Sanidade em peixes redondos - AQUAMAT · Sanidade em peixes redondos Patricia Oliveira Maciel...
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10/10/2017
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Sanidade em peixes redondos
Patricia Oliveira MacielPesquisadora de Sanidade de Espécies Aquícolas
27/09/2017
- Importância da sanidade na Aquicultura
- Impactos econômicas por doenças na Aquicultura
- O que sabemos sobre o Perulernaea?
- O que sabemos sobre Acantocéfalo?
- Desafios e perspectivas: onde estamos e onde queremos chegar?
- Considerações finais
Sumário
Patricia Maciel
1. Garantir a saúde do consumidor:
ausência de zoonoses e resíduos de
medicamentos
2. Garantir a saúde dos colaboradores:
ausência de zoonoses
3. Garantir a segurança da produção
regional, nacional e global: evitar
disseminação de doenças (ex.: TiLV)
4. Contribuir para o lucro na produção:
prevenção e saúde x redução de risco e
produtividade
Importância da Sanidade na Aquicultura
Patricia MacielFonte: internet
Impactos econômicas por doenças na Aquicultura
Reino UnidoUS$ 62 a 175 milhõesPerdas de 5,8 a 16,5%Parasitas em geralShinn et al. (2015)
Noruega, Canadá, EUA, Chile US$ 300 milhões / anoSea lice (Caligus sp. e Lepeophtheirus sp.)Johnson et al. (2004); Costelo (2009)
Patricia Maciel
ÍndiaUS$ 615 / ha / anoArgulose (Argulus spp.) - Carpas82% redução no crescimento8% taxa de mortalidade10% custos com medicamentosSahoo et al. (2013)
Patricia Maciel
Impactos econômicas por doenças
= R$ 285 milhões/ano R$ 11 milhões/Estado/ano
Patricia Maciel
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Fonte: Beefpoint. Estimativas FAO e Rabobank, 2012.http://www.beefpoint.com.br/cadeia-produtiva/especiais/entre-todas-fontes-de-proteina-consumidas-mundialmente-24-sao-de-peixesfrutos-do-mar-saiba-mais-sobre-este-enorme-mercado-rabobank/ Patricia Maciel
Impacto de doenças sobre o crescimento
da Aquicultura no Brasil
Fonte: http://revistagloborural.globo.com/Revista/Common/0,,ERT338998-18282,00.html
ES
RJ
SP
SC
PR
RS
PA
TO
GO
MS
MT
AP
RR
AM
RO
AC
PI
MA
MG
BA
PE
PB
RN
CE
SE
AL
Patricia Maciel
Gargalos sanitários da Aquicultura no Brasil
Acantocéfalo,
Perulearnea e
Piscinoodinium
- Parasito: biologia e ciclo de vida
- Hospedeiro: patologia e alterações fisiológicas
- Histórico de ocorrências
- Diagnóstico
- Tratamento
- Prevenção
Foco em Perulernaea e Acantocéfalo
Patricia Maciel
e híbridos
Perulernaea gamitanae
Patricia Maciel
- Ectoparasito
- CRUSTACEA:CYCLOPOIDA:F.LERNAEIDAE
- Adulto mede 1 a 2 cm
- Diferenciação sexual
Âncora↓
Fixação ao hospedeiro
Biologia
Corpo
Bolsa ovígeraParasita
Foto: Tavares-Dias et al., 2011.
Vida livre
Sítio de infecção
Fotos: Tavares-Dias et al., 2011.Patricia Maciel
Foto gentilmente cedida pelo produtor Moacir.
Perulernaea gamitanae
BocaBrânquiasNarinas
Patricia Maciel
- Redução de apetite (hiporexia, anorexia)
- Emagrecimento
- Apatia e Debilidade
- Feridas e lesões (Infecções secundárias)
- Mortalidade ????
- Não é zoonose aspecto repugnante
Patologia e alterações fisiológicas
Fotos gentilmente cedidas pelo produtor Moacir.
Perulernaea gamitanae
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Ciclo de vida(Benetton e Malta, 1999)
Ovos300 / fêmea
Náuplios6 estágios *Vida livre
Copepodito*necessita H
Fêmea adulta parasita HD
I VI5,5 dias28°C
Vive 7 dias fora do H
Acessa HI até a maturação sexual
Copepoditos M/F maduros
acasalam na água
Fêmea fertilizada realiza metamorfose no
hospedeiro definitivo
HI (quais peixes??)
Baixa especifidadecopepodito de L. cyprinacea
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Histórico de ocorrências
1985
Identificação da espécie
(THATCHER e PAREDES, 1985)
1999
Primeiro relato em tambaqui cultivado no Amazonas
(ciclo de vida) (Benetton e Malta,
2011)
2011
Relato em tambaqui no
Peru(Delgado et al., 2011)
2011 a 2015
Relatos em tambaqui, tambatinga e tambacu
no Amapá
(Morais et al., 2011; Tavares-Dias et al., 2011; Dias e Tavares-Dias,
2014; Dias et al., 2015)
Relatos em
outras regiões
Perulernaea gamitanae
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Diagnóstico
Presença de ovos e estágios- microscópico- metodologia??
Presença de adultos (F) - macroscópico: visível a olho nu- dificuldade: baixo nível da infestação
Foto gentilmente cedida pelo produtor Moacir.
Perulernaea gamitanae
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Tratamento(Tavares-Dias et al., 2011)
- Princípio ativo: Diflubenzuron
- Nomes comerciais
- Via de administração: banho de imersão
- Dose única: 100 g / 1.000m³
- Variações: Martins (2004) indica tratamento por 3 dias (ciclo de vida)
Perulernaea gamitanae
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Ficha técnica Diflubenzuron:
Inseticida agrícola Mecanismo de ação: inibidor do crescimento de insetos (quitina) Baixa toxicidade para vertebrados: (Fisher e Hall, 1992)
CL₅₀ 50 mg/L Dose terapêutica aquicultura: 0,1 mg/L
Período de carência:(Fisher e Hall, 1992)
Sedimento: 3 a 5 dias Peixes: 4 a 7 dias
Uso com recomendação e acompanhamento técnico Desvantagens:
Alto custo Redução população do zooplâncton
Tratamento
Perulernaea gamitanae
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Prevenção
Critérios para compra de pós-larvas, larvas e alevinos Cuidados na aquisição de reprodutores Quarentena – Diagnóstico precoce Aclimatação e descarte da água do transporte
Perulernaea gamitanae
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Conhecer a origem da água de abastecimento
Viveiros com abastecimento individual de água
Controle do fluxo de água
Uso de filtros
Prevenção
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Perulernaea gamitanae
Preparação de viveiros: Secagem. Exposição ao sol.Desinfecção com cal virgem ou hidratado.
Redução/eliminação de HI e peixes invasores
Prevenção
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Perulernaea gamitanae
Prevenção
Evitar uso compartilhado de utensílios Desinfecção de utensílios e fômites do cultivo
Patricia Maciel
Perulernaea gamitanae
Lima et al;., 2017.
Higienização dos colaboradores e EPIs (botas, macacão)
Prevenção
Patricia Maciel
Perulernaea gamitanae
Origem dos alevinos
Quarentena - Diagnóstico precoce (água)
Ambiente: Hospedeiros intermediários??
Monitoramento sanitário durante o ciclo - Diagnóstico precoce
Tratamento: via de administração - ração (experiência pirarucu)
Prevenção no sistema Tanque-rede
Patricia Maciel
Perulernaea gamitanae
Fotos: Patricia Maciel
Dolops discoidalisSuperfície do corpo e opérculosPrevalência: 100%
Tratamento via oral na ração(n=5 reprodutores):DiflubenzuronDose: 30mg DFB/Kg peixe/dia *Via de administração: oral (ração)Frequência: 7 dias
* Teste com dose indicada por Schalch (2006) para pacus (Piaractus mesopotamicus), (DFB 1.000mg /Kg dieta basal/dia)
Validação de tratamento contra Branchiuros em reprodutores de pirarucu
Redução da carga parasitária nos reprodutores tratados
Patricia Maciel
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Experiência Salmonicultura: “Sea lice”, Piolho do mar
- Histórico de tratamentos antiparasitários
- Desenvolvimento de resistência
- Métodos mecânicos para redução das infestações
- Base: conhecimento do ciclo e do parasito!!!
Sensibilidade dos parasitos a alteraçõesambientais:
- Thermolicer e Hydrolicer
Copepoditos são fototáticos, ficam nasuperfície à espera do H:
- Estratégias: sombreamento nos tanques,tanque-rede snorkel, alimentação no fundo,tanques submersos
Acantocéfalo
- F. Acanthocephala
- Neoechinorhynchus buttnerae
- Diferenciação sexual
- Probóscide com espinhos: fixação
Patricia Maciel
Biologia
Fotos: Patricia Maciel e Chagas et al., 2017.
Probóscide evertida
Probóscide invertida
2,0 – 3,2 cm1,5 - 2,2cm
Acantocéfalo
- Endoparasito obrigatório do Intestino (sítio de infecção)
- Não apresenta tubo digestório, absorvem o alimento ingeridopelo hospedeiro definitivo (peixe). Migrações pelo intestino.
Patricia Maciel
Biologia
IA
IM
IP
C
E
Fotos: Chagas et al., 2017.
Acantocéfalo
Patricia Maciel
Patologia e alterações fisiológicas
Fonte: http://folhanobre.com.br/2017/06/20/piscicultores-de-rondonia-se-frustram-com-alto-custo-e-surgimento-de-verme-nos-peixes/49732
- Obstrução da luz intestinal- Comprometimento da absorção- Lesões na mucosa e muscular do intestino- Hiporexia, Anorexia- Emagrecimento- Mortalidade????
Fotos: Jerônimo et al., 2017. Fotos: Matos et al., 2017.
Propriedade 1 Propriedade 2
Acantocéfalo
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Acantocéfalo
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Ingestão por microcrustáceos
nas fezes
Ciclo de vida
Fonte: Dezfuli et al., 2008; Chagas et al., 2017.
Acantocéfalo
Patricia Maciel
Ciclo de vida
Larva infectante (acantela) em HI Ostracoda de N. buttnerae
(Foto: Felipe Lourenço)
Caracterização dos ovos de N. buttnerae(Foto: Gabriela Jerônimo)
40 anos sem pesquisas
Acantocéfalo: Linha do tempo
Descrição de N. buttnerae em tambaquis da natureza
1956
Surto mortalidadede tambaquis em engorda de
piscicultura-AM
1999 2007
Registro mortalidade de alevinos de tambaquis pós
transporte-AM
Registro de aumento da distribuição da doença
2015 2016
Novos registros da doença no AM
2013
Patricia Maciel
Acantocéfalo: Situação atual
Preocupação diferenciada por Estado Tentativas de tratamento
ALERTA! Evitar maior disseminação Alevinos??? Reprodutores???
PREVENÇÃO: ADOTAR AS BOASPRÁTICAS DE MANEJO SANITÁRIO!
Patricia Maciel
Desafios e perspectivas
Patricia Maciel
Redução dos riscos com resíduos de medicamentos
Redução dos riscos para a atividade aquícola
Mercado consumidor brasileiro
» Consumo per capita de pescado importado....................... 2,0 Kg/habitante/ano
» Consumo per capita de peixes oriundos da pesca............. 4,0 Kg/habitante/ano
» Consumo per capita de peixes oriundos da piscicultura..... 3,1 Kg/habitante/ano
» Consumo per capita de tilápia............................................1,5 Kg/habitante/ano
Total: 9,1 Kg/habitante/ano
Alevinagem Recria EngordaReprodução Processamento
Fonte: Peixe BR.
Desafios e perspectivas
Resistência e susceptibilidade Puros e híbridos
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Desafios e perspectivas
Patricia Maciel
Implantação das Boas Práticas Sanitárias
Prevenção é o melhor remédio!!!
Sistema de cultivo
adotado
Ambiente propício
Hospedeiro
Patógeno
Doença
Desafios e perspectivas
Patricia Maciel
Implantação das Boas Práticas Sanitárias
Prevenção é o melhor remédio!!!
Visão integrada da piscicultura
Fortalecimento dos serviços de assistência técnica
BovinoculturaSuinocultura
AviculturaPiscicultura
Patricia Maciel
Desafios e perspectivas
Patricia Maciel
Adaptação de tecnologias: pesquisa chegando no campo!
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Pesquisadores
da Embrapa
Técnicos e Consultores
ProdutoresEmpresas privadas
Pesquisadores de outras
Instituições
Considerações finais
93.600 ton17%
74.750 ton15%
65.400 ton9%
Fonte: Adaptado de PeixeBR, imagem Trouw NutritionPatricia Maciel
4°Mato Grosso
59.900 ton19%