Saiba+ - Edição Outubro/Novembro de 2013

7
Desde 2006 28 de outubro de 2013 Realidade por trás do IDHM Ocupando o 28º lugar no ranking atual, com 0,805, segundo o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), a cidade de Campinas atingiu um nível considerado muito alto, já que o máximo é 1,0. Entretanto, a realidade da maioria da poulação aparenta ser outra. Pessoas de diferentes cantos da cidade revelam que estão longe tanto de pertencer aos números indicados pela pesquisa como a de ter uma perspectiva melhor em suas vidas. O IDHM leva em consideração a longevidade, a renda e o nível de educação e é construído a Págs. 4 e 5 Professor de Letras da PUC- Campinas, Carlos de Aquino Pereira conquista um novo marco de sua vida ao com- pletar 50 anos de carreira na instituição. Sua trajetória se confunde com a história da universidade. Antes de tra- balhar na PUC, ele também atuou em colégios da cidade, como o Pio XII, o que faz com que ele tenha mais de Pág. 6 Afundada em 2008, a caravela da Lagoa do Taquaral passa por um novo processo de revitaliza- ção desde de março deste ano, com previsão de término da obra daqui a dois anos. O novo projeto visa um trabalho educacional com crianças e estudantes. A nau já passou por várias tentativas de reforma, inclusive com ca- sos de roubos de materiais. Pág. 8 A cidade de Pedreira recebeu a médica cubana Ta- nia Sosa pelo Mais Médicos. Ela já participou de mis- sões humanitárias em vários países e diz não se importar com as críticas recebidas. Pág. 3 “Vim para contribuir”, diz médica cubana Faculdade de Jornalismo - Puc Campinas Beatriz Assaf Beatriz Assaf Professor da PUC completa 50 anos de carreira acadêmica Jovem gaúcha tenta recriar partido da Ditadura Militar Pág. 7 Prefeitura inicia nova tentativa de reforma da caravela Caravela da Lagoa do Taquaral em processo de restauração que só termina em 2015 Vinicius Falavigna Rodrigo Rabelo Carlos de Aquino, educador

description

 

Transcript of Saiba+ - Edição Outubro/Novembro de 2013

Page 1: Saiba+ - Edição Outubro/Novembro de 2013

Desde 2006 28 de outubro de 2013

Realidade por trás do IDHM

Ocupando o 28º lugar no ranking atual, com 0,805, segundo o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), a cidade de Campinas atingiu um nível considerado muito alto, já que o máximo é 1,0. Entretanto, a realidade da maioria da poulação aparenta ser outra. Pessoas de diferentes cantos da cidade revelam que estão longe tanto de pertencer aos números indicados pela pesquisa como a de ter uma perspectiva melhor em suas vidas. O IDHM leva em consideração a longevidade, a renda e o nível de educação e é construído a

Págs. 4 e 5

Professor de Letras da PUC- Campinas, Carlos de Aquino Pereira conquista um novo marco de sua vida ao com-pletar 50 anos de carreira na instituição. Sua trajetória se confunde com a história da universidade. Antes de tra-balhar na PUC, ele também atuou em colégios da cidade, como o Pio XII, o que faz com que ele tenha mais de

Pág. 6

Afundada em 2008, a caravela da Lagoa do Taquaral passa por um novo processo de revitaliza-ção desde de março deste ano, com previsão de término da obra

daqui a dois anos. O novo projeto visa um trabalho educacional com crianças e estudantes. A nau já passou por várias tentativas de reforma, inclusive com ca-sos de roubos de materiais. Pág. 8

A cidade de Pedreira recebeu a médica cubana Ta-nia Sosa pelo Mais Médicos. Ela já participou de mis-sões humanitárias em vários países e diz não se importar com as críticas recebidas. Pág. 3

“Vim para contribuir”, diz médica cubana

Faculdade de Jornalismo - Puc Campinas

Beatriz Assaf Beatriz Assaf

Professor da PUC completa 50

anos de carreira acadêmica

Jovem gaúcha tenta recriarpartido da Ditadura Militar Pág. 7

Prefeitura inicia nova tentativa de reforma da caravela

Caravela da Lagoa do Taquaral em processo de restauração que só termina em 2015

Vinicius Falavigna

Rodrigo Rabelo

Carlos de Aquino, educador

Page 2: Saiba+ - Edição Outubro/Novembro de 2013

Página 2

ARTIGO

Como é

grande o

nosso amor PRISCILA JORDÃO

ESTUDANTE DE JORNALISMO

Em quase três anos de faculdade, posso dizer

que se há uma classe com a qual aprendi a lidar foi a dos “antijornalistas”. As-

têm praticamente aversão a nós que escolhemos esse

banco, em qualquer lugar; - Você faz faculdade de quê?” Com alegria, tenho or-gulho de responder, como quem tem certeza de que fez a escolha certa na vida: - Jornalismo. A consequência quase que, em 90% das vezes, é um longo interminável silêncio, seguido por (em tom de lamentação e pie-dade): - Tem que fazer o que gosta, né? - dizem os “an-tijornalistas”, tentando ser simpático, embora não conseguindo.

Todas essas manifesta-ções acontecem em decor-rência da queda do diplo-ma como exigência para

ocorrida em 2009, que se resume a uma simples pergunta:

- Jornalista tem diplo-ma?

Sim. Aqueles que cum-priram o curso têm. O fato de não ser obrigatório não

-quentou a faculdade por quatro anos.

A falta de reconheci-mento perante a carreira é algo que me choca. O jor-nalismo me transformou de menina para mulher e já foi responsável por grandes conquistas para toda a sociedade, em di-versos momentos da his-tória.

Para mim, chega a ser

humanas que existem,

quase que uma prova de amor diária. Lidamos com pessoas o tempo todo, nos emocionamos com uma fonte, choramos quando a pauta cai, mas somente nós sabemos o orgulho de contribuir para a socieda-de com a informação, com nossas investigações, de-núncias, serviços.

Dessa forma, o Jorna-lismo, assim como todas

-peito sobre a escolha feita independente de qual seja. Não há nada mais praze-roso em fazer aquilo que se ama, talvez seja a única forma de atingir a felici-dade plena dentro do cam-

Costumo dizer que foi o Jornalismo que me esco-lheu. A escolha não tem a ver com status, com here-ditariedade, com dinheiro, com o exemplo de alguém próximo na família. Vem de dentro, da vontade de somar e se destacar. Meus pais, que poderiam ser os mais preocupados nesse sentido, nunca me critica-ram pela escolha.

Provavelmente, o Jor-nalismo será o grande amor da minha vida, da-queles que, por mais que a gente brigue, chore, te-nha “vontade de matar” de vez em quando, não sabe viver sem e não há nada pra comparar para poder explicar como é grande o nosso amor.

Em suma, quando en-cho meu peito de orgulho para dizer que faço Jor-nalismo, é porque sei da competência que tenho

escolhi. e da importân-cia dela para a sociedade, percebam os “antijornalis-tas”ou não. Serei jornalis-ta por inteira, assim como um médico, engenheiro ou advogado, nem mais nem menos e sim igual.

RÁPIDAS CARTA AO LEITOR

Esta edição do Saiba+ destaca a reportagem sobre personagens que não repre-

sentam o que a última pesquisa do IDHM revela. Com um índice relativamente alto,

Campinas tem em suas ruas pessoas que estão longe de se ver representadas aos nú-

meros indicados em relação à educação, longevidade e renda per capita. Na editoria

de saúde, a recém-chegada médica cubana Tania Sosa revela como foi a receptividade

dos brasileiros, o motivo que a levou a participar do Programa Mais médicos e como

funcionam os atendimentos. Ela trabalha em Pedreira, na Região Metropolitana de

Campinas (RMC), mas já fez parte de várias missões humanitárias, entre elas, no Haiti

e na Venezuela.

Campinas Carlos de Aquino Pereira, que completou 50 anos de atuação na universidade.

Em uma entrevista, a ativista Cibele Baginski retrata sua luta para a retomada do antigo

partido político Arena, que, na época do governo militar, era situação. O Saiba+ encerra

essa edição com a série “Campinas 240 anos”, que relembra a trajetória da réplica da

caravela da Lagoa do Taquaral e conta quais os planos futuros de sua restauração.

Boa Leitura!

Exposição de Biojone vai até 1/11

A exposição “Fábulas não escritas”, do artista campineiro Francisco Biojone, se encerra no dia 1° de novembro, com 19 aquarelas inédi-tas, produzidas neste ano. O evento ocorre no Museu de Arte Contemporânea José Pancetti (Macc). O horário para conhecer as obras é de terça a sexta-feira, das 9h às 17h. No sába-do, das 9h às 16h e, aos domingo e feriados, das 9h às 13h. O Macc é na Avenida Benjamin Constant, 1633, no centro. Grátis.

Faculdade divulga vencedores de concurso

literário

A Faculdade de Letras da PUC-Campinas di-vulgou os vencedores do 3º Concurso Literá-rio, no dia 16 de outubro. Na categoria Conto, a vencedora foi Jéssica Olmedo, de Publicida-de e Propaganda. Trata-se de “O Refúgio de Sara”. A estudante de Jornalismo Isadora Pi-menta 0cou em 2º lugar, com o conto “Chia-do”. Outro estudante de jornalismo também foi premiado: Pedro Fernandes Nogueira le-vou o 3º lugar, com “A” Bexiga”. Na categoria Poema, o vencedor foi Rafael Henrique Cen-son, com “In Memoriam- Litania para uma avó”. Em 2º segundo lugar, o estudante de Letras Claudio Roberto Avallone Srgoi Cor-rêa, com o poema “Futuro”. O universitário de Artes Fabiano Carriero Eiras 0cou em 3º lugar, com “Marimba”. Podiam participar do concurso todos os alunos do Centro de Lin-guagem e Comunicação (CLC).

Funcionários da PUC levam o prêmio Cine

Cosmo

O 0lme “Um amor, Duas Vidas”, foi o ven-cedor da 2º edição do festival de curta-me-tragens Cine Cosmo – Mostra Audiovisual Hardy Kowalesky, em Cosmópolis, na Região Metropolitana de Campinas (RMC). O even-to ocorreu nos dias 17, 18 e 19 de outubro. O curta foi produzido como projeto experimen-tal, dirigido pela recém-formada Fernanda Ferreira e realizado pelo LabIS. O 0lme tem direção de fotogra0a de Marco Doretto, edi-ção de João Solimeo, ambos funcionários da PUC-Campinas. Os curtas precisavam ter no máximo 25 minutos de duração e ter sido produzidos entre 2011 e 2013.

Unicamp discute informática e educação

A Unicamp vai sediar o Congresso Brasileiro de Informática da Educação (CBIE), nos dias 25 a 29 de novembro. O tema é “Informática na Educação: da pesquisa à ação”. A Unicamp realiza, na mesma data, também o encontro do 24º Simpósio Brasileiro de Informática na Educação (SBIE) e o 19º Workshop de Infor-mática na Escola (WIE). Para outras informa-ções: www.nied.unicamp.br/cbie2013.

SAIBA +

Jornal laboratório produzido por alunos da -

nas. Centro de Comunicação e Linguagem (CLC): Diretor: Rogério Bazi; Diretora-Ad-

Lindolfo Alexandre de Souza.

(Mtb 48.375).

Editora: Priscila JordãoDiagramadores: Ana Paula Menezes e

28 de outubro de 2013

Page 3: Saiba+ - Edição Outubro/Novembro de 2013

Página 3

Médica cubana atua em PedreiraContratada no Mais Médicos, Tania Sosa já atuou em missões humanitárias no Haiti e Venezuela

Thiago Marquezin Vágner dos Santos - PMP

“Viemos para o Bra-sil não para tomar o lu-gar dos médicos locais e sim somar para ofere-cer uma saúde de qua-lidade aos brasileiros”. Essa frase é da médica Tania Aguiar Sosa, mé-dica cubana vinda para o Brasil pelo programa “Mais Médicos” do Go-verno Federal.

Tânia, graduada pela Universidade de Cien-fuegos, possui um cur-rículo extenso na área da medicina, com 21

área de clínica geral. É especialista em saúde da família e mestre em medicina física e rea-bilitação. O Brasil é o terceiro país estrangeiro em que a médica cuba-na já desempenhou seu trabalho, já que partici-pou de missões huma-nitárias na Venezuela e Haiti.

Hoje ela atua na ci-dade de Pedreira, na Região Metropolitana de Campinas (RMC), no Posto de Saúde da Família “Benedito Cân-dido da Silva”, locali-zado no Jardim Andra-de, onde faz cerca de 30 atendimentos diários.

Apesar de estar con-tente com a nova expe-riência, Tania sente a falta de sua família, do

Aguada de Pasajeros, cidade da província de Cienfuegos, em Cuba. “Essa foi a primeira vez que vim ao exterior e minha família não me acompanhou. Está sen-do difícil, mas é por uma causa nobre”, des-taca.

Brasileiros

Diferentemente dos colegas cubanos re-preendidos por médicos brasileiros nos aeropor-

tos durante a chegada ao país, Tania conta que foi muito bem recebida por onde passou até chegar a Pedreira. “Nunca pen-sei que a imprensa e a sociedade se mobiliza-riam pela minha chega-da até a cidade e estou muito contente de de-sempenhar meu traba-

No entanto, Tania sabe que, em geral, a recepção dos colegas estrangeiros não foi a mesma para todos. “Os médicos do Brasil têm um conceito errado dos cubanos, pois não conhecem como nós somos e, se trabalhar-mos juntos, vão poder

iguais.”Até o mo-

mento, segundo ela, a relação com os pacien-tes e com os médicos de Pe-dreira tem sido boa. “Trabalho em um posto de saúde na cidade com um mé-dico local, que me tra-

viajei até o Brasil para fazer um bom trabalho para quem precisa da minha ajuda. Não há porque nos tratar dife-rentes por sermos es-trangeiros, pois temos o mesmo papel na socie-dade”, destaca.

A médica diz que faz um trabalho com agen-tes comunitários visi-tando os moradores em suas residências. “As pessoas estão muito contentes com a minha vinda e me recebem sempre muito bem em suas casas”, comenta Tânia.

Mais Médicos

trangeiros têm o direito de atuar em nosso país

por até três anos, prazo sujeito à prorrogação. O salário dos médicos integrantes do progra-ma “Mais Médicos” é de R$ 10 mil por mês. Entretanto, os cubanos, mesmo no Brasil, estão submetidos à lei traba-lhista de seu país de ori-gem. Para que ocorra o pagamento, o salário é repassado primeiramen-te ao governo de Cuba por intermédio da Or-ganização Pan-Ameri-cana da Saúde (Opas) e, somente após o trâmite, ele chega para os pro-

Mais Médicos veio para aumentar a qualidade e a assistência de saú-de oferecidas hoje para

a população do Brasil. Estarei todo tempo em que o Brasil necessitar de minha ajuda para sal-var vidas”, destaca.

O processo de sele-ção dos médicos por parte de Cuba, segundo a médica, era por expe-riência. “Nós fomos se-lecionados como traba-lhadores de saúde, tendo

de formação em medici-na generalista para estar aptos a desempenhar o trabalho no Brasil.”

Cuba x Brasil

Segundo dados di-vulgados pela Secreta-ria Municipal de Saúde de Pedreira, o Posto de Saúde da Família (PSF) onde a cubana trabalha atende três bairros, além da zona rural da cidade, somando mais de 4,8 mil pessoas cadastradas.

Para a médica, não há diferen-

no segmento da saúde brasileiro e cubano, possuin-do estruturas ne-cessárias para que se consiga desem-

penhar um trabalho de qualidade.

Língua

A língua, segundo a médica, não está sendo um empecilho para se comunicar com os nati-vos brasileiros, ao con-trário do que muitos crí-ticos ao Mais Médicos diziam que ocorreria.

“O espanhol e o por-tuguês são línguas pa-recidas e não tenho di-

que estão falando ou o que eu falo. Os pacien-tes me entendem, não gerando qualquer tipo se dúvida”, comenta. Mesmo assim, Tania faz aulas de português com uma professora parti-cular de Pedreira. Por enquanto, já tenta se expressar com, pelo me-nos, algumas palavras em português.

Tania Aguiar e enfermeira Tamara Campos

“Viemos para o Brasil não para tomar o lugar dos

médicos locais e sim somar para oferecer uma saúde de qualidade aos brasileiros”

Programa Mais Médicos

O programa Mais Mé-dicos foi instituído por uma Medida Provisória assinada pela presidente Dilma Rousseff e regu-lamentado por portaria conjunta dos ministérios da Saúde e da Educação (MEC).

Faz parte de ações de melhoria do atendi-mento aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), com objetivo de acelerar os investimen-tos em infraestrutura nos hospitais e unidades de saúde, além de ampliar o número de médicos nas regiões carentes do país, como os municípios do interior e as periferias das grandes cidades.

A iniciativa prevê a expansão do número de vagas de Medicina em cursos superiores e de residência, o aprimora-mento da formação mé-dica no Brasil e a chama-da imediata de médicos, estrangeiros ou brasi-leiros, para municípios

indígenas.

28 de outubro de 2013

SAÚDE

Page 4: Saiba+ - Edição Outubro/Novembro de 2013

Pág

ina

428

de

outu

brod

e 20

13

Ele

s n

ão s

ão o

que

o I

DH

M d

iz

Gla

ucia

da

S

ilva

te

m

mão

s e

pés

apre

ensi

vos,

qu

e nã

o pa

ram

de

se m

e-xe

r po

r um

seg

undo

, ro

s-to

en

velh

ecid

o e

olha

r

logo

que

nas

ceu,

ela

viv

eu

seis

ano

s em

um

orf

anat

o,

luga

r qu

e, e

mbo

ra “

tenh

a m

uito

a

agra

dece

r”,

ela

pref

ere

não

busc

ar m

uita

s re

cord

açõe

s na

m

emó-

pare

cia

ser

um

mom

en-

to

de

reno

vaçã

o tr

ans- -

fere

di

zer

pouc

a co

isa

com

pa

lavr

as,

mas

, ob

-se

rvan

do

seu

olha

r,

po-

de-s

e pe

rceb

er

a tr

iste

-za

que

sen

te a

o le

mbr

ar

dess

e m

omen

to

de

sua -

da

sexu

alm

ente

po

r se

u pa

i ad

otiv

o, p

esso

a qu

e,

na v

erda

de,

esco

lheu

não

38 a

nos,

fug

iu d

e ca

sa a

s-si

m q

ue p

ôde

e a

vida

na

rua,

“er

a ai

nda

mai

s di

fí-

cil d

o qu

e na

cas

a da

quel

a

“o

mai

s co

mpo

rtad

o e

trab

alha

dor”

e,

ag

ora,

Ela

exp

lica

que

nun

ca -

Por

iss

o, c

inco

del

es n

ão

cria

nças

ta

mbé

m

fora

m

EL

A N

ÃO

É 0

,860

DE

LO

NG

EV

IDA

DE

Bea

triz

Ass

af e

Vic

tor

Don

ato

Ru

a 13

de

Mai

o em

Cam

pin

as:

o p

rin

cip

al c

entr

o d

e co

mp

ras

da

cid

ade

reú

ne

tod

as a

s ca

mad

as s

ocia

is,

incl

usi

ve a

qu

eles

qu

e sã

o “e

xclu

ídos

” d

os í

nd

ices

-zi

nhos

a d

enun

ciar

am,

ale-

gand

o qu

e vi

viam

em

más

é re

pres

enta

da p

elos

núm

e-

segu

ndo

diz,

o po

ssui

-di

a qu

e co

nsta

no

IDH

M d

e C

ampi

nas,

é a

nalf

abet

a, f

az

part

e da

s 10

,72%

de

mãe

s ch

efes

de

fam

ília

sem

fun

-da

men

tal

com

plet

o e

com

aind

a di

z qu

e es

pera

“vi

ver

com

o I

DH

M,

o nú

mer

o de

é de

1,6

, Gla

ucia

tem

dez

, de

late

ral

da C

ated

ral

Me-

trop

olita

na

de

Cam

pi-

nas

é o

palc

o de

Cir

sinh

o G

uerr

eiro

, nom

e ar

tístic

o de

-na

(PR

), C

irsi

nho

diz

que,

-vi

ver

da m

úsic

a se

m a

poio

, nã

o se

ar

repe

nde

de

ter

deix

ado

a fa

culd

ade

de D

i- -ro

co

ntat

o co

m

a m

úsic

a fo

i ao

s 8

anos

, qu

ando

ga-

aos

20,

quan

do g

anho

u se

u pr

imei

ro t

ecla

do,

que

Cils

o de

cidi

u qu

e er

a da

mús

ica -

drin

a em

bu

sca

de

públ

i-

fui

conh

ecen

do

outr

as

ci-

dade

s pa

ra

mos

trar

m

eu

trab

alho

, at

é qu

e de

scob

ri

Dia

riam

ente

, C

irsi

nho,

-te

s, l

eva

seu

tecl

ado,

um

a ca

ixa

de s

om e

um

a m

esa

para

pôr

os

CD

s gr

avad

os

mús

ica

sem

apo

io é

dif

ícil,

fa

ço o

que

eu

poss

o e

assi

m

divi

dido

s po

r co

letâ

neas

dos

mai

s va

riad

os

estil

os,

part

indo

de

m

úsic

as

reli-

gios

as, a

té a

s pa

rada

s, s

em-

mús

ica

é di

fere

ncia

da p

or

ser

no t

ecla

do e

é c

onsi

de-

é co

nsid

erad

o um

gr

ande

“Inf

eliz

men

te,

eu

acre

dito

qu

e,

por

eu

ser

cade

iran

-te

, ni

ngué

m

quis

in

vest

ir

a m

ídia

ven

de a

im

agem

,

Cir

sinh

o di

sse

acre

dita

r qu

e,

se

não

foss

e ca

dei-

rant

e,

cert

amen

te

esta

ria

Mes

mo

enfr

enta

ndo

di-

chat

eia,

na

verd

ade,

é a

con

-di

ção

em q

ue o

paí

s se

en-

e a

educ

ação

des

se p

aís

são

os a

lvos

da

corr

upçã

o e,

por

aces

sibi

lidad

e é

outr

o po

nto

ônib

us s

ão r

uins

, os

ele

va-

dore

s pr

a ca

deir

ante

s nã

o fu

ncio

nam

, os

m

otor

ista

s -

ELE

O É

77,

69%

DE

TR

AB

ALH

AD

OR

ES

FOR

MA

IS

28 d

e ou

tubr

o de

201

3

Jard

im I

cara

í, re

gião

Sul

da

cida

de, e

le d

iz q

ue s

ua s

itua

-çã

o é

mui

to s

emel

hant

e a

de

vári

os c

oleg

as e

viz

inho

s qu

e ta

mbé

m d

eixa

ram

os

estu

dos -

vem

todo

s os

dia

s cr

ian-

ças

e ad

oles

cent

es q

ue “

de-

veri

am e

star

ind

o na

esc

ola,

Wel

ling

ton

trab

alha

par

a

ofer

ecen

do o

s se

rviç

os p

ara

aque

les

que

pass

am e

m f

ren-

ele,

o s

alár

io q

ue r

eceb

e nã

o -li

dade

s de

en

cont

rar

outr

o em

preg

o sã

o m

uito

pe

que-

pra

quem

tem

, im

agin

a pa

ra

“Eu

me

arre

pend

i de

ter

pa

rado

de

estu

dar,

mas

ach

a-va

que

não

est

ava

vale

ndo

nada

, não

est

ava

apre

nden

do -

estu

dos

quan

do

esta

va

no -

men

tal e

, des

de e

ntão

, nun

ca

não

faz

part

e do

per

cent

ual

de 6

7,71

% d

a po

pula

ção

com

18

ano

s ou

mai

s qu

e co

n- -ta

na

regi

ão d

e C

ampi

nas,

-tr

ou n

o cr

ime

uma

man

eira

saí

da e

scol

a e

pass

ei a

par

-ti

cipa

r de

peq

ueno

s as

salt

os

pode

r ar

rum

ar u

ma

gran

a”, EL

E N

ÃO

É 0

,731

DE

ED

UC

ÃO

Beatriz Assaf

O q

ue

é o

IDH

M?

C

ampi

nas

é a

28ª

cid

ade

do B

rasi

l no

ran

kin

g do

Ín

dice

de

Des

envo

lvim

ento

Hum

ano

dos

Mun

icíp

ios

(ID

HM

), e

m r

elaç

ão a

556

5 m

unic

ípio

s do

Bra

sil.

Com

o ín

dice

de

0,80

5, é

con

side

rada

um

loca

l com

nív

el m

uito

al

to d

e de

senv

olvi

men

to h

uman

o.

O I

DH

M le

va e

m c

onsi

dera

ção

a lo

nge

vida

de, a

ren

da e

o

nív

el d

e ed

ucaç

ão. O

índi

ce v

aria

de

0 a

1. Q

uant

o m

ais

próx

imo

de

1, m

ais

alto

é o

des

envo

lvim

ento

hum

ano.

No

ques

ito

lon

gevi

dade

, é le

vada

em

con

ta a

esp

eran

ça

de v

ida

ao n

asce

r e

re*e

te a

que

da d

e fe

cun

dida

de e

mor

talid

ade

infa

ntil.

No

que

diz

resp

eito

à e

duca

ção,

a e

scol

arid

ade

da p

opu-

laçã

o ad

ult

a e

o *u

xo e

scol

ar d

a po

pula

ção

jove

m (

desi

stên

cias

e

evas

ões)

são

an

alis

adas

. Já

o te

rcei

ro q

uesi

to r

epre

sent

a a

ren

da p

er

capi

ta m

ensa

l do

mun

icíp

io.

D

e ac

ordo

com

o A

tlas

Bra

sil 2

013,

o o

bjet

ivo

do ín

dice

é

auxi

liar

a ge

stão

púb

lica,

a c

riaç

ão d

e po

lític

as p

úblic

as e

, des

sa

form

a, fo

rtal

ecer

o m

unic

ípio

. Os

dado

s do

ID

HM

são

inic

ialm

ente

os

do

cen

so, p

ara

depo

is d

e an

alis

ados

se

torn

arem

os

índi

ces

de

dese

nvol

vim

ento

hum

ano

dos

mun

icíp

ios.

- -to

n se

torn

ou p

ai e

, por

cau

sa

de u

m a

cide

nte

de t

râns

ito,

Por

iss

o, e

le t

em q

ue c

riar

a

mãe

que

, se

gund

o el

e, t

am-

pois

é

faxi

neir

a e

rece

be -

dos,

as

pret

ensõ

es d

o fu

turo

o sã

o m

uita

s, p

orém

, el

e re

ssal

ta q

ue,

após

trê

s an

os

pres

o, s

ua m

enta

lida

de m

u- -

de m

aio

tam

bém

nos

rese

r- -

pede

pa

ra

ser

cham

ado,

co

meç

ou a

tra

balh

ar a

os 7

an

os d

e id

ade,

num

a fa

zen-

anos

, ai

nda

na r

oça,

pas

-so

u po

r um

dos

mom

ento

s

de u

m d

ia d

e tr

abal

ho e

so-

frem

os u

m a

cide

nte

feio

na

no a

cide

nte

e tiv

e m

inha

Sent

ado

em

fren

te

a -m

e a

tom

ar o

ôni

bus

pert

o -tr

ial,

e se

dir

igir

ao

Cen

tro

os

dias

te

nta

gara

ntir

o

com

plem

ento

de

sua

ren- -

lizm

ente

, a v

ida

nunc

a fo

i -m

o é

mai

or,

mas

, m

esm

o as

sim

, nã

o po

sso

depe

n-

-m

ente

mor

a co

m d

ois

dele

s -ne

fíci

o do

gov

erno

o f

orça

-to

res

pons

ável

pel

os m

eus

eles

, e

aqui

eu

poss

o co

m-

Dur

ante

toda

a c

onve

rsa,

-di

to s

ó se

fec

hou

quan

do

foi

inda

gado

a r

espe

ito d

a pe

squi

sa

sobr

e o

IDH

M,

que

diz

que

a si

tuaç

ão t

em

quem

? So

fro

na

pele

os

pr

oble

mas

do

si

stem

a de

-lh

or, m

as p

ara

a m

aior

ia d

as

pess

oas,

a s

aúde

, e a

edu

ca- -

pina

s é

uma

cida

de m

uito

-

olha

r se

reno

e s

ua f

elic

ida-

de c

onta

giam

que

m p

assa

pass

am,

cum

prim

enta

m -

soas

têm

por

mim

, m

inha

fa

míli

a,

as

pess

oas

que

EL

E N

ÃO

É O

0,8

29 D

A R

EN

DA

Com

pop

ulaç

ão d

e 1.

144.

862,

não

falt

am e

m C

ampi

nas

pers

onag

ens

que

dest

oam

dos

núm

eros

rev

elad

os p

elo

Índi

ce d

e D

esen

volv

imen

tro

Hum

ano

Mun

icip

al

Page 5: Saiba+ - Edição Outubro/Novembro de 2013

Página 6 28 de outubro de 2013

Professor da PUC, Carlos de Aquino inspirou gerações de profissionais a seguir suas paixões

Lusitano naturalizado brasileiro, Carlos de

Aquino Pereira fez de sua vida um clássico, tornan-do-se um mestre respei-tado e admirado por ge-rações de alunos. Junto a comemoração de seus 82

mais um importante capí-tulo. Em 2013, ele comple-ta 50 anos como professor da Faculdade de Letras da Pontifícia Universi-dade Católica de Campi-nas (PUC-Campinas). A

confunde com a trajetó-ria de Aquino, tanto pro-

Vivendo no interior de São Paulo desde os 6 anos, quando veio de Portugal com a família, Carlos de Aquino logo descobriu sua paixão pelo mundo das letras e, desde cedo,

-ria. Para Aquino, “um dos modos de ser feliz na vida

de que se gosta. Ai você

Foi essa paixão que o impulsionou em sua carrei-ra como educador, cami-

e do qual não se arrepende.

de novo, eu tornaria a fa-

Ingressando na sexta turma de Letras Clássicas

Ciências e Letras de Cam-

50 anos do mestre das LetrasPERFIL

Professor Carlos de Aquino Pereira, em sua sala no CLC, da PUC-Campinas, onde hoje atua na área de pesquisas e avaliações

Rodrigo Rabelo

pinas (FCL), que viria a se tornar a PUC Campinas anos mais tarde. A univer-sidade, aos poucos, tor-nou-se sua segunda casa. Ainda como estudante, era

-de para representar a classe ou a faculdade em eventos. A jornalista Talita Alves

Matias, autora do livro-re-portagem “O Professor das

em 2010 como projeto de conclusão de curso, cita como exemplo uma come-moração ocorrida no dia 19 de Novembro de 1950, o Dia da Bandeira, quando o ainda estudante foi esco-

-dação á bandeira através de um discurso em latim.

Iniciando sua vida pro--

légio Liceu Salesiano, Aquino logo demostrou

e, nos anos seguintes, pas-sou a acumular cadeiras de disciplinas em outros co-légios de Campinas, como o Ateneu e o Diocesano Santa Maria, atual colé-gio Pio XII, o qual Aquino ajudou a criar em 1959.

Foi a criação do Pio XII que o impulsionou de volta para a PUC, 11 anos depois de se formar, re-tornando para a institui-ção que, cada vez mais, se entrelaçava com a sua vida, inclusive no âmbito

então professora de Peda-gogia, pelos corredores do Pátio do Leão, no Centro,

-das as aulas de Direito.

Como professor univer-sitário, responsável pelas disciplinas Teoria da Lite-ratura e Literatura Brasi-leira, Aquino já se consoli-

dedicado e motivado em despertar em seus alunos o gosto pelas letras e pela

cá, 50 turmas passaram por suas carteiras, tanto na condição de professor quando na de membro ati-vo do corpo acadêmico da PUC Campinas, sendo vi-ce-reitor entre 1997 a 2001 e diretor da faculdade de Letras por 17 anos, deixan-do o cargo em 2010 para se juntar à Equipe de Estudo

-gógico (EEAP) do Cen-tro de Linguagem e Co-municação (CLC). Nessa equipe, Aquino dedica-se, especialmente, entre ou-tras atividades, ás análises de pesquisas de avaliação de ensino, desencadeadas, semestralmente, no CLC.

Aquino se destaca pelo campus da universi-dade, onde pontualmente ele marca presença to-dos os dias, desejando um bom dia a todos que

estacionamento dos pro-fessores e seu gabinete, o único do campus que não possui computadores ou outras tecnologias que parecem imprescindíveis para as gerações nascidas nos anos 80 e 90, mas não para Aquino, que nunca se viu limitado tecnolo-gicamente. Ele possui uma conta de e-mail, lida e impressa com o apoio de membros da secre-taria do CLC que, além disso, também digitam os manuscritos do mes-tre quando necessário.

Aquino também teve um importante papel di-plomático nos anos 90, como interlocutor da questão timorense nas universidades da América Latina, onde se defendia o direito do povo de Timor Leste em decidir seu fu-turo, através de plesbicito coordenado pela ONU.Capa do livro conta a história do professor Carlos Aquino

Rodrigo Rabelo

Page 6: Saiba+ - Edição Outubro/Novembro de 2013

Página 7

A velha direita de cara nova

Em um Brasil recheado de coligações, aparti-

darismos e uma quantida-

Direito busca dar fôlego a uma legenda que pare-cia ter sido apagada eter-namente do cenário. Com 24 anos, Cibele Baginski acredita que “não há par-tidos de direita no Brasil”,

-

refundar a Aliança de Re--

situação na Ditadura Mili-

A moradora de Caxias do -

-

e “o resgate de uma iden-tidade mais nacionalista e

Sobre as manifesta-ções desse ano e o levan-te político que isso pode simbolizar para o jovem brasileiro daqui pra frente, você acredita que esse ativismo vai perdu-rar? Pode se dizer que o Brasil está em um estado de consciência política mais acentuado?

-dure, porque é essencial que se demonstre ao go-

-dência que isso foi impor-tante para mexer com as estruturas e causar grande

-tica” do Brasil. Creio que, em decorrência destes re-

tenha percebido que é efe-

POLITICA

mudou muito. O brasileiro sempre soube da sua situa-ção, mas assoberbaram-se o acúmulo de demandas necessárias à sociedade de

-

-as foram às ruas. Quando

-

que, a partir disso, as pes-soas passaram a dar mais atenção aos acontecimen-

apenas no subconsciente do nosso cotidiano como

tela” ou na nota de rodapé do jornal. Daqui pra fren-

-luir mais ainda.

Sobre a nova emprei-tada política da Marina Silva, o partido “Rede sustentabilidade”, de-sanima saber o quanto

-des para ser legitimada, mesmo com uma presen-ça tão forte?

-

todos na Aliança e a dedi-cação que temos são mo-

-cobrarmos sempre nossas forças e nos mantermos engajados, mas é algo que

-ocupa, considerando que estamos em um regime dito como democrático.

na criação de um parti-

a qualquer cidadão, como direito fundamental, é de se pensar muito mesmo...

chegou a ser senadora e ministra de estado, que

-

estrutura boa condiciona-da por todos esses elemen-tos citados, enfrenta esse tipo de problema, então que dirá o cidadão comum.

-

uma situação tão esdrúxula -

nia quanto no Brasil. Por isso, estamos nos empe-

nhando ao máximo para

paradigma de que somente os super- ricos ou famosos

-do.

É possível dizer que -

liados ao partido no ano que vem?

De todo empenho colo-cado no pedido de registro

-tidária, estamos sim nos

esperamos ter êxito nessa empreitada.

Claro que entendemos -

dem ameaçar nosso direito

direitos inerentes à de-mocracia, mas contamos que o TSE como tribunal isento e defensor dos pre-ceitos constitucionais e da Justiça, faça o mais corre-to perante nosso pedido de

da democracia.Claro que nosso pedido

-

teremos um árduo cami-

sem coligações, fundo partidário, direito de tem-po de TV e rádio e nosso funcionamento parlamen-

eleitos) somente poderia

Paulo Iazzetti

ocorrer se possuirmos ca-ráter nacional, ou seja,

-

isso é precedente para ou-

-cil.

Quais as principais

uma sigla e a legitimar no cenário político nacio-nal? Você diria que exis-te algum tipo de “lobby” para registrar partidos que tenham plataformas menos “bem relaciona-das” em Brasília?

-ca no interesse de manter o oligopólio já existente no quadro nacional parti-

-ditar em contos de fadas.

O Brasil precisa ama-durecer muito ainda para se tornar realmente repre-

--

rem a cidadania. Creio que essa seja uma

as informações pertinentes às pessoas de forma pro-

proporções, exista sim o

--

tidores, e fora deles tam-bém.

Além desse empecilho --

culdades grotescas para a consolidação do partido

-racionais, a distância geo-

atual, pelo menos para as

-mento no acesso a meios como a internet e outros eletrônicos, a burocracia,

porque, francamente, é di--

diano entender que raios são necessários para sim-

que é seu direito funda-mental...

É, sem tirar nem pôr, o que um de nossos deputa-dos disse em um momento

-

Só de chegar até onde che-garam, sem especialistas

-to pesado ou pessoas in-

projeto. Isso é inédito.” Realmente, consideran-

que muitas pessoas teriam persistência para trilhar esse caminho.

A estudante gaúcha Cibele Baginski que busca refundar a Arena: conservadorismo

DivulgaçãoA gaúcha Cibele

Baginski pretende

refundar a Arena,

partido da Ditadu-

ra, pois defende a

necessidade de um

“conservadorismo

Page 7: Saiba+ - Edição Outubro/Novembro de 2013

Página 8

Reforma da nau, cartão-postal da cidade, foi retomada neste ano, após várias interrupções

Um dos principais sím-bolos de Campinas, a répli-ca da Caravela Anunciação, que trouxe Pedro Álvares Cabral ao Brasil, que des-de 1972 pode ser vista na Lagoa do Taquaral, está em processo de revitalização desde março deste ano, de-pois de tentativas frustra-das de reforma. Pelo menos 45% da parte estrutural da nau foi substituída. Assim que for concluída, a pri-meira etapa, em janeiro, ela será colocada fora da lagoa, encaixada em um deque,

-nitivamente.

A caravela está desati-vada desde 2008, quando entornou. De lá para cá, já foram várias tentativas de reforma, a mais recente iniciada em março. Mesmo assim, Campinas vai com-pletar 240 anos sem um de seus principais símbolos: a previsão para o término da restauração é somente para

-nal do projeto é de que haja um museu naval dentro da

Vinicius Falavigna

CAMPINAS RUMO AOS 240 ANOS

didáticos, que reforce a im-portância como ponto turís-tico da cidade.

O orçamento gira em torno de R$ 1 milhão. O arquiteto Nelson Ribeiro Machado, responsável pela restauração, diz que uma das principais preocupa-ções do projeto de restauro

esse é um trabalho longo e criterioso”.

De acordo com o arqui-teto, está sendo fechado um convênio com a Marinha Nacional, com o Governo Federal, além da Prefeitura de Campinas, para que não seja apenas um restauro da Caravela. A esperança é de que ela volte a ser um pon-to turístico. “Queremos tra-zer a rotina de um barco da época, do início do século XVI. Estamos fazendo um levantamento histórico e isso demanda trabalho, já que tem pouca publicação sobre isso. Nossa ideia é transformar a Caravela em um ponto turístico nova-mente”, conta.

Com a criação de um museu dentro da nau, é es-perada a realização de um trabalho educacional, para que crianças e estudantes visitem a embarcação e

cada peça e objeto contido no barco, que contará com observatórios, trazendo in-formação aos visitantes.

A ideia é de que os ins-trumentos de navegação utilizados para auxiliar nas viagens pelas embarcações

reproduzidos com a ajuda e a parceira de artesãos da Marinha Nacional. Além disso, projetos culturais es-tão em pauta, como ativida-des teatrais. “Essas são ape-nas ideias. Elas devem ser desenvolvidas mais próxi-mas do prazo da entrega do projeto”, explica Machado.

Mesmo após sete meses da retomada da reforma, a situação da Caravela indica que ainda há muito a fazer. Nota-se que boa parte das madeiras da embarcação estão bastante deterioradas e parecem podres. Algumas estão pintadas e dão a im-pressão de que são novas. Dentro da nau, os compar-timentos também estão des-gastados. No local, alguns homens estavam trabalhan-do no corte das madeiras em uma carpintaria monta-da ao lado da Caravela.

Na parte de fora, visi-tantes caminham ao lado da Caravela e, alguns, olham

com descrédito para a res-tauração da nau. É o caso de José Ezequiel Pereira, de 74 anos, que não acredita que a reforma será completada. “Há anos eles dizem que vão reformar, mas come-çam e depois não terminam. Eu ando por aqui sempre, e parece que nunca tem progresso. Espero que re-formem, mas não sei não”, questiona.

Para Fátima Uvinha, de 50 anos, funcionária que trabalha há 19 anos em uma lanchonete em frente ao Parque, o que fazem com a embarcação é um desca-so. Ela lembra o tempo em que a Caravela recebia mui-tos turistas. “A gente sem-pre via várias pessoas indo conhecer a Caravela, tirar fotos. Mas, com o tempo, ninguém cuidou e já faz um bom tempo que está assim, toda feia e descuidada. É uma pena”, lamenta.

O serviço de restauro da nau vai utilizar cerca de 300 pranchas de garapeira, 300 pranchas de castanhei-ra, 600 quilos de pregos navais, mil parafusos e 400 hastes roscáveis, entre ou-tros itens. Segundo Macha-do, pelo menos dez carpin-teiros estão trabalhando na restauração da Caravela.

Em 1972, o Museu da Marinha Nacional, no Rio de Janeiro, enviou docu-mentos e plantas da nau Anunciação original, para que a réplica fosse concebi-da. Com o passar dos anos, ela passou por diversas mo-

início, girava 360 graus no centro da lagoa e era a prin-cipal atração do Parque. Havia em seu interior um museu naval aberto para vi-sitação.

A embarcação tem 29,65 metros de extensão por 8,64 metros de altura e pesa cer-ca de 75 toneladas. Ao todo, são cinco andares, contando o porão. Ela possui três ve-las triangulares. A primeira mede 26 metros, tem 13,5 metros de esteira com uma área de 130 metros quadra-dos. A vela do meio tem 80 metros quadrados e a vela mezena (colocada no mas-tro) tem uma área de 55 me-tros quadrados.

Abandonada, sem manu-tenção, a embarcação aca-bou afundando em março de 2008, após fortes chuvas.

Em setembro de 2008, a embarcação foi retirada da água, porém, a reforma só foi iniciada em agosto de 2011, com a promessa de que estaria concluída em um ano. Nessa mesma época, houve uma interrupção nas reformas graças à crise po-lítica que atingiu Campinas, resultando na cassação do mandato de dois prefeitos. Depois disso, engenheiros

-xaram o projeto e as obras foram paralisadas. Um ano mais tarde, houve um roubo das madeiras que estavam guardadas e seriam usadas para o restauro. Uma carga de 144 pranchas, compra-das por R$ 44 mil, desapa-receu. A Prefeitura cons-tatou o sumiço apenas em fevereiro de 2012, quando o processo de restauração da nau foi reaberto.

Na época, uma sindicân-cia foi instaurada para ave-riguar o caso. Funcionários e responsáveis foram ouvi-dos, porém, o paradeiro das madeiras nunca foi desco-berto.

28 de outubro de 2013

Vinicius Falavigna

A réplica da caravela já passou por várias fases; nos últimosanos, passou de cartão-postal a sucessão de problemas