SANTANDER Amargo Natal no banco - bancariosbahia.org.br · O cenário é ruim. Mas, pode ficar pior...

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www.bancariosbahia.org.br bancariosbahia bancariosbahia Filiado à O BANCÁRIO O único jornal diário dos movimentos sociais no país INSCRIÇÕES ABERTAS PARA O FÓRUM SOCIAL MUNDIAL Edição Diária 7359| Salvador, quarta-feira, 20.12.2017 Presidente Augusto Vasconcelos SANTANDER Ao desmontar a Caixa, governo prejudica os trabalhadores Vida vai piorar com reforma Página 2 Página 4 JOÃO UBALDO - ARQUIVO Amargo Natal no banco Neste fim de ano, o Santander dá um presente de grego aos trabalhadores. O banco toma uma série de medidas arbitrárias que prejudicam os funcionários. Acordo individual do banco de horas, aumento no plano de saúde e implementação da reforma trabalhista são alguns exemplos. Página 3 Sindicato mobiliza para conter arbitrariedades cometidas pelo Santander A reforma da Previdência é desastrosa para os trabalhadores. Terrível

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Filiado à

O BANCÁRIOO único jornal diário dos movimentos sociais no país

INSCRIÇÕES ABERTAS PARAO FÓRUM SOCIAL MUNDIAL

Edição Diária 7359| Salvador, quarta-feira, 20.12.2017 Presidente Augusto Vasconcelos

SANTANDER

Ao desmontar a Caixa, governo prejudica os trabalhadores Vida vai piorar com reformaPágina 2 Página 4

joão ubaldo - arquivo

Amargo Natal no banco Neste fim de ano, o Santander dá um presente de grego aos trabalhadores. O banco toma uma série de medidas arbitrárias que prejudicam os funcionários. Acordo individual do banco de horas, aumento no plano de saúde e implementação da reforma trabalhista são alguns exemplos.Página 3

Sindicato mobiliza para conter arbitrariedades cometidas pelo Santander

A reforma da Previdência é desastrosa para os trabalhadores. Terrível

o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, quarta-feira, 20.12.20172 DESMONTE

Função social da instituição financeira está sob ameaçaREDAÇÃ[email protected]

Fundado em 30 de outubro de 1939. Edição diária desde 1º de dezembro de 1989 Fundado em 4 de fevereiro de 1933

O BANCÁRIOInformativo do Sindicato dos Bancários da Bahia. Editado e publicado sob a responsabilidade da diretoria da entidade - Presidente: Augusto Vasconcelos. Diretor de Imprensa e Comunicação: Adelmo Andrade.Endereço: Avenida Sete de Setembro, 1.001, Mercês, Centro, Salvador-Bahia. CEP: 40.060-000 - Fone: (71) 3329-2333 - Fax: 3329-2309 - www.bancariosbahia.org.br - [email protected] responsável: Rogaciano Medeiros - Reg. MTE 879 DRT-BA. Chefe de Reportagem: Rose Lima - Reg. MTE 4645 DRT-BA. Repórteres: Ana Beatriz Leal - Reg. MTE 4590 DRT-BA e Renata Andrade- Reg. MTE 4409 SRTE-BA . Estagiária em jornalismo: Ilana Pepe e Felipe Iruatã . Projeto gráfico: Márcio Lima. Diagramação: André Pitombo. Impressão: Muttigraf. Tiragem: 10 mil exemplares. Os textos assinados são de inteira responsabilidade dos autores.

Política de Temer afeta a Caixa

A CAIxA tem sido alvo constan-te do governo Temer. Há mais de um ano, empresa e empre-gados sofrem com a política de desmonte. O clima é de tensão e todos sentem as consequências, inclusive os clientes.

Além de reduzir o quadro de pessoal, aumentando a sobre-carga de trabalho e precarizan-do o atendimento, os emprega-

dos ainda têm de lidar com as ameaças diárias de perda de função, decorrente da verticali-zação. Para piorar, a Caixa re-vogou, em novembro, o RH 151 - normativo que garantia a in-corporação aos bancários com 10 anos ou mais de função.

A anulação é uma das trági-cas consequências da reforma trabalhista. Tem mais, para não pagar o bancário especializado, a direção do banco agora paga por minuto.

O empregado é utilizado como produto descartável e fica só à es-pera do patrão para exercer uma atividade. O cenário é, realmente, preocupante e exige do trabalha-dor unidade e mobilização.

BB paga incorporação defunção. Dinheiro sai hojeOS FUNCIONáRIOS do Banco do Brasil têm uma conquista importante. Resultado da luta do movimento sindical contra a reestruturação da empresa, centenas de bancários recebem, hoje, os valores referentes à in-corporação de função. Os em-pregados já podem consultar o contracheque de dezembro no sistema interno ou pela conta corrente.

O Sindicato dos Bancários da Bahia lembra que quem foi

prejudicado pela reestrutura-ção e não tiver a gratificação de função incorporada deve entrar em contato com a entidade. O funcionário deve apresentar o nome completo, matrícula, se foi descomissionado ou realoca-do em cargo inferior, histórico funcional (SISBB), se tem mais de 10 anos de comissão incluin-do gratificação de caixa e se está ou estava de licença saúde ou grávida no período da reestru-turação.

Desmonte do Banco do Brasil em debate

O governo Temer prepara as condições para a privatização da Caixa

PREPARAR a resistência e ele-var o nível de consciência dos funcionários do Banco do Bra-sil, diante do desmonte promo-vido pelo governo Temer. Esse foi o principal entendimento da reunião, realizada pelo Sindica-to dos Bancários da Bahia, com os funcionários do BB, ontem, no auditório da entidade.

O diretor do Sindicato, Fá-bio Ledo, explicou que, embora haja um boato sobre nova rees-truturação, o banco não oficia-lizou nada. De qualquer forma, os trabalhadores devem ampliar a mobilização. Afinal, a institui-

ção só não foi privatizada graças à resistência dos bancários.

Durante a reestruturação de 2016, o SBBA tomou uma sé-rie de medidas para proteger os trabalhadores. Inclusive, conse-guiu realocar muitos funcioná-rios e reverter grande parte dos descomissionamentos.

O presidente do Sindicato, Augusto Vasconcelos, também mencionou as outras iniciativas, como ação judicial, audiências em diversas cidades da Bahia, na Câmara Federal e as manifesta-ções. A secretaria geral Jussara Barbosa também participou.

Em reunião, Sindicato reforça a necessidade de mobilização no BB

ana beaTriz leal

o bancáriowww.bancariosbahia.org.br • Salvador, quarta-feira, 20.12.2017 3SANTANDER

RENATA [email protected]

Arbitrariedadee desrespeitoEmpresa espanhola penaliza os trabalhadores com atitudes unilaterais

O SANTANDER só toma deci-sões arbitrárias em relação aos funcionários. O banco espanhol implantou, sem negociar com o movimento sindical, sistema que força os trabalhadores a as-sinarem um acordo individual de banco de horas semestral.

Por ser inconstitucional, os trabalhadores questionaram a medida e solicitaram a imediata suspensão. No entanto, o banco afirmou que não vai negociar com os representantes dos em-pregados, muito menos anular.

Além do sistema, a empre-sa tem tomado outras medidas prejudiciais aos trabalhadores. Alterou a data de pagamento dos salários do dia 20 para 30,

e os meses que o 13º salário é pago. Antes, o benefício era cre-ditado em março e novembro. Agora será em maio e dezem-bro. As mudanças entram em vigor em março de 2018.

O Santander não cansa de atacar os funcionários. São au-mentos abusivos no valor do plano de saúde e o banco tam-bém informou que vai aplicar o parcelamento das férias. O mo-vimento sindical não acredita que o parcelamento será nego-ciado.

Além disso, a empresa demi-te em massa. Detalhe: muitas vezes o trabalhador está em ple-no tratamento de saúde. Um ab-surdo inaceitável.

NEM bem entrou em vigor e a reforma trabalhista imposta pelo governo Temer tem cau-sado uma série de prejuízos aos trabalhadores brasileiros. Os funcionários do Santander sentem na pele. Respaldado pela nova legislação, o banco espanhol acaba de demitir 200 bancários no país.

A demissão em massa sem negociação prévia era proibi-da pelos tribunais trabalhistas. Mas, a nova legislação agora permite que qualquer empresa desligue quantos trabalhadores quiser na hora que bem enten-

der. O mais agravante é que a maioria das dispensas acontece no exame de retorno médico.

Em alguns casos, o banco desrespeita até funcionários acometidos por doença ocu-pacional. Como o caso de uma empregada da Bahia, desligada mesmo depois de o INSS conce-der o B91, que dá ao trabalhador estabilidade de 12 meses.

Ciente de que a nova legisla-ção trabalhista dificulta ações judiciais movidas pelo traba-lhador, a direção do Santander ainda sugeriu que a bancária re-corresse à Justiça. Desrespeito.

Banco se aproveita da lei e demite 200. Abuso

Reação deve ser imediataO SANTANDER sabe. A Convenção Coletiva dos Bancários é valida até 31 de agosto de 2018. Mesmo assim, a empresa desrespeita o acordo fechado e assinado com o Comando Nacional dos Bancários.

Os funcionários do banco espanhol devem reagir imedia-tamente contra os abusos, caso contrário podem ter os direi-tos importantes cortados, já que a nova legislação trabalhista permite que as empresas façam o que quiserem com os traba-lhadores.

O cenário é ruim. Mas, pode ficar pior se não houver uni-dade. O momento exige que os bancários andem lado a lado com as entidades representativas, para impedir as arbitrarie-dades da empresa.

O Sindicato está mobilizando os funcionários, para conter os abusos do banco e garantir os direitos dos trabalhadores.

Demissões continuam no Santander, cujo lucro aumentou 37% no trimestre

Santander, além de outras maldades, alterou as datas do salário e do 13º

joão ubaldo - arquivo

joão ubaldo - arquivo

o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, quarta-feira, 20.12.20174

SAQUE

REFORMA DA PREVIDÊNCIA

ILANA [email protected]

CLARÍSSIMO Para quem duvida que no Brasil o sistema de Justiça está a serviço do golpismo, o caso dos recibos do alu-guel de um apartamento que o MPF acusa ser de Lula, dado pela Odebrecht, é um exemplo primoroso. O Ministério Público de-sistiu de fazer a perícia, mas mesmo assim os considera “ideolo-gicamente falsos”. A perseguição política está escancarada.

IMPOSSÍVEL Como chama atenção o sociólogo Emir Sader, para concluir, em apenas seis dias, a revisão das 250 mil páginas que compõem o recurso de Lula no TRF4, como fez, o revisor Leandro Paulsen teria de ler 2 mil páginas por hora, ininterrup-tamente, sem dormir. Humanamente impossível. Crônica de uma condenação anunciada.

FRACASSO A liderança de Lula (28%), seguido de longe por Bol-sonaro (14%) e Alckmin (9%), em São Paulo, tradicional reduto tuca-no, conforme detalhamento da pesquisa Vox Populi, só faz reafirmar o completo fracasso, do ponto de vista eleitoral, do golpe jurídico--parlamentar-midiático do ano passado. Não é em vão que os presi-denciáveis do golpismo amargam desempenhos pífios.

DEVASTAÇÃO Eleitoralmente, o golpe se revela um verda-deiro fracasso, mas tem sido devastador no desmonte do Estado, na submissão da economia nacional aos interesses estrangeiros, na extinção de direitos trabalhistas e de políticas públicas. A democracia social, construída a duras penas nos últimos anos, agoniza. A resistência popular não tem conseguido barrar o avanço do neoliberalismo. É fundamental despertar no povo a indignação ativa.

QUESTIONAMENTO Tido como um dos mais brilhantes jornalistas identificados com as forças progressistas do Brasil, Mino Carta faz uma indagação que respinga em partidos e nos movimentos sociais. "Em qual país do mundo dito civilizado o povo humilhado e ofendido, inclusive por reformas trabalhistas medievais, não reage?". E vai além: “É doloroso ter de reconhecer que o PT, os sindicatos e a pretensa esquerda não chegaram ao povo, não souberam levá-lo pela mão à consciência da cidadania".

aposentado vive mal. Vai piorarCom pouca grana, muitos têm deseguir trabalhando

MAIS de um terço da popula-ção aposentada no Brasil con-tinua trabalhando. A maior necessidade é complementar a renda, segundo pesquisa do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e da CNDL (Confe-deração Nacional de Dirigentes Lojistas).

Entre os que têm de 60 a 70 anos, o percentual chega a 42,3% e 55% afirmam ter de trabalhar para ajudar nas des-pesas pessoais e da família. Apenas 23,2% dizem que ainda trabalham para manter a men-te ocupada, pois sentem falta do envolvimento intelectual.

Desses, 17% são aposentados e trabalham de forma autôno-ma. Outros 10% fazem “bico” de maneira informal, apenas 1,7% se inserem novamente em

empresas privadas. A pesquisa revela ainda que

74,6% dos idosos declaram que a aposentadoria ainda é a prin-cipal fonte de renda. Para 23,4% dos entrevistados, a renda atu-al não é suficiente para atender as demandas da velhice, no que tange a saúde, acessibilidade e moradia. Nove em cada 10 ido-sos contribuem para o sustento econômico da família.

A situação, que está difícil agora, vai piorar se a reforma da Previdência for aprovada.

Resistência Luiza Mahin COM o problema da desigual-dade social, milhares de pesso-as moram em favelas, nas ruas ou de favor em Salvador. Diante dessa realidade, nasceu a ocu-pação Luiza Mahin.

No dia 25 de setembro de 2016, dezenas de famílias or-ganizadas pelo Movimento de Luta dos Bairros, Vielas e Fave-las, ocuparam um prédio aban-donado, no Comércio.

A ocupação, batizada de Lui-za Mahin, homenageia uma mulher negra, símbolo da luta antiescravista e nada mais con-dizente com a força do sote-ropolitano negro e pobre que sofre com a pressão que a socie-dade impõe.

O Movimento tem relações com estudantes e professores da Universidade Federal da Bahia, como a SAJU (Serviço de Apoio

Jurídico da UFBA) e o Curiar (Escritório Modelo de Arqui-tetura e Urbanismo da UFBA). Em intercâmbio com a Univer-sidade de Batled, na Inglaterra, os alunos estudaram a ocupa-ção por 15 dias. Após analise, foi criado um documento que trata a importância do papel so-cial do prédio para as famílias. Surgiu o livro Ocupação Luiza Mahin. O lançamento aconte-ceu no domingo.

Se a situação já não é boa, a tendência é piorar bem mais para os aposentados, com a reforma da Previdência

Movimento pelo direito à moradia

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