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Ano Lectivo 2010/2011 p. 1/6 Escola Secundária de Casquilhos Língua portuguesa 8º ano Turma B 25 de Novembro de 2010 Prof.ª Carla Diogo Teste de Avaliação 2ª Unidade (85 minutos) GRUPO I (50 PONTOS) “A Saga” é a história de um rapaz chamado Hans que desejava viajar por mares e terras desconhecidas. Um certo dia, este fugiu de casa num cargueiro e desembarcou numa cidade que não conhecia. Aí, conheceu Hoyle, um negociador e conhecedor de barcos, com quem passou a viver. TEXTO Lê atentamente o texto que se segue. 1 5 10 15 20 25 No entanto Hans suspirava e nas longas noites de Inverno procurava ouvir, quando o vento soprava do sul, entre o sussurro dos abetos, o distante, adivinhado, rumor da rebentação. Carregado de imaginações, queria ser, como os seus tios e avós, marinheiro. Não para navegar apenas entre as ilhas e as costa do Norte, seguindo nas ondas frias os cardumes de peixe. Queria navegar para o Sul. Imaginava as grandes solidões do oceano, o surgir solene dos promontórios, as praias onde baloiçavam coqueiros e onde chega até ao mar a respiração dos desertos. Imaginava as ilhas de coral azul que são como os olhos azuis do mar. Imaginava o tumulto, o calor, o cheiro a canela e laranja das terras meridionais. Queria ser um daqueles homens que a bordo do seu barco viviam rente ao maravilhamento e ao pavor, um daqueles homens de andar baloiçado, com a cara queimada por mil sóis, a roupa desbotada e rija do sal, o corpo direito como um mastro, os ombros largos de remar e o peito dilatado pela respiração dos temporais. Um daqueles homens cuja ausência era sonhada e cujo regresso, mal o navio ao longe se avistava, fazia acorrer ao cais as mulheres e as crianças de Vig e a história que eles contavam era repetida e contada de boca em boca, de geração em geração, como se cada um a tivesse vivido. (…) Em Agosto, chegou a Vig, vindo da Noruega, um cargueiro inglês que se chamava Angus e seguia para o Sul. O capitão era um homem de barba ruiva e aspecto terrível que navegara até aos mares da China. Foi no Angus que Hans fugiu de Vig, alistado como grumete. (….) A sua adolescência cresceu entre os cais, os armazéns e os barcos, em conversas com marinheiros embarcadiços e comerciantes. De um barco ele sabia tudo desde o porão até ao cimo do mais alto mastro. E, ora a bordo ora em terra, ora debruçado nos bancos da escola sobre mapas e cálculos, ora mergulhado em narrações de viagens, estudando, sonhando e praticando, ele preparava-se para cumprir o seu projecto: regressar a Vig como capitão de um navio, ser perdoado pelo Pai e acolhido na casa. Dois dias depois de ter recolhido Hans, Hoyle levou-o ao centro da cidade e comprou-lhe as roupas de que precisava e também papel e caneta. Hans escreveu para casa: pediu com ardor perdão da sua fuga, dizia as suas razões, as suas aventuras e o seu paradeiro. Prometia que um dia voltaria a Vig e seria o capitão de um grande veleiro. A resposta só veio meses depois. Era uma carta da mãe. Leu: “Deus te perdoe, Hans, porque nos injuriaste e abandonaste. Manda-me o teu pai que te diga que não voltes a Vig pois não te receberá.” Depois dessa carta, Hans sonhou com Vig muitas vezes. (…) Sophia de Mello Breyner Andresen, "A Saga" in Histórias da Terra e do Mar Leitura: Texto narrativo Conhecimento explícito: Acentuação, Classes de palavras; Graus dos adjectivos; Funções sintácticas; Tipos e formas de frase Expressão escrita: Construção de uma carta. NOME:…………………………………………………………… N.º …….. CLASSIFICAÇÃO: …………………………...………………… PROF……………………………………….. DATA ENTREGA:……/11/2010 ENC. ED…………………………………………………….. Observações: ……………………………………………………………………………………………………….………………………. …………………………………………………………………………………………………………………………………………………

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Ano Lectivo 2010/2011 p. 1/6

Escola Secundária de Casquilhos

Língua portuguesa – 8º ano – Turma B 25 de Novembro de 2010 Prof.ª Carla Diogo

Teste de Avaliação – 2ª Unidade (85 minutos)

GRUPO I (50 PONTOS)

“A Saga” é a história de um rapaz chamado Hans que desejava viajar por mares e terras desconhecidas. Um certo dia, este fugiu de casa num cargueiro e desembarcou numa cidade que não conhecia. Aí, conheceu Hoyle, um negociador e conhecedor de barcos, com quem passou a viver.

TEXTO

Lê atentamente o texto que se segue.

1 5 10 15 20 25

No entanto Hans suspirava e nas longas noites de Inverno procurava ouvir, quando o vento soprava do sul, entre o sussurro dos abetos, o distante, adivinhado, rumor da rebentação. Carregado de imaginações, queria ser, como os seus tios e avós, marinheiro. Não para navegar apenas entre as ilhas e as costa do Norte, seguindo nas ondas frias os cardumes de peixe. Queria navegar para o Sul. Imaginava as grandes solidões do oceano, o surgir solene dos promontórios, as praias onde baloiçavam coqueiros e onde chega até ao mar a respiração dos desertos. Imaginava as ilhas de coral azul que são como os olhos azuis do mar. Imaginava o tumulto, o calor, o cheiro a canela e laranja das terras meridionais. Queria ser um daqueles homens que a bordo do seu barco viviam rente ao maravilhamento e ao pavor, um daqueles homens de andar baloiçado, com a cara queimada por mil sóis, a roupa desbotada e rija do sal, o corpo direito como um mastro, os ombros largos de remar e o peito dilatado pela respiração dos temporais. Um daqueles homens cuja ausência era sonhada e cujo regresso, mal o navio ao longe se avistava, fazia acorrer ao cais as mulheres e as crianças de Vig e a história que eles contavam era repetida e contada de boca em boca, de geração em geração, como se cada um a tivesse vivido. (…) Em Agosto, chegou a Vig, vindo da Noruega, um cargueiro inglês que se chamava Angus e seguia para o Sul. O capitão era um homem de barba ruiva e aspecto terrível que navegara até aos mares da China. Foi no Angus que Hans fugiu de Vig, alistado como grumete. (….) A sua adolescência cresceu entre os cais, os armazéns e os barcos, em conversas com marinheiros embarcadiços e comerciantes. De um barco ele sabia tudo desde o porão até ao cimo do mais alto mastro. E, ora a bordo ora em terra, ora debruçado nos bancos da escola sobre mapas e cálculos, ora mergulhado em narrações de viagens, estudando, sonhando e praticando, ele preparava-se para cumprir o seu projecto: regressar a Vig como capitão de um navio, ser perdoado pelo Pai e acolhido na casa. Dois dias depois de ter recolhido Hans, Hoyle levou-o ao centro da cidade e comprou-lhe as roupas de que precisava e também papel e caneta. Hans escreveu para casa: pediu com ardor perdão da sua fuga, dizia as suas razões, as suas aventuras e o seu paradeiro. Prometia que um dia voltaria a Vig e seria o capitão de um grande veleiro. A resposta só veio meses depois. Era uma carta da mãe. Leu: “Deus te perdoe, Hans, porque nos injuriaste e abandonaste. Manda-me o teu pai que te diga que não voltes a Vig pois não te receberá.” Depois dessa carta, Hans sonhou com Vig muitas vezes. (…)

Sophia de Mello Breyner Andresen, "A Saga" in Histórias da Terra e do Mar

Leitura: Texto narrativo Conhecimento explícito: Acentuação, Classes de palavras; Graus dos adjectivos; Funções sintácticas; Tipos e formas de frase Expressão escrita: Construção de uma carta.

NOME:…………………………………………………………… N.º …….. CLASSIFICAÇÃO: …………………………...…………………

PROF……………………………………….. DATA ENTREGA:……/11/2010 ENC. ED……………………………………………………..

Observações: ……………………………………………………………………………………………………….……………………….

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Ano Lectivo 2010/2011 p. 2/6

1. Para cada uma das afirmações que se seguem, escreve a letra correspondente a

Verdadeira (V) ou Falsa (F), de acordo com o sentido do texto. Corrige as frases falsas.

1.1. Hans desejava ser marinheiro para conhecer os mares do norte. F. Hans queria viajar entre as ilhas do norte mas sobretudo conhecer as terras do sul.

1.2. A personagem aspirava pertencer àquele grupo de homens que viajavam

exclusivamente por prazer.

F. Hans aspirava ser um verdadeiro marinheiro, não só para conhecer as terras do

mundo mas também para saber tudo sobre barcos.

1.3. O que precipitou a fuga de Hans foi a chegada do navio Angus. V

1.4. Do porão até ao mastro, Hans sabia tudo sobre barcos, pois passara grande parte

da sua adolescência entre os cais com os marinheiros.

V

1.5. O grande desejo da personagem era rever os amigos de Vig.

F. O grande sonho da personagem era ser perdoado pelo pai e regressar a Vig.

1.6. Na carta que Hans escreveu para sua casa, pedia que lhe enviassem dinheiro.

F. Hans pedia apenas que o pai lhe perdoasse.

2. Hans sonhava com uma vida diferente daquela que tinha em Vig, a sua ilha.

Caracteriza o sonho da personagem.

Hans sonhava ser marinheiro como muitos elementos da sua família. Queria conhecer as

terras do sul, experimentar as grandes solidões dos oceanos, conhecer as ilhas de coral

azul e experienciar outras sensações, outros cheiros. No fundo, queria conhecer o

mundo.

3. Explica, por palavras tuas, o sentido da frase

«Queria ser um daqueles homens que a bordo do seu barco viviam rente ao

maravilhamento e ao pavor(…)» (linha 8)

Esta frase significa que Hans tinha consciência das maravilhas do mar mas também dos

seus perigos e obstáculos. No entanto, a personagem queria que a sua vida fosse marcada por essa adrenalina, isto é, uma verdadeira aventura.

4. Localiza a acção no espaço e no tempo.

Quanto ao espaço, a acção localiza-se inicialmente em Vig e depois em todos os lugares

e portos por onde Hans passou.

Relativamente ao tempo, decorre durante a adolescência de Hans.

5. Caracteriza a juventude de Hans, após a sua fuga de Vig.

A juventude de Hans foi passada entre os cais, os armazéns e os barcos, onde conheceu

inúmeras pessoas ligadas ao mar. Aprendeu tudo o que se referia ao conhecimento de

um barco e da vida marinha. Ora viajava, ora ficava em algumas cidades onde

frequentava a escola e se ia tornando capitão de navio.

6. Elabora o retrato psicológico de Hans.

Hans era acima de tudo corajoso, aventureiro e determinado. Mesmo amando os pais e

a sua ilha, teve a capacidade de usar a sua inteligência e partir numa aventura que lhe

permitia realizar o seu sonho. Por outro lado, era um jovem afectuoso pois amava a sua

família e nunca a esqueceu.

6.1. Transcreve do texto um exemplo de caracterização indirecta.

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Ano Lectivo 2010/2011 p. 3/6

7. Identifica o recurso expressivo presente na seguinte frase:

« Carregado de imaginações, queria ser, como os seus tios e avós, marinheiro.» (l. 2 e

3).

Metáfora ou comparação.

8. Classifica o narrador deste texto, quanto à participação. Justifica.

Não participante porque conta a história na 3ª pessoa.

9. Atribui um título ao texto.

GRUPO II (25 PONTOS)

1. Preenche a grelha com palavras das classes indicadas, retiradas do texto.

Nomes Adjectivos Verbos Determinantes Pronomes

2. Classifica as palavras quanto à acentuação

Palavra Classificação

Longas

Ouvir

Ausência

Armazéns

Desbotada

Homens

Cálculos

3. Complete cada uma das frases seguintes, usando a forma verbal adequada.

3.1. __pensa-se________________________ (pensa-se/pensasse) que Hans não terá

sido completamente feliz por não ter voltado a Vig.

3.2. A mãe de Hans gostaria que ele ____concretizasse_________________

(concretiza-se/concretizasse) o seu sonho mas também que não

___________desiludisse_____________ (desilude-se/desiludisse) o pai.

3.3. Por vezes, __________sofre-se________ (sofre-se/sofresse) com as decisões que

tomamos.

3.4. Apesar de tudo, se Hans não _______corresse____________ (corre-se/corresse)

em busca dos seus sonhos também teria sido infeliz.

4. Constrói frases para cada um dos tipos de sujeito indicados:

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Ano Lectivo 2010/2011 p. 4/6

4.1. Sujeito simples

4.2. Sujeito composto

4.3. Sujeito nulo subentendido

4.4. Sujeito nulo indeterminado

4.5. Sujeito nulo expletivo

5. Estabelece a correspondência entre as duas colunas, através da letra adequada, de

modo a identificar correctamente a função sintáctica da expressão sublinhada.

5.1. Hans concentrava o seu espírito.

5.2. Hans imaginava os países do sul.

5.3. As gaivotas em bando recolhiam a terra.

5.4. O rapaz não era totalmente feliz.

5.5. Hans não queria desobedecer ao pai.

5.6. Hans observou-a pela última vez.

5.7. Hans gostava, realmente, do pai.

5.8. Hans morou em diversos lugares.

A. Complemento directo

B. Predicado

C. Sujeito

D. Complemento indirecto

E. Predicativo do sujeito

F. Comp. oblíquo

G. Modificador

5.1. 5.2. 5.3. 5.4. 5.5. 5.6.

5.7. 5.8.

6. Constrói uma frase para casa um dos graus assinalados na tabela.

GRAU COMPARATIVO

GRAU SUPERLATIVO

Frases de superioridad

e

de igualdade

relativo de superiorida

de

relativo de inferioridade

absoluto analítico

Absoluto sintético

x

x

x

x

x

x

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Ano Lectivo 2010/2011 p. 5/6

7. Constrói frases, respeitando o tipo e a forma indicados:

a) Tipo declarativo, forma afirmativa, neutra.

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b) Tipo interrogativo, forma negativa, neutra.

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c) Tipo exclamativo, forma afirmativa, enfática.

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d) Tipo imperativo, forma negativa, neutra/enfática.

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GRUPO III – PRODUÇÃO ESCRITA (25PONTOS)

1. Constrói uma carta familiar, de 20 a 25 linhas, a partir de UM dos temas propostos. Respeita os aspectos formais da carta.

a) Por vezes, durante a adolescência há momentos em que os amigos nos fazem muita falta e em que os

dias parecem não acabar.

Imagina-te num desses dias e escreve uma carta a uma pessoa tua amiga, real ou imaginária. Na tua carta,

relata-lhe um episódio importante que gostasses de partilhar.

b) Imagina a carta que Hans terá escrito à mãe, contando as suas aventuras e revelando a vontade de

tornar a Vig.

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Bom Trabalho! A Professora: Carla Diogo