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  • 7/25/2019 Ruy Ribeiro Franco.. o Incio Da Geocincias

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    Ruy

    RibeiroFranco:

    o

    incio

    daGeocincias

    Estudos Avanados- O senhorfo i alunodasegunda turma do curso

    de

    Histria

    Natural daFaculdade de

    Filosofia

    Cinciase Letras da

    USP,

    na

    dcada

    de 30. Por que nela se matriculou? Como foi sua trajetria

    na Faculdade?

    Ruy

    Ribeiro

    Franco EmCampinas,SP,

    onde

    fiz o

    curso secun-

    drio no ginsio estadual

    Culto

    Cincia

    o excelente professor Paulo

    Decourt

    despertou

    em mim o

    interesse

    por

    Mineralogia. Quando soube

    que na recm-criada Faculdade de Filosofia, Cincias e Letras

    havia

    um

    setor

    de

    Histria Natural

    e uma

    cadeira

    de

    Mineralogia, decidi matri-

    cular-me. Entendi que nessa Faculdade encontraria uma porta aberta

    para

    arealizaodemeus objetivos.

    Ingressei

    na

    Faculdade

    em

    1936.

    Um ano

    depois

    fui

    indicado

    para

    monitor. A monitoria era um servio prestado s ctedras pelos alunos

    maisadiantados. Depois degraduar-me passeiaassistente, posterior-

    mente doutorei-me,

    fiz a

    livre-docncia

    e

    terminei como catedrtico

    sempre na rea das Geocincias. Dediquei grande parte de minha vida

    trinta anos)

    Faculdade

    de

    Filosofia, Cincias

    e

    Letras

    da USP

    como alunoedocente.

    Japosentado pela USP,em1966, Dr.Romulo RibeiroPieroni

    convidou-me

    para

    dirigir os cursos deps-graduaoem cincias nu-

    cleares

    no Institutode

    Energia Atmica

    o

    atual

    Ipen).L

    ministrei

    cursos sobre

    os

    minerais utilizados

    na

    produo

    de

    energia nuclear

    urnioe

    trio.

    Fiquei nesseInstitutovinteequatro anos,at seraposen-

    tado compulsoriamente,

    aos

    setenta anos.

    A influnciadosprofessoresdoexterior

    EA Q ue

    professores

    foram

    decisivos

    na

    s ua

    f o r m a ona USP?O que

    o senhor pode contara respeitodosprofessores estrangeirosqu e vieram dar os

    primeiros cursos

    na Faculdade de

    Filosofia?

    RRF

    Um professor

    influiu

    de forma considervel emminha

    formao

    o italiano Dr.EttoreOnorato,uma das figuras mais desta-

    cadas

    entre

    os

    mestres estrangeiros

    que

    vieram estruturar

    a

    Faculdade

    de

    Filosofia,

    a

    partir

    de

    1934. Coube

    ao

    professor Onorato

    a

    responsabi-

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    lidade pelos cursos

    de

    Mineralogia

    e

    Petrografia.

    Impressionou-me

    como

    ser

    humano

    e,

    como professor, devido

    a sua

    capacidade didtica

    e

    competncia emorientar otrabalhodepesquisa.Aele,a USP muito

    deve. Outros mestres

    que

    vieram

    do

    exterior igualmente

    foram

    deci-

    sivos. Entre eles,

    o Dr.OtorinoDe

    Fiori

    Coprani, um

    nobre italiano

    baro), especialista emvulces,de renome internacional.

    Como

    no

    Brasil

    no h

    vulces ativos,

    o

    professor

    De

    Fiori concentrou-se

    em

    outras reas da Geocincias, principalmente em Paleontologia.

    Oconvviocom osprofessores estrangeiroserabom, produtivoe

    muito amigvel. No se

    limitava

    s

    aulas

    e ao trabalho nos laboratrios.

    Oprofessor

    Onorato,

    queresidianoHotelSoBento,comfreqncia

    iaaminha

    casa.

    Com ele e a

    esposa, dona Lina,

    fazamos

    reunies

    em

    minha residncia. Estabelecicomesse casal excelente relaodeami-

    zade. Em geral, os alunos da Faculdade conviviam muito de perto com

    os

    professores franceses, alemes, italianos

    e de

    outras nacionalidades.

    Alguns

    desses mestres

    ficaram

    muitos anos no Brasil, outros tiveram de

    regressaraseus pasesemdecorrnciadaSegunda Grande Guerra.

    EA

    Como

    era o

    curso

    na Faculdade em quelnguas

    eram dadas

    as

    aulas?Como eram acarga

    horria

    as turmase o trabalho no s

    laboratrios?

    RRF Em

    nossa seo,

    com os

    professores italianos,

    as

    aulas

    eramem italiano. Para os alunos, isso no representava problema,

    pelo

    fato

    de esse idioma ser acessvel. Os professores

    franceses

    ministravam

    seus

    cursos em seu idioma.

    Recordo

    bem as

    aulas

    do professor Pierre

    Monbeig, por exemplo. Paulatinamente esses professores estrangeiros

    aprenderam

    o portugus. O

    fato

    de as aulas serem ministradas em

    outrosidiomas

    foi atpositivopor

    propiciar aprender essas lnguas.

    As

    turmas

    de

    alunos eram pequenas.

    Na

    Histria Natural

    havia

    vintevagas. Para comporaprimeira turma,ogovernodoestadode So

    Paulo chamou professores secundrios de escolas pblicas, como Maria

    deLourdes

    Canto,

    RosinadeBarros, Michel Pedro

    Sawaya

    e

    Joo

    Batis-

    taPiovesan. Escolhidos,

    fizeram o

    curso, como bolsistas.

    Em

    1936, para

    compor a segunda turma, houve vestibular e trs

    foram

    aprovados para

    o

    curso

    de

    Histria Natural: Armando Wohlers, Gilberto Galvo

    e eu.

    Em determinado ano, houve uma turma com um nico aluno. A Facul-

    dade

    de Filosofia, Cincias e

    Letras,

    em sua

    fase

    inicial

    contava

    com

    poucos alunos porque seus objetivos no eram bem conhecidos e os

    estudantes ainda procuravam

    os

    cursos tradicionais

    Medicina, Direi-

    to,

    Engenharia

    Odontologia,

    entre

    outros.

    Nossa

    faculdade

    ainda

    no

    possua uma identidade. Aos poucos, o quadro se alterou. Seu prestgio

    foicrescendo e com isso aumentou a procura pelos cursos de Qumica,

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    Fsica,HistoriaNatural,Filosofia,Sociologia,lnguas

    e

    outros,passan-

    do asturmasa ternmero expressivode estudantes.

    Na Faculdade

    de

    Filosofia,

    os

    professores

    e

    alunos dedicavam-se

    em regime

    de

    tempo integral.

    As

    aulas eram pela manh

    ou no

    perodo

    da tarde. Pesquisvamosem laboratrios, fazendo cortes nos minrios

    ou

    estudando

    as

    colees

    mineralgicas. O

    fato

    de

    pesquisarmos inten-

    samente

    foi

    fundam ental, possibilitando

    a que

    diversos alunos

    se

    tornas-

    sem bons professores nosginsios,um dos objetivos daFaculdade de

    Filosofia,CinciaseLetras.

    O laboratrio de Mineralogia

    EA

    P r o f e ss o r na faseinicialda Faculdade de

    Filosofia

    onde funcio-

    nou o laboratrio de

    M ineralogia?

    RRF Quando o professorEttoreOnorato chegou a So Paulo,

    a cadeira de Mineralogia funcionou no terceiro andar da Faculdade de

    Medicinae a se instalou quase todaaFaculdadede

    Filosofia.

    Depois,

    fomos para a alamedaGlete, para a residncia que fora do Sr. Jorge

    Street,onde permanecemos vrios anos, at a transferncia para o

    cam-

    p usdo B utantan, para a Cidade Universitria, construda pelo professor

    Dr.

    Ernesto

    de Souza Campos. O laboratrio de Mineralogia nunca

    funcionou no prdio da rua Maria An tnia.

    Pessoalmente, trabalhei na Maria Antnia quando assumi a dire-

    o

    da Faculdade, entre osanos de 1964 e 1966, uma fase

    dificlima,

    devido aos choques com alunos do Mackenzie.Eu era odiretorem

    exerccio da Faculdade deFilosofia.Afirmavamque nossa Faculdade era

    um

    reduto

    comunista. As

    provocaes culm inaram

    com a

    destruio

    do

    prdio

    da

    Faculdade,

    na rua

    M aria Antonia. Nessa ocasio,

    eu j no era

    professor, nemdiretor,havia me aposentado.

    O

    contato

    entre

    docentes

    epesquisadoresdas

    diversas reas

    EA

    Na

    Faculdade

    de

    Filosofia haviacontato

    p ermanente

    entre

    os

    docentes

    e p esquisadoresdasdiversasreas?

    Existia entre elesinterc mbio

    de

    opiniese de informaes?

    RRF

    Sim, sempre houve

    um a

    ligao estreita entre

    bilogos,

    fsicos, qumicos, pesquisadores

    e

    professores

    de

    outras reas,

    o que

    facilitava a realizao de atividades conjuntas, interdisciplinares.Cito

    um

    exemplo:

    durante a II Grande Guerra, a Marinha brasileira teve

    necessidade

    de

    fabricaraparelhos capazes

    de

    detectar

    a

    presena

    de

    sub-

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    marinos. Naquela poca no

    havia

    entre nstecnologia paratanto e,

    assim, aMarinha recorreu USP. Os fsicos como os professores

    Marcelo DamyePaulus Aulus Pompia

    desenvolveram esses sonares

    e coube a mim, que estava na direo da Cadeira deMineralogia,prepa-

    rar

    ecortarossaisdeRochelle. Naquela oportunidade, trabalhei inten-

    samente em colaborao com os fsicos. A fabricao de sonares foi

    pessoalmente dirigida pelo ento reitordaUSP, professor Jorge Ameri-

    cano. Ele ia comfreqnciaaos laboratrios

    para

    colaborar no que

    fosse

    preciso,pois conhecia a importncia daquela pesquisa para a Marinha

    brasileira.A est um exemplo de trabalho de cincia aplicada, que teve

    resultado positivo. Tambm os qumicos colaboraram na fabricao dos

    sonares,

    os

    professores Heinrich Rheinboldt

    e

    Heinrich Hauptmann

    nos

    auxiliaram

    naquele trabalho interdisciplinar. Assim, h histrias

    muito interessantes

    na

    memria

    da

    Faculdade

    de Filosofia,

    Cincias

    e

    Letras da USP.

    EA P r o f e s s o r os alunosdaFacu ldade dedeterminada seo eram

    obrigados

    a freqentar as aulas em outras

    s e e s ?

    Por que os alunos daantiga

    Faculdadede F i lo s o f i a adquiriram uma formao mais amp la universitria?

    RRF NaFaculdadedeFilosofia notnhamosaobrigao de

    seguir as aulas nas outras reas, mas assistamos s conferncias dos

    mestres estrangeiros

    e de

    professores brasileiros. Vindo

    da

    Alemanha,

    o

    professor Rheinboldt

    foi o

    primeiro

    a

    chegar, instalada

    a

    ctedra

    de

    Qumica, dando

    a ela

    grande

    e

    merecido prestgio.

    Teodoro

    Ramos, da Escola Politcnica, foi quem escolheu na

    Europa

    os

    professores estrangeiros

    que

    vieram dirigir

    e

    ministrar aulas

    naFFCL. Houve, portanto,acerto nessa seleodeprofessores, como

    secomprova pela trajetriadaUSP, graasaosalemes,aosfranceses

    como PierreMonbeig

    e

    Lvi-Strauss

    aos

    italianos,

    e aos

    demais. Tive

    asortedeconvivercomesses professoresquetrouxeram paraoBrasilo

    padro

    de

    ensino

    e

    pesquisa

    das

    universidades europias.

    A formao

    em

    reas

    de

    Geocincias

    antesdaFFCL

    E A - Nas

    reas

    das G eocincias- antes

    da

    fundaodaFaculdade

    de F i lo s o f i a que

    outras e s c o l a s

    contriburam

    pa ra formar profissionais

    de

    alto nvel?

    RRF

    Em primeiro lugar, a Escola de Minas de

    OuroPreto,

    famosa

    ainda hoje, criadanosculopassado, por D.PedroII, quetrouxe

    paradirigi-laumcientista

    francs

    - Henri Gorceix 1842-1919).Essa

    escola graduou elevado nmerodeengenheirosdeminasquecontribu-

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    ram

    paraoprogressodopasemdiversos setoresdaEngenharia, capazes

    de

    impulsionar

    a

    produo mineral

    no

    Brasil. Correspondia, portanto,

    demanda nacional de recursos humanos no setor mineral. Tambm foi

    grande

    a

    contribuio

    das

    Escolas Politcnicas

    do Rio de

    Janeiro,

    de So

    Paulo e da Bahia. Na Politcnica de So Paulo houve um excelente

    professor,

    que deu

    relevo

    ctedra

    de

    engenharia

    de

    Minas

    Dr.

    Luiz

    Flores

    de

    MoraisRego.

    Foi

    responsvel pela formao

    de

    muitas turmas

    com

    timos profissionais.

    Seu

    sucessor

    na

    ctedra, professor Otvio

    Barbosa, veioda

    tradicional

    escola deOuroPreto. Este, igualmente,

    teve

    papel importante

    na

    formao

    de

    recursos humanos para essesetor

    daengenharia brasileira.

    EA

    Como

    era o trabalho

    de pesquisa

    emMineralogia Em que medi-

    da

    dando

    nfase pesquisa a

    criao

    da Facu ldade de Filosofia Cinciase

    Letras

    marcou uma nova

    e tapa

    na vida un iversitaria brasileira?

    RRF Asatividadesnaseode Mineralogia, sob adireo do

    professor

    Onorato,

    foram intensas napesquisae noensino.DeFiori,

    professordetodosns, teve como assistenteecolaborador o Dr.Josu

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    Camargo Mendes, recentemente falecido. Aluno em uma das primeiras

    turmas, posteriormente tornou-seum dosbons docentesdaFaculdade.

    Possocitar aqui

    uma de

    nossas pesquisas

    em

    Mineralogia

    a das

    gemas brasileiras. As pedras preciosas rubi,safira,diamante, e outras

    so minerais dos quais o Brasil possui grandes reservas, sendo um dos

    maiores produtores mundiais desses valiosssimos bens.

    Em

    razo

    das

    pesquisas realizadas

    na

    Faculdade, passei

    a

    ministrar cursos sobre gemas

    e em 1955 acabei por colaborar na organizao da Associao Brasileira

    de Gemologia, atravs da qual ministramos cursos em vrias cidades.

    Essa entidadefrutodaFaculdadede

    Filosofia,

    prestando relevantes

    servios

    ao

    Brasil.

    No

    trabalho

    de

    pesquisa

    viajamos

    muito pelo Brasil

    e poroutrospases

    como Chile, Itlia, Estados Unidos da Amrica e

    Alemanha.Dessas viagens sempre trouxemos informaes

    e

    conheci-

    mentos,

    o que

    enriquecia nossos cursos.

    AFaculdade possua recursos para pesquisa. Viajvamos

    com

    fre-

    qncia

    objetivandoa

    coleta

    de

    materiais

    e o

    estudo

    de

    estruturas geol-

    gicas. Fomos a dezenas de lugares. Eram viagens deestudo,como as que

    fizemos

    a

    Vila Velha PR). Para tais excurses

    dispnhamos de um

    nibus,

    que

    transportava alunos

    e

    professores. Desenvolvamos

    uma

    ati-

    vidade

    de

    ensino

    e

    pesquisa para

    o

    pas

    e eu me

    sintofeliz

    por

    dela haver

    participado.Os

    resultados

    das

    pesquisas eram publicados

    nas

    revistas

    dasdiversas sees

    da

    Faculdade

    de

    Filosofia.

    A do

    nosso departamento

    chamava-se

    Mineralogia.

    Igualmente, divulgamos trabalhos

    na

    Revista

    da

    Academia

    B rasileira de

    C incias.

    Graasaosprofessores

    Onorato

    e De

    Fiori

    e aoutros professores

    estrangeiros,

    o

    grande mrito

    da

    Faculdade

    de

    Filosofiaresidiu

    na

    for-

    maode

    recursos humanos

    de que o

    Brasil necessitava

    no

    campo

    da

    pesquisa. Respondendo, portanto,

    sua

    pergunta:

    a

    Faculdade

    de

    Filo-

    sofiaformou bons cientistas

    fsicos, qumicos,bilogos,matemticos

    egelogos,bem como excelentes pensadores filsofos,socilogos,

    historiadores. Assim,

    o

    Brasil

    muito deve

    iniciativa

    de

    Armando

    de

    Salles Oliveira de criar a USP e a Faculdade de Filosofia.

    AcriaodaFaculdadedeFilosofia, CinciaseLetras,em 1934,

    assinala

    o

    incio

    de uma

    novafase

    das

    Geocincias,

    no

    pas, porque

    sua

    metaera ambiciosa. Seu

    propsito

    era formarpesquisadores para, em

    colaborao

    com

    profissionais tecnologicamente habilitados

    e

    voltados

    paraas

    atividades

    da

    produo mineral, exercer atividades como

    a

    explo-

    raodejazidas.

    O

    professor

    Ettore

    Onorato

    deu

    novo impulso

    Mineralogia no

    Brasil, sempre ensinando como realizar pesquisacientfica

    e

    como for-

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    mar

    recursos humanos paraas Geocincias. Devido minha especiali-

    zao em Mineralogia entre 1936 a 1940, fuidestacado para assistente

    de

    Ettore Onorato.

    Este, quando chegouaoBrasil,noinciode 1935,

    teve como primeiro assistente

    o

    professor Reynaldo Ramos

    de

    Saldanha

    daGama engenheiro formado pela Escola Politcnicado Rio deJanei-

    ro). Quando Onorato regressou Itlia, em 1940, a cadeira foi desdo-

    brada em

    duas:

    o

    professor Reynaldo

    Saldanha da

    Gama assumiu

    a

    docncia de Mineralogia e eu a de Petrologia.

    EA

    Como o senhor

    analisa

    a

    sada

    da Faculdade de

    F i l o s o f i a

    das

    reas de cincias Fsica

    Qumica

    Biologia etc.?

    RRF

    Como

    um fato

    natural, tendo

    em

    vista

    o

    crescimento

    dessa Faculdade. Houve divergncia sobre

    o

    assunto,

    mas

    certas reas,

    para se desenvolverem, reclamavama criao de institutos isolados,

    como

    o

    caso

    da

    Fsica,

    da

    Qumica,

    da

    Geocincias, entre outras.

    Tudo

    isso passou

    e a USP

    est

    em

    pleno funcionamento. Acreditamos

    que o

    desmembramento

    da

    Faculdade

    de

    Filosofia, Cincias

    e

    Letras

    da

    USP,

    em

    institutos e a Faculdade deFilosofia, Letras e Cincias Humanas,

    ocorrido

    h

    alguns anos,

    no

    alterou seus objetivos iniciais 1934).

    O

    ensino,

    as

    atividades culturais

    e de

    pesquisa continuam

    os

    mesmos.

    Os

    fatossucederam-se naturalmente, comoem umafamlia.No princpio,

    ocasale os filhosvivem juntos.Com opassardosanos,os filhos vo se

    casandoe criando novasfamliassem, entretanto, romper com o ncleo

    original. Essa

    a

    vida.