Saber e Sujeito Na Modernidade

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Saber e sujeito na modernidade a partir de W. Goethe e F. Dostoiévski Partimos do pressuposto segundo o qual a época moderna se caracteriza pela passagem de um tempo pré-moderno no qual o indivíduo estava subordinado a forças que o superam de todos os lados, isto é, por grandes narrativas que dão as coordenadas fixas e estáveis para sua ação, para o tempo moderno composto por indivíduos independentes e autônomos. O programa emancipatório da modernidade consistia em que os indivíduos se libertassem dos ídolos e se tornarem autônomos através de uma constante e infindável ascese crítica (exercício auto-crítico entendido como suporte de autonomia). Este tipo de projeto emancipatório estava ancorado em um saber para lá das trevas religiosas, um saber capaz de passar do mundo fechado ao universo infinito de possibilidades de controle da natureza. Apesar do otimismo este projeto emancipatório, as consequências não foram as previstas. No terreno da subjetividade, esta destituição da metanarrativa religiosa como fonte explicativa das ações empreendidas pelos indivíduos terminou por provocar, como efeito colateral, conflitos penosos. Antes de a neurose ser um problema para a psicanálise, no século XX, a literatura havia problematizado esta questão. É por meio de Fiódor Dostoiévski que podemos ilustrar a maneira pela qual o projeto emancipatório moderno de emancipação individual pode se converter em desamparo e sofrimento.

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Saber e sujeito na modernidade a partir de W. Goethe e F. DostoivskiPartimosdopressupostosegundooqualapocamodernasecaracterizapelapassagem de um tempo pr-modernono qual o indivduo estava subordinado a forasque o superam de todos os lados, isto , por grandes narrativas que do as coordenadasfixas e estveis para sua ao, para otempo modernocomposto por indivduosindependentes e autnomos.programa emancipat!rio da modernidade consistia emque os indivduos se libertassem dos dolos e se tornarem autnomos atravs de umaconstante e infindvel ascese crtica "exerccio auto#crtico entendido como suporte deautonomia$. %ste tipo de pro&eto emancipat!rio estava ancorado em um saber para l dastrevas religiosas, um saber capaz de passar do mundo fechado ao universo infinitodepossibilidades de controle da natureza.'pesar do otimismo este pro&eto emancipat!rio, as consequ(ncias no foram asprevistas. )o terreno da sub&etividade, esta destituio da metanarrativa religiosa comofonte explicativa das a*es empreendidas pelos indivduos terminou por provocar, comoefeito colateral, conflitos penosos. 'ntes de aneuroseser umproblema para apsicanlise, no sculo ++, a literatura ,avia problematizado esta questo. - por meio de.i!dor /ostoivs0i que podemos ilustrar a maneira pela qual o pro&eto emancipat!riomoderno de emancipao individual pode se converter em desamparo e sofrimento.