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PLANO DE

ACTIVIDADES E

ORÇAMENTO 2017

Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de

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ÍNDICE

CONVOCATÓRIA 3

PLANO DE ATIVIDADES 4

1.1. PREVISÕES MACRO-ECONÓMICAS 4 1.1.1. ECONOMIA MUNDIAL 4 1.1.2. ECONOMIA NACIONAL 11 1.2. TENDÊNCIAS DA POPULAÇÃO E DO CONHECIMENTO 15 1.3. ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE E PAPEL DO ESTADO 15 1.3.1. FUNDOS ESTRUTURAIS 16 1.4. ECONOMIA E TECIDO EMPRESARIAL 18 1.4.1. GESTÃO PROATIVA DE RISCO, REGULAÇÃO E CAPITAL 21 1.5. ENQUADRAMENTO DO SETOR BANCÁRIO 21 1.5.1. EVOLUÇÃO DO MERCADO NACIONAL DE DEPÓSITOS (DEZ/2012 – JUN/2016) 22 1.5.2. EVOLUÇÃO DO MERCADO NACIONAL DE CRÉDITO (DEZ/2012 – JUN/2016) 22 2. ANÁLISE FINANCEIRA 24 2.1. GRUPO CRÉDITO AGRÍCOLA 24 2.2. NEGÓCIO BANCÁRIO (SICAM) 25 3. PLANO DE DESENVOLVIMENTO DA CAIXA AGRÍCOLA DE SALVATERRA MAGOS PARA 2017 27 3.1. DESAFIOS P/ O CRÉDITO AGRÍCOLA E P/ A BANCA EM PORTUGAL (PÓS CRISE) 28 3.2. ANÁLISE COMPETITIVA DO SECTOR BANCÁRIO 29 3.2.1. DESEMPENHO COMPARATIVO DO CRÉDITO AGRÍCOLA - REFERÊNCIA A JUN/2016 29 3.3. PRINCIPAIS AÇÕES A DESENVOLVER NA CAIXA AGRÍCOLA SALVATERRA MAGOS 31 3.3.1. AUMENTO DA EFICIÊNCIA - NECESSIDADE DE AJUSTAR A NOSSA ESTRUTURA À REALIDADE DO NEGÓCIO, CADA VEZ MAIS DIGITAL 31 3.3.2. ADAPTAÇÃO DO LAYOUT DAS AGÊNCIAS 32 3.3.3. DESENVOLVIMENTO DE UM MODELO DE NEGÓCIO FOCADO NO CLIENTE 33 3.3.4. OTIMIZAÇÃO DOS CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO 34 3.3.5. SIMPLIFICAÇÃO DO MODELO DE NEGÓCIO E DO MODELO OPERACIONAL 36 3.3.6. UTILIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO COMO VANTAGEM COMPETITIVA 37 3.3.7. DESENVOLVIMENTO DE CAPACIDADES E INCENTIVOS À INOVAÇÃO 37

ORÇAMENTO 39

4. CUSTOS DE FUNCIONAMENTO 39 4.1. GASTOS COM PESSOAL 39 4.2. GASTOS ADMINISTRATIVOS 40 5. DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 41 5.1. BALANÇO PREVISIONAL 41 5.2. DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS PREVISIONAL 42 5.3. INDICADORES BANCÁRIOS 43

PARECER DO CONSELHO FISCAL ERRO! MARCADOR NÃO DEFINIDO.

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CONVOCATÓRIA

Nos termos do nº 2 do artigo 22º e dos artigos 23º e 24º dos estatutos da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Salvaterra de Magos, C.R.L., pessoa coletiva nº 501 116 591, com sede na Avenida Dr. Roberto Ferreira da Fonseca, 60-A, 2120-117 Salvaterra de Magos, matriculada na Conservatória do Registo Comercial de Salvaterra de Magos sob o mesmo número, com o capital social realizado de € 10.565.590,00 (variável), convoco todos os Associados no pleno gozo dos seus direitos, a reunirem-se, em Assembleia Geral Ordinária, no dia 10 de Dezembro de 2016, pelas 09:00 horas, nas instalações da sua Delegação de Foros de Salvaterra, para discutir e votar as matérias da seguinte

ORDEM DE TRABALHOS

1. Discussão e votação da proposta de plano de atividades e de orçamento da Caixa Agrícola para 2017;

2. Deliberação sobre a política de remuneração dos Órgãos de Administração e Fiscalização da Caixa Agrícola para 2017;

3. Determinação da remuneração dos membros da Mesa da Assembleia Geral, do Órgão de Administração e do Órgão de Fiscalização, a vigorar a partir de 01.01.2017.

Se à hora marcada não se encontrar presente mais de metade dos Associados, a Assembleia Geral reunirá em segunda convocatória, uma hora depois, com qualquer número.

A Assembleia reunirá fora da sede social da Caixa devido à inexistência de sala com condições para a realização da mesma.

Nota: Não será admitido nesta Assembleia Geral o voto por correspondência, nem o voto por representação, por força do disposto no nº 1 do Artigo 42º e do nº 1 do Artigo 43º do Novo Código Cooperativo, aprovado pela Lei nº 119/2015, de 31 de Agosto, que entrou em vigor no dia 30 de Setembro 2015.

As sociedades exercerão os seus direitos como associados através de representante legal (gerente/administrador) credenciado.

Salvaterra de Magos, 24 de novembro de 2016

O Presidente da Mesa da Assembleia Geral

António da Silva Ferreira Moreira

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PLANO DE ATIVIDADES

Cumprindo disposições Regulamentares e Estatutárias, o Conselho de Administração submete à

apreciação e votação dos associados a proposta que elaborou de Plano de Atividades e Orçamento

para o exercício de 2017.

1. Análise da envolvente externa

1.1. Previsões macro-económicas

1.1.1. Economia mundial

De acordo com as perspetivas do Banco Mundial no final do 1º semestre de 2016, o crescimento da economia mundial deve situar-se nos 2,4%, sem alterações face ao ritmo registado em 2015 e 0,5 pontos percentuais abaixo da projeção efetuada no início do ano. As economias avançadas devem registar um avanço de 1,7% em 2016 (0,5% abaixo da projeção efetuada no início do ano, em resultado do investimento continuar baixo e as perspetivas de evolução das exportações se terem depreciado). Apesar do impulso dado pela redução dos preços energéticos e pela melhoria registada nos mercados laborais, as economias mais avançadas (incluindo a U.E.), apenas em 2016 estão a iniciar o ciclo de recuperação.

Fonte: World Bank e OCDE; 10 de Agosto de 2016. Os mercados emergentes e os países em desenvolvimento com um crescimento esperado de 3,5% em 2016, contribuem em cerca de metade para a referida revisão em baixa de 0,5%; em larga medida devido ao incipiente dinamismo do comércio internacional com destaque para o comportamento esperado dos exportadores de commodities (matérias primas), intensificado com as incertezas nos mercados locais (riscos geo-políticos e questões políticas e de segurança). O crescimento da dívida privada nestes países coloca-os numa situação de vulnerabilidade e de crescente stress financeiro, que apenas o aumento do investimento e a implementação de reformas estruturais, poderá mitigar.

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Fonte: World Bank e OCDE; 10 de Agosto de 2016.

Fonte: Global Economic Prospects - World Bank; Junho de 2016.

Comércio mundial: importações de bens e serviços. Fluxos de entrada de capitais: investimento direto estrangeiro, carteira de ações, carteiras de dívida e outros investimentos. De acordo com a avaliação do Fundo Monetário Internacional (FMI), os dados económicos mais recentes apontam para uma contínua redução do nível de crescimento da economia mundial, sendo de destacar particularmente a manutenção do crescimento anémico ao nível das designadas economias avançadas, que apresentam um persistente nível de crescimento potencial baixo e que se encontram ainda a preencher lentamente excessos de capacidade produtiva disponível. O início do ano de 2016 ficou marcado pela incerteza associada a uma desaceleração da economia chinesa e pela preocupação gerada pela subida da taxa de juro de referência da FED (Reserva Federal Americana) em 0,25%. Analistas vaticinavam que essa subida poderia conduzir os EUA para uma nova recessão, agravada pela expectativa quanto a novas subidas dessa taxa, que não vieram a acontecer até agora.

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Fonte: Bloomberg

Na Zona Euro, no início de 2016 o desemprego diminuiu e a taxa de crescimento da economia encontrava-se ao nível mais elevado desde 2010 (embora ténue, na ordem de 1,5%). Tendo em conta os níveis de inflação persistentemente baixos, em Março de 2016, o Banco Central Europeu (BCE) aprovou um novo pacote de estímulo monetário que incluiu: � i) descida das taxas de juro, nomeadamente da taxa de refinanciamento para 0,0% e da taxa

de depósitos para -0,40%; � ii) aumento do volume mensal de compras de ativos financeiros em 20 mil milhões de euros

(para 80 mil milhões de euros mensais); � iii) possibilidade de compra de dívida de instituições não financeiras; e � iv) lançamento de um novo programa de operações de refinanciamento de prazo alargado

(comummente designadas por TLTRO II), que, no limite, permitirá aos bancos financiar a sua atividade à taxa de depósito, por um período de 4 anos.

Fonte: Bloomberg

Embora seja ainda cedo para retirar todas as consequências de tal evento, o primeiro semestre ficou ainda marcado pelo voto favorável ao Brexit (saída do Reino Unido da UE) no referendo à permanência do Reino Unido na União Europeia. A incerteza associada ao processo de saída, fez-se sentir de modo significativo na economia britânica mas, atendendo ao peso do Reino Unido na economia global (cerca de 4%), o impacto deste evento na economia mundial não deverá ser muito relevante.

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Nos EUA, a FED decidiu mais uma vez manter as taxas de juro de referência inalteradas, enquanto que na China, no 2º trimestre, assistiu-se a uma estabilização dos níveis de crescimento. Para os próximos trimestres, na Zona Euro, de acordo com a análise mais recente do BCE, a recuperação económica deverá prosseguir, apoiada pela (i) orientação acomodatícia da política monetária, (ii) por preços do petróleo relativamente baixos, (iii) pela melhoria das condições no mercado de trabalho, (iv) por uma (ligeiramente) menor restritividade orçamental e (v) pelos progressos registados ao nível da desalavancagem alcançados em todos os setores económicos, fatores que deverão contribuir para apoiar o crescimento da procura interna. Assim, em termos anuais, o produto interno bruto (PIB) real da Zona Euro deverá apresentar uma taxa de crescimento de 1,6% em 2016 e 1,7% em 2017 e 2018. A taxa de inflação, medida pelo Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC), deverá permanecer em níveis mínimo no decurso de 2016 (0,2%, segundo as estimativas), ainda fortemente influenciada pela queda dos preços dos produtos energéticos. Com a reversão deste efeito, para 2017, prevê-se uma subida significativa da inflação global para 1,3%, impulsionada, em grande medida, por efeitos de base em sentido ascendente na componente de preços dos produtos energéticos, esperando-se que a diminuição da margem disponível na economia, conduza a um novo aumento ligeiro da inflação para 1,6% em 2018.

Fonte: Bloomberg

De acordo com os resultados do questionário ZEW (a especialistas financeiros europeus), existe uma expectativa de, em 2017, a situação económica na Zona Euro se manter inalterada, num contexto de ligeira inflação e reduzidas taxas de juro de curto prazo. Em termos de evolução da taxa de câmbio face ao Euro nos próximos 6 meses, 59,1% consideram que o dólar americano irá valorizar e 59,8% consideram que a libra esterlina irá desvalorizar. Nos mercados acionistas, o início do ano ficou marcado por uma descida muito acentuada dos principais índices um pouco por todo o mundo. Até meados de Fevereiro os índices acionistas dos principais mercados desenvolvidos chegaram a apresentar desvalorizações superiores a 10% face aos valores de fecho de 2015. Com desvalorizações desta ordem de grandeza, 2016 revelou ser, desde 2008, o pior arranque de ano para as bolsas.

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Fonte: Bloomberg

No final do primeiro trimestre, o sentimento global de “risk-off”1 perdeu força com o reforço dos estímulos por parte do BCE e com as mensagens menos agressivas quanto ao caminho das taxas de juro dos Estados Unidos, produzidas pela Governadora da FED. Ainda assim, excluindo os índices americanos e britânicos, a quase totalidade dos principais índices acionistas registou perdas no primeiro trimestre de 2016, particularmente relevantes nos mercados asiáticos. De referir ainda que, pela sua relevância, os títulos das instituições financeiras foram afetados, apresentando uma evolução francamente negativa, refletindo não só a exposição de muitas instituições aos países emergentes e às matérias-primas, como também a crescente preocupação dos investidores relativamente ao impacto das cada vez mais generalizadas taxas de juro negativas sobre as contas de resultados dos bancos. No segundo trimestre de 2016, a economia global mostrou sinais de alguma estabilização, o que permitiu criar as bases para uma ligeira recuperação dos mercados acionistas. O resultado do referendo realizado no Reino Unido acabou, no entanto, por criar um foco de incerteza nos mercados, atenuado entretanto pela expectativa relativamente à adopção de medidas adicionais por parte dos bancos centrais e por alguma tolerância política para o desenvolvimento de um processo de saída negociado ao longo de um período alargado de tempo. Em Portugal, a evolução do índice PSI-20 foi ainda muito negativa no segundo trimestre do ano, tendo a queda do valor do índice superado os 9%, não sendo esta quebra alheia à redução da exposição de investidores internacionais a Portugal. No mercado cambial, o resultado definitivo do referendo britânico acabou por influenciar decisivamente o desempenho relativo das principais moedas no segundo trimestre, tendo o euro e a libra (sobretudo esta) depreciado face ao dólar (no dia seguinte ao referendo, a libra esterlina caiu 8%, a maior queda diária face ao dólar jamais registada). Num contexto de elevada incerteza, o iene e o franco suíço continuaram a representar o seu papel enquanto moedas refúgio. Em Setembro de 2016, o iuane chinês passou a integrar oficialmente a unidade contábil do FMI, denominada “direitos especiais de saque”, junto das divisas americana, europeia, a libra britânica e

1 Os períodos de percepção de risco financeiro elevado levam a que os investidores tomem menor risco, criando situações de “risk off”.

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o iene japonês. Embora a mudança não deva vir a afetar o mercado de câmbio mundial, onde o dólar continua a ser o mais utilizado (41% das transacções mundiais, à frente do euro com 30,8% e da libra com 8,7%, segundo a empresa financeira Swift), esta decisão acelerará a integração da economia chinesa no sistema financeiro e monetário internacional. O FMI espera que este reconhecimento estimule as autoridades chinesas a prosseguir com o ainda incipiente movimento de flexibilização da sua moeda2 e que minimize a manipulação da divisa para estímulo das exportações chinesas. No mercado monetário verificou-se, ao longo de todo o primeiro semestre, a progressiva descida das taxas Euribor. No final de Junho, a taxa Euribor a um mês estava já abaixo dos -0,36% e a Euribor a 1 ano abaixo dos -0,05% (esta taxa de referência entrou em terreno negativo, pela primeira vez na história, em fevereiro). Para esta tendência contribuiu o já referido pacote de novas medidas de política monetária adotadas pelo BCE, de modo particular a descida da taxa de depósito para os -0,40%. A possibilidade de ocorrerem novas descidas nas taxas de depósitos, particularmente num contexto de incerteza acrescida em face do Brexit (saída do Reino Unido da UE), deverá contribuir para a manutenção das taxas Euribor em níveis atuais, ou porventura mais reduzidos nos próximos meses. No que respeita à evolução dos preços das matérias-primas, quando considerados os preços em dólares das principais matérias-primas (moeda de referência para a cotação destes ativos), verifica-se que os metais preciosos beneficiaram significativamente do contexto de elevada incerteza, com o ouro a valorizar perto de 25% e a prata mais de 35%, no primeiro semestre de 2016. Já o petróleo viu os seus preços corrigirem parte das quebras registadas desde 2014, tendo os preços do crude e do brent assistido a subidas próximas dos 30% no primeiro semestre. A subida do preço de petróleo, embora significativa, não foi suficiente para compensar integralmente a abrupta descida dos preços verificada anteriormente.

Fonte: Bloomberg

No caso das matérias-primas agrícolas, no primeiro semestre verificou-se uma evolução pouco homogénea dos preços, muito afetados por efeitos particulares com impacto sobre as diversas geografias mais relevantes para a produção de cada produto. No mercado obrigacionista, o primeiro trimestre foi marcado pela antecipação de novas medidas por parte do BCE, que se vieram a confirmar em Março. As já referidas descidas das taxas de referência, aumento do volume do programa de compras de ativos, diversificação da lista de ativos

2 Actualmente o renminbi (outra forma de designar o iuane chinês) pode flutuar livremente numa banda de +/- 2% da cotação fixada diariamente.

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elegíveis (que passou a incluir obrigações de empresas não financeiras) e lançamento das TLTRO II, acabaram por permitir uma descida generalizada das yields das obrigações soberanas europeias, quer nos países da periferia, quer nos países core da região. Portugal acabou por constituir a saliente exceção a esta tendência, sendo o único país em que as yields subiram em todas as maturidades de referência (2, 5 e 10 anos), muito por conta do processo negocial do Orçamento de Estado para 2016, com a Comissão Europeia a exigir a introdução de algumas alterações à versão inicialmente acordada entre o Governo e os partidos que lhe garantem uma maioria parlamentar de suporte (PS, BE, PCP e PEV).

Fonte: Bloomberg

O segundo trimestre apresentou poucas variações relativamente ao verificado no primeiro trimestre, com a generalidade das yields das obrigações soberanas a registar novas descidas. De salientar que a decisão do BCE de passar a incluir dívida de empresas não financeiras no seu programa de aquisições teve efeitos muito positivos nesta classe de ativos. Efetivamente, não obstante o fenómeno de aversão ao risco resultante da realização do referendo britânico, assistiu-se a um estreitamento de spreads no segmento de obrigações empresariais, facto que possibilitou rendibilidades, em média, superiores às registadas nos índices de dívida soberana. Fatores a ter em conta no final de 2016 Para referência, os seguintes temas podem influenciar significativamente o desempenho dos mercados nos próximos meses, não apenas em Portugal mas também a uma escala global:

• Efeitos imediatos e a médio prazo decorrentes do Brexit, sobretudo o seu impacto no ambiente financeiro e nos níveis de confiança.

• Nível de desaceleração económica nos países emergentes, principalmente na China. • Desenvolvimento de questões políticas como:

o Formação de governo e disputas autonomistas em Espanha; o Referendo constitucional em Itália previsto para 04.dez.2016; o Resultado da 58ª eleição presidencial americana agendada para 8.nov.2016; o Caminho para as eleições presidenciais em França previstas para abr.2017; o Crise no médio oriente (Síria, Turquia, Iraque) e o seu impacto no desenvolvimento da

crise dos refugiados e na intensificação de ações terroristas (e.g. na Europa); o Relacionamento da Europa/EUA com a Rússia no contexto das questões da Ucrânia e da

Síria; o Tensões na zona do Mar da China.

• Movimentos abruptos dos preços do petróleo. • Desenvolvimentos ao nível da política monetária por parte dos principais bancos centrais

(BCE, FED e Banco do Japão).

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1.1.2. Economia nacional

De acordo com as Nações Unidas a média de idade da população europeia irá evoluir de 40 anos em 2013 para 46 anos em 2050 e a proporção de população idosa (+65 anos) face à população ativa irá alterar de “1 idoso por cada 4 pessoas ativas” em 2013 para “1 idoso por cada 2 pessoas ativas” em 2050. Neste contexto e nos países desenvolvidos, como Portugal, é esperado um aumento da idade de reforma e uma redução dos benefícios de reforma, para tornar sustentável o modelo de segurança social.

A economia portuguesa registou um crescimento de 1,5% em 2015 face ao período homólogo, reforçando a recuperação iniciada em 2013 (em termos trimestrais, observou-se ao longo do ano de 2015 uma desaceleração da atividade económica, com o crescimento de 1,3% no último trimestre do ano a contrastar com os 1,7% observados no primeiro trimestre).

No segundo trimestre de 2016, o PIB registou um aumento de 0,9% em volume, face ao período homólogo (variação idêntica à observada no trimestre anterior). O contributo da procura interna diminuiu (de 1,7 p.p. no trimestre anterior para 0,6 p.p. neste trimestre), refletindo uma redução do consumo privado e uma redução expressiva do investimento. Relativamente à procura externa líquida, verificou-se um aumento de 0,2 p.p. (no primeiro trimestre de 2016 tinha-se verificado um contributo negativo de 0,7 p.p.), explicado pela maior desaceleração das importações face à desaceleração verificada nas exportações, ambos de bens e serviços.

-4,5%

1,9%

0,6%1,5%

1,3% 1,6% 1,5%

-6,0%

-4,0%

-2,0%

0,0%

2,0%

4,0%

2012 2013 2014 2015 2016E 2017E 2018E

Portugal – Crescimento Real do PIB (2011-2017E)

Fonte: Banco de Portugal: Projecções para a economia portuguesa 2015-2017 (Jun.2016)

O Banco de Portugal aponta para uma recuperação moderada da atividade económica ao longo do período 2016-2018. O crescimento médio anual previsto do PIB será de 1,3% em 2016, acelerando para 1,6% em 2017 e diminuindo para 1,5% em 2018, o que, a confirmar-se, implica um nível de produto em linha com o observado antes da crise financeira de 2008.

Segundo as projeções do Banco de Portugal:

• A procura externa deverá perder dinamismo em 2016, recuperando em 2017 e 2018 para níveis de crescimento de 4,5% e 4,7%, respetivamente;

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• Deverá verificar-se a recuperação gradual da procura interna, associada à redução do nível de alavancagem do setor privado;

• O consumo privado deverá crescer 2,1% em 2016, mas contrair no restante horizonte de projeção, estando estas variações correlacionadas com a evolução do rendimento real disponível;

• As exportações de bens e serviços deverão desacelerar em 2016, refletindo a previsão da evolução das exportações de combustíveis, do menor crescimento da procura externa e do impacto negativo da atividade comercial com países como Angola e o Brasil, que se deparam com problemas económicos e financeiros. Em 2017 e 2018 as exportações deverão retomar os níveis de crescimento observados nos últimos anos;

• A incerteza que predomina na economia portuguesa deverá ter impacto na desaceleração do investimento em 2016, mas este deverá recuperar nos anos subsequentes.

Importa ainda realçar que a incerteza em que vive a economia portuguesa, nomeadamente no que respeita à execução orçamental de 2016 e à elaboração e aprovação do Orçamento de Estado para 2017, conjuntamente com o efeito de redução gradual da compra de ativos por parte do BCE, tem também reflexos nos mercados financeiros, sendo este efeito observável na evolução prevista das yields das obrigações do tesouro (OT) portuguesas a 10 anos, as quais se estima que atinjam os 5,01% em 2018, correspondendo a um prémio de risco de mercado (valor pago a mais pelas OT portuguesas) face às yields das OT alemãs de 4,54 p.p.. A concretizar-se este cenário, Portugal vai deixar de se financiar nos mercado a taxas competitivas, com reflexos fortemente negativos na economia em geral e na banca em particular.

Indicadores macroeconómicos (2015-2018P)

2015 2016P 2017P 2018P Tendência

Procura Externa tav 4,2 3,7 4,5 4,7

EUR/USD Taxa de Câmbio tav -16,5 2,0 1,0 0,0

Preço do Petróleo (euros) vma -36,4 -18,8 12,0 4,6

Produto Interno Bruto tav 1,5 1,3 1,6 1,5

Consumo Privado tav 2,6 2,1 1,7 1,3

Consumo Público tav 0,6 1,1 0,4 0,6

Formação Bruta de Capital Fixo tav 3,9 0,1 4,3 4,6

Exportações tav 5,2 1,6 4,7 4,7

Importações tav 7,4 2,8 4,9 4,8

Índice Harmonizado de Preços no Consumidor tav 0,7 0,7 1,4 1,5

Taxa de Poupança (%) vma 4,2 5,0 5,2 5,2

Empregabilidade (sector privado) tav 1,8 1,0 0,7 0,8

Taxa de Desemprego % 12,4 11,9 11,3 10,7

Remunerações por Trabalhador (sector privado) tav -0,2 0,8 2,0 2,3

Balança Corrente e de Capital (% PIB) vma 1,7 1,9 1,6 1,6

Balança de Bens e Serviços (% PIB) vma 1,7 1,6 1,3 1,2

Taxa de referência do BCE (média) % 0,05% 0,00% 0,00% 0,00%

Euribor 3 meses (média) % -0,02 -0,25 -0,31 -0,26

Yield das OT Alemãs 10 anos (média) % 0,54 0,21 0,30 0,47

Yield das OT Portuguesas 10 anos (média) % 2,43 3,36 4,05 5,01

Fonte: Banco de Portugal (Jun.2016) e Banco Central Europeu (Dez.2015)

TAV: taxa anual de variação; VMA: variação média anual

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Plano de Actividades e Orçamento 2017

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O Programa de Estabilidade 2016-2020 elaborado pelo Ministério das Finanças prevê que a dívida portuguesa apresente uma redução de 18,7 p.p. entre 2015 e 2020, atingindo nesse ano os 110,3% do PIB. Para tal, deverá sobretudo contribuir a evolução positiva do saldo primário ao longo do período de projeções.

A redução de 4,2 p.p. estimada para 2016 resulta, em larga medida, do efeito da venda de ativos financeiros detidos pelas Administrações Públicas.

130%129%

125%122%

119%

115%

110%

0,5

-1,2

-4,2

-2,5

-3,6

-4,2 -4,2-5,0

-4,0

-3,0

-2,0

-1,0

0,0

1,0

100%

105%

110%

115%

120%

125%

130%

135%

2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Dinâmica da Dívida Pública (2014-2020)

Dívida pública consolidada (% PIB) Variação em p.p. do PIB

Fonte: Programa de Estabilidade 2016 – 2020

No que respeita ao saldo orçamental, o Programa de Estabilidade prevê que este deva passar de um défice 2,2% do PIB em 2016 para um excedente de 0,4% do PIB em 2020. A trajetória de redução quer da dívida pública quer do défice orçamental reflecte:

• o decréscimo das despesas em cerca de 3,5 p.p. entre 2016 e 2020, contribuindo para tal: i) a redução dos juros em 0,6 p.p. decorrente da redução da dívida pública e da taxa de juro nominal ii) a redução das despesas com pessoal (-1,1 p.p.), iii) a redução das prestações sociais (-0,9 p.p.) e iv) a redução dos consumos intermédios (-0,8 p.p.);

• a redução da receita na ordem de 1,0 p.p. entre 2016 e 2020 (inferior em 2,5 p.p. à redução da despesa), essencialmente por via da redução da receita fiscal em 0,7 p.p., com os impostos sobre o rendimento e o património (-0,4 p.p.) a contribuírem de forma mais acentuada do que os impostos sobre a produção e as importações (-0,2 p.p.).

Fonte: Ministério das Finanças: Programa de Estabilidade 2016-2020

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Plano de Actividades e Orçamento 2017

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São, contudo, identificados, pelo Banco de Portugal, desafios internos que decorrem do processo de ajustamento estrutural e da correção duradoura de desequilíbrios macroeconómicos acumulados durante décadas. Entre os desafios, destacam-se a necessidade de: (i) continuar a reforçar a eficiência e estabilidade do setor bancário, (ii) assegurar uma desalavancagem adicional do setor privado e de criar novos incentivos à inovação, à mobilidade de fatores e a investimentos em capital humano e físico, (iii) manter um quadro institucional previsível e promotor da estabilidade macroeconómica e (iv) promover a redução da dívida pública de modo a assegurar a recuperação da economia portuguesa3.

Impacto potencial no setor bancário

Em termos do impacto no sistema bancário nacional, é esperar que:

• o processo de desalavancagem da economia portuguesa, decorrente do elevado nível de endividamento das famílias, empresas e Estado, prossiga, facto que deverá ter um impacto negativo na concessão de crédito em Portugal (a expectativa do Banco de Portugal para a evolução do crédito concedido é de -1,9% para 2016 e de -0,5% para 2017);

• o incremento das exportações e do investimento potencie a atividade creditícia em Portugal, em particular dos setores em expansão, como o Turismo e a Agricultura. Este efeito deverá ter maior impacto a partir de 2017, dado os crescimentos pouco significativos previstos para 2016 (exportações +1,6% e investimento +0,1%);

• o aumento do salário mínimo e das remunerações por trabalhador do setor privado e a redução da taxa de desemprego estimulem o consumo privado, e por conseguinte, a procura de produtos de crédito, como o crédito à habitação, ou o crédito ao consumo;

• num quadro de manutenção de taxas Euribor negativas (e consequente impacto negativo na margem comercial dos bancos), se implementem estratégias de aumento de up-selling (aumento do volume de negócios com um cliente) e cross-selling (venda cruzada) de produtos junto dos clientes;

• a gradual redução da dívida pública e do défice orçamental conduzam a um ambiente económico mais favorável e a uma maior confiança dos agentes económicos, com impacto direto na atividade bancária do país;

• a elevada volatilidade dos mercados monetário e financeiro induza os bancos a reforçar a monitorização e diversificação de riscos (incluindo o risco país, risco de crédito, risco de liquidez, risco de taxa de juro, risco de câmbio, risco operacional), minimização das grandes exposições e criação dos mecanismos de ajustamento aos efeitos produzidos pela referida volatilidade; e

• a concretizar-se a evolução das yields das OT portuguesas a 10 anos, que se antecipa atinjam os 5,01% em 2018, os bancos que detenham na sua carteira de investimentos financeiros dívida pública portuguesa tenham que registar perdas decorrentes do registo ao justo valor dessas aplicações financeiras.

3 Fonte: Boletim Económico de Junho de 2016.

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Plano de Actividades e Orçamento 2017

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1.2. Tendências da população e do conhecimento

De acordo com os dados das Nações Unidas, em termos mundiais, a proporção de população idosa (+60 anos) irá aumentar de 901 milhões em 2015 para 1,4 mil milhões em 2030 (+56%) e para 2,1 mil milhões em 2050 (+130%). Globalmente, a população com mais de 80 anos irá aumentar de forma ainda mais acelerada, dos 125 milhões em 2015 para 202 milhões em 2030 (+61%) e para os 434 milhões em 2050 (+247%). Na Europa, a idade média da população irá evoluir de 43,9 anos em 2016 para 45 anos em 2020 e 47 anos em 2050. O envelhecimento da população é particularmente relevante para os objetivos de desenvolvimento dos países e das regiões (e.g. eliminação de desigualdades, proteção social), de sustentabilidade (e.g. aumento da idade de reforma, rendimento mínimo na velhice, instrumentos complementares de poupança), das políticas públicas de saúde e de bem-estar (num contexto do aumento da esperança média de vida), do acesso universal aos serviços públicos e de integração desta população nas decisões com impacto sócio-económico. A Europa enfrenta problemas existenciais relacionados com o envelhecimento populacional, com a incapacidade de absorver populações de refugiados e imigrantes e com o lento crescimento da produtividade económica que decorre da dificuldade de implementação das reformas estruturais planeadas.

1.3. Organização da sociedade e papel do Estado

Durante a próxima década e em particular durante o próximo quadro comunitário de apoio que vigora até 2020, é previsível que o Estado centre a sua intervenção em torno das seguintes temáticas:

• Competitividade e internacionalização da economia;

• Inclusão social e emprego;

• Fomento do capital humano; e

• Sustentabilidade e eficiência no uso de recursos.

Competitividade e internacionalização

Capital HumanoInclusão social e

Emprego

Sustentabilidade e eficiência no uso dos

recursos

Assimetrias e potencialidades

territoriais

Reforma da Administração Pública

Estes quatro domínios temáticos deverão estar articulados e contribuir positivamente para dois domínios transversais: (i) a redução das assimetrias territoriais e (ii) a promoção de uma administração pública mais eficaz e eficiente.

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1.3.1. Fundos estruturais

Os Fundos Estruturais direcionados a Portugal (Portugal 2020) ascendem a 25 mil milhões de euros até 2020 e, destes, 4 mil milhões de euros estão associados aos setores primário, pescas e agro-industrial. Este novo quadro comunitário tem como principais objetivos o estabelecimento das prioridades de financiamento para Portugal e a articulação clara com a Estratégia Europa 2020 que pretende atingir melhorias evidentes nas seguintes áreas:

• Emprego; • Investigação e desenvolvimento; • Alterações climáticas e sustentabilidade energética; • Educação; e • Luta contra a pobreza e exclusão social.

Distribuição dos fundos comunitários 2014 – 2020 (em milhões de euros)

4.49322%

1.5588%

4332%

1.6148%

1.1035%2.049

10%

2.22511%

4.33021%

5052%

2.32711%

Dotação por Objectivos Temáticos

Competitividade das PME

Economias com Baixas Emissões

de Carbono

Adaptação às Alterações Climáticas

Ambiente e Eficiência dos Recursos

Transportes Sustentáveis

Emprego e Mobilidade Laboral

InclusãoSocial e Combate

à Pobreza

Ensino e Aprendizagem

ao Longo da Vida

Administração Pública Eficiente

Investigação, Desenvolvimento Tecnológico

e Inovação

Nota: não inclui informação relativamente aos Fundos de Desenvolvimento Rural e Pescas

Fonte: Portugal 2020; Agência para o Desenvolvimento e Coesão

A competitividade das PME, o ensino e a investigação, o desenvolvimento tecnológico e a inovação representam 54% da dotação dos fundos comunitários no valor de 11.150 milhões de euros. Outros temas relacionados com a inclusão social e a pobreza, a mobilidade social e o ambiente também merecem uma atenção particular neste programa.

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Plano de Actividades e Orçamento 2017

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Programas operacionais regionais O programa “Portugal 2020” reserva um plafond de cerca de 9,3 mil milhões de euros destinados a programas de cariz regional com a seguinte divisão:

3.379

2.155

8331.083

319

1.140

403

Valores em milhões de euros

Fonte: Portugal 2020; Agência para o Desenvolvimento e Coesão Grau de execução do Portugal 2020 No final do primeiro semestre de 2016 o volume de fundos aprovados no Portugal 2020 representava 26% do total de fundos programados para o período 2014-2020. Montantes de investimento e respetiva comparticipação:

• Investimento total: 10,2 mil milhões de euros; • Investimento elegível: 9,6 mil milhões de euros; • Comparticipação de fundos: 6,6 mil milhões de euros, correspondendo a uma taxa média de

comparticipação de 69%.

Nos apoios aprovados assumem maior relevância os domínios do desenvolvimento rural, com maior incidência nos ecossistemas e explorações agrícolas e a competitividade e internacionalização. A taxa de execução encontrava-se nos 7%, correspondente a 1,7 mil milhões de euros. Impacto potencial no setor bancário Uma gestão eficiente dos Fundos Comunitários terá um impacto positivo no crescimento da economia portuguesa e do emprego, o que influenciará o aumento da concessão de crédito e a melhoria da qualidade da carteira de crédito dos bancos. Os bancos:

• poderão beneficiar da vertente dos fundos estruturais dedicada à competitividade das PME (22% do total de apoios disponíveis), fomentando o financiamento ao investimento de expansão e à dinamização do negócio internacional;

• deverão explorar a vertente não comparticipada por fundos estruturais que, atendendo ao nível de aprovação observado até ao final do segundo trimestre de 2016, ascende a 31% do investimento elegível (3,0 mil milhões de euros), bem como acionar linhas de crédito de antecipação de receitas de projetos já aprovados, mas ainda não comparticipados; e

• dada a até agora reduzida taxa de execução do Portugal 2020 e à urgência na sua aplicação, deverão beneficiar do aumento do nível de execução que deverá ocorrer no futuro próximo.

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Plano de Actividades e Orçamento 2017

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1.4. Economia e tecido empresarial

Em Portugal verifica-se uma tendência de êxodo da população ativa das zonas rurais para zonas urbanas motivado por procura de melhores oportunidades de vida, uma vez que o poder de compra nas zonas urbanas é superior à média e estas concentram 68,5% do valor acrescentado bruto gerado em Portugal. Atualmente, mais de metade da carteira de crédito do Crédito Agrícola (4,7 mil milhões de euros) é proveniente de zonas rurais que estão a perder população e importância do ponto de vista da geração de riqueza (VAB). Por outro lado, o Crédito Agrícola possui uma quota de mercado de apenas 1,7% nas zonas urbanas que representam quase 70% do total de crédito em Portugal.

Valor % Valor % QM%

Rural 36,3% -1,5 22,4% 2,6 82,4 12,9% 21,3% -1,7 41.742 21,1% 4.666 54,3% 11,2%

Intermédia 17,1% 0,5 16,5% 2,3 85,2 7,6% 10,1% -1,2 20.428 10,3% 1.549 18,0% 7,6%

Urbana 46,3% 1 17,3% 3,1 104,8 4,4% 68,5% 2,9 135.959 68,6% 2.379 27,7% 1,7%

Total 100% 19,0% 2,7 100,0 8,3% 100% 198.129 100,0% 8.594 100,0% 4,3%

Fonte: Pordata; * De acordo com a metodologia adoptada pela Comissão Europeia em 2010

Análise sócio-económica por tipologia de região de Portugal

Zonas*

%

População

(2011)

Var.

2011-

2001

(p.p.)

% Pop.

+65

anos

(2011)

Var.

2011-

2001

(p.p.)

Crédito CA

(Jun.2016) M€

Poder de

compra

per capita

(2011)

Var.%

2011-

2002

(p.p.)

Estrutura da

economia

(VAB) (2012)

Var.

2012-

2002

(p.p.)

Crédito do

mercado

Análise por Distrito

A análise do tecido empresarial português permite concluir que as microempresas e as pequenas empresas têm um peso relevante no total do “EBITDA” (resultado antes de amortizações, imparidades, juros e impostos) gerado pelo universo de empresas que apresentam IES4 anualmente. A nível nacional, cerca de 43% do EBITDA total é gerado por micro e pequenas empresas, existindo distritos onde o valor ultrapassa os 50% (e.g. Porto, Braga, Leiria, Santarém, Vila Real, Viseu, Bragança, Évora, Faro e Guarda). Em Junho de 2016, as 3 cidades no topo da lista (Lisboa, Porto e Setúbal) concentraram cerca de 60% da rentabilidade gerada pelo universo das empresas medida pelo indicador EBITDA.

4 IES – Informação Empresarial Simplificada (para efeitos da declaração fiscal).

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Plano de Actividades e Orçamento 2017

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EBITDA por SegmentoPeso das Micro

Peso das

Pequenas

Peso das

Médias

Peso das

GrandesTotal

EBITDA Valor

em M€

% do

total

LISBOA 22% 12% 25% 40% 100% 9.078 34%

PORTO 51% 17% 17% 16% 100% 5.013 19%

SETÚBAL 17% 13% 22% 48% 100% 1.281 5%

BRAGA 24% 26% 23% 27% 100% 1.594 6%

AVEIRO 27% 22% 26% 25% 100% 1.513 6%

LEIRIA 27% 27% 31% 15% 100% 1.015 4%

SANTARÉM 32% 21% 35% 12% 100% 466 2%

VIANA DO CASTELO 16% 12% 16% 57% 100% 464 2%

COIMBRA -9% 18% 52% 40% 100% 231 1%

BEJA 18% 6% 29% 47% 100% 201 1%

CASTELO BRANCO 15% 23% 53% 9% 100% 159 1%

VILA REAL 41% 30% 39% -10% 100% 109 0%

VISEU 43% 27% 17% 13% 100% 278 1%

PORTALEGRE 39% 7% 17% 37% 100% 132 0%

BRAGANÇA 20% 69% 15% -5% 100% 107 0%

ÉVORA 49% 27% 7% 17% 100% 101 0%

FARO 22% 63% 9% 6% 100% 1.129 4%

GUARDA 43% 43% 12% 1% 100% 73 0%

OUTROS -8% 18% 22% 68% 100% 3.529 13%

PORTUGAL 25% 18% 23% 33% 100% 26.474 100%

Fonte: PIN Mercado (base de dados Ignios)

Micro (VN <= 2M€); Pequenas (VN <= 10M€); Médias (VN <= 50M€); Grandes (VN > 50M€)

Nota: O total resulta da soma algébrica de EBITDA das empresas (positivo, nulo ou negativo)

Repartição do peso do EBITDA por dimensão da empresa e por Distrito [Junho 2016]

Numa série anual, entre Junho de 2015 e Junho de 2016 registaram-se 37.090 novas empresas e encerraram ou entraram em regime de insolvência 20.367 empresas, num total de 448.282 empresas registadas. Em relação à distribuição do número de empresas por distrito verifica-se que cerca de 53% das empresas existentes estão concentradas em 3 distritos (Lisboa, Porto e Braga). Em relação ao nascimento de novas empresas, de Junho de 2015 a Junho de 2016, verificou-se uma quebra de -1,7%, tendo os distritos da Guarda (-24,7%) e Leiria (-17,3%) e a região da Madeira (-21,2%) registado as maiores quebras, e os distritos de Beja e Faro os maiores crescimentos (+43,0% e +23,3%, respetivamente), num período em que apenas 6 distritos observaram uma variação positiva. No que respeita às insolvências e encerramentos de empresas houve um aumento de 5,3%, em Junho de 2016 face ao período homólogo, tendo as maiores variações sido registadas nos distritos da Guarda (+50,8%), de Castelo Branco (+29,5%) e Portalegre (26,1%). Os Açores viram o número de insolvências reduzir em cerca de 30%, condição que não estará alheia ao forte dinamismo turístico que se tem observado no arquipélago ultimamente.

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Plano de Actividades e Orçamento 2017

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Distritos e Regiões# Empresas

Jun.2016

Distribuição

no Total

Novas empresas

Jul.2015-Jun.2016

Distribuição

no Total

Variação

homóloga(%)

acumulada

Insolvências e

Encerramentos

Distribuição no

Total

Variação

homóloga(%)

acumulada

LISBOA 124.695 27,8% 11.371 30,7% 3,9% 5.662 27,8% 2,9%

PORTO 77.022 17,2% 6.807 18,4% -3,0% 3.784 18,6% 4,6%

BRAGA 34.779 7,8% 2.962 8,0% -4,6% 1.732 8,5% 2,5%

AVEIRO 27.701 6,2% 2.064 5,6% -6,1% 1.351 6,6% 12,4%

SETÚBAL 26.118 5,8% 2.318 6,2% -2,8% 1.328 6,5% 3,4%

LEIRIA 21.095 4,7% 1.578 4,3% -17,3% 792 3,9% -3,2%

FARO 21.090 4,7% 1.848 5,0% 23,3% 864 4,2% 1,6%

SANTARÉM 16.846 3,8% 1.132 3,1% 0,5% 665 3,3% -2,2%

COIMBRA 16.436 3,7% 1.109 3,0% -10,9% 732 3,6% 21,6%

VISEU 13.141 2,9% 893 2,4% -7,5% 626 3,1% 17,0%

MADEIRA 10.331 2,3% 836 2,3% -21,2% 743 3,6% 14,0%

VIANA DO CASTELO 8.950 2,0% 730 2,0% 6,4% 397 1,9% 10,3%

CASTELO BRANCO 7.162 1,6% 447 1,2% 1,4% 307 1,5% 29,5%

ÉVORA 7.121 1,6% 489 1,3% -4,3% 240 1,2% 13,2%

VILA REAL 7.032 1,6% 560 1,5% -10,0% 251 1,2% 24,9%

AÇORES 6.981 1,6% 474 1,3% -9,7% 214 1,1% -29,6%

BEJA 5.972 1,3% 512 1,4% 43,0% 178 0,9% -9,2%

GUARDA 5.966 1,3% 327 0,9% -24,7% 193 0,9% 50,8%

BRAGANÇA 5.222 1,2% 313 0,8% -12,6% 168 0,8% 5,7%

PORTALEGRE 4.622 1,0% 320 0,9% -6,4% 140 0,7% 26,1%

PORTUGAL 448.282 100% 37.090 100% -1,7% 20.367 100% 5,3%

Fonte: Informa D&B - Barómetro Informa Julho 2016

Distribuição, nascimento e encerramento de empresas por Distrito [Jun. 2016]

Análise por Setor de Atividade Relativamente aos setores de atividade, é possível constatar que os serviços e os grossistas/retalhistas concentram quase 57% do total de empresas a Junho de 2016. No indicador “constituição de novas empresas”, a grande maioria dos setores registou uma descida na variação homóloga, com a exceção dos setores da construção e atividade imobiliária (+11,3%) e do alojamento e restauração (+4,1%) face a Junho 2015. No que respeita ao número de insolvências e encerramentos, os dados a Junho de 2016 indicam que os sectores mais afetados foram a agricultura, pecuária e pescas (+33%), o alojamento e restauração (+13,5%), a indústria transformadora (+10,5%) e os serviços (+8,4%).

Sectores

# Empresas

Jun.2016

Distribuição no

Total

Novas empresas

Jul.2015-Jun.2016

Distribuição no

Total

Variação

homóloga(%)

acumulada

Insolvências e

Encerramentos

Distribuição no

Total

Variação

homóloga(%)

acumulada

Serviços 156.982 35,0% 11.534 31,1% -2,1% 4.994 24,5% 8,4%

Grossista/Retalhista 97.510 21,8% 8.046 21,7% -9,7% 5.611 27,5% 3,5%

Construção e Actividades Imobiliárias 65.229 14,6% 5.957 16,1% 11,3% 3.393 16,7% -1,0%

Indústrias Transformadoras 40.057 8,9% 2.645 7,1% -5,8% 2.161 10,6% 10,5%

Alojamento e Restauração 36.121 8,1% 4.405 11,9% 4,1% 2.176 10,7% 13,5%

Transportes 17.545 3,9% 935 2,5% -6,3% 757 3,7% -8,1%

Agricultura, pecuária, pesca e caça 15.571 3,5% 1.688 4,6% -9,3% 435 2,1% 33,0%

Outros 19.267 4,3% 1.880 5,1% 5,3% 840 4,1% -2,1%

TOTAL 448.282 100% 37.090 100% -1,7% 20.367 100% 5,3%

Fonte: Informa D&B - Barómetro Informa Julho 2016

Distribuição, nascimento e encerramento de empresas por sector de actividade [Jun. 2016]

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Plano de Actividades e Orçamento 2017

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1.4.1. Gestão proativa de risco, regulação e capital

O reforço da regulação e a profunda reforma institucional na Europa, resultantes da situação generalizada do setor bancário pré-crise – incluindo os baixos níveis de capitalização, o elevado nível de alavancagem, as reduzidas reservas de liquidez, modelos de governação inadequados e a ausência de um quadro estruturado para resposta a situações de resolução, têm vindo a obrigar os bancos a (i) reforçar a qualidade e a quantidade de fundos próprios em balanço, (ii) introduzir um rácio de alavancagem em complemento à medida de capital regulamentar ponderado pelo risco, (iii) introduzir um rácio de cobertura de liquidez e um rácio de financiamento estável líquido, (iv) prever regimes de recuperação. Estes requisitos estão a fazer com que a banca procure um maior alinhamento entre as várias disciplinas de planeamento e de gestão de riscos, potenciando:

• a diversificação das fontes de funding com o intuito de reduzir a dependência face aos depósitos de clientes e utilizar fontes alternativas, permitindo optimizar a gestão de liquidez, quer ao nível de prazos de maturidade, quer ao nível de pricing;

• o incremento da procura por parte da Banca de ativos e estratégias de maior risco por forma a cobrir os custos de capital inerentes aos requisitos regulamentares;

• a utilização de metodologias de cálculo de rentabilidade baseadas no risco (RAROC) com consequências na determinação do pricing das operações; e

• o desenvolvimento de motores analíticos para análise de bases de dados de clientes de modo a potenciar o conhecimento do cliente e assim prestar um melhor serviço, potenciar uma oferta mais personalizada e diluir o risco de crédito;

• mitigação dos vários riscos que afetam a atividade bancária (e.g. crédito, mercado, liquidez, operacional, negócio, reputação, legal/solvência, fundo de pensões, contágio, sistémico), sejam estes originados por eventos esperados ou não, através da identificação, da medição sistemática e do controlo dos indicadores e respeitando todas as exigências regulamentares dos supervisores; e

• o planeamento, controlo, simulação e gestão sistemática do capital (e não apenas nos exercícios de testes de esforço a cenários de severidade).

1.5. Enquadramento do setor bancário

O panorama global para o setor da banca perspetiva grandes desafios para as instituições financeiras, nomeadamente:

• a emergência da nova era digital que está a alterar os comportamentos dos consumidores e, por conseguinte, a forma como interagem com os seus bancos;

• a necessidade de ajustar a estrutura dos bancos à realidade do negócio, cada vez mais digital;

• o aumento da concorrência e a defesa da rentabilidade dos bancos num contexto de novas imposições regulamentares (e.g. limites ao preçário, exigências de capital e de liquidez), da ameaça de novas entradas (players tecnológicos e especializados em gerir informação de clientes);

• a persistência de taxas de juro de referência em mínimos históricos, prevendo-se o prolongamento das políticas acomodatícias durante os próximos anos, com impacto direto no estreitamento da margem financeira dos bancos;

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Plano de Actividades e Orçamento 2017

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• a redução das taxas de financiamento dos Estados e o aumento da liquidez no mercado, reduzindo as oportunidades de geração de resultados nas operações de aplicação/alienação em títulos de dívida soberana;

• a gestão dos ativos não produtivos dos balanços, como os créditos com incumprimento de elevada antiguidade, créditos com exposição a mercados emergentes e carteira de imóveis adquiridos por recuperação de crédito.

1.5.1. Evolução do mercado nacional de depósitos (Dez/2012 – Jun/2016)

De acordo com a informação mais recente do Banco de Portugal, no primeiro semestre de 2016 os depósitos totais de clientes cresceram 3,7% face ao 1º semestre de 2015. No que respeita aos depósitos de particulares, estes aumentaram 3,7% face ao período homólogo, sendo que no segmento empresarial o crescimento foi igualmente de 3,7%.

Fonte: Banco de Portugal Variações homólogas YoY (12 meses)

Depósitos de particularesDepósitos totais de clientes

158 162 163 168 172

-3,8%

2,5%0,9%

3,0% 3,7%

2012 2013 2014 2015 jun-16

Volume de depósitos Variação homóloga

Depósitos de empresas

131 132 133 138 141

0,0% 1,3% 0,4%3,8% 3,7%

2012 2013 2014 2015 jun-16

27 29 30 30 31

-18,8%

8,6% 2,9% -0,4% 3,7%

2012 2013 2014 2015 jun-16

+

Valores em mil milhões euros

1.5.2. Evolução do mercado nacional de crédito (Dez/2012 – Jun/2016)

O crédito bruto total diminuiu em Portugal 4,3% em Junho de 2016 face ao registado no 1º semestre de 2015. No que respeita ao crédito a particulares este recuou 2,7% face ao período homólogo, sendo que no crédito a empresas esta quebra foi superior, cifrando-se nos 6,6%.

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Plano de Actividades e Orçamento 2017

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Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Salvaterra de Magos, CRLCaixa de Crédito Agrícola Mútuo de Salvaterra de Magos, CRLCaixa de Crédito Agrícola Mútuo de Salvaterra de Magos, CRLCaixa de Crédito Agrícola Mútuo de Salvaterra de Magos, CRL

105 99 86 82 80

-7,4%-5,7%

-13,5%

-5,1% -6,6%

2012 2013 2014 2015 jun-16

134 128 124 119 118

-4,0% -4,4% -3,5% -3,6% -2,7%

2012 2013 2014 2015 jun-16

Crédito a particularesCrédito bruto total

Crédito a empresas+

Valores em mil milhões euros

239 227 210 201 198

-5,5% -5,0%

-7,9%

-4,2% -4,3%

2012 2013 2014 2015 jun-16

Volume de crédito Variação homóloga

Fonte: Banco de Portugal Variações homólogas YoY (12 meses)

Para a quebra verificada no crédito a particulares contribuiu em larga medida o crédito à habitação que reduziu 3,6% e que pesa na carteira de crédito a particulares cerca de 81%. O crédito a empresas apresentou, no geral, uma redução a Junho de 2016 de 6,6% face ao período homólogo. É de salientar o desempenho positivo do sector dos transportes e armazenagem, com um crescimento de 7,3% face ao período homólogo, assim como do sector energético (+1,2%), da agricultura e pescas (+3,5%) e da saúde e apoio social (+4,0%), constituindo estes dois últimos sectores estratégicos para o Grupo Crédito Agrícola.

Evolução do mercado de crédito a empresas por CAE – Junho 2015 / Junho 2016

Valores em milhares de euros CAE Var. Crédito Total Crédito

% Total

Crédito

% Crédito

Vencido

Agricultura e Pescas 3,5 % 2.275.000 2,9 % 6,0 %

Indústrias Transformadoras -3,5 % 13.015.000 16,3 % 10,3 %

Saúde e Apoio Social 4,0 % 1.344.000 1,7 % 5,1 %

Comércio -0,1 % 12.386.000 15,5 % 15,6 %

Construção -16,1 % 12.204.000 15,3 % 35,6 %

Actividades Imobil iárias -14,2 % 9.931.000 12,5 % 26,8 %

Alojamento e Restauração -4,5 % 4.382.000 5,5 % 11,2 %

Transporte e Armazenagem 7,3 % 7.182.000 9,0 % 7,1 %

Energia 1,2 % 2.452.000 3,1 % 0,6 %

Indústrias Extractivas -4,2 % 248.000 0,3 % 13,3 %

Água e Saneamento -8,1 % 1.473.000 1,8 % 2,0 %

Administração Pública - - - -

Outros -10,3 % 12.821.000 16,1 % 10,7 %

Total -6,6 % 79.713.000 100% 16,2 %

Fonte: PIN Mercado Os sectores ligados ao imobiliário e construção persistem em registar quebras no crédito, refletindo um desinvestimento neste setor de 14,2% e 16,1%, respetivamente, face a Junho de 2015. Também o setor das indústrias transformadoras sofreu uma quebra a Junho de 2016, refletindo a desaceleração das exportações e do investimento observados ao longo de 2016.

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Plano de Actividades e Orçamento 2017

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2. Análise financeira

2.1. Grupo Crédito Agrícola

Num contexto macroeconómico nacional em que, embora comecem a surgir os primeiros sinais de retoma económica, ainda se verificam restrições financeiras significativas, retração da procura de crédito em geral e um elevado nível de endividamento na economia, o Grupo Crédito Agrícola apresentou um resultado líquido consolidado de 2,4 milhões de euros em Junho de 2016 (-91% face a Junho de 2015), para o qual o negócio bancário (SICAM) contribuiu com 22,9 milhões de euros (+15% face a Junho de 2015).

A quebra acentuada no resultado líquido consolidado ficou essencialmente a dever-se ao registo de perdas líquidas com ativos não correntes detidos para venda do fundo imobiliário CA Imobiliário, que atingiram os 38,2 milhões de euros.

PRINCIPAIS INDICADORES CONSOLIDADOS DO GRUPO CRÉDITO AGRÍCOLA

Valores em mi lhões de euros , excepto percentagens

Indicadores consolidados do Grupo CA Jun.2015 Jun.2016Δ Abs.

16/15Δ % 16/15

Resultado líquido consol idado 25,6 2,4 -23,2 -91%

do qual: Resultado líquido (negócio bancário) 20,0 22,9 3,0 15%

Activo total l íquido 14.394 16.025 1.630 11,3%

Rentabilidade do activo (ROA) 0,36% 0,03% -0,3 p.p. n.a.

Situação líquida 1.082 1.194 112 10,4%

Rentabilidade dos capitais próprios (ROE) 4,73% 0,41% -4,3 p.p. n.a.

Rácio de crédito vencido há mais de 90 dias 8,2% 7,6% -0,6 p.p. n.a.

Rácio de crédito em risco 12,0% 11,3% -0,7 p.p. n.a.

Rácio common equity tier I (phased-in ) 12,9% 12,8% -0,1 p.p. n.a.

Rácio common equity tier I (fully-implemented ) n.a. n.a.

# de agências bancárias 681 675 -6 -0,9%

Em 30 de junho de 2016, a carteira de crédito (bruto) a clientes do Grupo ascendia a 8,5 mil milhões de euros, representando um crescimento de 1,9% face a 31 de Dezembro de 2015. Em termos de qualidade da carteira de crédito do Grupo Crédito Agrícola, o rácio de crédito em risco (calculado em termos da instrução BdP 24/2012) atingia os 11,3%. O Grupo tem vindo a dar continuidade a uma gestão sã e prudente, refletida num total de imparidades acumuladas a junho de 2016 de 858 milhões de euros. Em junho de 2016 o Crédito Agrícola apresentava uma exposição direta e indireta de imóveis com um valor líquido de 642 milhões de euros, registando uma variação líquida de -27 milhões de euros face a Dezembro de 2015. Em termos consolidados, com referência a 30 de junho de 2016, o Grupo Crédito Agrícola apresenta um confortável nível de solvabilidade consubstanciado pelo rácio common equity tier 1

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(CET1) de 12,8%, de acordo com as regras CRD IV/CRR phase-in (bastante acima dos 8,0% recomendados pelo Banco de Portugal na comunicação 1550/14/DSPDR de 14.05.2014). Para os resultados consolidados do Grupo Crédito Agrícola a 30 de Junho de 2016 (2,4 milhões de euros) contribuíram ainda, entre outros, os resultados positivos de 3,0 milhões de euros da CA Vida (seguros vida), de 2,0 milhões de euros da CA Seguros (seguros não vida) e de 0,01 milhões de euros da CA Gest (gestora de ativos).

2.2. Negócio bancário (SICAM) No negócio bancário, em junho de 2016, o Crédito Agrícola alcançou um resultado líquido de 22,9 milhões de euros, que compara com os 20,0 milhões de euros registados em junho de 2015. Este incremento dos resultados de 3,0 milhões de euros reflecte o aumento de 16,7% da margem financeira, nomeadamente pelo efeito da redução da remuneração dos depósitos a clientes (-33 milhões de euros), em função da quebra de taxa de juro média das aplicações (0,4% em junho de 2016 vs. 1,0% em junho de 2015), uma vez que o saldo médio aumentou no período em análise.

No mesmo sentido e também relacionado com a quebra da taxa de juro média, a remuneração do crédito a clientes reduziu 13 milhões de euros, redução essa inferior à observada nos recursos de clientes, o que contribui positivamente para a margem financeira.

Margem Financeira

em milhares de euros

Variáveis

Capitais

Médios

Taxa Média

(%) Proveitos / Custos

Capitais

médios

Taxa média

(%)

Proveitos /

Custos

Crédito a clientes 8.184.127 3,7% 150.035 8.425.918 3,3% 137.504

Títulos e outras aplicações 4.317.524 1,0% 22.110 5.301.863 0,9% 20.802

Activos Financeiros 12.501.652 2,7% 172.145 13.727.781 2,4% 158.306

Depósitos de clientes 10.393.754 1,0% 53.641 11.031.438 0,4% 20.684

Recursos de Bancos Centrais e outros passivos 1.122.049 0,4% 2.294 1.037.232 0,4% 1.962

Passivo Financeiro 11.515.803 1,0% 55.934 12.068.670 0,4% 22.646

Margem Financeira 1,8% 116.211 2,0% 135.660

Jun-15 Jun-16

O produto bancário do SICAM atingiu os 234 milhões de euros, o que corresponde a uma quebra de 13,1% para a qual contribuiu, apesar do incremento da margem financeira, a redução em cerca de 65,3 milhões de euros nos ganhos obtidos com a carteira de investimentos. Os custos de estrutura registaram um acréscimo de 2,4% face ao período homólogo muito por conta dos gastos gerais administrativos que registaram um acréscimo de 4,0%, para os 59,7 milhões de euros. Para esse acréscimo assume maior relevância o aumento (i) do correio (+4%), (ii) da publicidade (+57%), (iii) da formação de pessoal (+71%) e (IV) dos gastos SIBS (+16%).

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Plano de Actividades e Orçamento 2017

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Os gastos com pessoal observaram um acréscimo de 1,8% face a Junho de 2015, atingindo os 83,7 milhões de euros. Face ao exposto, o rácio de eficiência a junho de 2016 atingiu os 64,1%, 9,7 p.p. acima do observado no período homólogo e 1,0 p.p. inferior à média do mercado (65,1%). Em 30 de junho de 2016, a carteira de crédito (bruto) a clientes do SICAM ascendia a 8,6 mil milhões de euros, um aumento de 4,1%, face a junho de 2015 e em contraciclo com o verificado no setor que registou uma quebra de 4,3%. Os recursos de clientes sob a forma de depósitos bancários totalizaram 11,4 mil milhões de euros, evidenciando um crescimento, em termos homólogos, de 6,5%, correspondente a 696 milhões de euros. Este efeito consolida por um lado o posicionamento do Grupo Crédito Agrícola enquanto banco aforrador e por outro, coloca o Crédito Agrícola como um banco de refúgio e de confiança para depositantes de outros bancos que se encontram mais fragilizados do ponto de vista económico e reputacional. Não obstante e apesar de beneficiar a liquidez do Grupo, este aumento coloca pressão na margem financeira e coloca mais distante o objetivo de atingir um rácio de transformação de 71% no final de 2016, atendendo a que em junho de 2016 este se encontra nos 68%.

PRINCIPAIS INDICADORES DO NEGÓCIO BANCÁRIO (SICAM) Valores em mi lhões de euros , excepto percentagens

Indicadores do Grupo CA (negócio bancário) Jun.2015 Jun.2016Δ Abs.

16/15Δ % 16/15

Balanço

Activo l íquido total 12.621 14.252 1.630 12,9%

Crédito a cl ientes total (bruto) 8.258 8.594 337 4,1%

Crédito a particulares (bruto) 3.945 3.784 -161 -4,1%

Crédito a empresas e adm. pública (bruto) 4.313 4.810 497 11,5%

Recursos de clientes no balanço 10.684 11.379 696 6,5%

Imparidades e provisões acumuladas 897 866 -31 -3,5%

Situação l íquida 1.050 1.199 149 14,2%

Resultados

Resultado l íquido 20,0 22,9 3 14,9%

Margem financeira 116 136 19 16,7%

Comissões Líquidas 59 60 1 2,1%

Produto bancário 269 234 -35 -13,1%

Custos de estrutura 146 150 4 2,4%

Imparidades e provisões do exercício 94 47 -47 -49,8%

Rácios

Rácio de transformação* 68,9% 67,9% -1,0 p.p. n.a.

Rentabilidade do activo (ROA) 0,32% 0,32% 0,0 p.p. n.a.

Rentabilidade dos capitais próprios (ROE) 3,8% 3,8% 0,0 p.p. n.a.

Rácio de cobertura do CV 127,0% 128,9% 2 p.p. n.a.

Custos operacionais / Produto bancário 54,4% 64,1% 9,7 p.p. n.a.

(*) Rácio calculado segundo a Instrução 23/2012 do BdP, determinado pelo quociente entre crédito líquido concedido a clientes

e depósitos de clientes.

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Plano de Actividades e Orçamento 2017

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Na generalidade, as Caixas Agrícolas cumprem com os rácios normativos definidos, no entanto, no que respeita ao rácio de crédito vencido bruto há mais de 90 dias e ao rácio de eficiência, o desempenho médio por Caixa Associada situou-se abaixo dos valores indicativos definidos, no entanto em linha com o já observado em Junho de 2015. As principais conclusões a retirar do desempenho do negócio bancário do Grupo Crédito Agrícola (SICAM) no 1º semestre de 2016 incluem a constatação:

• da melhoria da margem financeira face ao 1º semestre de 2015, a qual se encontra bastante pressionada pelo reduzido rácio de transformação (67,9%);

• da deterioração do rácio de eficiência em 9,7 p.p. face ao período homólogo, contribuindo para tal o incremento dos custos de estrutura (+2,4%) e a quebra do produto bancário, em função da menor remuneração obtida com a gestão da carteira de investimentos (-72%, correspondente a -65,3 milhões de euros face a junho de 2015);

• do sucesso no crescimento da carteira de crédito bruto (+4,1%), i.e. significativamente acima do verificado no setor bancário (-4,3%);

• de conservadorismo nas políticas de provisionamento da carteira, com o rácio de cobertura do crédito vencido a atingir os 128,9%; e

• de que o Crédito Agrícola mantém um confortável nível de capitalização expresso num rácio CET1 (phased in), a jun.2016, de 12,8% que se situa acima do mínimo regulamentar de 7,0% imposto pelo Aviso 6/2013 e do mínimo indicativo de 8,0% expresso pelo Banco de Portugal na comunicação 1550/14/DSPDR de 14.05.2014.

3. Plano de desenvolvimento da Caixa Agrícola de Salvaterra Magos para 2017

A evolução tecnológica irá permitir aumentar a mobilidade da população (e.g. teletrabalho), bem como continuará a alterar os comportamentos sociais (e.g. redes sociais) e de consumo (e.g. pagamentos móveis) e a proporcionar maior acesso a informação em tempo-real aos vários estratos populacionais. Segundo a Marktest, entre finais de 2015 e início de 2016, cerca de 6,2 milhões de residentes em Portugal usavam smartphone, cerca de 4,3 milhões de residentes bancarizados com conta bancária utilizavam serviços de pagamento de despesas domésticas / utilities, cerca de 2,6 milhões de residentes com conta bancária utilizavam serviços de Internet Banking, e 54,8% da população portuguesa acedia às redes sociais gastando uma média de 81 minutos por dia para o efeito. Ao nível dos Estados, prevê-se a evolução para uma economia de mercado com um papel do Estado mais interventivo no que diz respeito à supervisão e à regulação dos vários setores da atividade, resultante do impacto que a recente crise económica e financeira teve na credibilidade e na reputação das instituições bancárias. A restauração da confiança é condição essencial para a sustentabilidade do negócio dos bancos, sendo certo que a sociedade está cada vez mais atenta à adoção de princípios éticos e comportamentos responsáveis pelos bancos.

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Plano de Actividades e Orçamento 2017

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3.1. Desafios p/ o Crédito Agrícola e p/ a Banca em Portugal (pós crise)

O setor bancário em Portugal atravessa um período de alguma indefinição em que as decisões das equipas de gestão e, em alguns casos, dos decisores políticos poderão ter um impacto relevante no futuro do setor. Para todo o setor os principais desafios no horizonte próximo incluem:

• Alienação do Novo Banco: o processo de alienação/venda do Novo Banco já perdura há demasiado tempo e o banco ainda acumula prejuízos, com impactos nefastos na sua reputação e nos níveis de liquidez e de capital. Atualmente existem propostas de aquisição do BPI e dos fundos americanos Apollo (que detém participações na Tranquilidade e Açoreana) e Loan Star (que detém os centros comerciais Dolce Vita). Impacto potencial no setor bancário: a liquidação, ou a alienação por um valor reduzido, terá consequências para o setor, uma vez que, de acordo com o regime em vigor, os bancos serão chamados a suportar a diferença entre o valor injetado pelo Fundo de Resolução e o valor da venda/liquidação, com consequências nos níveis de capitalização e liquidez do setor. No decorrer do mês de setembro de 2016, foi anunciado que o prazo de pagamento concedido aos bancos para pagar o empréstimo do Estado ao Fundo de Resolução foi prolongado por 30 anos.

• Capitalização e reestruturação da CGD: após o acordo com a Comissão Europeia sobre os trâmites da capitalização e reestruturação da CGD, a nova administração tem o desafio de efetuar uma boa execução do plano de atividades proposto. Impacto potencial no sector bancário: a estabilidade do maior banco português revela-se crucial para a estabilidade do setor como um todo e para o fomento da concessão de crédito à economia e para a recuperação da imagem do setor em Portugal.

• Consolidação do setor bancário: os reduzidos níveis de rentabilidade do negócio bancário, num contexto de taxas Euribor negativas, conjugados com a crescente concorrência (tradicional e tecnológica) e com os investimentos necessários para responder aos desafios da regulamentação, resultam em pressão sobre os níveis de capital e liquidez. Impacto potencial no setor bancário: a necessidade de aumentar o rácio ativo/agência na generalidade dos bancos, obrigará a reduzir custos de estrutura, seja através de investimentos em automatização, no caso dos bancos com capital para o fazer, seja através de fenómenos de consolidação/fusão, no caso de bancos com situações patrimoniais mais fragilizadas.

• Redução do peso dos ativos não produtivos: a necessidade de recuperar a rentabilidade dos bancos passa também por encontrar soluções para os ativos improdutivos, nomeadamente créditos em incumprimento de elevada antiguidade, créditos com exposição a mercados emergentes e imóveis reconhecidos por recuperação de crédito. Para tal, o Banco de Portugal chegou a avançar com a possibilidade de constituir um “bad bank”, o qual teria como propósito adquirir e gerir os ativos não produtivos dos bancos. Impacto potencial no setor bancário: a eventual alienação de ativos a um “bad bank” obrigaria a um desconto elevado por parte dos bancos detentores desses ativos,

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prejudicando os resultados do exercício e colocando pressão sobre os fundos próprios. Para ultrapassar essa adversidade, o Banco de Portugal colocou a hipótese de o Estado poder subscrever temporariamente capital dos bancos, abrindo um regime de exceção para o sistema bancário português dentro do atual quadro legal europeu. Se, por hipótese, este cenário vier a concretizar-se os bancos ficarão com maior capacidade para financiar a economia e com ativos de melhor qualidade.

• Outros assuntos relacionados: temáticas em aberto, como a capitalização do Millennium BCP, o registo da OPA do CaixaBank ao BPI, a reestruturação no Montepio, a reestruturação de bancos internacionais (e.g. Deutsch Bank), entre outros, configuram-se também como relevantes para a recuperação da reputação e da estabilidade do setor. Impacto potencial no sector bancário: será necessário reunir as condições para ter um setor bancário credível, moderno e rentável que possa assegurar o financiamento à economia, atrair investimento externo e remunerar os acionistas (condição necessária à atração de capital).

3.2. Análise Competitiva do sector bancário

3.2.1. Desempenho comparativo do Crédito Agrícola - referência a Jun/2016

O Crédito Agrícola (a par com o Santander Totta, embora neste caso influenciado pela aquisição do Banif), apresentou uma evolução favorável relativamente aos restantes principais concorrentes, tendo registado um crescimento no crédito bruto total de 4,1% em junho de 2016, face ao período homólogo. No que se refere aos recursos de clientes, estes cresceram 6,5% no Crédito Agrícola, registando o segundo maior crescimento do mercado (ultrapassado apenas pelo Santander Totta, que ficou a dever esse crescimento à aquisição do Banif). É ainda de referir a estagnação do crescimento dos recursos de clientes verificado no BPI, e a redução líquida de depósitos no BCP, Novo Banco e Montepio.

Fonte: Informação disponibilizada nos sites dos diversos Bancos. Nos casos do Montepio, Caixa Geral de Depósitos e Novo Banco, os valores são consolidados e nos casos do BCP, BPI e Santander referem-se à actividade em Portugal.

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No primeiro semestre de 2016 o Crédito Agrícola, O BPI e o Santander Totta, registaram um crescimento no crédito (em empresas e em particulares os outros 2 Bancos, enquanto o Crédito Agrícola aumentou apenas o crédito a empresas e não registou qualquer evolução no crédito a particulares). Os restantes concorrentes (CGD, Novo Banco e BCP) registaram uma variação negativa em ambos os segmentos. Relativamente ao crédito a empresas, este cresceu 7,6% face ao período homólogo no Crédito Agrícola, tendo apenas sido superado pelo BPI (11,5%) e pelo Santander (+Banif=38,6%).

Crédito Bruto a Particulares

0,0%

-3,6%

1,3%

16,9%

-3,5%

-2,9%

0,0%

Montepio

BCP

BPI

Santander

Novo Banco

CGD

SICAM

Crédito Bruto a Empresas

0,0%

-6,4%

11,5%

38,6%

-14,8%

-0,9%

7,6%

Montepio

BCP

BPI

Santander

Novo Banco

CGD

SICAM

n.d. n.d.

Variações homólogas

Fonte: Informação disponibilizada nos sites dos diversos Bancos. Nos casos do Montepio, Caixa Geral de Depósitos e Novo Banco, os valores são consolidados e nos casos do BCP, BPI e Santander referem-se à ctividade em Portugal.

O Crédito Agrícola apresentou um desempenho acima do mercado, registando apenas uma redução na evolução do crédito concedido no distrito de Lisboa. Os distritos com maior crescimento incluem Viseu, Porto, Braga e Santarém, com taxas de crescimento superiores a 3,0%. Desde o fim de 2015 até Junho de 2016, observou-se no mercado uma ligeira redução da taxa de juro média de novos empréstimos a empresas, passando de 3,0% em Dezembro de 2015 para 2,9% a Junho 2016. Quanto ao Crédito Agrícola, observou-se um aumento de 0,3 p.p. da taxa de juro média de novos empréstimos a empresas, passando de 2,8% em Dezembro de 2015 para 3,1% a Junho 2016 (ainda que, em parte, esta evolução possa estar associada a diferentes maturidades médias e garantias/colaterais). No segmento de particulares, tanto o mercado como o Crédito Agrícola têm vindo a reduzir as taxas de juro médias de novas operações de crédito à habitação e de crédito ao consumo e outros fins. Analisando os principais indicadores dos 7 maiores bancos em Portugal é possível aferir que:

• Os principais bancos a operar em Portugal apresentaram um crescimento da margem

financeira devido essencialmente à redução do custo de funding quer de depósitos de clientes quer de outras fontes de financiamento. O Santander destaca-se com um crescimento de 30,9% face ao mesmo período do ano anterior, essencialmente explicado pela aquisição do Banif;

• Em termos de eficiência destacam-se o BCP, o Crédito Agrícola e o Santander, com níveis de cost-to–income inferiores a 65%;

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• Em relação à rentabilidade no mercado interno, o Montepio, o Novo Banco, o BCP e a CGD apresentaram resultados líquidos negativos, contrastando com Crédito Agrícola (SICAM), Santander e BPI que apresentaram resultados positivos;

• O Crédito Agrícola destaca-se uma vez mais por apresentar o menor rácio de transformação do sistema bancário nacional, o que comporta uma pressão na margem financeira. Todos os bancos apresentaram a Junho de 2016 um rácio de transformação inferior aos 120% recomendados pelo regulador.

• Os sete maiores bancos do sistema bancário nacional respeitam o Aviso 6/2013 do BdP que estabelece a obrigatoriedade das entidades assegurarem a manutenção, em permanência, de um rácio de fundos próprios principais de nível 1 (CET1) não inferior a 7,0%, sendo certo que todos apresentam rácios iguais ou superiores a 10% ainda que nalguns casos com instrumentos de capitalização do Estado (e.g. BCP, CGD); e

Em Junho de 2016, o Santander apresenta a rede mais capilar com 734 agências (influenciado pela aquisição da rede de retalho do Banif), seguida do Crédito Agrícola com 675 agências e da CGD com 663 agências.

3.3. Principais ações a desenvolver na Caixa Agrícola Salvaterra Magos

Tendo em conta o enquadramento acima apresentado os grandes vetores estratégicos da nossa atuação no(s) próximo(s) exercício(s) passarão pelas seguintes opções:

3.3.1. Aumento da eficiência - necessidade de ajustar a nossa estrutura à realidade do negócio, cada vez mais digital

A Caixa Agrícola de Salvaterra de Magos, à semelhança do que aconteceu em todo o Crédito Agrícola teve um grande período de expansão nos anos 80 e 90 do século XX, tendo admitido a maioria do seu pessoal nessa altura. Esses colaboradores, que quando entraram constituíram o quadro de pessoal mais jovem do Sistema Bancário em Portugal, estão hoje a abeirar-se da reforma e representam uma parte muito significativa do nosso efetivo. Em 2016 foram reformados 3 colaboradores (um por reforma antecipada, outro por pré-reforma e outro por invalidez). Estão de baixa muito prolongada dois colaboradores e há mais três que, intermitentemente, ora ficam de baixa, ora vêm trabalhar.

Tem assim a Caixa Agrícola tido alguma dificuldade em manter estabilidade no seu quadro de pessoal ativo.

Mesmo com estas dificuldades tem a Caixa de Salvatera de Magos conseguido manter-se entre aquelas que no Crédito Agrícola melhores resultados de exploração e melhores índices de atividade comercial têm conseguido.

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Perante a evolução das condições socioeconómicas no país, na nossa região e no ambiente geral do negócio, expressas com algum detalhe no enquadramento que acima fizemos, é crucial que continuemos a reforçar a eficiência da Caixa Agrícola. Tal significa conseguir fazer mais e melhor negócio (fazer crescer o ativo com segurança), com menos recursos, sobretudo com menos colaboradores.

Tal implica também que continuemos a desenvolver a política de antecipação de reformas dos colaboradores que evidenciem mais dificuldades e limitações de ordem física, ou psíquica, sempre que possível através da reforma por invalidez, por ser a menos onerosa para a Caixa.

3.3.2. Adaptação do layout das Agências

Também ao nível das Agências iniciámos um processo em que o seu layout vai ser paulatinamente adaptado às novas tendências, em que o número de colaboradores e o número previsível de clientes que afluem ao balcão vai diminuir gradualmente. A cada ano que passe espera-se que aumente exponencialmente o negócio conseguido a partir de meios eletrónicos (PCs, tablets, smartphones, etc), com a consequente menor presença de clientes nas Agências, embora estejamos a trabalhar para que o volume de negócios possa continuar a aumentar.

O conceito sobre o funcionamento e a estrutura da Agência bancária está em mudança, prevendo-se que nos próximos anos todos os colaboradores tenham de saber autonomamente gerir a relação do Banco com cada cliente que lhe estiver adstrito/confiado, sendo competente para propor/fechar negócios de qualquer produto do ativo (sobretudo crédito), do passivo (depósitos e outros produtos de poupança), seguros e quaisquer outrpos produtos/serviços constantes do portfólio. Prevê-se a diminuição drástica, ou mesmo o desaparecimento do papel e figura do Gerente de Agência. Isto vai obrigar a um maior dinamismo de atuação e conhecimentos adicionais/polivalência dos colaboradores, questões que estarão sempre presentes e em análise ao longo das suas carreiras profissionais (desde o recrutamento, passando pela formação permanente e avaliações de desempenho).

Se a questão da polivalência e adequação é relevante ao nível do recrutamento de novos colaboradores, é-o ainda mais no que tange aos atuais. Assim, foram lançadas e estão em desenvolvimento múltiplas iniciativas no sentido do reforço e reorientação das competências do pessoal, para estarem em boas condições para enfrentar os desafios com que estão confrontados.

A necessidade de adaptação que acabamos de afirmar está ilustrada no quadro abaixo sobre as tendências sociodemográficas e tecnológicas no nosso país:

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Tendências sociodemográficas e tecnológicas em Portugal

Alterações demográficas

Alterações tecnológicas e

comportamentais

Alterações sociais e

comportamentais

Aumento da supervisão e regulação do

Estado

• Envelhecimento da população e aumento dos níveis de literacia.• Reestruturação das pensões, corte de benefícios e indexação da idade de reforma à esperança

média de vida.• Aumento dos níveis de mobilidade da população (e.g. fluxos migratórios, deslocações diárias).

• Acesso à informação em tempo real e a ferramentas de comparação entre produtos (preço/características), concedendo poder negocial aos consumidores.

• Aumento para o dobro dos smartphones e aparelhos ligados à Internet nos próximos 4 anos.• Previsível oferta de sistemas de pagamento online (e.g. PayPal, Klarna) e serviços de carteira

electrónica (“card-based mobile wallet”) prestados por players tecnológicos (e.g. Apple Pay).• Aumento exponencial da informação útil disponível no universo digital (20x mais até 2020).

• Concentração da população e da riqueza produzida nos centros urbanos (vs. rurais).• Aceleração dos processos de decisão que cada vez mais assentam em informação digital em

tempo real (e.g. análises da comunicação social, comentários nas redes sociais), em detrimento do apoio do especialista disponível em horário fixo no ponto de retalho.

• Aumento da preponderância das mulheres na geração de rendimento familiar, na decisão de financiamento e no controlo das despesas e poupanças familiares.

• Crescente regulação de sectores-chave da economia (e.g. energia, banca).• Defesa de sectores produtivos estratégicos pelo Estado e reforço dos instrumentos de apoio.• Avanço da união bancária europeia incluindo o mecanismo único de supervisão (BCE e BdP

como garante da estabilidade do sistema bancário) e o mecanismo único de resolução (minimização dos custos para os contribuintes de insolvências de bancos).

3.3.3. Desenvolvimento de um modelo de negócio focado no cliente

A atual estratégia da generalidade dos Bancos de apresentar múltiplos produtos na expectativa de que algum desses produtos satisfaça as necessidades percebidas do cliente e seja por ele adquirido, comporta custos operacionais, tecnológicos, de serviço, tempo e risco para as instituições bancárias, gerando crescente desinteresse e fraca ligação dos clientes ao Banco. Isso acontece sobretudo devido à inexistência de um contexto de venda (o produto é tipicamente “empurrado” pelos canais para o cliente) e pela dificuldade acrescida de comparar a promessa da marca com a experiência do serviço.

A estratégia comercial do Crédito Agrícola tem vindo a pautar-se por esse tipo de atuação, embora com alguns produtos direcionados para nichos de mercado. Estamos a redirecionar-nos e a apostar de forma diferente, alterando a estratégia de colocação dos produtos e serviços no presente e nos próximos exercícios melhorando:

• os pontos de contacto com os clientes (novos canais) e a redefinir produtos/serviços segundo auscultação feita às suas expectativas;

• a conveniência, a personalização, a acessibilidade e a simplificação;

• a antecipação de necessidades e o aconselhamento financeiro (em comparação com a atual apresentação de um vasto leque de produtos);

• a oferta de produtos e serviços direcionados ao género feminino, dada a preponderância que está a assumir enquanto gerador de rendimento familiar e participante ativo nos processos de gestão e decisão das finanças familiares;

• a transparência e rigor na comunicação (linguagem simples e direta);

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• a transparência no preçário (evitando comissões e taxas cobradas sem aviso prévio).

Para isto ser possível o Crédito Agrícola está a promover o desenvolvimento de modelos que, agindo sobre o conhecimento holístico (global) da base de clientes, vai permitir desenvolver a sua vinculação e reduzir a probabilidade de abandono, estando a:

• implementar motores analíticos para análise de bases de dados com elevada dimensão (“big data”), com o objetivo de dar orígem a ações (“triggers”) e alertas para os canais, que permitam agir de modo adequado (e.g. antecipação de necessidades: serviços financeiros e de aconselhamento e conveniência, ações de acompanhamento de risco de crédito, prevenção de branqueamento de capitais e combate à fraude, optimização dos ciclos transacionais);

• adquirir, integrar e interpretar dados externos e internos (estruturados ou não), utilizando, entre outros, as redes sociais para monitorizar preferências e incorporá-las em tempo real (“self-learning”);

• apostar na valorização da experiência de abertura de cliente e conta (momento aquisição) e na valorização da experiência de resolução imediata de problemas/reclamações, no 1º contacto com o cliente (momento retenção);

• reavaliar o portfólio de produtos, eliminando os que não são simples e/ou flexíveis, para se ajustarem às necessidades individuais de cada cliente;

• implementar programas de fidelização através dos canais digitais;

• otimizar os processos nucleares (front, middle e back-office), através da automatização e da integração de parceiros, com vista a aumentar a velocidade, a eficiência e a escalabilidade;

• incrementar a cultura já existente de foco no cliente em toda a organização (e.g. criação de métricas de avaliação de desempenho do pessoal, relevando esse ponto).

3.3.4. Otimização dos canais de distribuição

A dimensão da rede de agências e a sua capilaridade foi, até há pouco tempo, determinante para crescer e ganhar quota de mercado/dimensão de balanço. Porém, a realidade tem vindo a demonstrar que é possível competir com as grandes redes de retalho, através de um modelo de banca direta, assente numa abordagem omni-canal de interação com o cliente.

Os Bancos vêem os clientes optar cada vez mais por aceder a informação, simular ofertas, efetuar transacões, gerir o património financeiro e obter aconselhamento remotamente e a qualquer hora, o que coloca pressão sobre a rentabilidade das agências que são compelidas a flexibilizar horários, deslocalizar instalações para locais de maior tráfego e, por vezes, a encerrar.

Apesar deste quadro, boa parte das interações dos atuais clientes com os Bancos passa ainda pelas Agências, em particular nos Bancos locais, como é o caso do Crédito Agrícola, pelo que tudo isto

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está em implementação gradual e faseada, cuja velocidade vai ser ditada pelas preferências em cada momento ditadas pelos clientes, o que é confirmado pelo gráfico seguinte:

47%

19%

7%

13% 13%

33%

23%

10%

17% 17%

35%

19%

10%

16%20%

Balcão Online Mobile ATM Call Center

Interacções do cliente com instituições financeiras

Bancos locais Bancos regionais Bancos globais

Pelo que no Crédito Agrícola e em especial nesta Caixa Agrícola iremos apostar no desenvolvimento de plataformas de distribuição integradas que permitam servir os clientes no canal mais ajustado às necessidades do momento. Esta gestão holística (global) dos canais de distribuição irá incluir novos modelos de presença física menos estática e a rentabilização das agências, tais como:

pontos de venda em locais ou eventos específicos (feiras e outros eventos relevantes: desportivos, ou sociais);

parcerias com entidades que promovam a venda de bens de elevado valor (e.g. stands de automóveis, stands de venda de imóveis, retalhistas de grande consumo); e

utilização da rede de agências para vender serviços de terceiros complementares à atividade bancária (e.g. serviços de apoio na aquisição de imóveis, produtos de grande consumo não perecíveis e de elevado valor).

O desenvolvimento dos canais digitais vai continuar a concentrar os nossos esforços, nomeadamente porque:

a adesão de clientes a este tipo de solução (online e mobile) tem sido muito significativa, tanto nos clientes tradicionais como nos “millenials” (nativos digitais);

a interação com os clientes e os serviços transacionais aumentaram significativamente com o aumento da penetração dos canais digitais;

a recetividade dos clientes aumenta, quando endereçamos necessidades reais e acrescentamos valor (“value for money”), recorrendo a serviços inovadores, resultantes de parcerias com fornecedores não bancários, que apresentam serviços mais abrangentes (não apenas os serviços bancários tradicionais);

cada vez mais as plataformas digitais funcionam como um fator de oferta de soluções de crédito e poupança, potenciando o negócio e fomentando as relações de longo prazo com o cliente (a ciber segurança é, neste contexto, uma prioridade para nós e para os Bancos em geral).

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3.3.5. Simplificação do modelo de negócio e do modelo operacional

A banca tradicional, onde nos incluímos, foi desenvolvendo o modelo de negócio assente na expansão das redes de agências, com estruturas e sistemas de informação que foram ficando obsoletos (“legacy systems”) que, combinados, acarretam custos acrescidos para a organização, quando comparados com realidades bancárias mais recentes, nomeadamente de novos players no mercado, em particular as “fintech”5, que são empresas tecnológicas que oferecem sobretudo:

• produtos financeiros inovadores que estão apenas disponíveis nos canais digitais (“banking” and “trading”);

• novos métodos de pagamento compatíveis com os smartphones;

• aconselhamento financeiro personalizado;

• desburocratização do negócio bancário;

• preços competitivos.

A crise financeira iniciada em 2008 teve um impacto muito significativo na atividade da banca, em particular nos níveis de rentabilidade, que colocou em evidência a pesada estrutura dos Bancos de Retalho e a necessidade de a ajustar. Neste sentido, O Crédito Agrícola foi obrigado a redesenhar e simplicar os modelos de negócio, encontrando-se atualmente a investir:

• no mapeamento, gestão e controlo dos processos de negócio e de suporte, em ambas as perspetivas: controlo de riscos/perdas e eficiência operacional;

• no ajustamento dos processos operacionais para ter:

• uma oferta de produtos simplificada;

• uma distribuição integrada;

• uma gestão de risco ao nível do cliente e não exclusivamente ao nível do produto;

• um processo de compliance e de gestão da fraude que atravessa os vários canais de interação com o cliente e que se quer fluido e eficaz; bem como no ajustamento dos processos de configuração de produtos, marketing e distribuição que, incorporando todos estes fatores, permita alcançar,

• uma maior eficiência na utilização de recursos e capital;

• na função risco, através da automatização da tomada de decisão com processos de reduzida intervenção manual, através do aumento da confiança e dependência em modelos de analítica avançada, com vista a uma tomada de decisão não enviesada, à cooperação com outras funções e ao aumento da capacidade de resposta às crescentes questões regulamentares;

• em mecanismos de integração de informação, em ferramentas de exploração (integration, analysis, reporting) e em ferramentas de gestão e controlo de custos (business intelligence);

5 Um inquério realizado pelo BearingPoint Institute entre Setembro de 2014 e Março de 2015 a 48 bancos europeus, revela que 36% dos gestores bancários considera que as “fintech” constituirão os principais concorrentes dos bancos em 2020.

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• na externalização de atividades não-core e, para desenvolver os novos projetos, no reforço de capacidade através do recurso a fornecedores externos, mais competitivos e/ou especializados (e.g. outsourcing, body shopping); e

• na redução da estrutura: encerramento de balcões não rentáveis e alguma redução do quadro de pessoal, por via da antecipação de reformas, ou rescisões amigáveis.

3.3.6. Utilização da informação como vantagem competitiva

Um dos desafios que o Crédito Agrícola está a enfrentar (e em que as Caixas apostam e apoiam) consiste em integrar, estruturar e analisar toda a informação massificada disponível nas fontes formais/tradicionais (e.g. scoring de crédito, questionários a clientes) e nas fontes informais (e.g. feedback recolhido em ações comerciais, eventos patrocinados, redes sociais, etc) e criar uma vantagem competitiva ao nível da:

• melhoria da experiência proporcionada ao cliente (e.g. um cliente de uma Caixa Agrícola vai a uma exposição de automóveis e a Caixa, tendo tomado prévio conhecimento disso e baseada na informação bancária permanente do cliente, envia-lhe uma mensagem referindo que tem um financiamento pré-autorizado);

• melhoria dos modelos de pricing e de análise de risco, incorporando no scoring e no rating informação sobre a reputação do cliente (e.g. um banco poderá detetar que uma empresa irá entrar num período problemático, mesmo antes das vendas começarem a reduzir, através da identificação e confirmação de tendências negativas); e

• melhoria da performance e controlo de custos, através da constante comparação com os seus concorrentes (e.g. observatório da concorrência, cliente mistério).

3.3.7. Desenvolvimento de capacidades e incentivos à inovação

A inovação terá um papel fundamental no crescimento sustentável das Caixas Agrícolas e do Crédito Agrícola como um todo nos próximos anos, não apenas ao nível dos produtos e dos serviços prestados, mas essencialmente na transformação organizacional, nomeadamente no que diz respeito:

• entre os colaboradores, à captura e retenção de talentos, incentivando-os a focarem-se nos clientes e não nos produtos, ou nas atividades de per si e reforço da importância do alinhamento dos sistemas de avaliação de desempenho (meritocracia);

• à agilização e flexibilização da organização, o incentivo ao desenvolvimento de novas ideias e de competências tecnológicas que permitam colocar rapidamente novas propostas de valor no mercado (time to market), ou gerar eficiências internas;

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• a parcerias com outras entidades, desde start-ups tecnológicas (“fintechs6”) a universidades, na criação de novos ecossistemas de inovação que possam gerar valor para a nossa Organização (e.g. o Credit Agricole desenvolveu o “The Village by CA” que funciona como uma incubadora tecnológica cujo propósito é desenvolver novas tecnologias que possam ser exploradas e massificadas pelo Banco);

• a parcerias com entidades não financeiras de diversos setores de atividade vocacionadas para desenvolver soluções sobre conceitos inovadores (e.g. emissão de moeda digital, aceitação de transações com “bitcoins” num conceito de “blockchain”) por terem experiência prática noutras indústrias menos reguladas como sejam o “e-government”, a logística, o imobiliário ou os seguros.

6 Sector económico que integra empresas que utilizam a tecnologia para tornar os serviços financeiros mais eficientes.

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ORÇAMENTO

4. Custos de funcionamento

4.1. Gastos com pessoal

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4.2. Gastos administrativos

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5. Demonstrações Financeiras

5.1. Balanço previsional

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5.2. Demonstração de Resultados previsional

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5.3. Indicadores Bancários

Salvaterra de Magos, 24 de Novembro de 2016

O CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

José Manuel Silva Ferreira Moreira

Jacinto Pimentel Rego

José António Cardoso Felisberto, Dr.