Santa Isabel de Aragão, Rainha de Portugal – Wikipédia, a enciclopédia livre

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Santa Isabel de Portugal

A Rainha Santa Isabel vestida como seu hábito religioso e com uma

representação do milagre das rosas

Rainha de PortugalOrdem das Clarissas

Nascimento 1271 em Saragoça, Reino de Aragão

Morte4 de Julho de 1336 (65 anos) emEstremoz, Portugal

Veneraçãopor

Igreja Católica

Beatificação 1516 por: Papa Leão X

Canonização 1625 por: Papa Urbano VIII

Principaltemplo

Igreja da Rainha Santa Isabel noMosteiro de Santa Clara-a-Nova deCoimbra, [Mosteiro de Santa Clara-a-Velha] e capela do Castelo de Estremoz

Festalitúrgica

4 de Julho

Atribuições

Representada como rainha de Portugal,com rosas no regaço do vestido ouvestida com o hábito da OrdemTerceira de São Francisco, com obordão de peregrina a Santiago deCompostela.

Santa Isabel de Aragão, Rainha de Portugal

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Isabel de Aragão OFS (ou, usando a grafiamedieval portuguesa, Yzabel; Saragoça, 1271 —Estremoz, 4 de Julho de 1336), foi uma infantaaragonesa e, de 1282 até 1325, rainha consorte dePortugal. Passou à história com a fama de santa,tendo sido beatificada e, posteriormente, canonizada.Ficou popularmente conhecida como Rainha SantaIsabel ou, simplesmente, A Rainha Santa.

Índice

1 Origens2 Casamento

3 Rainha da paz4 Falecimento e legado

5 A lenda do milagre das rosas

6 Bibliografia

7 Ligações externas

Origens

Isabel era a filha mais velha do rei Pedro III deAragão e de Constança de Hohenstaufen, princesa daSicília. Por via materna, era descendente de FredericoII, Sacro Imperador Romano-Germânico, pois o seuavô materno era Manfredo de Hohhenstauffen, rei daSicília, filho de Frederico II.

Teve cinco irmãos, entre os quais os reis aragonesesAfonso III e Jaime II, e Frederico II da Sicília. Paraalém disso, foi sobrinha materna deSanta Isabel daHungria, também considerada santa pela IgrejaCatólica.

Casamento

D. Dinis I de Portugal tinha 19 anos quando subiu aotrono e, pensando em casamento, convinha-lhe Isabelde Aragão, assim D. Dinis enviou, por isso, umaembaixada a Pedro de Aragão em 1280. Formavam-na João Velho, João Martins e Vasco Pires. Quando

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Santa Isabel

Rainha de Portugal

Infanta de Aragão

Santa Isabel de Portugal,consorte de El-Rei D. Dinis

Governo

Casa Real Barcelona-Aragão

Vida

Nascimento 1271

Saragoça, Reino de Aragão

Morte 4 de Julho de 1336 (65 anos)

Estremoz, Portugal

Sepultamento Convento de Santa Clara-a-Nova, Coimbra, Portugal

Filhos Constança de PortugalAfonso IV de Portugal

Pai Pedro III de Aragão

Mãe Constança da Sicília

Rainha Santa Isabel

ao lado de Dom

Dinis, com rosas no

regaço

lá chegaram, estavam ainda à esperade resposta enviados dos reis deFrança e de Inglaterra, cada umdesejoso de casar com Isabel umdos seus filhos. Aragão preferiu entreos pretendentes aquele que já era rei.

A 11 de Fevereiro de 1282 com 12anos, Isabel casou-se, então, porprocuração com o soberanoportuguês D. Dinis em Barcelona,tendo celebrado a boda ao passar afronteira da Beira, em Trancoso, em26 de Junho do mesmo ano. Poresse motivo, o rei acrescentou essavila ao dote que habitualmente eraentregue às rainhas (a chamada Casadas Rainhas, conjunto de senhorios

a partir dos quais as consortes dos reis portugueses colhiam asprendas destinadas à manutenção da sua pessoa.

Em 1281 D. Isabel de Aragão recebeu como dote as vilas deAbrantes, Óbidos, Alenquer, e Porto de Mós. Posteriormentedeteve ainda os castelos de Vila Viçosa, Monforte, Sintra,Ourém, Feira, Gaia, Lamoso, Nóbrega, Santo Estêvão deChaves, Monforte de Rio Livre, Portel e Montalegre, paraalém de rendas em numerário e das vilas de Leiria e Arruda(1300), Torres Novas (1304) e Atouguia da Baleia (1307).Eram ainda seus os reguengos de Gondomar, Rebordões,Codões, para além de uma quinta em Torres Vedras e dalezíria da Atalaia.

Segundo uma história apócrifa, D. Dinis não lhe teria sidointeiramente devotado e visitaria damas nobres na região deOdivelas. Ao saber do sucedido, a rainha ter-lhe-á apenasrespondido: Ide vê-las, Senhor. Com os tempos, de acordocom a tradição popular, uma corruptela de ide vê-las teria originado o moderno topónimo Odivelas. Contudo,esta interpretação não é sustentada pelos linguistas.

Do seu casamento com o rei D. Dinis teve dois filhos:

Constança (3 de Janeiro de 1290 - 18 de Novembro de 1313), que casou em 1302 com o rei FernandoIV de Castela.

D. Afonso IV (8 de Fevereiro de 1291 - 28 de Maio de 1357), sucessor do pai no trono de Portugal.

Rainha da paz

Na década de 1320, o infante D. Afonso, herdeiro do trono, sentiu a sua posição ameaçada pelo favor que orei D. Dinis demonstrava para com um seu filho bastardo, Afonso Sanches. O futuro D. Afonso IV declarouabertamente a intenção de batalhar contra o seu pai, o que quase se concretizaria na chamada peleja deAlvalade. No entanto, a intervenção da rainha conseguiu serenar os ânimos – pela paz assinada em 1325 nessa

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Túmulo da Rainha Santa Isabel por Mestre

Pêro no Convento de Santa Clara-a-Nova

mesma povoação dos arredores de Lisboa, foi evitado um conflito armado que teria instabilizado o reino.

D. Dinis morreu em 1325 e, pouco depois da sua morte, Isabel terás peregrinado ao santuário de Santiago, emCompostela, na Galiza. Fazendo-o montada num burro e a última etapa a pé, onde ofertou muitos dos seusbens pessoais. Há historiadores que defendem a ideia que lá ser terá deslocado duas vezes.

Recolheu-se por fim no então Mosteiro de Santa Clara-a-Velha em Coimbra, vestindo o hábito da Ordem dasClarissas mas não fazendo votos (o que lhe permitia manter a sua fortuna usada para a caridade). Só voltaria asair dele uma vez, pouco antes da morte, em 1336.

Nessa altura, Afonso declarou guerra ao seu sobrinho, o rei D. Afonso XI de Castela, filho da infantaConstança de Portugal e portanto neto materno de Isabel, pelos maus tratos que este infligia à sua mulher D.Maria, filha do rei português. Não obstante a sua idade avançada e a sua doença, a rainha Santa Isabel dirigiu-se a Estremoz, cavalgando na sua mula por dias e dias, onde mais uma vez se colocou entre dois exércitosdesavindos e evitou a guerra. No entanto, a paz chegaria somente quatro anos mais tarde, com a intervenção daprópria Maria de Portugal, por um tratado assinado em Sevilha em 1339.

Falecimento e legado

Isabel faleceu, tocada pela peste, em Estremoz, a 4 de Julho de 1336, tendo deixado expresso em seutestamento o desejo de ser sepultada no Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, onde em 1995 foi iniciada umaescavação arqueológica, após ter estado por 400 anos parcialmente submerso pelo rio Mondego.

Segundo uma história hagiográfica, sendo a viagem demorada, havia o receio de o cadáver entrar emdecomposição acelerada pelo calor que se fazia, e conta-se que a meio da viagem debaixo de um calorabrasador o ataúde começou a abrir fendas, pelas quais elas escorria um líquido, que todos supuseram provirda decomposição cadavérica. Qual não foi, porém a surpresa quando notaram que em vez do mau cheiroesperado, saía um aroma suavíssimo do ataúde. O seu marido, D. Dinis, repousa no Mosteiro de São Dinis emOdivelas.

Isabel terá sido uma rainha muito piedosa, passando grandeparte do seu tempo em oração e ajuda aos pobres. Por issomesmo, ainda em vida começou a gozar da reputação de santa,tendo esta fama aumentado após a sua morte. Foi beatificadapelo Papa Leão X em 1516, vindo a ser canonizada, porespecial pedido da dinastia filipina, que colocou grande empenhona sua santificação, pelo Papa Urbano VIII em 1625. Éreverenciada a 4 de Julho, data do seu falecimento.

Com a invasão progressiva do convento de Santa Clara-a-Velhade Coimbra pelas águas do rio Mondego, houve necessidade deconstruir o novo convento de Santa-Clara-a-Nova no séculoXVII, para onde se procedeu à trasladação do corpo da Rainha

Santa. O seu corpo encontra-se incorrupto no túmulo de prata e cristal, mandado fazer depois da trasladaçãopara Santa Clara-a-Nova.

No século XVII, a rainha D. Luísa de Gusmão, regente em nome de seu filho D. Afonso VI, transformou emcapela o quarto em que a Rainha Santa Isabel havia falecido no castelo de Estremoz.

Actualmente, inúmeras escolas e igrejas ostentam o seu nome em sua homenagem. É ainda padroeira da cidadede Coimbra, cujo feriado municipal coincide com o dia da sua memória (4 de Julho). Alfredo Marceneirodedicou-lhe o fado Rainha Santa, com letra de Henrique Rego.

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Estátua da Rainha

Santa Isabel na

igreja do Palácio

Nacional de Mafra

levava uma vez a Rainha

santa moedas no regaço

para dar aos pobres(...)

Encontrando-a el-Rei lheperguntou o que levava,

(...) ela disse, levo aqui

rosas. E rosas viu el-Rei

não sendo tempo delas.

— Crónica dos Frades Menores, FreiMarcos de Lisboa, 1562

O seu túmulo, bem como o Mosteiro Novo de Santa Clara (Santa Clara-a-Nova), está confiado à guarda daConfraria da Rainha Santa Isabel.

A lenda do milagre das rosas

A história mais popular da Rainha Santa Isabel é sem dúvida a do milagre das rosas.Segundo a lenda portuguesa, a rainha saiu do Castelo do Sabugal numa manhã deInverno para distribuir pães aos mais desfavorecidos. Surpreendida pelo soberano,que lhe inquiriu onde ia e o que levava no regaço, a rainha teria exclamado: São rosas,Senhor!. Desconfiado, D. Dinis inquirido: Rosas, em Janeiro?. D. Isabel expôs entãoo conteúdo do regaço do seu vestido e nele havia rosas, ao invés dos pães queocultara.

A época exacta do aparecimento desta lenda na tradição portuguesa não estádeterminada. Não consta de uma biografia anónima sobre a rainha escrita no séculoXIV, mas circularia oralmente pelo país nas últimas décadas desse século. O maisantigo registo conhecido é um retábulo quatrocentista conservado no Museu Nacionalde Arte da Catalunha.

O primeiro registo escrito do milagre dasrosas encontra-se na Crónica dos FradesMenores.

Em meados do século XVI a lenda já tinhasido amplamente difundida, e foi ilustrada poruma pintura anónima, conhecida por RainhaSanta Isabel, no Museu Machado de Castrode Coimbra, e por uma iluminura daGenealogia dos Reis de Portugal de SimãoBening sobre desenho de António de Holanda. No século XVIIsurgem mais dois trabalhos anónimos retratando a rainha, a pintura aóleo no átrio do Instituto de Odivelas e o retábulo do Mosteiro do

Lorvão.

Note-se que da sua tia materna, Santa Isabel da Hungria, se conta uma lenda muito idêntica à do Milagre dasRosas.

Bibliografia

A primeira biografia de Isabel de Aragão foi escrita logo após a sua morte, por alguém próximo à rainha, talvezo seu confessor Frei Salvado Martins, bispo de Lamego, ou uma das aias de Santa Clara. É geralmenteconhecida por Lenda ou Relação, mas apesar de o original se ter perdido, o Museu Machado de Castroconserva uma cópia quinhentista, manuscrita e iluminada, com o título: Livro que fala da boa vida que fez aRainha de Portugal, Dona Isabel, e seus bons feitos e milagres em sua vida, e depois da morte.

Esta obra, de natureza hagiográfica, serviu de base às biografias e crónicas posteriores, incluindo a Crónica de1419 e as Crónicas de D. Dinis e de D. Afonso IV, de Rui de Pina. Foi publicada no século XVII por FreiFrancisco Brandão, na parte VI da Monarquia Lusitana.

Ligações externas

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5/5pt.wikipedia.org/wiki/Santa_Isabel_de_Aragão,_Rainha_de_Portugal

Confraria da Rainha Santa Isabel (http://www.rainhasantaisabel.org)Ascendência e Descendência da Rainha Santa em GeneAll.net (http://www.geneall.net/H/per_page.php?

id=448)

Isabel de Aragão, Rainha Santa: da História ao Mito, M. Lourdes Cidraes

(http://www.aaaio.pt/public/ioand206.htm) (em português)A Rainha Isabel nas estratégias políticas da Península Ibérica: 1280-1336, José Carlos Gimenez,

Fátima Regina Fernandes Frighetto, Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciencias Humanas,

Letras e Artes - Programa de Pós-Graduaçăo em História

(http://dspace.c3sl.ufpr.br/dspace/handle/1884/6039) (em português)Monarquia Lusitana, Frei Bernardo de Brito et al., Lisboa, Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1973-

1988 (8 volumes) (http://purl.pt/12413) (em português)

Precedida por:

Beatriz de Gusmão e CastelaRainha de Portugal

1282 — 1325

Sucedida por:

Beatriz de Molina e Castela

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