórcio, é f i lm e para A D U L T O S COM R E SE R V A S.

Estreado no Cinema Império em 23-1-52.

3.a feira,, 25 ; «AS F E IT IC E IR A S DE SA LEM ». País de origem - França. Género - Drama. Princi­pais intérpretes: Simone Signoret e Yves Montand.

E n r e d o : — Marido e mulher vivem um tanto afastados. A criada aproveita-se da situação para pro­vocar o patrão pelo que a dona da casa a expulsa. A criada, por vin­gança, denuncia-a como feiliceira. Perante a atitude desfavorável do p a t r ã o , denuncia-o igualmente. Ambos são condenados à forca, sendo a pena dela adiada por se encontrar grávida.

Quando ele é enforcado, os seus amigos, cientes da maldade da criada, querem matá-la. Apesar da

c/htiitiea J H & n t i i t m t

Na próxima segunda feira, 24 do correr.te, repete-se no Teatro Cinema Joaquim de Almeida a récita que este Grupo realizou no dia 10 e que tamanho êxito alcan­çou.

Desta vez a organização per­tence à Comissão das Festas Po­pulares de S. Pedro, o que é mo­tivo seguro da perfeita e modelar observância de todos os pormeno­res.

E de esperar, pois, outro suces­so, como é de esperar também outra enchente.

Assim o auguramos, com a cer­teza de que o público correspon­derá à feliz iniciativa da repetição desse belo espectáculo.

 g r a d e c im e t o sRamiro da Silva

Sua viúva, filhos e restante fa­milia, na impossibilidade de agra­decerem a todas as pessoas que se interessaram pelo estado de saúde de seu estremecido marido, pai, sogro e parente, e se dignaram acompanliá-lo à última morada, vèm por este meio testemunhar- - lhes o seu mais vivo reconheci­mento e gratidão.

Adelino FolgadoSua família, muito reconhecida,

vem por este meio agradecer a todas as pessoas que o acompa­nharam à última morada ou ma­nifestaram o seu pesar, e às quais, por desconhecimento de moradas, o não poude fazer directamente.

Maria Luísa Alberto CheiradaMaria Júlia Cheirada Issa, T o ­

más Manhoso Issa, Jo é Rodrigo Cheirada Issa, Maria Luísa C hei­rada Isse, Jesuina Alberto e seu marido, vèm por este meio agra­decer reconhecidamente a todas as pessoas que se dignaram acom­panhar à última morada, sua sau­dosa mãe, sogra, avó, irmã e cunhada. A todos significam sua maior gratidão.

Câmara Municipal de MonHjoVenda de lixos

Faz-se público que até ao dia 28 de Fevereiro corrente se recebem propostas para a venda de lixos produzidos pela limpeza da vila durante o ano de 1958, sendo a base de licitação de 34.000$00.

0 Yice Presidente da Câmara em exercício,a ) A n tó n io João S erra Jú n io r

sua dor, a antiga patroa perdoa-lhe, evitando-lhe assim a morte.

A p recia çã o estética : — Bem desempenho. Realização regular.

A p recia cão m oral: — Drama pesado. Cenas amorosas de exces­siva sugestão. Para A D U L T O S COM S E R IA S R E S E R V A S .

Estreado no Cinema Império em 22-1-58.

Vacada C arnavalesca

Uma tarde alegre e bem passada. O dia primaveril concorreu para a grande concorrência e para a boa disposição geral.

Não há que descrever a parte artística, visto que de Arte (com A maiúsculo) se não tratava. Pró­prio da quadra entrudesca, o es­pectáculo serviu para distracção dalgumas horas, com os respecti­vos trambulhões inofensivos e r i ­sotas contínuas.

No entanto, queremos fazer uma referência especial aos esp a d a s e suas quadrilhas que, não obstante a pouca idade, se mostraram des­temidos e com bastante vocação.

Constituíram, sem d ú v i d a , o ciou da festa e fieam como autên­ticas promessas de futuro.

Os «charlots», como sempre, engraçados, ágeis, e trabalhadores. Forcados, ca p in h a s, cavaleiros, fizeram quanto p u d e r a m para manter a animação.

Bela t a r d e . . . e boa receita. Ainda bem !

Agradecemos os bilhetes que nos enviaram gentilmente.

fa r m á c ia s de Serviço

8 . * - f e i r a , 20 — M o d e r n a

6.’ - f e i r a , 21 — II i g i e n e

S á b a d o , 22 — D i o g o

Domingo, 23 — G i r a l d e s2.“ - f e i r a , 24 — M o n t e p i o

3." - f e i r a , 25 — M o d e r n a

4.* - f e i r a , 26 — H i g i e n e

O Entrudo em Montijo

O Entrudo passou e não deixou nota digna da sua passagem, pelo menos nas ruas públicas. Sensa- borão, falta de espírito, reles e pelintra.

Apenas algumas crianças bem t r a ja d a s . . . e os lindos dias de sol esplendente.

Nas colectividades, sim. Brin- cou-se animadamente, decorrendo todas as diversões na melhor o r­dem e com muita alegria.

Notou-se, entretanto, um maior número de farroupilhas mascara­dos, alguns a pedir intervenção, pelas ruas e praças da vila.

E mais nada.P a x sep u ltis 7

F a le c im e n toFaleceu nesta vila no último

sábado, dia 15, em casa de sua fa ­mília a sr.a D. Antónia de Jesus, de 76 anos, viúva, proprietária, natural de S. Cristóvão, Sabrosa.

A bondosa extinta era mãe das sr.°s D. Teresa Nunes Alcobia, aqui domiciliada, e D. Brígida Nunes Ferreira, de L is b o a ; e dos srs. Afonso Nunes Correia e César Nunes Correia, ausentes em S . T om é e Rio de Ja n e iro ; bem como avó da sr.* D. Maria Antonieta Alcobia dos Santos, casada com o sr. Fernando Cardoso dos Santos.

O seu funeral efectuou-se no dia seguinte, domingo, 16, para o nosso cemitério, tendo tomado parte no préstito fúnebre nume­rosas pessoas de amizade da sua família.

« V Província» acompanha no seu pesar toda a família enlutada, e em especial suas filhas e netos.

O fe re c e -seCO BRA D O R, todos os sábados.

Nesta redacção se informa.

T re sp a ssa -seCASA D E VINIIOS E COMI­

DAS, afreguesada, em sítio central desta vila, por motivos à vista, boas condições de negócio. T ra ­ta-se na Praça 5 de Outubro, 29— M ONTIJO.

V e n d e -se— FO U RG O N ETA , cm estado

novo, marca Fordson, caixa aberta.Trata Henrique dos Santos, S .

Francisco - ALCO CH ETE.

B o i e t i m R e l i g i o s o

C u lto C a tó licoM ISSA S

5.a-feira, às S,30 e 9 h.6.a-feira, às 8,30 e 9 h.Sábado, às 8,30 e 9 h.Domingo, às 8 h. na Igreja da

Misericórdia; às 10, 11,30 e 18 h. Terço e bênção às 17,30 h. na Igreja Paroquial; às 11,30 h. na Atalaia; e 18,30 h. no Afonsoeiro.

C u lto E v a n g é lic oHorário dos serviços religiosos

na Igreja Evangélica Presbiteriana do Salvador — Rua Santos Oliveira,4 - Montijo.

D om in g os — Escola dominical, às 10 horas, para crianças, jovens e adultos. Culto divino, às 11 e 21 horas.

Q u a rta s-fe ira s — Culto abre­viado, com ensaio de cânticos re l i ­giosos, às 21 horas.

S e x t a s - f e ir a s — Reunião de Oração, às 21 horas.

No segundo domingo de cada mès, celebração da Ceia do Senhor, mais vulgarmente conhecida por Eucarística Sagrada Comunhão.

Ig reja P en tecosta l, R u a A le ­x a n d r e H erculano, 5 - A - M on­tijo.

D o m in g o s: — Escola Domini­cal, às 11,30 h.; Prègação do Evan­gelho, às 21 h.

Q uintas fe ir a s : — Prègação do Evangelho, às 21 h.

EspectáculosCINEMA T E A T R O

JOAQUIM DE ALMEIDA

5.a feira, 20 ; (Para 12 anos), es­pectáculo dedicado aos valorosos combatentes da Grande Guerra 1914-18, que assistirão como con­vidados de Honra, «A Madelon». No programa, interessantes com­plementos e Jornal Internacional.

Sábado, 22 ; (Para 12 anos), um f ilm e em VistaVision e Tecnicolor, «Ritmo no Coração», com o Rei do Rock and Roll, Elvis Presley. No programa: desenho, despor­tivo, musical, e Imagens de P o r ­tugal.

Domingo, 2 3 ; (Para 17 anos), um f i lm e Metro em VistaVision, Tecnicolor, e Som Perspecta, «Alta Sociedade», com B i n g Crosby, Grace Kelly, F rank Sinatra, e Louis Armstrong e sua orquestra. No program a: curiosidade e de- icnho.

2.a feira, 24 ; (Para 12 anos), uma vez mais, o «Grupo Artístico Montijense», num espectáculo de homenagem à Comissão das Fes­tas de S. Pedro.

3.a feira, 25; (Para 17 anos), a peça da actualidade transportada para o cinema, «As Feiticeiras de Salém», com Yves Montand e S i ­mone Signoret, numa obra-prima do cinema europeu.

«A Província»A S S IN A T U R A S

P a g a m e n to a d ia n ta d a10 n ú m e ro s — 9S9020 n ú m ero s 20f 00 52 n ú m ero s — 50300 (um ano) Províncias Ultramarinas e Estran­geiro acresce o porte de correio.

Page 4: RTDGAL F - mun-montijo.pt · Dr, Eaiisto Neiva Largo da Igreja, 11. Das io às 13 e das 15 às 18 h. Telef. 026256 — M O N T IJO Dr.1 Isabel Gomes Pires Ex-Estagiária do Instituto

4 A PROVINCIA 20*--9$!l

VIDA ASSOCIATIVAEm actos eleitorais levados a

efeito pelos seus associados, res­pectivamente, em 22 de Janeiro rindo e 11 do corrente mês, foram eleitos os novos corpos gerentes das colectividades abaixo designa­das, para a gerência de 1958, os quais ficaram assim constituídos:

Sociedade Recreativa do Alto das Vinha* Grande*

A sse m b le ia G e r a l: — Virg i­lio Marques, presidente; Domin­gos Louro e José Carneiro, secre­tários.

D i r e c ç ã o : — Mário Augusto Pereira, p r e s i d e n t e ; António Lança, v i c e - p r e s i d e n t e ; Robim Francisco da Costa, tesoureiro; Carlos Ernesto Amaral e José António Alegria, 1.° e 2.® secretá­r i o s ; Jo sé Pereira Ramos e José Ferreira , vogai».

C o n selh o F is c a l: — Henrique R o d r i g u e s , presidente; Tières Monteiro, secretário ; e Manuel dos Santos, relator.

Sociedade Recreativa Progresso Afonsoeirense

A sse m b le ia G e r a l: — Jo sé S i l ­vestre Calado, presidente; Jo sé Manuel João e José Reatriz, se­cretários.

D i r e c ç ã o : — Manuel Soares Póvoas, p res id ente ; Jo sé Gomes Coelho, vice-presidente; Mário da Silva Rordeira, tesoureiro ; Victor Manuel Jac into e Leonel Jacinto Pais, secretários; Manuel Luís Garcia e Jo sé Rarreto dos Santos, vogais.

C on selho F is c a l : — Jo sé Mi­guel Martinho, presidente ; Ger­mano Pina Rua, secretário, e João Silvestre Calado, relator.

Aos novos d i r i g e n t e s destas agremiações recreativas doi nos­sos a r r e d o r e s , endereçamos os nossos votos de maiores venturas no desempenho dos seus árduos mandatos, a bem do engrandeci­mento das localidades represen­tadas.

R e s u lta d o d o 2 0 . ° c u p ã o p u b l ic a d o e m 3 0 d e J a n e i r o

Nenhum concorrente acertou em todos os resultados — Entraram 118 cupões

A c e r t a r a m e m 11 r e s u l t a d o s , 4 c o n c o r r e n t e s

P r e m i a d o s : A r l i n d o J o s é d e O l i v e i r a , r u a J o s é J o a q u i m M a r q u e s , 2 2 1 - M o n t j o ; M a r i a J o s é G u e r r e i r o B a i l ã o , r u a B , 8 2 - A f o n s o e i r o - M o n t i j o ; e E d m u n d o G u i l h e r m e , A s s o c i a ç ã o d e F u t e b o l d e S e t ú b a l

R o g a - s e a o s c o n t e m p l a d o s d e M o n t i j o q u e v e n h a m à r e d a c ç ã o b u s c a r o s p r é m i o s .

P r é m i o a t r i b u í d o p a r a e s t e c u p ã o :

/ .5 0 0 $ 0 0Em c o m p r a s e m e s t a b e l e c i m e n t o à e s c o lh a d o c o n te m p l a d o

Entre os concorrentes que mais se aproxi­marem, serão sorteados 3 livros dum

escritor português.CORTE P O R A Q U I '

C u p ã o N .° 2 2

Concurso de Prognósticos de Futebol de «A Provincia»

2.‘ Divisão (Zona Norle) 2.a Divisão (Zona Sul)

Tirsense Guimarães Partimonens. Serpa

Peniche Vianense Arroios Almada

Leõe* ..... Leixões Estoril Olhanense

Chaves Vila Real Portalegre Montijo

Roavista Gil Vicente Farense Coruchense

Covilhã Sanjoanense União Sport Atlético

Espinho Marinhense Reja Juventude

Campeonato Nacional da 1.* Divisão

B e n f i c a S p o r t i n g

Nome..........

Morada

Localidade

(miar « lt cupão até àt 12 bras de Domingo, 2

A C I D E N T E

D E V I A Ç Ã OMais um desastre de viação

ocorreu ultimamente na recta do Afonsoeiro.

No pretérito sábado, dia 15, pe­las 18,30 horas, Fernanda Sebas­tião Agostinho, de 1 8 anos, solteira, filha de Vanuel Sebastião e Rosa Agostinho, residente no Alto E s ­tanqueiro, foi colhida gravemente pelo automóvel II. L. - 24 - 24, pertencente à Direcção Geral de Saúde, de Lisboa, conduzido pelo sr. Alípio Dantas de Oliveira.

Desse embate resultou a s inis­trada ser projectada a grande dis­tância, sofrendo fractura dum braço c várias contusões pelo corpo.

Conduzida ao nosso hospital subregional, verificou-se a neces­sidade de ser enviada ao Hospital deS . José , onde ficou internada,

A Polícia de Viação e Trânsito tomou conta da ocorrência.

Seria aconselhável que, dada a circunstância dos bairros da Rela Vista e Afonsoeiro,— até ao cruza­mento da estrada do Alto E stan­queiro e apeadeiro de Sarilhos, serem muito populosos e de grande movimento, fossem ali colocadas placas recomendando a devida atenção aos motoristas e automo­bilistas, para moderarem as ve­locidades que se verificam, por vezes excessivas e de grande pe­rigo para quem ali transita.

Rádio - TelevisãoAssociativa

Solicita-nos a Direcção da So- cieda Recreativa do Alto das Vi­nhas Grandes, para informar atra­vés de «A Província» os seus asso­ciados residentes fora daquele bairro, que tendo sido adquirido u l t i m a m e n t e um aparelho de R. - T v , serão ali projectados ha­bitualmente os seus programas, nos dias úteis da semana, a partir das 21 horas; e aos domingos, desde as 18 horas, com o programa infantil.

D IA 2 0 -2 - 5 8 — À N O IT E

C o m u n i c a d o

A Delegação dos Combatentes da Grande Guerra, de Montijo, comunica a todos os seus camara­das, que ho je têm entrada grátis no Cinema Teatro Joaquim de Almeida, para assistir ao film e passado na Grande Guerra, in t i tu ­lado «A Madelon».

DoenteT em passado bastante incomo­

dado de saúde o nosso querido Amigo e prezado colaborador, sr. Manuel Giraldes da Silva.

Sentimos profundamente o facto, e fazemos sinceros votos para que rápidamente se restabeleça e volte ao nosso convívio.

V e n d e m -seno Samouco

— T R È S MORADIAS, com quin­tal. Informa na Av. D. Nuno Al­vares Pereira, n.° 142, M O N TIJO .

B a r r i c a s- VEN D EM -SE para 200 e 100

litros.Informa-se neste jo rn a l.

Valério da fonsecafabricante de apoios de borracha para todas as marcas de automóveis.

Qolam fw (fil iaS o c ie d a d e C o lu m b ó f ila d e Montijo

N u n c a é t a r d e p a r a a g r a d e c e r !As sociedades columbófilas, em

todas as suas n: iltiplas faceta?, têm bons e maus momentos. Nos primeiros, como é lógico, tudo corre bem, quase sem necessidade de comando ou de orientação su­perior; nos segundos, porém, é que se conhecem as virtudes e defeitos do quem as dirige.

E, sobretudo nos momentos di­fíceis, quando a tormenta se avi­zinha, que se faz sentir a necessi­dade de saber confiar.

A columbofilia montijense, ape­sar do anacronismo que durante muito tempo ali imperou, re le ­gando para plano secundário os interesses da sociedade, encontrou no seu presidente o antídoto para acabar com certas velharias, com rotinas cristalizadas, com orienta­ções há muito condenadas pelas suas desastrosas consequências, as quais contribuíram para que o nível columbófilo e s t e j a ainda longe do que devia e podia ser. Não vamos falar do antigo brio dos pioneiros, porque eles primam pela ausência, q u a n d o tinham obrigação moral de comparecer

nas horas difíceis. Mas os exem. pios de quanto pode a vontaifc dalguns amadores, bem merece ̂o respeito e a consideração dos que acompanham de p e r t o j columbofilia local.

A eles, sobra-lhes vontade 0 que lhes falta em meios para po. derem levar por deante a sua ta. refa. Quando os homens confiam quando tèm fé no futuro e nas causas que defendem, todos os problemas, mesmo esses difíceis, acabam mais tarde ou mais cedo por encontrar a solução adequada,

Portanto, regozijemo-nos ama. dores montijenses! — porque os destinos da S. C. de Montijo estão bem entregues a António Joaquim Lucas Catita. Não só os factos confirmam, mas sim o bom mo­mento do grande êxito da primeira exposição de pombos correios, ; entrega dos prémios, a mudais c'a sede para a Praça da República, e tc . .

Com os meus agradecimentos lhe dedica estas linhas, que bem as merece,

E d u a r d o B aeta

d e ( S e t ú b a l

( P o r R u i d e O l i v e i r a )

Foi criada na secção cultural do Centro Extra-Escolar n.° 1 da Mocidade Portuguesa de Setúbal a modalidade de teatro. Assim os filiados deste Centro iniciaram já os respectivos ensaios, sendo diri­gidos pelo antigo filiado do refe­rido Centro sr. João Martinho um componente ensaiador. A primeira peça denominada «Os dois estroi- nas> foi representada nas três noites de Carnaval no salão paro­quial da Anunciada e o desempe­nho da mesma esteve a cargo de António Egídio, Rogério Saramago e João Lopes Nunes. Como o Cen­tro Extra-Escolar n .° 1 cada ano apresenta uma actividade nova este ano criou-se a secção de teatro que parece estar esquecida em Se­túbal. Muito em breve serão re­presentadas outras peças.

Iniciou-se no passado dia 15 nesta cidade um torneio indivi­dual de ténis de mesa organizado

O b r a s d e A lv a ro V a le n te— «Eu», livro de sonetos,

esgotado; « D a q u i . . . fala R i ­batejo», contos monográficos, 30 escudos; «Pedaços deste Ribatejo», folclore e costumes, 30 escudos; «A minha visita ao museu de S. Miguel de Ceide», folheto, 5 escudos; «Hino a Almada», em verso, 10 escudos; «Grades Eternas», estudos sociais, 15 escudos; «Vidas Trágicas>, romance, 15 escudos; «Viagem de Maravi­lhas», reportagem, 20 escudos.

Pedidos à Redacção de «A Província».

pelo Grupo Desportivos «Os lbc- ricos j o qual reune 24 concorren­tes divididos em quatro séries. Aos três primeiros classificados serão atribuídas medalhas.

O Ginásio Clube de Santa Maria de Setúbal promove na primeira semana de Março uma sessão para distribuição dos prémios consti­tuídos por uma taça e medalhas aos atletas e equipa vencedora do recente torneio de atletismo dis­putado e integrado nas festas do 1.° aniversário da sua fundação. Ha­verá também um encontro de té­nis de mesa entre as equipas deste clube e do Grupo Desportivo «Os lbérico3» para disputa duma taça.

Esteve muito concorrido o primeiro concerto promovido pela D e l e g a ç ã o Pró-Arte de Setú­bal no salão nobre dos Paços do Concelho no passado dia 11. Es­tiveram presentes entre outras entidades os srs. Governador Ci­vil, Presidente da Câmara Muni­cipal, Comandante da P. S. P..

No União Futebol Comércio í Indústria desta cidade, realiza-se no dia 21 do corrente, pelas 21,“ horas a Assembleia Geral para eleição dos novos corpos gerentes para o corrente ano, e aprovação do relatório e çontas da gerência do ano trasactoi

Telefone Q86jg

1J)aia kaai Cf-..nhyqzaliai

Fo lo M ontijense

Rua França Borges, 52

L A V R A D I O

S A N F E R D A

S E D E Illl A R M A Z É N SLISBOA, Rua de S. Julião, 4 1 - 1 . ° |||| fílONDO, Rua da Bela Visto

A E R O M O T O R S A N F E R o m oinho que re s is tiu ao c ic lone — F E R R O S para construções, A R A M E S , A R C O S , etc.

C IM E N T O P O R T L A N D , T R IT U R A Ç A O de a lim en­tos para gados

R IC IN Ô B E L G A para adubo de batata, cebola, etc.C A R R IS , V A G O N E T A S e todo o m a te ria l para Ca­

m inho de F e rroA R M A Z É N S D E R E C O V A G E M

Page 5: RTDGAL F - mun-montijo.pt · Dr, Eaiisto Neiva Largo da Igreja, 11. Das io às 13 e das 15 às 18 h. Telef. 026256 — M O N T IJO Dr.1 Isabel Gomes Pires Ex-Estagiária do Instituto

20-2-958 A PROVINCIA 5

fl formação cultural do operário

(Continuação d a 1 * p á g tn a )

móveis, encarregadas de le ­varem o livro aos mais lon­gínquos povoados, d ivu lga­do-se sobretudo obras de carácter técnico, profissio­nal e profiláctico, fac ilitan ­do-se assim a dilatação de conhecimentos científicos de que tanta necessidade há, sobretudo nas aldeias e duma maneira geral em todos os aglomerados rurais e operá­rios. M uitos sâo os proble­mas culturais que, desde já, p o d em ser submetidos à apreciação das grandes mas­sas rurais e do operariado, salientando-se o quanto a higiene e profilaxia podem contribuir para e leva r o n í­vel geral da saúde pública e, consequentemente, para o bem de cada fam ília em particular.

A preparação profissional da juventude agrícola e in­dustrial deve ser também problema a esclarecer duma maneira sistem ática e paula­tina, tendente a fac ilita r a formação de bons técnicos agrícolas e de bons artífices, com o que, afinal, todos lu­craremos, pois haverá maior produção, mais bem-estar, menos doença.

'doMimho mfundão

— A IN A U G U R A Ç Ã O DO C IN E M A GARDU- N H A — iNove de Fevereiro de 1958. - Um a data festiva na vida moderna da v ila do Fundão. M ercê da gigantesca in ic ia tiva particular do S r . António So lip a Pere ira , acaba de ser inaugurada uma obra que vem preencher uma v i ­s íve l lacuna na terra : 0 novo cinem a. É uma obra a todos os títulos digna de encómios e que qualquer grande terra não engeitaria no seu seio. S e esta opinião estivesse sujeita a dúvidas, bastaria a qualquer pessoa contestar por si própria e ficar ciente que 0 C inem a Gardunha é uma sala de espectáculos que vem ao encontro das neces­sidades actuais duma popu­lação sequiosa de recreio e (vam os lá !) de cultura, pois é por intermédio de salas desta natureza que 0 grande público pode ter acesso a espectáculos de d iversa ín ­dole cultural e recreativa . O antigo cinem a que possuía- -mos, era insuficiente e a

população esperava ansiosa ­mente 0 suprimento dessa fa lta : C o n c r e t iz a ç ã o que agora se deu com a abertura deste C ine-Teatro.

Longos anos em igrado por longínquas terras da V e n e ­zuela, 0 sr. So lip a , com 0 seu esforço pessoal, quis assim dar a sua quota-parte ao engrandecim ento actual da sede do seu concelho. E , m ercê dos meios de fortuna, que os seus esforços pessoais grangearam , não hesitou em dotar-nos com esta obra a todos os títulos socialm ente grandiosa. Esforço todo ele indiscutivelm ente particular (nunca é demais sublinhá-lo) convém , no entanto, não es ­quecer que se trata duma obra que vem enriquecer 0 patrim ónio da grei, porque 0 Hom em actual necessita de cultura como em nenhuma outra época da história.

Bem -haja, pois, 0 sr. S o ­lipa por este seu esforço em prol da sociedade, e serão as cam adas jovens que m e­lhor estarão na obrigação de lhe env ia r este Bem-haja.

* * *

O V I D E I R I N H O(Continuação da í . ° página)se Vai pela escada arriba, se se torna reparado e notado, — isso que tem ?

Afirmar-se ontem duma cor e a p r e s e n ta r- s e hoje com a cor oposta, — isso que faz ?

Mudar 0 carácter como quem muda de roupa ao sá­bado, depois do banho san i­tário,— isso que v a le ?

O que é preciso é lá che­gar, lá aparecer, no alto, no cimo, no cume que Vislum­brou.

V itorioso e Vencedor, neste sardanapalesco m anancial de inanidades, 0 resto, 0 que ficou pelo caminho em des­vergonha, em impudor, em in d ig n id a d e , em cinismos, nada representa que Valha dois minutos de rem orsos!

E s te é que é 0 tal «videi- rinho» a que eu me queria r e fe r ir . . .

— Está um dia de sol res­plandecente. P a rece que a P rim avera se antecipou e nos Vem bater à Vidraça, madrugadora e toucada por

suas graças inconfundíveis.N ão há, pois, Vontade nem

disposição para azedumes.Q ue vão vivendo os «vi-

deirinhos» a seu modo. T a l ­vez tenham razão e façam b e m , afinal. Isto é uma extensa colm eia e já custa tanto a d e s tr in ça r .. .

Eu já não podia também continuar 0 meu irrequie- tismo.

Acabou-se 0 resto do lá ­pis V u lg a r .. .

Á l v a r o V a l e n t e

A inauguração efectuou-se às 13 horas, com a p res i­dência do sr. G overnador C i ­v il e a presença de todas as autoridades concelhias. F in ­dos os discursos do costume, a O rquestra T íp ica Albicas- trense, sob a regência da conhecida artista E u g é n ia L im a, abriu um espectáculo de,variedades em matinée.

À s 21 horas em soirée, exibiu-se a mesma novel or­questra, seguindo-se va es­treia, em Portugal, do filme da Talm a «A F lô r do P â n ­tano.

* **— O arranjo das salas é

feliz, sendo os efeitos de luz deslum brantes. O salão de fumo do balcão é algo de bom gosto extraordinário, e, como sempre nestes casos acontece, se ainda há ca ­rência de montras com er­c ia is ou para exposições ar­tísticas (existem três mon­tras juntas e talvez não estejam no local mais fe liz ) 0 facto é que são dificuldades de fácil rem oção, e outros porm enores, como a falta de am plitude do B a r C afé , v i ­mos lem brar que na época calm osa 0 cinem a tem 0 maior e melhor terraço da terra. Pouco há por isso mais a acrescentar, pois é uma ed i­ficação que fala por si, não deixando nesta data de in ­cluirm os aqui as fe licitações ao autor da maquetta, sr. Joaqu im Infante. — (C ).

EstremozB o m b eiro s Voluntários

já tèm «Ambuláticia» — Ao princípio da noite do dia 10 de F e v e r e i r o , registou-se com m orteiros e foguetes a chegada a esta cidade, da

nova am bulância para os Bom beiros V o lu n t á r io s de Estremcfe.

O acontecim ento ass ina ­lava a continuidade do pro­gresso que se está operando nesta briosa corporação de B o m b e i r o s , graças ao seu ilustre Com andante, nos­so am igo sr. Ab ílio Augusto M ale itas de Je su s , e ao seu corpo activo , que, com d ign i­dade servem a causa da hu­manidade.

O apelo feito à população Estrem ocense, para aqu is i­ção de tão útil v iatu ra, deu condicionalm ente 0 resultado que se esperava. A popula­ção contribuiu para que a sua corporação de Bom be i­ros, possuísse uma A m bu­lância que desde a sua fun­dação ansiava , a fim de com facilidade se desem penhar da sua m issão.

A aquisição da Am bu lân ­cia foi subsidiada por S . E x .a S r . Subsecretário do Estado da A ssistência , com dez mil escudos, continuando a co r­poração de Bom beiros, a re­ceber 0 auxílio dos E s tre ­mocenses.

A v iatu ra tem todos os re­quisitos para bem desem pe­nhar a sua m issão, tendo duas m acas, caixas para m e­dicam entos, para reserva de roupas e vários outros uten­sílios; a sua marca conside­rada garantida, é «M ercedes Benz», M x 80 D , a óleos pesados, e custou a quantia de 120.000$00.

N a devida oportunidade será anunciada a inaugura­ção da nova unidade, e se ­gundo fomos inform ados, à cerim ónia assistirão as en ti­dades o fic ia is e particulares. - ( C . )

N . * 92 F o l h e f i m d e « A P r o v í n c i a » 2 0 - 2 - 1 9 5 8

f f f l d e i a d o f f í v e s s oc^ci cAlvarc batente

E desta bonita m aneira, um cigarro salvou a vida dum h o m em !Os com entários saltaram em r e d o r . . . e os bocejos também.— A tarefa desse dia arrasara a caravana e os corpos reclam avam des­

canso.A pouco e pouco tudo se arruma nas barracas e em breve cai sobre 0

acampamento silêncio geral.Cá fora os guias dormitam junto à fogueira, — que se transform ara, por

*'n, numa borralha cintilante.— O sol a n asce r! O sol a nascer!Espectáculo sem igual na s e r r a !Toda a caravana se levanta.Não há quem possa descrever a m agnificência e a grandeza do quadro !— Prim eiro , 0 clarão do nascente, — prenúncio do esplendor seguinte,

"uminam-se os p íncaros, brilham gotejantes de orvalho os plainos e os 2'mbros, saltam das lapas os clarins das aves, a medo, em pios indecisos. Vai 0 «pano» correndo lentamente enquanto 0 «cenário» se descobre como numa v isão . Depois, 0 clarão transforma-se num luzeiro apocalíptico — esfera de fogo a fa iscar e a desprender espreguiçam entos e labaredas, que

estendem pelo azul dos céus, aclarando, marchetando todo o ambiente. ^urgem os ciclópicos penedos, como monstros marinhos a irromperem das ondas m iste rio sas ; surgem as extensões, as alcantiladas descidas, as esca- Qarias fronteiras, que se e n * c > * ' i m d e a ljô ía re s ; surgem os horizontes sur­preendentes; surge a v ida m o n ; - itihosa, her< ilea, g igantesca, p u jan te ; surge,

enfim, a Natureza cantando, sobrepujando, erguendo h inários que nunca mais se esquecem !

To lh idos, arrepiados pelo ar serrano e pela estupenda orquestração, os homens da caravana em basbacam e emudecem !

Agora, é toda a paisagem disperta, na ampla pujança das m aravilhas expostas.

Form idável apoteose de Luz, de Harm onia, de G raça in fin d a !— Quem pode descrever a m anificência e a grandeza do quadro?O s guias, afeitos e saturados, g ritam :— Vam os, mês senhores. Sã o horas e temos muito que andar.Experta-se 0 lume, faz-se 0 indispensável café em panelas de b a r ro ; e,

saboreada a pequena refe ição, retoma-se 0 cam inho.

- M A N T E IG A S , — P O Ç O D O IN F E R N O —— Daqui pra diante, pouco mais se sobe, tudo depois a d e s c e r— ,

esclarece um dos guias. A té aqui, viem os deitados prá frente ; agora, iremos deitados pra trás.

E a caravana finca-se nos paus ferrados, equilibra-se, escorrega e salta pelas ladeiras, segue de longada para a terce ira v ila .

Por declives trangalhadanças, em zigue-zagues de tropeço e queda, deslisa a serpente humana. O s guias desbravam , afastam im pecilhos. D e vez em quando pequenos poios rolam pelas ravinas e perdem-se nos vagos long ínquos; pulam das sarças m elros, taralhões e mosquetes assustados, passam bandos rasteiros de perdizes com seus guisos.

A v ila aparece e desaparece se is, oito, dez vezes.— E ’ ali. E ’ ali já.

— E ’ pèrtalinho, afinal de con tas!E a v ila aparece e d esa p a re ce .. .— Pra riba é que eu quero ver, — exclama um.— Tam bém lá chegam os, — diz 0 guia com seu ar bonacheirão.— Já vim os a descer há quase duas h o ra s . ..— É , pois ? Pra riba levarem os quatro ou c in c o !

( C O N T I N U A )

Page 6: RTDGAL F - mun-montijo.pt · Dr, Eaiisto Neiva Largo da Igreja, 11. Das io às 13 e das 15 às 18 h. Telef. 026256 — M O N T IJO Dr.1 Isabel Gomes Pires Ex-Estagiária do Instituto

6 A PROVINCIA 20-2-958

0 jornalista perante a visão Jo mundo futuro

O homem que v iv e da sua caneta de t in ta perm a­nente, o jo rn a lis ta que se a lim en ta desta in in te rru p ta hem orrag ia , pode hoje e s ­c re ve r sobre q ua lqu er as­sunto, porque o M undo, de g rande que era, se tornou, g raças ao m ilag re da In te ­ligên c ia , no labo ra tó rio de assuntos e de id e ias que todos nós insta lám os em casa, co locando o un iverso em cim a da nossa mesa de traba lho . N um só golpe de v is ta abrangem os o pano­ram a m und ia l com a mesma ia c iiid ad e com que o passa­ge iro da lin h a aérea Lisboa- -Porto lan ça o o lh a r sobre a paisagem que 0 av ião so­b revoa.

V ivem o s num a época em que, por essas razões de ordem d iversa , 0 c lim a e a geografia já não são im u tá ­ve is , mas se to rnaram c ir ­cu n stan c ia is e contingentes. O nosso m undo-gota imper- c e p t í v e l na im ensidade a t lâ n t ic a do Espaço , para o q u a l deve es ta r como um m ilionésim o de s e g u n d o para o T em p o in fin ito — é a in d a um p laneta na in fâ n ­c ia com pouco mais de três b iliõ es de anos, e na era da energ ia a tóm ica e do radar, co isa a lgu m a deve su rp reen ­der-nos. O homem é um in fu só rio quase in v is ív e l n e s t e grand ioso cenário , mas o seu cérebro , onde se an inham as forças portentas da V id a , possui a ind iscri- m in áve l po tênc ia de ser m u ito m ais vasto do que o Espaço , e m u ito m ais p ro ­fundo do que o Tem po, para os condensar em ideias. A in te lig ên c ia dom ina tudo o que cerca a nossa efém era re a lid ade e x is te n c ia l; reduz o m arav ilh o so a um a s im ­p les equação ; assenhoreou- -se da T e r ra in te ira , m ediu e pesou esses outros m un ­dos que form am a poeirada as tra l, e projecta-se, in sp i­rad a como os ve lh os deuses m ito lóg icos, pe la s e l v a densa do futuro, onde há-de tra ça r aven id as gigantescas.

C abe ao jo rn a lis ta do sé­cu lo X X interessar-se até onde possam chegar as pos­s ib ilid ad es da sua cu r io s i­dade por esta esca lada fan ­tás tica do Progresso , côns­cio de que a Im prensa não é já a em b lem ática figura dum a ve lh a a lavanca , mas s im um in stru m en to de d i­vu lg ação — á jan e la do U n i ­verso .

Dois minutos de inquérito

Respende 0 Dr. flntíni* fernandes Pirei— advojads e publicista —

— O que pensa sobre a função .do jornalismo?

— O jo rn a lism o é, ce rta ­mente, o in stru m en to m ais apto, o m eio m ais eficaz para form ar u m a consciên ­c ia socia l esc larecida , q u a l­quer que se ja a expressão lite rá r ia de que o jo rn a ­lism o se re v is ta : c rítica , dou trinação ou sim ples in ­form ação.

— Crê que a concorrência da rádio e da televisão pre­judiquem a imprensa?

— A conco rrênc ia é ap a ­ren tem ente p e r i g o s a . A mensagem do jo rn a l será sem pre m ais com pleta e terá sem pre um ra io de acção m ais am plo, e o seu m ag istério s e r á tam bém m ais profundo e consequen­tem ente m ais profícuo. Mas, para que o jo rn a lism o rea ­lize p lenam ente a sua fun ­ção soc ia l de o rien tad o r conscien te da op in ião pú ­b lica , de educador do esp í­r ito e da a lm a das m u lt i­dões, é necessário que se exerça, m elhor, se s irv a com a e levação , com o d es in te ­resse e com o fervoroso en ­tus iasm o de um ve rd ad e iro apostolado.

—■ O que considera mais necessário à pt o fissão do jornali sta ?

— Não basta que o jo rn a ­lism o e n c o n t r e naqueles que o servem , naqueles que dele fizeram um a profissão, desinteresse, e levação e en ­tusiasm o. E ’ n e c e s s á r io tam bém que nele encontre com petência, que neste caso com preende só lida c u ltu ra gera i, p erfe ito dom ín io da arte de expressão e au tê n ­tica a r is to c ra c ia m ora l de p rin c íp io s e de atitudes, jun tam ente com um conhe­cim ento exacto da deonto ­log ia da profissão.

* * ** *

« R e sp e i te m o s j o r n a l i s t a s

p o r q u e s ã o s e r e s h u m a n o s »O Jornai «Church o f En-

gland Newspapert o rg ã o oficial da igreja anglicana, exorta 0 clero dessa igreja a respeitar os jornalistas por­que também são seres hu­manos, Diz 0 jornal que os profissionais da Imprensa x às vezes parecem incomodar, mas na realidade, estão pro­curando informações exactas, que por seu intermédio, são levadas a milhões de pes­soas>.

* * ** *

0 e s t i lo jo r n a l í s t i c oE ’ o estilo-com um q ae

exige do jo rn a lis ta p recisão de term os. A p a la v ra ade­quada é sem pre a p a la v ra justa . M as quando a p a la ­v ra tem um v a lo r intrínseco, como na poesia, pode co r­responder ou não a um ob ­jecto já existente. A o passo que no jo rna lism o , a sua fin a lid ad e ao objecto exige necessariam ente a precisão do verbo , O verbo im p re ­ciso será sem pre a ex igên­c ia com um do es tilo jo rn a ­lístico . E ’ p reciso que a pa­la v ra corresponda ao facto e seja o m ais transparente possível, p recisam ente para re ve la r e não esconder a

facto. A concisão é um a consequência da exactidão,

O m odo m e lh o r de ser exacto é ser co n c iso : em pre ­gar o m enor núm ero de p a lavras , em bora sem pre as p a la v ra s m ais adequadas. N ão é q ua lid ad e específica do jo rn a lis ta — m as sim do jo rna lism o .

O ve rd ad e iro jo rn a lis ta é aque le que escreve depressa ém face do acontecim ento do d ia, le van d o um a in fo r­m ação exacta ao le ito r e form ando honestam ente a op in ião p úb lica . T u d o isso sâo ca racte rís ticas , e s t i l ís ­ticas ou não, do jo rn a lism o na sua natu reza p róp ria e, portanto , do es tilo jo rn a lís ­tico na sua ex igência p re li­m inar. Id e ia s c la ras , é outra ex igência do es tilo jo rn a lís ­tico . C la re z a de rac ioc ín io , de modo a separa r do facto ob jec tivo o que é essencia l do que é ac id en ta l, fazer o com entário justo, e fazer com que o le ito r com preenda bem os factos e os com en­tários. T u d o isso m ostra com o o es tilo jo rn a lís t ico é de têm pera in te le c tu a lis ta . O sentim ento, a o b je c t iv i­dade, a especu lação filo só ­fica, ev iden tem en te não po­dem estar ausentes, pois a fin a l o homem é sem pre um todo. M as no jo rn a lism o o que deve dom inar é a in­teligência.

T r i s t ã o d e A t a y d e

OS mtSTRfS do Jornalismo

S C H W A l B A C H

E d u a rd o S ch w a lb a ch foi, sem d ú v id a , um dos vu lto s p roem inentes que ra ras v e ­zes surgem na v id a ag itada da Im prensa.

Se rv iu -a com dedicação sem lim ites , encarnando as v ir tu d e s excelsas dum ba- ta lh ad o r capaz de se s a c ri­f ica r nobrem ente pelos d i­re ito s da V e rd a d e e pelos c lam ores da Ju s t iç a . Com um a generosidade que a si mesmo se exced ia pe la am ­p litu d e dum esforço su r­p reendente e pelo v iv ís s im o e ardoroso exem plo dum a au to ridade que só o m isté ­rio da M orte p oderia suster, deu-lhe a força p rod ig iosa do seu ta lento , o m e lhor da sua in sp iração , a luz mais perene da sua cu ltu ra e da su a sens ib ilid ade . E r a um M estre , um grande M estre, com o q ua l h a v ia sempre m u ito que ap render, sobre­tudo a ad m irá ve l lição do seu ju v e n il en tusiasm o por esta d if ic ílim a tarefa que é su sten tar entre o jo rn a l e o p ú b lico ded icad íssim o l ia ­mes de contacto, de s im pa­t ia e de in teresse.

A c la r iv id ê n c ia de Sch- w a lb ach , robustec ida num

meio aberto a in fin ita s ex­periências, p erm itiu- lhe a excepcional v ir tu d e de pos­s u ir um a v isão m u ito com ­p leta e exacta do que o jo rn a lis ta deve a si, à sua profissão e ao que e a quem e la serve. A sua actuação no jo rna lism o, depois dos clangorosos triu n fo s nessa ou tra arte de esc reve r para 0 púb lico obras p rim as que a h is tó ria do teatro p o rtu ­guês in sc re ve rá nos seus m ais g loriosos fastos, teve a isenção e a c la r id ad e dum a obra ed ificada com carinho.

A m o u devotadam ente o jo rn a l onde não podia de ixar de v in c a r e loquentem ente a sua p e rso n a lid ad e ; em ­p restava ao «D iá r io de JNo- ticias» aque la animação in­terior que os grandes h o ­mens deixam em tudo o que os apaixona. Com o jo r­n a lis ta s e rv iu um a Id e ia , engrandeceu-a, e x a lto u - a , (d irem os até que soube « v i­vê-la»), d ignificando-a com a presença dum a a lta e fe­cunda energ ia, e um op ti­m ism o sau d áve l — luz que deixou a ind a cam inhos i lu ­m inados por onde podem passar de cabeça bem e r ­gu ida quantos v iv e m com exaltação, s a c r i f í c i o , he ­ro ísm o e fé, a a rte com plexa, a profissão ingrata , o d if íc il o fíc io de grande M estre .

J o r n a l i s t a s p a n f l e t á r i o sN a h is tó r ia da Im p rensa

p o r t u g u e s a , o jo rna lism o p an fle tá rio tem as páginas m ais v iv a s e c in tilan tes . G ran des po lem istas foram E m íd io N a va rro — jo rn a ­lis ta que ve io a ser M in is tro das O b ras Pú b lic a s e m i­n istro p len ip o ten c iá rio em P a r is — , B a rro s Lo b o (Bel- dem onio), e H om em C ris to , ág il, profundo, arguto , que dem o liu m uitos ído los com as im p lacáve is ch ibatadas de «O D A v e ir o » .

O pan fle tá rio é um a rt is ta e um pensador, um lite ra to e um filósofo. A v io lê n c ia das suas im precações exige e legância de expressão. Tem de possu ir cu ltu ra v a s t ís ­sima, que lhe pe rm ita ab o r­dar e d is cu t ir todos os as ­suntos. Só desta form a ele poderá m anejar à-vontade, na esgrim a das Id e ias, a pena in subm issa , te r r ív e l com o um látego. Só assim e le poderá c u lt iv a r a Iro n ia su b til e profunda, e e le va r a S á t ir a à e loquência da c r ít ic a sensata e esc larecida. G era lm en te , a T ro ça a tira por te rra os cabotinos. G o ­mes L e a l e sc re v ia em A Morte do Rei Humberto: «Não fo i R a v a il la c que abo­liu em F ra n ça os Bou rb ons, mas sim Beau m arch a is , a garga lhada. N ão foi O rs in i que d estru iu os Bonapartes, mas sim Rochefort, o pan­fleto».

O jo rn a l é um a arm a leal de com bate nas mãos dum p a n f le t á r i o intransigente que tenha a re ve s t ir o seu esp írito de lu tado r um a cou. raça de cu ltu ra intelectual, F ia lh o nos Gatos, Alphonse K a r r nas Guêpes, Ramalho O rtig ão nas Farpas, Tacke- ra y nas pág inas do Punçh foram m estres da polémica e da c r ít ic a ; e, em bora di. ferentes nos m étodos, igua. laram -se pelo b r ilh o da sua com petência como panfle. tários.

N a m edida das suas pos- s ib ilid ades , a in te ligênc ia e a força dum pa lad ino da op in ião con tribuem para en­cam in h ar os hom ens para a Verdade.

J o r n a l i s m o b r a s i l e i r o

N a conferência que efec- I tuou recentem ente na Aca-I dem ia M in e ira de Letras, 0 I escrito r M au r íc io de Medei-1 ros a firm o u : «O jornalismo I é um a c iên c ia e um a arte ! onde a in te lig ên c ia se m u i. ! t ip lic a e a v isão se amplia, I M as, para o púb lico , 0 jo rn a- I lis ta é 0 hom em que fala I de tudo e não sabe de nada», I

— A C asa dos Jo rn a lis ta s» do B r a s i l foi fundada em ! 1908.

— E m 1 de F e ve re iro d e l 1934 faleceu em H am b u rg o !

; 0 jo rn a lis ta .Santos Torres, I no tá ve l polem ista, nascido I j em D iam an tin a (M inas) a E! 13 de O u tu b ro de 1885.

— N asce em 2 de Fe ve-1 : re iro de 1867 em Parana-1 guá (P a ra n á ) o jo rn a lis ta ! N es to r dos Santos, nome! ligado como c rít ico lite rá r io ! ao M ov im en to S im b o lis ta ! b ras ile iro . F a le ce u no Rio I de Ja n e iro em 1932.

— F o i p restada há pouco! hom enagem em Lond res ao ! fundador da im prensa bra-! s ile ira , H ip ó lito Costa. N o ! túm u lo do «pai da im prensa! b ra s ile ira » , — fa lec ido em ! 1823, e sepu ltado na Ig re ja ! de S a n ta M aria , em H u x le y ,! foi co locada nova lage. H i-| pó lito Jo sé da Costa, editou! o «C orre io B ra s ilien se» , que! foi p ub licado na In g la te rra ! de 1808 a 1822 e in troduzido! c landestinam ente no B r a s i l !

C u rio s id ad es d e Im prensa I

A p a la v ra in g lesa News■ (n o tíc ia ) resum e em si »«! le tras dos quatro pontos 1 ca rd e a is : N ort (norte), East! (leste), W e s t (oeste), e SouthH (s u l) ; e por essa razão, di-! zem os ingleses, é que as! no tíc ias nos chegam diária-! m ente do m undo inteiro. I

— U m jo rn a l, que se viu■obrigado a te rm in a r a sflí! pub licação , in se r iu no úl,l tim o n ú m e r o o seguinte* a v is o : j

«Com este núm ero ter-! m ina a pub licação des)2! folha. P r in c ip io u a sua exis ! tência há dez anos, porq“ei k o seu p rop rie tá rio precisav»! de d inheiro . F lo je, extraor-l d in á ria co in c id ê n c ia ! — te®! de lhe pôr term o, exacta! m ente pela mesm a razão’ !

E s t e n ú m e r o d e « A P f ° ’

v í n e i a » fo i v i s a d o pela

C E N S U R A