Rui Eduardo Ferreira Correia -...

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Universidade do Minho Instituto de Educação outubro de 2016 Relatório de Estágio. O Papel do Bom Professor de Educação Física na perspetiva dos alunos do género Feminino de uma escola pública. Um estudo exploratório no 12º ano de escolaridade Rui Eduardo Ferreira Correia Relatório de Estágio. O Papel do Bom Professor de Educação Física na perspetiva dos alunos do género Feminino de uma escola pública. Um estudo exploratório no 12º ano de escolaridade UMinho|2016 Rui Eduardo Ferreira Correia

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Universidade do MinhoInstituto de Educação

outubro de 2016

Relatório de Estágio. O Papel do Bom Professor de Educação Física na perspetiva dos alunos do género Feminino de uma escola pública. Um estudo exploratório no 12º ano de escolaridade

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Rui Eduardo Ferreira Correia

Rui Eduardo Ferreira Correia

outubro de 2016

Relatório de Estágio. O Papel do Bom Professor de Educação Física na perspetiva dos alunos do género Feminino de uma escola pública. Um estudo exploratório no 12º ano de escolaridade

Universidade do MinhoInstituto de Educação

Trabalho realizado sob a orientação doProfessor Doutor António Camilo Teles Nascimento Cunha

Mestrado em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário

iii

Agradecimentos

Este trabalho é o culminar de uma etapa muito importante na minha vida académica. Como

tal aproveito este espaço para agradecer todo o apoio prestado neste percurso cheio de momentos

bons e menos bons, momentos alegres e tristes, com muitos difíceis obstáculos ultrapassados.

Aos meus Pais Joaquim e Isaura Correia, que sempre estiveram do meu lado em todos os

momentos desta minha etapa, acreditando sempre nas minhas capacidades e nos meus sonhos

permitindo assim ingressar no Mestrado, objetivo traçado desde sempre.

À minha namorada Ana Oliveira por todo carinho, afeto, atenção, preocupação e ajuda

disponibilizada ao longo desta minha formação académica, sem dúvida alguma uma ajuda

preciosa nesta fase da minha vida.

Aos meus dois irmãos, André e Miguel Correia por todo carinho, ajuda, amizade,

hombridade e compreensão nos momentos em que mais precisei.

Ao meu colega e amigo Luís Afonso, por toda a paciência, compreensão e ajuda

disponibilizada e por todos os momentos vividos ao longo desta Prática de Ensino Supervisionada.

Ao Professor Doutor António Camilo Teles Nascimento Cunha, pela disponibilidade e

atenção prestada, pelo acompanhamento, ensinamentos e sugestões prestadas que me ajudaram

imenso ao longo do ano na obtenção dos meus objetivos.

Ao Professor Pedro Cunha, meu professor orientador nesta prática de ensino

supervisionada, pelas ideias, conhecimentos, histórias vividas e partilhadas, pela persistência que

teve comigo fazendo de mim um melhor profissional nesta área e por toda amizade disponibilidade

ao longo deste longo e maravilhoso ano.

Aos alunos do 12ºA por toda educação, compreensão, empenho e dedicação no decorrer

das aulas de Educação Física.

Aos professores da Escola Secundária por toda cooperação em todas as atividades

realizadas ao longo do ano e também ao Núcleo de Educação Física, por todo apoio, amizade,

hombridade, compreensão e por todas as ideias e conhecimentos partilhados.

À Escola Secundária, na qual me permitiu desenvolver e evoluir as minhas capacidades

enquanto profissional na área de Educação Física, no decorrer desta Prática de Ensino

Supervisionada.

A todos o meu muito Obrigado!

iv

“O Papel do Bom Professor de Educação Física na perspetiva dos alunos do género Feminino

numa escola pública. Um estudo exploratório no 12º ano de escolaridade.”

Rui Eduardo Ferreira Correia

Mestrado em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário

Universidade do Minho – 2016

Resumo

O presente documento, procura elucidar todo o processo nesta fase final para a obtenção

do grau de mestre no Mestrado em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário.

Este relatório encontra-se dividido em dois capítulos, Enquadramento Contextual e

Enquadramento Pedagógico da Prática de Ensino Supervisionada. O primeiro está subdividido em

três fases, enquadramento pessoal, que procura retratar todas as expectativas iniciais,

enquadramento institucional onde visa descrever a escola e meio onde a mesma está inserida e

por fim a caracterização da turma. O segundo capítulo, está dividido na Área 1, correspondente a

toda a Organização e Gestão do Ensino e aprendizagem, a conceção, o planeamento, a realização

e a avaliação do ensino, Área 2, que representa a Participação na Escola e Relação com a

Comunidade Educativa, e também a Área 3, Formação e Investigação Educacional, onde elucida

todo o estudo de investigação realizado, ou seja, retrata o trabalho de investigação realizado

duranta o estágio pedagógico relativamente ao “Papel do Bom Professor de Educação Física”.

O estudo tem como objetivo verificar a importância de cada dimensão na qualificação do

bom professor de educação física segundo a opinião dos alunos. O mesmo é de carater descritivo

e comparativo. Foi entregue, numa escola Secundária do Distrito de Braga, o questionário “Bom

Professor de Educação Física” a uma amostra constituída por 139 alunas oriundas do 12º ano de

escolaridade, no ano letivo de 2015/2016. O respetivo questionário encontra-se dividido por 28

itens, organizados por três dimensões: “conhecimento e competência didática”, comportamentos

inapropriados” e “organização e gestão da aula”, segundo uma escala “Likert”. Constatou-se,

segundo a opinião das alunas, que o “bom professor” possui conhecimentos e competências no

desenvolvimento da sua tarefa, juntamento com uma boa organização e gestão de aula, não

adotando comportamentos inapropriados non exercício da sua função.

Palavras-Chave: Educação Física, Prática de Ensino Supervisionado, Bom Professor,

Caraterística do Bom Professor, Dimensão.

v

“The Role of Good Teacher to the Physical Education in the perspective of Female gender

students in the public school. An exploratory study in 12th grade"

Rui Eduardo Ferreira Correia

Master's in Physical Education Teaching in the Elementary and Secondary School

University of Minho – 2016

Abstract

This document seeks to elucidate all the process at this final stage to master's in Physical

Education Teaching in the Elementary and Secondary School.

This report is divided into two chapters, Contextual Framework and Educational Framework

for Supervised Teaching Practice. The first one is divided into three phases, personal framework,

which seeks to portray all initial expectations, institutional framework which aims to describe the

school and the environment in which it is inserted and finally the characterization of the class. The

second chapter is divided in Area 1, relative to the entire Organization and Management of Teaching

and learning, the design, planning, execution and evaluation of teaching, Area 2, which represents

the Participation in School and Relation with the Educational Community, and also Area 3, Training

and Educational Research, which elucidates all conducted research study, in other words, portrays

the research work carried out during the teaching practise regarding the "Role of the Good Physical

Education Teacher."

The study aims to determine the importance of each dimension in the qualification of the

good physical education teacher in the opinion of students. This study has a descriptive and

comparative character. It was delivered, in a secondary school in the District of Braga, a survey

titled "Good Teacher of Physical Education" to a group of 139 female students from the 12th grade,

in the 2015/2016 school year. The survey is divided in 28 items, organized by three dimensions:

'knowledge and teaching skills, "inappropriate behaviour" and "organization and management of

the class," according to a "Likert" scale. It was found, in the students’ opinion, that the "good

teacher" has knowledge and expertise in the development of his work, along with a good

organization and classroom management, not taking inappropriate behaviour in the exercise of its

function.

Key words: Physical Education, Supervised Teaching Practice, Good Teacher, Characteristics of

the Good Teacher, Dimension.

vi

Índice Agradecimentos ........................................................................................................................ iii

Resumo .................................................................................................................................... iv

Abstract ..................................................................................................................................... v

Índice de Tabelas .................................................................................................................... viii

Índice de Figuras ..................................................................................................................... viii

Índice de Anexos ...................................................................................................................... ix

Lista de Abreviaturas ................................................................................................................ ix

Introdução .............................................................................................................................. 10

CAPÍTULO I - ENQUADRAMENTO CONTEXTUAL DA PRÁTICA DE ENSINO SUPERVISIONADA .. 11

1.1. Enquadramento Pessoal .......................................................................................... 12

1.2. Enquadramento Institucional .................................................................................... 13

1.3. Caracterização da Turma ......................................................................................... 15

CAPÍTULO II - ENQUADRAMENTO PEDAGÓGICO DA PRÁTICA DE ENSINO SUPERVISIONAD ... 18

2.1. Área 1 – Organização e Gestão do Ensino e Aprendizagem ....................................... 19

2.1.1. Conceção ................................................................................................................ 19

2.1.2. Planeamento ........................................................................................................... 21

2.1.3. Realização ............................................................................................................... 24

2.1.4. Avaliação do Ensino ................................................................................................. 27

2.2. Área 2 – Participação na Escola e Relação com a Comunidade Educativa ................. 30

2.2.1. Atividades Realizadas pelo Núcleo de Estágio de Educação Física ............................. 30

2.2.2. Desporto Escolar ..................................................................................................... 31

2.2.3. Outras Atividades ..................................................................................................... 31

2.2.4. Projetos Educativos (Erasmus) ................................................................................. 32

2.3. Área 3 – Formação e Investigação Educacional ........................................................ 34

2.3.1. Introdução ............................................................................................................... 34

vii

2.3.2. Revisão da Literatura ............................................................................................... 35

2.3.3. Metodologia e Procedimentos .................................................................................. 40

2.3.3.1. Tipo de estudo ......................................................................................................... 40

2.3.3.2. Problema, objetivos e variáveis ................................................................................. 40

2.3.3.3. Variáveis do estudo .................................................................................................. 41

2.3.3.4. Amostra ................................................................................................................... 41

2.3.3.5. Critérios de Inclusão da amostra .............................................................................. 42

2.3.3.6. Instrumento ............................................................................................................. 42

2.3.3.7. Operacionalização do questionário ........................................................................... 43

2.3.3.8. Análise dos dados .................................................................................................... 43

2.3.4. Apresentação e Interpretação dos Resultados ........................................................... 44

2.3.4.1. Os elementos de identificação e caraterização .......................................................... 44

2.3.4.2. Os resultados do questionário - frequências e percentagens ..................................... 46

2.3.4.3. Análise comparativa e descritiva - alguns parâmetros de tendência central................ 49

2.3.4.4. Comparação entre alunas desportistas vs não-desportistas - teste U Mann-Whitney ... 50

2.3.4.5. Análise descritiva e comparativa - alguns parâmetros de tendência central e teste U

Mann-Whitney ......................................................................................................................... 51

2.3.4.6. Comparação entre os níveis de interesse pela disciplina de Educação Física - teste H

Kruskal-Wallis ......................................................................................................................... 52

2.3.5 Conclusões .............................................................................................................. 53

Considerações Finais .............................................................................................................. 55

Referências Bibliográficas ....................................................................................................... 57

Anexos ................................................................................................................................... 60

viii

Índice de Tabelas

Tabela 1 - Elementos de identificação e caraterização ........................................................... 44

Tabela 2 - Frequência absoluta (n) e relativa (%) de sujeitos em cada item e em cada opção do

questionário BPEF .................................................................................................................. 46

Tabela 3 - Média, desvio-padrão e coeficiente de variação, nas dimensões do questionário “Bom

professor de EF na opinião dos alunos” .................................................................................. 49

Tabela 4 - Mean rank de desportistas e não-desportistas, bem como a comparação relativamente

a todos os itens do questionário BPEF .................................................................................... 50

Tabela 5 - Média, desvio-padrão, coeficiente de variação, mean rank e comparação entre

desportistas vs não-desportistas, relativamente às dimensões do questionário BPEF. (MR – mean

rank) ...................................................................................................................................... 51

Tabela 6 - Média, desvio-padrão, coeficiente de variação e comparação entre os níveis de

interesse pela disciplina de EF, relativamente às dimensões do questionário BPEF. (MR – mean

rank) ...................................................................................................................................... 52

Índice de Figuras

Figura 1 - Peso de cada opção de resposta na globalidade do questionário BPEF .................. 48

ix

Índice de Anexos

Anexo 1 - Plano Anual ........................................................................................................... 61

Anexo 2 - Planeamento da Unidade Didática ......................................................................... 62

Anexo 3 - Plano de Aula e Reflexão da aula ........................................................................... 63

Anexo 4 - Grelha de Vickers .................................................................................................. 66

Anexo 5 - Critérios de Avaliação ............................................................................................ 67

Anexo 6 - Autorização Diretor da Escola e Encarregado de Educação ..................................... 68

Anexo 7 - Questionário “Bom Professor de Educação Física” ................................................. 70

Anexo 8 - Consistência interna ( -Cronbach) .......................................................................... 72

Anexo 9 - Verificação da normalidade .................................................................................... 73

Anexo 10 - Verificação da homogeneidade das variâncias ..................................................... 74

Anexo 11 - Distribuição das opções de resposta por dimensão .............................................. 75

Anexo 12 - Distribuição dos sujeitos quanto às dimensões .................................................... 76

Lista de Abreviaturas

PES – Prática de Ensino Supervisionada

RE- Relatório de Estágio

EF – Educação Física

EP – Estágio Pedagógico

NE – Núcleo de Estágio

NEE – Necessidades Educativas Especiais

NEEF – Núcleo de Estágio de Educação Física

PC – Professor Cooperante

PNEF – Programa Nacional de Educação Física

10

Introdução

O presente relatório, desenvolveu-se no âmbito da Prática de Ensino Supervisionada (PES)

que se enquadra no 2º ano do Mestrado em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e

Secundário, na Universidade do Minho.

A PES foi realizada numa escola secundária do distrito de Braga, e afirma-se como uma das

fases mais importantes na formação profissional dos professores. Aqui, nesta fase, o professor

aplica todos os seus conhecimentos teóricos já adquiridos anteriormente, pois é no Estágio

Pedagógico (EP) que o professor estabelece uma aproximação à realidade escolar e aos seus

intervenientes. No fundo esta é uma fase onde os futuros profissionais na ação educativa podem

e devem experimentar estratégias que achem mais adequadas ao meio que estão inseridos. Nesta

fase o “erro” está muito mais oportuno e é conotado como positivo, pois sendo este EP a última

etapa na formação profissional de professores, o erro é olhado como uma ferramenta que ajuda

no processo evolutivo, onde o professor terá de realizar um processo de reflexão crítica sobre o

seu desenvolvimento no EP.

Com isto, pretende-se neste relatório relatar, examinar e executar uma reflexão sobre todo

o processo desenvolvido nesta PES, como as atividades propostas, realizadas e sobre todo o

processo de ensino-aprendizagem ocorrido no ano letivo 2015/2016.

Sendo assim, o presente documento encontra-se dividido em dois capítulos, sendo o

primeiro baseado no enquadramento contextual e o segundo no enquadramento pedagógico da

prática de ensino supervisionada. No primeiro capítulo refiro numa perspetiva pessoal quais as

minhas expetativas relativamente ao ano de estágio e numa vertente de carater institucional faço

uma caracterização do meio envolvente da instituição letiva, como da própria escola e dos alunos

na qual estiveram sobre a minha orientação. Já o segundo capítulo subdivide-se em três áreas. A

área um, baseada em toda organização do processo de ensino-aprendizagem ao longo do ano

letivo, conceção, planeamento, realização e avaliação. A área dois, baseada na participação na

escola e relação com a comunidade, centra-se nas atividades propostas, auxiliadas e realizadas

pelo grupo de estágio ao longo do ano letivo. Por fim a área três refere-se ao projeto de intervenção

pedagógica realizado e desenvolvido no âmbito da PES, onde é ostentado na perspetiva dos alunos

as caraterísticas do Bom Professor de Educação Física (EF).

Na parte final deste RE, nas considerações finais, exponho a minha reflexão sobre toda a

prática de ensino desenvolvida no ano letivo 2015/2016.

11

CAPÍTULO I

ENQUADRAMENTO CONTEXTUAL DA PRÁTICA DE ENSINO

SUPERVISIONADA

12

1.1. Enquadramento Pessoal

Com o findar da PES, é muito gratificante e de uma enorme satisfação conseguir atingir e

cumprir um sonho delineado desde muito novo. Realizar este EP foi algo com que sempre idealizei

e agora que chegou o fim do ano letivo fica uma sensação de dever cumprido, pois com muito

trabalho e dedicação foi possível conhecer uma realidade distinta daquela que possuía onde

realmente percebi e compreendi como se desenrola, todo o processo de ensino-aprendizagem.

As práticas de exercício físico, como o desporto em si mesmo, sempre estiveram incutidas

na minha vida, onde desde muito cedo praticava algum tipo de jogo, seja ele de carater lúdico ou

mais formal. Com o passar de alguns anos por volta dos 7 anos, acabei por inserir-me num clube

de futebol pertencente ao concelho de Barcelos, onde pratico a mesma modalidade até aos dias

de hoje. Pelo meio desta maravilhosa aventura, sem nunca abandonar o Futebol, passei pelo

atletismo e desporto escolar ao longo da minha formação académica. Posso dizer que sou um

apaixonado pela prática de exercício físico, muito mais pelo Desporto onde a competição incute

em mim um espírito de satisfação, de felicidade.

Pretendi assim ao longo da PES, incutir nos alunos o gosto pela prática de exercício físico

visto que estamos numa época em que os níveis de comportamentos sedentários encontram-se

em níveis elevados. A cultura desportiva é importante, necessária e contribui imenso para o bem-

estar físico, social e psicológico. De outro modo, tentei sempre incutir-me nas atividades propostas

pela direção da escola, mantendo-me sempre ativo no seio da comunidade escolar. Pretendi

sempre adquirir novos conhecimentos experimentando outras realidades no seio da comunidade

escolar, como será retratado na “Área dois”.

A minha formação académica, todos os conhecimentos adquiridos ao longo da mesma,

foram preciosos para este ano de EP, pois foi neste mesmo estágio que consegui aplicar os

mesmos contribuindo assim para a formação holística dos alunos. Posso afirmar assim, que tudo

fiz para ser um excelente profissional, competente e responsável, com o objetivo de trabalhar nas

necessidades dos alunos, transmitindo também hábitos e estilos de vida saudáveis, como os

valores que caraterizam uma sociedade e fazer ver aos mesmos que estilos de vida sedentários

são prejudiciais para a saúde levando muita das vezes ao insucesso escolar.

Com isto, com o decorrer e o finalizar da PES, considero este um dos momentos mais altos

e importantes na formação do profissional de EF, o Professor. Existiram momentos muito bons e

experiências únicas que ficam marcadas para o resto da vida, quer a nível pessoal, quer a nível

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profissional. Assim sendo constato que as transmissões de ideias e conhecimentos entre os

profissionais Docentes, não Docentes e alunos na entidade escolar, faz de mim um profissional

mais competente, mais capaz e com mais experiência, para que no futuro possa encarar e

ultrapassar mais facilmente todos os obstáculos.

1.2. Enquadramento Institucional

Caracterização do Meio

A escola onde realizei a PES, localiza-se no concelho de Barcelos, distrito de Braga, onde é

um sub-região do Cávado e possui cerca de 20 625 habitantes. Barcelos ocupa uma enorme área

do distrito de Braga. Ocupa uma extensa área de 378,9 km², onde está subdividida por 61 freguesias

possuindo uma população de 120,391 habitantes, sendo o quarto concelho do distrito com maior

população, com Braga, Guimarães e Famalicão a serem os que possuem mais habitantes.

Barcelos é uma cidade caraterizada quer por os rios que banham a cidade quer por

determinados monumentos de enorme importância. Das três bacias hidrográficas que banham a

cidade, Rio Neiva, Este e do Cávado a mais preponderante é a do Rio Cávado, pois divide a cidade

ao meio e tem inúmeras potencialidades para a prática de lazer. A mesma cidade possui

patrimónios imoveis de enorme valor nacional. Possui cerca de onze monumentos nacionais e oito

imóveis de interesse público.

Referências de enorme valor são destacadas no concelho, como a Lenda do Galo de

Barcelos, como os Caminhos de Santiago, a Cerâmica, a representativa Olaria tradicional

Portuguesa do século XX e o Artesanato. Estes são uns dos maiores interesses que caraterizam a

cidade como uma referência a nível nacional e internacional.

No que respeita a infraestruturas para a realização da prática de exercício físico, como para

a prática de Desporto, a cidade possui poucos complexos capazes de sustentar a enorme

população do concelho. Possui apenas quatro campos de Ténis, dois estádios para a prática de

Futebol, o Adelino Ribeiro Novo e o Estádio Cidade de Barcelos, para a prática de Futsal, Judo,

Hóquei entre outras modalidades possui o Pavilhão Municipal, onde de facto é o palco para receber

muitos e determinados eventos. Além destas infraestruturas, Barcelos possui um parque, onde a

natureza chama pela população para realizarem a prática de exercício físico, desde corridas a

exercícios de força muscular. Por fim Barcelos é caraterizado também pelas suas magnificas

14

piscinas municipais, quer cobertas quer ao ar livre. Eventos como o “Barcelos Saudável”, são

realizados ao longo com muita frequência parta combater os níveis de sedentarismo que se faz

sentir no seio da população quer a nível da cidade quer a nível nacional.

Caraterização da Escola

A escola na qual me permitiu a realização da minha PES, localiza-se no concelho de

Barcelos, junto ao Rio Cávado e às Piscinas Municipais. Esta escola pertence ao Agrupamento de

Escolas de Barcelos que conta com um total de 105 turmas e 2269 alunos e devido à sua

localização geográfica, a mesma acolhe alunos oriundos de todo o concelho e alunos provenientes

de concelhos vizinhos.

Segundo o portal da instituição escolar, a mesma foi criada em 1966, começando

inicialmente com duas turmas do primeiro e terceiro ano de escolaridade respetivamente. Nos

dias de hoje a escola possui ensino vocacional (3º ciclo), regular (Ensino Secundário) e o

Profissional. O 3º ciclo possuí um total de 179 alunos distribuídos por 8 turmas, enquanto a nível

do secundário do ensino regular, estão inscritos 683 alunos distribuídos por 27 turmas e a nível

do ensino profissional estão inscritos 297 alunos distribuídos por 13 turmas, perfazendo um total

de 1159 alunos inscritos na escola na qual realizei a minha PES. De salientar que a mesma escola

possui alunos com Necessidades Educativas Especiais (NEE), cerca de 26 alunos a nível

secundário e 3 a nível do 3º ciclo, como descreverei mais à frente na “Área 2”. Relativamente ao

número de profissionais Docentes e Não Docentes que contribuem para o bom funcionamento da

entidade escolar, a mesma possuí 128 Docentes, na qual 15 são Professores de EF, mais 19

assistentes operacionais e 12 assistentes técnicos. Todos juntos proporcionamos aos alunos as

melhores condições de aprendizagem.

Relativamente aos espaços disponíveis para ocupação dos tempos escolares dos alunos, a

escola é detentora de uma Biblioteca, de espaços educativos de apoio aos alunos, gabinetes

administrativos, de uma cantina, de um bar, uma reprografia, de uma papelaria, de espaços

destinados a alunos, de salas de informática, também possui gabinetes e serviços de psicologia

de apoio a todos os alunos, principalmente a alunos com NEE, usufruí de uma central telefónica

e por fim é detentora de uma secretaria para os alunos/encarregados de educação resolverem

assuntos relativamente aos mesmos.

15

Para a prática de exercício físico, a escola dispõe de um pavilhão gimnodesportivo, de um

campo exterior de futebol de 5 em relva sintética com uma pista de atletismo que possuí uma

caixa de areia, de dois campos exteriores de Voleibol e um de Basquetebol em asfalto e por fim a

escola é detentora de um Multiusos para a prática da modalidade de Ginástica principalmente. No

decorrer das aulas de EF, só é permitido estar três turmas em simultâneo no pavilhão

gimnodesportivo.

No que toca ao material disponível para as aulas de EF, os mesmos são suficientes para

corresponder face as necessidades dos professores e encontram-se em bom estado. Os mesmos

são guardados numa arrecadação no interior do pavilhão gimnodesportivo.

Relativamente às atividades extracurriculares, a escolha tem varias modalidades a serem

orientadas pelos profissionais de EF, como o caso Desporto Escolar. Nestas atividades estão

englobadas o Futsal, descrito no ponto “Desporto Escolar - Área 2”, o Atletismo e o Voleibol,

competições estas disputadas numa primeira fase a nível regional (Norte). No que respeita à

competição interna escolar, a modalidade Ginástica Acrobática foi a escolhida e realizada pelo os

alunos.

De salientar que a mesma escola é detentora de um espaço destinado para o “Clube

Europeu”, relatado no ponto “Programas Educativos – Área 2”. Este clube tem vários tipos de

parcerias com determinadas escolas de outros países Europeus onde realizam o intercâmbio de

alunos e até mesmo de professores com perspetivas de adquirir novos conhecimento e observar

novas realidades.

Por fim, destaco também o facto de a escola no ano letivo 2014/2015 para o ano

2015/2016, sofrer uma enorme revolução a nível de infraestruturas. Os alunos só a partir deste

ano letivo é que tiveram oportunidade de experimentar as maravilhosas condições que a escola

tem para oferecer, salientando a circunstância de que este ano, as alterações ao pavilhão

Gimnodesportivo ficaram finalizadas.

1.3. Caracterização da Turma

No início da PES, a turma que me foi atribuída pelo professor orientador de EP, pertence ao

12º ano incutida no Curso Científico de Ciências e tecnologias. Na turma inicialmente estavam

alistados 33 alunos, mas na disciplina de EF só 27 é que estavam inscritos, isto porque quatro

alunos estavam a realizar melhorias e alguns a tentarem passar a uma ou outra determinada

16

disciplina. Sendo assim com os dois alunos a solicitaram transferência de turma, a turma

emagreceu para os 27 alunos, mantendo os alunos a mesma numeração. No decorrer do segundo

período a turma passa dos 27 para os 28 alunos, onde 19 são do sexo feminino e 9 do sexo

masculino. De salientar que a aluna que ingressou na turma no segundo período não realizou o

preenchimento da ficha de caracterização individual.

A média de idades dos alunos da turma é de 17 anos e todos eles residem no concelho de

Barcelos. Os pais dos alunos possuem uma média de idade compreendida entre os 41 e os 50

anos e a maioria deles atingiu o 3º ciclo de nível de escolaridade, mas apenas 5 deles possuem o

grau de licenciatura. No que respeita ao agregado familiar, os alunos vivem a maioria deles com

os seus pais e irmãos, mas só apenas 5 alunos são filhos únicos.

Na deslocação realizada entre a casa e escola e vice-versa, os alunos utilizam em grande

maioria os transportes públicos, nomeadamente o autocarro. Curiosamente nenhum aluno

desloca-se para a escola quer de bicicleta quer de motociclo. Este motivo deve-se de alguma forma

à distância que separa a casa da escola, 6 – 10 Km e ao tempo que demoram no percurso, cerca

de 30 minutos.

A nível do aproveitamento escolar o resultado é positivo, isto porque cerca de 84% da turma

nunca reprovou, mas por outro lado 12% reprovou uma vez e 4% duas vezes, talvez devido às

enormes dificuldades que a turma sente relativamente à disciplina de Matemática e de Português.

No que respeita ao aproveitamento escolar na disciplina de EF, no ano transato, constata-se que

o mesmo é positivo onde a maioria, cerca de 39% dos alunos, obteve notas finais escolares na

casa do 17 e 18 valores. Já a modalidade que a maioria dos alunos tem dificuldades é no

Atletismo, onde ao contrário, a modalidade que mais apreciam é o Voleibol, estando logo a seguir

o Futebol, Badminton e a Ginástica. Um ponto caricato relativamente à prática de exercício físico

fora da escola, só 12% dos alunos praticam desporto federado, comprovando assim o que já foi

referido anteriormente relativamente a comportamentos sedentários. Os alunos ocupam a maior

parte dos seus tempos livres a ver televisão e estar com os amigos.

A nível de problemas de saúde que poderiam impedir determinados alunos de realizarem

aula, afirmo que a maioria dos alunos não obtêm qualquer tipo de doença, mas mesmo assim

existem um e outro aluno com problemas de ordem cardiovascular e de formação óssea.

Ao longo do ano letivo a turma melhorou bastante o seu comportamento no decorrer das

aulas de EF como na sua pontualidade respetivamente, isto porque, no início do mesmo ano, um

e outro aluno não queria realizar aula de EF e alguns deles chegavam algumas vezes atrasados à

17

mesma. Com isto, comecei por impor a realização de trabalhados sobre a aula em causa e sobre

a modalidade a ser instruída no preciso momento. Com esta estratégia verifiquei que os alunos a

partir do segundo período melhoram bastante este ponto, acabando assim o ano com quase todos

os alunos, com a exceção da Ana Meira que teve de atestado médico, a realizarem todas as aulas

de EF.

Considero, por outro lado, que a turma apresenta bons níveis motores e boas performances

no que respeita as modalidades instruídas ao longo do EP, existindo um ou outro caso com mais

dificuldade, provocados por falta de coordenação motora.

Em suma, considero que a turma evoluiu consideravelmente ao longo deste ano letivo, em

todos os níveis. Alunos educados, prestáveis, sempre prontos para realizarem aula de EF. No

fundo posso afirmar que evoluíram bastante quer a nível motor, comportamental e quer nos

domínios socio-afetivo e cognitivo.

18

CAPÍTULO II

ENQUADRAMENTO PEDAGÓGICO DA PRÁTICA DE ENSINO

SUPERVISIONADA

19

2.1. Área 1 – Organização e Gestão do Ensino e Aprendizagem

Esta Área 1 compreende toda a matéria crucial e indispensável no que respeita à

organização e gestão do ensino e aprendizagem. Como tal todos os documentos são necessários

para compreender e perceber a realidade escolar e em especial a EF, pelo que é indispensável a

sua consulta para absorção do conhecimento que ajude na criação de estratégias e metodologias

de intervenção que visem o desenvolvimento holístico do aluno. Deste modo Bento (2003 p.15)

diz que:

“… planear a educação e a formação significa planear as componentes

do processo de ensino e aprendizagem nos diferentes níveis da sua

realização; significa apreender, o mais concretamente possível, as

estruturas e linhas básicas e essenciais das tarefas e processos

pedagógicos”.

Por isso mesmo, com base em todos os documentos fornecidos pelo professor cooperante

(PC), com base na analise, reflexão e ações realizadas, pretendo neste capítulo indicar e explicar

quais as tarefas por mim realizadas ao longo da PES. Esta área divide-se em 4 fases, Conceção,

Planeamento, Realização e Avaliação do ensino.

2.1.1. Conceção

A conceção, adota-se como uma fase precedente ao processo de ensino-aprendizagem,

onde é de extrema importância um planeamento organizado e delineado de uma forma coerente

e séria, tendo como base a análise de documentos como o Programa Nacional de Educação Física

(PNEF), o Planeamento interno de EF do Ensino Secundário, Planos Curriculares, Regulamento de

EF e interno da Escola, Critérios de Avaliação e o Calendário Escolar.

Deste modo Bento (2003 p.19) afirma que a preparação direta do ensino

“… é complementado e interpretado por uma série de documentos e

materiais auxiliares que ajudam o professor a concretizar a adaptar as

exigências centrais às condições locais e situacionais da escola e da

turma”.

20

Assume-se assim como a primeira ação a realizar pelo professor e serve como uma linha

orientadora ao longo do EP, de maneira a proporcionar aos alunos um ensino eficaz e de

qualidade.

Assim sendo e para a realização de um planeamento geral bem organizado e estruturado,

é necessário conhecer o contexto cultural e social que a entidade escolar se insere, perceber e

compreender as características da própria escola e os alunos que nela estão inseridos.

Posto isto, todos os professores da escola e de todo o agrupamento de escolas, como os

futuros estagiários, foram convocados para uma reunião geral antes do início do ano letivo, onde

tinha como objetivo abordar as características da escola e do agrupamento de escolas preparando

assim o ano letivo que se avizinhava. Foi nesse dia que os professores estagiários conheceram

todos os aposentos da escola, as suas características, valências e os profissionais Docentes e não

Docentes que nela estão inseridos. Depois de todas as apresentações, o PC reuniu-se com os

professores estagiários, núcleo estagiário de Educação Física (NEEF), clarificando qual a turma

que cada estagiário lecionava, entregando os documentos importantes de suporto ao planeamento

como já referidos anteriormente e quais as tarefas que os Professores Estagiários teriam de

realizar ao longo do ano letivo.

Nesta mesma reunião foram esclarecidos quais os procedimentos e formalidades

relativamente à utilização do pavilhão gimnodesportivo. Como tal, os professores estagiários

ficaram responsáveis, após a entrega dos documentos de suporte relativos aos horários dos

professores de EF, por analisar e criar o documento, “roulement”, na qual tem como finalidade

informar quais os espaços a serem ocupados e utilizados por uma ou outra determinada turma

num determinado horário letivo.

Posto isto, no decorrer do ano letivo, aula a aula, procurei implementar nos alunos o gosto

pela prática de exercício físico, indicando-lhes que a participação no “Desporto Escolar” (Área 2),

ajuda no desenvolvimento holístico do ser Humano, nos domínio socio-afetivo, físico e cognitivo.

Segundo (Blomfield & Barber, 2010), estudos comprovam que as práticas de atividades

extracurriculares proporcionam melhorias a nível dos resultados académicos.

21

2.1.2. Planeamento

Em toda a História da Humanidade, o Homem sempre teve necessidade de pensar no

processo das suas ações, mesmo não tendo a perceção de que estaria a planear. O facto de

pensarmos sobre o que fazemos ou que deixamos de fazer ou o que pretendemos realizar no

futuro é uma forma de planear, pois não deixamos de executar processos como idealizar,

raciocinar e refletir.

No que diz respeito à planificação do Ensino, segundo Taba (1972), planificar é traçar um

conjunto de estruturas que levam ao processo de ensino, onde podemos desenhar e delinear o

ato pedagógico que vise a concordância entre alunos e professores. (Citado por Carvalheira,

1996).

O ato de planear, segundo Clark & Peterson (1986), pode ser entendido por um conjunto

de processos e metodologias de foro psicológico, onde o professor através dos objetivos que

pretende atingir, estabelece os meios e técnicas a por em prática, tendo sempre em vigor as

referências aprendidas e contruídas que conduzam as suas ações. (Citado por Pereira, 2000).

Com tal, o planeamento abrange toda uma estruturação e organização rigorosa dos

conteúdos a serem lecionados ao longo do ano letivo, onde o mesmo deve ser adaptado e

aproximado à realidade escolar, tendo sempre em conta todas as características dos alunos e as

suas necessidades, da escola, como os recursos materiais e espaciais disponibilizados, de forma

a que todo o processo de ensino e aprendizagem corresponda e se direcione ao processo de

desenvolvimento dos alunos.

Desta forma, para que o planeamento fosse realizado e estruturado por sequências lógicas

e metodológicas, tendo em conta o desenvolvimento do aluno, segundo Bento (2003) o mesmo

possui três dimensões: planeamento anual (anexo 1), planeamento da unidade didática (anexo 2)

e por fim o plano de aula /reflexão da aula (anexo 3).

Com a colaboração do PC e com os elementos que constituem o NE, esboçaram-se as

primeiras linhas para aquilo que seria um verdadeiro plano anual, em que umas das finalidades

deste plano, seja a perceção por parte de qualquer professor que pegue na planificação e se

consiga localizar, isto é, ser capaz de identificar qual o momento da lecionação, bem como o

espaço e recursos materiais necessários para a realização da aula, o horário e qual a unidade

didática a lecionar, bem como todos os momentos de avaliação realizados ao longo do ano. Para

que este plano seja organizado e estruturado de forma eficiente, foi necessário o recurso a

22

determinados documentos, tais como o PNEF, Calendário Escolar, Plano Anual das atividades da

área curricular, os Critérios Gerais e específicos de Avaliação e o Regulamento de EF e Interno da

escola.

É importante realçar que toda a planificação é uma linha orientadora do processo de ensino-

aprendizagem tendo com objetivo o desenvolvimento das capacidades dos alunos, na qual o

mesmo plano poderá sofrer alterações sempre que o professor entender oportuno, tendo sempre

em consideração os objetivos delineados.

Relativamente às Unidades Didáticas (UD) a serem lecionadas ao longo da PES, definidas

com base no PNEF e no Plano Anual de EF da escola, ao longo das 52 aulas no primeiro período,

foram instruídas as seguintes modalidades/matérias: Fitescola, Voleibol, Ginástica de Solo e

Badminton, sendo este o período letivo com maior número de aulas, optamos por introduzir três

modalidades. Relativamente ao longo das 42 aulas do segundo período letivo, as

modalidades/matérias a serem instruídas foram: Futebol, seguido da Ginástica de Aparelhos e por

fim os testes de aptidão física provenientes da bateria de testes do Fitescola. Já no terceiro e último

período letivo, ao das 30 aulas instruídas, as modalidades/matérias a serem abordadas foram:

Basquetebol, seguido de duas aulas para a demonstração da modalidade “Futebol Americano”,

Jogos Desportivos Coletivos e por fim os testes aptidão física proveniente da bateria de testes do

Fitescola. De salientar que todas as aulas foram programas e planeadas para blocos de 90

minutos, direcionando em todas elas, 10 a 15 minutos, para exercícios de condição física. Com

isto nos três períodos letivos foram avaliadas as aptidões físicas dos alunos de modo no fim do

ano letivo, realizar uma reflexão relativamente à evolução das capacidades físicas e aeróbicas dos

mesmos.

Finalizando o primeiro momento da planificação, seguem-se as Unidades Didáticas. Estas

mesmas, como Bento (2003) refere, “procuram garantir a sequência lógica-específica e

metodológica da matéria…”, onde o mesmo autor também afirma que o planeamento da Unidade

Didática não deve centrar-se exclusivamente na matéria a ser lecionada, mas dirigir-se também às

capacidades, atitudes e conhecimentos dos alunos.

Estas mesmas ao serem estruturadas, uma por cada modalidade, continham determinados

fatores como as caraterísticas dos alunos, da turma, recursos espaciais, materiais e temporais, a

história e caraterização da modalidade em questão, os objetivos comuns a todas as modalidades

bem como os gerais e específicos por cada uma delas, as determinantes técnicas a lecionar

consoante o nível em que se encontrava a turma segundo o PNEF e por fim o número de aulas

23

previstas, ou seja, o quadro com a sequência de conteúdos por aula. Neste mesmo documento

era incutido também a grelha de avaliação diagnóstica, a justificação da respetiva Unidade

Didática, a grelha de avaliação sumativa e por mim uma reflexão comparando os três momentos

de avaliação, diagnóstica, formativa e sumativa, bem como a minha prestação na realização da

instrução. De salientar que as mesmas Unidades Didáticas tiveram como linha orientadora o

modelo de Vickers (1990). Este adota o processo de desenvolvimento em quatro áreas, os

conteúdos a serem lecionados e os três conceitos de ordem física, desportiva e psicossocial

(Grelha de Vickers, anexo 4).

O último momento da fase de planeamento, e não menos importante de que todos os

outros, é o plano de aula que serve de linha orientadora para todo o processo de ensino-

aprendizagem. Este plano, dividido todo ele em três momentos (parte inicial, fundamental e final),

tem especificado em toda a sua estrutura, o número de aula da unidade didática e no número de

aula do ano letivo, horário, função didática (avaliação, transmissão e exercitação), o tipo de

avaliação (diagnóstica, formativa ou sumativa), o material didático necessário para a aula, o

objetivo geral da aula e a descrição de todos os exercícios fundamentais de acordo a planificação

anterior da Unidade Didática. Este plano não deve ser seguido tal e qual como ele é, ou seja, o

plano de aula é ponto de partida para aquilo que queremos instruir tendo em conta as capacidades

e necessidades dos alunos, pois o mesmo poderá sofrer alterações, quando justificáveis, como

por exemplo no caso de um exercício não decorrer da maneira que desejaríamos. Cabe ao

professor, consoante as suas competências e capacidades de improvisação, melhorar um

determinado exercício/conteúdo que não decorra da forma esperada.

Por fim, no final de cada aula, após diálogo com os alunos relativamente à aula decorrida,

um relatório seguido de uma reflexão da aula, era realizado entre o PC e os Professores Estagiários,

onde o objetivo das mesmas seriam melhorar e adaptar as técnicas de ensino e aprendizagem.

Neste relatório constavam as considerações gerais da aula, comportamentos e dificuldades que

os alunos possuíam, estratégias que melhor e prior resultaram, alterações impostas no plano de

aula, avaliação qualitativa e por fim observações relativas à mesma.

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2.1.3. Realização

Após o finalizar da etapa do Planeamento, procede-se uma fase muito importante na PES.

É nesta onde pomos em prática todo o conhecimento adquirido ao longo da formação académica,

de modo a vivenciar e experimentar as nossas estratégias de ensino assim como por em prática

todo o processo que foi estruturado e elaborado.

Sendo esta uma das fases mais empolgantes e importantes do EP, tentamos ser a cada

dia, mais competentes e exemplares, pesquisando e estudando os melhores métodos e estratégias

tendo sempre em conta as necessidades dos alunos que estavam sobre a nossa instrução, pois

os resultados e o sucesso dos alunos dependem muita da forma como o processo de ensino-

aprendizagem se desenrola.

Um dos objetivos cruciais no planeamento e realização respetivamente, era a

implementação e execução de aulas com ambientes favoráveis e agradáveis que fizessem com

que as relações, aluno-aluno, professor-aluno e aluno-professor, fossem sempre positivas e

benéficas de modo a conseguirmos atingir o sucesso.

Segundo Bento (2003) a intervenção do planeamento da aula de EF, está essencialmente

dividida em quatro dimensões, as quais devem estar sempre presentes e serem dominadas pelo

professor, que são: A instrução; Gestão; Disciplina; Clima;

A instrução pode dizer-se que é o ponto de partida para estabelecer uma relação estável

entre aluno e professor, e deve consistir nas técnicas e ferramentas de intervenção pedagógicas

que fazem parte dos elementos e características do professor. O nosso principal objetivo foi tornar

as aulas interativas de modo a criar dinamismo e uma maior relação entre nós e os estudantes

que lhes despertasse uma constante vontade participativa criando elementos desafiantes e que

conseguissem por em prática todos os objetivos traçados e delineados. Essa resposta deveria ser

progressiva e contínua ao longo do ano letivo, nunca deixando que os alunos perdessem o

interesse pelas aulas, tornando-as sempre mais motivadoras e empolgantes.

Relativamente à realização dos exercícios propostos, procurámos que esses fossem

exemplificados com alunos “modelo”, o que nos permitia fazer uma rápida correção ou melhoria

do que foi praticado. Caso não tivéssemos o “aluno modelo”, nós professores estagiários

executávamos de maneira que os alunos percebessem quais os erros que não poderiam cometer.

Assim, é importante retribuir ao aluno um feedback quer ele positivo ou negativo para ele saber

aquilo que errou e a partir do erro obter informações que permitam aos alunos melhorar o exercício

25

cativando-os e motivando-os para se sentirem o máximo envolvidos nas atividades para que nas

seguintes sejam melhores e alcancem os seus objetivos que são o máximo desempenho e eficácia.

No caso de ser um feedback positivo, é com certeza um fator motivador para eles, pois sentem-

se motivados para continuar a aula e realizar os exercícios com sucesso. No final de cada aula,

nós professores dialogávamos com os alunos, recebendo dos mesmos feedbacks, percebendo

assim se, os objetivos delineados para uma determinada aula, foram alcançados, tentando apurar

se eles adquiriram algum conhecimento e se a motivação deles era suficiente para continuar as

aulas seguintes. No caso de existir uma resposta negativa, era necessário perceber o que falhou

e corrigir de imediato o que estava mal ou simplesmente melhorar.

A gestão de aula tem um papel preponderante para uma boa realização da aula de EF. Uma

boa organização do espaço disponível da aula é imprescindível para que o empenho motor esteja

num bom nível. Com isto o tempo potencial de aprendizagem relaciona-se diretamente com a

gestão de aula e com os níveis motivacionais dos alunos na aula, ou seja, numa turma com um

elevado número de alunos, é necessário e de extrema importância dividir o todo por partes com

aprendizagens diferenciadas e de acordo com o nível em que se encontra cada aluno. Uma das

estratégias muito utilizadas por nós devido ao número elevado de alunos na turma, 28, foi a

implementação do processo de ensino-aprendizagem através de estações na maioria das

modalidades, numa sequência lógica de progressão, do mais simples para o complexo. Nestas

estavam incutidos todos os conteúdos propostos e delineados para a aula, mas em vez de todos

os alunos exercitarem ao mesmo tempo o mesmo exercício/conteúdo, levando assim a um

aumento de “tempo morto”, e consequentemente uma diminuição do tempo potencial de

aprendizagem, objetivo primordial nas aulas de EF, os mesmos estavam divididos por grupos onde

absorviam e exercitavam diferentes conteúdos de forma a aumentar os níveis motivacionais

conduzindo os mesmos a melhores níveis de empenho motor.

A Disciplina é um ponto onde nós professores não facilitamos. Desde o primeiro momento

de instrução, apresentação dos alunos e professores, que as regras e condutas a serem seguidas

durante o ano letivo foram transmitidas aos alunos. Quem não cumprisse com as normas,

consequências do seu incumprimento eram logo aplicadas. Posto isto, estas mesmas normas são

imprescindíveis para um bom funcionamento de aula, levando às transições rápidas e precisas

entre exercícios, onde tínhamos como finalidade a realização de uma aula fluída, dinâmica de

forma a ser possível realizar todos os conteúdos estruturados para uma determinada aula, no

determinado tempo disponível.

26

Por fim o Clima, e não menos importante dos que as restantes dimensões, relaciona-se com

o ambiente imposto na aula de EF. Esta vertente pode e deve estar interligada com a disciplina,

pois as duas em consenso complementam-se, sendo que para haver um bom clima de aula é

necessário que os alunos cumpram as regras estabelecidas. Com isto, um bom clima de aula, um

clima entre aluno e professor favorece e muito o ambiente em que os alunos estão inseridos,

fazendo com que estes absorvam da melhor maneira possível aquilo que queremos transmitir,

conseguindo assim atingir os objetivos delineados. Assim sendo, no início de cada aula, após a

mobilização articular, aplicávamos exercícios de caracter lúdico de forma a iniciar a aula num

ambiente propício ao sucesso.

Relativamente ao início da PES, numa primeira fase do primeiro período entregamos aos

alunos a ficha de caracterização individual do aluno de forma a pudermos conhecer cada aluno,

quais as suas características e necessidades, retendo assim mais informação que nos possa

auxiliar na elaboração e preparar do processo ensino-aprendizagem. Nessa mesma etapa, nós

professores estagiários sentimo-nos um pouco nervosos por não conhecermos a turma no seu

todo e quais as caraterísticas da mesma. Para além das apresentações e transmissão das regras

e condutas estabelecidas por nós e pelo PC, tentamos sensibilizar a turma para o cumprimento

das normas no decorrer do ano letivo, como a finalidade de todo o processo de ensino decorrer

sem percalços, com o foco de atingir os objetivos traçados. Como tal, durante as primeiras aulas

foi de extrema importância segurarmos o controlo da turma recorrendo a várias e determinadas

estratégias e fazer perceber de que, mesmo sendo nós professores estagiários, merecíamos e

deveríamos ser respeitados como um professor “normal”. Assim sendo, passo a enumerar

algumas das estratégias que, segundo Siedentop e Tannehill (2001), ajudam paro o desenrolar da

aula de uma forma fluída e sem interrupções: não permitir o uso de adereços durante a realização

da aula; chegar à aula após 10 minutos do toque que indica o inicio da mesma, o aluno não

poderia realiza-la; o aluno que não realizasse a aula, teria de elaborar um relatório sobre a mesma

e arrumar o material no fim da aula; entrar na arrecadação do material só com a presença do

professor;

Após esta primeira fase, deparamo-nos com algumas dificuldades na preparação e instrução

dos exercícios planeados e estruturados no plano de aula. Com isto, no fim da primeira aula

reunimo-nos com o PC, onde as duvidas existentes foram abordadas e expostas de forma a que

na aula seguinte conseguíssemos estar mais aptos para a realização da mesma. Nessa mesma

reunião o PC fez-nos ver que é importante o uso de uma linguagem curta, clara e precisa com o

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recurso a imagens, na explicação da aula, da composição dos exercícios e quais os seus objetivos

finais. No decorrer das aulas, com o aperfeiçoamento da nossa comunicação, começamo-nos a

sentir mais integrados e confiantes, correspondendo às nossas expectativas iniciais. A colocação

da voz era uma das minhas virtudes, no entanto a nossa maior dificuldade foi na aplicação e

desenvolvimento dos feedbacks.

Quanto às UD´s abordadas ao longo do ano letivo, sentimos mais dificuldades na instrução

da Ginástica de Aparelhos, sendo uma das modalidades em que não nos sentíamos mais à vontade

pois o conhecimento acerca desta mesma ainda não era completamente aprofundado. Por outro

lado, a modalidade em que estávamos desinibidos e muito confiantes, foi no Futsal, sendo esta

uma área, que fora do contexto escolar, nós estamos habituados lidar com as advertências e

obstáculos. Em relação ao material disponível para a realização das aulas, este fazia face as

necessidades, embora as condições de alguns materiais não correspondessem ao esperado.

Quanto à minha prestação ao longo desta PES, posso afirmar que foi um processo lento,

gradual e evolutivo, onde ao longo do mesmo tentei ser a cada dia mais competente, dando aos

nossos alunos a possibilidade de realizarem aulas de EF, dinâmicas, alegres, cativantes, produtivas

e enriquecedoras, com a devida e merecida importância desta disciplina de EF.

2.1.4. Avaliação do Ensino

Avaliar é um processo “sistemático, contínuo e integral”, que acompanha o desempenho

dos alunos em todo o processo de ensino aprendizagem (Carrrasco, 1985). Como tal no processo

avaliativo, as dificuldades e o desempenho do aluno, são avaliados, existindo assim a necessidade

de verificar o nível inicial em que o aluno se encontra, para posteriormente se averiguar quais os

objetivos atingidos, em comparação com os delineados inicialmente, implementando soluções e

estratégias com o objetivo de melhorar as dificuldades observadas inicialmente (Ribeiro, 1999).

Assim, segundo Aranha (2004, pp.45) a avaliação é entendida como “um processo de

recolha de informações para um mais correto desempenho.” Para tal, é necessário utilizar uma

ferramenta mediadora e viável para a recolha de informação, a “observação”. Como tal Carrasco

(1989), afirma que a observação só tem significado quando esta segue determinados métodos,

pois esta é uma técnica onde podemos captar determinados comportamentos do aluno. Esta tem

de respeitar determinados fatores como o planeamento delineado anteriormente, não ajuizar um

aluno com base numa só observação, logo é necessário registar as observações realizadas ao

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longo do tempo e tentar compará-las, quando possível, com outras observações de outros

profissionais.

Deste modo, podemos afirmar que a avaliação é inerente a todo o processo de ensino

aprendizagem, além de ser um procedimento muito débil, pois com o processo avaliativo o ensino

consegue ser sustentado e orientado, possibilitando assim o desenvolvimento holístico do aluno,

permitindo ao mesmo atingir o sucesso em EF. Por outro lado, como em qualquer outra área, o

professor tem de possuir talento e arte, neste caso no processo avaliativo, pois a arte de avaliar

tornou-se numas das tarefas mais importantes do professor, onde podemos afirmar que quem

está mais capacitado em observar as lacunas existentes no processo de ensino aprendizagem,

consegue permitir e implementar melhores soluções ao aluno, para assim, com o desenvolvimento

das suas capacidades, atingir o sucesso. Assim sendo, no processo avaliativo existem três formas

de avaliar:

Na Avaliação Diagnóstica, segundo Gonçalves et al. (2010, pp. 47), é essencial que o

professor não se pronuncie sobre as caraterísticas dos alunos, mas sim que absorva o máximo de

informação possível para definir objetivos primordiais e adequar as estratégias necessárias de

modo a possibilitar o desenvolvimento do aluno. Com isto podemos afirmar que a partir deste

momento de avaliação o professor pode definir quais os objetivos a alcançar pelo aluno, qual o

trajeto mais viável e adequado ao valor do aluno e quais as estratégias a utilizar nesse mesmo

caminho de modo a permitir condições favoráveis ao seu progresso.

Relativamente à Avaliação Diagnóstica realizada no início de cada UD, foi possível averiguar

as competências e capacidades motoras que cada aluno continha e determinar em que nível se

encontrava. Para a sua realização foi necessário, nós estagiários de EF seguindo as indicações do

PC e segundo os critérios específicos da matéria do ensino secundário, criar uma grelha de

avaliação para cada UD, contendo os conteúdos a observar e os respetivos critérios de êxito de

cada um deles. Para mim, a primeira avaliação diagnóstica realizada, foi um dos momentos mais

complicados da PES devido ao facto de ainda não possuir muita experiência e por ser também a

Ginástica de Solo a primeira UD a ser avaliada e instruída respetivamente, devido à complexidade

de movimentos que a mesma possui.

A Avaliação Formativa, é necessária para ao longo de todo o processo de ensino

aprendizagem, averiguar se este necessita de correção e de reajustes. Esta foi realizada em todas

as aulas letivas através da observação direta dos alunos, com grelhas de observação e diálogo que

nós professores estagiários tínhamos com os alunos no final de cada respetiva aula, na qual

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confrontávamos os mesmos sobre as suas dificuldades, de forma a podermos reajustar e adequar

as estratégias às necessidades de cada um na aula seguinte, ajudando-os a atingir o sucesso. Este

momento está destinado ao processo de ensino onde avaliamos os comportamentos dos alunos

nos seus domínios socio-afetivos, cognitivos e psicomotores.

Por sua vez, a Avaliação Sumativa foi realizada sempre nas últimas duas aulas de cada UD,

observando o produto final de todo um processo de ensino aprendizagem. Este tem um efeito

globalizado onde atribui uma classificação ao aluno de acordo com o desenvolvimento das suas

competências, conhecimentos e valores, verificando se os objetivos delineados foram atingidos.

Assim, a nota final atribuída aos alunos no final de cada período letivo, teve como diretrizes os

critérios de avaliação para o Ensino Secundário (Anexo 5) implementados pelo núcleo de EF da

entidade escolar. Estes estavam divididos em três domínios: Domínio Psicomotor (80%), Domínio

Cognitivo (10%) e o Domínio Sócio-Afetivo (10%). Para os alunos que não realizavam aula por

motivos de atestado médico, os mesmos seriam avaliados em dois: Domínio Cognitivo (90%) e

Domínio Socio-Afetivo.

De modo a incutir e permitir aos alunos uma reflexão sobre o seu desenvolvimento no

decorrer do processo de ensino aprendizagem, os alunos realizaram no final de cada período letivo

a sua autoavaliação. Como tal elaboramos umas fichas para ser entregue a cada aluno, para

posteriormente verificar se as autoavaliações estavam de acordo com os apontamentos e registos

realizados por nós ao longo do ano.

É importante frisar de que nós professores estagiários realizávamos no final de cada aula,

uma reflexão relativamente aos aspetos positivos e menos positivos, comportamentos e

dificuldades dos alunos, estratégias que resultaram e falharam e uma avaliação qualitativa da aula,

de forma a melhorarmos as nossas prestações nas aulas seguintes. Também no final de cada

período letivo realizávamos uma reflexão sobre o mesmo de modo averiguar os aspetos negativos

e positivos, o que de bem e de menos bem foi realizado e perceber onde poderíamos melhorar

fazendo assim os ajustes necessários e essenciais para melhorar o processo de ensino

aprendizagem.

Terminado o ano letivo, sinto satisfação por ter contribuído para a evolução observado ao

longo do processo de ensino aprendizagem, onde tentei sempre ser o mais justo e coerente

possível com todos os alunos, dando a devida importância e valor ao esforço, vontade de querer,

espirito de sacrifício e superação.

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2.2. Área 2 – Participação na Escola e Relação com a Comunidade Educativa

Neste capítulo procuramos narrar toda a ligação que tivemos no seio da comunidade

escolar, desde a sala de aula até todo o meio envolvente. Os professores atuais não devem chegar

à escola e estar apenas restrito à preparação e instrução das suas aulas, ou seja, estes não podem

regerem-se só por um trajeto: casa - sala de aula e sala de aula – casa. Devem ser muito mais do

que isso, devem procurar estar em constante ligação com a comunidade escolar, participando em

todas as atividades existentes, promovendo as relações internas escolares.

Assim, pretendemos nesta parte do relatório, descrever as atividades, que nós professores

estagiários estivemos envolvidos, onde o calendário das atividades para o ano letivo, já se

encontrava elaborado pela entidade escolar.

2.2.1. Atividades Realizadas pelo Núcleo de Estágio de Educação Física

No inicio do ano letivo, na reunião com os professores constituintes do núcleo de EF, para

além das atividades já programadas, os mesmos propuseram que o NEEF organizasse e realizasse

atividades de modo a promover, no seio da comunidade escolar, a prática regular e o gosto pela

atividade física. Assim sendo, após a reunião, o NE iniciou logo de imediato a realização de

projetos a serem apresentados à direção escolar para os mesmos serem aprovados. Tínhamos

como projetos idealizados, Desportos Radicais (Rappel, Slide e Escalada), Torneio de Futsal e

Mega Aula de Zumba.

O único projeto possível de realizar foi a Mega Aula de Zumba no dia designado de “Escola

Aberta”, onde alunos juntamente com os professores, estavam responsáveis pela programação e

realização de atividades físicas de todas as áreas de modo a preencher o dia, este que tem um

valor simbólico para a escola, não fosse este o dia em que os alunos provenientes de escolas do

3º ciclo do concelho visitavam a mesma. O projeto a ser realizado pelo NE, foi então programado

para a manhã do dia “Escola Aberta”, onde tinha como objetivos a promoção de hábitos e estilos

de vida saudáveis e a interação entre alunos e professores, educando os participantes de que a

prática de exercício físico ajuda no desenvolvimento holístico do ser Humano, proporcionando o

bem-estar físico, cognitivo e social.

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2.2.2. Desporto Escolar

No que respeita às atividades já programadas, o núcleo de EF designou responsável o NE

por organizar, construir e conduzir uma equipa de Desporto Escolar da modalidade de Futsal na

categoria de juvenis (sub-17) e implementar livremente processos e métodos de treino de modo a

criar um grupo com qualidade a todos os níveis, tendo como objetivo uma boa prestação na

realização do campeonato de Futsal entre as entidades escolares de Portugal, competição esta

subdividida por duas fases, onde o vencedor representaria a Coordenação do Desporto Escolar de

Braga nas Fases Finais Regionais.

Os treinos foram programados para o início da tarde de todas as quintas-feiras, tendo à

disposição do grupo dois campos com diferentes superfícies (sintético e taco flutuante). A maior

parte dos mesmos foram realizados no pavilhão (taco), com duração a variar entre uma hora e

uma hora e meia.

Com o decorrer do campeonato de futsal observamos uma boa aderência por parte dos

alunos, onde com as regras estabelecidas e aceites pelos mesmos, conseguimos criar um grupo

homogéneo, coeso, participativo e pontual quer nas sessões de treino quer nas sessões de

competição. Foi possível assim averiguar melhorias significativas nas performances individuais e

coletivas, contribuindo assim para que a escola este ano passasse a primeira fase, ficando em

segundo lugar na segunda, pois nos anos anteriores não conseguira ficar nos lugares que dariam

acesso à segunda fase, reforçando assim a ideia de que a mesma competição tem o seu

determinado grau de dificuldade. É importante frisar que por pouco que não conseguimos vencer

a segunda fase e representar assim a Coordenação do Desporto Escolar de Braga nas fases

regionais.

2.2.3. Outras Atividades

No início do ano letivo, foi-nos lançado um desafio pelo núcleo de EF, relativamente à

instrução de atividade física a alunos com NEE. Nós professores estagiários teríamos assim de

auxiliar os professores de EF nas suas respetivas aulas, os quais ficaram responsáveis pela

instrução de atividade física a alunos com NEE. Sem hesitar, tivemos todo o prazer em aceitar o

desafio, tornando-se assim um dos mais empolgantes e gratificantes nesta PES por ser vivenciado

32

num contexto completamente diferente daquele que estávamos habituados, apesar de eu na

minha Licenciatura em EF e Desporto, ter já vivenciado um pouco do mesmo. Em certas e

determinadas aulas ficamos responsáveis em programar exercícios adequados aos alunos que

carecem de necessidades especiais. De facto, foi sem dúvida alguma uma experiência

enriquecedora tornando-nos assim profissionais mais competentes.

Por outro lado, algumas atividades realizadas durante o ano foram programadas e

conduzidas por alunos que estavam a preparar a sua Prova de Aptidão Profissional (PAP). Como

tal nós professores do NE tentamos ao longo da nossa PES ajudar os alunos em todas as atividades

possíveis de ser auxiliadas.

Como tal a atividade do “Corta Mato”, foi preparada e conduzida por uma aluna do 12º ano

de escolaridade de um curso profissional, onde os professores estagiários propuseram estar

sempre presentes para ajudar em tudo aquilo que fosse necessário, desde a preparação até ao

dia da realização da atividade. No dia da respetiva atividade, o NE ficou responsável por informar

e descrever os percursos que cada escalão teria de percorrer respetivamente e organizar também

de forma coerente a chegada à meta dos alunos que participavam no corta-mato escolar.

2.2.4. Projetos Educativos (Erasmus)

Esta foi uma das atividades que mais me marcou pois na fase da minha Licenciatura não

tive oportunidade de estar envolvido num projeto desta dimensão. Foi através do clube europeu

da escola na qual realizei a minha PES que tive oportunidade de me envolver neste tipo de projeto

educativo. Este tipo de programas estão regidos pela Comissão Europeia, abrangem alunos de

todas as idades, desde o pré-escolar até ao ensino secundário e tem como finalidade ajudar os

jovens a adquirir competências contribuindo assim para o desenvolvimento de uma aprendizagem

de qualidade ao longo da vida, ajudar os jovens a aprenderem e melhorarem línguas estrangeiras,

sensibilizar para os diversos tipos de cultura existentes na Europa e reforçar a satisfação pessoal

de modo a os jovens tornarem-se mais ativos na sociedade.

No primeiro programa realizado em Vilnius na Lituânia, participaram trinta e seis estudantes

e dezoito professores, teve como tema “Music To Drecrease Inequality At Scholl” e estiveram

envolvidos países como Portugal, Itália, Turquia, Grécia, Roménia e a própria organizadora do

evento, Lituânia. Neste programa foram realizadas atividades de carácter mais cultural sobre

música, na qual cada escola de cada respetivo país teve de fazer uma breve apresentação sobre

33

a sua história musical preparando posteriormente um miniconcerto de modo a realizarem um

evento musical a apresentar aos restantes alunos e professores envolvidos no programa. Pelo

meio destas duas atividades, os alunos estavam agrupados de maneira a que cada grupo tivesse

no máximo dois alunos provenientes de cada país de modo a incentivar à diversidade cultural e

criação de laços de amizade. De frisar que atividades de carater desportivo também foram

incutidos no programa semanal de Erasmus, mas o foco estava direcionado para a música.

O projeto educativo (“Job sharing”) realizado em Espanha, no colégio CEIP Las Rehoyas,

na cidade de Las Palmas de Gran Canaria, consistia em observar métodos e estratégias que os

professores utilizavam nas aulas de EF. Este colégio, que serviu há muitos anos atrás como quartel

militar, muros altos, edifício com janelas protegidas com grades, recintos exteriores enormes e um

segurança vestido a rigor, abrangia alunos do primeiro e segundo ciclo escolar, onde a maioria

deles possuíam comportamentos estranhos, agressivos e fora do vulgar, derivado das condições

familiares e sociais no meio onde se inseriam.

Em frente a este espaço e especialmente facultado para as crianças do colégio, a cidade

possuí um enorme campo de futebol onze em relvado sintético e piscinas municipais que

colmatavam as necessidades dos alunos relativamente às atividades físicas. De outro ponto de

vista, foi possível acompanhar e observar as aulas de dois professores de EF, quais os métodos e

estratégias que eles utilizavam para cada ano letivo, constatando assim que os alunos desde muito

cedo, adquiriam já habilidades motoras bastantes desenvolvidas face à idade deles.

Posteriormente e percebendo o ponto de vista da direção do colégio, o horário escolar para

os alunos do primeiro e segundo ciclo, regia-se pelo um intervalo entre as nove e as treze horas,

onde os alunos após este período de aulas tinham uma hora para almoçar na cantina, ficando

estes com as todas tardes livres para descansar e até mesmo para realizarem qualquer tipo de

atividades extracurriculares que os encarregados de educação pretendessem. Podemos afirmar

que este foi um dos pontos mais marcantes nesta viagem, pois os professores do colégio

entendem que não se deve sobcarregar os alunos com muito tempo de estudo.

Em suma, no último dia do “Job Sharing”, fomos convidados a participar num evento

designado pelo “Dia das Canarias”, na qual o mesmo tinha como objetivo fazer referência ao povo

dos séculos passados, sendo de caracter obrigatório a participação por todos os alunos e

professores, vestidos a rigor, para posteriormente preparar e mostrar o espetáculo aos

encarregados de educação presentes nesse mesmo dia.

34

2.3. Área 3 – Formação e Investigação Educacional

O Papel do Bom Professor de Educação Física na perspetiva dos alunos do género

Feminino de uma escola pública. Um estudo exploratório no 12º ano de escolaridade.

2.3.1. Introdução

O presente estudo de investigação, realizado na PES no ano letivo 2015/2016, insere-se

no âmbito do Mestrado em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário regido

pela Universidade do Minho, onde possui como tema “O Papel do Bom professor de Educação

Física na perspetiva dos alunos do género feminino”.

Caraterizar o professor “ideal” de EF, é de difícil tarefa, mas com a realização deste estudo,

com as várias opiniões, as diversas respostas dos alunos, caminhamos no sentido de ficar mais

perto do modelo de “bom” professor. Para Camilo Cunha (2008), são vários os fatores, que

dificultam a representação do “bom” professor. O mesmo autor afirma que estes podem ser de

ordem humana, pedagógica, cientifica, cultural e profissional, dificultando assim a caraterização

do perfil destes mesmos profissionais.

Sendo assim, com a realização deste estudo, temos como objetivo central, absorver,

entender e caracterizar de um modo global o “bom” professor de EF, através das múltiplas

opiniões facultadas pelos alunos. Então para melhor entendimento e perceção das características

ideais do professor ideal, optamos por subdividir o instrumento de avaliação em três dimensões:

conhecimento e competências didáticas; comportamentos inapropriados; organização e gestão da

aula.

O estudo é constituído por 139 alunos do 12º ano de escolaridade, de uma Escola

Secundária do Distrito de Braga. Todos os intervenientes são do género feminino, na qual 51

alunas frequentam o curso Ciências e Tecnologias, 51 Línguas e Humanidades, 10 Ciências

Socioeconómicas, 13 Animador Sociocultural, 3 Apoio à Gestão Desportiva e 11 frequentam o

curso de Artes Visuais.

35

2.3.2. Revisão da Literatura

Escola/Professor

A evolução que a nossa sociedade vem sofrendo no decorrer do tempo, tem um peso crucial

no que diz respeito à profissão de Docente, ou seja, as transformações verificadas e observadas

estão diretamente interligadas com o meio escolar (Cunha, 2008). Sendo assim o professor está

constantemente sob uma determinada pressão derivada das evoluções permanentes da

sociedade, onde esta faz com que o professor tenha de reajustar-se às diversas transforações que

a comunidade vem sofrendo. Além de o professor ter de acompanhar as diversas alterações da

comunidade para ser um bom profissional, por outro lado é fundamental que o mesmo seja um

elemento incentivador à transformação, levando assim os alunos a tomarem iniciativas para

melhorarem algo que possa ser aperfeiçoado.

“A escola tem, portanto, que se inovar e mudar constantemente ao nível

curricular, interventivo, de atitudes, do seu projeto educativo, sob pena

de não ser capaz de formar os cidadãos críticos, reflexivos, na lógica

transformacional e humanizada” (Camilo Cunha, 2008 p.77).

Por outro lado, segundo Postic (1984), as mudanças ocorridas na sociedade, as evoluções

observadas a nível social, teve repercussões no mundo da educação, diminuindo o papel

educativo, atribuindo assim novos deveres aos professores, resultado das alterações observadas

a nível social em geral e a da família a nível particular. O professor aqui deixa de ser a única fonte

de conhecimento, deixa de ser o único agente central de transmissão de informação.

Assim, segundo Ruivo (1997), o professor da atualidade, deverá ser um agente

altamente qualificado, com um vasto e diversificado conhecimento pelas várias áreas

existentes e não um entendedor numa só e determinada matéria de ensino.

Por sua vez, Camilo Cunha (2008), afirma também que as tarefas dos professores

de hoje em dia são mais complexas e diversificadas, não ficando estes restritos e

direcionados à transmissão de conhecimentos de uma só determinada matéria, tendo como

fim a promoção do desenvolvimento pessoal dos alunos, proporcionando assim

oportunidades, em detrimento da vivência social, “de desenvolvimento de pensamento

crítico, criativo, refletivo e autónomo”.

36

O professor do tempo de hoje, para projetar um ensino eficaz, terá de possuir uma

notória capacidade de se manter sempre atualizado relativamente às melhores estratégias

de transmissão do conhecimento, mas também possuir uma excelente competência para

proporcionar e desenvolver práticas pedagógicas mais eficientes (Nóvoa, 1992).

Bom Professor

O professor relativamente ao processo de ensino é aquele que tem a capacidade de decidir

sobre todo o processo de ensino e como tal existe uma necessidade em encontrar o retrato do

“professor ideal”, apesar de segundo Mialaret (1981), essa constituição do retrato do bom

professor ser praticamente difícil.

De acordo com Loureiro (1986), o bom professor tem de possuir uma capacidade de

conseguir promover uma autonomia nos alunos na medida em que difunda nos mesmos uma

“aptidão para ser tudo o que se pode ser”.

Catarino (2004) afirma também, que o professor tem de possuir capacidade para promover

autonomia nos alunos, bem como estimular a participação dos mesmos no processo de ensino-

aprendizagem e não só basear-se na transmissão de informação.

Sendo assim, Pitta (1999), afirma que o professor deverá seguir uma linha de orientação

na prática de ensino de acordo com quatro dimensões: a motivadora, promovendo nos alunos

motivação para aprender; a dimensão relacional, proporcionando um ambiente adequado à

aprendizagem; a dimensão ética, difundindo valores aceitáveis para a inclusão social; e por fim a

dimensão construtiva, onde destaca a maneira como o professor consegue ser admirado pelos

alunos através das suas capacidades de ensino.

Assim sendo, as caraterísticas que se evidenciam mais no professor relativamente aos olhos

dos alunos, são de ordem humana do que propriamente dito às qualidades ligadas às técnicas de

ensino (Postic, 1984). Observa-se assim que as qualidades intrínsecas do ser humano, neste caso

do professor, são meramente relevantes no processo de ensino, colocando de parte a ideia de que

o bom professor é aquele que adquire um ótimo conhecimento relativamente a uma determinada

área.

Por outro lado, a capacidade e qualidade, que o professor tem de possuir no processo

pedagógico, não aperfeiçoa segundo o tempo de ensino, ou seja, “a competência não é

37

necessariamente proporcional aos anos de prática, nem o melhoramento do ensino se processa

de forma automática” (Camilo Cunha, 2008, pag.99).

O mesmo autor, afirma também a necessidade de o professor se manter atualizado

relativamente aos seus métodos de ensino, realizar posteriormente ao ato de ensinar uma auto-

avaliação de todo o procedimento, realizar formações continuas e especializadas de modo a

garantir um processo de ensino eficaz.

Deste modo, as competências do professor devem centrarem-se não só nas cientificas, mas

basearem-se também em aptidões pedagógicas e em características a nível intrínseco

relativamente ao professor, constatando que a evolução profissional não se foca apenas nos

conhecimentos adquiridos, mas sim em atos realizados pelo professor, promovendo assim bom

ambiente em sala de aula, boas relações interpessoais, estimular assim nos alunos motivação

para a aprendizagem (Silva, 2000).

Caraterísticas do Bom Professor de Educação Física

Segundo Camilo Cunha (2008), “a representação do “bom” professor de EF está

condicionada igualmente por diversos fatores; uns de natureza externa … outras de natureza

interna …”. Verifica-se que cada professor se representa em concordância com as suas

circunstâncias derivado tanto de uma como de outra natureza referida anteriormente.

Weistein (1983) Lepper (1983), afirmam a existência de um elo de ligação proporcional

entre a motivação e o querer atingir o êxito por parte dos alunos, em concordância com

determinadas atitudes que o professor possui em contexto escolar como o “elogio, amizade,

comunicação e organização”.

Por outro lado, Silva (1992), através de vários estudos realizados por diversos autores

(Guarnieri, 1990; Kramer & André, 1986; Lellis, 1989; Libâneo,1984; Mello, 1982), separou e

agrupou as caraterísticas encontradas, relativamente à caraterização do “bom” professor de EF,

em três grupos caraterísticos não descartando a interligação entre elas: técnicos, afetivos e

sociopolíticos.

Caraterísticas técnicas, o professor eficaz:

Conhece os seus alunos e adapta o ensino às suas necessidades, incorporando a

experiência do aluno ao conteúdo e incentivando a sua participação.

Reflete e pensa sobre a sua prática.

38

Domina o conteúdo e metodologia para ensiná-lo.

Aproveita o tempo útil, tem poucas faltas e interrupções.

Aceita responsabilidades sobre as exigências dos alunos e seu trabalho.

Usa eficientemente o material didático, dedicando mais tempo às práticas que

enriquecem o conteúdo.

Fornece feedback constante e apropriado.

Fundamenta o conteúdo na unidade teórico-prática.

Comunica aos alunos o que espera deles e porque (apresenta objetivos claros).

Ensina estratégias metacognitivas aos alunos tanto de alto quanto de baixo nível.

Integra o seu ensino com o de outras áreas.

Características afetivas, o professor eficaz:

Demonstra interesse, entusiasmo, vibração, motivação e/ou satisfação com o

ensino e o trabalho, valorizando o seu papel.

Desenvolve fortes laços afetivos com os alunos.

Mantém um clima agradável, respeitoso e amigo com os alunos.

É afetivamente maduro (não, “bonzinho”).

Características Sociopolíticas:

Conhece a experiência social concreta dos alunos.

Possui uma visão crítica da escola e dos seus determinantes sociais.

Possui uma visão crítica dos conteúdos escolares;

Num estudo de caso efetuado por Macário e Beltrão (2000), relativamente às opiniões de

alunos, constata-se que as caraterísticas que os alunos mais evidenciam no “bom” professor de

EF, descritos por ordem decrescente são:

“comunicação e linguagem”;

“conhecimento específico”;

Motivação;

Relacionamento;

Valores pessoais;

Em contrapartida as características que menos se evidenciaram foram os “Recursos

didáticos”; “Avaliação da aprendizagem”; “cultura geral” e o “nível de exigência”.

39

Numa investigação levado a cabo por Krug e Krug (2008), relativamente às caraterísticas

pessoais do bom professor na perspetiva de alunos provenientes da Licenciatura em Educação

Física do Centro de Educação Física e Desportos (CEFD) da Universidade Federal de Santa Maria

(UFSM), é aquele que evidência como principais características no seu processo de ensino uma

“boa didática”, um “domínio do conteúdo”, ser “respeitador”, “criativo” e “gostar do que faz”.

Deste modo, segundo Piéron (1985 a,b) e Carreiro da Costa (1984) o bom professor de EF,

o mais eficaz é aquele que proporciona mais tempo de empenho motor, mas também dá enfase

a um bom clima favorável de aula e fornece informação pertinente sobre a prestação dos alunos.

Constata-se então, que a além da componente motora, é igualmente importante para um ensino

eficiente o professor evidenciar componentes cognitivas e afetivas.

40

2.3.3. Metodologia e Procedimentos

2.3.3.1. Tipo de estudo

O presente estudo é um estudo exploratório tomando como referência de análise as

dimensões descritiva e comparativa.

2.3.3.2. Problema, objetivos e variáveis

Problema:

Consideramos como problema da nossa investigação: quais as caraterísticas que os alunos

privilegiam e associam à qualidade do professor de EF?

Questões de Estudo

Quais as representações dos alunos do género feminino sobre o que é um bom

professor de EF?

Há diferenças de representações entre as alunas desportistas e não desportistas

sobre o que é um bom professor de EF?

Há diferenças de representações entre as alunas desportistas e não desportistas

sobre o interesse sobre a disciplina de EF?

Objetivo Geral:

Como objetivo geral do nosso estudo consideramos: conhecer a importância de cada

dimensão (apresentado no instrumento de recolha de dados - questionário) na qualificação do

bom professor de EF segundo a opinião dos alunos.

41

Objetivos específicos:

Conhecer as opiniões dos alunos quanto á dimensão – “Conhecimento e

Competência” – por parte do professor de EF.

Conhecer as opiniões dos alunos quanto á dimensão – Dimensão

“Comportamentos Inapropriados” – por parte do professor de EF.

Conhecer as opiniões dos alunos quanto á dimensão – Dimensão, “Organização e

Gestão da Aula”: – por parte do professor de EF.

Conhecer as opiniões sobre o Bom professor de EF de alunas desportistas e não

desportistas.

Conhecer as opiniões das alunas sobre o Bom professor de EF consoante os níveis

de interesse da disciplina de EF.

Contribuir para um melhor conhecimento das caraterísticas de um Bom professor

de EF.

Contribuir para uma melhor ação pedagógica do professor de EF.

2.3.3.3. Variáveis do estudo

Variável independente - género feminino

Prática de desporto federado (desportistas) /prática de não desporto federado

(não desportistas)

Variável dependente - opinião dos alunos sobre a ideia de “Bom Professor”

2.3.3.4. Amostra

A nossa amostra é constituída por 139 alunos do 12º ano de escolaridade, de uma Escola

Secundária do Distrito de Braga no ano letivo de 2015/2016. Todos os sujeitos são do sexo

feminino.

42

2.3.3.5. Critérios de Inclusão da amostra

Alunos do género feminino;

Alunos que frequentam o 12º ano de escolaridade;

Alunos de uma Escola Secundária do Distrito de Braga.

2.3.3.6. Instrumento

O instrumento de recolha de dados utilizado foi o Questionário “Bom Professor de Educação

Física” (BPEF), segundo a opinião dos Alunos” apresentado por Resende, R., Póvoas, S., Moreira,

J., & Albuquerque, A. (2014). O questionário é composto por 28 itens, onde os sujeitos deveriam

indicar o tipo de comportamento em relação a cada uma das questões para definir “Bom Professor

de EF”. É utilizada uma escala de Likert de cinco pontos em cada questão, onde:

1 – Nunca

2 – Raramente

3 – Algumas vezes

4 – Muitas vezes

5 – Sempre

Os sujeitos foram instruídos a não falarem entre si durante o preenchimento, de modo a

eliminarem o erro na resposta e a reduzir o tempo de preenchimento do questionário. A duração

média de preenchimento situou-se em volta dos 4-5 minutos. O preenchimento foi auto-

administrado, na presença do observador, de forma a clarificar alguns aspetos que pudessem

eventualmente suscitar dúvidas. No final, antes da entrega, todos os questionários foram revistos,

de modo a identificar alguma questão que, por lapso, não tenha sido respondida. Por esta razão,

todas as questões colocadas foram respondidas.

De acordo com Magolo (2014), o questionário possui três dimensões:

Dimensão Conhecimento e Competência: motivos relacionados com os

conhecimentos técnicos, táticos, científicos e dos alunos que o Professor tem, evidenciando

competência na operacionalização das diferentes matérias letivas; itens 1 a 15.

43

Dimensão Comportamentos Inapropriados: motivos relacionados com a conduta

do Professor na sala de aula; itens 16 a 23.

Dimensão Organização e Gestão da Aula: inclui os motivos relacionados com a

dinâmica e o controlo que o Professor tem da aula, sobretudo ao nível do ritmo, da atitude e do

cumprimento de horários; itens 24 a 28.

2.3.3.7. Operacionalização do questionário

Após breve explicação dos objetivos do estudo, os sujeitos, na sua generalidade, não tiveram

dúvidas quanto ao preenchimento do questionário. Os dados foram obtidos no mês de

março/2016. O preenchimento foi anónimo o que garantiu a confidencialidade das respostas.

2.3.3.8. Análise dos dados

Para análise dos dados percorremos alguns caminhos matemáticos/estatísticos.

Todos os cálculos foram realizados no SPSS 20.0.

i) Para análise geral do questionário iremos socorrer-nos das frequências e

percentagens de respostas.

ii) Para a análise comparativa e descritiva iremos chamar os parâmetros de

tendência central e a estatística não paramétrica pelos testes - teste U Mann-Whitney – onde se

fará a comparação entre duas amostras independentes (Alunas Desportistas vs Alunas Não-

Desportistas) e o teste H Kruskal-Wallis – pela comparação dos níveis de interesse da disciplina

de EF. O nível de significância estatístico adotado foi de 5% (=0.05) – nível adotado nas ciências

do comportamento.

44

2.3.4. Apresentação e Interpretação dos Resultados

2.3.4.1. Os elementos de identificação e caraterização

Apresentamos em seguida os resultados relativos aos elementos de identificação e caraterização

n % n %

+ Curso + Pratica outra atividade física

Ciências e Tecnologias 51 36,7 Sim 39 28,1

Línguas e Humanidades 51 36,7 Não 100 71,9

Ciências Socioeconómicas 10 7,2 . Se SIM, qual a modalidade?

Animador Sociocultural 13 9,4 Caminhada 2 5,1

Apoio à Gestão Desportiva 3 2,2 Corrida 7 17,9

Artes Visuais 11 7,9 Dança 4 10,3

+ Prática de desporto federado Ginásio 20 51,3

Sim 8 5,8 Ginástica 1 2,6

Não 131 94,2 Manutenção 1 2,6

. Se SIM, qual a modalidade? Natação 3 7,7

Dança 1 12,5 Ninjutsu 1 2,6

Equitação 1 12,5 . Quantos treinos/semana?

Futebol 3 37,5 1 1 2,6

Futsal 1 12,5 2 17 43,6

Judo 1 12,5 3 8 20,5

Ténis 1 12,5 4 4 10,3

. Quantos treinos/semana? 5 2 5,1

1 treino 1 12,5 6 3 7,7

2 treinos 3 37,5 7 1 2,6

3 treinos 1 12,5 + Desportista

4 treinos 1 12,5 Sim 47 33,8

5 treinos 1 12,5 Não 92 66,2

6 treinos 1 12,5 + Tipo de curso

+ Prática de desporto escolar Regular 123 88,5

Sim 1 0,7 Profissional 16 11,5

Não 138 99,3

. Se SIM, qual a modalidade? + Interesse pela disciplina de EF

Voleibol 1 100 Sem interesse 11 7,9

. Quantos treinos/semana? Indiferente 41 29,5

3 treinos 1 100 Muito interessante 87 62,6

Tabela 1 - Elementos de identificação e caraterização

45

Pela Tabela 1, verifica-se que a maioria dos sujeitos da amostra frequenta os cursos de

Ciências e Tecnologias (n=51; 36,7%) e Línguas e Humanidades (n=51; 36,7%), seguem-se os

cursos de Animador Sociocultural, Artes Visuais, Ciências Socioeconómicas e Técnico de Apoio à

Gestão Desportiva.

Em relação à prática de desporto federado, a quase totalidade dos sujeitos respondeu “Não”

(n=138; 94,27%). Entre as desportistas, a maioria pratica futebol (n=3; 37,5%) e a maioria realiza

três treinos por semana (n=3; 37,5%).

Quanto à prática de desporto escolar, constata-se que um sujeito o faz, para o efeito voleibol,

três treinos por semana.

Relativamente à prática de outra atividade física, ainda que a maioria não o faça (n=100;

71,9%), verifica-se que uma parte substancial da amostra realiza algum tipo de atividade física fora

do contexto escolar (n=39; 28,1%). Destes, a maior parte dedica-se a atividades de academia

(n=20; 51,3%), corrida (n=7; 17,9%), dança (n=4; 10,3%) e natação (n=3; 7,7%), numa frequência

que varia entre um e sete treinos por semana, sendo a mais prevalente dois treinos/semana

(n=17; 43,6%).

Em termos globais, n=47 (33,8%) são desportistas (i.e., praticam algum tipo de atividade

física de forma organizada, regular e orientada, com ou sem competição) e n=92 (66,2%) são não-

desportistas (i.e., a única atividade física que praticam de forma organizada, regular e orientada,

resume-se às aulas de EF escolar).

No que respeita ao tipo de curso, n=123 (88,5%) são alunos de cursos regulares e n=16

(11,5%) são alunos de cursos profissionais. Portanto, um claro predomínio dos cursos regulares.

Considerando o interesse pela disciplina de EF, observa-se que um claro predomínio dos

sujeitos que consideram “muito interessante” (n=87; 62,6%); seguem-se as opções “indiferente”

(n=41; 29,5%) e “sem interesse” (n=11; 7,9%).

Gostaríamos de destacar que estes resultados (distribuição) são compatíveis com aqueles

verificados por Silva (2014), ou seja, podemos ressalvar aqui uma “contradição” entre a

percentagem de alunas que não praticam atividades fora do contexto escolar (66,2%) com as que

afirmam que as aulas de EF são “muito interessantes” (62,6%). Entendemos como natural estes

valores, uma vez que pelo facto de as não-desportistas não estarem sujeitas a cargas físico-

motoras intensas, como aquelas que se verificam na prática desportiva de rendimento, pode ser

justificativo do elevado interesse pelas aulas de EF, que genericamente são de baixa-moderada

intensidade.

46

2.3.4.2. Os resultados do questionário - frequências e percentagens

Apresentamos em seguida os resultados das frequências e percentagens de respostas

Nunca Raramente Algumas vezes Muitas vezes Sempre

n % n % n % N % n %

1.Transmitir a matéria de uma forma eficaz. 1 0,7 2 1,4 8 5,8 35 25,2 93 66,9

2.Ter conhecimentos sobre a avaliação e desenvolvimento da condição física.

--- --- --- --- 6 4,3 30 21,6 103 74,1

3.Promover a integração dos jovens com dificuldades na disciplina de EF.

--- --- 1 0,7 11 7,9 17 12,2 110 79,1

4.Revelar conhecimentos técnicos e táticos das modalidades desportivas.

--- --- 3 2,2 8 5,8 30 21,6 98 70,5

5.Mostrar capacidade de identificar os erros e fornecer informação de correção.

--- --- 3 2,2 6 4,3 27 19,4 103 74,1

6.Revelar conhecimento sobre os efeitos das atividades físicas.

--- --- --- --- 13 9,4 35 25,2 91 65,5

7.Explicar e incentivar o espírito desportivo (Fair-Play).

--- --- 1 0,7 10 7,2 20 14,4 108 77,7

8.Facilitar as relações entre as pessoas. --- --- 1 0,7 8 5,8 27 19,4 103 74,1

9.Garantir que grande parte do tempo da aula deve ser dedicado à realização dos exercícios.

--- --- 1 0,7 17 12,2 52 37,4 69 49,6

10.Ser empenhado. --- --- 2 1,4 5 3,6 21 15,1 111 79,9

11.Criar nos jovens autonomia e criatividade no desenvolvimento das tarefas.

--- --- --- --- 11 7,9 33 23,7 95 68,3

12.Incentivar os alunos a refletirem sobre a sua atitude e desempenho nas aulas.

--- --- --- --- 20 14,4 32 23,0 87 62,6

13.Promover uma boa ocupação do espaço da aula.

--- --- --- --- 10 7,2 36 25,9 93 66,9

14.Fomentar nos jovens um estilo de vida ativa a longo prazo.

--- --- --- --- 14 10,1 21 15,1 104 74,8

15.Ser digno de confiança em relação aos problemas dos alunos.

2 1,4 --- --- 12 8,6 28 20,1 97 69,8

16.Gritar quando está zangado. 88 63,3 23 16,5 21 15,1 4 2,9 3 2,2

17.Ignorar a opinião dos alunos. 123 88,5 9 6,5 2 1,4 3 2,2 2 1,4

18.Demonstrar favoritismo em relação aos melhores alunos.

121 87,1 7 5,0 7 5,0 3 2,2 1 0,7

19.Usar o poder de professor para intimidar o aluno.

127 91,4 6 4,3 3 2,2 2 1,4 1 0,7

20.Fazer comentários pessoais desagradáveis.

132 95,0 2 1,4 3 2,2 1 0,7 1 0,7

21.Gastar mais tempo a exercitar os melhores alunos.

116 83,5 14 10,1 5 3,6 4 2,9 --- ---

22.Deve tratar-me de forma diferente porque sou rapaz ou rapariga.

124 89,2 4 2,9 7 5,0 1 0,7 3 2,2

23.Demonstrar irritação quando as coisas não correm como planeado.

91 65,5 35 25,2 9 6,5 2 1,4 2 1,4

24.Conseguir que a aula decorra sem interrupções e com ritmo.

6 4,3 3 2,2 27 19,4 44 31,7 59 42,4

25.Controlar a aula. --- --- 1 0,7 19 13,7 30 21,6 89 64,0

26.Iniciar as atividades na hora prevista. --- --- --- --- 22 15,8 43 30,9 74 53,2

27.Terminar as atividades na hora prevista. --- --- --- --- 20 14,4 27 19,4 92 66,2

28.Ser positivo perante a turma. --- --- --- --- 10 7,2 10 7,2 119 85,6

Tabela 2 - Frequência absoluta (n) e relativa (%) de sujeitos em cada item e em cada opção do questionário BPEF

47

Pela Tabela 2, em termos globais, observa-se que a maior frequência de respostas está

concentrada na opção “sempre”, especialmente nos itens 1 a 15 que correspondem à dimensão

conhecimento e competência didática e nos itens 24 a 28 que correspondem à dimensão

organização e gestão da aula, e que a menor frequência de respostas está na opção “raramente”.

Por opção de resposta identifica-se o seguinte:

- Na opção “nunca”, regista-se uma elevada frequência de respostas nos itens 16 a 23 que

correspondem à dimensão comportamentos inapropriados (Anexo 11).

- Na opção “raramente”, de uma forma geral são visíveis as baixas frequências de resposta,

sendo, no entanto, mais evidente nos itens 23 e 16, ambos da dimensão comportamentos

inapropriados.

- A opção “algumas vezes” tem os seus maiores registos nos itens 24, 26 e 16, ainda que

em todos os casos inferior a 20%.

- A opção “muitas vezes” tem as mais elevadas frequências nos itens relativos às dimensões

“conhecimentos e competência didática” e “organização e gestão da aula”. Os itens da dimensão

comportamentos inapropriados têm frequência residual.

- Na opção “sempre”, verifica-se uma clara prevalência de respostas nos itens que

compõem as dimensões “conhecimento e competência didática” e dimensão “organização e

gestão da aula”, e muito baixa frequência nos itens da dimensão “comportamentos inapropriados”

(Anexo 11).

Relativamente à ausência de comportamento inapropriados, julgamos que na base desta

constatação está, obviamente, o fator etário e nível de escolaridade das alunas, pois aos olhos

destas não se deve observar comportamentos inadequados pela parte do(a) professor(a). Camilo

Cunha (2008), afirma que entre outros fatores, o(a) professor(a) tem de possuir comportamentos

Humanos na relação Professor(a)-Aluno. Nas considerações bastante positivas sobre a

“organização e gestão da aula”, bem como o “conhecimento e competência didática”, estas

situações são motivadas pelo facto de as alunas apresentarem índices de motivação elevados para

a prática de desporto em contexto de aula de EF. Haerthel e Gonçalves (2007) afirmam que quanto

mais existem aulas de temática individual (ginástica, dança, badminton ou atletismo) os alunos do

sexo feminino apresentam níveis elevados de interesse pelas aulas, o que as transporta para uma

dimensão mais positiva acerca da apreciação que faz da atividade do docente e da forma como

este gere cada aula. Constatamos assim, em conformidade com o número de respostas utilizadas

no questionário “BPEF” por dimensão, que os sujeitos da amostra observam e dão a devida

48

importância, não só às competências cientificas e ao conhecimento adquirido pela parte do(a)

professor(a), mas como também valorizam as competências afetivas e os valores pessoais

utilizados pelo responsável que supervisiona o processo de ensino-aprendizagem.

Relativamente aos 28 itens que compõem o questionário, verificamos a existência de quatro

características mais acentuadas, “Explicar e incentivar o espirito desportivo (Fair-Play)”, “Promover

a integração dos jovens com dificuldades na disciplina de EF”, “Ser positivo perante a turma” e

“Ser empenhado”. Os itens que possuem maior quantidade no número de respostas para a opção

de resposta “Sempre”, foram o item 10 “Ser empenhado” (79,9 %) e o item 28 “Ser positivo

perante a turma” (85,6%). Verificamos uma relação direta com o que constataram Resende,

Póvoas, Moreira e Albuquerque (2014), ou seja, chegaram à conclusão de que os alunos valorizam

no(a) professor(a) o empenho demonstrado. Evidencia-se como uma caraterística fundamental

para os alunos se sentirem motivados para a aula de EF, pois um(a) professor(a) empenhado(a)

é visto como uma pessoa que mostra interesse e preocupação pelos alunos. Por outro lado, as

caraterísticas menos valorizadas pelos alunos foram o item 19 “Usar o poder de professor para

intimidar o aluno” e o item 20 “Fazer comentários pessoais desagradáveis”. Contatamos assim

que estes são comportamentos em que não se deve observar no(a) professor(a) de EF.

Podemos observar numa outra perspetiva, as opções de resposta mais utilizadas na

totalidade do questionário “BPEF”.

Figura 1 - Peso de cada opção de resposta na globalidade do questionário BPEF

Comprovamos assim o que anteriormente foi descrito, ou seja, 49,1% foi utilizado a opção

de resposta “sempre” para as dimensões “conhecimento e competência didática” (20 itens) e

23,9% a opção “nunca” para “comportamentos inapropriados” (8 itens).

Nunca Raramente Algumas vezes Muitas vezes Sempre

49

2.3.4.3. Análise comparativa e descritiva - alguns parâmetros de tendência central

Apresentamos em seguida alguns resultados tendo em conta alguns parâmetros de tendência

central.

Dimensões M DP CV Min Máx

Conhecimento e Competência Didática 3,6 0,34 9,4% 2,3 5,0

Comportamentos Inapropriados 1,3 0,47 36,2% 1,0 3,6

Organização e Gestão da Aula 4,4 0,58 13,2% 2,6 5,0

Tabela 3 - Média, desvio-padrão e coeficiente de variação, nas dimensões do questionário “Bom professor de EF na opinião dos alunos”

Relacionando as dimensões com a média, desvio padrão e coeficiente de variação podemos

afirmar que as que têm um maior valor médio, “organização e gestão da Aula” e “conhecimento

e competência”, têm maior sentido positivo, o que leva a querer que estas se realizam com mais

frequência, ao passo de que a dimensão “comportamentos inapropriados” possui um valor médio

mais baixo, portanto sentido negativo comprovando que se realizam com menos frequência. Estes

dados são sugestivos da forma como as alunas observaram o trabalho do(a) professor(a),

nomeadamente no que diz respeito à atitude, capacidade de conhecimentos, modo de interação

e incentivo dos alunos, domínio das tarefas e capacidade de gestão da aula.

Por outro lado, as duas dimensões com maior valor médio, apresentam fraca dispersão

(CV<15%), o que leva a querer que os sujeitos da amostra possuem comportamentos semelhantes,

contrariamente à dimensão “comportamentos inapropriados” (CV>30%), elevada dispersão, que

leva a querer que estes têm comportamento heterogéneo.

50

2.3.4.4. Comparação entre alunas desportistas vs não-desportistas - teste U Mann-

Whitney

D ND Comparação

Mean

Rank

Mean

Rank U Z p

1.Transmitir a matéria de uma forma eficaz. 68,80 70,61 2105,5 -0,304 0,761

2.Ter conhecimentos sobre a avaliação e desenvolvimento da condição física.

75,27 67,31 1914,5 -1,443 0,149

3.Promover a integração dos jovens com dificuldades na disciplina de EF.

70,27 69,86 2149,5 -0,079 0,937

4.Revelar conhecimentos técnicos e táticos das modalidades desportivas.

72,39 68,78 2049,5 -0,626 0,531

5.Mostrar capacidade de identificar os erros e fornecer informação de correção.

70,70 69,64 2129,0 -0,192 0,848

6.Revelar conhecimento sobre os efeitos das atividades físicas. 69,36 70,33 2132,0 -0,159 0,873

7.Explicar e incentivar o espírito desportivo (Fair-Play). 71,56 69,20 2088,5 -0,451 0,652

8.Facilitar as relações entre as pessoas. 73,33 68,30 2005,5 -0,911 0,363

9.Garantir que grande parte do tempo da aula deve ser dedicado à realização dos exercícios.

70,62 69,68 2133,0 -0,142 0,887

10.Ser empenhado. 67,15 71,46 2028,0 -0,855 0,393

11.Criar nos jovens autonomia e criatividade no desenvolvimento das tarefas.

75,19 67,35 1918,0 -1,330 0,183

12.Incentivar os alunos a refletirem sobre a sua atitude e desempenho nas aulas.

65,54 72,28 1952,5 -1,085 0,278

13.Promover uma boa ocupação do espaço da aula. 73,30 68,32 2007,0 -0,835 0,404

14.Fomentar nos jovens um estilo de vida ativa a longo prazo. 75,16 67,36 1919,5 -1,422 0,155

15.Ser digno de confiança em relação aos problemas dos alunos. 65,06 72,52 1930,0 -1,280 0,201

16.Gritar quando está zangado. 75,04 67,42 1925,0 -1,228 0,219

17.Ignorar a opinião dos alunos. 73,57 68,17 1994,0 -1,350 0,177

18.Demonstrar favoritismo em relação aos melhores alunos. 72,74 68,60 2033,0 -0,985 0,325

19.Usar o poder de professor para intimidar o aluno. 72,86 68,54 2027,5 -1,230 0,219

20.Fazer comentários pessoais desagradáveis. 72,43 68,76 2048,0 -1,339 0,180

21.Gastar mais tempo a exercitar os melhores alunos. 68,68 70,67 2100,0 -0,427 0,669

22.Deve tratar-me de forma diferente porque sou rapaz ou rapariga. 70,23 69,88 2151,0 -0,091 0,928

23.Demonstrar irritação quando as coisas não correm como planeado.

72,06 68,95 2065,0 -0,515 0,607

24.Conseguir que a aula decorra sem interrupções e com ritmo. 71,81 69,08 2077,0 -0,402 0,687

25.Controlar a aula. 64,02 73,05 1881,0 -1,469 0,142

26.Iniciar as atividades na hora prevista. 65,44 72,33 1947,5 -1,057 0,290

27.Terminar as atividades na hora prevista. 69,98 70,01 2161,0 -0,005 0,996

28.Ser positivo perante a turma. 67,22 71,42 2031,5 -0,953 0,341

Tabela 4 - Mean rank de desportistas e não-desportistas, bem como a comparação relativamente a todos os itens do questionário BPEF

51

Através da utilização do teste U Mann-Whitney, faz a comparação entre desportistas (D) vs

não-desportistas (ND) quanto aos itens do questionário BPEF. Constata-se que a um nível de

significância de 5%, qualquer que seja o item, não existem evidências estatisticamente

significativas de diferenças entre desportistas e não-desportistas (p>0,05). Isto significa que,

independentemente da prática de atividade física, os grupos são homogéneos, i.e., têm modos

idênticos na forma como apreciam cada item que classifica o bom professor de EF. De todos, o

item 25, “Controlar a aula”, é aquele onde os grupos são mais diferentes (p=14,2%) na

caracterização do(a) professor(a).

2.3.4.5. Análise descritiva e comparativa - alguns parâmetros de tendência central e

teste U Mann-Whitney

Desportistas Não-Desportistas Comparação

Dimensões M DP CV MR M DP CV MR z p

Conhecimento

e Competência

Didática

3,7 0,22 5.9 69,64 3,6 0,39 10.8 70,18 -0,076 0,940

Comportament

os

Inapropriados

1,4 0,57 40.7 71,74 1,3 0,41 31.5 69,11 -0,378 0,706

Organização e

Gestão da Aula 4,4 0,50 11.4 66,21 4,5 0,62 13.8 71,93 -0,811 0,417

Tabela 5 – Média, desvio-padrão, coeficiente de variação, mean rank e comparação entre desportistas vs não-desportistas, relativamente às dimensões do questionário BPEF. (MR – mean rank)

A Tabela 5 apresenta a média, desvio-padrão, coeficiente de variação e mean rank

(classificação média) para todas as dimensões. A comparação entre desportistas vs não-

desportistas fez-se pelo teste U Mann-Whitney. Constata-se que a um nível de significância de 5%,

não existem evidências de diferenças estatisticamente significativas entre os dois grupos, pelo que

nas três dimensões os grupos apresentam valores de mean rank idênticos.

Em termos descritivos, nos dois grupos, a dimensão “organização e gestão da aula” e

“comportamentos inapropriados” registam os valores médios mais elevados e mais baixos,

respetivamente, ou seja, os sujeitos da amostra apontam o(a) professor(a) como tendo boa

capacidade de organizar e gerir uma aula, e quase nunca com comportamentos inadequados.

Ainda nos dois grupos, as dimensões “conhecimento e competência didática” e

“organização e gestão da aula”, têm fraca dispersão (CV<15%), ou seja, quase todos os sujeitos

52

têm opinião semelhante no modo como classificam o(a) professor(a) de EF quanto a estas

dimensões. Já a dimensão “comportamentos inapropriados” regista elevada dispersão (CV>30%),

ou seja, os sujeitos da amostra, independentemente de ser ou não desportista, não partilham da

mesma opinião. Isto é, em cada amostra, os sujeitos analisam o comportamento do(a) professor(a)

de forma bastante diferente uns dos outros.

2.3.4.6. Comparação entre os níveis de interesse pela disciplina de Educação Física

- teste H Kruskal-Wallis

Sem Interesse (n=11) Indiferente (n=41) Muito Interessante

(n=87)

Comparação

Dimensões M DP MR M DP MR M DP MR 2 p

Conhecimento e

Competência

Didática

3,8 0,20 86,36 3,5 0,43 60,88 3,7 0,29 72,23 4,204 0,122

Comportamento

s Inapropriados 1,5 0,82 72,00 1,4 0,57 75,00 1,2 0,33 67,39 1,097 0,578

Organização e

Gestão da Aula 4,5 0,65 72,73 4,3 0,70 63,70 4,5 0,50 72,63 1,493 0,474

Tabela 6 - Média, desvio-padrão, coeficiente de variação e comparação entre os níveis de interesse pela disciplina de EF, relativamente às dimensões do questionário BPEF. (MR – mean rank)

A Tabela 6 apresenta a média, desvio-padrão e mean rank (classificação média) para as

três dimensões do questionário BPEF, em cada nível de interesse pela disciplina de EF. A um nível

de significância de 5%, pelo teste H Kruskal-Wallis, não se verifica a existência de diferenças

estatisticamente significativas entre os sujeitos com diferentes tipos de interesse pela disciplina de

EF (p>0,05). Independentemente do aluno «não ter interesse», ser-lhe «indiferente» ou revelar

«muito interesse», a opinião quanto ao conhecimento e competência didática, à existência de

comportamentos inapropriados ou à forma como o(a) professor(a) organiza e gere a aula é

idêntico. Portanto, não parece ser o tipo de interesse manifestado pelos alunos pela disciplina de

EF que determina a melhor ou pior qualidade do(a) professor(a), ou seja, os alunos sabem separar

a sua preferência pela disciplina daquilo que pensam quanto à qualidade de ser bom professor de

EF.

53

2.3.5 Conclusões

O presente estudo teve como objetivo verificar a importância de cada dimensão na

qualificação do “bom” professor de EF segundo a opinião de alunos do sexo feminino provenientes

do 12º ano de escolaridade, numa escola secundária do Distrito de Braga, no ano letivo de

2015/2016.

Do estudo podemos tirar as seguintes conclusões:

- Relativamente aos resultados do questionário (frequências e %) podemos salientar, que os

sujeitos da amostra atribuem grande importância às dimensões “conhecimento e competência

didática” e “organização e gestão da aula”. O(a) professor(a) não deve deter comportamentos

inadequados, mas sim bom conhecimento cientifico, competências afetivas e valores pessoais,

para além de um bom controlo e gestão da turma, ou seja, aulas de carater metodológico capazes

de promover autonomia, motivação para a aprendizagem e boas elações interpessoais,

melhorando assim o processo ensino-aprendizagem. Os mesmos sujeitos privilegiam e associam

à qualidade do bom professor de EF o item 10 “Ser empenhado” (79,9%) e o item 28 “Ser positivo

perante a turma” (85,6%). O professor atual tem de ser mais do que um “projetor” de informação,

tem de possuir uma boa capacidade de relacionamento com os alunos de maneira a promover

motivação e interesse pela aprendizagem por parte dos alunos.

- No que diz respeito à análise comparativa e descritiva podemos dizer que as dimensões

“organização e gestão da Aula” e “conhecimento e competência”, têm maior sentido positivo, o

que leva a querer que estas se realizam com mais frequência, ao passo de que a dimensão

“comportamentos inapropriados” possui sentido negativo comprovando que se realizam com

menos frequência. Podemos constatar também que os alunos parecem apresentar

comportamentos semelhantes às dimensões na qual caracterizam o(a) professor(a) de EF, ao

passo de que na dimensão “comportamentos inapropriados” parecem apresentar

comportamentos diferentes, ou seja, heterogéneos.

- Quando comparados os desportistas vs não-desportistas podemos dizer que

independentemente da prática de exercício físico, os sujeitos da amostra são idênticos na forma

como apreciam cada item que classifica o bom professor de EF. Apenas no item 25 “Controlar a

Aula”, as alunas diferem no modo como pareciam o docente. Podemos assim afirmar, que não

encontramos diferenças significativas na forma como ambos os grupos apreciam cada item do

questionário.

54

- No que respeita à análise comparativa e descritiva podemos dizer que tanto desportista e

não-desportistas possuem opiniões semelhantes na forma como classificam o(a) professor(a)

quantos às dimensões “conhecimento e competência didática” e “organização e gestão da aula”,

ao passo de que na dimensão “comportamentos inapropriados”, independentemente de

praticarem ou não desporto, as alunas divergem no modo como apreciam o comportamento do

docente. Mesmo assim não encontramos diferenças significativas entre os dois grupos.

- Relativamente à comparação entre os níveis de interesse pela disciplina de EF, podemos

dizer que independentemente do interesse das alunas pela disciplina, a opinião quanto à

caraterização do(a) professor (a) relativamente às três dimensões, é idêntico. Então, não parece

ser o nível de interesse pela disciplina de EF manifestados pelas alunas, que determina as

qualidades do docente. Também podemos dizer que não encontramos aqui diferenças

significativas entre os sujeitos da amostra.

Para finalizar, consideramos que o professor tem de ser um agente ativo procurando estar

em constante atualização, derivado das evoluções significativas que se fazem sentir na nossa

sociedade, mas por outro lado também podemos afirmar que não existe um manual descritivo

relativamente ao “Bom” professor de EF, o mesmo deve procurar sistematicamente aprendizagens

que o faça um melhor profissional.

55

Considerações Finais

Com o finalizar deste RE, inserido no Mestrado em Ensino de Educação Física nos Ensinos

Básico e Secundário, vejo-me a terminar uma das fases mais importantes da minha vida, quer a

nível da formação académica, formação profissional e quer a nível pessoal. Desde sempre foi um

sonho, passando posteriormente a ser um objetivo puder atingir esta graduação académica, é o

culminar de tantos anos de esforço e sacrifício, onde muitas sensações, emoções, sentimentos

foram vividos de forma intensa.

A realização da PES, foi sem dúvida alguma uma das práticas mais enriquecedores em toda

a minha vida profissional e pessoal. As dificuldades no início deste desafio, foram sentidas ao nível

das planificações da UD e dos planos de aula respetivamente, visto que a turma sobre a minha

responsabilidade estava composta por 28 alunos. Com o decorrer da prática de ensino, com as

reflexões realizadas após o termino de cada aula, com a confiança adquiria ao nível da turma,

quer a nível dos professores que constituíam o núcleo de EF, mais capacidades e competências

pedagógicas fui obtendo, ficando para trás toda aquela dificuldade e até mesmo ansiedade e

nervosismo que sentia nos primeiros tempos letivos.

É possível afirmar que durante a realização da PES, o meu desenvolvimento foi notório a

todos os níveis, de acordo com o que a revisão da literatura afirma. A minha evolução, a nível

cientifico, pedagógico e a nível das relações interpessoais só foi possível com a ajuda, paciência e

companheirismo por parte dos meus alunos, do PC, do NE e do meu colega e amigo de estágio.

A estratégias e metodologias, conhecimentos e ideias compartilhados pelo NE, PC e supervisor,

estiveram na base de todo o sucesso obtido na realização deste EP. Hoje sou um profissional mais

maduro, preparado e capaz de enfrentar e ultrapassar todos os obstáculos que a vida me propuser

a nível profissional e pessoal.

Durante a prática, sempre tive a preocupação de promover aulas motivadoras, alegres e

inovadoras de modo a que os alunos se sentissem confiantes e predispostos para a prática de

atividade física durante a aula de EF. Em contrapartida no início da minha prática pedagógica senti

algumas dificuldades, como o PC afirmou também, a nível dos feedbacks utilizados na aula. Este

ponto foi melhorado, utilizando posteriormente uma linguagem mais técnica e apropriada para a

população em causa.

Paralelamente e inserido na realização do EP, a minha inclusão na comunidade escolar,

permitiu-me conhecer e perceber como realmente funciona toda a dinâmica escolar na sociedade

56

inserida. Com a realização dos projetos educativos europeus (Erasmus), orientação e

supervisionamento do Desporto Escolar, ajudaram-me imenso na obtenção de mais experiência e

capacidade em perceber como realmente se processa toda a dinâmica escolar de forma a

proporcionar aos alunos um ensino motivador, inovar e eficaz, promovendo assim o

desenvolvimento de reflexão e de processos de autonomia. Só assim preparamos pessoas capazes

de se incluírem na sociedade que tantas evoluções tem sofrido ultimamente.

No que respeita ao projeto de estudo, e realizando um paralelismo com o relatório de

estágio, verifico e consto que todo o processo da minha PES se processou de forma pensada e

organizada acabando por atingir os objetivos e expectativas delineadas anteriormente.

Este estudo de investigação trouxe uma bagagem de conhecimento fazendo de mim um

docente com mais capacidade científica e técnica, pois o tema utilizado no estudo está em tudo

relacionado com a minha prática nesta PES e com o futuro que tanto anseio. De facto, aprendi

muito com o tema em questão frisando a ideia de este ser o mais adequado para finalizar a minha

formação académica.

No futuro, após verificar e registar as limitações na realização deste trabalho, consto que é

necessário realizar mais projetos de investigação, pois a ausência de estudos que tivessem

utilizado uma população idêntica à do presente estudo, bem como o mesmo instrumento de

avaliação não existem.

Em suma, friso relativamente ao caminho que percorri, uma gratidão para com as pessoas

que me ajudaram e me proporcionaram conhecimentos pertinentes que fazem de mim, hoje, um

docente maduro e muito mais profissional com a realização da PES. Consegui por em prática toda

a bagagem de informação e conhecimento adquirida até ao momento na minha formação

académica. De facto, foi muito importante e ajudou-me imenso na realização do meu estágio, mas

a experiência absorvida torna-se no culminar de todo o processo de aprendizagem, pensando que

esta torna-se tão ou mais importante que toda a minha formação académica.

Assim, a partir deste momento, o mais difícil ainda estará para vir. Ingressar no ensino,

proporcionando momentos de lecionação, com alunos sobre a minha responsabilidade, é o que

mais anseio desde sempre, sabendo de que este sonho é difícil, mas não impossível, de se

concretizar.

57

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Silva, A. (2000). A formação continua de professores: Uma reflexão sobre as práticas e as

práticas de reflexão em formação. Educação & Sociedade (72), 89-109

Silva, D.J.L. (2014). Modelação e Inferência Estatística – Aplicações às Ciências do Desporto.

Conceito Estatístico – Centro de Análise Estatística e Apoio à Investigação. Barcelos.

SILVA, D.J.L. (2014). Relação estatística entre a motivação, prática desportiva e a classificação

obtida em algumas disciplinas escolares – estudo com alunos do ensino secundário. Revista

Schola, 22, pp. 43-61.

Silva, M. (1992). O professor como sujeito do fazer docente: a prática pedagógica nas 5as

séries. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, USP, São Paulo.

Vickers, J. (1990). Instructional Design for Teaching Physical Activities – A knowledge

Structures Approach. Human Kinetics Publishers, Inc. Champaign, Illinois.

Weinstein, R. S. (1983). Student Perceptions of Schooling. Elementary School Journal, 83, pp.

288-312.

60

Anexos

61

Anexo 1 - Plano Anual

Disciplina de EDUCAÇÃO FÍSICA 12º Ano escolaridade

Programa da disciplina:

Período Temas Subtemas Nº de Aulas

▪ Aptidão física

▪ Desporto Individual

▪ Desporto coletivo.

▪ Dança/Raquetas

▪ Resistência, velocidade, força, flexibilidade.

▪ Desporto Individual (opção da turma).

▪ Desporto coletivo (opção da turma).

▪ (opção)

50-52

▪ Aptidão física

▪ Desporto Individual.

▪ Desporto coletivo.

▪ Dança/Raquetes

▪ Resistência, velocidade, força, flexibilidade.

▪ Desporto Individual (opção da turma).

▪ Desporto coletivo (opção da turma).

▪ (opção)

36-44

▪ Aptidão física

▪ Desporto Individual.

▪ Desporto coletivo.

▪ Modalidades Alternativas.

▪ Resistência, velocidade, força, flexibilidade.

▪ Desporto Individual (opção da turma).

▪ Desporto Coletivo (opção da turma).

▪ (0pção)

36- 40

Material a apresentar pelo aluno nesta disciplina: Equipamento desportivo (sapatilhas, meias, fato de treino, tshirt), material para o banho (chinelos, toalha e produtos de higiene) e o livro adotado.

62

Anexo 2 - Planeamento da Unidade Didática Mês Dia Nº Aula da UD Aula nº Conteúdos Objetivos Específicos Função Didática Avaliação

Ab

ril

5

1 e 2 95 e 96

Passe de peito, passe picado, Drible de proteção

e de progressão, lançamento em apoio e na

passada.

Avaliar o nível inicial dos alunos relativamente à modalidade de

Basquetebol Avaliação Avaliação Diagnóstica

12

3 e 4 99 e 100 Passe de peito, Passe picado, Passe de ombro,

Drible de proteção e de progressão

Introduzir as determinantes técnicas na modalidade de Basquetebol

(passe de peito, passe picado, passe de ombro, drible proteção e de

progressão.

Transmissão e

Exercitação Avaliação Formativa

14

5 e 6

101 e 102

Passe de peito, Passe picado, Passe de ombro,

Drible de proteção e de progressão, Lançamento

na passada e em apoio, Desmarcação, Passe e

corte e o Aclaramento.

Introduzir o lançamento na passada, o lançamento em apoio, a

Desmarcação, o Passe e Corte e por fim o aclaramento na modalidade

de Basquetebol. Exercitar as determinantes técnicas (passe de peito,

passe picado, passe de ombro, drible proteção e de progressão.

Transmissão e

Exercitação Avaliação Formativa

19

7 e 8 103 e 104

Passe de peito, Passe picado, Passe de ombro,

Drible de proteção e de progressão, Lançamento

na passada e em apoio, Desmarcação, Passe e

corte e o Aclaramento.

Exercitar o lançamento na passada, o lançamento em apoio, a

Desmarcação, o Passe e Corte e por fim o aclaramento na modalidade

de Basquetebol. Exercitar as determinantes técnicas (passe de peito,

passe picado, passe de ombro, drible proteção e de progressão.

Exercitação Avaliação Formativa

21

9 e 10 105 e 106

Passe de peito, Passe picado, Passe de ombro,

Drible de proteção e de progressão, Lançamento

na passada e em apoio, Desmarcação, Passe e

corte e o Aclaramento.

Exercitar o lançamento na passada, o lançamento em apoio, a

Desmarcação, o Passe e Corte e por fim o aclaramento na modalidade

de Basquetebol. Exercitar as determinantes técnicas (passe de peito,

passe picado, passe de ombro, drible proteção e de progressão.

Transmissão e

Exercitação Avaliação Formativa

26

11 e 12 107 e 108

Passe de peito, Passe picado, Passe de ombro,

Drible de proteção e de progressão, Lançamento

na passada e em apoio, Desmarcação, Passe e

corte e o Aclaramento.

Exercitar o lançamento na passada, o lançamento em apoio, a

Desmarcação, o Passe e Corte e por fim o aclaramento na modalidade

de Basquetebol. Exercitar as determinantes técnicas (passe de peito,

passe picado, passe de ombro, drible proteção e de progressão.

Exercitação Avaliação Formativa

Ma

io

5

13 e 14

111 e 112

Passe de peito, Passe picado, Passe de ombro,

Drible de proteção e de progressão, Lançamento

na passada e em apoio, Desmarcação, Passe e

corte e o Aclaramento.

Exercitar o lançamento na passada, o lançamento em apoio, a

Desmarcação, o Passe e Corte e por fim o aclaramento na modalidade

de Basquetebol. Exercitar as determinantes técnicas (passe de peito,

passe picado, passe de ombro, drible proteção e de progressão.

Exercitação Avaliação Formativa

10

15 e 16 113 e 114

Passe de peito, Passe picado, Passe de ombro,

Drible de proteção e de progressão, Lançamento

na passada e em apoio, Desmarcação, Passe e

corte e o Aclaramento.

Exercitar o lançamento na passada, o lançamento em apoio, a

Desmarcação, o Passe e Corte e por fim o aclaramento na modalidade

de Basquetebol. Exercitar as determinantes técnicas (passe de peito,

passe picado, passe de ombro, drible proteção e de progressão.

Preparar os alunos para a aula de Avaliação Sumativa.

Exercitação Avaliação Formativa

12

17 e 18 115 e 116

Lançamento na passada, lançamento em apoio,

Desmarcação, Passe e Corte, Aclaramento, Passe

de Peito, Picado, de Ombro, Dribles de proteção e

de progressão.

Avaliar o lançamento na passada, o lançamento em apoio, bem como

as determinantes técnicas e os princípios ofensivos e defensivos em

situação de jogo. (Desmarcação, o Passe e Corte, o aclaramento, o

passe de peito, passe picado, passe de ombro, drible proteção e de

progressão).

Avaliação Avaliação Sumativa

63

Anexo 3 - Plano de Aula e Reflexão da aula

Plano de Aula nº 111 e 112

Docente: Rui Correia

Ano e turma: 12º A Alunos: 28 Data: 05 de maio de 2016

Unidade Didática: Basquetebol Plano da Unidade Didática: 13 e 14/18 Hora: 11h50 – 13h20

Função Didática: Exercitação

Local: Pavilhão (campo de Basquetebol) Duração: 90 minutos (70 minutos úteis)

Material: Bolas de Basquetebol, Tabelas e cestos, bases e coletes.

Objetivo Geral: exercitar o lançamento na passada, o lançamento em apoio, a Desmarcação, o Passe e Corte e por fim o aclaramento na modalidade de Basquetebol. Exercitar as determinantes técnicas (passe de peito, passe picado, passe de ombro, drible proteção e de progressão. Exercitar e melhorar a condição física.

T Objetivo

Específico Conteúdos Descrição/Organização Estratégias Critérios de Êxito

PA

RT

E I

NIC

IAL

10´

- Conversar com os alunos acerca dos conteúdos

abordar na aula.

- Ativar o organismo para o exercício físico e

para a parte fundamental da

aula.

- Corrida;

- Mobilização articular dos MI e MS,

deslocamento frontais e laterais, Splits, Agachamentos,

Carrinho de Mão, Aranha e

descolamento sobre as palmas das mãos e

pontas dos pés;

Apresentação dos objetivos da

aula.

Explicação da aula. A turma divide-se em duas colunas para o aquecimento, realizando corrida contínua com mobilização articular mais os restantes conteúdos;

- Alunos dispostos em meia lua na frente do professor.

- O aluno ouve a explicações do

professor.

- O aluno realiza uma boa ativação

cardiorrespiratória e muscular.

- Exercitar o drible de progressão e

de proteção;

- Exercitar os deslocamentos;

-Drible de progressão;

- Drible de proteção;

- Deslocamentos;

Exercício da Apanhada:

A turma é dividida em grupos de 2 elementos. Cada grupo tem uma bola. Os dois alunos realizam passe entre si. Ao sinal do professor, os alunos desempenham diferentes tarefas: Ao número 1: O aluno com posse de bola terá de a proteger em drible impedindo o desarme por parte do colega. O colega tenta tirar a bola. Se este conseguir conquistar a posse de bola trocam de funções. Ao número 2: O aluno com posse de bola terá que apanhar o colega através do drible de progressão. O colega sem bola terá que fugir em pé coxinho.

- Alunos dispostos em pares pelo espaço;

- O aluno realiza corretamente o drible de progressão como referido em anexo; - O aluno realiza corretamente o drible de proteção como referido em anexo;

64

PA

RT

E P

RIN

CIP

AL

15´

- Exercitar o

Lançamento na passada e em

apoio;

- Exercitar o passe de peito;

- Exercitar o passe

picado; - Exercitar o drible

de progressão;

- Lançamento na passada;

- Lançamento em

apoio;

- Passe de peito;

- Passe picado; - Drible de progressão;

Lançamento na passada e em apoio

Os alunos inicialmente, em duas colunas, dispostos para um cesto exercitam o lançamento na passada (com marcas no solo). De um lado alunos só com bola e do outro sem. O aluno com bola realiza passe peito/picado para o colega da outra coluna, este que está a pedir a bola com o braço levantado para que o seu colega introduza a bola em si. Variantes: realizar lançamento do lado oposto; realizar lançamento em apoio e o aluno que realiza o passe executa defesa passiva;

- Passar e receber corretamente como referido em anexo;

- Realizar

corretamente os lançamentos como referido em anexo;

- Realizar cesto;

15´ - Exercitar o Passe

e Corte, o Aclaramento e a Desmarcação;

- Exercitar os passes (peito

picado e ombro);

- Exercitar drible;

- Exercitar os lançamentos;

- Passe e Corte;

- Aclaramento;

- Desmarcação;

- Passe (peito, picado e ombro);

- Drible;

- Lançamento na passada e em apoio;

Princípios ofensivos e defensivos:

Exercícios 2x1; 2x2 com defesa passiva com intuito de finalizar. Em situação de 2x1 o aluno que passa a bola terá de executar o Passe e Corte em direção ao cesto. O exercício é sempre executado a pares, sendo que a defender, na situação 2x1, só um elemento do par é que defende. Quem ataca passa a defender e quem acabou de atacar volta para trás das colunas; Em situação de 2x2 terão de executar o aclaramento; Variantes: alunos executam defesa ativa;

- Alunos em pares realizam o exercício.

- Exercitar corretamente os

passes como referidos em anexo;

- Realizar cesto;

-Realizar o Passe e Corte e o

Aclaramento como referido em anexo;

15´

Jogo reduzido 3x3 e Jogo dos 10 passes:

Os alunos divididos em equipas de três alunos cada deslocam-se para uma das três estações disponíveis, ficando em cada uma delas três equipas. No jogo 3x3 uma equipa fica de fora, aguardando pela realização de um cesto para entrar em jogo. No jogo dos 10 passes, assim que uma equipa realizar os mesmos passes, a outra equipa sai dando a vez à que está de fora aguardar. O professor vai trocando as equipas de estação durante o decorrer do exercício.

- Alunos em trios;

- Três equipas por estação;

- Melhorar as capacidades aeróbias e anaeróbias;

- Mountain Climbers;

- Jumping Jacks;

- Squat Jump;

- Flutter Kicks;

Método Tabata:

Os alunos divididos em 4 grupos de 7 elementos realizam exercícios propostos pelo professor consoante o método “Tabata”. Este mesmo método consistem em trabalhos de alta intensidade e curto duração de tempo (20 segundos) com 10 segundos de intervalo entre si. Exercício opcional.

- Alunos em 4 grupos;

- Realizar os exercícios

corretamente e no menor tempo

possível.

65

PA

RT

E F

INA

L

- Retornar à calma;

- Alongar.

- Alongamentos.

Os alunos colocam-se de frente para o professor, realizando alongamentos dos principais grupos musculares e articulações solicitadas, enquanto este faz uma breve apreciação sobre a aula e aborda os conteúdos da próxima.

- Alunos dispostos em meia

lua;

- Alongar;

- Prestar atenção.

LEGENDA: Professor: Aluno: Movimento do aluno: Movimento da bola:

Observações: Os alunos da turma do 12º A, segundo a Avaliação Diagnóstica, demonstram dificuldades em determinadas técnicas da modalidade de basquetebol bem como nos aspetos táticos ofensivos e defensivos. Alguns alunos ainda não têm noção da regra dos apoios, na situação de driblar, amarrar e não poder driblar novamente e no lançamento na passada.

De Frisar também que a aluna Ana Meira, não realiza aula devido à sua situação clínica: encontra-se de atestado médico, estando a mesma responsável por entregar um trabalho sobre as modalidades abordadas no terceiro período até ao fim no ano letivo.

Relatório de Aula:

Considerações Gerais

A aula nº 111 e 112, foi a 13ª e 14ª aula da UD de Basquetebol. Esta aula foi supervisionada

/ observada pelo Professor Doutor António Camilo Cunha. Os alunos nesta mesma aula

desmonstraram muita concentração, empenho, dedicação e alegria no decorrer da aula. Foi

uma aula muito produtiva no seu geral.

Comportamentos e

dificuldades dos alunos

A turma teve um excelente comportamento, postura no decoorer da aula. Os alunos

perceberam e entenderam que esta aula, como as restantes, tinha de decorrer a um bom

nível motor e de entrega e com um excelente comportamento pela parte deles. Assim

aconteceu. No que respeita às dificuldades dos mesmos os alunos apresentaram melhorias

significativa nas dificuldades demonstradas anteriormente.

Estratégias que melhor

resultam e que menos

resultaram

Utilizei como estratégia na primeira parte da aula a divisão da turma em 4 colunas, duas

viradas para um cesto e outras duas para o cesto oposto. Aqui trabalhamos o lançamento na

passada, o lançamento em apoio, situações 1x1, 2x1 e 2x2 (desmarcação, aclaramento e o

passe e corte). No fase posterior da aula, incuti 4 estações no espçao disponivel para a aula,

onde em duas delas os alunos realizavam o jogo reduzido 3x3, e nas outras duas realizavam

o jogo lúdico “Bola ao Capitão” e o “Jogo dos 10 Passes”.

Alterações ao plano de aula

Nada assinalar.

Avaliação qualitativa da

aula

A aula, decorreu a um excelente nível de empenho motor, os alunos estavam muito dispostos

para a mesma e bastantes empenhados. Avalio a mesma com uma excelente nota nota 5

(0-5).

Outras Observações

Dos 28 alunos da turma, apenas a Ana Meira não realizou aula devido ao seu atestado

médico.

66

Anexo 4 - Grelha de Vickers Aulas 1 e 2 3 e 4 5 e 6 7 e 8 9 e 10 11 e 12 13 e 14 15 e 16 17 e 18

Conteúdo / Duração 90´ 90´ 90´ 90´ 90´ 90´ 90´ 90´ 90´

Basquetebol

Passe Peito, Picado, Ombro AD T/E T/E E E E E E AS

Drible de Proteção AD T/E T/E E E E E E AS

Drible de Progressão AD T/E T/E E E E E E AS

Lançamento e apoio AD T/E E E E E E AS

Lançamento na passada AD T/E E E E E E AS

Passe e Corte AD T/E T/E E E E E AS

Aclaramento AD T/E T/E E E E E AS

Desmarcação AD T/E T/E E E E AS

Marcação AD T/E T/E E E E AS

Cultura Desportiva

Historia √ √ √ √

Regras de modalidade √ √ √ √ √ √

√ √

√ √

√ √ √

Equipamentos √ √ √ √ √ √

√ √

√ √

√ √ √

Regras de Segurança √ √ √ √ √ √ √ √ √

Condição Física

Capacidades condicionais

Força

Estas capacidades devem ser abordadas ao longo de toda a unidade didática.

Velocidade

Flexibilidade

Resistência

Capacidades coordenativas

Ritmo

Equilíbrio

Diferenciação sinestésica Orientação espacial

Conceitos Psicossociais

Concentração

Todos os conceitos devem ser aplicados demostrados e exercitados ao longo de toda a unidade didática.

Autonomia

Responsabilidade

Respeito

Espirito de equipa

Empenho

67

Anexo 5 - Critérios de Avaliação

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO – ENSINO SECUNDÁRIO

Se

cun

rio

Domínios Indicadores a avaliar Instrumentos de

avaliação

A

Domínio Psicomotor

80%

Atividades Físicas

60% Testes Práticos

Aptidão Física

20%

Testes do

Fitnessgram

B Domínio Cognitivo

10%

Conhecimentos

10%

Testes, trabalhos

ou aplicação

prática dos

conhecimentos.

C Domínio Sócio-Afectivo

10%

Empenho-6.66%

Cumprimento de Regras-6.66%

Relacionamento e cooperação-6.66%

Grelhas de

Observação

ALUNOS COM ATESTADO MÉDICO

- Uso obrigatório de sapatilhas -

Domínios Indicadores a avaliar Peso

Se

cun

rio

A Domínio Cognitivo

90%

Testes ou trabalhos 20%

Arbitragens e Ajudas 40%

Relatórios da aula, fichas, trabalhos 30%

B

Domínio Sócio-Afectivo

10%

Empenho

Cumprimento Regras

Relacionamento e cooperação

10%

68

Anexo 6 - Autorização Diretor da Escola e Encarregado de Educação

Exmo. Senhor Diretor

do Agrupamento de Escolas,

Assunto: Pedido de colaboração para realização de projeto de investigação.

Eu, ________________________________, sou Professor (Estagiário) no Agrupamento de

Escolas ___________________, encontro-me a frequentar o segundo ano de Mestrado em Ensino de

Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário, na Universidade do Minho.

Assim, no âmbito da Tese de Mestrado, sob a orientação do Professor

____________________________________________, pretendemos fazer uma investigação, cujo

principal objetivo é a realização de um estudo de caracter descritivo e comparativo sobre a opinião dos

alunos do ensino do 12º ano de escolaridade sobre “_____________________________”. Este projeto

visa a caracterização da unidade de análise assim com aplicação de um questionário dirigido aos alunos.

Toda a informação recolhida será confidencial e utilizada apenas para os fins da investigação em

curso.

Face ao exposto, solicito a vossa excelência se digne a autorizar a recolha de informação assim com

a aplicação de questionários, durante o estudo, elementos sem os quais não será possível a realização da

investigação.

Agradecendo antecipadamente toda a sua colaboração,

____________________________, fevereiro 2016

(Diretor)

___________________________________

(Orientador)

69

Exmo. Senhor/a Encarregado/a de Educação,

Assunto: Pedido de colaboração para realização de projeto de investigação.

Eu, ________________________________, sou Professor (Estagiário) no Agrupamento de

Escolas ___________________, encontro-me a frequentar o segundo ano de Mestrado no Ensino de

Educação Física no Ensino Básico e Secundário, na Universidade do Minho.

Assim, no âmbito da Tese de Mestrado, sob a orientação da Professor

____________________________________________, pretendemos fazer uma investigação, cujo

principal objetivo é a realização de um estudo de caracter descritivo e comparativo sobre os conhecimentos

dos alunos do ensino do 12º ano de escolaridade sobre “_____________________________”. Este

projeto visa a caracterização da unidade de análise assim com aplicação de um questionário dirigido aos

alunos.

Toda a informação recolhida será confidencial e utilizada apenas para os fins da investigação em

curso.

Face ao exposto, solicito a vossa excelência se digne a autorizar a recolha de informação assim com

a aplicação de questionários, durante o estudo, elementos sem os quais não será possível a realização da

investigação.

Agradecendo antecipadamente toda a sua colaboração,

____________________________, fevereiro de 2016

(Encarregado de Educação)

___________________________________

(Orientador)

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

Eu, ________________________________, Encarregado de Educação do aluno

__________________________________, nº ___, do ________ (Ano e turma), _____ autorizo /

_____ não autorizo (assinalar o que se pretende com um “X”), a responder ao questionário.

Barcelos, ____ de _____________ de ________

O ENCARREGADO DE EDUCAÇÃO: ______________________________

70

Anexo 7 - Questionário “Bom Professor de Educação Física”

Este questionário faz parte de um estudo sobre o “Bom PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA

segundo a opinião dos alunos”.

A colaboração no seu preenchimento é de grande importância e significado. Só com

disponibilidade, será possível a obtenção de informações, de base científica, que possa contribuir

para uma melhor formação e intervenção dos professores na área da Educação Física.

Ao aceder colaborar com esta investigação, é garantido o anonimato, não sendo objetivo a

recolha de qualquer tipo de informação que possa colocar em causa o direito à confidencialidade.

Assim, agradecemos resposta sincera a todas as questões.

Este questionário não é um teste, razão pela qual não há respostas certas nem erradas.

Gostaríamos, desde já, agradecer a tua colaboração.

1 - Elementos de identificação e caraterização

Idade: _____; Sexo: Masc _____ Fem _____; Curso que frequenta ____;

Pratico Desporto Federado: Não ___ Sim ___ Qual? ___________ Quantas Vezes (por semana)

____;

Pratico Desporto Escolar: Não ___ Sim ___ Qual? _____________ Quantas Vezes (por semana)

____;

Pratico outra Atividade Física: Não ___ Sim ___ Qual? _________ Quantas Vezes (por semana)

____;

A disciplina de EF para mim é: sem interesse _____ Indiferente _______ Muito interessante

71

2 - Segundo a tua opinião, indica com que frequência se DEVEM observar os seguintes

comportamentos num Bom Professor de Educação Física segundo a seguinte escala:

1 – Nunca 2- Raramente 3 – Algumas vezes 4 – Muitas vezes 5 - Sempre

Coloca um “X” no espaço adequado 1 2 3 4 5

1 Transmitir a matéria de uma forma eficaz

2 Ter conhecimentos sobre a avaliação e desenvolvimento da condição física

3 Promover a integração dos jovens com dificuldades na disciplina de EF

4 Revelar conhecimentos técnicos e táticos das modalidades desportivas

5 Mostrar capacidade de identificar os erros e fornecer informação de correção

6 Revelar conhecimento sobre os efeitos das atividades físicas

7 Explicar e incentivar o espírito desportivo (Fair-Play)

8 Facilitar as relações entre as pessoas

9 Garantir que grande parte do tempo da aula deve, seja dedicado à realização dos exercícios

10 Ser empenhado

11 Criar nos jovens autonomia e criatividade no desenvolvimento das tarefas

12 Incentivar os alunos a refletirem sobre a sua atitude e desempenho nas aulas

13 Promover uma boa ocupação de espaço da aula

14 Fomentar nos jovens um estilo de vida ativa a longo prazo

15 Ser digno de confiança em relação aos problemas dos alunos

16 Gritar quando está zangado

17 Ignorar a opinião dos alunos

18 Demontrar favoritismo em relação aos melhores alunos

19 Usar o poder do professor para intimidar o aluno

20 Fazer comentrários pessoais desagradáveis

21 Gastar mais tempo em exercitar os melhores alunos

22 Deve tratar-me de uma forma diferente porque sou rapaz ou rapariga

23 Demonstrar irritação quando as coisas não correm como planeado

24 Conseguir que a aula decorra sem interrupções e com ritmo

25 Controlar a aula

26 Iniciar atividades na hora prevista

27 Terminar as atividades na hora prevista

28 Ser positivo perante a turma

72

Anexo 8 - Consistência interna ( -Cronbach)

A consistência interna do questionário foi avaliada pelo -Cronbach, de acordo com a

seguinte classificação (Pestana & Gageiro, 2005):

Muito Boa 0.90

Boa 0.80 < 0.90

Razoável 0.70 < 0.80

Fraca 0.60 < 0.70

Inaceitável < 0.60

-Cronbach

+ Questionário BPEF (k=28) 0,85 [4]

. Dimensão Conhecimento e Competência Didática (k=15) 0,94 [5]

. Dimensão Comportamentos Inapropriados (k=8) 0,80 [4]

. Dimensão Organização e Gestão da Aula (k=5) 0,79 [3]

Alfa de Cronbach (C) na avaliação da consistência interna do questionário BPEF. (k, é o número de itens)

[1] -Cronbach com consistência interna inaceitável (C<0,60)

[2] -Cronbach com consistência interna fraca (0,60C<0,70)

[3] -Cronbach com consistência interna razoável (0,70C<0,80)

[4] -Cronbach com consistência interna boa (0,80C<0,90)

[5] -Cronbach com consistência interna muito boa (0,90C1,0)

73

Anexo 9 - Verificação da normalidade

Verificação da normalidade

Desportistas Não-Desportistas

Dimensões D p D p

Conhecimento e Competência Didática 0,087 0,200 0,188 <0,001*

Comportamentos Inapropriados 0,263 <0,001* 0,264 <0,001*

Organização e Gestão da Aula 0,171 <0,001* 0,188 <0,001*

* distribuição não-normal (p<0.05)

74

Anexo 10 - Verificação da homogeneidade das variâncias

Verificação da homogeneidade das variâncias.

Dimensões F gl1 gl2 p

Conhecimento e Competência Didática 4,080 1 137 0,045*

Comportamentos Inapropriados 4,568 1 137 0,034*

Organização e Gestão da Aula 2,174 1 137 0,143

* Variâncias não-homogéneas (p<0.05)

75

Anexo 11 - Distribuição das opções de resposta por dimensão

Conhecimento e Competência Didática

Nunca Raramente Algumas vezes Muitas vezes Sempre

Organização e Gestão da Aula

Nunca Raramente Algumas vezes Muitas vezes Sempre

76

Anexo 12 - Distribuição dos sujeitos quanto às dimensões

Frequência de sujeitos que originaram a dimensão “conhecimento e competência didática”.

Distribuição dos sujeitos quanto à dimensão conhecimento e competência didática.

Frequência de sujeitos que originaram a dimensão “comportamentos inapropriados”.

Distribuição dos sujeitos quanto à dimensão comportamentos inapropriados.

Frequência de sujeitos que originaram a dimensão “organização e gestão da aula”.

Distribuição dos sujeitos quanto à dimensão organização e gestão da aula.