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Rudolf Theoderich Bühler ESTUDO DE TRANSISTORES AVANÇADOS DE CANAL TENSIONADO São Paulo 2014

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Rudolf Theoderich Bühler

ESTUDO DE TRANSISTORES

AVANÇADOS DE CANAL TENSIONADO

São Paulo

2014

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Rudolf Theoderich Bühler

ESTUDO DE TRANSISTORES

AVANÇADOS DE CANAL TENSIONADO

Tese apresentada à Escola Politécnica da

Universidade de São Paulo para a

obtenção do título de Doutor em Ciências.

São Paulo

2014

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Rudolf Theoderich Bühler

ESTUDO DE TRANSISTORES

AVANÇADOS DE CANAL TENSIONADO

Tese apresentada à Escola Politécnica da

Universidade de São Paulo para a

obtenção do título de Doutor em Ciências.

Área de Concentração:

Engenharia Elétrica / Microeletrônica.

Orientador:

Prof. Dr. João Antonio Martino

São Paulo

2014

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Dedico este trabalho à minha mãe e ao meu pai,

Lourdes Maria Bühler (in memoriam) e

Hermann Theoderich Bühler (in memoriam),

os quais amo muito e devo tudo o que sou.

Dedico também à minha amada e companheira

Vânia Ramos, que alegra a minha vida todos os dias.

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AGRADECIMENTOS

Ao Prof. Dr. João Antonio Martino, orientador, pela amizade, dedicação e

atenção depositados em mim, contribuindo para a realização deste doutorado.

Ao Prof. Dr. Renato Camargo Giacomini, grande amigo e co-orientador, por

toda a dedicação, atenção e apoio que sempre depositou em mim, mesmo nos

momentos mais difíceis, sem nunca deixar de acreditar no meu potencial e futuro.

Aos professores e amigos Dra. Michelly de Souza e Dr. Marcelo Antonio

Pavanello pela amizade, discussões, sugestões e incentivos que foram

fundamentais para o meu crescimento pessoal, profissional e para a conclusão deste

trabalho e aos colegas Dr. Eddy Simoen e Dr. Cor Claeys.

À pesquisadora Paula Agopian pelos trabalhos em conjunto e pelas medidas

experimentais realizadas que foram fundamentais para este trabalho.

Aos amigos do Centro Universitário da FEI e do grupo SOI-CMOS do LSI /

EPUSP pela amizade e companheirismo dados ao longo deste trabalho.

Aos meus amigos de longa data que sempre me apoiaram em todos os

momentos, Marcos Gubiotti e Márcio Souza, que acreditaram em mim e me

ajudaram a vencer obstáculos ao longo desta jornada, além dos SDM e das Fufas.

À minha querida tia, Thillah Bühler, que me deu força e apoio em momentos

difíceis e de pouca fé.

À minha mãe e ao meu pai, Lourdes e Hermann, que acreditaram em mim e

nos meus sonhos até o final, com muito carinho, amor e fé, sem os quais eu não

estaria aqui hoje, sempre me apoiando, mesmo nos meus momentos de ausência.

À minha querida e amada Vânia Ramos, um obrigado muito especial por

acreditar em mim, estender a mão e ficar ao meu lado, com carinho, amor e

confiança, dando-me a força que eu precisei para concluir mais esta etapa da minha

carreira e da minha vida.

Ao CNPq, pelo apoio financeiro indispensável para a realização deste

trabalho.

Aos vários outros amigos, que participaram deste percurso em minha vida e

foram omitidos de forma involuntária.

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“… quanto mais eu vivo, mais eu aprendo que não

importa o quão longe nós viajamos, ou o quão rápido nós

chegamos lá, as descobertas mais profundas não estão

necessariamente além da próxima estrela. Elas estão

dentro de nós, tecidas pelas linhas que nos unem. A

fronteira final começa aqui. Vamos explorá-la juntos.”

Jornada nas Estrelas

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RESUMO

A rápida e crescente demanda por tecnologias que permitam a redução das

dimensões dos transistores planares de porta única leva a uma nova era de

dispositivos tensionados mecanicamente. Os transistores de múltiplas portas

(MuGFET) com canal de silício e o MOSFET planar convencional com canal de

germânio são alguns destes promissores dispositivos avançados a receberem o

tensionamento mecânico para aumento da mobilidade dos portadores.

O tensionamento mecânico uniaxial, biaxial e ambos combinados são

analisados através de simulação numérica de processos e dispositivos e medidas

experimentais em três técnicas de tensionamento diferentes, além da análise de

medidas obtidas de dispositivos experimentais para análise do aumento da

mobilidade dos portadores através da transcondutância máxima. A linha de corte 1D

de cada componente do tensionamento simulado é estudado de acordo com a sua

dependência com a largura, altura, comprimento do canal e materiais utilizados,

assim como a influência que as componentes de tensionamento exercem sobre os

parâmetros elétricos analógicos, como transcondutância, ganho intrínseco de tensão

e frequência de ganho de tensão unitário.

A operação dos dispositivos de silício sobre isolante (SOI – Silicon On

Insulator) MuGFETs de porta tripla com variações no formato da secção transversal

do canal do transistor e variações no comprimento e largura da aleta é estudada em

casos selecionados. Um completo estudo da distribuição do tensionamento mecânico

gerado por tensionamento global e por tensionamento local é realizado em estruturas

com aleta retangular e trapezoidal, juntamente com o impacto destas na mobilidade e

nos parâmetros analógicos são realizados. Estruturas nMuGFET SOI com

comprimento de canal mais curto alcançaram aumentos maiores de mobilidade

utilizando-se o tensionamento uniaxial, enquanto que as estruturas com comprimento

de canal mais longo retornaram maior mobilidade com o tensionamento biaxial,

resultado da diferente efetividade de cada técnica de tensionamento em cada

estrutura.

Estruturas MOSFETs convencionais planares com tensionadores embutidos

na fonte e dreno em canal de germânio para incremento da mobilidade também são

analisadas. Simulações numéricas do processo de fabricação são realizadas e

calibradas com dispositivos experimentais em transistores tipo “n” e tipo “p”,

possibilitando o estudo futuro de estruturas MuGFET de germânio.

Palavras-chave: Mobilidade, SOI, MuGFET, MOSFET, Tensionamento Mecânico, NBD,

Silício, Germânio, Simulação Numérica, Canal Trapezoidal, Nanotecnologia,

Parâmetros Analógicos.

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ABSTRACT

The fast and growing demand for technologies that enable the reduction of

dimensions of planar single gate transistors leads to a new era of mechanically

stressed devices. Multiple gate transistors (MuGFET) with silicon channel and planar

bulk MOSFET with germanium channel are some of these promising advanced

devices to receive the mechanical stress to increase carrier’s mobility.

The uniaxial stress, biaxial stress and both of them combined are analyzed by

process and device numerical simulations in three different strain techniques and also

the analysis of experimental measurements for analysis of carrier’s mobility increase

through maximum transconductance. The 1D cut line of each simulated stress

component is studied according to their dependence on the width, height and length of

the channel and the materials used, as well as the influence that stress components

causes on analog electrical parameters, such as transconductance, intrinsic voltage

gain and unity gain frequency.

The operation of silicon-on-insulator (SOI) triple gate MuGFETs with variations

in the shape of the cross section of the transistor channel and variations in the length

and width of the fin is studied in selected cases. A complete study in the distribution of

the mechanical stress generated by the local and global stress is performed in

rectangular and trapezoidal fins and also the impact of these on mobility and analog

parameters are studied. SOI nMuGFET structures with shorter channel length

achieved higher mobility increases using the uniaxial stress, while structures with

longer channel lengths returned higher mobility using the biaxial stress, result of the

different effectiveness in each stress technique for each structure.

Conventional MOSFET structures with embedded stressors in the source and

drain regions with germanium channel are also analyzed. Numerical process

simulations are realized and calibrated with experimental devices in both “n” and “p”

type transistors, making possible the future study of MuGFET structures with

germanium.

Keywords: Mobility, SOI, MuGFET, MOSFET, Strained Channel, NBD, Silicon,

Germanium, Numerical Simulation, Trapezoidal Channel, Nanotechnology, Analog

Parameters.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Dispositivos SOI MOSFET de porta tripla................................................ 25

Figura 2 – Linha do tempo da evolução das estruturas SOI MOSFET (4). ............... 26

Figura 3 – Ilustração de desenvolvimento da análise do tensionamento mecânico. . 29

Figura 4 – Corte transversal de um transistor SOI nMOSFET. ................................. 32

Figura 5 – Diagramas de faixas de energia em transistores MOS convencionais (a),

transistores SOI parcialmente depletados (b), e transistores SOI totalmente

depletados (c). .................................................................................................. 34

Figura 6 – Parcela das cargas de depleção Qd controladas pela fonte e pelo dreno

para (a) canal longo, e para (b) canal curto. ...................................................... 36

Figura 7 – Representação esquemática da tensão Early. ........................................ 44

Figura 8 – Principais tipos de técnicas de tensionamento mecânico existentes. ...... 45

Figura 9 – (a) desenho esquemático de um MOSFET com as orientações

cristalográficas padrões (b) elipsoides de energia constante no espaço “k”

representando cada uma um vale da banda de energia (c) faixas de energia

para o silício antes e depois do tensionamento mecânico. ................................ 47

Figura 10 – Esquema simplificado das bandas de energia. Alto nível de

tensionamento mecânico e divisão entre os vales maior do que a energia dos

fônons são necessários para reduzir significativamente o espalhamento. ........ 48

Figura 11 – Técnica Contact Etch Stop Layer (CESL), no qual camadas de nitreto de

silício (Si3N4) são depositadas sobre a região da porta e da aleta do transistor,

que induz a tensão mecânica. ........................................................................... 50

Figura 12 – Corte 3D de ¼ de um transistor nMuGFET de porta tripla com as linhas

de tensionamento mecânico tensivo através do processo CESL. ..................... 51

Figura 13 - Substituição das regiões de fonte e dreno (S/D) para indução do

tensionamento mecânico. ................................................................................. 52

Figura 14 – Elipsoides de energia constante no espaço “k” representando cada uma

um vale da banda de energia para o (a) Si tensionado tensivamente e (b) SiGe

tensionado compressivamente. ......................................................................... 53

Figura 15 – Imagens obtidas dos dispositivos fornecidos pelo imec através do

microscópio eletrônico do Laboratório de Sistemas Integráveis da EPUSP (LSI).

......................................................................................................................... 54

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Figura 16 - Visão esquemática do MuGFET porta tripla: (a) longitudinal (b)

transversal. ....................................................................................................... 55

Figura 17 - ¼ da estrutura simulada com as principais partes identificadas. ............ 57

Figura 18 – Máxima transcondutância normalizada, em função do comprimento de

canal. ................................................................................................................ 59

Figura 19 – Variação da transcondutância máxima normalizada, em função do

comprimento de canal. ...................................................................................... 60

Figura 20 - Máxima transcondutância normalizada, em função da largura do canal. 60

Figura 21 - Máxima transcondutância normalizada experimental e simulada, em

função do comprimento de canal. ..................................................................... 61

Figura 22 – Componente de tensionamento uniaxial em Stress-YY, em função do

comprimento de canal. ...................................................................................... 63

Figura 23 – Componente de tensionamento biaxial em Stress-YY em função da

largura do canal. ............................................................................................... 64

Figura 24 - Componentes de tensionamento em Stress-YY em função da altura do

canal. ................................................................................................................ 65

Figura 25 – Corte 3D de ¼ da estrutura de referência tensionada mecanicamente,

obtida por simulação de processo. .................................................................... 67

Figura 26 – (a) Linhas de corte ao longo da aleta mostrando o perfil de

tensionamento mecânico em diferentes alturas (b) Linhas de corte ao longo da

altura da aleta para as quatro estruturas. .......................................................... 68

Figura 27 – Resultados simulados e experimentais da tensão de limiar para VDS = 50

mV. ................................................................................................................... 69

Figura 28 – (a) Resultados simulados e experimentais da transcondutância máxima

para VDS = 50 mV (b) transcondutância na região de saturação para VDS = 600

mV e VGT = 200 mV. ......................................................................................... 70

Figura 29 – (a) Condutância de saída para VDS = 600 mV e VGT = 200 mV (b) tensão

Early para VDS = 600 mV e VGT = 200 mV. ........................................................ 71

Figura 30 – Ganho intrínseco de tensão para VDS = 600 mV e VGT = 200 mV. ......... 72

Figura 31 – Frequência de ganho unitário para VDS = 600 mV e VGT = 200 mV. ...... 72

Figura 32 – Corte da secção transversal de estruturas MuGFET. Aleta com formato

(a) trapezoidal (19) (b) trapezoidal (20) (b) côncavo (21) (c) triangular (22). ..... 74

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Figura 33 – (a) Corte 2D da secção transversal mostrando o trapézio regular e suas

principais partes (b) Perfil 3D do tensionamento mecânico tensivo na aleta

retangular ao longo do canal para o MuGFET tipo n. ........................................ 75

Figura 34 – (a) Perfil de tensionamento mecânico 3D na aleta ao longo do canal para

o transistor RET (b) Perfil de tensionamento mecânico ao longo da aleta em

diferentes alturas. ............................................................................................. 76

Figura 35 – (a) Linhas de corte ao longo da aleta mostrando o perfil de

tensionamento mecânico em diferentes alturas para os três formatos com HFin =

65 nm e LFin = 600 nm e (b) HFin = 32,5 nm e LFin = 600 nm. (c) Linhas de corte

ao longo da altura da aleta para os três formatos. ............................................ 77

Figura 36 – (a) Curvas de transcondutância na região linear em função do formato

da aleta para dispositivos convencionais e tensionados mecanicamente (b)

transcondutância na região de saturação (c) ganho de transcondutância na

saturação com o tensionamento mecânico aplicado. ........................................ 80

Figura 37 – Relação gm/IDS para dispositivos MuGFET convencionais e tensionado

mecanicamente. ................................................................................................ 81

Figura 38 – (a) Condutância de saída na região de saturação em função do formato

da aleta (b) degradação de gd na saturação com o tensionamento mecânico

aplicado (c) tensão Early em função do formato da aleta. ................................. 82

Figura 39 – (a) AV em função do formato da aleta (b) aumento em AV com o

tensionamento mecânico. ................................................................................. 84

Figura 40 – Frequência de ganho de tensão unitário em função do formato da aleta.

......................................................................................................................... 84

Figura 41 – Variações do formato da secção transversal da aleta. .......................... 86

Figura 42 – Resultados simulados e experimentais da (a) tensão de limiar e (b)

inclinação de sublimiar, em função da largura média da aleta. ......................... 86

Figura 43 – Transcondutância simulada e experimental em função da largura média

da aleta. ............................................................................................................ 87

Figura 44 – Relação gm/IDS simulado para comprimento de canal de 100 nm. ......... 88

Figura 45 – Resultados simulados da (a) condutância de saída e (b) tensão Early,

em função da largura média da aleta. ............................................................... 89

Figura 46 – Ganho intrínseco de tensão simulado em função da largura média da

aleta. ................................................................................................................. 90

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Figura 47 – Frequência de ganho de tensão unitário simulado em função da largura

média da aleta. ................................................................................................. 91

Figura 48 – Representações esquemáticas e imagens TEM da secção transversal

do (a) nMOSFET com S/D de Si0,25Ge0,75 em Ge SRB e (b) pMOSFET com S/D

de Ge em s-Ge sobre Si0,5Ge0,5 SRB e (c) pMOSFET com S/D de Ge0,95Sn0,05

em Ge SRB. ...................................................................................................... 94

Figura 49 – Principais etapas de simulação de processo. ........................................ 95

Figura 50 – Tensionamento longitudinal induzido pelos tensores de fonte e dreno

em simulações para MOSFETs tipo “n” e “p”. ................................................... 96

Figura 51 – Dispositivo experimental e simulado para o nMOSFET de r-Ge com S/D

de Si0,25Ge0,75. ................................................................................................... 97

Figura 52 – Dispositivo experimental e simulado para o pMOSFET com S/D de Ge

em s-Ge sobre Si0,5Ge0,5 SRB........................................................................... 97

Figura 53 – Dispositivo experimental e simulado para o pMOSFET de r-Ge com S/D

de Ge0,95Sn0,95. ................................................................................................. 98

Figura 54 - Deformação mecânica vertical (a) e horizontal (b) para nMOSFET com

canal de r-Ge com fonte e dreno de Si0,25Ge0,75. Símbolos representam as

medidas NBD para três pontos de referência diferentes e as linhas representam

simulações. ..................................................................................................... 100

Figura 55 - Imagem Dark-Field STEM, mostrando a presença de extensos defeitos

no r-Ge SRB do nMOSFET. ............................................................................ 101

Figura 56 – Deformação mecânica vertical (a) e horizontal (b) para pMOSFET com

S/D de Ge em s-Ge sobre Si0,5Ge0,5 SRB. Símbolos representam as medidas

NBD para três pontos de referência diferentes e as linhas representam

simulações. ..................................................................................................... 101

Figura 57 – Imagem realçada, mostrando a presença de defeitos no Si0,5Ge0,5 SRB

do pMOSFET. ................................................................................................. 102

Figura 58 – Deformação mecânica vertical (a) e horizontal (b) para pMOSFET com

canal de r-Ge com fonte e dreno de Ge0,95Sn0,05. Símbolos representam as

medidas NBD para três pontos de referência diferentes e as linhas representam

simulações. ..................................................................................................... 102

Figura 59 – Imagem Dark-Field STEM, mostrando a presença de extensos defeitos

no r-Ge SRB e nas regiões de GeSn S/D do pMOSFET. ................................ 103

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Resultados das Simulações Numéricas da Transcondutância

Normalizada e do Tensionamento Médio no Centro do Canal Stress-YY (TMCC-

YY). ................................................................................................................... 64

Tabela 2 – Valores da Inclinação de Sublimiar para Dispositivos MuGFET

Convencionais e Tensionados Mecanicamente. ............................................... 79

Tabela 3 – Valores de Transcondutância Máxima na Região Linear para

Dispositivos MuGFET Convencionais e Tensionados Mecanicamente. ............ 81

Tabela 4 – Matriz de Rigidez (σ=Σc*ε) e Matriz de Conformidade (ε = Σs*σ) do Si ... 99

Tabela 5– Matriz de Rigidez (σ=Σc*ε) e Matriz de Conformidade (ε = Σs*σ) do Ge ... 99

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AC Alternate Current

BOX Buried OXide

CESL Contact Etch Stop Layer

CMOS Complementary Metal-Oxide-Semiconductor

DC Direct Current

DELTA fully DEpleted Lean-channel TrAnsistor

DG Double-Gate

DIBL Drain Induced Barrier Lowering

DOS Density Of States

ENG Equivalent Number of Gates

FD Fully depleted

FinFET Fin Field Effect Transistor

GIFBE Gate Induced Floating Body Effect

HDD High Doped Drain

HH Heavy Holes

IFM Integral Function Method

IMEC Interuniversity Microelectronics Center

LDD Light Doped Drain

LH Light Holes

MOS Metal-Oxide-Semiconductor

MOSFET Metal-Oxide-Semiconductor Field-Effect Transistor

MTC Maximum Transconductance Change

MuGFET Multiple Gate Field Effect Transistor

NFD Near-Fully depleted

PD Partially Depleted

RET Retangular

RIE Reactive Ion Etching

SCEs Short Channel Effects

SGOI SiGe on SOI

SMT Stress Memorization Technique

SOI Silicon-On-Insulator

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SRB Strain Relaxed Buffer

SRH Shockley-Read-Hall

sSOI strained Silicon-On-Insulator

SSOI Strained SOI

STI Shallow Trench Isolation

TG Triple-Gate

TI Trapézio Invertido

TR Trapézio Regular

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LISTA DE SÍMBOLOS

Constante de efeito de corpo. [V1/2] em transistores convencionais.

[adimensional] em transistores SOI.

Parâmetro resultante da associação das capacitâncias do transistor

MOSFET

F Potencial de Fermi da camada de silício [V]

MS Diferença da função trabalho entre metal e semicondutor [V]

MSB Diferença da função trabalho entre o substrato e o canal [V]

MSF Diferença da função trabalho entre o metal de porta e o canal [V]

ox Permissividade do óxido de silício [3,45 x 10-13 F/cm]

S Potencial de superfície do transistor SOI [V]

SB Potencial de superfície da segunda interface do transistor SOI [V]

SF Potencial de superfície da primeira interface do transistor SOI [V]

Si Permissividade do silício [1,06 x 10-12 F/cm]

NA− Concentração de impurezas aceitadoras ionizadas [cm-3]

ND+ Concentração de impurezas doadoras ionizadas [cm-3]

µ0 Mobilidade dos portadores independente do campo elétrico [cm2/V.s]

µac Mobilidade devido ao espalhamento por fônons [cm2/V.s]

µb Mobilidade do substrato [cm2/V.s]

µi,c Mobilidade dos elétrons devido ao espalhamento portador-portador

[cm2/V.s]

µi,DAeh Mobilidade dos elétrons unificando os mecanismos de espalhamento

portador-portador e impurezas ionizadas [cm2/V.s]

µi,L Mobilidade devido ao espalhamento de rede [cm2/V.s]

µi,N Mobilidade devido ao espalhamento de impurezas [cm2/V.s]

µn Mobilidade efetiva dos elétrons [cm2/V.s]

µsr Mobilidade devido à rugosidade de superfície [cm2/V.s]

A Área da secção transversal da região do canal pela qual os elétrons fluem

[cm2]

AV Ganho de tensão de malha aberta em baixa frequência [dB]

Cdepl Capacitância da região de depleção por unidade de área [F/cm2]

Cgb Capacitância entre porta e substrato [F]

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Cgg Capacitância total de porta [F]

Cgs Capacitância entre porta e fonte [F]

Cit1 Capacitância das armadilhas de interface por unidade de área na primeira

interface [F/cm2]

Cit2 Capacitância das armadilhas de interface por unidade de área na

segunda interface [F/cm2]

Cox Capacitância do óxido de porta do transistor MOS por unidade de área

[F/cm2]

Coxb Capacitância do óxido enterrado por unidade de área [F/cm2]

Coxf Capacitância do óxido de porta do transistor SOI por unidade de área

[F/cm2]

CSi Capacitância da camada de silício por unidade de área [F/cm2]

Dn Coeficiente de difusão para elétrons no corpo do transistor [cm2/s]

E Campo elétrico [V/cm]

EA Nível de energia das impurezas aceitadoras [eV]

EC Nível de energia inferior da faixa de condução [eV]

ED Nível de energia das impurezas doadoras [eV]

EF Nível de Fermi do semicondutor [eV]

EFB Nível de Fermi do metal/eletrodo de substrato [eV]

EFM Nível de Fermi do metal/eletrodo de porta [eV]

EFn Nível de Fermi para elétrons [eV]

EFp Nível de Fermi para lacunas [eV]

Eg Largura da faixa proibida [eV]

Ei Nível intrínseco [eV]

EV Nível de energia superior da faixa de valência [eV]

fT Freqüência de ganho de tensão unitário [Hz]

gD Condutância de dreno [S]

gD.sat Condutância de dreno na região de saturação [S]

gm Transcondutância do transistor [S]

gm.máx Transcondutância máxima do transistor [S]

gm/IDS Relação entre a transcondutância e a corrente de dreno do transistor

MOS [V-1]

ℏ Constante de Plank reduzida [1,054 x 10-34 J.s]

HFin Altura da aleta de silício em transistores MuGFETs [m]

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IDS Corrente entre dreno e fonte [A]

IDS.sat Corrente de saturação entre dreno e fonte [A]

IDS/(W/L) Corrente normalizada entre dreno e fonte [A]

k Constante de Boltzmann [1,38066 x 10-23 J/K]

L Comprimento de máscara do canal do transistor [m]

LFin Comprimento total da aleta [m]

Ln Comprimento de difusão dos elétrons [m]

m* Massa efetiva de condutividade

m0 Massa do elétron [9,11 x 10-31 Kg]

mde Densidade de estados da massa efetiva do elétron

mdh Densidade de estados da massa efetiva da lacuna

MG Metal Gate

ml Massa efetiva longitudinal do elétron

mt Massa efetiva transversal do elétron

NA Concentração de impurezas aceitadoras em um semicondutor [cm-3]

NBD Nano-Beam Diffraction

ND Concentração de impurezas doadoras em um semicondutor [cm-3]

ni Concentração intrínseca de portadores [cm-3]

Nit1 Densidade de armadilhas de interface na primeira interface por unidade

de área [F/cm2]

Nit2 Densidade de armadilhas de interface na segunda interface por unidade

de área [F/cm2]

q Carga elementar do elétron [1,6 x 10-19 C]

QD Carga de depleção na camada de silício [C/cm2]

Qdepl Carga de depleção na camada de silício [C/cm2]

Qinvf Carga de inversão no óxido de porta por unidade de área [C/cm2]

Qoxf Carga fixa no óxido de porta por unidade de área [C/cm2]

QSB Carga do silício no substrato por unidade de área [C/cm2]

S inclinação de sublimiar [mV/déc]

T Temperatura absoluta [K]

tbox Espessura do óxido enterrado [m]

toxf Espessura do óxido de porta [m]

tSi Espessura da camada de silício [m]

VB Tensão aplicada no substrato do transistor convencional [V]

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VDS Tensão entre dreno e fonte [V]

VFBF Tensão de faixa plana da estrutura MOS da primeira interface [V]

VGB Tensão aplicada no substrato do transistor SOI [V]

VGB,accB Tensão aplicada no substrato do transistor SOI com a segunda interface

acumulada [V]

VGF Tensão aplicada entre a porta e fonte do transistor SOI [V]

Vgs Tensão alternada aplicada entre porta e fonte do transistor [V]

VGT Sobre-tensão de condução [V]

vsat,n Velocidade de saturação dos elétrons na camada de silício [cm/s]

vsat,p Velocidade de saturação das lacunas na camada de silício [cm/s]

Vth Tensão de limiar de porta do transistor MOSFET convencional [V]

Vth,VB≠0 Tensão de limiar de porta do transistor MOSFET convencional,

adicionando a dependência com a polarização de substrato [V]

Vthf Tensão de limiar de porta do transistor SOI MOSFET [V]

Vthf,accB Tensão de limiar de porta do transistor SOI MOSFET com a segunda

interface acumulada [V]

Vthf,deplB Tensão de limiar de porta do transistor SOI MOSFET com a segunda

interface depletada [V]

Vthf,invB Tensão de limiar de porta do transistor SOI MOSFET com a segunda

interface invertida [V]

W Largura de máscara do canal do transistor [m]

WBase Largura da base da aleta de silício em transistores MuGFET [m]

Wefetivo Largura efetiva da aleta de silício em transistores MuGFET [m]

Wmed Largura média da aleta de silício em transistores MuGFET [m]

WTopo Largura do topo da aleta de silício em transistores MuGFET [m]

xd.máx Profundidade máxima da região de depleção [m]

ε Deformação mecânica (strain) [-]

σ Tensionamento mecânico (stress) [Pa]

Σc Matriz de rigidez (stiffness matrix) [Pa]

Σs Matriz de conformidade (compliance matrix) [Pa-1]

Φgs Potencial da primeira interface descontando a tensão de faixa plana da

primeira interface [VFBF] [V]

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21

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 24

1.1 VARIAÇÕES NAS ESTRUTURAS MOSFET ....................................................................... 24

1.2 OBJETIVOS DO TRABALHO ............................................................................................. 28

1.3 ESTRUTURAÇÃO DA ANÁLISE DO TENSIONAMENTO MECÂNICO .......................................... 29

1.4 ESTRUTURA MUGFET SOI ........................................................................................... 30

1.5 ESTRUTURA MOSFET PLANAR CONVENCIONAL ............................................................. 30

1.6 ORGANIZAÇÃO .............................................................................................................. 31

2 CONCEITOS BÁSICOS .......................................................................................................... 32

2.1 TECNOLOGIA SOI ......................................................................................................... 32

2.1.1 Classificação dos Dispositivos SOI ............................................................................ 33

2.1.2 Efeitos de Canal Curto................................................................................................ 35

2.2 PARÂMETROS ELÉTRICOS DO TRANSISTOR SOI .............................................................. 36

2.2.1 Tensão de Limiar ........................................................................................................ 36

2.2.1.1 Tensão de Limiar no SOI MuGFET .......................................................................... 38

2.2.2 Inclinação de Sublimiar............................................................................................... 39

2.2.2.1 Inclinação de Sublimiar no SOI MuGFET ................................................................. 40

2.2.3 Transcondutância ....................................................................................................... 40

2.2.4 Mobilidade no SOI MuGFET ....................................................................................... 41

2.2.5 Relação gm/IDS ............................................................................................................ 42

2.2.6 Condutância de Saída ................................................................................................ 42

2.2.7 Ganho Intrínseco de Tensão ...................................................................................... 43

2.2.8 Frequência de Ganho de Tensão Unitário .................................................................. 44

2.3 TENSIONAMENTO MECÂNICO DO TRANSISTOR MOSFET ................................................. 44

2.3.1 A Física do Silício Tensionado Mecanicamente ......................................................... 46

2.3.2 Conversão do Tensionamento Mecânico em Deformação Mecânica ......................... 48

2.3.3 Formação do Tensionamento Mecânico..................................................................... 49

2.3.4 Tensionamento Mecânico Uniaxial ............................................................................. 50

2.3.4.1 Deposição de Camadas de Nitreto de Silício – CESL ............................................... 50

2.3.4.2 Substituição das Regiões de Fonte e Dreno............................................................. 52

2.3.5 Tensionamento Mecânico Biaxial ............................................................................... 52

3 O MuGFET SOI COM ALETA RETANGULAR ....................................................................... 54

3.1 APRESENTANDO OS MUGFETS EXPERIMENTAIS ............................................................. 54

3.2 TÉCNICAS DE TENSIONAMENTO MECÂNICO UTILIZADAS ................................................... 55

3.3 SIMULAÇÃO NUMÉRICA DE PROCESSO E DE DISPOSITIVO 3D ............................................ 56

3.4 A CARACTERIZAÇÃO ELÉTRICA ...................................................................................... 58

3.5 ANÁLISE DO TENSIONAMENTO MECÂNICO ATRAVÉS DAS SIMULAÇÕES DE PROCESSO 3D... 62

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22

3.5.1 A componente 1D de Tensionamento no Comprimento e Largura da Aleta............... 62

3.5.2 A componente 1D de Tensionamento na Altura da Aleta ........................................... 65

3.6 VARIAÇÕES DIMENSIONAIS NA FORMAÇÃO DA ALETA ....................................................... 66

3.7 ANÁLISE DO TENSIONAMENTO MECÂNICO ATRAVÉS DAS SIMULAÇÕES DE PROCESSO 3D... 66

3.8 A CARACTERIZAÇÃO ELÉTRICA ...................................................................................... 68

3.8.1 Tensão de Limiar ........................................................................................................ 68

3.8.2 Transcondutância ....................................................................................................... 69

3.8.3 Condutância de Saída e Tensão Early ....................................................................... 70

3.8.4 Ganho Intrínseco de Tensão ...................................................................................... 71

3.8.5 Frequência de Ganho Unitário .................................................................................... 72

4 O MuGFET SOI COM ALETA TRAPEZOIDAL ...................................................................... 73

4.1 VARIAÇÕES DECORRENTES DA CORROSÃO DO SILÍCIO ................................................... 73

4.2 SIMULAÇÃO NUMÉRICA DE PROCESSO E DISPOSITIVO 3D ................................................ 74

4.3 A COMPONENTE 1D DE TENSIONAMENTO NO ESTUDO DA DIMENSÃO E FORMATO DA ALETA

75

4.4 A CARACTERIZAÇÃO ELÉTRICA ...................................................................................... 79

4.4.1 Tensão de Limiar e Inclinação de Sublimiar ............................................................... 79

4.4.2 Transcondutância e Relação gm/IDS ............................................................................ 79

4.4.3 Condutância de Saída e Tensão Early ....................................................................... 82

4.4.4 Ganho Intrínseco de Tensão ...................................................................................... 83

4.4.5 Frequência de Ganho de Tensão Unitário .................................................................. 84

5 O MuGFET SOI COM ALETA CÔNCAVA OU CONVEXA ..................................................... 85

5.1 SIMULAÇÃO NUMÉRICA DE DISPOSITIVO 3D .................................................................... 85

5.1 A CARACTERIZAÇÃO ELÉTRICA ...................................................................................... 86

5.1.1 Tensão de Limiar e Inclinação de Sublimiar ............................................................... 86

5.1.2 Transcondutância e Relação gm/IDS ............................................................................ 87

5.1.3 Condutância de Saída e Tensão Early ....................................................................... 89

5.1.4 Ganho Intrínseco de Tensão ...................................................................................... 90

5.1.5 Frequência de Ganho de Tensão Unitário .................................................................. 90

6 O MOSFET PLANAR TENSIONADO COM CANAL DE GERMÂNIO .................................... 92

6.1 MOSFETS UTILIZADOS NO ESTUDO EXPERIMENTAL ........................................................ 92

6.2 TÉCNICA DE TENSIONAMENTO MECÂNICO UTILIZADA ....................................................... 93

6.3 SIMULAÇÃO NUMÉRICA DE PROCESSO ............................................................................ 94

6.4 ANÁLISE DA DEFORMAÇÃO GERADA PELA FONTE E DRENO .............................................. 97

7 CONCLUSÕES E SEQUÊNCIA DE TRABALHO ................................................................. 104

PUBLICAÇÕES GERADAS DURANTE O DOUTORADO ................................................................ 109

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................................. 113

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23

APÊNDICE A ..................................................................................................................................... 121

APÊNDICE B ..................................................................................................................................... 127

APÊNDICE C ..................................................................................................................................... 144

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24

1 INTRODUÇÃO

A contínua evolução e redução das dimensões dos transistores da tecnologia

CMOS (Complementary Metal-Oxide Semiconductor - Metal-Óxido Semicondutor

Complementar) convencional vem seguindo a tendência descrita pela Lei de Moore

(1). Segundo esta lei, a densidade de transistores em circuitos integrados duplica a

cada dois anos e novas tecnologias vêm permitindo manter um bom desempenho

em escalas sub-micrométricas. Este é um dos principais desafios da indústria de

semicondutores, devido aos diversos efeitos indesejados resultantes da redução do

comprimento de canal, também conhecidos como efeitos de canal curto (2,3).

1.1 VARIAÇÕES NAS ESTRUTURAS MOSFET

O aumento da mobilidade, seja ela de elétrons em dispositivos tipo “n” ou seja

ela de lacunas em dispositivos tipo “p”, é um dos grandes desafios enfrentado por

aqueles que atuam na área de semicondutores. Como mantê-la sempre crescente

com a redução das dimensões, redução do consumo de energia e aumento da

densidade dos transistores é um questionamento contínuo. E é para esta questão

que diferentes estruturas, diferentes técnicas de fabricação, simulação e diversos

caminhos de estudo da mobilidade serão abordados ao longo deste trabalho.

O tensionamento mecânico em dispositivos SOI (Silicon-On-Insulator – Silício

Sobre Isolante) MOSFET de múltiplas portas (MuGFET) e em dispositivos planares

com canais de germânio apresentam-se como uma alternativa frente às estruturas

MOS sem tensionamento. O uso do tensionamento mecânico do canal é uma

ferramenta que vem possibilitar a melhora do desempenho dos dispositivos sem que

ocorra a redução das dimensões dos mesmos através do aumento da mobilidade

dos portadores, que leva ao aumento da corrente de dreno (4).

Na tecnologia SOI CMOS, os dispositivos são construídos sobre uma fina

camada de silício, separada do substrato por um óxido isolante. Esta camada de

isolante possui a função de isolar a região ativa da região de substrato, visando

minimizar efeitos parasitários indesejados decorrentes da redução das dimensões do

dispositivo, como a maior influência das capacitâncias de junção e influências sobre

a tensão de limiar pela redução do comprimento de canal (2). A demanda da

indústria de semicondutores pela melhora do desempenho em aplicações de alta

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velocidade e baixa potência é contínua e vem alimentando o desenvolvimento da

tecnologia CMOS ao longo da corrida pela redução do tamanho dos dispositivos.

Infelizmente, as técnicas tradicionais de redução do tamanho não são mais

suficientes para impulsionar o desempenho dos dispositivos e vão além da evolução

da estrutura MOS convencional para a tecnologia SOI planar, de forma que novos

métodos de processo se fazem por necessários, como por exemplo, a união do uso

do tensionamento mecânico com as estruturas em aleta, para alcançar este objetivo.

Dispositivos MuGFET são formados geralmente por duas, três ou quatro

portas, podendo ser independentes ou interconectadas, como o caso do transistor

de porta tripla, ilustrado na figura 1 (a) e (b), com as principais partes identificadas,

as regiões de fonte, dreno, porta, óxido de porta e óxido enterrado, a largura da aleta

(WFin), a altura da aleta (HFin) e o comprimento de canal. Neste exemplo, existem

três planos de porta interligados formando um único contato elétrico (eletrodo), as

regiões do canal, fonte, dreno e suas extensões, além do óxido de porta, óxido

enterrado, substrato e eletrodos. A camada de silício é delimitada pelo óxido

enterrado localizado logo abaixo. O uso de múltiplas portas em torno do canal

melhora a distribuição e o controle dos portadores na região ativa do dispositivo (5).

Figura 1 – Dispositivos SOI MOSFET de porta tripla.

(a) (b)

Fonte: Bühler (2009)

As estruturas MuGFET foram desenvolvidas e algumas delas tornaram-se

atrativas devido à sua razoável simplicidade de implementação no processo de

fabricação já existente na tecnologia SOI CMOS planar. Tais estruturas permitem a

redução do comprimento de canal a dimensões inferiores a 22 nm (17) pela

minimização do efeito de canal curto (6,7,8), permitindo a elevação da corrente de

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dreno. A figura 2 ilustra a evolução dos SOI MOSFET em direção aos dispositivos de

portas múltiplas ao longo dos anos (4).

Figura 2 – Linha do tempo da evolução das estruturas SOI MOSFET (4).

Fonte: Colinge, J. P. (2006)

Os MuGFETs permitem transpor as limitações de tamanho dos dispositivos

planares através do bom acoplamento entre canal e porta obtido nestas estruturas,

reduzindo os efeitos de canal curto e melhorando a corrente de dreno (9). De forma

geral, os MuGFETs são construídos utilizando uma aleta definida pela corrosão da

camada de silício da lâmina SOI, apesar de lâminas bulk já estar em uso. A porta

auto alinhada é construída em torno da aleta através das etapas de deposição. O

uso do tensionamento mecânico aplicado nos dispositivos MOSFETs pode aprimorar

a mobilidade através da redução dos mecanismos de espalhamento, levando a

queda da resistência do canal e, consequentemente, elevando a corrente de dreno,

melhorando seu desempenho (10). Para os MOSFETs tipo “n”, o desempenho do

dispositivo é melhorado utilizando o tensionamento do tipo tensivo na camada de

silício, obtido através do processo biaxial global (11) ou pelo tensionamento do tipo

tensivo uniaxial através da técnica CESL (Contact Etch stop Layer) (49) ou

combinando ambas as tecnologias (12).

O MuGFET de porta tripla possui três portas interconectadas construídas

sobre três lados da aleta, com a fonte e o dreno localizados nas extremidades da

aleta. Como resultado, a corrente de dreno flui pelos três planos do canal

controlados pela porta. O aumento do controle da porta sobre a região ativa do canal

é um dos principais benefícios deste tipo de estrutura, aumentando a imunidade do

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canal à influência do campo elétrico longitudinal induzido pelas regiões de fonte e

dreno, além de eventuais polarizações do substrato que podem influenciar as

condições de operação do dispositivo (totalmente ou parcialmente depletado) (13).

Reduzindo-se a espessura (largura) da aleta, a proporção de corrente elétrica

de dreno que fluirá pelas paredes laterais do dispositivo será superior à parcela que

fluirá pelo topo do canal, aproximando-se do comportamento de um transistor de

porta dupla. Para aletas com largura maior do que 500 nm, a corrente de dreno que

flui pelo topo do canal será proporcionalmente maior do que a corrente fluindo pelas

laterais do canal. Neste caso, o transistor se comportará como um transistor planar

de porta única.

A estrutura MuGFET também apresenta boas características elétricas tanto

em aplicações analógicas quanto digitais (14), operando em frequência de ganho de

tensão unitário e ganho intrínseco de tensão elevada (15). Nestas estruturas, o

transporte dos portadores ocorre em diferentes planos cristalográficos, pois a

superfície do topo da aleta e das paredes laterais têm diferentes orientações. Isto

leva a uma distribuição não uniforme da corrente de dreno entre os planos do canal

(16), uma vez que a mobilidade dos elétrons e das lacunas na camada de silício é

dependente da orientação cristalográfica. Alguns dispositivos MuGFETs vêm sendo

estudados pela indústria de semicondutores, como a Intel, IBM, AMD e Toshiba com

aplicação, por exemplo, em células de memória SRAM e processadores (17). Uma

configuração de MuGFET com possível aplicação comercial é a estrutura de porta

tripla e baseada no conceito do transistor DELTA (18), que possui porta dupla.

Um problema que afeta principalmente os dispositivos de estruturas verticais

ocorre durante o processo de corrosão do silício. No processo podem ocorrer

imperfeições ao longo das paredes laterais da aleta (fin) de silício, que darão origem

à região do canal. Com isso, o que originalmente seria uma aleta com a secção

transversal retangular, termina por apresentar paredes laterais não paralelas,

podendo assumir formas diversas, dentre as quais as mais usuais são as formas

trapezoidais (19,20), côncavas (21) ou até mesmo triangulares (22).

A tecnologia do tensionamento mecânico, utilizada para aumentar a

mobilidade dos portadores, já existe há algum tempo (23), assim como a tecnologia

de portas múltiplas (do inglês Multiple Gate Field Effect Transistor – MuGFET) (24).

Recentemente ambas as tecnologias ganharam a atenção da indústria de

semicondutores, surgindo como papéis chave, considerando a crescente e

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incessante demanda de desempenho (25) e a necessidade de se ter um controle

mais eficiente sobre as cargas presentes na região ativa do canal.

A tecnologia do silício tensionado mecanicamente vem sendo empregado

pela indústria de semicondutores para melhora da mobilidade dos portadores nos

transistores, sejam eles de estrutura planar ou vertical. São dois os principais tipos

de tensionamento mecânico: uniaxial (aplicado ao longo do canal do dispositivo) e

biaxial (aplicado na direção da largura e do comprimento do canal), dependendo do

processo de fabricação empregado. É dito que o tensionamento mecânico veio

como um novo alento para a indústria de semicondutores, junto de outras

tecnologias como o óxido de alta constante dielétrica, permitindo prolongar o uso de

dispositivos na tecnologia planar e mantendo a Lei de Moore (1).

1.2 OBJETIVOS DO TRABALHO

Tendo como foco a contínua evolução dos transistores MOSFET e a forte

demanda por melhor desempenho elétrico dos mesmos, o presente trabalho tem

como objetivos estudar técnicas para melhorar a mobilidade de portadores nos

transistores para aumento de parâmetros como transcondutância, frequência de

ganho de tensão unitário e ganho intrínseco de tensão através da redução do

espalhamento de portadores na rede cristalográfica com redução da resistência no

canal e consequente aumento da corrente de dreno. Para tal, serão utilizadas

estruturas tridimensionais, técnicas de tensionamento mecânico local ou global em

transistores SOI tridimensionais com canal de silício e transistores planares com

canal de germânio.

As implementações de tais tecnologias exigem diferentes etapas de processo

de fabricação e que impactam diversos parâmetros de funcionamento dos

dispositivos. Por tal motivo, os processos de fabricação e os principais parâmetros

elétricos dos transistores submetidos ao tensionamento mecânico são analisados

através de simulações numéricas 3D e com dados obtidos experimentalmente,

buscando entender melhor o que ocorre com o tensionamento mecânico nas

simulações numéricas para melhorar o processo de fabricação experimental. Em

casos selecionados de dispositivos tridimensionais, secções transversais da aleta do

canal serão estudadas em formatos não retangulares (trapezoidal, côncavo e

convexo), além do uso de outros materiais do grupo IV da tabela periódica para

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construção das regiões de canal, fonte, dreno e substrato do transistor para a

melhora da mobilidade de seus portadores, sendo o tensionamento tensivo para

transistores tipo “n” e compressivo para transistores tipo “p”.

1.3 ESTRUTURAÇÃO DA ANÁLISE DO TENSIONAMENTO MECÂNICO

O tensionamento mecânico biaxial, uniaxial e biaxial mais uniaxial

combinados são analisados através de simulação numérica 3D de processo e de

dispositivo, e medidas experimentais são realizadas. O perfil 1D de cada

componente do tensionamento simulado é estudado de acordo com a sua

dependência com a largura, altura, comprimento do canal e materiais utilizados

(silício ou germânio), assim como a influência que os componentes de

tensionamento exercem sobre alguns dos principais parâmetros elétricos analógicos.

Desenvolvimento da análise do tensionamento mecânico nas diferentes

arquiteturas e técnicas é ilustrado na figura 3.

Figura 3 – Ilustração de desenvolvimento da análise do tensionamento mecânico.

Fonte: Bühler (2014)

Indução do tensionamento mecânico

Tensionamento global

SiGe SRBEncapsu-lamento

SSOI, SGOI

Tensionamento local

Silicetos, STI, MG

CESL SMTEngenharia de S/D

Si SiGe

Semicondutor (Si)

Fonte (Si)

Porta

Dreno (Si)

Substrato

Nitreto SiGe SRB

Tensivo CESL

Engenharia

de S/D

Semicondutor (Ge)

Fonte (Si)

Porta

Dreno (Si)

Substrato

SiGe SRB

Compressivo

Si SiGe

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1.4 ESTRUTURA MUGFET SOI

Inicialmente, a arquitetura MuGFET SOI com canal de silício retangular é

adotada e estudada desde sua construção, sendo realizada a apresentação

detalhada das estruturas experimentais, a descrição dos tipos de tensionamento

mecânico utilizados, a simulação do processo de fabricação, a análise do perfil de

tensionamento mecânico e a posterior caracterização elétrica.

Variações na altura e no comprimento total da aleta são realizadas através de

simulações ajustadas com dispositivos experimentais e comparadas com os

mesmos, estudando como tais variáveis dimensionais impactam na indução do

tensionamento mecânico uniaxial e nos parâmetros analógicos.

Na literatura são conhecidos diversos casos com MuGFETs nos quais a

corrosão do silício para definição das aletas durante o processo de fabricação ocorre

não uniformemente, levando em conta a variações no formato do canal que podem

assumir formas não retangulares. O comportamento do tensionamento mecânico

uniaxial e dos parâmetros analógicos também são estudados neste caso com

transistores MuGFETs que tenham como resultado um canal trapezoidal. Em

dispositivos com canal côncavo ou convexo, o impacto dessas deformações nos

parâmetros analógicos também é analisado.

1.5 ESTRUTURA MOSFET PLANAR CONVENCIONAL

A estrutura MOSFET planar com canal de germânio também é estudada em

detalhes. O dispositivo é replicado através da simulação numérica de processo 2D

seguindo o processo original experimental e o tensionamento mecânico é ajustado

com o mesmo dispositivo experimental através de medidas da deformação da

estrutura cristalográfica do germânio. Juntamente, o substrato de germânio crescido

epitaxialmente é estudado e a densidade de defeitos existentes em sua estrutura é

observada. O tensionamento mecânico é gerado utilizando a técnica de substituição

da fonte e do dreno por outra liga de materiais que gerará o tensionamento do canal

de germânio e a forma que a fonte e o dreno assumem durante a sua deposição

também afeta o comportamento do tensionamento mecânico e todos estes casos

serão analisados.

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31

1.6 ORGANIZAÇÃO

Este trabalho está organizado em sete capítulos. O primeiro capítulo, este, faz

uma breve introdução ao tema do trabalho. O segundo trata dos conceitos básicos,

necessários para o correto entendimento dos tópicos abordados nos capítulos

seguintes. Os capítulos de três a seis discutem os resultados decorrentes das

medidas experimentais e simulações numéricas. No capítulo sete, são apresentadas

as conclusões do trabalho, juntamente com a recapitulação dos principais tópicos e

resultados, seguidos das propostas de sequência do trabalho. A seguir, uma lista

com as publicações geradas ao longo do doutorado, até o momento, é apresentada,

seguida pelas referências bibliográficas.

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2 CONCEITOS BÁSICOS

Neste capítulo, será apresentada a tecnologia SOI e o tensionamento

mecânico, descrevendo sua estrutura, classificação por modos de operação e as

principais características analógicas destes dispositivos.

2.1 TECNOLOGIA SOI

Na tecnologia SOI, os transistores são construídos em uma fina camada de

silício sobre uma camada de óxido enterrado que atua como um isolante elétrico

(BOX – Buried Oxide). A figura 4 ilustra o corte transversal de um transistor SOI

MOSFET de canal tipo “n”, onde toxf representa a espessura do óxido de porta, tSi a

espessura da camada de silício, tbox a espessura da camada de óxido enterrado e

VGF, VS, e VD as tensões aplicadas nos terminais de porta, fonte e dreno,

respectivamente (2).

Figura 4 – Corte transversal de um transistor SOI nMOSFET.

Fonte: Bühler (2009)

Entre um transistor e outro, existe um óxido de campo, que chega até o BOX,

isolando eletricamente os transistores entre si. Isto reduz os efeitos indesejados das

junções parasitárias que são comuns na tecnologia CMOS convencional,

dispensando a criação de regiões mais dopadas entre os transistores (2). Há

também a redução das capacitâncias de junção e entre regiões de fonte e dreno

Substrato

Óxido Enterrado

N+ N+ P

Óxido de Porta

Porta

Porta (VGF)

Substrato (VGB)

Fonte (VS) Dreno (VD)

1ª interface

2ª interface

3ª interface

toxf

tbox

tSi

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com o substrato. O processo de fabricação da lâmina SOI é complexo e caro, mas,

em contrapartida, possui o atrativo da construção do transistor MuGFET na lâmina

de silício SOI ser mais simples que no processo convencional, vantagem que se

soma às discutidas anteriormente (2).

2.1.1 Classificação dos Dispositivos SOI

Os dispositivos SOI MOSFETs podem ser classificados dependendo do seu

modo de funcionamento ou operação. Quanto ao modo de operação, são dois os

modos dos transistores SOI MOSFETs, o modo enriquecimento e o modo

acumulação, sendo o primeiro modo o mais comumente utilizado em

transistores SOI nMOSFETs e o segundo modo em transistores SOI pMOSFETs.

Se a classificação for feita pelo modo de funcionamento, esta depende da

espessura da camada de silício (tSi), da concentração de dopantes da camada

(NA ou ND) e da temperatura (T), que exercem influência sobre a extensão

da camada de depleção (2). Nos dispositivos MOS convencionais, a espessura

máxima da camada de depleção xd.máx formada ao ser aplicada uma tensão igual ou

superior à tensão de limiar no eletrodo de porta do dispositivo é descrita pela

equação (1) e é ilustrada na figura 5 (a) (2):

xd.máx = √2 ∙ εSi ∙ 2 ∙ ϕF

q ∙ NA (1)

εSi representa a permissividade do silício, F=(k*T/q)*ln(NA/ni) é o potencial de

Fermi, NA e ni são a concentração de impurezas aceitadoras e a concentração

intrínseca, respectivamente, k é a constante de Boltzmann, q é a carga elementar do

elétron e T é a temperatura absoluta.

A dependência com a espessura da camada de silício que há nos transistores

da tecnologia SOI é muito importante e leva a três tipos distintos de dispositivos, que

são o totalmente depletado, o perto da depleção total e o parcialmente depletado (2).

A figura 5 apresenta os diagramas de faixa de energia do transistor MOS

convencional (a), do transistor SOI parcialmente depletado (b) e do transistor SOI

totalmente depletado (c), polarizados na tensão de porta igual à tensão de limiar (2).

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Figura 5 – Diagramas de faixas de energia em transistores MOS convencionais (a), transistores SOI parcialmente depletados (b), e transistores SOI totalmente depletados (c).

(a) (b) (c)

Fonte: Bühler (2009)

Na figura 5, EV e EC são, respectivamente, o nível energético superior da

Faixa de Valência e o nível energético inferior da Faixa de Condução, EI representa

o nível Intrínseco, EF é o nível de Fermi do semicondutor e EFM e EFB representam,

respectivamente, o nível de Fermi do eletrodo de porta e o nível de Fermi do

substrato. VGF e VGB são as tensões aplicadas à primeira e à segunda porta,

respectivamente (2).

No caso do transistor parcialmente depletado (Partially Depleted

SOI – PDSOI), a espessura da camada de silício é maior que duas vezes a

espessura máxima da camada de depleção (tSi > 2.xd.máx), fazendo com que nunca

exista qualquer interação entre as regiões de depleção originadas a partir da

primeira e da segunda interfaces, independentemente das tensões aplicadas na

porta e no substrato, restando, portanto, uma faixa neutra entre as duas regiões,

como apresentado na figura 5 (b). Se um contato elétrico for ligado à região neutra

do silício e for aterrado, o transistor terá um comportamento semelhante à de um

transistor MOSFET convencional, mas, caso a região neutra do silício seja deixada

flutuando, o transistor poderá sofrer alguns efeitos indesejados de corpo flutuante,

como o efeito da elevação abrupta da corrente (efeito Kink) e o efeito do transistor

bipolar parasitário NPN (26).

O transistor totalmente depletado (Fully Depleted SOI – FDSOI) possui uma

fina camada de silício que forma a região do canal, a qual é menor que a espessura

máxima da camada de depleção (tSi < xd.máx) e, com isso, para tensões de porta igual

ou superior à tensão de limiar do dispositivo, as regiões de depleção provindas de

ambas as interfaces estarão sempre em contato e seguramente todo o canal estará

depletado, como apresentado na figura 5 (c), desde que não ocorra uma polarização

de substrato negativa o suficiente para que se forme uma camada de acumulação

EI

EC

EF

EV

tSi

Óxid

o d

e P

ort

a

Óxid

o E

nte

rra

do

EFM

M

EFB

VGF VGB

EI

EC

EF

EV

Xd.máx Xd.máx

tSi

Óxid

o d

e P

ort

a

Óxid

o E

nte

rra

do

EFM

M

EFB

VGF VGB

EI

EC

EF

EV

Xd.máx

Óxid

o d

e P

ort

a

EFM

M

VGS

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35

junto à segunda interface. Tal característica permite que o dispositivo esteja com os

potenciais de ambas as interfaces eletricamente acoplados, apresentando

vantagens muito interessantes, quando comparado aos demais dispositivos SOI,

como a alta transcondutância (27), menor susceptibilidade ao efeito de canal curto

(28), melhor comportamento na região de sublimiar e imunidade ao efeito Kink (2).

Um terceiro caso pode ainda existir, onde o dispositivo pode estar totalmente

depletado ou parcialmente depletado, dependendo da polarização da porta e do

substrato. Nesta situação temos um dispositivo classificado como perto da depleção

total (Near Fully Depleted SOI – NFDSOI), com uma camada de silício de espessura

média, que possui uma operação intermediária entre os dois casos descritos

anteriormente e, portanto, a espessura da camada de silício fica entre uma e duas

vezes a espessura máxima da camada de depleção (xd.máx < tSi < 2.xd.máx). Caso as

polarizações da porta e do substrato sejam tais que as zonas de depleção provindas

de ambas as interfaces se encontrem, o dispositivo se comportará como um

transistor totalmente depletado, figura 5 (c), entretanto, se as zonas de depleção não

se encontrarem, o dispositivo irá se comportar como um transistor parcialmente

depletado, figura 5 (b) (2).

2.1.2 Efeitos de Canal Curto

Conforme o comprimento de canal é reduzido no transistor convencional, a

largura da camada de depleção das junções de dreno e de fonte torna-se

comparável ao comprimento do canal. Dessa forma, a distribuição do potencial no

canal depende do campo elétrico transversal e longitudinal (controlados pelas

polarizações de porta/substrato e dreno respectivamente). Sendo assim, a

distribuição do potencial torna-se bidimensional e a aproximação do canal gradual

com o campo transversal muito superior ao longitudinal não é mais válida. A

dependência do potencial com o campo elétrico longitudinal resulta na degradação

da inclinação de sublimiar, dependência da tensão de limiar com o comprimento do

canal e tensões de polarização e comprometimento da corrente de dreno na

saturação de dreno devido à sobreposição das regiões de carga espacial do dreno e

da fonte, fazendo com que a corrente flua pelo substrato (punch-through), o que

limita a tensão máxima de operação do transistor (2).

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36

Figura 6 – Parcela das cargas de depleção Qd controladas pela fonte e pelo dreno para (a) canal longo, e para (b) canal curto.

(a) (b)

Fonte: Bühler (2009)

A utilização da tecnologia SOI minimiza a degradação do desempenho do

transistor causada pelos efeitos de canal curto. A figura 6 (a) e (b) apresenta a

redução do comprimento do canal e o comportamento do volume da camada de

depleção da porta, dreno e fonte. Na tecnologia SOI, a largura da camada de

depleção das junções de dreno e fonte mantém-se relativamente menores do que o

comprimento do canal, portanto, minimizando os efeitos de canal curto.

2.2 PARÂMETROS ELÉTRICOS DO TRANSISTOR SOI

Nesta seção, são apresentados os principais parâmetros elétricos nos

transistores SOI utilizados nos capítulos posteriores, focando os dispositivos

totalmente depletados planares de porta única.

2.2.1 Tensão de Limiar

A tensão de limiar de um MOSFET planar de porta única é classicamente

definida como sendo a tensão que, quando aplicada no eletrodo de porta, eleva o

potencial na superfície da camada de silício para 2 ∙ F. No MOSFET convencional

de canal tipo “n” e nos SOI MOSFET parcialmente depletados ou quase totalmente

depletados cujas depleções não estejam em interação, a tensão de limiar (Vth) é

expressa por (2):

Vth=VFB + 2 ∙ ϕF +q ∙ NA ∙ xd.máx

Cox, onde: VFB = ϕMS −

Qox

Cox e Cox =

εox

tox (2)

Substrato

Óxido Enterrado

Fonte Dreno Qd

d

d

Substrato

Óxido Enterrado

Fonte Dreno Cargas de depleção

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37

VFB é a tensão de faixa plana, MS é a diferença da função trabalho do metal-

silício, Qox é a densidade de carga efetiva fixa no óxido de porta por unidade de

área, Cox a capacitância do óxido e ox a permissividade do óxido.

Nos transistores SOI MOSFET totalmente depletados, as relações que

descrevem o acoplamento das cargas existentes entre a porta e o substrato,

derivadas das equações de Lim & Fossum, são apresentadas nas equações (3) e

(4), desprezando-se as armadilhas de interface (29):

VGF = ϕMSF −Qoxf

Coxf+ (1 +

CSi

Coxf) ϕSF −

CSi

CoxϕSB −

12 Qdepl + Qinvf

Coxf (3)

VGB = ϕMSB −Qoxb

Coxb−

CSi

CoxbϕSF + (1 +

CSi

Coxb) ϕSB −

12 Qdepl + QSB

Coxb (4)

onde Qoxf e Qinvf são as densidades de carga fixa e de carga de inversão na primeira

interface do transistor SOI (Qinvf < 0) por unidade de área. Qdepl = – q∙NA∙tSi é a carga

de depleção na camada de silício por unidade de área, Qoxb é a carga fixa na

segunda interface por unidade de área e QSB é a densidade de carga de inversão

(QSB < 0) ou de acumulação (QSB > 0) da segunda interface por unidade de área.

MSF e MSB são respectivamente a diferença de função trabalho entre a porta e a

camada de silício e a diferença de função trabalho entre o substrato e a camada de

silício. Coxf e Coxb são, respectivamente, as capacitâncias do óxido de porta e do

óxido enterrado do dispositivo por unidade de área. CSi é a capacitância de depleção

do canal de silício por unidade de área, sendo que, se o dispositivo for totalmente

depletado, a capacitância ficará limitada à espessura da camada de silício.

As equações (3) e (4) descrevem as relações de acoplamento entre a porta e

o substrato em um SOI nMOSFET totalmente depletado. Combinando-as, chegamos

à dependência da tensão de limiar do dispositivo (Vthf):

Segunda interface acumulada (Vthf,accB) (SF = 2∙F, SB = 0 e Qinvf = 0):

Vthf,accB = ϕMSF −Qoxf

Coxf+ (1 +

CSi

Coxf) 2 ∙ ϕF −

Cdepl

2 ∙ Coxf (5)

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38

Segunda interface invertida (Vthf,invB) (SF = 2∙F, SB = 2∙F e Qinvf = 0):

Vthf,invB = ϕMSF −Qoxf

Coxf+ 2 ∙ ϕF −

Cdepl

2 ∙ Coxf (6)

Segunda interface depletada (Vthf,deplB) (SF = 2∙F e Qinvf = QSB = 0):

Vthf,deplB = Vthf,accB −CSi ∙ Coxb

Coxf(CSi + Coxb)+ (VGB − VGB,accB ) (7)

VGB,accB é a tensão aplicada ao substrato que leva à sua acumulação. Estas

equações são válidas apenas caso as espessuras das regiões de inversão e

acumulação sejam desprezíveis.

2.2.1.1 Tensão de Limiar no SOI MuGFET

A definição utilizada anteriormente na seção 2.2.1 de que a tensão de limiar

(Vth) é atingida quando S = 2 F e, portanto, o dispositivo opera em inversão forte

não é mais válida para dispositivos de porta dupla onde, ao contrário do MOSFET

planar de porta única, a corrente de dreno surge já no regime de inversão fraca (30).

Além disso, transistores com porta tripla, quádrupla, Π ou Ω podem apresentar mais

de uma tensão de limiar devido à inversão do canal em regiões diferentes pelo efeito

de canto.

Um modelo para transistores SOI de porta dupla no modo de inversão foi

desenvolvido por Poiroux et al. (31) e é apresentada na equação (8), onde ℏ é a

constante de Plank reduzida com valor igual a 1,054 x 10-34 J.s e m* é a massa

efetiva de condutividade. Este modelo permite explicar o aumento da tensão de

limiar com a redução da largura da aleta, normalmente visto na literatura. O autor

parte da condição na qual para dispositivos totalmente depletados a capacitância de

depleção pode se tornar muito pequena se comparada à capacitância de óxido de

porta, de forma que os portadores no canal são formados majoritariamente por

cargas de inversão. Baseado nisso, o modelo de tensão de limiar para dispositivos

finos / estreitos de portas múltiplas com canal fracamente dopado é apresentado,

composto por três termos: diferença da função trabalho, potencial do canal e

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39

contribuição pelo efeito de confinamento. O último termo é apenas significante para

larguras de aletas abaixo dos 7 nm. Com a redução da largura da aleta de silício, o

potencial do canal supera 2·f e a concentração de portadores no canal torna-se

maior do que a observada para aletas mais largas, levando ao aumento de Vth.

Vth.porta dupla = ∆ϕMS +k ∙ T

qln (

2 ∙ Cox ∙ k ∙ T

q2 ∙ ni ∙ tSi) +

ℏ2 ∙ π2

2 ∙ q ∙ m∗ ∙ tSi2 (8)

Nos transistores de canal vertical, a dependência da tensão de limiar com a

largura da aleta de silício (WFin) possui a mesma relação que a espessura do filme

de silício (tSi) nos dispositivos horizontais, podendo, portanto, criar-se uma relação

de equivalência entre tSi e WFin.

2.2.2 Inclinação de Sublimiar

Quando tensões de porta inferiores à tensão de limiar são aplicadas à porta

do transistor, observa-se que a corrente de dreno não é igual a zero. Durante este

regime de operação, a corrente de dreno, formada pela corrente de difusão,

cresce exponencialmente com o aumento da tensão de porta. A inclinação

de sublimiar (S) é definida como sendo a variação na tensão de porta-fonte (VGS)

necessária para que se eleve a corrente de dreno (IDS) em uma década (32), como

descrito na equação (9):

S =dVGS

d(logIDS) (9)

Para o nMOSFET convencional, como a componente predominante de

corrente de dreno no regime sublimiar é composta pela corrente de difusão, obtém-

se que:

S =k ∙ T

qln(10) ∙ n, onde: n = 1 + α, com ∝=

Cdepl

Cox (10)

α representa a razão entre as capacitâncias de depleção e do óxido de porta,

denominado como fator de acoplamento capacitivo.

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40

O transistor SOI nMOSFET totalmente depletado apresenta a menor

capacitância série total equivalente dentre os dispositivos SOI, sendo até menor que

o nMOSFET convencional, resultando na menor inclinação de sublimiar dentre os

apresentados. Desta forma, os SOI nMOSFETs totalmente depletados apresentam,

em temperatura ambiente (300 K), a inclinação de sublimiar em torno de 60 mV/déc,

ficando muito próximo do limite teórico de aproximadamente 59,637 mV/déc em

temperatura ambiente, onde a capacitância série total tende a zero (0) (2).

2.2.2.1 Inclinação de Sublimiar no SOI MuGFET

Os transistores SOI com múltiplas portas apresentam comportamento muito

semelhante aos de porta única. Através das aproximações realizadas na equação do

potencial de superfície em (30) por Francis et al., a equação (11) da inclinação de

sublimiar para transistores de porta dupla é obtida como sendo:

S = ln(10)k ∙ T

q[1 +

q ∙ Dit

Cox] (11)

Dit é a densidade de cargas de interface de porta uniforme. Quando

fabricados em dimensões reduzidas e operando totalmente depletados, eles são

capazes de responder com uma melhor inclinação de sublimiar do que os

dispositivos planares, ficando muito próximos do limite teórico.

2.2.3 Transcondutância

A transcondutância (gm) representa o quanto a corrente de dreno é sensível

à variação da tensão aplicada na porta do transistor, através do seu controle

sobre as cargas na região ativa do canal. A transcondutância pode ser definida

pela equação (12).

gm =dIDS

dVGS, para VDS constante (12)

VDS é a tensão de dreno. As transcondutâncias no SOI MOSFET totalmente

depletado em ambas as regiões de operação são dadas por:

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41

Região de triodo:

gm = μn ∙ Coxf

W

LVDS (13)

Região de saturação:

gm =μn ∙ Coxf

n

W

L(VGF − Vthf) (14)

n = 1 + α depende do acoplamento capacitivo. Nos transistores SOI MOSFET

totalmente depletados, assim como foi discutido na seção 2.2.1, a transcondutância

é maior em dispositivos SOI totalmente depletados, menor nos dispositivos

convencionais e ainda menor em dispositivos SOI com a segunda interface

acumulada.

2.2.4 Mobilidade no SOI MuGFET

A mobilidade dos portadores tem impacto na densidade de corrente de dreno

que será obtida numa dada tecnologia e está ligada à orientação cristalográfica da

interface de porta. As estruturas MuGFETs retangulares, como a apresentada na

figura 1, apresentam tipicamente na superfície do topo do canal a orientação

cristalográfica (100) e nas paredes laterais a orientação cristalográfica (110), o que

pode levar a uma distribuição não uniforme da corrente de dreno entre as paredes

laterais e a parede superior do canal (16), visto que os elétrons possuem mobilidade

máxima para a superfície com orientação cristalográfica (100), o que leva a uma

maior corrente de dreno fluindo pelo topo do canal nestes dispositivos (33, 34).

A variação do ângulo das paredes laterais e a consequente variação da

orientação cristalográfica nos planos laterais do dispositivo afetará a mobilidade que

poderá ou não influenciar significativamente a distribuição da densidade de corrente

que fluirá pelo dispositivo. A avaliação sobre o quanto será significativa a mudança

na distribuição da corrente de dreno no canal do dispositivo dependerá de quanto for

a variação angular das paredes laterais (35). No caso das paredes laterais da aleta

possuírem formato côncavo ou convexo a mobilidade não será constante ao longo

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42

da parede lateral, tornando-se um caso mais complexo e ainda não bem

determinado, sendo necessária uma análise do seu comportamento.

2.2.5 Relação gm/IDS

A relação gm/IDS está diretamente ligada ao desempenho do circuito, sendo a

medida da eficiência do dispositivo em atingir a amplificação da corrente de dreno

em função da energia fornecida ao dispositivo. Em transistores MOSFET

convencionais e SOI, o valor de máxima eficiência é atingido na inversão fraca (36),

descrito pela equação (15), e decresce com a corrente de dreno na inversão forte

(37), descrito pela equação (16):

gm

IDS=

q

n ∙ k ∙ T (15)

gm

IDS= √

2 ∙ μn ∙ Coxf ∙ W L⁄

n ∙ IDS (16)

Como consequência do menor acoplamento capacitivo (α) discutido na seção

2.2.3, dispositivos SOI MOSFETs totalmente depletados apresentarão valores

maiores de gm/IDS do que os dispositivos convencionais, podendo atingir um valor

máximo de 35 V-1 em dispositivos SOI MOSFETs totalmente depletados e em torno

de 25 V-1 nos convencionais (38). O limite teórico com n = 1 e T = 300 K para gm/IDS

é de aproximadamente 38,6 V-1.

2.2.6 Condutância de Saída

A condutância de saída (gD), ou condutância de dreno, representa a variação

da corrente de dreno em função da tensão aplicada no dreno, responsável pelo

campo elétrico horizontal. A condutância de saída é descrita pela equação (17):

gD =dIDS

dVDS (17)

onde VGS é polarizado em: VGS ≥ VDS + Vth → triodo

VGS ≤ VDS + Vth → saturação

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43

No modelo de primeira ordem descrito pela equação (17), gD seria igual a zero

quando o dispositivo operasse em saturação. No entanto, devido a efeitos de

segunda ordem, entre eles a influência da resistência de fonte e dreno causada

pelas respectivas regiões de depleção, a corrente de dreno em função da tensão de

dreno apresenta inclinação diferente de zero na saturação.

2.2.7 Ganho Intrínseco de Tensão

O ganho intrínseco de tensão (AV) é um parâmetro muito utilizado na análise

analógica de dispositivos. Conforme os transistores vêm se tornando menores e

operando em velocidades maiores, as suas propriedades analógicas degradam-se,

devido a efeitos indesejados, como o efeito de canal curto e a degradação da

condutância de saída conforme o comprimento do canal é reduzido.

Definido pela equação (18), valores maiores de ganho de tensão em

dispositivos SOI totalmente depletados são observados devido à relação gm/IDS ser

superior nestes dispositivos (2).

AV =gm

gD≅

gm

IDSVEA (18)

onde VEA é a tensão Early e pode ser obtida pela equação:

VEA =IDS

VEA + IDS.sat≅

IDS

gD

(19)

A tensão de Early é definida através da intersecção da reta tangente ao ponto

de operação em saturação (P) com o eixo de tensão de dreno. Na

figura 7 estão indicadas a condutância de saída e a tensão Early do transistor,

com a corrente (IDS.Q) e tensão (VDS.Q) de dreno quiescentes. Algebricamente a

tensão Early é dada por:

1

VEA=

1

IDS

dIDS

dVDS=

gD

IDS (20)

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44

Figura 7 – Representação esquemática da tensão Early.

Fonte: Bühler (2014)

2.2.8 Frequência de Ganho de Tensão Unitário

A frequência de ganho de tensão unitário define a frequência para a qual o

transistor retorna o ganho de tensão com magnitude igual a 1 (ou correspondente a

0 dB). Esta situação indica a frequência mais alta possível de se utilizar com este

dispositivo, na qual o ganho do dispositivo cai para a sua unidade. Sua expressão é

apresenta na equação (21) e apresenta a sua dependência com a transcondutância.

fT =gm

2 ∙ π (23

Weff ∙ L ∙ Cox)

(21)

2.3 TENSIONAMENTO MECÂNICO DO TRANSISTOR MOSFET

Desde o nó tecnológico CMOS de 90 nm, o uso do tensionamento mecânico

vem sendo implementado de forma sistemática, a fim de impulsionar o desempenho

dos dispositivos, conforme prevê a lei de Moore (1). A sua combinação com o óxido

de alta constante dielétrica (high-) fez com que o uso do tensionamento se torne

ainda mais imperativo para compensar a redução na mobilidade do portador devido

ao aumento do espalhamento de fônons.

A deformação da estrutura cristalina pode ser realizada de vários modos,

como por exemplo, inserindo variações na rede cristalina, incluindo átomos de

impurezas na estrutura e por processamento térmico. O principal objetivo é fazer

com que o processo seja repetitivo, viável do ponto de vista financeiro e compatível

IDS

VDS -VEA VDS.Q

tg(α) é proporcional a gD

α

P IDS.Q

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45

com a tecnologia existente e ser capaz de resistir aos ciclos térmicos do processo

(39,40).

Existem vários tipos de tensionamento que podem ser aplicados em uma,

duas ou três dimensões, cada um tendo o seu próprio efeito sobre as propriedades

físicas do material. As duas principais técnicas de tensionamento mecânico que

estão sendo amplamente utilizadas são os tensionamentos biaxial e uniaxial.

O tensionamento biaxial é o tensionamento mecânico que ocorre no

comprimento e na largura do transistor, com um tensionamento oposto na direção da

altura do canal. O outro tipo de tensionamento é o uniaxial, induzido pelo processo,

onde o tensionamento ocorre predominantemente na direção do comprimento do

canal e nos dois demais sentidos a deformação se ajusta para manter o equilíbrio. A

figura 8 apresenta as principais técnicas de tensionamento mecânicos existentes

(41).

Figura 8 – Principais tipos de técnicas de tensionamento mecânico existentes.

Fonte: Bühler (2014)

Os tensionamentos destacados em laranja (SiGe SRB, CESL e Engenharia

de S/D) estão entre as técnicas mais promissoras e serão analisadas aqui.

Uma análise cuidadosa de eficiência e custo levou à adoção do

tensionamento uniaxial induzido pelo processo de fabricação (CESL e engenharia de

S/D) devido a dois aspectos: em primeiro lugar, este tipo de tensionamento resulta

no aumento da mobilidade tanto dos elétrons quanto das lacunas utilizando uma

pequena concentração de germânio (no caso da engenharia de S/D) e baixa

degradação da mobilidade, diferentemente do silício tensionado biaxialmente, onde

uma alta mobilidade de lacunas é possível apenas com uma elevada concentração

Indução do Tensionamento Mecânico

Tensionamento Global

SiGe SRBEncapsu-lamento

SSOI, SGOI

Tensionamento Local

Silicetos, STI, MG

CESL SMTEngenharia

de S/D

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46

de germânio. Em segundo lugar, o tensionamento uniaxial requer menor custo de

implantação por ser facilmente integrado à tecnologia CMOS convencional já

existente. Tais características levaram à adoção em massa desta técnica pelas

principais empresas de semicondutores, incluindo AMD, Intel e IBM. Enquanto IBM e

AMD adotaram a tecnologia SOI, a Intel adotou a tecnologia convencional (bulk)

(19).

O tensionamento mecânico induzido no substrato semicondutor de silício gera

a deformação da rede cristalina, modificando a massa efetiva dos elétrons e lacunas

e altera as propriedades de espalhamento entre bandas. Estas mudanças podem,

em troca, melhorar ou piorar a mobilidade dos portadores. Escolhendo o

tensionamento mecânico correto para cada tipo de substrato, é possível aumentar a

mobilidade dos portadores e, consequentemente, a corrente de dreno, melhorando o

funcionamento do dispositivo.

2.3.1 A Física do Silício Tensionado Mecanicamente

O tensionamento mecânico altera as bandas de valência e de condução do

silício, além da taxa de espalhamento, que serão discutidas nesta seção. A

mobilidade dos portadores (µ) é dada pela equação (22), onde -1 é a taxa de

espalhamento e m* é a massa efetiva de condutividade. O tensionamento mecânico

eleva a mobilidade reduzindo a massa efetiva de condutividade e a taxa de

espalhamento de rede (para elétrons).

μ =qτ

m∗ (22)

O tensionamento mecânico consiste na redução da massa efetiva dos

elétrons no plano (in-plane), enquanto que fora do plano (out-of-plane), a massa

efetiva dos elétrons e das lacunas é aumentada. O conceito de plano é explicado

através da figura 9 (a), com as orientações padrões. O plano de condução da

corrente é o plano pelo qual a corrente fluirá, ou seja, no desenho do transistor,

consiste na direção do canal <110>, enquanto que fora do plano de condução é

<001>.

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47

Figura 9 – (a) desenho esquemático de um MOSFET com as orientações cristalográficas padrões (b) elipsoides de energia constante no espaço “k” representando cada uma um vale da banda de energia (c) faixas de energia para o silício antes e depois do tensionamento mecânico.

Silício Não Tensionado

Não Tens. / Tensionado (a) (b) (c)

Fonte: Bühler (2011)

Para os elétrons no silício não tensionado e em temperatura ambiente, a

banda de condução é composta por seis vales, todos com igual energia (6). Os

vales são representados por elipsoides dispostas no espaço “k”, figura 9 (b). A

massa efetiva de cada elipsoide é anisotrópica, com massa transversa

(perpendicular ao eixo) dada por mt = 0,19.m0 e massa longitudinal (paralela ao eixo)

dada por ml = 0,98.m0, onde m0 é a massa de repouso do elétron. No silício não

tensionado, a massa total efetiva de condutividade é obtida somando-se a

contribuição dos seis vales, utilizando a equação:

m∗ = [1

6(

2

ml) + (

4

mt)]

−1

(23)

As elipsoides claras são os vales (4) que estão no plano do silício

(plano Kx-Ky) e as duas elipsoides escuras são os vales (2) que estão fora do plano

(eixo Kz). A deformação mecânica gerada pelo tensionamento mecânico causa a

divisão da energia da faixa de condução, como mostrado na figura 9 (c). O aumento

do tamanho do elipsoide representa o deslocamento do vale para níveis de energia

mais baixos (2) e sua tendência em serem ocupados preferencialmente por

elétrons. A mobilidade dos elétrons no plano aumenta devido à redução da massa

no plano e ao aumento fora do plano (42).

A redução da massa efetiva explica apenas parte do aumento da mobilidade

obtida pelo tensionamento mecânico do silício, uma vez que também deve ser

2

2

4

4

6

6

Kx

Kx Ky

Ky

Kz

Kz

mt

mt

ml

ml

Fonte

Fonte

Dreno

Dreno

Porta

Porta

Direção do Canal <110>

Direção do Canal <110>

Fora do Plano <001>

Fora do Plano <001>

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levada em conta a divisão da faixa de condução nos vales 2 e 4, o que causa a

redução na taxa de espalhamento de elétrons na rede. Se a divisão entre os vales 2

e 4 for maior do que a energia dos fônons, a chance de ocorrer o espalhamento é

reduzida significativamente e a mobilidade dos elétrons é aumentada. No silício não

tensionado, a banda de valência máxima para as lacunas é mais complexa. Em

temperatura ambiente, a lacunas ocupam as duas bandas superiores, que são a de

lacunas pesadas (HH) e a de lacunas leves (LH) – figura 10 (a).

Figura 10 – Esquema simplificado das bandas de energia. Alto nível de tensionamento mecânico e divisão entre os vales maior do que a energia

dos fônons são necessários para reduzir significativamente o espalhamento.

Silício Não Tensionado

(a)

Silício Tensionado

(b)

Fonte: Bühler (2011)

Um ponto chave para se atingir uma alta mobilidade de lacunas no plano é

reduzir a massa efetiva de condução na banda superior, elevando-a e distanciando-

a da banda inferior – figura 10 (b). Com a aplicação do tensionamento mecânico as

bandas de lacunas pesadas e leves perdem seu significado e misturam-se,

passando a ser chamadas apenas de banda superior e inferior.

2.3.2 Conversão do Tensionamento Mecânico em Deformação Mecânica

Em alguns casos, é conveniente analisar-se a deformação mecânica ao invés

do tensionamento mecânico, a fim de comparar, por exemplo, resultados obtidos

através de simulações numéricas de processo com resultados experimentais. Para

tanto, é necessário levar-se em conta os diferentes coeficientes de rigidez (stiffness

coefficients) dos materiais utilizados e a orientação cristalográfica dos dispositivos

para a conversão tensionamento-deformação, utilizando as constantes elásticas

K

K

E

E

banda superior

banda superior

banda inferior

banda inferior

K

K

E

E

LH

LH

HH

HH

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adequadas. A conversão do tensionamento mecânico (σ - stress) – obtido através da

simulação numérica – em deformação mecânica (ε - strain) é realizada importando-

se o perfil do tensionamento obtido do arquivo resultante da simulação numérica

para uma planilha onde os cálculos matemáticos para conversão são realizados

seguindo a equação (24), utilizando a matriz de conformidade (Σs – compliance

matrix) correspondente ao material na orientação cristalográfica específica.

ε = Σs ∙ σ (24)

2.3.3 Formação do Tensionamento Mecânico

Há dois tipos principais de tensionamento mecânico comumente utilizados:

Tensionamento uniaxial:

A tensão mecânica é aplicada em apenas uma direção, o comprimento

do canal do transistor. Pode ser obtido de duas formas:

o Através de camadas de nitreto de silício depositadas sobre o

dispositivo. O tensionamento mecânico intrínseco do nitreto de

silício é transferido para o dispositivo. Ambos os tipos de

tensionamento mecânico (tensivo e compressivo) podem ser

obtidos através deste processo.

o Através da corrosão das regiões de fonte e dreno e deposição

epitaxial de material com distanciamento interatômico maior ou

menor que a do material do canal do transistor, gerando o

tensionamento mecânico tensivo ou compressivo.

Tensionamento biaxial:

A tensão mecânica é aplicada em duas direções, o comprimento e a

largura do canal do transistor. É obtido através do crescimento epitaxial do

silício sobre uma liga de silício-germânio. Este processo baseia-se na

diferença de distância interatômica entre os dois materiais.

Nas duas seções seguintes os dois processos de tensionamento mecânico

serão descritos.

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50

2.3.4 Tensionamento Mecânico Uniaxial

2.3.4.1 Deposição de Camadas de Nitreto de Silício – CESL

O tensionamento mecânico uniaxial é realizado através de camadas tensoras

ou compressivas sobre o dispositivo, utilizando um substrato de silício sem

tensionamento prévio. Por ser um processo local, é possível aplicar o tensionamento

individualmente (para cada dispositivo), permitindo que se tenha em uma mesma

lâmina dispositivos com tensionamento mecânico tensivo e compressivo, que

melhoram a mobilidade dos portadores nos transistores nMOSFET e pMOSFET,

respectivamente. Esta é uma das características atraentes deste processo.

O processo de fabricação é conhecido como Contact Etch Stop Layer (CESL),

no qual camadas de nitreto de silício (Si3N4) são depositadas sobre a região da porta

e da aleta do transistor, como ilustrado na figura 11, que induz a tensão mecânica

(não uniforme) na direção do comprimento do canal.

Figura 11 – Técnica Contact Etch Stop Layer (CESL), no qual camadas de nitreto de silício (Si3N4) são depositadas sobre a região da porta e da aleta do transistor, que induz a tensão mecânica.

Fonte: Bühler (2014)

Processo de indução do tensionamento uniaxial é amplamente adotado na

maioria dos dispositivos de alto desempenho. O tensionamento é aplicado na

camada sobre o canal acima da camada de porta no plano (110) através da

deposição do nitreto de silício tensivo ou compressivo (43,44,45).

A técnica predominante para deposição da camada tensionadora é o

processo de deposição química em fase de vapor assistida por plasma (PECVD)

juntamente com o tratamento pós-deposição (46) em temperatura de

aproximadamente 650 °C para minimizar o teor de hidrogênio e maximizar o

tensionamento. Neste processo, uma camada de nitreto tensiva por plasma (TPEN)

Semicondutor (Si)

Fonte (Si)

Porta

Dreno (Si)

Substrato

Nitreto

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51

é depositada sobre o dispositivo e, em seguida, seletivamente corroída onde se

encontra o dispositivo pMOSFET, deixando o dispositivo nMOSFET tensionado

tensivamente. Em seguida, uma camada de nitreto compressiva (TPEN) é

depositada sobre o dispositivo pMOSFET (47). Este processo é usado

principalmente pela IBM e AMD com a integração da tecnologia SOI (48). No

entanto, esse processo possui uma desvantagem devido à dependência com a

geometria e com a distância entre as portas dos transistores vizinhos devido a

cobertura de degrau.

O tensionamento mecânico é transferido a partir das regiões de fonte e dreno

do dispositivo, por serem as regiões de contato direto com o nitreto, e induzidas no

canal do dispositivo, sendo mais efetivo para dispositivos com comprimentos de

canal mais curto (49). A figura 12 apresenta um corte 3D de ¼ de um transistor

nMuGFET de porta tripla com as linhas de tensionamento mecânico tensivo através

do processo descrito. Na figura 12 podem ser identificadas as principais regiões do

dispositivo, como o canal, a fonte, o óxido enterrado, o silício policristalino sobre a

região de porta e a camada tensora de nitreto depositada sobre toda a área.

Figura 12 – Corte 3D de ¼ de um transistor nMuGFET de porta tripla com as linhas de tensionamento mecânico tensivo através do processo CESL.

Fonte: Bühler (2011)

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52

2.3.4.2 Substituição das Regiões de Fonte e Dreno

A substituição das regiões de fonte e dreno (S/D) é um método de

tensionamento uniaxial muito eficaz de indução do tensionamento mecânico em

dispositivos de canal curto (50,51,52,53,54,55). Neste método, as regiões de fonte e

de dreno são removidas por corrosão e preenchidas por crescimento epitaxial

seletivo com ligas do grupo IV que possuem uma constante de rede cristalina maior

(tensionamento compressivo) ou menor (tensionamento tensivo) que a do material

que constitui o canal do dispositivo, como ilustrado na figura 13. No entanto, o

desafio neste processo está na criação por epitaxia de regiões de fonte e de dreno

livres de defeitos, com qualidade muito próxima ao do canal do dispositivo, para não

degradar a corrente de dreno.

Figura 13 - Substituição das regiões de fonte e dreno (S/D) para indução do tensionamento mecânico.

Fonte: Bühler (2014)

Além dos destes benefícios, a implementação dos tensionadores de S/D pode

gerar um impacto positivo sobre os parâmetros estáticos e dinâmicos do dispositivo

(corrente de fuga, ruído de baixa frequência, tensão de limiar) e sobre sua

confiabilidade, portanto, sua implementação requer uma otimização cuidadosa das

condições do processo (10) (11).

2.3.5 Tensionamento Mecânico Biaxial

A camada de silício tensionado biaxialmente é obtida crescendo-se uma

espessa camada de liga silício-germânio sobre o substrato de silício. A proporção de

silício e germânio na liga é representada por Si1-xGex, com “x” podendo variar de 0 a

1. Os parâmetros de rede do silício e do germânio são respectivamente aSi = 0,5431

Semicondutor (Ge)

Fonte (Si)

Porta

Dreno (Si)

Substrato

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53

nm e aGe = 0,5657 nm e a diferença entre eles é definida pela equação εdeformação =

(asub − afilme) asub⁄ , resultando numa diferença de 4,2 %.

As primeiras camadas crescidas de silício sobre o Si1-xGex seguirão a mesma

distância interatômica da liga, sofrendo assim um tensionamento mecânico tensivo

biaxial no plano e compressivo fora do plano, ou seja, a rede cristalina do silício será

esticada nas direções da largura e comprimento do material, como exibido na figura

14 (a). No caminho oposto, se camadas de Si1-xGex são crescidas sobre o silício, a

liga de Si1-xGex seguirá a rede cristalina do silício e sofrerá um tensionamento

compressivo no plano (a lâmina é comprimida na largura e no comprimento do

canal) e tensivo fora dele, como exibido na figura 14 (b) (56).

Figura 14 – Elipsoides de energia constante no espaço “k” representando cada uma um vale da banda de energia para o (a) Si tensionado tensivamente e (b) SiGe tensionado compressivamente.

Si Tensionado Tensivamente (a) SiGe Tensionado Compressivamente (b)

Fonte: Bühler (2011)

Para obtenção da lâmina SOI, na lâmina virgem, é crescida uma camada de

óxido de silício e unida a uma outra lâmina de silício, também com uma camada de

óxido de silício crescida, as quais, após unidas, darão origem à camada de óxido

enterrado. As camadas do substrato de silício e da liga de SiGe da primeira camada

são removidas, restando apenas a camada de silício tensionado biaxialmente unida

ao novo substrato de silício da segunda lâmina através da camada de óxido

enterrado, formando a lâmina sSOI (strained SOI) (57).

Kx

Kx Ky

Ky

Kz

Kz

mt

mt

ml

ml

2

2

4

4

Kx

Kx Ky

Ky

Kz

Kz

mt

mt

ml

ml

2

2

4

4

Si

Si

SiGe

SiGe

Si

Si

SiGe

SiGe

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54

3 O MuGFET SOI COM ALETA RETANGULAR

O estudo da arquitetura MuGFET SOI com canal de silício retangular é

iniciada com o processo de fabricação, análise do perfil de tensionamento mecânico

e posterior caracterização elétrica focando nos parâmetros analógicos.

3.1 APRESENTANDO OS MuGFETS EXPERIMENTAIS

Os transistores medidos são MuGFETs de porta tripla tipo “n”, fabricados

pelo imec, na Bélgica. Imagens dos dispositivos obtidas através do

microscópio eletrônico do Laboratório de Sistemas Integráveis (LSI) da EPUSP

são apresentadas na figura 15.

Figura 15 – Imagens obtidas dos dispositivos fornecidos pelo imec através do microscópio eletrônico do Laboratório de Sistemas Integráveis da EPUSP (LSI).

Fonte: imec/LSI-EPUSP/Bühler (2011)

Eles são construídos em lâmina SOI (100), possuindo uma camada de óxido

enterrado com 150 nm de espessura e a aleta de silício tem altura HFin de 65 nm,

larguras WFin de 20, 40, 120, 370 e 870 nm e comprimentos de canal Lch de 50, 100,

150, 400 e 900 nm. As extensões de fonte e dreno com as respectivas regiões de

LDD possuem comprimento de 50 nm cada e a concentração de dopantes no canal

NA é de 1015 cm-3. O desenho esquemático longitudinal e transversal do MuGFET

com as partes identificadas é apresentado na figura 16 (a) e (b), respectivamente.

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Figura 16 - Visão esquemática do MuGFET porta tripla: (a) longitudinal (b) transversal.

(a) (b)

Fonte: Bühler (2011)

O dielétrico de porta é composto por 2,3 nm de HfSiON (50% Hf) sob 1 nm de

óxido de silício SiO2. O metal de porta é obtido através da deposição de uma

camada de 5 nm de TiN e uma camada de silício policristalino com 100 nm de

espessura para finalizar o eletrodo de porta. As dimensões dos dispositivos não

tensionados e dos tensionados mecanicamente são mantidas.

3.2 TÉCNICAS DE TENSIONAMENTO MECÂNICO UTILIZADAS

O tensionamento mecânico, utilizado para aumentar a mobilidade dos

portadores e impactando no desempenho do dispositivo, é utilizado nos transistores

MuGFET aqui descritos em três técnicas diferentes: o tensionamento uniaxial, o

tensionamento biaxial e ambos combinados. O conceito físico do tensionamento

mecânico já foi discutido na seção 2.3 e, nesta seção, o objetivo é descrever quais

os tipos de tensionamento mecânico que foram utilizados e como foram

implementados.

O processo de fabricação necessário para implementar cada tensionamento

nos dispositivos MuGFET SOI tipo “n” envolve diferentes técnicas e materiais.

O Tensionamento Mecânico Uniaxial

Para a formação do tensionamento uniaxial no MuGFET SOI tipo “n”

utilizando a técnica CESL, a camada de nitreto de silício depositada em temperatura

de 650 °C é de 100 nm de espessura, com maiores detalhes na referência (58).

WFin

HFin

Óxido Enterrado

Óxido Enterrado

Substrato

Lch LDD LDD

Lfin

HFin

Óxido Enterrado

Óxido Enterrado

Aleta de Silício

Aleta de Silício Substrato

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56

O Tensionamento Mecânico Biaxial

A camada de liga de silício-germânio para formação do tensionamento

mecânico a partir da qual o silício é crescido epitaxialmente possui a proporção

Si0,8Ge0,2, gerando uma camada de silício com aproximadamente 1,5 GPa de tensão

mecânica tensiva no plano da largura e comprimento do canal previamente a

qualquer intervenção realizada na lâmina.

O Tensionamento Mecânico Biaxial e Uniaxial Combinados

O tensionamento biaxial e o uniaxial quando combinados resultam na adição

de ambos os efeitos. A fabricação do dispositivo inicia-se com o processo usual do

transistor biaxial e é completado pela deposição do nitreto de silício com 100 nm de

espessura, induzindo o tensionamento uniaxial ao dispositivo já tensionado

biaxialmente.

3.3 SIMULAÇÃO NUMÉRICA DE PROCESSO E DE DISPOSITIVO 3D

Os dispositivos MuGFET não tensionados e os tensionados mecanicamente

são produzidos utilizando o simulador numérico Sentaurus de processos 3D (59),

seguindo as mesmas etapas de processo necessárias para obter o dispositivo

funcional. Um quarto da estrutura simulada com aleta de largura de 20 nm e

comprimento de canal de 150 nm é apresentada na figura 17 com as principais

partes identificadas. Todos os transistores simulados são construídos em substrato

SOI (100), com óxido enterrado na espessura de 150 nm, aleta com altura de 65 nm

e comprimentos de canal de 150 nm e 900 nm e larguras de 20 nm e 870 nm. Como

resultado, dezesseis estruturas são criadas somando-se as estruturas não

tensionadas mecanicamente e as estruturas tensionadas mecanicamente nos três

tipos de tensionamento. O dielétrico de porta é composto por 2 nm de HfO2 (cujo

dielétrico na espessura utilizada equivale ao HfSiON com 50% Hf utilizado no

experimental) sob 1 nm de óxido de silício SiO2, gerando uma espessura de óxido de

porta com dielétrico equivalente ao das estruturas experimentais. O metal de porta é

obtido através da deposição de uma camada de 5 nm de TiN e uma camada de

silício policristalino com 100 nm de espessura para finalizar o eletrodo de porta, igual

ao experimental. Nas simulações, as aletas de silício são consideradas longas,

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57

estendendo-se 500 nm além do comprimento do canal para cada lado do mesmo.

Silicetos não foram utilizados para definição dos contatos de fonte e dreno, sendo

criados contatos virtuais no simulador cujas características elétricas equivalem as do

siliceto utilizados nos dispositivos experimentais.

Figura 17 - ¼ da estrutura simulada com as principais partes identificadas.

Fonte: Bühler (2011)

Para a análise do desempenho elétrico, o simulador numérico Sentaurus

TCAD 3D de dispositivos é utilizado (60). Os parâmetros de mobilidade global inicial

foram ajustados com os dispositivos experimentais não tensionados mecanicamente,

garantindo que as respostas apresentadas pelas simulações fossem condizentes

com as dos dispositivos experimentais. Modelos de mobilidade para tensionamento

mecânico que consideram variações de piezorresistividade são utilizados no

simulador, juntamente com os modelos de mudança de energia de sub-banda

devido ao tensionamento. As mudanças nos efeitos do tensionamento são

calculadas por: modelo de deformação de potencial, onde a deformação pelo

tensionamento é considerada pequena e a mudança de energia em cada portador

(causada pela deformação do parâmetro de rede) é uma função linear desta

deformação; massas efetivas e densidades de estado, onde a massa efetiva é uma

função do band gap dependente da temperatura; modelo da mobilidade induzida

pela deformação, através do qual as estatísticas de Boltzmann são assumidas.

Com as simulações 3D de processo, o estudo individual de cada componente

do tensionamento se torna possível, permitindo determinar o tensionamento em

parte da aleta de silício. Das três componentes disponíveis, duas são estudadas e

Stress-YY

Stress-YY Stress-ZZ

Stress-ZZ

Corte 1D na altura

Corte 1D na altura

Corte 1D no comprimento

Corte 1D no comprimento

Corte 1D na largura

Corte 1D na largura

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58

são divididas em: direção do comprimento do canal como sendo a componente YY

(Stress-YY) e direção da largura do canal como sendo a componente ZZ (Stress-

ZZ). Extraídas no comprimento e na largura da aleta, em sua parte superior e

central, e verticalmente na altura da aleta como exibido na figura 17, as linhas de

corte (componentes 1D) de tensionamento Stress-YY e Stress-ZZ são estudadas e

confrontadas com resultados experimentais e simulados de caracterização elétrica.

3.4 A CARACTERIZAÇÃO ELÉTRICA

Os valores de transcondutância máxima gm.max apresentados na figura 18 são

extraídos das curvas de transcondutância com a tensão de dreno fixada em 50 mV e

normalizados por Weff/Lch, removendo parte da dependência com as dimensões. A

largura efetiva da aleta Weff é calculada através da equação Weff = WFin + 2 * HFin.

Os dispositivos possuem no topo da aleta orientação cristalográfica (100) e

nas suas laterais orientação (110), levando a distribuição não uniforme da corrente

elétrica (61), onde a corrente fluindo pelo topo é favorecida pela maior mobilidade

(62,63). Para WFin de 20 nm, a corrente que flui pelo topo da aleta é

proporcionalmente menor se comparada com a corrente que flui pelas paredes

laterais da aleta, que totalizam 130 nm de largura efetiva (65 nm + 65 nm). No

entanto, para WFin de 870 nm a situação é invertida, sendo proporcionalmente maior

a corrente que flui pelo topo se comparada à lateral, resultando em um fluxo maior

de corrente por unidade de área. Adicionalmente, a rugosidade criada nas paredes

laterais devido à corrosão do silício colabora para a redução da mobilidade dos

portadores nas paredes laterais (64,65), afetando igualmente as paredes laterais de

todos os dispositivos de todas as larguras, mas degradando proporcionalmente mais

a mobilidade global dos dispositivos mais estreitos.

Reduzindo o comprimento de canal, gm.max é degradado pelos efeitos de canal

curto e resistência série, que passam a ter papel de destaque interferindo no

controle da porta e fluxo de corrente, respectivamente. A transcondutância máxima

normalizada apresenta tendência similar para ambas as larguras de aletas

analisadas aqui, com a aleta de WFin 870 nm tendo maior valor de gm.max normalizada

nos dispositivos biaxiais e com tensionamentos combinados. O tensionamento

biaxial monstrou ser uma opção melhor que o uniaxial para dispositivos com

comprimento de canal maior que aproximadamente 250 nm em ambas as larguras

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da aleta. No entanto, quando se tratam de dispositivos com comprimento de canal

inferior a aproximadamente 250 nm, o tensionamento uniaxial se destaca sobre o

biaxial, entregando uma maior transcondutância máxima normalizada, em ambas as

larguras. Com ambos os tensionamento combinados, a transcondutância máxima

normalizada ultrapassa ambos os casos de tensionamento isolados, entregando o

cenário mais favorável para gm.max.

Figura 18 – Máxima transcondutância normalizada, em função do comprimento de canal.

150 300 450 600 750 900

0

5

10

15

20

25

30

35

150 300 450 600 750 900

gm

.max

/(Wef

f/L

ch) [

S

]

Channel Lenght (Lch

) [nm]

WFin = 20 nm

Medidas

Convencional

Biaxial

Uniaxial

Bi + Uni

Convencional

Biaxial

Uniaxial

Bi + Uni

Comprimento de Canal (Lch

) [nm]

WFin = 870 nm

Medidas

Fonte: Bühler (2014)

A figura 19 apresenta o ganho normalizado da transcondutância máxima com

o tensionamento aplicado (gm.max tens. norm. – gm.max não tens. norm.). Na figura,

evidencia-se o quanto cada tensionamento aumenta a transcondutância máxima e

mostra que as diferenças entre os tensionamento diminuem com a redução do

comprimento do canal devido aos efeitos de canal curto, resistência série,

tensionamento não uniforme e diferenças na sua efetividade. No tensionamento

biaxial, o aumento da transcondutância máxima ocorre conforme o comprimento de

canal é alongado e é maior quando tanto o comprimento quando a largura é

aumentada. Para o uniaxial, o aumento ocorre com o estreitamento das aletas e

redução do comprimento do canal; o gm.max aumenta até o comprimento entre 150

nm e 200 nm, depois do qual a transcondutância diminui conforme o comprimento do

canal é reduzido. Esta tendência foi reportada previamente na referência (66)

quando analisados dispositivos tensionados uniaxialmente.

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60

Figura 19 – Variação da transcondutância máxima normalizada, em função do comprimento de canal.

150 300 450 600 750 900

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

150 300 450 600 750 900

Medidas

g

m.m

ax/(W

eff/L

ch) [

S

]

Channel Lenght (Lch

) [nm]

Biaxial

Uniaxial

Bi+Uni

WFin = 20 nm

Medidas

WFin = 870 nm Biaxial

Uniaxial

Bi+Uni

Comprimento de Canal (Lch

) [nm]

Fonte: Bühler (2014)

Plotando a transcondutância máxima normalizada, em função da largura do

canal na figura 20, as transcondutâncias se comportam razoavelmente uniformes e

constantes para WFin maiores que 120 nm, mesmo com a variação da largura do

canal. A transcondutância medida degradou-se com a redução do comprimento de

canal de 900 nm para 150 nm, resultado dos mecanismos de degradação discutidos

anteriormente.

Figura 20 - Máxima transcondutância normalizada, em função da largura do canal.

150 300 450 600 750 900

0

5

10

15

20

25

30

35

150 300 450 600 750 900

Convencional

Biaxial

Uniaxial

Bi + Uni

gm

.max

/(Wef

f/L

ch) [

S

]

Channel Lenght (Lch

) [nm]

Lch = 150 nm

Medidas

Convencional

Biaxial

Uniaxial

Bi + Uni

Largura da Aleta (WFin

) [nm]

Lch = 900 nm

Medidas

Fonte: Bühler (2014)

Com a mobilidade dos portadores ajustada e obtendo-se o casamento da

transcondutância máxima no regime linear (VDS = 50 mV) entre os transistores

experimentais e simulados convencionais e com os mecanismos tensores ajustados

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61

entre os transistores experimentais e simulados tensionados mecanicamente, é

realizada a análise do tensionamento mecânico na sessão seguinte.

A figura 21 apresenta os resultados dos ajustes na mobilidade e nos

tensionamentos mecânicos entre os transistores experimentais e simulados para a

transcondutância máxima normalizada. A transcondutância máxima normalizada

apresentou para todos os casos de tensionamento, melhores resultados em

estruturas com comprimento de canal maior, visto que em tais estruturas a

resistência série e efeitos de canal curto são menores que nas estruturas com

comprimentos de canal menores. O tensionamento mecânico também contribuiu

reduzindo o espalhamento dos portadores, reduzindo a resistência do canal,

aumentando a mobilidade dos portadores e, consequentemente, elevando a

transcondutância máxima. Um arquivo da simulação de processo de fabricação e um

arquivo da simulação de dispositivo do MuGFET com tensionamento mecânico

biaxial + uniaxial com WFin = 20 nm e Lch = 150 nm estão disponíveis no Apêndice A

e no Apêndice B, respectivamente.

Figura 21 - Máxima transcondutância normalizada experimental e simulada, em função do comprimento de canal.

0 300 600 900 1200

6

12

18

24

0 300 600 900 1200

6

12

18

24

0 300 600 900 1200

12

18

24

30

0 300 600 900 1200

12

18

24

30

0 300 600 900 1200

0

12

24

36

0 300 600 900 1200

12

24

36

48

0 300 600 900 1200

12

24

36

48

0 300 600 900 1200

12

24

36

48

convencional

Medidas

Sim

ulação

WFin = 20 nm WFin = 870 nm

gm

.max/(

Weff/L

ch)

[S

]

Comprimento de Canal (Lch

) [nm]

convencional

uniaxial uniaxial

biaxial biaxial

bi+uni bi+uni

Fonte: Bühler (2014)

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62

3.5 ANÁLISE DO TENSIONAMENTO MECÂNICO ATRAVÉS DAS SIMULAÇÕES

DE PROCESSO 3D

3.5.1 A componente 1D de Tensionamento no Comprimento e Largura da

Aleta

A componente de tensionamento Stress-YY no comprimento de canal

apresentada na figura 22 é extraída 1 nm abaixo da superfície do canal no topo da

aleta.

O primeiro ponto de tensionamento uniaxial mínimo ao longo do comprimento

do canal ocorre no seu centro e cresce até atingir o ponto de máximo tensionamento

junto às interfaces de LDD, ponto a partir do qual ele decresce rapidamente. No

interior do canal e nas regiões de LDD o tensionamento é totalmente tensivo,

enquanto nas regiões de fonte e dreno ele é compressivo. A redução do

comprimento de canal de 900 nm para 150 nm elevou a componente Stress-YY. A

quase nula componente Stress-YY no comprimento de canal de 900 nm se dá pela

presença do metal de porta depositado sobre o canal, o qual interfere na

deformação da aleta de silício pela camada tensora de nitreto de silício, de forma

que canais mais curtos tendem a deformar mais que canais mais longos para um

mesmo tensionamento aplicado.

Para o tensionamento biaxial, os pontos de mínimo e máximo também

ocorrem, no entanto, a diferença é pequena e no interior do canal o tensionamento

continua a ser constante. Com os vários passos do processo de fabricação

necessários para construir o MuGFET, parte do tensionamento original de 1,5 GPa

originado a partir da camada de Si0.8Ge0.2 é perdida em diferentes proporções e em

cada uma das dimensões, suscetíveis a corrosão do silício e ao recozimento para

difusão dos dopantes no silício durante o processo de fabricação. Como a figura 22

mostra, essas degradações ocorrem em transistores estreitos e largos.

Para o tensionamento biaxial e uniaxial combinado, a deposição da camada

de nitreto de silício no transistor biaxial se adiciona à tensão já presente no uniaxial,

aumentando o componente de Stress-YY no interior do canal. Em regiões de fonte e

de dreno a componente Stress-YY diminui devido ao tensionamento uniaxial

compressivo adicionado ao tensionamento tensivo biaxial. O tensionamento uniaxial

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63

combinado ao biaxial tem um resultado aditivo sobre o Stress-YY final, embora não

seja uma relação linear.

Figura 22 – Componente de tensionamento uniaxial em Stress-YY, em função do comprimento de canal.

-40

0

-20

0 0

200

400

-1,0

0,0

1,0

2,0

3,0

-80

0

-60

0

-40

0

-20

0 0

200

400

600

800

-40

0

-20

0 0

200

400

-80

0

-60

0

-40

0

-20

0 0

200

400

600

800

Co

mpo

ne

nte

Str

ess-Y

Y [G

Pa]

Fin Length [nm]

CanalLch = 150 nm

UniaxialFechado: WFin = 20 nm

Aberto: WFin = 870 nm

Fechado: WFin = 20 nm

Aberto: WFin = 870 nm

Fin Length [nm]

Canal

Uniaxial

Lch = 900 nm

Biaxial

Bi+Uni

Fin Length [nm]

Biaxial

Bi+Uni

Fin Length [nm]Ao Longo da Aleta (no centro da aleta) [nm]

Fonte: Bühler (2014)

Os tensionamentos resultantes em transistores com Lch de 900 nm ficaram de

acordo com o gm.max visto na figura 18 e na figura 20, com os transistores uniaxiais

mostrando uma pequena melhora em comparação aos dispositivos não tensionados

e os transistores biaxiais mostram uma melhora acentuada. Quando ambos os

tensionamentos são combinados, o aumento de gm.max é ligeiramente maior que o

transistor com o tensionamento biaxial, resultante da pequena contribuição fornecida

pelo tensionamento uniaxial. Para transistores com Lch de 150 nm, o tensionamento

uniaxial mostra maior eficiência que para transistores com comprimento de canal

mais longo. No comprimento do canal de 150 nm, as ordens das curvas de

tensionamento não seguem as ordens esperadas quando comparado com a

transcondutância máxima da figura 18. As estruturas simuladas por processo são as

mesmas utilizadas no simulador de dispositivo e elas retornaram bons resultados em

acordo com os transistores experimentais, como apresentado na figura 21. Os

resultados das simulações numéricas de transcondutância normalizada e

Tensionamento Médio no Centro do Canal Stress-YY (TMCC-YY) – apresentado em

MPa/m, o Stress-YY é extraído a 1 nm abaixo da superfície do canal e normalizada

pelo comprimento do canal – são apresentados na tabela 1 para todos os casos

simulados. Os valores de TMCC-YY foram obtidos integrando-se a área do canal da

componente Stress-YY de cada dispositivo e normalizando pelo comprimento do

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64

canal individualmente, resultando na unidade MPa/m. Para os canais mais curtos, os

efeitos de canal curto e a resistência série começam a desempenhar um papel mais

significativo e o tensionamento uniaxial é favorecido melhorando a sua eficiência, o

que atrasa a degradação de gm.max em comparação ao tensionamento biaxial. Com a

redução do comprimento de canal, a componente biaxial Stress-YY permanece

praticamente inalterada. No entanto, a componente uniaxial Stress-YY aumenta,

diminuindo a distância entre eles e favorecendo o gm.max do transistor uniaxial.

Tabela 1 – Resultados das Simulações Numéricas da Transcondutância Normalizada e do Tensionamento Médio no Centro do Canal Stress-YY (TMCC-YY).

Dimensão Canal:

Compr. / Largura

(nm)

Técnica de Tensionamento Utilizada

Convencional (Tens. Biaxial)/Lch (Tens. Uniaxial)/Lch (Tens. Bi. + Uni.)/Lch

gm.max norm. (µS)

gm.max norm. (µS)

TMCC-YY (MPa/m)

gm.max norm. (µS)

TMCC-YY (MPa/m)

gm.max norm. (µS)

TMCC-YY (MPa/m)

150 / 20 9,36 14,78 1,36 15,9 0,29 17,43 1,61

150 / 870 11,96 15,97 1,31 17,56 0,23 18,96 1,60

900 / 20 15,67 26,23 1,31 17,32 -0,01 29,35 1,32

900 / 870 17.9243 29.8611 1.3042 19.8576 0.0244 32.8444 1.3710

Com o tensionamento uniaxial ocorrendo predominantemente na direção YY,

apenas uma pequena parte do tensionamento ocorre na direção ZZ e é praticamente

inexistente. Na tecnologia de tensionamento biaxial, a degradação do tensionamento

mecânico com os passos do processo de fabricação tais como a corrosão para

definição das aletas, implantação iônica e recozimento fazem com que ocorra uma

forte redução do Stress-ZZ, reduzindo o tensionamento biaxial inicial de 1,5 GPa

para quase zero.

Figura 23 – Componente de tensionamento biaxial em Stress-YY em função da largura do canal.

-5 0 5

-1,0

0,0

1,0

2,0

3,0

-5 0 5

-40

0

-30

0

-20

0

-10

0 0

100

200

300

400

-40

0

-30

0

-20

0

-10

0 0

100

200

300

400

Uniaxial

Co

mpo

ne

nte

Str

ess-Y

Y [G

Pa]

Fin Length [nm]

Fechado: Lch = 150 nm

Aberto: Lch = 900 nm

WFin=20 nm

Biaxial

Bi+Uni

Fin Length [nm]

WFin=870 nm

Fechado: Lch = 150 nm

Aberto: Lch = 900 nm

Fin Length [nm]

Região do Canal

Uniaxial

Biaxial

Bi+Uni

Fin Length [nm]

Ao Longo da Largura da Aleta (no centro da aleta) [nm]

Fonte: Bühler (2014)

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65

O componente de Stress-YY na largura apresentado na figura 23 se comporta

quase que constante, com pequenas variações de tensionamento próximo das

paredes laterais das aletas mais largas com WFin de 870 nm, mas as variações são

relativamente pequenas em comparação com a quantidade total de tensionamento

presente.

3.5.2 A componente 1D de Tensionamento na Altura da Aleta

Linhas de cortes verticais no centro do canal da componente Stress-YY na

altura são extraídos e apresentados na figura 24. As variações da componente

Stress-YY na altura são muito importantes em alguns casos. Na maior parte dos

casos, a quantidade de tensionamento na componente YY aumenta conforme se

afasta da parte superior da aleta e chega mais próximo da sua base. Em transistores

uniaxiais, o aumento da largura do canal provoca uma pequena diminuição do

Stress-YY e um maior tensionamento ocorre na parte inferior da aleta. Nos

transistores biaxiais, o Stress-YY sofre uma ligeira redução, abaixo de 3,4%,

conforme ele se afasta da base da aleta e se aproxima da parte superior, com todos

os dispositivos comportando-se de forma semelhante e independentemente da

largura e do comprimento do canal. Com ambos os tensionamento combinados, a

componente Stress-YY que anteriormente sendo apenas biaxial era uniforme na

altura, agora apresenta valores mais elevados na base do canal em comparação

com o topo, através da adição do tensionamento uniaxial. O tensionamento gerado

pela camada de nitreto de silício depositada também aumentou a diferença entre o

Stress-YY na parte superior e na parte inferior do canal.

Figura 24 - Componentes de tensionamento em Stress-YY em função da altura do canal.

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0

Componentes Stress-YY [GPa]

Linhas:

Cheia: WFin = 20 nm

Pontilh.: WFin = 870 nm

Símbolos:

Fechado: LFin = 150 nm

Aberto: LFin = 900 nm

Tensionamentos:

Triângulo: Uniaxial

Círculo: Biaxial

Estrela: Bi+Uni

Base da Aleta

Altu

ra d

a A

leta

(cen

tro d

a al

eta)

[nm

]

Topo da Aleta

Fonte: Bühler (2014)

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66

3.6 VARIAÇÕES DIMENSIONAIS NA FORMAÇÃO DA ALETA

Com base nos resultados obtidos das análises nos MuGFETs nas seções 3.4

e 3.5, a análise do impacto das dimensões da aleta na indução do tensionamento

mecânico uniaxial e nos parâmetros analógicos é realizada no canal retangular. É

dado destaque apenas ao tensionamento uniaxial por ser o tensionamento que

apresentou variações mais significativas com a dimensão da aleta. O processo de

fabricação e caracterização elétrica de estruturas com diferentes dimensões são

criados através do simulador de processo de fabricação, variando-se o comprimento

e altura da aleta no dispositivo retangular. Os perfis do tensionamento mecânico são

extraídos dos dispositivos seguindo os mesmos pré-requisitos descritos na seção

3.5.

Os parâmetros dos modelos de mobilidade utilizados nas simulações elétricas

são ajustados e validados com medidas experimentais realizadas nos dispositivos

MuGFET de porta tripla fornecidos pelo imec, conforme realizado na seção 3.5. Os

principais parâmetros elétricos analisados incluem tensão de limiar,

transcondutância, condutância de saída, tensão Early, ganho intrínseco de tensão e

frequência de ganho unitário.

3.7 ANÁLISE DO TENSIONAMENTO MECÂNICO ATRAVÉS DAS SIMULAÇÕES

DE PROCESSO 3D

Exceto pelas dimensões da aleta, as demais dimensões do dispositivo são

mantidas iguais aos casos da seção 3.3. A partir do estudo anterior e imagens

obtidas dos dispositivos fornecidos pelo imec através do microscópio eletrônico do

Laboratório de Sistemas Integráveis (LSI) da EPUSP, apresentadas na figura 15, foi

adotado o dispositivo de referência. O dispositivo possui comprimento total da aleta

de 1 µm, com 100 nm de comprimento de canal, 20 nm de largura e altura de 65 nm.

Os modelos numéricos de mobilidade do dispositivo de referência, tanto o

convencional quanto sob tensionamento mecânico uniaxial, foram ajustados com os

dados experimentais utilizando as curvas de corrente de dreno e valores de

transcondutância máxima.

Além da estrutura com comprimento total da aleta LFin de 1 µm com 65 nm de

altura, outras três estruturas foram estudadas utilizando os mesmos ajustes de

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67

modelo dos dispositivos de referência. A primeira mantém o LFin de 1 µm, mas reduz

a sua altura pela metade, ficando em 32,5 nm. Para as duas estruturas finais, LFin é

reduzido pela metade (500 nm) e os dois valores de HFin são utilizados (65 nm e 32,5

nm).

Assim como na seção 3.5, o processo de fabricação e os perfis de distribuição

do tensionamento mecânico uniaxial são reanalisados nas novas estruturas. A

componente de tensionamento Stress-YY no comprimento de canal é extraída 1 nm

abaixo da superfície do canal no topo da aleta e a 1 nm acima da interface entre a

aleta e o óxido enterrado (base da aleta). A figura 25 apresenta um corte 3D de ¼ da

estrutura de referência tensionada mecanicamente, obtida por simulação de

processo. O perfil de distribuição do tensionamento mecânico uniaxial ao longo do

canal Stress-YY é apresentado como anteriormente, com tons de azul

representando as áreas com tensionamento mecânico compressivo e as áreas em

tons de vermelho com tensionamento mecânico tensivo. Novamente, o

tensionamento mecânico se mostra tensivo na região do canal e compressivo nas

regiões de fonte e dreno.

Figura 25 – Corte 3D de ¼ da estrutura de referência tensionada mecanicamente, obtida por simulação de processo.

Fonte: Bühler (2011)

A figura 26 (a) apresenta o perfil de tensionamento mecânico ao longo da

aleta em diferentes alturas para HFin de 65 nm e ambos LFin de 500 nm e 1 µm. Os

pontos de máximo nas interfaces do canal com as regiões de LDD e o vale no centro

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68

do canal se mantêm presentes. Ao longo da altura da aleta – figura 26 (b) – o

tensionamento mecânico muda rapidamente e o dispositivo com LFin menor possui

menor tensionamento mecânico.

Figura 26 – (a) Linhas de corte ao longo da aleta mostrando o perfil de tensionamento mecânico em diferentes alturas (b) Linhas de corte ao longo da altura da aleta para as quatro estruturas.

-20

0

-10

0 0

10

0

20

0

-1200

-800

-400

0

400

800

1200

1600

Tensio

nam

ento

(ao longo d

a a

leta

) [M

Pa]

Lfin

= 1 m

Lfin

= 500 nm

Ao longo da Aleta [nm]

Lch

= 100 nm

Hfin

= 65 nm

Ba

se

da

Ale

ta

To

po

da

Ale

ta

Te

nsiv

oC

om

pre

ssiv

oLDD Canal LDD

(a)

150

300

450

600

750

900

Hfin

= 32.5 nm

Hfin

= 65 nm

Tensio

nam

ento

(ao longo d

a a

ltura

) [M

Pa]

Altura da Aleta [nm]

0

Base

da Aleta

65

Topo

da Aleta

32,5

Lfin

= 1 m

Lfin

= 500 nm

(b)

Fonte: Bühler (2014)

3.8 A CARACTERIZAÇÃO ELÉTRICA

3.8.1 Tensão de Limiar

Na figura 27 é apresentada a tensão de limiar para dispositivos experimentais

e simulados. Ela foi extraída utilizando-se o método da variação máxima da

transcondutância na polarização de dreno de 50 mV. A partir deste ponto, os

gráficos são divididos em duas partes e as comparações são realizadas com as

estruturas de referência, definidas anteriormente. No lado esquerdo da figura, a

altura da aleta é fixada em 65 nm e o comprimento total é variado, enquanto que no

lado direito, o comprimento é fixado em 1 µm e a altura é variada.

Dispositivos tensionados mecanicamente sofreram uma queda em Vth de até

15,5 %, seguindo a tendência esperada, segundo a literatura, pela redução na

largura da faixa proibida com o tensionamento mecânico. A redução de LFin nos

dispositivos convencionais não causou variações em Vth, como esperado, uma vez

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69

que nenhuma variação foi induzida na região de silício de interesse. No dispositivo

tensionado mecanicamente, a tensão de limiar se mantém relativamente uniforme,

com um leve aumento ao reduzir-se LFin, devido ao tensionamento mecânico menor

neste dispositivo.

Figura 27 – Resultados simulados e experimentais da tensão de limiar para VDS = 50 mV.

0,5 1,00,36

0,38

0,40

0,42

0,44

0,46

0,48

0,50

0,52

0,54

Vth [

V]

Lfin

[m]

Convencional

Tensionado

Hfin

= 65 nm

32,5 65,0

Hfin

[nm]

Aberto: Simulação

Fechado: Experimental

Lfin

= 1 m

Fonte: Bühler (2014)

3.8.2 Transcondutância

O valor da transcondutância máxima experimental e simulada é extraído a

partir da derivada primeira da curva IDS em função de VGS na região de operação

linear e é apresentada na figura 28 (a). Apesar da diferença na quantidade de

tensionamento mecânico transferido para a aleta, a variação de LFin não resultou em

mudança significativa na transcondutância máxima. O tensionamento mecânico

proporcionou aumento da mobilidade dos elétrons que resultou na transcondutância

máxima destes dispositivos 64 % maior que nos convencionais.

A redução de HFin resultou na redução de 41 % de gm.max em relação à

referência, mas o aumento nos dispositivos tensionados mecanicamente em

comparação aos convencionais foi mantido em 64 %. É importante salientar que se

gm.max for normalizado pela largura efetiva da porta e o comprimento do canal

(Weff/Lch), esta diferença entre os dois valores de HFin desaparece. As mesmas

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70

tendências observadas na região de operação linear são refletidas no regime de

saturação (gm.sat), exibido na figura 28 (b).

Figura 28 – (a) Resultados simulados e experimentais da transcondutância máxima para VDS = 50 mV (b) transcondutância na região de saturação para VDS = 600 mV e VGT = 200 mV.

0,5 1,04

6

8

10

12

14

16

18

20

gm

.max [S

]

Lfin

[m]

32,5 65,0

Hfin

[nm]

Convencional

Tensionado

Hfin

= 65 nm

Aberto: Simulação

Fechado: Experimental

Lfin

= 1 m

(a)

0,5 1,0

20

30

40

50

60

70

80

90

100

gm

.sat [S

]

Lfin

[m]

32,5 65,0

Hfin

[nm]

Convencional

Tensionado

Hfin

= 65 nm

Simulação

Lfin

= 1 m

(b)

Fonte: Bühler (2014)

3.8.3 Condutância de Saída e Tensão Early

A condutância de saída foi extraída utilizando a mesma técnica empregada

anteriormente na região de saturação, com a mesma polarização de dreno e

sobretensão de porta. Apresentada na figura 29 (a), ela não sofreu influência com a

variação de LFin, uma vez que gD está ligado à suscetibilidade das cargas do canal

ao campo elétrico longitudinal gerado pelo dreno. Apenas uma degradação de

aproximadamente 65 % com a aplicação do tensionamento mecânico foi observado

e já foi reportado anteriormente (67).

Apesar dos menores valores de transcondutância, gD apresentou valores

melhores para o HFin menor. A figura 29 (b) apresenta a tensão Early com

dispositivos tensionados mecanicamente tendo valores melhores em todas as

situações, resultado da melhor mobilidade para a mesma sobretensão de porta,

como já discutido anteriormente. Nenhuma dependência significativa com LFin é

observada. Olhando no lado direito da figura de VEA, a redução de HFin causou a

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71

redução da tensão Early no dispositivo convencional, mas a deposição da camada

tensora de nitreto de silício foi mais eficiente neste caso, levando a um aumento de

9,5 % em relação ao convencional, contra os 7 % de melhoria nos dispositivos de

referência.

Figura 29 – (a) Condutância de saída para VDS = 600 mV e VGT = 200 mV (b) tensão Early para VDS = 600 mV e VGT = 200 mV.

0,5 1,0

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

1,6

1,8

2,0

gD [S

]

Lfin

[m]

32,5 65,0

Hfin

[nm]

Convencional

Tensionado

Hfin

= 65 nm

Simulação

Lfin

= 1 m

(a)

0,5 1,05,8

6,0

6,2

6,4

6,6

6,8

7,0

7,2

VE

A [V

]

Lfin

[m]

32,5 65,0

Hfin

[nm]

Convencional

Tensionado

Hfin

= 65 nm

Simulação

Lfin

= 1 m

(b)

Fonte: Bühler (2014)

3.8.4 Ganho Intrínseco de Tensão

Obtido seguindo as mesmas condições anteriores, AV=gm.sat/gD, o ganho

intrínseco de tensão é apresentado na figura 30, seguindo a mesma tendência vista

para a tensão Early. Apesar da transcondutância na saturação ser menor para

dispositivos com HFin de 32,5 nm, a condutância de saída foi melhorada, reduzindo

seus valores. Mesmo assim o dispositivo convencional ainda apresenta ganho

intrínseco de tensão inferior ao dispositivo de referência. Entretanto, este dispositivo

terá valores maiores que o dispositivo de referência se submetido ao tensionamento

mecânico, resultado do mais eficiente aumento de AV pelo aumento da mobilidade

dos portadores através do tensionamento mecânico aplicado. O aumento obtido com

o tensionamento mecânico em relação ao dispositivo convencional com HFin de 32,5

nm e 65 nm foi de 8 % e 5,1 % respectivamente.

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72

Figura 30 – Ganho intrínseco de tensão para VDS = 600 mV e VGT = 200 mV.

0,5 1,047

48

49

50

51

52

53

54

55

AV [

dB

]

Lfin

[m]

32,5 65,0

Hfin

[nm]

Convencional

Tensionado

Hfin

= 65 nm

Simulação

Lfin

= 1 m

Fonte: Bühler (2014)

3.8.5 Frequência de Ganho Unitário

A frequência de ganho unitário na figura 31 apresentou resultados

relativamente uniformes para a estrutura de referência e as estruturas modificadas,

mas com aumentos significativos para dispositivos tensionados mecanicamente

sobre os convencionais, ficando entre 73 % e 75 %, mostrando que com dispositivos

tensionados mecanicamente é possível operar-se em frequências pelo menos 73 %

mais elevadas que o convencional, antes que o ganho do dispositivo cai para a sua

unidade.

Figura 31 – Frequência de ganho unitário para VDS = 600 mV e VGT = 200 mV.

0,5 1,0

30

40

50

60

70

80

90

f T [G

Hz]

Lfin

[m]

32,5 65,0

Hfin

[nm]

Convencional

Tensionado

Hfin

= 65 nm

Simulação

Lfin

= 1 m

Fonte: Bühler (2014)

8,0% 5,1%

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73

4 O MuGFET SOI COM ALETA TRAPEZOIDAL

A análise da influência do canal trapezoidal na indução do tensionamento

mecânico uniaxial e nos parâmetros analógicos é realizada comparativamente a

análise do canal retangular. O estudo é realizado criando-se dispositivos através do

simulador de processos de fabricação inserindo o perfil trapezoidal, além da variação

do comprimento e altura da aleta, prosseguindo com a análise da seção 3.6. Os

perfis do tensionamento mecânico são extraídos dos dispositivos seguindo os

mesmos pré-requisitos descritos na seção 3.5 e simulações elétricas são realizadas

em situações com e sem o tensionamento mecânico uniaxial, obtido através do

simulador de processos 3D Sentaurus.

Os principais parâmetros elétricos analisados são a tensão de limiar,

inclinação de sublimiar, transcondutância, relação gm/IDS, condutância de saída,

tensão Early, ganho intrínseco de tensão e frequência de ganho de tensão unitário.

4.1 VARIAÇÕES DECORRENTES DA CORROSÃO DO SILÍCIO

Conforme as dimensões da aleta (e do dispositivo em si) são reduzidas,

seguindo a perspectiva da ITRS (International Technology Roadmap for

Semiconductors) (68), os desafios enfrentados no processo de corrosão e definição

da aleta de silício tornam-se cada vez maiores. Por esta razão, a etapa de corrosão

e a sua qualidade é um fator chave na fabricação dos dispositivos microeletrônicos.

Apesar dos esforços em produzir corrosões com melhor controle para que se

obtenham aletas mais próximas do formato retangular uniforme desejado, o que se

obtém muitas vezes são perfis trapezoidais ou côncavos ou ainda convexos. Devido

a essas imperfeições inerentes ao processo de corrosão, os dispositivos MuGFET

sofrem frequentemente de paredes laterais não verticais, resultando em uma secção

transversal do canal não retangular com portas laterais inclinadas, com formatos

muitas vezes trapezoidais. Estas variações geométricas podem afetar alguns

parâmetros analógicos do dispositivo (22,69,70,71,72,73,74), alguns dos quais serão

abordados a seguir.

Nas referências (19,20,21,22), os autores apresentam alguns formatos de

aletas de diferentes referências e a figura 32 apresenta alguns cortes realizados em

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74

dispositivos experimentais destes formatos. Os formatos mais comuns da secção

transversal são o trapezoidal e o côncavo.

Figura 32 – Corte da secção transversal de estruturas MuGFET. Aleta com formato (a) trapezoidal (19) (b) trapezoidal (20) (b) côncavo (21) (c) triangular (22).

(a) (b) (c) (d)

Fonte:(a) Intel Corp et al (2012), (b) Lindert et al (2001), (c) Kedzierski et al (2002), (d) Wu et al (2005)

4.2 SIMULAÇÃO NUMÉRICA DE PROCESSO E DISPOSITIVO 3D

Os dispositivos avaliados seguem as mesmas características dos dispositivos

da seção 3: SOI MuGFET de porta tripla convencional e com tensionamento

mecânico uniaxial. As estruturas novamente foram obtidas através da simulação de

processo 3D utilizando o simulador Sentaurus, baseado no processo do imec.

As estruturas com formato da secção transversal retangular (RET) possuem

largura de 20 nm. As estruturas de secção transversal trapezoidal são divididas em

trapézio regular (TR), com largura do topo da aleta WTopo de 10 nm e largura da base

da aleta WBase de 30 nm, e trapézio invertido (TI), com WTopo de 30 nm e WBase de 10

nm. A largura média da aleta (largura na metade da altura da aleta) de todos os

dispositivos novamente é mantida a mesma e igual a 20 nm, assim como a área da

secção transversal para simplificação da comparação entre eles.

A figura 33 (a) apresenta as principais partes do transistor através do corte 2D

da secção transversal mostrando o trapézio regular. As extensões de fonte e dreno

(LDD) possuem 50 nm de comprimento cada.

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75

Figura 33 – (a) Corte 2D da secção transversal mostrando o trapézio regular e suas principais partes (b) Perfil 3D do tensionamento

mecânico tensivo na aleta retangular ao longo do canal para o MuGFET tipo n.

(a) (b)

Fonte: Bühler (2014)

Dois comprimentos totais da aleta LFin foram adotados para esta etapa como

sendo de 600 nm e 250 nm, com comprimento de canal de 100 nm e nenhuma

dopagem de canal aplicada durante o processo de fabricação, resultando na

concentração de dopantes de NA = 1015 cm-3 para todos os dispositivos. A figura 33

(b) apresenta o perfil 3D do tensionamento mecânico uniaxial na aleta retangular ao

longo do canal. Os tons de azul representam as áreas onde o tensionamento

mecânico é compressivo e as áreas em tons de vermelho representam as áreas

onde o tensionamento mecânico é tensivo.

As mudanças de piezorresistência são implementadas no simulador para

descrever os efeitos da deformação mecânica (ocasionadas pelo tensionamento

mecânico) na operação do dispositivo. Estas mudanças são consideradas através

dos mesmos modelos descritos anteriormente no item 3.3.

4.3 A COMPONENTE 1D DE TENSIONAMENTO NO ESTUDO DA DIMENSÃO E

FORMATO DA ALETA

Nesta seção é avaliado o processo de fabricação e o perfil de distribuição da

componente de tensionamento mecânico uniaxial ao longo do comprimento de canal

(Stress-YY), com foco especial em variáveis como formato, altura e comprimento da

aleta. A componente de tensionamento na largura do canal (Stress-ZZ) não foi

Óxido Enterrado

Óxido Enterrado

Silício Poli

CESL

Aleta

Aleta

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76

incluída devido à sua pouca influência, como discutido na seção 3. A figura 34 (a)

apresenta o perfil de tensionamento mecânico uniaxial 3D na aleta retangular ao

longo do canal, extraído verticalmente no centro da aleta. A figura 34 (b) apresenta

as linhas de corte extraídas ao longo da aleta na base, topo e na metade da altura

para os três formatos.

O tensionamento mecânico tensivo induzido pelo nitreto de silício é maior na

base da aleta do que no topo. O ponto de mínimo tensionamento mecânico ao longo

do comprimento do canal (entre - 50 nm e + 50 nm) ocorre no seu centro,

aumentando na direção da interface com o dreno fracamente dopado (LDD), local

onde é atingido o seu valor mais alto. Um segundo ponto de máximo ocorre na

interface LDD / HDD (High Doped Drain – HDD), de onde cai abruptamente atingindo

o estado de tensionamento mecânico compressivo conforme adentra as regiões de

fonte e dreno. Tendências muito similares estão presentes nos trapézios regulares e

invertidos. Dentro do canal e das regiões de LDD, o tensionamento mecânico é

totalmente tensivo e é maior na base da aleta, como mostrado na figura 34 (b). As

diferenças no perfil de tensionamento mecânico para cada altura são muito

pequenas no interior do canal e nas regiões de LDD, exceto pela base do trapézio

invertido que possui valor um pouco maior nas interfaces de canal com o LDD. Nas

regiões de fonte e dreno (HDD) o tensionamento mecânico torna-se compressivo,

com níveis maiores de tensionamento mecânico compressivo no topo da aleta.

Figura 34 – (a) Perfil de tensionamento mecânico 3D na aleta ao longo do canal para o transistor RET (b) Perfil de tensionamento mecânico ao longo da aleta em diferentes alturas.

(a)

-25

0

-20

0

-15

0

-10

0

-50 0

50

10

0

15

0

20

0

25

0

-250

-200

-150

-100

-50

0

50

100

150

200

250

HFin

= 65 nm

LFin

= 600 nm

Base da Aleta

Metade Altura

Topo da Aleta

Base Aleta

Metade Altura

Formatos:

TI RET TR

Tensio

nam

ento

(ao longo d

a a

leta

) [M

Pa]

Ao longo da Aleta [nm]

LDDCanalLDD

Topo Aleta

(b)

Fonte: Bühler (2014)

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77

Uma vez que o tensionamento mecânico foi mais efetivo na base da aleta,

uma simulação de processo adicional foi realizada com a altura da aleta reduzida

para a sua metade (em outras palavras, HFin de 32,5 nm), mantendo os três formatos

da aleta para realizar o estudo da mudança no tensionamento mecânico efetivo. Os

perfis de tensionamento mecânico no topo e na base da aleta são apresentados na

figura 35 (a), onde o topo da aleta é extraído na altura equivalente ao meio da aleta

na figura 34 (b).

Uma terceira simulação de processo foi realizada, desta vez reduzindo o

comprimento da aleta. Originalmente a aleta possuía 600 nm de comprimento e foi

reduzido para 250 nm. Com esta redução – figura 35 (b) – o tensionamento

mecânico sofreu uma forte queda, atingindo inclusive níveis compressivos no topo

da aleta, uma condição indesejável, uma vez que ela degrada a mobilidade dos

portadores nos dispositivos nMOSFETs. Além disso, os picos característicos nas

interfaces com LDD e HDD praticamente desapareceram.

Focando no tensionamento mecânico no centro do canal, linhas de corte

verticais ao longo da altura da aleta foram extraídas e são apresentadas na figura 35

(c). Os três grupos de estruturas com diferentes formatos são apresentados juntos.

Figura 35 – (a) Linhas de corte ao longo da aleta mostrando o perfil de tensionamento mecânico em diferentes alturas para os três formatos com HFin = 65 nm e LFin = 600 nm e (b)

HFin = 32,5 nm e LFin = 600 nm. (c) Linhas de corte ao longo da altura da aleta para os três formatos.

-25

0

-20

0

-15

0

-10

0

-50 0

50

10

0

15

0

20

0

25

0

-250

-200

-150

-100

-50

0

50

100

150

200

250

Te

nsio

na

me

nto

(a

o lo

ng

o d

a a

leta

) [M

Pa

]

HFin

= 32,5 nm

LFin

= 600 nm

Topo Aleta

Base AletaFormatos:

TI RET TR

Ao longo da Aleta [nm]

LDDCanalLDD

Base da Aleta

Topo da Aleta

Te

nsiv

oC

om

pre

ssiv

o

-10

0

-50 0

50

10

0

HFin

= 65 nm

LFin

= 250 nm

Formatos:

TI RET TR

LDDCanalLDD

Topo Aleta

Metade Altura

Base Aleta

0 6533

-25

0

25

50

75

100

125

150

175

200

225

32,5Metade

HFin

= 32,5 nm

LFin

= 600 nm

HFin

= 65 nm

LFin

= 600 nm

HFin

= 65 nm

LFin

= 250 nm

Formatos:

TI RET TR

da Altura da Aleta

Te

nsio

na

me

nto

(a

o lo

ng

o d

a a

ltu

ra)

[MP

a]

Altura da Aleta [nm]

Topo

Te

nsiv

o

Compr.

Baseda Aleta

(a) (b) (c)

Fonte: Bühler (2014)

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78

Na base do canal, uma pequena redução no tensionamento mecânico, em

torno de 5,4 %, ocorre com a redução da altura da aleta para a sua metade.

Entretanto, reduzindo o comprimento da aleta de 600 nm para 250 nm causa uma

queda no valor final do tensionamento mecânico de 73,6 %.

Na metade da altura da aleta (ou no topo do transistor com HFin de 32,5 nm), a

redução proporcional com as dimensões da aleta é maior. A redução da altura levou

a valores de tensionamento mecânico 19,8 % menores, enquanto que reduzindo o

comprimento o degradou em 80,2 %. O menor tensionamento mecânico com a

redução da altura ocorre devido ao topo da aleta estar amarrado aos materiais de

porta devido à sua proximidade aos mesmos, interferindo na eficiência da

transferência do tensionamento mecânico gerado pela camada de nitreto de silício.

Ao mesmo tempo, o tensionamento mecânico induzido nas regiões de LDD é

levemente maior no transistor com a metade da altura, devido a esta área ser livre

dos materiais de porta, mais próxima da camada tensiva de nitreto de silício, mas

ainda coberta pelo espaçador.

A partir destes resultados, conclui-se que utilizar uma aleta mais alta é

benéfico para a transferência do tensionamento mecânico, além dos já conhecidos

benefícios descritos na literatura de redução da resistência série com o aumento da

altura da aleta sem que se aumentade a área de lâmina utilizada. No topo da aleta, a

redução do seu comprimento causou a redução do tensionamento mecânico em 109

%. A variação da tensão mecânica ao longo da altura da aleta nesta mesma

estrutura também é notável. Para a aleta alta e longa, a variação foi de 63,4 %; 33,9

% para a aleta com HFin de 32,5 nm e LFin de 600 nm; e 63,4 % para a aleta mais

curta.

Não somente a altura da aleta é importante, mas, principalmente, o seu

comprimento. Conforme a camada de nitreto de silício é depositada, a aleta mais

longa possui maior área de contato com o nitreto de silício, sendo assim capaz de

induzir uma quantia maior de tensionamento mecânico na aleta e,

consequentemente, no canal.

Baseado nestes resultados de simulação do processo, a caracterização

elétrica nesta fase preliminar de estudo foi realizada nas estruturas com altura e

comprimento da aleta igual a 65 nm e 600 nm respectivamente e é apresentada na

seção a seguir.

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79

4.4 A CARACTERIZAÇÃO ELÉTRICA

4.4.1 Tensão de Limiar e Inclinação de Sublimiar

A tensão de limiar foi extraída utilizando-se o método da máxima variação da

transcondutância na região de operação linear do transistor, com polarização de

dreno igual a 50 mV. Conforme o formato da aleta é alterado do trapézio regular

para o trapézio invertido, passando pelo formato retangular, nenhuma variação

considerável na tensão de limiar foi observada, uma vez que a variação de tensão

ficou dentro do passo adotado aqui, de 10 mV. A inclinação de sublimiar, utilizada

para estudar a suscetibilidade do dispositivo aos efeitos de canal curto, é extraída e

listada na tabela 2. Ela não apresentou dependência significativa com o

tensionamento mecânico. O formato retangular e o trapézio invertido mantiveram

seus valores próximos do limite teórico de (k.T/q)ln(10), com o trapézio invertido

mostrando o melhor (menor) valor devido ao acoplamento eletrostático mais forte

entre as portas e o canal. O trapézio regular possui o acoplamento eletrostático de

porta mais fraco dos três, pois devido a sua geometria o ângulo entre as faces

laterais da porta e a face no topo da aleta é maior que no caso do trapézio invertido

e, consequentemente, as faces da porta são mais distantes entre si. Com isso o

campo elétrico gerado pela porta torna-se menos intenso. Nenhuma variação

significativa na inclinação de sublimiar foi notada quando o tensionamento mecânico

foi aplicado.

Tabela 2 – Valores da Inclinação de Sublimiar para Dispositivos MuGFET Convencionais e Tensionados Mecanicamente.

Inclinação de Sublimiar (mV/déc.)

MuGFET Convencional MuGFET Tensionado Mecanicamente

TR RET TI TR RET TI

62,0 60,8 60,5 62,0 60,9 60,5

4.4.2 Transcondutância e Relação gm/IDS

As curvas de transcondutância na região linear (com VDS de 50 mV) e os

valores da transcondutância na região de saturação (com VDS de 600 mV e VGT de

200 mV) foram obtidos segundo a derivada de primeira ordem da curva da corrente

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80

de dreno em função da tensão de porta, como utilizado previamente. Os resultados

são apresentados na figura 36 (a) e na figura 36 (b), respectivamente.

Figura 36 – (a) Curvas de transcondutância na região linear em função do formato da aleta para dispositivos convencionais e tensionados mecanicamente (b) transcondutância na região de

saturação (c) ganho de transcondutância na saturação com o tensionamento mecânico aplicado.

0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0

0

10

20

30

40

50

60

70

IT REC RT

110

120

130

140

150

160

170

Tensionado

gm [S

]

VGS

[V]

Convencional

VDS

= 50 mV

L = 100 nm

Linhas Tracejadas:

Linhas Cheias:

Linhas Pontilhadas:

MuGFET Convencional

MuGFET Tensionado

gm

.sa

t [S

]

Formato da Aleta

VGT

= 200 mV

VDS

= 600 mV

L = 100 nm

TI RET TR IT REC RT

0

4

8

12

16

20

24

TI RET TR

gm

.sa

t.va

r [%

]

Formato da Aleta

Ganho do Tensionado

sobre o Convencional

(a) (b) (c)

Fonte: Bühler (2014)

Na região linear, a mudança no formato da aleta do retangular e do trapézio

regular para o trapézio invertido levou a um aumento de 8,3 % da transcondutância

máxima, enquanto que o uso do tensionamento mecânico resultou em valores em

média 12,9 % maiores de transcondutância máxima que em dispositivos

convencionais. O aumento na transcondutância máxima no trapézio invertido está

ligado à mudança no formato da aleta com o acoplamento eletrostático mais forte

entre a porta e as cargas no canal. Ele está também ligado ao maior comprimento

total de porta (largura efetiva do transistor: 2.HFin + WFin), o que resulta em uma

maior área condução de corrente. Os valores de transcondutância máxima são

apresentados na tabela 3.

A transcondutância na região de saturação segue a mesma tendência vista na

região linear com o trapézio invertido, apresentando o melhor valor, produto do

melhor acoplamento formado pela porta. O aumento obtido através do aumento da

mobilidade dos portadores pelo tensionamento mecânico é apresentado na figura 36

(c), ficando próximo de 14 %. Embora um ganho levemente maior ocorra para o

formato retangular, o maior (e consequentemente melhor) valor da transcondutância

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81

pertence ao trapézio invertido, devido ao melhor acoplamento eletrostático entre a

porta e as cargas do canal.

Tabela 3 – Valores de Transcondutância Máxima na Região Linear para Dispositivos MuGFET Convencionais e Tensionados Mecanicamente.

Transcondutância Máxima (µS)

MuGFET Convencional MuGFET Tensionado Mecanicamente

TR RET TI TR RET TI

49,6 49,7 53,8 55,8 56,5 60,4

A relação gm/IDS é apresentada na figura 37 para os três formatos da aleta e

para dispositivos convencionais e tensionados mecanicamente. Ambas as

tecnologias e os diferentes formatos possuem comportamento similar. Entretanto, há

diferenças nas inversões fracas e fortes. No canto superior direito da figura 37, é

mostrada parte da região de inversão fraca ampliada com detalhes. Nesta região, as

curvas ficam agrupadas pelo tipo de formato e com valores maiores para o trapézio

invertido, seguido pelo formato retangular e o trapézio regular, nesta sequência, e

uma pequena dependência com a tecnologia de tensionamento mecânico. No canto

inferior direito da figura o detalhe da inversão forte é apresentado, desta vez com as

curvas agrupadas pelo tipo de tecnologia. Dispositivos tensionados mecanicamente

apresentam valores mais elevados, com os dispositivos de trapézio invertido sendo

os com maiores valores em cada grupo, apesar de ser pequena a diferença.

Figura 37 – Relação gm/IDS para dispositivos MuGFET convencionais e tensionado mecanicamente.

10-9

10-8

10-7

10-6

10-5

5

10

15

20

25

30

35

40

Inversão Forte

Inversão Fraca

gm/I

DS [V

-1]

IDS

/(W/L) [A]

VDS

= 600 mV

L = 100 nm

Linhas Tracejadas:

Linhas Cheias:

Linhas Pontilhadas:

10-9

10-8

5x10-8

36

37

38

39

gm/I

DS [V

-1]

IDS

/(W/L) [A]

Convencional

Tensionado

10-5

2x10-5

3x10-54x10

-5

3

4

5

6

7

8

IDS

/(W/L) [A]

gm/I

DS [V

-1]

Tensionado

Convencional

Fonte: Bühler (2014)

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82

4.4.3 Condutância de Saída e Tensão Early

A condutância de saída é extraída através da derivada de primeira ordem da

curva da corrente de dreno em função da tensão de dreno na região de saturação. A

polarização de dreno foi mantida em 600 mV e a sobretensão de porta em 200 mV.

A condutância de saída é dependente da variação do comprimento efetivo de canal

com a tensão de dreno e o campo elétrico gerado por ele. Ao aumentar o

acoplamento dos portadores dentro do canal com a porta, a suscetibilidade das

cargas ao controle pelo dreno pode ser reduzida e com isso a condutância de saída

será reduzida. Esta evolução no aumento do acoplamento eletrostático com

subsequente redução na condutância de saída pode ser observada na figura 38 (a)

caminhando-se do trapézio regular para o trapézio invertido, passando pelo formato

retangular. Para os dispositivos convencionais, a variação do trapézio invertido para

o retangular degradou gD em 1,8 %, um valor pequeno se comparado à degradação

ao mudar para o trapézio regular, que ficou em 14,7 %. É válido notar que a

condutância de saída no retangular ficou mais próxima do trapézio invertido,

enquanto que na transcondutância ele ficou mais próximo do trapézio regular. Esta

tendência oposta terá impacto no ganho intrínseco de tensão, analisado a seguir.

Figura 38 – (a) Condutância de saída na região de saturação em função do formato da aleta (b) degradação de gd na saturação com o tensionamento

mecânico aplicado (c) tensão Early em função do formato da aleta.

IT REC RT

1,7

1,8

1,9

2,0

2,1

2,2

IT REC RT

0

2

4

6

8

10

TI RET TR

Degradação do Tensionado

sobre o Convencional

VDS

= 600 mV

gD

.var [%

]

Formato da Aleta

MuGFET Convencional

MuGFET Tensionado

TI RET TR

gD [S

]

Formato da Aleta

VGT

= 200 mV

L = 100 nm

IT REC RT

9,0

9,5

10,0

10,5

11,0

11,5

12,0

12,5

13,0

MuGFET Convencional

MuGFET Tensionado

TI RET TR

VE

A [

V]

Formato da Aleta

VGT

= 200 mV

L = 100 nm

(a) (b) (c)

Fonte: Bühler (2014)

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83

Com a aplicação do tensionamento mecânico ocorre a degradação de gD em

todos os formatos, assim como ocorrido em análises anteriores. A figura 38 (b)

apresenta o porcentual de degradação sofrido por gD com o tensionamento

mecânico. A degradação causada pelo tensionamento mecânico foi inferior ao

causado pela mudança no formato da aleta, especialmente quando comparado ao

ganho obtido na transcondutância com a utilização do mesmo tensionamento

mecânico. Adicionalmente, na figura 38 (c) é exibida a tensão Early. Novamente o

trapézio invertido leva vantagem sobre os demais formatos, devido ao seu melhor

acoplamento eletrostático, de maneira similar ao visto em análise anterior. O

tensionamento mecânico aumentou a tensão Early em 1,2 %, valor pouco

expressivo.

4.4.4 Ganho Intrínseco de Tensão

O ganho intrínseco de tensão obtido nas mesmas condições das análises

anteriores é apresentado na figura 39 (a). O ganho obtido em AV com a aplicação do

tensionamento mecânico ficou em torno de 2,23 % para uma camada de nitreto

tensora de 800 MPa – figura 39 (b). Estes resultados mostram que, apesar do

tensionamento mecânico melhorar a transcondutância pelo aumento da mobilidade

dos portadores, a degradação sofrida pela condutância de saída foi severa.

Observando o gráfico de barras, o trapézio invertido não possui o maior aumento na

transcondutância, com 13,8 %, entretanto tem a menor degradação na condutância

de saída, de 2,8 %, pois o maior acoplamento eletrostático da porta com a cargas do

canal reduziu a susceptibilidade destas ao campo elétrico gerado pelo potencial

aplicado no dreno. Esta compensação lhe deu o maior ganho intrínseco de tensão.

De forma oposta, o formato retangular apresentou o melhor ganho em gm, mas a pior

degradação de gD – quase o dobro do trapézio invertido – pela razão inversa,

deixando-o na última posição em comparação aos demais formatos.

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84

Figura 39 – (a) AV em função do formato da aleta (b) aumento em AV com o tensionamento mecânico.

IT REC RT

35

36

37

38

39

40

TI RET TR

MuGFET Convencional

MuGFET Tensionado

VGT

= 200 mV

AV [

dB

]

Formato da Aleta

VDS

= 600 mV

L = 100 nm

IT REC RT

0

1

2

3

4

TI RET TR

Ganho do Tensionado

sobre o Convencional

AV

.va

r [%

]

Formato da Aleta (a) (b)

Fonte: Bühler (2014)

4.4.5 Frequência de Ganho de Tensão Unitário

A frequência de ganho unitário descrito pela equação (21), dependente de gm,

é apresentado na figura 40. Valores maiores foram obtidos para o trapézio regular,

seguido pelo trapézio invertido e o retangular. Como existe um equilíbrio entre a

transcondutância e o Weff, embora o trapézio invertido tenha maior gm, o trapézio

regular possui menor Weff e consequente menor área de porta que leva ao aumento

de fT.

Figura 40 – Frequência de ganho de tensão unitário em função do formato da aleta.

IT REC RT

100

110

120

130

140

MuGFET Convencional

MuGFET Tensionado

TI RET TR

f T [

GH

z]

Formato do fin

VGT

= 200 mVV

DS = 600 mV

L = 100 nm

Fonte: Bühler (2014)

O uso do tensionamento mecânico melhorou a frequência de ganho unitário

em torno de 13,9 %, praticamente o mesmo que foi observado na transcondutância.

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85

5 O MuGFET SOI COM ALETA CÔNCAVA OU CONVEXA

Além dos formatos das secções transversais vistos anteriormente, os

problemas tecnológicos durante as etapas de corrosão do silício podem gerar outros

formatos de aleta além do trapezoidal, como, por exemplo, os formatos côncavo e

convexo. A figura 32 (b) apresenta um dispositivo MuGFET experimental de porta

tripla que possui o formato côncavo das paredes laterais.

Esta seção abordará tais dispositivos, mas apenas focando os parâmetros

elétricos analógicos tanto nos dispositivos experimentais com canal retangular,

quanto através de simulações de dispositivo. A análise dos principais parâmetros

elétricos analógicos é realizada nos dispositivos MuGFET que apresentam a secção

transversal da aleta com formatos côncavo e convexo das paredes laterais, além do

formato retangular, juntamente com tecnologia do tensionamento mecânico uniaxial

e biaxial.

Medidas experimentais dos dispositivos foram utilizadas para ajuste e

validação dos resultados simulados dos dispositivos retangulares e extrapolados

para os outros três formatos. Os parâmetros analisados foram a tensão de limiar,

inclinação de sublimiar, transcondutância, relação gm/IDS, condutância de saída,

tensão Early, ganho intrínseco de tensão e frequência de ganho unitário.

5.1 SIMULAÇÃO NUMÉRICA DE DISPOSITIVO 3D

Os dispositivos avaliados seguem as mesmas características dos dispositivos

da seção 3.3, exceto pelas dimensões da aleta. Estruturas convencionais e com

tensionamento mecânico uniaxial e biaxial com largura de WFin = 20 nm cada e

comprimento de canal de 100 nm e 900 nm foram medidos. As estruturas foram

obtidas através da simulação de dispositivo 3D utilizando o simulador numérico Atlas

para o estudo dos principais parâmetros analógicos dos quatro dispositivos,

apresentados na figura 41. Embora foi utilizado outro simulador para esta etapa da

análise, os parâmetros de mobilidade e degradação dos portadores foram mantidos

ajustados com os dispositivos experimentais. Em todos os dispositivos, as larguras

do topo e da base da aleta foram mantidas constantes e iguais à WTopo = WBase = 20

nm, enquanto a largura média da aleta assume os valores Wmed de 0; 10; 20 e 30

nm. Por ter sido utilizado nesta etapa apenas a simulação por dispositivo, o

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86

comprimento total da aleta não foi levado em consideração, utilizando a mobilidade

global efetiva dos dispositivos experimentais.

Figura 41 – Variações do formato da secção transversal da aleta.

Fonte: Bühler (2014)

5.1 A CARACTERIZAÇÃO ELÉTRICA

5.1.1 Tensão de Limiar e Inclinação de Sublimiar

A figura 42 (a) apresenta o comportamento da tensão de limiar para os

dispositivos simulados em função de Wmed. O método da variação máxima da

transcondutância aplicado anteriormente é novamente utilizado para a extração de

Vth, na polarização de dreno VDS de 50 mV. Os resultados experimentais (onde a

aleta é assumida como sendo retangular) são também apresentados na mesma

figura, para Wmed de 20 nm.

Figura 42 – Resultados simulados e experimentais da (a) tensão de limiar e (b) inclinação de sublimiar, em função da largura média da aleta.

0 10 20 30

58

59

60

61

62

63

0 10 20 30

0,30

0,35

0,40

0,45

0,50

0,55

Vth

[V]

Wmed

[nm]

VDS

= 50 mVExperimental

100 900

Convencional

Uniaxial

Biaxial

L = 900 100 [nm]

Simulação

S [m

V/d

éc]

Wmed

[nm]

VDS

= 50 mVExperimental

100 900

Convenciaonal

Uniaxial

Biaxial

L = 900 100 [nm]

Simulação

(a) (b)

Fonte: Bühler (2014)

Óxido Enterrado

Óxido Enterrado

SiG

ate

SiG

ate

Si

Si

Porta

Porta

Si

Si

Porta

Porta

Si

G

a

t

e

Si

G

a

t

e

Porta

Porta

Si

Si

Si

Si

Porta

Porta Wmed

Wmed Wmed = 0

Wmed = 0

HFIN/2

HFIN/2 HFIN/2

HFIN/2 Óxido Enterrado

Óxido Enterrado

Óxido Enterrado

Óxido Enterrado

Óxido Enterrado

Óxido Enterrado Wmed = 10 nm

Wmed = 10 nm

Wmed = 20 nm

Wmed = 20 nm

Wmed = 30 nm

Wmed = 30 nm

WTopo

WTopo WBase

WBase Formato 1

Formato 1

Formato 2

Formato 2

Formato 3

Formato 3

Formato 4

Formato 4

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87

O aumento da tensão de limiar com a redução da largura da aleta é

conhecido da literatura e um modelo analítico da tensão de limiar foi proposto por

Poiroux et al. (31), conforme exibido na equação (8), item 2.2.1.1, com Vth

aumentando conforme a variável tSi (análoga a WFin) é reduzida. As inclinações de

sublimiar para diferentes tecnologias são apresentadas na figura 42 (b) em função

de Wmed. As simulações para o formato retangular apresentaram boa concordância

com os valores medidos, ficando próximo do valor teórico de (k.T/q)ln(10), com um

erro máximo de 2,2 %. Para menores Wmed, melhores valores de S são obtidos

devido ao acoplamento eletrostático mais forte entre a porta e o canal. Nenhuma

tendência específica foi observada entre os dispositivos tensionados.

5.1.2 Transcondutância e Relação gm/IDS

Os gráficos da transcondutância são exibidos na figura 43, obtidas a partir da

derivada de primeira ordem da curva IDS vs VGS, na polarização VDS de 50 mV. Para

comprimentos de canal 100 nm, a redução de gm devido ao decréscimo de Wmed é

causada pelo aumento da resistência série parasitária.

Figura 43 – Transcondutância simulada e experimental em função da largura média da aleta.

0 10 20 30

20

30

40

50

60

70

80

90

100

0 10 20 30

4

8

12

16

20

24

VGT

= 200 mV

gm

.sat

[

S]

Wmed

[nm]

L = 100 nm VDS

= 600 mV

Convencional

Uniaxial

Biaxial

SimulaçãoExperimental

L = 900 nm

gm

.sat

[

S]

Wmed

[nm]

SimulaçãoExperimental

Convencional

Uniaxial

Biaxial

VGT

= 200 mV

VDS

= 600 mV

Fonte: Bühler (2014)

A maior parte desta resistência está localizada nas extensões de fonte e

dreno, as quais possuem os mesmos formatos de secção transversal da região

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88

ativa, uma vez que as não uniformidades de corrosão afetam todo o comprimento da

aleta e, portanto, depende do Wmed. Para o comprimento de canal de 900 nm, a

influência da resistência série parasitária é muito menor e o acoplamento entre a

porta e o canal torna-se dominante sobre a resistência série, aumentando gm para

Wmed menores. No entanto, assim como visto para os dispositivos trapezoidais, a

mudança em gm ficou muito mais fortemente ligada ao tensionamento mecânico

aplicado e ao tipo de tensionamento mecânico utilizado para cada comprimento de

canal do que ao formato da aleta.

Embora os gráficos de gm mostrem pequena dependência com os formatos da

aleta, o gráfico da relação gm/IDS, apresentado na figura 44, exibe resultados muito

interessantes.

Figura 44 – Relação gm/IDS simulado para comprimento de canal de 100 nm.

10-9

10-8

10-7

10-6

10-5

5

10

15

20

25

30

35

40

Uniaxial

Convencional

gm

/ID

S [V

-1]

IDS

/(W/L) [A]

Biaxial

30 nm

20 nm

10 nm

0

Largura Média:

L = 100 nm

VDS

= 600 mV

10-9

10-8

36

37

38

39

Fonte: Bühler (2014)

Nos níveis de inversão fraca (detalhe ampliado na figura), uma clara

dependência com o tipo de formato pode ser observada e é dominante sobre o tipo

de tensionamento mecânico, comportamento semelhante ao observado nos

dispositivos trapezoidais. Conforme Wmed torna-se menor, a redução da inclinação

de sublimiar, na figura 42 (b), leva a melhores valores de gm/IDS (ampliado na figura).

Conforme os dispositivos tornam-se mais invertidos, esta tendência na relação gm/IDS

é superada pelo tensionamento mecânico, o qual passa a ter papel de destaque.

Como consequência, melhores valores de gm/IDS são obtidos para transistores com

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89

tensionamento mecânico uniaxial para comprimento de canal de 100 nm e para

transistores com tensionamento mecânico biaxial para comprimento de canal de 900

nm. O tensionamento mecânico uniaxial é mais efetivo em comprimentos de canal

mais curtos, devido aos valores mais elevados de tensão mecânica e mobilidade

serem atingidos nesses dispositivos, enquanto o comportamento inverso ocorre para

dispositivos tensionados biaxialmente.

5.1.3 Condutância de Saída e Tensão Early

A condutância de saída e a tensão Early são apresentadas na figura 45. Elas

apresentam uma forte dependência tanto com o formato da aleta, quanto com o tipo

de tensionamento mecânico. Quanto maior for Wmed, maior (e pior) será o valor de gD

e menor o valor de VEA. Este fato está ligado à mesma suscetibilidade das cargas no

canal ao campo elétrico gerado no dreno descrita para os dispositivos com o formato

da aleta trapezoidal. O aumento de gD ocorre devido à maior distância entre as

portas laterais.

Seguindo a mesma tendência dos dispositivos trapezoidais, os dispositivos

tensionados mecanicamente apresentam melhor VEA que os dispositivos

convencionais, resultado do aumento na mobilidade dos elétrons e consequente

aumento de corrente de dreno para o mesmo valor de VGT.

Figura 45 – Resultados simulados da (a) condutância de saída e (b) tensão Early, em função da largura média da aleta.

0 10 20 30

0,02

0,03

0,04

0,05

0,06

0,07

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

1,6

1,8

2,0

2,2

VGT

= 200 mV

VDS

= 600 mV

gD [S

]

Wmed

[nm]

Simulação

900L = 100 [nm]

Convencional

Uniaxial

Biaxial

0 10 20 30

2

4

6

8

10

28

32

36

40

44

48

52

VGT

= 200 mV

VE

A [V

]

Wmed

[nm]

Simulação

900L = 100 [nm]

Convencional

Uniaxial

Biaxial VDS

= 600 mV

(a) (b)

Fonte: Bühler (2014)

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90

5.1.4 Ganho Intrínseco de Tensão

O ganho intrínseco de tensão foi obtido da expressão AV = gm/gD

VEA.gm.sat/IDS , com polarização de dreno igual a 600 mV e sobretensão de porta de

200 mV, apresentado na figura 46. A figura mostra que o ganho intrínseco de tensão

segue uma tendência próxima à da tensão Early apresentada na figura 45 (b),

levando em consideração a influência do formato da aleta e a tecnologia de

tensionamento mecânico utilizada. De tal modo, melhores (maiores) ganhos foram

obtidos para dispositivos com menores valores de Wmed e maior eficiência de

tensionamento mecânico. Os dispositivos tensionados mecanicamente apresentam

maior mobilidade com tensionamento mecânico uniaxial para comprimentos de canal

de 100 nm e com tensionamento mecânico biaxial para comprimentos de canal de

900 nm. Para os valores de ganho intrínseco de tensão, a melhora na

transcondutância pela melhora na mobilidade através do tensionamento mecânico

superou a degradação na condutância de saída, resultando em melhores valores de

ganho intrínseco de tensão para os dispositivos tensionados mecanicamente.

Figura 46 – Ganho intrínseco de tensão simulado em função da largura média da aleta.

0 10 20 30

28

30

32

34

36

38

40

42

AV [d

B]

(L

= 1

00 n

m)

Wmed

[nm]

VGT

= 200 mV

VDS

= 600 mV

Simulação

900L = 100 [nm]

44

45

46

47

48

49

50

51

52

53

Convencional

Uniaxial

Biaxial

AV [dB

] (L = 900 nm

)

Fonte: Bühler (2014)

5.1.5 Frequência de Ganho de Tensão Unitário

A frequência de ganho unitário, apresentado na figura 47, confirmou sua

dependência com o formato da aleta, de modo similar à transcondutância.

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91

Figura 47 – Frequência de ganho de tensão unitário simulado em função da largura média da aleta.

0 10 20 30

1,0

1,2

1,4

1,6

1,8

2,0

2,2

20

30

40

50

60

70

80

90

VGT

= 200 mV

VDS

= 600 mVf T

[GH

z]

Wmed

[nm]

Simulação

900L = 100 [nm]

Convencional

Uniaxial

Biaxial

Fonte: Bühler (2014)

Valores maiores são obtidos para dispositivos com comprimento de canal de

100 nm, comprimento que apresenta maior transcondutância. Assim como no ganho

intrínseco de tensão, os tensionamentos mecânicos uniaxial e biaxial são mais

eficientes em dispositivos com comprimento de canal de 100 nm e 900 nm

respectivamente e, portanto, estes dispositivos são os que apresentam maiores

valores de frequência de ganho unitário.

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92

6 O MOSFET PLANAR TENSIONADO COM CANAL DE GERMÂNIO

O tensionamento mecânico vem sendo largamente empregado em

transistores com canal de silício devido ao custo das lâminas de silício frente a

outros materiais. No entanto, a demanda por maiores mobilidades de portadores em

transistores tipo “p” em escalas cada vez menores tem motivado o uso de materiais

alternativos, como o germânio, apesar do seu custo mais elevado. A abordagem

mais simples é substituir o canal de silício por ligas de Si1-xGex, Ge ou Ge1-ySny (75).

No entanto, a fim de ultrapassar o desempenho dos canais de silício tensionado,

uma engenharia de tensionamento mecânico adicional será necessária, a fim de

aumentar ainda mais o desempenho do dispositivo para além do nó tecnológico de

11 nm (76,77,78).

Para desenvolver tensionadores otimizados para nós dessa tecnologia, o uso

de estruturas experimentais mais simples, como a estrutura planar, aliadas a

simulações numéricas TCAD são caminhos favoráveis para o desenvolvimento e

análise do comportamento de tais estruturas em ambos os modos n-FET e p-FET.

Um passo importante é que as simulações sejam calibradas aos perfis reais de

tensionamento mecânico, de modo que eles possam ser usados para prever o

desempenho dos tensionadores em dispositivos com dimensões reduzidas,

empregando tensionadores de fonte e dreno (S/D).

Além destes efeitos positivos, o uso desta técnica de tensionamento pode

impactar parâmetros estáticos e dinâmicos do dispositivo (corrente de fuga, ruído de

baixa frequência e tensão de limiar) e a confiabilidade do dispositivo. Portanto, esta

tecnologia requer uma otimização cuidadosa das condições de processo (79,80).

6.1 MOSFETS UTILIZADOS NO ESTUDO EXPERIMENTAL

Estruturas com tensionadores embutidos na fonte e no dreno foram

depositados por crescimento epitaxial seletivo no reator de Deposição de Vapor

Qúimico com Pressão Reduzida (RP-CVD) Epsilon 3000 da ASM. Os transistores

foram fabricados em um poço cavado no substrato de silício, isolado dos demais

transistores por óxido de campo, formando o que aqui é chamado de “substrato

virtual”, constituído de germânio ou Si0,5Ge0,5 relaxados de 1 µm de espessura sobre

a lâmina de silício, com densidade de deslocamentos por diferença na estrutura

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93

cristalina entre o silício e o germânio (Threading Dislocation Density) na faixa de

aproximadamente 107 cm-2. A análise NBD (Nano-Beam Diffraction) e a microscopia

eletrônica de transmissão (Transmission Electron Microscopy - TEM) foram

realizadas em um F30 Tecnai TEM, operando a 300kV. As amostras de TEM foram

preparadas através do feixe de íons focado (FIB Strata, FEI), utilizando a técnica de

in-situ lift-out. A espessura da amostra de 200 nm foi escolhida a fim de minimizar os

efeitos de relaxamento. A análise através do NBD foi realizada ao longo de uma

linha vertical, em que o ponto de referência livre de tensionamento mecânico é feita

na camada de germânio relaxado. A resolução lateral do NBD é de

aproximadamente 5 nm (81).

6.2 TÉCNICA DE TENSIONAMENTO MECÂNICO UTILIZADA

A técnica de tensionamento mecânico implementada nesta seção para os

MOSFETs com canal de germânio é a do tensionador embutido nas regiões de fonte

e dreno, um método adicional muito eficaz para induzir a tensão uniaxial em

transistores de canal curto (55,82).

Três amostras foram analisadas e suas representações esquemáticas e

seções transversais TEM são apresentadas na figura 48. No primeiro caso, para

transistores tipo “n” com um substrato virtual de germânio relaxado, tensionadores

Si0,25Ge0,75 geram tensionamento tensivo uniaxial para aumentar a mobilidade de

elétrons no canal (55,83,84) (figura 48 a). Para os transistores tipo “p”, o

tensionamento compressivo na direção <110>, responsável por gerar o aumento da

mobilidade das lacunas (50,51,52,53,54,55), pode ser obtido de duas formas. Na

primeira, em um transistor com substrato virtual de Si0,5Ge0,5 relaxado, a fonte e o

dreno são preenchidas epitaxialmente com germânio sobre uma camada de

germânio tensionada biaxialmente (camada de germânio depositada previamente

que forma a região de canal), levando ao tensionamento compressivo uniaxial em

toda a região de germânio (figura 48 b). Na segunda forma, em um transistor com

substrato virtual de germânio relaxado, a fonte e o dreno são preenchidas

epitaxialmente por Ge0,95Sn0,05, gerando tensionamento compressivo uniaxial (figura

48 c).

Os perfis da deformação mecânica, obtidos experimentalmente através de

medidas NBD (85) são comparados com simulações de processo.

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94

Figura 48 – Representações esquemáticas e imagens TEM da secção transversal do (a) nMOSFET com S/D de Si0,25Ge0,75 em Ge SRB e (b) pMOSFET com S/D de

Ge em s-Ge sobre Si0,5Ge0,5 SRB e (c) pMOSFET com S/D de Ge0,95Sn0,05 em Ge SRB.

(a)

(b)

(c)

Fonte: Bühler/IMEC (2014)

6.3 SIMULAÇÃO NUMÉRICA DE PROCESSO

As estruturas MOSFET são produzidas utilizando o simulador de processo

TCAD Sentaurus seguindo o fluxo de produção do processo experimental. A figura

49 apresenta uma visão geral das principais etapas de simulação para MOSFETs

tipo “n” e “p” com a isolação por trincheira (Shallow Trench Isolation – STI) já

definida.

Começando com o nMOSFET (a) depositando e definindo a porta e os

espaçadores no Ge SRB, (b) definindo as regiões de fonte e dreno e (c) depositando

Ge SRB

Ge SRB

Ge0,95

Sn0,05

Ge0,95

Sn0,05

referência

referência

NB

D

NB

D

long.

long.

vert.

vert.

poli

poly

espa

çado

r

espa

çado

r

Substrato Si

Substrato Si

Ge SRB

Ge SRB

Ge0,95Sn0,05

Ge0,95Sn0,05

Lch=70nm

Lch=70nm 130nm

130nm

Si0,5Ge0,5 SRB

Si0,5Ge0,5 SRB

s-Ge

s-Ge

Lch=70nm

Lch=70nm 10nm

10nm Substrato Si

Substrato Si

10nm

10nm

Ge SRB

Ge SRB

Si0,25

Ge0,75

Si0,25

Ge0,75

referência

referência

NB

D

NB

D

long.

long.

vert.

vert.

espa

çado

r

espa

çado

r

poli

poly

Ge SRB

Ge SRB

Si0,25Ge0,75

Si0,25Ge0,75

Lch=70nm

Lch=70nm 70nm

70nm Substrato Si

Substrato Si

Si0,5Ge0,5 SRB

Si0,5Ge0,5 SRB

s-Ge

s-Ge

poli

poly

long.

long.

vert.

vert. N

BD

NB

D

referência

referência

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95

epitaxialmente Si0,25Ge0,75. A liga de SiGe nas áreas ativas da S/D leva a redução da

resistência parasitária nestas regiões em comparação com a fonte e dreno de silício,

melhorando a corrente de dreno (86). Em seguida, para o primeiro pMOSFET (d) o

s-Ge é depositado epitaxialmente sobre o Si0,5Ge0,5 SRB, (e) definida a porta e os

espaçadores e (f) as regiões de S/D recebem o Ge por deposição. Para o segundo

pMOSFET (g) a porta e os espaçadores são definidos no Ge SRB, (h) as regiões de

fonte e dreno são corroídas e (i) crescidas epitaxialmente através da deposição de

Ge0,95Sn0,05. Um arquivo da simulação de processo de fabricação do nMOSFET está

disponível no Apêndice C.

Figura 49 – Principais etapas de simulação de processo.

Fonte: Bühler (2014)

As simulações TCAD completas na figura 50 apresentam a distribuição do

tensionamento longitudinal em toda a estrutura de ambos os MOSFETs tipo “n” e “p”,

incluindo o local de medição com o NBD.

nMOSFET com S/D de Si0,25Ge0,75 em Ge SRB

nM

OS

FE

T

(a) SRB + porta e espaçadores (b) corrosão de S/D (c) epitaxia de S/D

pMOSFET com S/D de Ge em s-Ge sobre Si0,5Ge0,5 SRB

pM

OS

FE

T

(d) epitaxia do s-Ge (e) porta e espaçadores (f) epitaxia de S/D

pMOSFET com S/D de Ge0,95Sn0,05 em Ge SRB

pM

OS

FE

T

(g) SRB + porta e espaçadores (h) corrosão de S/D (i) epitaxia de S/D

Ge SRB

Ge SRB

Poli

Poly

Si0,25Ge0,75

Si0,25Ge0,75

STI

STI

Si0,5Ge0,5 SRB

Si0,5Ge0,5 SRB

s-Ge

s-Ge

S/D s-Ge

S/D s-Ge

STI

STI Poli

Poly

Ge SRB

Ge0,95Sn0,05

Ge0,95Sn0,05

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96

Figura 50 – Tensionamento longitudinal induzido pelos tensores de fonte e dreno em simulações para MOSFETs tipo “n” e “p”.

nMOSFET com S/D de Si0,25Ge0,75 em Ge SRB

nM

OS

FE

T

pMOSFET com S/D de Ge em s-Ge sobre Si0,5Ge0,5 SRB

pM

OS

FE

T

pMOSFET com S/D de Ge0,95Sn0,05 em Ge SRB

pM

OS

FE

T

Fonte: Bühler (2014)

Ge0,95Sn0,05

Ge SRB

SiO2

Substrato Si

SiO2

referência

referência

NB

D

NB

D

Po

li

Po

ly

Si0.5Ge0.5 SRB

S/D s-Ge

SiO2

Substrato Si

SiO2 referência

referência

NB

D

NB

D

Po

li

Po

ly

Si0,25Ge0,75

Ge SRB

SiO2

Substrato Si

SiO2

referência

referência

NB

D

NB

D

Po

li

Po

ly

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97

6.4 ANÁLISE DA DEFORMAÇÃO GERADA PELA FONTE E DRENO

Os dispositivos experimentais representados lado a lado com as estruturas

TCAD simuladas, detalhando a distribuição do tensionamento, são mostrados na

figura 51 para o nMOSFET e na figura 52 e figura 53 para o pMOSFET. As

simulações de processo TCAD foram cuidadosamente calibradas com o processo de

fabricação real, a fim de obter uma interpretação fiel do que acontece com o

tensionamento e a deformação mecânica no dispositivo real.

Figura 51 – Dispositivo experimental e simulado para o nMOSFET de r-Ge com S/D de Si0,25Ge0,75.

Fonte: Bühler/IMEC (2014)

Figura 52 – Dispositivo experimental e simulado para o pMOSFET com S/D de Ge em s-Ge sobre Si0,5Ge0,5 SRB.

Fonte: Bühler/IMEC (2014)

Si0,5Ge0,5 SRB

Si0,5Ge0,5 SRB

s-Ge

s-Ge

poli

poly

NB

D

NB

D

Ge SRB

Ge SRB

Si0.25

Ge0.75

Si0.25

Ge0.75

espa

çado

r

espa

çado

r

poli

poly

NB

D

NB

D

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98

Figura 53 – Dispositivo experimental e simulado para o pMOSFET de r-Ge com S/D de Ge0,95Sn0,95.

Fonte: Bühler/IMEC (2014)

A concordância satisfatória entre as estruturas experimentais e TCAD é

alcançada em ambos os MOSFETs tipo “n” e tipo “p”. Observe, por exemplo, que o

espaçador depositado obtido é mais profundo do que o canal na figura 51, enquanto

a regiões de fonte e dreno penetram na região do canal. O mesmo se aplica para o

pMOSFET na figura 53. Além disso, tanto o espaçador quanto as regiões S/D

apresentam um formato peculiar, que é contabilizado na estrutura de simulação.

As simulações de processo utilizaram os diferentes coeficientes de rigidez

(stiffness coefficients) na conversão tensionamento-deformação assumindo que os

transistores estão orientados ao longo da direção cristalográfica <110>, utilizando as

constantes elásticas adequadas no canal de Ge e na fonte e dreno de SiGe/s-

Ge/GeSn. A conversão do tensionamento mecânico (σ - stress) – obtido através da

simulação numérica – em deformação mecânica (ε - strain) é realizada importando-

se o perfil do tensionamento obtido do arquivo resultante da simulação numérica

para uma planilha onde os cálculos matemáticos para conversão são realizados

seguindo a equação (24), utilizando a matriz de conformidade (Σs – compliance

matrix) correspondente ao material na orientação cristalográfica específica. Caso se

deseje fazer a conversão da deformação mecânica em tensionamento mecânico,

deve-se utilizar a expressão σ=Σc*ε, onde Σc passa a ser a matriz de rigidez (stiffnes

matrix).

Os componentes elásticos de rigidez (elastic stiffnesses) do silício e do

germânio, a sua conversão para a componente elástica de conformidade (elastic

compliances) e as equações para cálculo da matriz de conformidade (compliance

matrix) da tabela 4 para o silício e na tabela 5 para o germânio foram obtidos da

poli

poly

espa

çado

r

espa

çado

r

Ge0.95

Sn0.05

Ge0.95

Sn0.05

Ge SRB

Ge SRB

NB

D

NB

D

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99

referência (87). Como as componentes elásticas obtidas da referência são

fornecidas na orientação <100> e os dispositivos aqui utilizados são construídos na

orientação <110>, a orientação cristalográfica foi convertida utilizando-se a

propriedade matemática de rotação de eixos, detalhada na mesma referência e com

parte dos cálculos apresentados na tabela 4 e na tabela 5.

Tabela 4 – Matriz de Rigidez (σ=Σc*ε) e Matriz de Conformidade (ε = Σs*σ) do Si

Componentes Elásticos de Rigidez ( x 1011

Pa ) Componentes Elásticos de Conformidade ( x 10

-11 Pa

-1 )

Material c11

c12

c44

cc s

11 s

12 s

44 s

c

Si (100) 1,657 0,639 0,796 -0,573 0,768 -0,214 1,257 0,354

Matriz inicial de rigidez em (100)/<100> (Pa)

Matriz inicial de conformidade em (100)/<100> (1/Pa)

1,657 0,639 0,639 0,0 0,0 0,0

x 1011

0,7685 -0,2139 -0,2139 0,0 0,0 0,0

x 10-11

0,639 1,657 0,639 0,0 0,0 0,0

-0,2139 0,7685 -0,2139 0,0 0,0 0,0

0,639 0,639 1,657 0,0 0,0 0,0

-0,2139 -0,2139 0,7685 0,0 0,0 0,0

0,0 0,0 0,0 0,7956 0,0 0,0

0,0 0,0 0,0 1,2569 0,0 0,0

0,0 0,0 0,0 0,0 0,7956 0,0

0,0 0,0 0,0 0,0 1,2569 0,0

0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,7956

0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 1,2569

x'=l1*x+m1*y+n1*z

y'=l2*x+m2*y+n2*z

z'=l3*x+m3*y+n3*z

l1 = cos 45 graus = 0,70711

l2 = cos 135 graus = -0,7071

l3 = cos 90 graus = 6,1E-17

m

1 = cos -45 graus = 0,70711

m

2 = cos 45 graus = 0,70711

m

3 = cos 90 graus = 6,1E-17

n

1 = cos 90 graus = 6,1E-17

n

2 = cos 90 graus = 6,1E-17

n

3 = cos 0 graus = 1

Matriz final de rigidez em (100)/<110> (Pa)

Matriz final de conformidade em (100)/<110> (1/Pa)

Result.: 1,9436 0,3524 0,639 0,0 0,0 0,0

x 1011

Result.: 0,5915 -0,0369 -0,2139 0,0 0,0 0,0

x 10-11

0,3524 1,9436 0,639 0,0 0,0 0,0

-0,0369 0,5915 -0,2139 0,0 0,0 0,0

0,639 0,639 1,657 0,0 0,0 0,0

-0,2139 -0,2139 0,7685 0,0 0,0 0,0

0,0 0,0 0,0 0,7956 0,0 0,0

0,0 0,0 0,0 1,2569 0,0 0,0

0,0 0,0 0,0 0,0 0,7956 0,0

0,0 0,0 0,0 0,0 1,2569 0,0

0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,509

0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 1,9646

Tabela 5– Matriz de Rigidez (σ=Σc*ε) e Matriz de Conformidade (ε = Σs*σ) do Ge

Componentes Elásticos de Rigidez ( x 1011

Pa ) Componentes Elásticos de Conformidade ( x 10

-11 Pa

-1 )

Material c11

c12

c44

cc s

11 s

12 s

44 s

c

Ge (100) 1.292 0.479 0.670 -0.527 0.968 -0.262 1.493 0.484

Matriz inicial de rigidez em (100)/<100> (Pa)

Matriz inicial de conformidade em (100)/<100> (1/Pa)

1.292 0.479 0.479 0.0 0.0 0.0

x 1011

0.9682 -0.2619 -0.2619 0.0 0.0 0.0

x 10-11

0.479 1.292 0.479 0.0 0.0 0.0

-0.2619 0.9682 -0.2619 0.0 0.0 0.0

0.479 0.479 1.292 0.0 0.0 0.0

-0.2619 -0.2619 0.9682 0.0 0.0 0.0

0.0 0.0 0.0 0.67 0.0 0.0

0.0 0.0 0.0 1.4925 0.0 0.0

0.0 0.0 0.0 0.0 0.67 0.0

0.0 0.0 0.0 0.0 1.4925 0.0

0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.67

0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 1.4925

x'=l1*x+m1*y+n1*z

y'=l2*x+m2*y+n2*z

z'=l3*x+m3*y+n3*z

l1 = cos 45 graus = 0.70711

l2 = cos 135 graus = -0.7071

l3 = cos 90 graus = 6.1E-17

m

1 = cos -45 graus = 0.70711

m2 = cos 45 graus = 0.70711

m3 = cos 90 graus = 6.1E-17

n

1 = cos 90 graus = 6.1E-17

n2 = cos 90 graus = 6.1E-17

n3 = cos 0 graus = 1

Matriz final de rigidez em (100)/<110> (Pa)

Matriz final de conformidade em (100)/<110> (1/Pa)

Result.: 1.5555 0.2155 0.479 0.0 0.0 0.0

x 1011

Result.: 0.7263 -0.02 -0.2619 0.0 0.0 0.0

x 10-11

0.2155 1.5555 0.479 0.0 0.0 0.0

-0.02 0.7263 -0.2619 0.0 0.0 0.0

0.479 0.479 1.292 0.0 0.0 0.0

-0.2619 -0.2619 0.9682 0.0 0.0 0.0

0.0 0.0 0.0 0.67 0.0 0.0

0.0 0.0 0.0 1.4925 0.0 0.0

0.0 0.0 0.0 0.0 0.67 0.0

0.0 0.0 0.0 0.0 1.4925 0.0

0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.4065

0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 2.46

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100

As componentes de deformação horizontal e vertical no centro do canal estão

representadas na figura 54 para os nMOSFETs com canal de germânio relaxado (r-

Ge) e regiões de fonte e dreno com Si0,25Ge0,75. Os resultados das medidas por NBD

são comparados com as curvas simuladas. Os dados extraídos a partir de três

pontos de referência no substrato virtual do r-Ge são considerados na figura 54 e

dois resultados de simulação são comparados. São eles: a linha tracejada

representa o dispositivo TCAD que não considera o ajuste na simulação de processo

para obter a estrutura mais próxima a real e a linha cheia é para o dispositivo TCAD

simulado com ajustes como pode ser visto na figura 51.

Figura 54 - Deformação mecânica vertical (a) e horizontal (b) para nMOSFET com canal de r-Ge com fonte e dreno de Si0,25Ge0,75. Símbolos representam as medidas NBD para três pontos de referência diferentes e as linhas representam simulações.

160 140 120 100 80 60 40 20 0

-0.05

-0.04

-0.03

-0.02

-0.01

0.00

0.01

0.02

0.03

0.04

0.05

Def

orm

ação

Hor

izon

tal (

-)

Posição na Altura (nm)

Medidas NBD

Sim. TCAD sem ajuste de processo

Sim. TCAD com ajuste de processo

Ge nMOSFET

Deformação Horizontal

SiGe 75% S/D em r-Ge

Cana

l

Substrato

Com

pr.

Tens

ivo

160 140 120 100 80 60 40 20 0

-0.05

-0.04

-0.03

-0.02

-0.01

0.00

0.01

0.02

0.03

0.04

0.05

Medidas NBD

Sim. TCAD sem ajuste de processo

Sim. TCAD com ajuste de processo

SiGe 75% S/D em r-Ge

Def

orm

ação

Ver

tical

(-)

Posição na Altura (nm)

Ge nMOSFET

Deformação Vertical

Cana

l

Substrato

Com

pr.

Tens

ivo

(a) (b)

Fonte: Bühler (2014)

No geral, observa-se uma concordância razoável entre os dados

experimentais e os simulados, embora dois conjuntos de medidas não foram bem

reproduzidos pelo perfil de deformação vertical calculado. A deformação horizontal

máxima é observada a cerca de 25 nm da superfície no NBD com aproximadamente

1 % de deformação. O resultado também apresenta a diferença na rede cristalina

esperada entre o germânio e o silício de 4 %.

A imagem obtida pelo método Dark-Field STEM na figura 55 mostra a

presença de deslocamentos na rede cristalina no substrato virtual de germânio.

Devido a estes deslocamentos, o ponto de referência pode corresponder com uma

tensão não nula se estiver sobre uma destas falhas, afetando assim os perfis

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101

medidos e razão pela qual são realizadas diversas medidas em pontos de referência

distintos.

Figura 55 - Imagem Dark-Field STEM, mostrando a presença de extensos defeitos no r-Ge SRB do nMOSFET.

Fonte: IMEC (2014)

Para o primeiro transistor tipo “p” da Figura 52, uma boa concordância na

região do canal (s-Ge) do transistor tipo “p” também foi obtida, como visto na figura

56, com o simulador TCAD reproduzindo muito bem o pico de deformação próximo

da interface do canal, devido à diferença entre a rede cristalina do germânio e o

SiGe relaxado.

Figura 56 – Deformação mecânica vertical (a) e horizontal (b) para pMOSFET com S/D de Ge em s-Ge sobre Si0,5Ge0,5 SRB. Símbolos representam as medidas NBD para três pontos de referência diferentes e as linhas representam simulações.

140 120 100 80 60 40 20

-0.05

-0.04

-0.03

-0.02

-0.01

0.00

0.01

0.02

0.03

0.04

0.05

Medidas NBD

Sim. TCAD sem ajuste de processo

Sim. TCAD com ajuste de processo

Deformação Horizontal

Ger

mân

io

Def

orm

ação

Hor

izon

tal (

-)

Posição na Altura (nm)

Com

pr.

Tens

ivo

Substrato

Cana

l

Ge pMOSFETGe S/D em r-SiGe 50% SRB

140 120 100 80 60 40 20

-0.05

-0.04

-0.03

-0.02

-0.01

0.00

0.01

0.02

0.03

0.04

0.05

Medidas NBD

Sim. TCAD sem ajuste de processo

Sim. TCAD com ajuste de processo

Deformação Vertical

Tens

ivo

Def

orm

ação

Ver

tical

(-)

Posição na Altura (nm)

Ger

mân

io

Com

pr.

Substrato

Cana

l

Ge pMOSFETGe S/D em r-SiGe 50% SRB

(a) (b)

Fonte: Bühler (2014)

Ge SRB

Ge SRB

Si0,25

Ge0,75

espa

çado

r

espa

çado

r

poli

poly

DF-STEM

DF-STEM

defeitos

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102

A deformação horizontal mínima é obtida junto à superfície do canal através

do NBD com aproximadamente -1 % de deformação, em excelente concordância

com o perfil de deformação simulada próximo ao canal e um pouco ruidosa na região

do substrato (SiGe 50% SRB). Novamente, este problema é relacionado à posição

do ponto de referência no substrato virtual de SiGe relaxado, contendo uma grande

densidade de defeitos, como pode ser visualizado na imagem realçada da figura 57.

Figura 57 – Imagem realçada, mostrando a presença de defeitos no Si0,5Ge0,5 SRB do pMOSFET.

Fonte: IMEC (2014)

O mesmo aplica-se para as componentes de deformação verticais no

pMOSFETs com canal de germânio relaxado e tensionadores de fonte e dreno de

Ge0,95Sn0,05 apresentadas na figura 58.

Figura 58 – Deformação mecânica vertical (a) e horizontal (b) para pMOSFET com canal de r-Ge com fonte e dreno de Ge0,95Sn0,05. Símbolos representam as medidas NBD para três pontos de referência diferentes e as linhas representam simulações.

160 140 120 100 80 60 40 20 0

-0.05

-0.04

-0.03

-0.02

-0.01

0.00

0.01

0.02

0.03

0.04

0.05

Medidas NBD

Sim. TCAD sem ajuste de processo

Sim. TCAD com ajuste de processo

Def

orm

ação

Hor

izon

tal (

-)

Posição na Altura (nm)

Ge pMOSFET

Deformação Horizontal

GeSn 5% S/D em r-Ge

Cana

l

Substrato

Com

pr.

Tens

ivo

160 140 120 100 80 60 40 20 0

-0.05

-0.04

-0.03

-0.02

-0.01

0.00

0.01

0.02

0.03

0.04

0.05

Medidas NBD

Sim. TCAD sem ajuste de processo

Sim. TCAD com ajuste de processo

Def

orm

ação

Ver

tical

(-)

Posição na Altura (nm)

Ge pMOSFET

Deformação Vertical

GeSn 5% S/D em r-Ge

Cana

l

Substrato

Com

pr.

Tens

ivo

(a) (b)

Fonte: Bühler (2014)

Si0,5Ge0,5 SRB

Si0,5Ge0,5 SRB

s-Ge

s-Ge

poli

poly

HAADF-STEM

HAADF-STEM

defeitos

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103

Uma discrepância é encontrada entre a deformação compressiva medida no

plano, a deformação tensiva vertical e o valor esperado (figura 58). A imagem obtida

pelo método Dark-Field STEM na figura 59 mostra novamente a elevada densidade

de deslocamentos na rede cristalina no substrato virtual de germânio, resultando em

um ponto de referência nem sempre corresponde a uma tensão não nula,

interferindo nas medições e gerando perfis de deformação horizontais e verticais

ruidosos. Observa-se também um excesso de defeitos nas regiões de fonte e dreno,

com difusões anômalas do GeSn em direção ao canal e ao substrato virtual,

afetando as leituras por NBD.

Figura 59 – Imagem Dark-Field STEM, mostrando a presença de extensos defeitos no r-Ge SRB e nas regiões de GeSn S/D do pMOSFET.

Fonte: IMEC (2014)

A concordância observada entre a deformação horizontal medida e a

simulada na região do canal mostrado na figura 58 é razoável, embora quanto mais

profundo no substrato virtual de germânio, mais as medições das deformações se

tornam ruidosas devido aos defeitos existentes no germânio.

poli

poly

espa

çado

r

espa

çado

r

Ge0,95

Sn0,05

Ge0,95

Sn0,05

Ge SRB

Ge SRB DF-STEM

DF-STEM

defeitos

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104

7 CONCLUSÕES E SEQUÊNCIA DE TRABALHO

Este estudo abordou o processo de fabricação desde o seu princípio em

estruturas MuGFET (Multiple Gate Field Effect Transistor) com canal de silício

retangulares, variando suas dimensões e estudando formatos trapezoidais da

secção transversal. A partir das simulações de processo, foram extraídos os perfis

do tensionamento uniaxial, biaxial e combinado gerados a partir das técnicas de

tensionamento global por SiGe SRB (Silicon/Germanium Strained Relaxed Buffer) e

local por CESL (Contact Etch Stop Layer). O tensionamento pela técnica local de

engenharia de S/D foi estudado em dispositivos planares convencionais com canal

de germânio ajustados com transistores experimentais utilizando NBD (Nano-Beam

Diffraction).

Alguns dos principais parâmetros elétricos analógicos importantes na

operação dos dispositivos também foram abordados nos transistores SOI nMuGFET

de porta tripla. Foram estudados formato da secção transversal da aleta (trapezoidal,

côncavo e convexo) e variação de dimensões no processo de fabricação do

dispositivo (comprimento e altura da aleta), com influência direta sobre o

tensionamento mecânico. Foram realizadas simulações numéricas 3D de dispositivo

e utilizadas medidas experimentais de transistores SOI MuGFET para validar as

simulações operando nas regiões linear e de saturação. Foram utilizados

comprimentos de canal de 100 nm, 150 nm e 900 nm, com concentração de

dopantes igual à NA = 1x1015 cm-3.

Nas estruturas SOI MuGFET retangulares, o tensionamento uniaxial resultou

em pequenas mudanças no interior do canal. Para a componente uniaxial de Stress-

YY, os dispositivos com o comprimento do canal mais curto, com Lch de 150 nm, e

largura de canal mais estreita, com WFin de 20 nm, apresentaram os maiores níveis

de tensionamento em comparação com os transistores de canal mais longo e mais

largo devido à sua dependência com as dimensões da aleta. A componente biaxial

de Stress-YY na região central do canal teve uma distribuição uniforme em todas as

dimensões. Para a componente de Stress-ZZ, embora o tensionamento biaxial

ocorra tanto no comprimento quanto na largura, a quantidade de tensionamento

biaxial gerado foi muito baixa ou até mesmo inexistente, causada pela perda de

tensionamento durante a corrosão do silício. Os dois tipos de tensionamento

combinados resultaram em uma melhoria na componente de Stress-YY e uma

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105

melhora na transcondutância máxima em todos os dispositivos, mas esta melhora foi

mais pronunciada em dispositivos com canal mais curto e mais estreito.

Variando-se as dimensões das estruturas SOI MuGFET retangulares, uma

melhor eficiência na transferência do tensionamento mecânico para a região do

canal nas aletas mais longas e mais altas é observada. O uso do tensionamento

mecânico melhora o ganho intrínseco de tensão e a frequência de ganho unitário em

todos os dispositivos estudados. Do ponto de vista do desempenho analógico e

considerando a influência das variações no tensionamento mecânico sobre os

parâmetros elétricos, a redução no nível de tensionamento mecânico uniaxial

observado com a redução do comprimento total da aleta aqui adotada não mostra

mudança significativa nos parâmetros. Isto leva a conclusão de que a mudança do

nível de tensionamento mecânico não é grande o suficiente para causar um impacto

notável sobre os parâmetros elétricos. Por outro lado, a redução da altura da aleta

mostra resultados interessantes. Apesar de o dispositivo convencional com menor

altura da aleta apresentar um menor ganho intrínseco de tensão, quando comparado

ao dispositivo de referência, ao aplicar o tensionamento mecânico, ele supera o

desempenho do dispositivo de referência e apresenta um aumento no ganho

intrínseco de tensão em relação ao dispositivo convencional de até 8%, maior do

que os 5,1% obtidos para o dispositivo de referência.

Já para as estruturas SOI MuGFET trapezoidais, uma melhor eficiência na

transferência do tensionamento mecânico para a região do canal nas aletas mais

longas e mais altas é observada. Nesta região, uma pequena variação no

tensionamento mecânico é notada ao variar-se o formato da aleta. No entanto, nas

regiões de extensão de fonte e dreno, o formato da aleta influencia mais

substancialmente a distribuição do tensionamento mecânico. O trapézio invertido

oferece os melhores valores de transcondutância e condutância de saída,

alcançando o melhor valor de ganho intrínseco de tensão entre os três formatos. O

uso do tensionamento mecânico melhora o ganho intrínseco de tensão e a

frequência de ganho de tensão unitário em todos os formatos de canal, com o

formato da aleta mostrando uma maior influência no ganho intrínseco de tensão do

que na frequência de ganho unitário. Os dispositivos com aletas trapezoidais

invertidas, longas e altas possuem melhores características elétricas e de

tensionamento mecânico uniaxial do que os demais formatos e dimensões para

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aplicações DC analógicas, enquanto que o trapézio regular com as mesmas

dimensões possui melhores características para aplicações AC.

Para as estruturas SOI MuGFET côncavas e convexas, do ponto de vista

analógico, há a influência do formato da secção transversal da aleta sobre os

parâmetros elétricos. Nos níveis de inversão fraca, a relação gm/IDS depende do

formato da aleta, enquanto que nas inversões moderada e forte o tipo de

tensionamento mecânico aplicado predomina. Esta é a região onde a mobilidade

passa a ter maior importância. A condutância de saída e a tensão Early mostram

forte dependência tanto com o formato da aleta, quanto com o tipo de tensionamento

mecânico aplicado. Para aletas mais estreitas (menor Wmed) há um aumento de

desempenho de até 3 dB no ganho intrínseco de tensão quando comparado ao

formato retangular. Dispositivos tensionados mecanicamente apresentam melhores

valores de ganho intrínseco de tensão e frequência de ganho unitário, ambos

seguindo tendências semelhantes à transcondutância em ambos os comprimentos

de canal.

A figura a seguir ilustra de forma resumida os principais resultados e

principais vantagens de cada uma das estruturas MuGFET estudadas aqui e

sugestões para futuros estudos:

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Na estrutura planar convencional com canal de germânio e tensionamento por

fonte e dreno, as simulações de processo estão calibradas e prontas para serem

analisadas eletricamente mais adiante quando as estruturas experimentais forem

desenvolvidas para novas rodadas de processo no imec. Os dados aqui coletados,

simulados e analisados poderão ser utilizados para o aperfeiçoamento do substrato

virtual com menos defeitos e buscar novas formas de se obter um melhor controle da

deposição dos tensores de fonte e dreno que evitem variações em sua espessura e

difusões anômalas. Uma vez solucionadas estas dificuldades, um estudo mais

aprofundado com os resultados de deformação mecânica agora se faz possível,

incluindo a caracterização elétrica experimental do dispositivo e simulações.

A partir dos resultados obtidos neste trabalho, são sugeridos mais estudos da

estrutura planar convencional com canal de germânio e tensionamento por fonte e

dreno, uma vez que os contatos de fonte, dreno, porta e substrato não foram

definidos para a sua caracterização elétrica. Para a realização de tais estudos, uma

nova rodada destes dispositivos pelo imec é necessária, com o intuito de estudar

como esta técnica utilizando materiais como o GeSn (ainda pouco explorado) afeta

os parâmetros analógicos e a eficiência na transferência do tensionamento mecânico

para o canal visto os problemas ainda encontrados na sua deposição.

A figura a seguir ilustra de forma resumida os principais resultados e

principais vantagens de cada uma das estruturas planares com canal de germânio

estudadas aqui e sugestões para futuros estudos:

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As tecnologias de tensionamento vêm contribuir para a maior longevidade das

estruturas CMOS e novas estruturas verticais 3D apresentam um grande espaço

para o escalamento em regime sub-10 nm.

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PUBLICAÇÕES GERADAS DURANTE O DOUTORADO

Publicações em revistas:

Buhler, R. T.; Geert, E.; Favia, P.; Witters, L.; Vincent, B.; Hikavvy, A.; Loo, R.;

Bender, H.; Collaert, N.; Simoen, E.; Martino, J. A. Claeys, C. “TCAD Strain

Calibration vs Nano-Beam Diffraction of Source/Drain Stressors for Ge

MOSFETs”, IEEE Transaction on Electron Devices, 2014. (em processo de revisão)

Buhler, R. T.; Agopian, P. G. D.; Collaert, N.; Simoen, E.; Claeys, C.; Martino,

J. A. “Different Stress Techniques and Their Efficiency on Triple-Gate SOI n-

MOSFETs”, Solid State Electronics, 2014.

Buhler, R. T.; Giacomini, R.; Pavanello, M. A.; Martino, J. A. “Fin Cross-

Section Shape Influence on Short Channel Effects of MuGFETs”, Journal of

Integrated Circuits and Systems - JICS, 2011.

Buhler, R. T.; Giacomini, R.; Martino, J. A. “Influence of Fin Shape and

Temperature on Conventional and Strained MuGFETs’ Analog Parameters”,

Journal of Integrated Circuits and Systems - JICS, 2011.

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Publicações em congressos:

Simoen, E.; Geert, E.; Favia, P.; Bender, H.; Verheyen, P.; Hikavvy, A.; Loo,

R.; Claeys, C; Buhler, R. T.; Martino, J. A.; Gonzalez, B. “Strain characterization

and simulation for MOSFETs with embedded source/drain stressors”, IX

SEMINATEC - Workshop on Semiconductors and Micro & Nano Technology, São

Paulo, 2014.

Buhler, R. T.; Geert, E.; Favia, P.; Bender, H.; Vincent, B.; Hikavvy, A.; Loo,

R.; Martino, J. A.; Claeys, C.; Simoen, E.; Collaert, N.; Thean, A. “Comparison

between experimental and simulated strain profiles in Ge channels with

embedded source/drain stressors”, E-MRS Spring Conference 2014; 2014.

Buhler, R. T.; Simoen, E.; Agopian, P. G. D.; Claeys, C.; Martino, J. A. “Fin

Dimension Influence on Mechanical Stressors in Triple-Gate SOI nMOSFETs”,

223rd Electrochemical Society Meeting - Advanced Semiconductor-On-Insulator

Technology and Related Physics, 2013, Toronto. ECS Transactions, 2013.

Buhler, R. T.; Agopian, P. G. D.; Simoen, E.; Claeys, C.; Martino, J. A.

“Biaxial Stress Simulation and Electrical Characterization of Triple-Gate SOI

nMOSFETs”, 27th Symposium on Microelectronics Technology and Devices -

SBMicro2012, Brasilia, 2012.

Buhler, R. T.; Agopian, P. G. D.; Simoen, E.; Claeys, C.; Martino, J. A.

“Biaxial Stress Influence on Total Resistance and Transconductance in Triple-

Gate n-type SOI MuGFETs”, VII SEMINATEC - Workshop on Semiconductors and

Micro & Nano Technology, São Bernardo do Campo, 2012.

Buhler, R. T.; Martino, J. A.; Agopian, P. G. D.; Giacomini, R. “Fin Width

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Systems – ICCDCS 2012, Playa del Carmen, 2012.

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Buhler, R. T.; Agopian, P. G. D.; Simoen, E.; Claeys, C.; Martino, J. A. “SEG

and Fin Dimensions Influence on Biaxial Stress Effectiveness in Tri-Gate SOI

nMOSFETs”, Seventh Workshop of the Thematic Network on Silicon on Insulator

technology, devices and circuits – EUROSOI 2012, Montpellier, 2012.

Buhler, R. T.; Agopian, P. G. D.; Giacomini, R.; Simoen, E.; Claeys, C.;

Martino, J. A. “Uniaxial Stress Efficiency for Different Fin Dimensions of Triple-

Gate SOI nMOSFETs”, 2011 IEEE International SOI Conference, v. 1, p. 84-85,

Tempe - AZ, Estados Unidos, 2011.

Buhler, R. T.; Giacomini, R.; Agopian, P. G. D.; Martino, J. A. “Strain

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n-type Triple-Gate MuGFETs; 26th Symposium on Microelectronics Technology and

Devices – SBMicro 2011, João Pessoa - PB, Brasil, 2011.

Buhler, R. T.; Agopian, P. G. D.; Giacomini, R.; Simoen, E.; Claeys, C.;

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Strained MuGFETs at Room and at Low Temperature”, Workshop on

Semiconductors and Micro & Nano Technology – Seminatec 2011, v. 1, Campinas -

SP, Brasil, 2011.

Buhler, R. T.; Martino, J. A.; Agopian, P. G. D.; Giacomini, R.; Simoen, E.;

Claeys, C. “Fin Shape Influence on Analog Performance of MuGFETs at Room

and at Low Temperature”, Seventh Workshop of the Thematic Network on Silicon

on Insulator Technology, Devices and Circuits – EuroSOI 2011, v. 1, p. 45-46,

Granada, Espanha, 2011.

Buhler, R. T.; Martino, J. A.; Agopian, P. G. D.; Giacomini, R.; Simoen, E.;

Claeys, C. “Fin Shape Influence on the Analog Performance of Standard and

Strained MuGFETs”, 2010 IEEE International SOI Conference, v. 1, p. 84-85, San

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Rectangular Channel Shape FinFETs at Low Temperature”, Ninth International

Workshop on Low Temperature Electronics – WOLTE 9, v. 1, p. 103-104, Guarujá -

SP, Brasil, 2010.

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(65) KAPILA, G.; KACZER, B.; NACKAERTS, A.; COLLAERT, N.; GROESENEKEN, G.V. Direct measurement of top and sidewall interface trap density in SOI FinFETs. IEEE Electron Device Letters, v. 28, n. 3, p. 232-234, March 2007.

(66) AGOPIAN, P. G. D.; PACHECO, V. H.; MARTINO, J. A.; SIMOEN, E.; CLAEYS, C. Impact of SEG on uniaxially strained MuGFET performance. Solid-State Electronics, v. 59, n. 1, p. 13-17, 2011.

(67) BÜHLER, R. T.; MARTINO, J. A.; AGOPIAN, P. G. D; GIACOMINI, R.; SIMOEN, E.; CLAEYS, C. Fin shape influence on the analog performance of standard and strained MuGFETs, Proceedings of SOI Conference 2010, v. 1, San Diego: 2010, p. 84-85.

(68) International Technology Roadmap for Semiconductors – ITRS. Disponível em: http://www.itrs.net/links/2005ITRS/PIDS2005.pdf. Acessado em : 01/08/2010.

(69) GIACOMINI, R.; MARTINO, J. A. Trapezoidal cross-sectional influence on FinFET threshold voltage and corner effects, Journal of the Electrochemical Society, v. 155, p.H213-H217, 2008.

(70) BÜHLER, R. T.; GIACOMINI, R. Study of transconductance for doped triple gate transistors, 23rd International Symposium on Microelectronics Technology and Devices, Gramado, 2008.

(71) BÜHLER, R. T.; MARTINO, J. A.; PAVANELLO, M. A.; GIACOMINI, R. Cross-section shape influence on trapezoidal triple-gate SOI MOSFET analog parameters, Proceedings of EuroSOI 2009, p.49-50, 2009.

(72) BÜHLER, R. T.; MARTINO, J. A.; PAVANELLO, M. A.; GIACOMINI, R. Undoped FinFET analog parameters dependence on cross-section shape, V SEMINATEC - Workshop on Semiconductors and Micro & Nano Technology, p.37, 2009.

(73) BÜHLER, R. T.; GIACOMINI, R.; PAVANELLO, M. A.; MARTINO, J. A. Trapezoidal SOI FinFET analog parameters' dependence on cross-section shape, Semiconductor Science and Technology - SST, v. 24, n. 11, 2009.

(74) BÜHLER, R. T.; GIACOMINI, R.; PAVANELLO, M. A.; MARTINO, J. A. From micro to nano FinFETs: the impact of channel-shape on analog parameters, International Semiconductor Device Research Symposium, 2009.

(75) SIMOEN, E.; MITARD, J.; HELLINGS, G.; ENEMAN, G.; DE JAEGER, B.; WITTERS, L.; VINCENT, B.; LOO, R.; DELABIE, A.; SIONCKE, S. CAYMAX, M.; CLAEYS, C. Challenges and opportunities in advanced Ge pMOSFETs, Material Science in Semiconductor Process, v. 15, n. 6, p. 588-600, 2012.

(76) ENEMAN, G.; WITTERS, L.; COLLAERT, N.; MITARD, J.; HELLINGS, G.; YAMAGUCHI, S.; DE KEERSGIETER, A.; HIKAVYY, A.; VINCENT, B.; FAVIA, P.;

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119

BENDER, H.; VELOSO, A.; CHIARELLA, T.; TOGO, M.; LOO, R.; DE MEYER, K.; MERCHA, A.; HORIGUCHI, N.; THEAN, A. Stress techniques in advanced transistor architectures: bulk FinFETs and implant-free quantum well transistors NanoFETs and memory devices, ECS Transactions, v. 45, no. 3, p. 235-246, 2012.

(77) ENEMAN, G.; BRUNCO, D. P.; WITTERS, L.; VINCENT, B.; FAVIA, P.; HIKAVYY, A.; DE KEERSGIETER, A.; MITARD, J.; LOO, R.; VELOSO, A.; RICHARD, O.; BENDER, H.; LEE, S. H.; VAN DAL, M.; KABIR, N.; VANDERVORST, W.; CAYMAX, M.; HORIGUCHI, N.; COLLAERT, N.; THEAN, A. Stress simulations for optimal mobility group IV p- and nMOS FinFETs for the 14 nm node and beyond, IEDM Technical Digest, The IEEE New York, p. 131, 2012.

(78) ENEMAN, G.; DE KEERSGIETER, A.; WITTERS, L.; MITARD, J.; VINCENT, B.; HIKAVYY, A.; LOO, R.; HORIGUCHI, N.; COLLAERT, N.; THEAN, A. Si1-yGey or Ge1-zSnz source/drain stressors on strained Si1-xGex-channel p-type field-effect transistors: a technology computer-aided design study, Japanese. Journal of Applyed Physics, v. 52, n. 4S, p. 04CC01, 2013.

(79) SIMOEN, E.; BARGALLO GONZALEZ, M.; VISSOUVANADIN, B.; CHOWDHURY, M. K.; VERHEYEN, P.; HIKAVYY, A.; BENDER, H.; LOO, R.; CLAEYS, C.; MACHKAOUTSAN, V.; TOMASINI, P.; THOMAS, S.; LU, J. P.; WEIJTMANS, J. W.; WISE, R. Factors influencing the leakage current in embedded SiGe source/drain junctions, IEEE Transactions on Electron Devices, v. 55, n. 3, p. 925-930, 2008.

(80) CLAEYS, C.; SIMOEN, E.; PUT, S.; GIUSI, G.; CRUPI, F. Impact strain engineering on gate stack quality and reliability, Solid-State Electronics, v. 52, n. 8, p. 1115-1126, 2008.

(81) FAVIA, P.; BARGALLO GONZALEZ, M.; SIMOEN, E.; VERHEYEN, P.; KLENOV, D.; BENDER, H. Nanobeam diffraction: technique evaluation and strain measurement on complementary metal oxide semiconductor devices semiconductor devices, materials, and processing, Journal of Electrochemical Society, v. 158, n. 4, p. H438-H446, 2011.

(82) MORVAN, S.; ANDRIEU, F.; CASSÉ, M.; WEBER, O.; XU, N.; PERRAEAU, P.; HARTMANN, J. M.; BARBÉ, J.; MAZURIER, J.; NGUYEN, P.; FENOUILLET-BÉRANGER, C.; TABONE, C.; TOSTI, L.; BRÉVARD, L.; TOFFOLI, A.; ALLAIN, A.; LAFOND, D.; NGUYEN, B. Y.; GHIBAUDO, G.; BOEUF, F.; FAYNOT, O.; POIROUX, T. Efficiency of mechanical stressors in planar FDSOI n and p MOSFETs down to 14nm gate length, Proceedings of Symposium on VLSI Technology, p. 111, 2012.

(83) ANG, K.-W.; CHUI, K.-J.; BLIZNETSOV, V.; TUNG, C.-H.; DU, A.; BALASUBRAMANIAN, N.; SAMUDRA, G.; LI, M.F.; Yeo, Y.-C. Lattice strain analysis of transistor structures with silicon-germanium and silicon-carbon source/drain stressors, Applied Physics Letters, v. 86, n. 9, p. 093102, 2005.

(84) KIM, S.-W.; BYUN, D.-S.; JUNG, M.; CHOPRA, S.; KIM, Y.; KIM, J.-H.; HAN, S.-M.; KO, D.-H.; Lee, H.-J. Channel strain measurement of Si1-xCx structures: effects of gate length, source/drain length, and source/drain elevation, Applied Physics

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120

Express, v. 6, n. 6, p. 066601, 2013.

(85) COOPER, D.; BÉCHÉ, A.; HARTMANN, J. M.; CARRON, V.; ROUVIÈRE, J.-L. Strain mapping for the semiconductor industry by dark-field electron holography and nanobeam electron diffraction with nm resolution, Semiconductor Science Technology, v. 25, n. 9, p. 095012, 2010.

(86) ÖZTÜRK, M.; LIU, J.; MO, H. Low resistivity nickel germane silicide contacts to ultra-shallow Si1−xGex source/drain junctions for nanoscale CMOS, IEDM Technical. Digest, p. 497–500, 2003.

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121

APÊNDICE A

#=============================#

# BiUni nFinFET - Rectangular #

#=============================#

# PARALLEL and unified coordinate system

math numThreads= 24

math coord.ucs

#===========================================#

# Initial grid and structure initialization #

#===========================================#

# Keep user-defined lines

pdbSetBoolean Grid MGoals UseLines 1

# Define Grid Lines

# x - height

line x loc= +0.500 spac= 0.002 tag= SiTop

line x loc= +1.500 spac= 1.000 tag= SiBot

# z - width

line z loc= +0.000 spac= 0.100 tag= WCenter

line z loc= +0.010 spac= 0.001 tag= FRight

line z loc= +0.225 spac= 0.500 tag= Right

# y - lenght

line y loc= +0.000 spac= 0.050 tag= LCenter

line y loc= +0.525 spac= 0.050 tag= Drain

# Define Regions

region Silicon name= SiGeSub xlo= SiTop xhi= SiBot

# Defines Wafer Doping Concentration and Orientation

init field= Boron concentration= 1.0e15 wafer.orient= 100

#==============#

# pdb settings #

#==============#

AdvancedCalibration

# Modification for default Implantation settings

pdbSet ImplantData ResistSkip 1

pdbSet ImplantData BackBoundary Reflect

pdbSet ImplantData LeftBoundary Reflect

pdbSet ImplantData FrontBoundary Reflect

pdbSet ImplantData RightBoundary Reflect

# Enable stress history

pdbSetBoolean Mechanics StressHistory 1

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122

# Modification for default SnMesh settings

pdbSet Grid sMesh 1

pdbSet Grid SnMesh MaxPoints 2000000

pdbSet Grid SnMesh CoplanarityAngle 179.0

# Some setup for 3D oxidation

3DOxSetup

# (safe, frequent, CPU consuming) Grid checking

pdbSetBoolean Grid Check 1

# Preserve the brep representation

pdbSet Grid MGoals Keep3DBrep 1

# Turn off SDE integrated approach and use MGOALS3D

sde off

# Meshing strategy

mgoals on min.normal.size= 0.005 max.lateral.size= 2.0 \

normal.growth.ratio= 4.0 accuracy= 2e-5

refinebox interface.materials = {Silicon}

#=====================#

# Process flow begins #

#=====================#

#==========================#

# Biaxialy Strained Waffer #

#==========================#

# Induce the Biaxial Stress on SiGe

strain_profile Silicon species= Germanium \

strain= {0 0.0425} ratio= {0 1}

profile region= SiGeSub name= Germanium \

concentration= {0.98e22 0.98e22} xcoord= {0.5 1.5} linear

# Create Si fin

diffuse temp= 700 time= 5<min> LTE \

epi.doping.final= {Boron=1e15} thick= 0.565

struct tdr= step_01 !Gas

init tdr= step_01

transform flip

etch material= {Silicon} type= isotropic rate= {1.5} time= 1.0

deposit material= {Oxide} type= isotropic rate= {1.0} \

time= 0.150

transform flip

struct tdr= step_02

# Turn off stress rel., remove the gas at the bottom

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123

# and turn on stress rel.

pdbSet Mechanics EtchDepoRelax 0

transform cut min= {-1.0 -1.0 -1.0} max= {0.150 1.0 1.0}

pdbSet Mechanics EtchDepoRelax 1

struct tdr= step_03

#=====#

# Fin #

#=====#

# Hard mask nitride

deposit material= {Oxide} type= anisotropic rate= {1.0} \

time= 0.01

deposit material= {Nitride} type= anisotropic rate= {1.0} \

time= 0.1

# Fin mask

mask name= FIN1 left= 0.0 right= 1.0 front= 0.010 back= 1.0

photo mask= FIN1 thickness= 0.02

etch material= {Nitride} type= anisotropic rate= {0.1} \

time= 1.1

strip Photoresist

struct tdr= step_04

# Etch

etch material= {Oxide} type= anisotropic rate= {0.01} \

time= 1.1

etch material= {Silicon} type= anisotropic rate= {0.15} \

time= 1.0

strip Nitride

strip Oxide

deposit Oxide fill coord= 0.0

struct tdr= step_05

#======#

# Gate #

#======#

# Gate stack

# SiO2 1nm

# SiO2 hack: deposit 10nm and then etch 9nm, resulting in 1nm

deposit material= {Oxide} type= isotropic rate= {0.010} \

time= 1.0

etch material= {Oxide} type= isotropic rate= {0.009} time= 1.0

# SiO2 hack: remove rounded SiO2 in excess at base

mask name= Gate left= 0.0 right= 1.0 front= 0.0 \

back= 0.011 negative

photo mask= Gate thickness= 0.02

etch material= {Oxide} type= anisotropic rate= {1.0} time= 1.0

strip Photoresist

deposit Oxide fill coord= -0.001

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124

# HfO2 2nm

deposit material= {HfO2} type= isotropic rate= {0.002} \

time= 1.0

struct tdr= step_06

# MetalGate

# TiN 5nm

mater add name= TiN new.like= Nitride

pdbSetDouble TiN Mechanics BulkModulus [ Enu2K 600e10 0.25 ]

pdbSetDouble TiN Mechanics ShearModulus [ Enu2G 600e10 0.25 ]

pdbSetDouble TiN Mechanics ThExpCoeff 9.4e-6

deposit material= {TiN} type= isotropic rate= {0.005} \

time= 1.0

struct tdr= step_07

# Poly etching (gate mask)

# Si-Poli 100nm

deposit material= {PolySilicon} type= isotropic \

thickness= 0.100

mask name= Poly left= 0.0 right= 0.075 front= 0.0 \

back= 1.0 negative

photo mask= Poly thickness= 0.02

etch material= {PolySilicon} type= anisotropic \

rate= {1.0} time= 1.0

strip Photoresist

struct tdr= step_08

# Etch Gate

etch material= {TiN HfO2 Oxide} type= anisotropic \

rate= {1.0 1.0 1.0} time= 1.0

deposit Oxide fill coord= 0.0

struct tdr= step_09

#========#

# Remesh #

#========#

refinebox Silicon \

min= {-1.0 0.0 0.0 } \

max= {-0.060 0.075 0.010} \

xrefine= 0.002 \

yrefine= 0.010 \

zrefine= 0.005 \

normal.growth.ratio= 2.0

refinebox Silicon \

min= {-1.0 0.0 0.005} \

max= { 0.0 0.075 0.010} \

xrefine= 0.010 \

yrefine= 0.010 \

zrefine= 0.002 \

normal.growth.ratio= 2.0

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refinebox Silicon \

min= {-1.0 0.045 0.0 } \

max= { 0.0 0.075 0.010} \

xrefine= 0.005 \

yrefine= 0.002 \

zrefine= 0.002 \

normal.growth.ratio= 2.0

grid remesh

#=========#

# Implant #

#=========#

# Define LDD

mask name= LDD left= 0.0 right= 0.075 front= 0.0 \

back= 1.0 negative

photo mask= LDD thickness= 1.0

implant Arsenic dose= 1e15 energy= 5 tilt= 45.0 rotation= 0

strip Photoresist

struct tdr= step_10

# Define HDD

mask name= HDD left= 0.0 right= 0.125 front= 0.0 \

back= 1.0 negative

photo mask= HDD thickness= 1.5

implant Arsenic dose= 3e15 energy= 25 tilt= 0.0 rotation= 0

implant Phosphorus dose= 2e15 energy= 25 tilt= 0.0 rotation= 0

strip Photoresist

struct tdr= step_11

# Implant RTA

diffuse temperature= 750<C> time= 1.0<min>

struct tdr= step_12

#========#

# Spacer #

#========#

# SiO2 5nm

# Nitride 100nm

# Turn off stress relaxation after depo/etch (hack)

pdbSet Mechanics EtchDepoRelax 0

deposit material= {Oxide} type= isotropic rate= {0.005} \

time= 1.0

mask name= Spacer left= 0.0 right= 0.125 front= 0.0 \

back= 1.0 negative

photo mask= Spacer thickness= 0.02

etch material= {Oxide} type= anisotropic rate= {1.0} time= 1.0

strip Photoresist

deposit Oxide fill coord= 0.0

deposit material= {Nitride} type= isotropic \

rate= {0.045} time= 1.0 mask= Spacer

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etch material= {Nitride} type= anisotropic rate= {0.051} \

time= 1.0

# Turn on stress relaxation after depo/etch (hack)

pdbSet Mechanics EtchDepoRelax 1

struct tdr= step_13

#========#

# Stress #

#========#

# 617: Description of Output Variables

# 672: Doping in deposited layers

#

# Dual stress liner (DSL)–induced channel stress

# is implemented differently.

# The DSL material is deposited with the negative pressure

# field to produce isotropic tensile stress.

doping name= {StrainSi} field= {Pressure} depths= {0 0.1} \

values= {-3.0e9 -3.0e9}

deposit material= {Nitride} doping= {StrainSi} \

type= isotropic rate= {1.0} time= 0.100 steps= 5

struct tdr= step_14

#===================================#

# Mirror complete process structure #

#===================================#

struct tdr= 3D_FinFET_REC_quarter !Gas

if { [catch {exec tdx -mtt -y -ren \

drain=source 3D_FinFET_REC_quarter_fps.tdr \

3D_FinFET_REC_half_fps.tdr} Err] !=0 } {LogFile $Err}

if { [catch {exec tdx -mtt -z 3D_FinFET_REC_half_fps.tdr \

3D_FinFET_REC_full_fps.tdr} Err] !=0 } {LogFile $Err}

exit

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APÊNDICE B

Arquivo de simulação: #=======================================#

# Strained nFinFET - Ids-Vgs - Vds=0.05 #

#=======================================#

File {

#-- Imput files

Grid = "3D_FinFET_REC_Dev_half_fps.tdr"

Doping = "3D_FinFET_REC_Dev_half_fps.tdr"

Piezo = "3D_FinFET_REC_Dev_half_fps.tdr"

Parameter = "sdevice.par"

#-- Output files

#Plot = ""

#Current = ""

Output = "3D_FinFET_REC_Dev_des.log"

}

Electrode {

{ Name= "gate" Voltage= 0.0 AreaFactor= 2.0 \

workfunction= 4.76 }

{ Name= "source" Voltage= 0.0 AreaFactor= 2.0 }

{ Name= "drain" Voltage= 0.0 AreaFactor= 2.0 }

{ Name= "substrate" Voltage= 0.0 AreaFactor= 2.0 \

workfunction= 4.95 }

}

Physics{

#-- The incomplete ionization model

#IncompleteIonization

Mobility(

PhuMob

HighFieldSaturation( GradQuasiFermi )

Enormal ( Lombardi ( AutoOrientation ) )

)

#-- Band Gap Narrowing

EffectiveIntrinsicDensity (

BandGapNarrowing ( OldSlotboom )

)

Recombination(

#-- Shockley-Read-Hall

SRH ( DopingDependence TempDependence )

#-- Auger eletron-hole pair generation

Auger ( WithGeneration )

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)

#-- Temperature

Temperature=300

Piezo(

Model(

DeformationPotential

DOS ( eMass hMass )

Mobility(

eSubband ( Doping Scattering )

)

)

)

}

Physics(

MaterialInterface="Oxide/Silicon") {

charge(Conc=3.0e+10)

}

Plot{

eDensity hDensity

TotalCurrent/Vector eCurrent/Vector hCurrent/Vector

eMobility hMobility

eVelocity hVelocity

eQuasiFermi hQuasiFermi

eTemperature Temperature hTemperature

ElectricField/Vector Potential SpaceCharge

Doping DonorConcentration AcceptorConcentration

SRH Band2Band Auger

AvalancheGeneration eAvalancheGeneration

hAvalancheGeneration

eGradQuasiFermi/Vector hGradQuasiFermi/Vector

eEparallel hEparallel eENormal hENormal

BandGap

BandGapNarrowing

Affinity

ConductionBand ValenceBand

eBarrierTunneling hBarrierTunneling * BarrierTunneling

eTrappedCharge hTrappedCharge

eGapStatesRecombination hGapStatesRecombination

eDirectTunnel hDirectTunnel

eMobilityStressFactorXX eMobilityStressFactorYY

eMobilityStressFactorZZ

eMobilityStressFactorYZ eMobilityStressFactorXZ

eMobilityStressFactorXY

hMobilityStressFactorXX hMobilityStressFactorYY

hMobilityStressFactorZZ

hMobilityStressFactorYZ hMobilityStressFactorXZ

hMobilityStressFactorXY

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#--

Stressxx Stressyy Stresszz Stressxy Stressxz Stressyz

}

Math {

TensorGridAniso

Extrapolate

RelErrControl

Digits= 5

NotDamped=200

Iterations=200

RHSmin= 1e-10

RhsFactor= 1e10

method= ParDiSo

#method= ILS

Number_Of_Threads= maximum

ExitOnFailure

wallclock

}

#-- Linear regime

Solve {

#-- Initial conditions

Coupled ( Iterations= 100 LineSearchDamping= 1e-8 ) \

{ Poisson }

#Save ( FilePrefix= "3D_FinFET_REC_Dev_init" )

#-- Ramp drain

Quasistationary(

DoZero

InitialStep= 1.0 Increment= 2.0

MinStep= 1e-6 MaxStep= 1.0

Goal { Name= "drain" Voltage= 0.050 }

)

{

#-- Gummel iterations

Plugin {

#-- Newton iterations

Coupled { Poisson Electron Hole }

}

}

#Save ( FilePrefix= "3D_FinFET_REC_Dev_VdLin" )

#-- Vg sweep

NewCurrentFile= "IdVg_0.05_"

Quasistationary(

DoZero

InitialStep= 0.010 Increment= 2.0

MinStep= 1e-6 MaxStep= 0.010

Goal { Name= "gate" Voltage= 1.0 }

)

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130

{

#-- Gummel iterations

Plugin {

#-- Newton iterations

Coupled { Poisson Electron Hole }

}

}

}

Arquivo adicional de parâmetros de modelos: *========

* Silicon

*========

Material = "Silicon"

{

Bandgap

{

Eg0 = 1.1414 # [eV]

Chi0 = 4.147 # [eV]

}

Ionization

{

NdCrit = 2.0000e+18 # [cm-3]

}

*---------------------------

* Stress-dependent Mobility:

*---------------------------

StressMobility

{

** unstrained longitudinal and perpendicular effective

** masses

me_l0 = 0.914 # [1]

me_t0 = 0.196 # [1]

** ratio longitudinal/perpendicular effective masses

me_lt = 4.81 # [1]

** parameters of the intervalley scattering model

* beta - fitting parameter resposible for the unstressed

* ratio between g-type and f-type scatterings

* beta = 1.22 # [eV]

beta = 2.58 # [eV]

Ephonon = 0.06 # [1]

* Nref - fitting parameter

Nref = 2.0e+17 # [cm^-3]

* alpha - fitting parameter

alpha = 0.65 # [1]

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}

Piezoresistance

{

MinStressFactor = 1e-5 , 1e-5 # [1]

MaxStressFactor = 10 , 10 # [1]

}

*----------------------------

* Generation & Recombination:

*----------------------------

* Recombination( SRH( DopingDep Tunneling ) )

Scharfetter * relation and trap level for SRH recombination:

{ * tau = taumin + ( taumax - taumin ) / ( 1 + ( N/Nref

)^gamma)

* tau(T) = tau * ( (T/300)^Talpha ) (TempDep)

* tau(T) = tau * exp( Tcoeff * ((T/300)-1) ) (ExpTempDep)

taumin = 0.0000e+00 , 0.0000e+00 # [s]

taumax = 1.0000e-05 , 3.0000e-06 # [s]

* Nref = 1.0000e+16 , 1.0000e+16 # [cm^(-3)]

Nref = 5.0000e+16 , 5.0000e+16 # [cm^(-3)]

gamma = 1 , 1 # [1]

Talpha = -1.5000e+00 , -1.5000e+00 # [1]

Tcoeff = 2.55 , 2.55 # [1]

Etrap = 0.0000e+00 # [eV]

}

TrapAssistedTunneling * lifetimes:

{ * See Dessis manual `Trap-Assisted Tunneling/SRH'

S = 3.5 # [1]

hbarOmega = 0.068 # [eV]

MinField = 1.0000e+03 # [V/cm]

m_theta = 0.258 , 0.24 # [1]

Z = 0.0000e+00 # [1]

}

*---------------------------

* Recombination( Band2Band )

Band2BandTunneling

{ * See Sentaurus Device manual `Band-To-Band Tunneling'

A = 8.9770e+20 # [cm / (s V^2)]

B = 2.1466e+07 # [eV^(-3/2) V/cm]

hbarOmega = 0.0186 # [eV]

* Traditional models for the following keywords in input

file:

* Band2Band(E1) : A1*E*exp(-B1/E)

* Band2Band(E1_5): A1_5*E^1.5*exp(-B1_5/E)

* Band2Band(E2) : A2*E^2*exp(-B2/E)

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132

A1 = 1.1000e+27 # [1/cm/sec/V]

B1 = 2.1300e+07 # [V/cm]

A1_5 = 1.9000e+24 # [1/cm/sec/V^1.5]

B1_5 = 2.1900e+07 # [V/cm]

A2 = 3.5000e+21 # [1/cm/sec/V^2]

B2 = 2.2500e+07 # [V/cm]

* min length to interfaces (for traditional & Hurkx models):

dDist = 0.0000e+00 # [cm]

* min potential difference on length dPot/E (for traditional

& Hurkx models):

dPot = 0.0000e+00 # [V]

}

*----------------

* Mobility Models

*----------------

PhuMob:

{ * Philips Unified Mobility Model:

* mumax_As = 1417 # [cm^2/Vs]

mumax_As = 240 # [cm^2/Vs]

* mumin_As = 52.2 # [cm^2/Vs]

mumin_As = 11 # [cm^2/Vs]

theta_As = 2.285 # [1]

n_ref_As = 9.68e+16 # [cm^(-3)]

alpha_As = 0.68 # [1]

* mumax_P = 1414 # [cm^2/Vs]

mumax_P = 240 # [cm^2/Vs]

* mumin_P = 68.5 # [cm^2/Vs]

mumin_P = 14 # [cm^2/Vs]

theta_P = 2.285 # [1]

n_ref_P = 9.2e+16 # [cm^(-3)]

alpha_P = 0.711 # [1]

mumax_B = 470.5 # [cm^2/Vs]

mumin_B = 44.9 # [cm^2/Vs]

theta_B = 2.247 # [1]

n_ref_B = 2.23e+17 # [cm^(-3)]

alpha_B = 0.719 # [1]

nref_D = 4e+20 # [cm^(-3)]

nref_A = 7.2e+20 # [cm^(-3)]

cref_D = 0.21 # [1]

cref_A = 0.5 # [1]

me_over_m0 = 1 # [1]

mh_over_m0 = 1.258 # [1]

f_CW = 2.459 # [1]

f_BH = 3.828 # [1]

f_CW = 2.459 # [1]

f_BH = 3.828 # [1]

f_gf = 1 , 1 # [1]

f_scr = 0 , 0 # [cm^5/Vs]

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133

}

ConstantMobility:

{ * mu_const = mumax (T/T0)^(-Exponent)

* mumax = 1417 , 470.5 # [cm^2/(Vs)]

mumax = 240 , 470.5 # [cm^2/(Vs)]

Exponent = 2.5 , 2.2 # [1]

mutunnel = 0.05 , 0.05 # [cm^2/(Vs)]

}

*---------------------

* Highfield Saturation

*---------------------

* Transport Models

*-----------------

* Hydrodynamics

EnergyRelaxationTime

{ * Energy relaxation times in picoseconds

(tau_w)_ele = 0.3 # [ps]

(tau_w)_hol = 0.3 # [ps]

}

HighFieldDependence:

{ * Caughey-Thomas model

* and HydroHighField mobility is used.

K_dT = 1e-4 , 1e-4 # [1]

}

*-----------------------------------

* Density Gradient Quantum Transport

QuantumPotentialParameters

{ * gamma: weighting factor for quantum potential

* theta: weight for quadratic term

* xi: weight for quasi Fermi potential

* eta: weight for electrostatic potential

gamma = 3.6 , 5.6 # [1]

theta = 0.5 , 0.5 # [1]

xi = 1 , 1 # [1]

eta = 1 , 1 # [1]

}

BarrierTunneling

{ * Non Local Barrier Tunneling

mt = 0.55 , 0.21

}

LatticeParameters

{ * Crystal system, elasticity, and deformation potential are

defined.

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134

* X and Y vectors define the simulation coordinate system

relative to the

* crystal orientation system. Also there is an option to

represent the crystal

* system relative to the simulation one. In this case a

keyword CrystalAxis

* has to be in this section and X and Y vectors will

represent [100] and [010]

* axis of the crystal system in the simulation one.

* Additional notes: 1 Pa = 10 dyn/cm^2; tensile

stress/strain is positive.

*

* S[i][j] - elasticity modulus; i,j = 1,2,...6 and j>=i.

* CrystalSystem is symmetry, used ONLY to define the

elasticity matrics.

* Cubic (CrystalSystem=0): S[1][1],S[1][2],S[4][4]

* Hexagonal (CrystalSystem=1):

S[1][1],S[1][2],S[1][3],S[3][3],S[4][4]

* NC is a number of conduction band levels taken into

account

* NV is a number of valence band levels taken into account

* DC2(l) defines deformation potentials for conduction

subband = l

* DV2(l) defines deformation potentials for valence subband

= l

* The subband energy shift due to strain (E) is equal to the

following sum:

* D2[1]*E11 + D2[2]*E22 + D2[3]*E33 +

* D2[4]*(0.5*D2[5]^2*((E11-E22)^2+(E22-E33)^2+(E33-

E11)^2)+D2[6]^2*(E23^2+E13^2+E12^2))

*

X = (1, 0, 0) # [1]

Y = (0, 1, 0) # [1]

S[1][1] = 0.77 # [1e-12 cm^2/din]

S[1][2] = -0.21 # [1e-12 cm^2/din]

S[4][4] = 1.25 # [1e-12 cm^2/din]

CrystalSystem = 0 # [1]

* Deformation potentials

* The number of conduction and valence band subvalleys:

NC = 3 # [1]

NV = 2 # [1]

* Appropriate deformation potential constants are defined

in the fields:

* DC2(1) = 0.9, -8.6, -8.6, 0.0, 0.0, 0.0 # [eV]

DC2(1) = 5, -8.6, -8.6, 0.0, 0.0, 0.0 # [eV]

* DC2(2) = -8.6, 0.9, -8.6, 0.0, 0.0, 0.0 # [eV]

DC2(2) = -8.6, 5, -8.6, 0.0, 0.0, 0.0 # [eV]

* DC2(3) = -8.6, -8.6, 0.9, 0.0, 0.0, 0.0 # [eV]

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135

DC2(3) = -8.6, -8.6, 5, 0.0, 0.0, 0.0 # [eV]

DV2(1) = -2.1, -2.1, -2.1, -1.0, 0.5, 4.0 # [eV]

DV2(2) = -2.1, -2.1, -2.1, 1.0, 0.5, 4.0 # [eV]

* Deformation potentials of k.p model for electron bands

xis = 7.0 # [eV]

dbs = 0.53 # [eV]

xiu = 9.16 # [eV]

xid = 0.77 # [eV]

* Deformation potentials of k.p model for hole bands

adp = 2.1 # [eV]

bdp = -2.33 # [eV]

ddp = -4.75 # [eV]

dso = 0.044 # [eV]

}

}

*============

* PolySilicon

*============

Material = "PolySi" {

*----------------------------

* Generation & Recombination:

*----------------------------

* Recombination( SRH( DopingDep ) )

Scharfetter * relation and trap level for SRH recombination:

{ * tau = taumin + ( taumax - taumin ) / ( 1 + ( N/Nref

)^gamma)

* tau(T) = tau * ( (T/300)^Talpha ) (TempDep)

* tau(T) = tau * exp( Tcoeff * ((T/300)-1) ) (ExpTempDep)

taumin = 0.0000e+00 , 0.0000e+00 # [s]

* taumax = 1.0000e-05 , 3.0000e-06 # [s]

taumax = 1.0000e-8 , 1.0000e-8 # [s]

Nref = 1.0000e+16 , 1.0000e+16 # [cm^(-3)]

gamma = 1 , 1 # [1]

Talpha = -1.500e+00 , -1.500e+00 # [1]

Tcoeff = 2.55 , 2.55 # [1]

Etrap = 0.0000e+00 # [eV]

}

*-----------------------------------

* Density Gradient Quantum Transport

QuantumPotentialParameters

{ * gamma: weighting factor for quantum potential

* theta: weight for quadratic term

* xi: weight for quasi Fermi potential

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136

* eta: weight for electrostatic potential

gamma = 3.6 , 5.6 # [1]

theta = 0.5 , 0.5 # [1]

xi = 1 , 1 # [1]

eta = 1 , 1 # [1]

}

BarrierTunneling

{ * Non Local Barrier Tunneling

mt = 0.55 , 0.21

}

}

*======

* Oxide

*======

Material = "Oxide" {

Epsilon

{ * Ratio of the permittivities of material and vacuum

* epsilon() = epsilon

epsilon = 3.9 # [1]

}

Epsilon_aniso

{ * Ratio of the permittivities of material and vacuum

* epsilon() = epsilon

epsilon = 3.9 # [1]

}

RefractiveIndex

{ * Optical Refractive Index

* refractiveindex() = refractiveindex * (1 + alpha * (T-

Tpar))

Tpar = 3.0000e+02 # [K]

refractiveindex = 1.46 # [1]

alpha = 2.0000e-04 # [1/K]

}

LatticeHeatCapacity

{ * lumped electron-hole-lattice heat capacity

* cv() = cv + cv_b * T + cv_c * T^2 + cv_d * T^3

cv = 1.67 # [J/(K cm^3)]

cv_b = 0.0000e+00 # [J/(K^2 cm^3)]

cv_c = 0.0000e+00 # [J/(K^3 cm^3)]

cv_d = 0.0000e+00 # [J/(K^4 cm^3)]

}

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137

Kappa

{ * Lattice thermal conductivity

* Formula = 1:

* kappa() = kappa + kappa_b * T + kappa_c * T^2

kappa = 0.014 # [W/(K cm)]

kappa_b = 0.0000e+00 # [W/(K^2 cm)]

kappa_c = 0.0000e+00 # [W/(K^3 cm)]

}

Kappa_aniso

{ * Lattice thermal conductivity

* Formula = 1:

* kappa() = kappa + kappa_b * T + kappa_c * T^2

kappa = 0.014 # [W/(K cm)]

kappa_b = 0.0000e+00 # [W/(K^2 cm)]

kappa_c = 0.0000e+00 # [W/(K^3 cm)]

}

Bandgap

{ * Eg = Eg0 + alpha Tpar^2 / (beta + Tpar) - alpha T^2 /

(beta + T)

* Parameter 'Tpar' specifies the value of lattice

* temperature, at which parameters below are defined

* Chi0 is electron affinity.

Chi0 = 0.9 # [eV]

Eg0 = 9 # [eV]

alpha = 0.0000e+00 # [eV K^-1]

beta = 0.0000e+00 # [K]

Tpar = 0.0000e+00 # [K]

}

FreeCarrierAbsorption

{

* Coefficients for free carrier absorption:

* fcaalpha_n for electrons,

* fcaalpha_p for holes

* FCA = (alpha_n * n + alpha_p * p) * Light Intensity

fcaalpha_n = 4.0000e-18 # [cm^2]

fcaalpha_p = 8.0000e-18 # [cm^2]

}

QWStrain

{

* Zincblende crystals:

* Parameters: a_nu, a_c, b, C_12, C_11

* StrainConstant eps (formula = 1) or lattice constant

* a0 (formula = 2) for energy shift of quantum-well

* subbands.

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* a0(T) = a0 + alpha (T-Tpar)

* Wurtzite crystals:

* Parameters: a_c, D1, D2, D3, D4, C_13, C_33

* Lattice constants a0 and c0 (formula 2 must be used)

* a0(T) = a0 + alpha (T-Tpar)

* c0(T) = c0 + alpha (T-Tpar)

* Default formula = 1 # [1]

eps = 0.0000e+00 # [1]

a0 = 3.1890e-10 # [cm]

alpha = 0.0000e+00 # [cm/K]

Tpar = 3.0000e+02 # [K]

a_nu = 0.0000e+00 # [eV]

a_c = -4.0800e+00 # [eV]

b_shear = 0.0000e+00 # [eV]

c_11 = 0.0000e+00 # [1e-2 GPa]

c_12 = 0.0000e+00 # [1e-2 GPa]

d1 = -8.9000e-01 # [eV]

d2 = 4.27 # [eV]

d3 = 5.18 # [eV]

d4 = -2.5900e+00 # [eV]

c_13 = 1 # [1e-2 GPa]

c_33 = 3.92 # [1e-2 GPa]

c0 = 5.1850e-10 # [cm]

}

eDOSMass

{

* For effective mass specificatition Formula1 (me

approximation):

* or Formula2 (Nc300) can be used :

Formula = 1 # [1]

* Formula1:

* me/m0 = [ (6 * mt)^2 * ml ]^(1/3) + mm

* mt = a[Eg(0)/Eg(T)]

* Nc(T) = 2(2pi*kB/h_Planck^2*me*T)^3/2 = 2.540e19

((me/m0)*(T/300))^3/2

a = 0.0000e+00 # [1]

ml = 0.0000e+00 # [1]

mm = 0.42 # [1]

}

hDOSMass

{

* For effective mass specificatition Formula1 (mh

approximation):

* or Formula2 (Nv300) can be used :

Formula = 1 # [1]

* Formula1:

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139

* mh =

m0*{[(a+bT+cT^2+dT^3+eT^4)/(1+fT+gT^2+hT^3+iT^4)]^(2/3) + mm}

* Nv(T) = 2(2pi*kB/h_Planck^2*mh*T)^3/2 = 2.540e19

((mh/m0)*(T/300))^3/2

a = 0 # [1]

b = 0 # [K^-1]

c = 0 # [K^-2]

d = 0 # [K^-3]

e = 0 # [K^-4]

f = 0 # [K^-1]

g = 0 # [K^-2]

h = 0 # [K^-3]

i = 0 # [K^-4]

mm = 1 # [1]

}

QuantumPotentialParameters

{ * gamma: weighting factor for quantum potential

* theta: weight for quadratic term

* xi: weight for quasi Fermi potential

* eta: weight for electrostatic potential

gamma = 1 , 1 # [1]

theta = 0.5 , 0.5 # [1]

xi = 0.0000e+00 , 0.0000e+00 # [1]

eta = 0.0000e+00 , 0.0000e+00 # [1]

}

RadiativeRecombination * coefficients:

{ * R_Radiative = C * (T/Tpar)^alpha * (n p - ni_eff^2)

* C

* alpha

C = 0.0000e+00 # [cm^3/s]

alpha = 0.0000e+00 # []

}

Radiation

{ * G = g * D * ((E+E0)/(E+E1))^m - the generation term,

* where E is the electric field,

* E0, E1, m are constants to account the

recombination,

* g is the electron-hole creation rate ,

* D is the dose rate defined in the input file.

g = 7.6000e+12 # [1/(rad*cm^3)]

E0 = 0.1 # [V/cm]

E1 = 1.3500e+06 # [V/cm]

m = 0.9 # [1]

}

TableODB

{ * Each entry of the table consists of three values:

*complex refractive index n + i*k (unitless)

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140

*refractive index = n, absorption coefficient =

4*pi*k/wavelength

*WAVELEN(um) n k

0.051 0.804 0.322;

0.053 0.811 0.366;

0.055 0.822 0.408;

0.056 0.829 0.43;

0.058 0.843 0.47;

0.059 0.851 0.482;

0.0636 0.879 0.613;

0.0653 0.902 0.645;

0.067 0.927 0.677;

0.0689 0.957 0.712;

0.0699 0.975 0.731;

0.0709 0.999 0.75;

0.0719 1.03 0.763;

0.0729 1.072 0.768;

0.074 1.124 0.765;

0.0751 1.137 0.755;

0.0763 1.156 0.737;

0.0775 1.172 0.717;

0.0787 1.178 0.703;

0.08 1.172 0.696;

0.0813 1.167 0.699;

0.0827 1.168 0.711;

0.0841 1.175 0.739;

0.0855 1.195 0.771;

0.087 1.225 0.799;

0.0886 1.265 0.808;

0.0902 1.32 0.795;

0.0919 1.363 0.775;

0.0936 1.371 0.755;

0.0954 1.368 0.747;

0.0972 1.372 0.766;

0.0992 1.383 0.793;

0.1012 1.41 0.824;

0.1033 1.475 0.861;

0.1051 1.554 0.874;

0.1069 1.635 0.859;

0.1088 1.716 0.81;

0.1127 1.739 0.569;

0.1137 1.687 0.565;

0.1148 1.587 0.618;

0.1159 1.513 0.725;

0.117 1.492 0.914;

0.1181 1.567 1.11;

0.1187 1.645 1.136;

0.1192 1.772 1.13;

0.1198 1.919 1.045;

0.1204 2.048 0.925;

0.121 2.152 0.81;

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141

0.1215 2.24 0.715;

0.1228 2.332 0.46;

0.124 2.33 0.323;

0.1252 2.292 0.236;

0.1265 2.243 0.168;

0.1278 2.19 0.119;

0.1291 2.14 0.077;

0.1319 2.047 0.043;

0.1333 2.006 0.0339;

0.1348 1.969 0.0271;

0.1362 1.935 0.0228;

0.1378 1.904 0.0189;

0.1393 1.876 0.0156;

0.1409 1.85 0.0132;

0.1425 1.825 0.0109;

0.1442 1.803 8.3800e-03;

0.1459 1.783 5.5700e-03;

0.1476 1.764 3.1700e-03;

0.1494 1.747 1.4000e-03;

0.1512 1.73 4.6300e-04;

0.1531 1.716 1.2200e-04;

0.155 1.702 3.2000e-05;

0.159 1.676 4.7000e-06;

0.1631 1.653 0.0000e+00;

0.1675 1.633 0.0000e+00;

0.1722 1.616 0.0000e+00;

0.1771 1.6 0.0000e+00;

0.1837 1.582 0.0000e+00;

0.1907 1.567 0.0000e+00;

0.1984 1.554 0.0000e+00;

0.2066 1.543 0.0000e+00;

0.2144 1.53371 0.0000e+00;

0.2267 1.52276 0.0000e+00;

0.2302 1.52009 0.0000e+00;

0.2378 1.51474 0.0000e+00;

0.2399 1.51338 0.0000e+00;

0.2483 1.50841 0.0000e+00;

0.2652 1.50004 0.0000e+00;

0.2699 1.49805 0.0000e+00;

0.2753 1.49592 0.0000e+00;

0.2803 1.49404 0.0000e+00;

0.2894 1.49099 0.0000e+00;

0.2967 1.48873 0.0000e+00;

0.30215 1.48719 0.0000e+00;

0.3303 1.48053 0.0000e+00;

0.33415 1.47976 0.0000e+00;

0.3404 1.47858 0.0000e+00;

0.3466 1.47746 0.0000e+00;

0.36105 1.47512 0.0000e+00;

0.365 1.47453 0.0000e+00;

0.40465 1.46961 0.0000e+00;

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0.4358 1.46669 0.0000e+00;

0.4678 1.46429 0.0000e+00;

0.4861 1.46313 0.0000e+00;

0.5086 1.46197 0.0000e+00;

0.5461 1.46008 0.0000e+00;

0.577 1.45885 0.0000e+00;

0.5791 1.45877 0.0000e+00;

0.5876 1.45847 0.0000e+00;

0.5893 1.45841 0.0000e+00;

0.64385 1.45671 0.0000e+00;

0.6563 1.45637 0.0000e+00;

0.6678 1.45608 0.0000e+00;

0.7065 1.45515 0.0000e+00;

0.8521 1.45248 0.0000e+00;

0.89435 1.45185 0.0000e+00;

1.014 1.45025 0.0000e+00;

1.0829 1.44941 0.0000e+00;

1.1287 1.44888 0.0000e+00;

1.3622 1.44621 0.0000e+00;

1.3951 1.44584 0.0000e+00;

1.4695 1.44497 0.0000e+00;

1.5295 1.44427 0.0000e+00;

1.6606 1.44267 0.0000e+00;

1.681 1.44241 0.0000e+00;

1.6932 1.44226 0.0000e+00;

1.7091 1.44205 0.0000e+00;

1.8131 1.44069 0.0000e+00;

1.9701 1.43851 0.0000e+00;

2.0581 1.43722 0.0000e+00;

2.1526 1.43576 0.0000e+00;

2.3254 1.43292 0.0000e+00;

2.4374 1.43095 0.0000e+00;

3.2439 1.41314 0.0000e+00;

3.2668 1.41253 0.0000e+00;

3.3026 1.41155 0.0000e+00;

3.422 1.40819 0.0000e+00;

3.507 1.40568 0.0000e+00;

3.5564 1.40418 0.0000e+00;

10 1.4 0.0000e+00;

10.001 1.4 0.0000e+00;

10.002 1.4 0.0000e+00;

}

Resistivity

{ * Resist(T) = Resist0 * ( 1 + TempCoef * ( T - 273 ) )

Resist0 = 3.0000e+09 # [ohm*cm]

TempCoef = 4.5000e-03 # [1/K]

}

BarrierTunneling

{ * Non Local Barrier Tunneling

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mt = 0.55 , 0.21

}

}

*=====

* HfO2

*=====

Material = "HfO2" {

Epsilon

{ * Ratio of the permittivities of material and vacuum

* epsilon() = epsilon

epsilon = 25 # [1]

}

Epsilon_aniso

{ * Ratio of the permittivities of material and vacuum

* epsilon() = epsilon

epsilon = 25 # [1]

}

Kappa

{ * Lattice thermal conductivity

* Formula = 1:

* kappa() = kappa + kappa_b * T + kappa_c * T^2

kappa = 0.016 # [W/(K cm)]

kappa_b = 0.0000e+00 # [W/(K^2 cm)]

kappa_c = 0.0000e+00 # [W/(K^3 cm)]

}

Bandgap

{ * Eg = Eg0 + alpha Tpar^2 / (beta + Tpar) - alpha T^2 /

(beta + T)

* Parameter 'Tpar' specifies the value of lattice

* temperature, at which parameters below are defined

* Chi0 is electron affinity.

Chi0 = 2.15 # [eV]

Eg0 = 5.58 # [eV]

alpha = 0.0000e+00 # [eV K^-1]

beta = 0.0000e+00 # [K]

Tpar = 0.0000e+00 # [K]

}

}

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APÊNDICE C

#=========================================#

#= Sentaurus-Process =#

#= SiGe75-SD_rGe-ch.cmd =#

#=========================================#

sde off

pdbSetBoolean Silicon Mechanics Updatestrain 1

pdbSetBoolean Mechanics EtchDepoRelax 1

pdbSetBoolean Mechanics StressHistory 1

pdbSet Grid No3DMerge 0

refinebox clear

refinebox clear.interface.mats

refinebox interface.materials= {Silicon Oxide Polysilicon}

mgoals min.normal.size=5.0<nm> normal.growth.ratio=1.5

max.lateral.size=40.0 minedge=5e-5 accuracy=1.0e-5

pdbSet Grid MGoals UseLines 1

AdvancedCalibration

strain_profile Silicon species=Germanium strain= {0 0.0425}

ratio= {0 1}

strain_profile Silicon species=Carbon strain= {0 -0.45} ratio=

{0 1}

strain_profile Silicon species=Tin strain= {0 0.1733} ratio=

{0 1}

math coord.ucs

# Define new materials

# spacer

mater add name=spacer new.like=nitride

# Titanium Nitride

#mater add name=TiN new.like=titanium

pdbSetBoolean TiN Mechanics Updatestrain 1

#pdbSetDouble TiN Mechanics BulkModulus 4e12

#pdbSetDouble TiN Mechanics ShearModulus 2.4e12

mater add name= TiN new.like= Nitride

pdbSetDouble TiN Mechanics BulkModulus [ Enu2K 600e10 0.25 ]

pdbSetDouble TiN Mechanics ShearModulus [ Enu2G 600e10 0.25 ]

pdbSetDouble TiN Mechanics ThExpCoeff 9.4e-6

# gate oxide

mater add name=gatox new.like=oxide

# source and drain

mater add name=sodr new.like=silicon

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# Swithching Si towards Ge parameters

pdbSetBoolean Silicon Mechanics Updatestrain 1

pdbSetDouble Silicon Mechanics BulkModulus 93.1e10

pdbSetDouble Silicon Mechanics ShearModulus 49.8e10

pdbSetDouble Silicon Mechanics C11 12.92e11

pdbSetDouble Silicon Mechanics C12 4.79e11

pdbSetDouble Silicon Mechanics C44 6.70e11

# Swithching Source and Drain towards Si parameters

pdbSetBoolean sodr Mechanics Updatestrain 1

pdbSetDouble sodr Mechanics BulkModulus 101.97e10

pdbSetDouble sodr Mechanics ShearModulus 79.92e10

pdbSetDouble sodr Mechanics C11 16.57e11

pdbSetDouble sodr Mechanics C12 6.39e11

pdbSetDouble sodr Mechanics C44 7.96e11

# Mesh

line x location= 0<nm> spacing= 0.5<nm> tag= top

line x location= 60<nm> spacing= 0.5<nm>

line x location= 300<nm> spacing= 5<nm> tag= middle

line x location= 500<nm> spacing= 50<nm> tag= bottom

line y location=-1<um> spacing= 1<um> tag= SiLeft

line y location=-500<nm> spacing= 2<nm>

line y location= 0 spacing= 2<nm> tag= SiRight

# Regions

region substrate Silicon xlo=top xhi=bottom

init concentration=1e14<cm-3> field=Boron

# Oxide layer

etch silicon type=anisotropic thickness=225<nm>

deposit oxide coord=0<nm> type=fill

mask name=ge_mask left=-375<nm> right=1 negative

etch oxide type=anisotropic thickness=400<nm> mask=ge_mask

# Refine mesh

refinebox add name=box1 min= { 225<nm> -375<nm> -1<nm> } max=

{ 355<nm> 0<nm> 1<nm> } xrefine=0.001 yrefine=0.001 zrefine=1

grid remesh

# Ge region

# etch Ge 130nm in vertical

etch material=silicon rate = 0.29 time=1.0 type=directional

direction = {0.5 1}

pdbSetDouble Silicon Mechanics TopRelaxedNodeCoord 0.2e-04

deposit silicon coord=0<nm> type=fill fields= {germanium}

values= {5.0e22}

etch material=silicon type=polygon polygon = { 0<nm> -233<nm>

100<nm> -375<nm> -400<nm> -375<nm> -400<nm> -233<nm> }

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# Save

set naam SiGe75-SD_rGe-ch_01_Initial

SetPlxList {Stress_xx Stress_yy Stress_zz Stress_xy Stress_yz

Stress_xz}

struct tdr= $naam

WritePlx $naam y= 0<nm>

# Gate stack

#======================================

deposit material= {HfO2} type= isotropic rate= {0.002} time=

1.0

deposit material= {TiN} type= isotropic rate= {0.005} time=

1.0

deposit material= {PolySilicon} type= isotropic rate= {0.1}

time= 1.0

# Etch polysilicon

mask name=gate_mask left=-25<nm> right=1

etch material= {PolySilicon} type= anisotropic rate= {1.0}

time= 1.0 mask=gate_mask

etch material= {TiN} type= anisotropic rate= {1.0} time= 1.0

mask=gate_mask

etch material= {HfO2} type= anisotropic rate= {1.0} time= 1.0

mask=gate_mask

# Save

set naam SiGe75-SD_rGe-ch_02_AfterGate

SetPlxList {Stress_xx Stress_yy Stress_zz Stress_xy Stress_yz

Stress_xz}

struct tdr= $naam

WritePlx $naam y= 0<nm>

# Spacer module

#======================================

# hack: experimental spacer is a bit deep (11nm)

etch material=silicon type=crystal crystal_rate= {"<100>" =1.0

"<110>" =0.6 "<111>" =0.2} time=0.011

# Deposit spacer

deposit spacer type=isotropic thickness=36<nm>

# Etch spacer

etch spacer type=anisotropic thickness=38<nm>

isotropic.overetch=0.01

mask name=spacer_mask left=-100<nm> right=1

etch spacer type=anisotropic thickness=1<um> mask=spacer_mask

# Deposit back silicon

deposit silicon type=isotropic thickness=11<nm> fields=

{germanium} values= {5.0e22} selective.materials= {silicon}

# Facet

etch material=silicon type=polygon polygon = { 11<nm> -61<nm>

-400<nm> -400<nm> -400<nm> -50<nm> 11<nm> -50<nm> }

# Save

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set naam SiGe75-SD_rGe-ch_03_AfterSpacer

SetPlxList {Stress_xx Stress_yy Stress_zz Stress_xy Stress_yz

Stress_xz}

struct tdr= $naam

WritePlx $naam y= 0<nm>

# SiGe S/D module

#======================================

# Etch

etch material=silicon type=crystal crystal_rate= {"<100>" =1.0

"<110>" =0.9 "<111>" =1.2} time=0.053

# Save

set naam SiGe75-SD_rGe-ch_04_AfterSDetch

SetPlxList {Stress_xx Stress_yy Stress_zz Stress_xy Stress_yz

Stress_xz}

struct tdr= $naam

WritePlx $naam y= 0<nm>

# Selective growth of strained SiGe

deposit sodr thickness=69<nm> type=anisotropic fields=

{germanium} values= {3.4e22} selective.materials= {silicon}

# Save

set naam SiGe75-SD_rGe-ch_05_AfterSD

SetPlxList {Stress_xx Stress_yy Stress_zz Stress_xy Stress_yz

Stress_xz}

struct tdr= $naam

WritePlx $naam y= 0<nm>

# Facet

etch material=sodr type=polygon polygon = { 11<nm> -60.4<nm>

-400<nm> -260<nm> -400<nm> -50<nm> 11<nm> -50<nm> }

# Save

set naam SiGe75-SD_rGe-ch_06_AfterFacet

SetPlxList {Stress_xx Stress_yy Stress_zz Stress_xy Stress_yz

Stress_xz}

struct tdr= $naam

WritePlx $naam y= 0<nm>

exit