Saiamos, saiamos para oferecer a todos a vida de Jesus ... · através da vida de nossas...

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Saiamos, saiamos para oferecer a todos a vida de Jesus Cristo! Prefiro uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento e a comodidade de se agarrar às próprias seguranças. Não quero uma Igreja preocupada com ser o centro. Se alguma coisa nos deve santamente inquietar e preocupar a nossa consciência é que haja tantos irmãos nossos que vivem sem a força, a luz e a consolação da amizade com Jesus Cristo, sem uma comunidade de fé que os acolha, sem um horizonte de sentido e de vida. (EG 49).

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Saiamos, saiamos para oferecer a todos a vida de Jesus Cristo!

Prefiro uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído

pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento e a

comodidade de se agarrar às próprias seguranças. Não quero

uma Igreja preocupada com ser o centro.

Se alguma coisa nos deve santamente inquietar e preocupar a

nossa consciência é que haja tantos irmãos nossos que vivem

sem a força, a luz e a consolação da amizade com Jesus Cristo,

sem uma comunidade de fé que os acolha, sem um horizonte de

sentido e de vida. (EG 49).

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Plano de Evangelização
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APRESENTAÇÃO

O Plano de Evangelização que estamos apresentando à Igreja de Manaus, tem suas raízes na natureza da Igreja que vive em estado permanente de missão. A sua única pretensão é a de ser um instrumento da pastoral de conjunto, tão desejada e tão necessária. Para tanto é preciso que seja assumido por todos.

Como Igreja missionária queremos dar testemunho de Jesus Cristo através da vida de nossas comunidades que, reunidas em torno da Palavra e da Eucaristia, servem às pessoas e à humanidade sendo luz, fermento, sal e semente. Numa sociedade cada vez mais plural, queremos estar abertos ao diálogo e a cooperação, certos de que o ecumenismo é uma exigência intrínseca de nossa fé. Nunca renunciamos ao anuncio explicito de Jesus Cristo e a proclamação alegre e exigente do Reino de Deus.

O plano é fruto de um longo processo de participação que teve seu ponto alto na IX APA, mas que perpassou todas as nossas estruturas de comunhão, desde os conselhos de comunidade, de áreas, de paróquias, de setor, até o de Presbíteros e o Arquidiocesano de Pastoral. Pastorais, movimentos e serviços deram a sua contribuição valiosa. O próprio processo foi evangelizador na medida em que gerou comunhão e dela se alimentou. Uma das condições de sua implementação é o bom funcionamento e a vitalidade destas estruturas.

Não inventamos a Igreja. Uma nuvem de testemunhas nos precede e nos acompanha. Temos uma história que é sempre lembrada com gratidão. Crer é fazer memória e descobrir a ação do Espirito no espaço e no tempo.

Temos a graça de viver num tempo de renovação. Cinquenta anos depois do Concilio, o papa Francisco, na linha dos seus predecessores nos faz um apelo e nos chama à conversão pessoal e pastoral. Com ele queremos reafirmar a alegria do Evangelho bem como as suas exigências radicais.

Estamos convencidos da urgência da Missão e da necessidade de sermos generosos e criativos na nossa ação pastoral.

Neste espirito chegamos a conclusão de que os nossos principais desafios hoje são: Evangelizar a Juventude, implantar o processo de Iniciação a vida cristã, cuidar dos membros da comunidade, fortalecer a

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pastoral de conjunto, renovar as paróquias e áreas missionárias como

comunidade decomunidades, acolher migrantes e indígenas, retomar as

escolas de fé e política, ser presença nos conselhos paritários,

evangelizar os moradores de condomínios e novos conjuntos

habitacionais, assumir a missão “ad gentes”.

Não nos esquecemos de que a vida e, portanto a evangelização, é

um mistério que acontece e se revela no quotidiano, nos encontros

pessoais, na alegria e na dor partilhadas, no nascer e no morrer, na

presença solidária, em grandes gestos e dramas, mas também nos

pequenos sorrisos que iluminam, enfim na ternura de Deus que se

manifesta na nossa.

Planos, metas, ações comuns, eventos, formação, estruturas, são

necessários e até mesmo essenciais, mas não substituem a vida que se

doa, e só servirão para evangelizar se estiverem impregnados pelo amor

que gera e se alimenta da fé e da esperança.

Mãos a obra. Permitamos ao Espirito continuar e completar o que

em nós começou.

Dom Sergio Castriani, Arcebispo de Manaus

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INTRODUÇÃO

Recordando as palavras de Dom Sergio Castriani no discurso

inicial da IX Assembleia Pastoral, afirmando que somos todos

COLHEDORES, nos faz refletir nas de São Paulo, quando escrevia à

comunidade dos Coríntios (3,6-8): “eu plantei, Apolo regou, mas era Deus

que fazia crescer. Assim, aquele que planta não é nada, e aquele que

rega também não é nada: só Deus é que conta, pois é ele quem faz

crescer”. De fato somos colhedores, semeadores e servidores da Vinha

do Senhor. De nada adianta nosso trabalho pastoral se o motivo principal

não for Jesus Servidor, como nos recorda São João (13,14), na cena do

lava pés: “eu, que sou o Mestre e o Senhor, lavei os seus pés; por isso

vocês devem lavar os pés uns dos outros”.

No anúncio da evangelização muitos antes de nós, e entre nós,

SEMEARAM, mas quem faz crescer o Reino é Deus, mediante a luz do

Espírito Santo, protagonista da missão eclesial (cf RM 21). No dizer de

Madre Tereza de Calcutá, somos o lápis, mas quem escreve é Deus.

Neste sentido, temos um longo caminho a percorrer na evangelização,

sempre na presença do Senhor (cf Rs 19, 7). Nas palavras de São João

Paulo II, a missão está apenas começando, pois somente a missão

renova a Igreja, revigora a fé e dá novo entusiasmo (cf RM 2).

Os resultados da IX Assembleia Pastoral são frutos da

participação de todos, iluminados pelo Espírito Santo, que nos ajudou a

decidir por 10 desafios pastorais. Obviamente, como sinal de comunhão

na evangelização, estes desafios devem ser considerados e assumidos

por todos, sobretudo quando as comunidades pastorais e movimentos se

reunirem para realizar seu planejamento pastoral, não se esqueçam de

adequar o Plano à sua realidade paulatinamente, nos próximos 4 anos.

Com as decisões da IX APA a Igreja de Manaus renova seu compromisso com a evangelização e assume o mesmo objetivo da Igreja do Brasil: “Evangelizar, a partir de Jesus Cristo e na força do Espírito Santo, como Igreja discípula, missionária e profética, alimentada pela Palavra de Deus e pela Eucaristia, à luz da evangélica opção preferencial pelos pobres, para que todos tenham vida (Jo 10,10), rumo ao Reino definitivo”, pois “toda ação eclesial brota de Jesus Cristo e se volta para Ele e seu Reino. Jesus Cristo é nossa razão de ser, origem de nosso agir, motivo de nosso pensar e sentir. Nele, com Ele e a partir d'Ele

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mergulhamos no mistério trinitário, construindo nossa vida pessoal e

comunitária” (DGAE, 4).

Certamente, a evangelização ocorre a partir de Cristo. Somente

com Ele é possível ultrapassar uma pastoral de mera conservação ou

manutenção para assumir uma pastoral decididamente missionária,

numa atitude que, corajosa e profeticamente, o Documento de Aparecida

chamou de conversão pastoral (cf DAp, 370). A conversão antes de ser

pastoral é uma experiência pessoal, a partir do encontro com o Senhor

(Jo 1,38-42), pois “a primeira motivação para evangelizar é o amor que

recebemos de Jesus, aquela experiência de sermos salvos por Ele que

nos impele a amá-Lo cada vez mais” (EG 264). Neste sentido, urge a

conversão pessoal, pastoral e missionária, ou seja, toda a Igreja que se

converte ao Senhor para realizar uma Nova Evangelização que vai ao

encontro das pessoas, especialmente os pobres (cf Lc 4, 18-19; Mt 5,3;

Mt 25, 31-46;Tg 2,5), pois são eles, os que mais sofrem exclusão social, e

às vezes por parte da Igreja sofrem discriminação pela falta de cuidado

espiritual (cf EG 200).

O ponto central do Plano de Pastoral são os âmbitos da

evangelização: Pessoa, Comunidade e Sociedade. Estes âmbitos e os

desafios estão iluminados pela reflexão bíblica e os textos do magistério,

sobretudo a exortação apostólica do Papa Francisco, ALEGRIA DO

EVANGELHO e o Documento 100 da Conferência Nacional dos Bispos

do Brasil: Comunidades de comunidades, uma nova paróquia, conversão

pastoral da paróquia.

No Plano de Pastoral, para cada desafio, há várias pistas de

ação. Estas pistas são caminhos que nos ajudarão a concretizar os 10

desafios, presentes em cada âmbito da evangelização da Igreja de

Manaus. A Coordenação de Pastoral acompanhará a implantação do

Plano Pastoral e cuidará de encaminhar os desafios em nível de

Arquidiocese.

Enfim, está em suas mãos o Plano de Pastoral que deverá ser

estudado, aprofundado e concretizado por todos. Que Deus nos abençoe

e que nosso Plano Pastoral dê seus frutos segundo a vontade do Senhor.

Coordenação Pastoral

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PESSOA, COMUNIDADE E SOCIEDADE

Os três âmbitos da Ação Evangelizadora da Igreja para os

próximos quatro anos. Estas três realidades não se apresentam

separadas, mas interligadas e complementares.

I. A EVANGELIZAÇÃO DA PESSOA

A Exortação Apostólica pós-sinodal Evangelii Gaudium nos

convida a uma nova etapa evangelizadora considerando três âmbitos: o

da pastoral ordinária, as pessoas batizadas que não vivem as exigências

do batismo e os que não conhecem Jesus ou sempre o recusaram (14).

Somos convidados a um processo de discernimento, purificação e

reforma (30). A atitude que se pede da Igreja aqui é ser a “casa aberta do

Pai” (47). Diante da necessidade de estarmos mais perto dos outros

somos convidados a uma evangelização pessoa a pessoa (127); é-nos

proposto o caminho da pregação bem preparada, de uma catequese

querigmática e do acompanhamento pessoal ao redor da Palavra de

Deus (Cap III).

1º Desafio – Evangelização da JUVENTUDE

Mestre onde moras? Vinde e vede! (Jo 1,38-39)

No Amazonas, os jovens de 15 a 25 anos totalizam quase 30%

da população do Estado. Se por um lado percebemos uma indiferença de

uma parcela da juventude frente a Igreja, por outro lado eles estão

numerosos em nossas comunidades e pastorais, movimentos e serviços. Eles têm o direito de receber da Igreja o Evangelho e de serem

introduzidos na experiência do seguimento de Jesus. Mais que uma

reflexão, somos chamados a uma maior proximidade do mundo juvenil,

para que, a partir da própria juventude, descubramos caminhos novos da

evangelização (Cf. Doc 85 CNBB, Evangelização da Juventude).

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PISTAS DE AÇÃO

I. Fortalecer a Pastoral da Juventude na Arquidiocese de Manaus,

buscando promover uma formação integral e contínua, utilizando

meios criativos e modernos, com atenção a esses, após a

recepção dos sacramentos da IVC, levando ao compromisso

missionário.

II. Acompanhar pastoralmente as várias expressões juvenis da

Arquidiocese.

2º Desafio – Implantação do Processo de INICIAÇÃO A VIDA CRISTÃ

“Foram, viram onde Ele morava e permaneceram com Ele.”

(Jo 1, 39)

“Não se começa a ser cristão por uma decisão ética ou uma

grande ideia, mas pelo encontro com um acontecimento, uma Pessoa,

que dá novo horizonte à vida e, com isso, uma orientação decisiva” (DAp

243). Este encontro é mediado pela ação da Igreja. As mudanças atuais

exigem um contínuo anúncio de Jesus Cristo. Um processo permanente

de iniciação cristã que vai da acolhida, passa pela vivência comunitária e

gera o compromisso missionário. (Cf. Doc CNBB 94, Diretrizes Gerais).

PISTAS DE AÇÃO

I. Ampliar e fortalecer e dar mais aplicação a IVC nas

comunidades, partindo da comissão existente na arquidiocese,

visando o atendimento aos catecúmenos, crianças e adultos.

II. Valorizar e promover a formação aprofundada aos catequistas

e demais agentes de pastoral dentro da IVC.

III. Promover visita às famílias tendo antes uma formação

aprofundada no processo da IVC.

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IV. Levar em consideração a evangelização das crianças.

3º Desafio – Cuidado dos Membros da Comunidade

“Entre eles ninguém passava necessidade...” (At 4,34)

A Exortação Evangelii Gaudium chama atenção para algumas

tentações que afetam os agentes de pastoral: o desafio de uma

espiritualidade missionária, porque não se sentem identificados com a

missão evangelizadora; o desânimo egoísta, porque procuram fugir de

qualquer compromisso que lhes possa roubar o tempo livre; o

pessimismo estéril, sensação de derrota que nos transforma em

pessimistas lamurientos e desencantados com cara de vinagre; a

necessidade de relações novas geradas por Jesus Cristo, pois alguns

quiseram um Cristo puramente espiritual, sem carne nem cruz, também

se pretendem relações interpessoais mediadas apenas por sofisticados

aparatos, por ecrãs e sistemas que se podem acender e apagar à

vontade; o mundanismo espiritual, se esconde por detrás de aparências

de religiosidade e até mesmo de amor à Igreja, é buscar, em vez da glória

do Senhor, a glória humana e o bem-estar pessoal. É aquilo que o Senhor

censurava aos fariseus: “Como vos é possível acreditar, se andais à

procura da glória uns dos outros, e não procurais a glória que vem do

Deus único?” (Jo 5, 44); e a guerra entre nós mesmos, alguns deixam de

viver uma adesão cordial à Igreja por alimentar um espírito de contenda.

Mais do que pertencer à Igreja inteira, com a sua rica diversidade,

pertencem a este ou àquele grupo que se sente diferente ou especial. (cf

78-101).

Cuidar dos agentes é uma tarefa da comunidade, mas também

deve ser uma opção de crescimento na fé do próprio agente. Também ele

é um peregrino no caminho da Iniciação Cristã. Eis nosso desafio, superar

as tentações, mediante a graças de Deus, fortalecendo o vínculo da

fraternidade fundamentada no amor ao próximo como sinal da identidade

cristã (Jo 13,35).

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PISTAS DE AÇÃO

I. Promover encontros de formação às lideranças pastorais,

fortalecendo a Pastoral da Escuta e da Acolhida.

II. Fortalecer o Serviço de Atendimento Psicológico Familiar da

Arquidiocese de Manaus (SAPFAM), promovendo o cuidado das

famílias dos agentes.

III. Utilizar mais e da melhor forma os MCS, as redes sociais,

sobretudo as rádios Castanho e Rio Mar para a evangelização.

IV. Promover a cu l tu ra vocac iona l nas comun idades ,

conscientizando todos os batizados de que são chamados a

serem discípulos missionários e promotores das vocações

sacerdotais e religiosa.

II. A RENOVAÇÃO DA COMUNIDADE

1º Desafio: Fortalecimento da PASTORAL DE CONJUNTO

“Há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. Há diversidades

de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. Há diferentes trabalhos, mas

é o mesmo Deus que realiza tudo em todos” (Rm 12, 4-6).

Numa Arquidiocese cada vez mais marcada pela diversidade e

novas expressões pastorais, a relação de comunhão na missão é

também cada vez mais necessária. O novo Povo de Deus, ao mesmo

tempo em que respeita a diversidade, testemunha igualmente a unidade.

Ninguém consegue ser completo sozinho. As diferenças devem ser

superadas em vista de um objetivo comum: A MISSÃO. Pastoral de

Conjunto é quando aprendemos a trabalhar juntos. Neste sentido a

Pastoral de Conjunto não é uma pastoral a mais, mas um jeito de ser

Igreja, que vive a comunhão na certeza de que é conduzida pela Trindade

Santa, a melhor comunidade em comunhão de amor, modelo para as

nossas comunidades, pois a Santíssima Trindade é a fonte de amor que

alimenta a Igreja.

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PISTAS DE AÇÃO

I. Elaborar um calendário de visita, sob a responsabilidade da

Coordenação de Pastoral, para acompanhamento sistemático

nas paróquias/áreas missionárias das atividades assumidas no

Plano Pastoral.

II. Que o planejamento pastoral dos setores, das paroquias e áreas

missionarias, pastorais, serviços, movimentos e comunidades de

vida sejam feitos à luz do Plano de Pastoral.

III. Incentivar melhor a partilha eclesial em nossa arquidiocese,

promovendo ações solidárias, no campo econômico e no âmbito

pastoral, entre as comunidades, incentivando o Projeto Igrejas –

Irmãs/ Comunidades-Irmãs.

IV. Proporcionar formação nos aspectos sócio-transformador para

professores que já possuem engajamento nas comunidades,

como forma mais efetiva de atingir o público escolar.

2º Desafio: Renovação das PARÓQUIAS E ÁREAS MISSIONÁRIAS

COMO COMUNIDADE DE COMUNIDADES

“Eles eram perseverantes em ouvir o ensinamento dos apóstolos, na

comunhão fraterna, na fração do pão e nas orações” (At 2,42).

A paróquia e área missionária para se renovar conforme as

exigências do Doc 100 da CNBB, passa pelo processo da conversão

pastoral. A setorização da paróquia e área missionária em grupos

menores para favorecer a participação e evangelização dos irmãos e

irmãs afastados é um exercício missionário urgente.

“Muitas comunidades e paróquias do país vivenciam

experiências de profunda conversão pastoral. São comunidades

ocupadas com a evangelização, a catequese como processo de iniciação

à vida cristã, a animação bíblica da pastoral, a liturgia viva e participativa,

a atuação da juventude, os ministérios exercidos por leigos e leigas, os

Conselhos Comunitários, o Conselho Paroquial de Pastoral e o Conselho

de Assuntos Econômicos.

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Quem participa da vida de sua paróquia tem vínculos

comunitários. Há interesse e empenho em atrair os afastados. Nessas

paróquias, os párocos e os cristãos engajados, homens e mulheres,

desenvolvem uma pastoral de comunhão e participação. Entretanto,

apesar dessa riqueza, algumas não conseguem atingir a maior parte das

pessoas de sua jurisdição, em vista da grande população ou extensão

territorial. Ainda lhes falta ampliar a ação evangelizadora fortalecendo

pequenas comunidades que, juntas, formam a única comunidade

paroquial.”

(CNBB, Doc. 100, n. 30)

PISTAS DE AÇÃO

I. Ser uma Igreja Samaritana em atitude de acolhida e em

movimento de saída.

II. Colocar em prática as recomendações e orientações do Doc. 100

– Comunidade de Comunidade: uma nova Paróquia.

III. A TRANSFORMAÇÃO DA SOCIEDADE

A Missão é o Caminho da Palavra. O Anúncio do Evangelho traz

consigo implicações sociais. As Diretrizes da Ação Evangelizadora

indicam que a urgência é o serviço à vida plena para todos. A Evangelii

Gaudium deixa claro que não existe confissão de fé sem compromisso

social (178). Trata-se de tirar as consequências práticas do Evangelho e

da Doutrina Social da Igreja.

“A Igreja, guiada pelo Evangelho da Misericórdia e pelo amor ao

homem, escuta o clamor pela justiça e deseja responder com todas as

suas forças”. Nesta linha, se pode entender o pedido de Jesus aos seus

discípulos: “Dai-lhes vós mesmos de comer” (Mc 6, 37), que envolve tanto

a cooperação para resolver as causas estruturais da pobreza e promover

o desenvolvimento integral dos pobres, como os gestos mais simples e

diários de solidariedade para com as misérias muito concretas que

encontramos.” ((Evangelii Gauidium, 188).

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1º Desafio: Acolhida dos MIGRANTES E INDÍGENAS

“ Não oprimas o estrangeiro... pois fostes estrangeiro na terra

do Egito”.

(Ex 23,9)

Manaus é uma cidade marcada pela mobilidade humana,

fenômeno que já atinge os outros municípios e nossa Arquidiocese.

Dentre estes peregrinos em busca de esperança estão os migrantes,

imigrantes, refugiados e povos indígenas. São os novos rostos

sofredores que doem em nós (cf DAp 65). A Igreja como Mãe deve sentir-

se como Igreja sem fronteiras, atenta ao fenômeno da mobilidade

humana (Cf. DAp, 412), dar atenção e debruçar-se sobre novas formas

de pobreza dentre as quais os povos indígenas. Como são belas as

cidades que superam a desconfiança e integram os que são diferentes!

(Cf Evangelii Gaudium 210).

PISTAS DE AÇÃO

I. Organizar e ampliar a pastoral do migrante nas Paróquias e

Áreas Missionárias, dando atenção à Evangelização dos

migrantes, imigrantes, refugiados e de indígenas que chegam e

que estão em nossas cidades, com visitas e acompanhamentos

pastorais e solidários com atenção à sua realidade social e

econômica.

II. Fortalecer a Pastoral Indigenista na Arquidiocese de Manaus,

apoiando suas ações nas paróquias e áreas missionárias.

III. Reconhecer a presença dos indígenas em nossas comunidades

e incentivar a sua participação mais visível em nossa Igreja.

2º Desafio: Retomada das ESCOLAS DE FÉ E POLÍTICA

“...A fé: se não se traduz em ações, por si está morta” (Tg”2,14).

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O protagonismo dos leigos é insubstituível e imprescindível na

ação transformadora da realidade em que vivem, marcada pela

exclusão e pela violência. Um de seus campos específicos de atuação

passa pela formação de pensadores e pessoas que estejam nos níveis

de decisão, evangelizando com especial atenção e empenho. (Cf. Carta

Encontro Igreja na Amazônia Legal Out/2013).

PISTAS DE AÇÃO

I. Retomar as Escolas de Fé e Política, dando atenção à

participação de leigos nos Conselhos de Direitos.

II. Recuperar a Comissão Ecumênica de Defesa da Vida.

3º Desafio: Presença nos CONSELHOS DE DIREITO E

PARTICIPAÇÃO POLÍTICA

“Os que são considerados chefes das nações as dominam e os seus

grandes fazem sentir seu poder. Entre vos não deve ser assim.”

(Mc 10,42-43)

Desde o início da formação da sociedade brasileira a Igreja

Católica contribuiu e participou de todos os acontecimentos históricos.

Hoje, mais que nunca, urge a participação dos cristãos, sobretudo os

leigos e leigas em todas as instâncias de participação da sociedade. A

nossa participação contribuirá para que a organização da sociedade

esteja a serviço de todos.

“Incentive-se cada vez mais a participação social e política dos

cristãos leigos e leigas nos diversos níveis e Instituições, ativa e

consciente nos Conselhos de Direitos. No mundo de hoje, com a crise da

Democracia representativa, cresce a importância e, portanto, a

necessidade de colaboração da Igreja, no fortalecimento da sociedade

civil, na participação em iniciativas de controle social, bem como no

serviço em prol da unidade e da fraternidade entre os povos.” (Doc.

CNBB 94, Diretrizes Gerais, 115).

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PISTAS DE AÇÃO

I. Ampliar a presença nos espaços de decisão: Conselhos de

Direitos, Conferências de Políticas Públicas, Audiências

Públicas, Associações e Movimentos Sociais, estimulando a

participação de leigos e leigas, religiosos (as) e padres (cf.

DIRETORIO DE PASTORAL).

II. Mapear e acompanhar a formação e ação dos católicos que estão

já atuando nos conselhos de direitos ou possam vir atuar

(Institucionalizando nossa participação e não individualizando).

III. Reaproximar a Igreja da Universidade dentro da Dimensão Social

para Transformação da Realidade (pastorais sociais).

IV. NOVOS DESAFIOS MISSIONÁRIOS

1º Desafio: Evangelização dos moradores de CONDOMÍNIOS E

CONJUNTOS HABITACIONAIS

“O que escutais ao pé do ouvido, proclamai sobre os telhados.” (Mt

10,27)

Enquanto assistimos o crescimento da capital e dos municípios

que compõem a Arquidiocese, percebemos que a expansão horizontal

(Manaus que se expande para zona norte) vai assumindo nova direção:

a verticalização das cidades. Este processo cria novas unidades

habitacionais: condomínios fechados de difícil acesso e os edifícios de

apartamentos com poucas relações de vizinhança. Este desafio,

próprio do contexto urbano, não inibe nossa ação missionária.

“Nos lugares de grande urbanização, a recusa em abrir casas

pode ser um fator complicador. Haverá então, pequenos grupos que

poderão ser formados por moradores de um edifício, mas também

pequenos grupos que poderão se formar com moradores de locais

distintos e mesmo distantes” (CNBB Doc.100, 250). Estes espaços

clamam pela Boa Notícia de Cristo. Ousadia e criatividade,

impulsionados pelo espírito da missão, em sair e ir ao encontro do outro.

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PISTAS DE AÇÃO

I. Dar atenção especial à evangelização em espaços de

condomínios e conjuntos residenciais.

2º Desafio: MISSÃO AD GENTES

“Ide pois, fazer discípulos entre todas as nações.” (Mt 28,19).

Antes de partir em missão é necessário uma ótima e qualificada

formação que “envolva a pessoa no saber, no fazer e no ser”. Isto implica,

tornar-se discípulo-missionária do Senhor, mediante uma formação

permanente e integral. Este processo de discipulado inicia com a adesão

e profunda consciência da pessoa de Jesus.

“A Evangelização está essencialmente relacionada com a

proclamação do Evangelho àqueles que não conhecem Jesus Cristo ou

sempre o recusaram. Muitos deles buscam secretamente a Deus,

movidos pela nostalgia do seu rosto, mesmo em países de antiga

tradição cristã. Os cristãos têm o dever de anunciá-lo, sem excluir

ninguém, e não como quem impõe uma nova obrigação, mas como

quem partilha uma alegria. A causa missionária deveria ser a primeira de

todas as causas” (Cf. Evangelii Gaudium 14-15).

PISTAS DE AÇÃO

I. Organizar e fortalecer a Formação Missionária em vista da

Missão Ad Gentes.

II. Fortalecer as Escolas de Formação (Teológica/Pastoral) de

forma descentralizada, com enfoque na espiritualidade

missionária, ampliando-as.

III. Promover, ampliar e incentivar as Santas Missões Populares.

IV. Dar maior atenção às pessoas, de modo geral, por meio das

visitas missionárias.

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