Sambaquis

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SAMBAQUIS E MUDANZAS NOS NIVEIS DOS RIOS NEGRO E SOLIMÓES KATHERINE ANDREA LEON PALMA GEOLOGIA DO QUATERNARIO 2012 UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS

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Aplicación de sambaquis como paleonivles

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SAMBAQUIS E MUDANZAS NOS NIVEIS DOS RIOS NEGRO E SOLIMÓES

KATHERINE ANDREA LEON PALMAGEOLOGIA DO QUATERNARIO

2012

UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS

SUMÁRIO

• O que é um Sambaqui? Onde se apresentam ? Idade• Como pode se interpretar a presença de um Sambaqui ?• Sambaquis fluviais na Bacia de Amazonas• Evidência Arqueológica do Impacto do Niño• Terraços Fluviais nos rios Negro e Solimões• Depósitos Fluviais do Pleistoceno na Amazônia

O que é um Sambaqui? Palavra de etimologia Tupi, língua dos povos da costa brasileira, pre-colonização. "Tamba" = Conchas e "ki“= amontoado. Literalmente um amontoado de conchas.

Construções intencionais, erigidas por populações pescadoras, sedentárias com parâmetros demográficos relativamente altos e padrões de organização sócio-culturais muito mais complexos (Meggers, 1994)

Onde se apresentam ?

Faz quanto tempo se apresentam ?

Registros desde faz 7000 – 1000 anos AP (Gaspar, 1996)

É provável que sítios mais antigos tenham existido... podem ter sido destruídos pela elevação do nível do mar no início do Holoceno (Hurt 1983/84, Lima 1999/2000)

Cohen et al 2012

Interpretação Paleoambiental dos Sambaquis?

Acumulações construídos intencionalmente em locais próximos a fontes de suprimento- vera da praia

São indicadores do paleonível do mar e dos rios: subidas o descidas do nível da água

Construção de curvas de variação do nível relativo do mar para o litoral brasileiro durante o Holoceno (Martin & Suguio 1975, 1976, Martin et al. 1979, 1979/80, 1981/82, 1984, 1986, 1999, Suguio et al. 1976, 1985, 1991)

Datações da idade dos sambaquis

Sambaquis fluviais na Bacia de Amazonas

Bases dos sambaquis da região de Xingu, embaixo da água...2 teorias

Três períodos que afetaram as populações pré-históricas

Perota e Botelho, 1992

As populações se instalam em terraços, seus rastros são datados e caracterizados

Evolução da historia da população e do evolução do paisagem

O sitio foi habitado por diferentes populações ou houve aculturação com o contato com outros grupos pré-históricos

Evidência Arqueológica do Impacto do Niño

A descontinuidade arqueológica em 1500, 1000, 700 e 400 AP refletem eventos de paleoENSO

Flutuação climática forte e curta no ultimo milênio, poderia explicar a excepcional diversidade linguística e genética das populações das latitudes baixas de America do Sul

Meggers, 1994

A provável existência de 4 episódios de alta intensidade, nos últimos 2 milênios, sugere periodicidade aprox. 500 anos...

O ultimo mega-Niño aconteceu faz 400 AP...

Terraços Fluviais nos rios Negro e Solimões

Soares, 2007

Quatro Descontinuidades, paleossolos lateríticos: SD1-Cretácea, SD2 e SD3- Mioceno e SD4 em Terraços Fluviais

Soares, 2007

Johnsson, 1983

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Datação por Luminescência Óptica Estimulada, Regeneração de Alíquota Simple e Radiocarbono.

Os Terraços foram datados entre 66000 e 130 anos AP, Pleistoceno Superior

Segundo o trabalho de Soares (2007):

•A reativação de falhas por esforços distencionais no Pleistoceno influencio a morfologia da área: formação grabens e das Bacias do Rio Negro e Solimões

• Rio Negro estilo retilíneo desde mais de 40000 anos

•Planície Rio Solimões é constituída por 3 Terraços Fluviais com barras de acresção lateral, indicativa de canais meandrantes de 64100+8000 e 6600+800 anos AP, quando se inicio a implantar o sistema Anastomasado (Subida do mar?)

•A idade 66250+ 370 a 59700+7200 anos AP para os terraços mais antigos coincide com períodos de mar baixo – 70m abaixo no nível atual

Soares, 2007

Evolução do Rio Negro

Controle Estrutural + Estilo Geomorfológico= 6 Traços

Middle Pleniglacial (between 60 and 28 kyr BP)

Evolução do Rio Negro

• Área Fonte: Alta Carga Sedimentaria. Confluência Rios Vaupés e Negro• Ilhas formadas por afloramentos de rochas cristalinas• Unidade Aluvial do Pleistoceno Tardio; Terraço superior, de idade Pleniglacial Médio (65–25 ka)• Possivelmente representa o ultimo glacial (14–10 ka), terraço de grão fino e muito fino, reconhecido nos rios Tiquié, Curicuriarí e Vaupés.

São Gabriel da Cachoeira.

Latubresse & Franzinelli, 2005

Evolução do Rio NegroTraço II começa a partir de Nodo 1, onde o padrão anabranching do rio originou a primeira planície aluvial do Holoceno.

Latubresse & Franzinelli, 2005

Evolução do Rio NegroTraço III começa onde o rio apresenta alinhamento aprox. NW–SE que coincide com os lineamentos tectônicos e principalmente o encontro com as rocas sedimentares Paleozoicas e Cretáceas. Se apresenta com aprox. 275 km até o Nodo 2, 7 km embaixo da confluência dos Rios Branco e Negro, e pode se dividir em dois sub-tramos .

O Arquipélago de Mariuá, e uma grande terraço assimétrico, aparecem no lado esquerdo deste tramo

Latubresse & Franzinelli, 2005

Evolução do Rio Negro

Traço IV se estende entre os Nodos 2 e 3 e se caracteriza pela presença de alguns afloramentos no canal e porque é uma zona estreita

Latubresse & Franzinelli, 2005

Tramo V coincide com a ampliação do canal entre os Nodos 3 e 4, cruzando as rochas da Formação Alter do Chão.

Se caracteriza por um grande arquipélago de ilhas chamado Anavilhanas, produto de deposição holocênica na parte superior da bacia, no entanto, uma carga suspensa de sedimentos diminuiu cerca de 1,5 ka, antes de que se preenchera a parte inferior da bacia.

Agiu quase como uma armadilha de sedimentos finos.

Latubresse & Franzinelli, 2005

Evolução do Rio NegroOs Traços Inferiores do Rio Negro (V e VI) foram muito atingidos por o nível base crescente e associado ao efeito regressão pelo assoreamento da Amazônia durante o ultimo glacial e os tempos recentes.

Traço VI vai desde o nodo 4 até a confluência como o Rio Solimões. A ausência de ilhas ou de outras formas fluvial distintiva no canal é o mais notável deste traço.

Latubresse & Franzinelli, 2005

Depósitos Fluviais do Pleistoceno na Amazônia Central

Soares et al, 2010

Segundo Soares et al, 2010:

As datações aprox. 430 kanos do material do topo da Formação Novo Remanso determinou a ultima fase de exposição sub-aérea, antes da sedimentação Pleistoceno

O inicio da sedimentação do Rio Negro foi datada de aprox. 44 kanos

O estudo dos terraços dos rios Solimões e Ariaú revelou um continuo rango de idades a traves da unidade analisada, apresentando-se desde 65.2 a 7.5 kanos.

A variação representa eventos de acresção lateral que aconteceram na migração de canal do sistema fluvial da região

Depósitos Fluviais do Pleistoceno na Amazônia Central

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Referências

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Referências