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UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS - UNISINOS CIÊNCIAS ECONÔMICAS GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS LIDIANE FATIMA OLIVEIRA VRABLIC AVALIAÇÃO DO PERFIL DE UM FORNECEDOR PARA SE TORNAR UM “FORNECEDOR ÚNICO” DE ITENS CODIFICADOS : CASO PIRELLI PNEUS S.A”. São Leopoldo 2005

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UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS - UNISINOS

CIÊNCIAS ECONÔMICAS

GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS

LIDIANE FATIMA OLIVEIRA VRABLIC

AVALIAÇÃO DO PERFIL DE UM FORNECEDOR PARA SE TORNAR UM

“FORNECEDOR ÚNICO” DE ITENS CODIFICADOS : CASO PIRELLI PNEUS S.A”.

São Leopoldo

2005

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SUMÁRIO

SUMÁRIO...................................................................................................................................2 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................................5

1.1DELIMITAÇÃO DO TEMA................................................................................................7

1.2DEFINIÇÃO DO PROBLEMA ...........................................................................................7

1.3 OBJETIVOS .........................................................................................................................7

1.3.1 Objetivo Geral ...................................................................................................................7 1.3.2 Objetivos Específicos.........................................................................................................8

1.4 JUSTIFICATIVA .................................................................................................................9

2 ESTRATÉGIA......................................................................................................................10

2.1 FORÇAS COMPETITIVAS .............................................................................................13

2.1.1 AMEAÇA DE ENTRADA..............................................................................................14 2.1.2 PRODUTOS SUBSTITUTOS ........................................................................................16 2.1.3 RIVALIDADE ENTRE OS CONCORRENTES .........................................................16 2.1.4 FORNECEDORES E COMPRADORES PODEROSOS............................................18

2.2 ESTRATÉGIA COMPETITIVA E DE CADEIA DE SUPRIMENTO ........................20

3 GERENCIAMENTO DA LOGÍSTICA ..............................................................................24

3.1 LOGÍSTICA .......................................................................................................................24

3.2 A AQUISIÇÃO ...................................................................................................................26

3.2.1 Método ..............................................................................................................................27 3.2.1 Recebimento das solicitações de compra (avaliar a necessidade) ...............................27 3.2.2 Apresentar a consulta/oferta aos fornecedores potenciais...........................................28 3.2.3 Avaliação das cotações ....................................................................................................28 3.2.4 Emissão do pedido/ Monitorar o desempenho..............................................................29

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3.2.5 Avaliação do desempenho pós-compra..........................................................................30

3.3 CONDIÇÕES DE AQUISIÇÃO .......................................................................................30

3.3.1 O preço .............................................................................................................................30 3.3.2 - A qualidade ....................................................................................................................31 3.3.3 A quantidade....................................................................................................................32 3.3.4 Prazo de entrega ..............................................................................................................33 3.3.5 O Frete ..............................................................................................................................34 3.3.6 As condições de pagamento ............................................................................................34

3.4 FORNECEDOR..................................................................................................................35

3.4.1 SELEÇÃO DE FORNECEDORES ...............................................................................35 3.4.2 RELAÇÕES COM FORNECEDORES ........................................................................38 4 – MÉTODO E PROCEDIMENTOS ...................................................................................45

4.1 – Delineamento da pesquisa...............................................................................................45

4.2 – Definição da unidade de análise .....................................................................................46

4.3 – Técnica de coleta de dados..............................................................................................46

4.3.1 – Entrevistas.....................................................................................................................47 4.3.2 – Observação participante ..............................................................................................47 4.3.3 – Documentos ...................................................................................................................48

4.4- Técnicas de analise de dados ............................................................................................48

4.5 – Limitações do método......................................................................................................49

5 ESTUDO DE CASO ..............................................................................................................50

5.1 APRESENTAÇÃO DA EMPRESA..................................................................................50

5.2 DESCRIÇÃO DA SITUAÇÃO ANTERIOR...................................................................52

Requisições ................................................................................................................................55 Contratos ...................................................................................................................................55

5.3 O PROJETO .......................................................................................................................56

5.3.1 PERFIL DO FORNECEDOR ........................................................................................60

5.4 RESULTADOS OBTIDOS................................................................................................62

5.4.1 PRIMEIRA TENTATIVA..............................................................................................63 5.4.2 VANTAGENS E DESVANTAGENS DO PROJETO..................................................68

5.5 SUGESTÕES ......................................................................................................................71

5.6 CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................................72

6 CONCLUSÃO........................................................................................................................74 REFERÊNCIAS .......................................................................................................................76

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ANEXO A - PROTOCOLO DE ESTUDO DE CASO AVALIAÇÃO DO PERFIL DE UM FORNECEDOR PARA SE TORNAR UM FORNECEDOR EXCLUSIVO .....................78 1 PRELIMINARES ..................................................................................................................79

1.1Definições..............................................................................................................................79

a) Objetivo deste estudo de caso ..............................................................................79 2PROCEDIMENTOS ..............................................................................................................79

2.1 Agendamento das Visitas de Campo.................................................................................79

a) Revisão das informações preliminares ...............................................................79 b) Verificação dos procedimentos de acesso ...........................................................79

2.2 DETERMINAÇÃO DAS PESSOAS A SEREM ENTREVISTADAS E OUTRAS FONTES DE INFORMAÇÃO ................................................................................................79

a) IDENTIFICAÇÃO – CREDIBILIDADE DO ENTREVISTADO...................79

3DESENVOLVIMENTO DE PROTOCOLO DE ESTUDO DE CASO ............................80

3.1 Características chaves do método do caso........................................................................80

3.3 Revisão teórica do estudo de caso .......................................................................80

a) Estratégia ..............................................................................................................................80 b)Estratégia competitiva e de cadeia de suprimentos ...........................................................80 c) Logística.................................................................................................................81 d) Aquisição ...............................................................................................................81

3.4 REVISÃO TEÓRICA DE CUIDADOS METODOLÓGICOS .....................................82

a)Validade .................................................................................................................................82 b) Confiabilidade ......................................................................................................................82

3.5 PROTOCOLO E QUESTÕES..........................................................................................83

a) Definições...............................................................................................................83 b) Questões.................................................................................................................83

3.6 ESTUDO PILOTO .............................................................................................................83

a) Seleção (conveniência geográfica ou pessoal, simplicidade,) ............................83 b) Entrevistas/ pesquisa: mais abrangente, menos focada – aprendizado...........84 c) Relatório (lições – teóricas e de pesquisa, memorando, )..................................84 4 PLANO DE ANÁLISE E RELATÓRIOS ..........................................................................84 a) Estudos de caso individuais (descrição, explicação, contornos) .......................84 5 FORMULÁRIOS...................................................................................................................84 ANEXO B - QUESTIONÁRIO –AVALIAÇÃO DO PERFIL DE UM FORNECEDOR PARA SE TORNAR UM FORNECEDOR EXCLUSIVO...................................................86 APRESENTAÇÃO ...................................................................................................................86 ANEXO C - FICHA DE AVALIAÇÃO DO FORNECEDOR ÚNICO................................... 89

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1 INTRODUÇÃO

O departamento de compras é o responsável pelo abastecimento do fluxo dos materiais na

organização, pelo acompanhamento junto ao fornecedor, e pela agilização da entrega. Prazos de

entrega não cumpridos podem criar sérias perturbações para os departamentos de produção e

vendas. Para satisfazer esses objetivos, devem ser desempenhadas algumas funções básicas

como: determinar as especificações de compra, selecionar o fornecedor (fonte certa), negociar os

termos e condições de compra, emitir e administrar pedidos de compra. Compete a este setor,

fazer a intermediação das necessidades internas da empresa com o ambiente externo

(fornecedores e prestadores de serviços), fazendo com que estas necessidades sejam supridas

qualitativamente e quantitativamente em tempo hábil e satisfatório para os requisitantes.

A partir do ano de 2004, a Pirelli Pneus S.A com intuito de reduzir o processo de

aquisições dos materiais e a quantidade de fornecedores cadastrados, criou o projeto fornecedor

exclusivo, no qual visa otimizar a logística entre fornecedor e fábricas. Este projeto busca

basicamente a centralização da compra de itens que possuem maior rotatividade como

ferramentas, equipamentos de proteção e materiais elétricos em um único fornecedor através de

contratos firmados anualmente, visando à redução do custo e do tempo para abastecer as fabricas

resultando na satisfação do cliente interno e externo.

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Um fornecedor já havia sido selecionado, foram negociados e emitidos contratos,

inclusive reuniões já estavam sendo realizadas para o estudo de abastecimento via lojas, onde o

fornecedor iria instalar pequenas lojas dentro de cada unidade da Pirelli no Brasil com os itens de

contrato, porém para surpresa da Pirelli Pneus S.A, o mesmo começou a não cumprir com seus

compromissos, as entregas estavam sendo efetuadas com mais de um mês de atraso e as fábricas

estavam ficando completamente desabastecidas. A situação estava ficando caótica, pois o

fornecedor apresentava o perfil adequado, porém seu desempenho não estava mais sendo

suficiente e não estava trazendo os resultados apresentados para a organização.

A partir do fato ocorrido, a Pirelli Pneus resolveu rever o projeto e através de um estudo

minucioso identificar porque o fornecedor escolhido falhou, uma vez que o mesmo foi aceito por

ter atributos essenciais para ser considerado parceiro Pirelli Pneus S.A.

Neste trabalho serão elencadas as principais características que um fornecedor deve ter e

serão assinaladas quais o fornecedor escolhido não atendeu. Estes itens assinalados na etapa

anterior servirão como pré-requisitos para identificar qual será o novo fornecedor único, pois o

objetivo principal é tomar a decisão correta, onde o fornecedor tenha capacidade e experiência

para trabalhar em benefício mútuo.

A seleção para identificar o perfil do próximo fornecedor único Pirelli Pneus S.A será

criteriosa e exigirá tempo e paciência, uma vez que o anterior não apresentou o retorno desejado.

Os gestores irão acompanhar todo o processo e juntamente com o departamento de

compras decidir a escolha do fornecedor, onde o objetivo principal é observar a capacidade deste

fornecedor exclusivo de implantar lojas dentro de cada unidade da Pirelli Pneus S.A no Brasil,

disponibilizando todos os materiais negociados em contrato e que este cumpra principalmente

com suas obrigações.

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1.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA

Avaliação do perfil de um fornecedor para se tornar um “fornecedor único” de itens

codificados da Pirelli Pneus S.A.

1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

Qual o perfil adequado para se tornar um fornecedor único de itens codificados, capaz de

atender as necessidades e expectativas da Pirelli Pneus S.A?

1.3 OBJETIVOS 1.3.1 Objetivo Geral

Identificar o perfil adequado para se tornar um fornecedor único de itens codificados

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1.3.2 Objetivos Específicos

- Descrever a situação da empresa antes de colocar em prática o seu projeto fornecedor

único;

- Identificar as razões que levaram a Pirelli Pneus a optar pelo projeto;

- Relatar porque a primeira implantação não teve sucesso;

- Descrever o perfil do fornecedor único que a empresa está procurando no mercado;

- Identificar as vantagens e desvantagens da centralização das compras em um único

fornecedor;

- Propor melhorias no processo de implantação do fornecedor único.

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1.4 JUSTIFICATIVA

A justificativa para desenvolver esse trabalho, está associada à necessidade de fazer a

avaliação do perfil do fornecedor que a Pirelli Pneus S.A está buscando a fim de que o mesmo

possa se tornar seu fornecedor único e que possa instalar após esta definição lojas em cada

unidade da Pirelli Pneus S.A no Brasil, com o intuito de atender às necessidades da fábrica em

tempo hábil.

Na medida em que este trabalho for realizado permitirá à empresa identificar os critérios

que um bom fornecedor deverá ter para ser tornar fornecedor único.

Serão identificados os pontos cruciais que o mesmo não deve deixar de atender para que

seu desempenho não esteja comprometido trazendo a insatisfação da organização que optou por

sua parceria.

Será uma grande oportunidade, pois a empresa está buscando outro fornecedor, uma vez

que o escolhido não atendeu as expectativas. Por isso faz-se necessário o estudo minucioso dos

pontos fortes e fracos do mesmo, pois a parceria deverá ser eficaz visando à melhoria de toda a

cadeia de suprimento fornecedor – cliente.

Para desenvolver este trabalho é preciso ter acesso às informações da empresa. A Pirelli

Pneus S.A não apresentou nenhuma restrição para a realização desta pesquisa, desde a coleta de

dados, a análise de dados até a colaboração dos colegas para a qualidade deste projeto.

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2 ESTRATÉGIA

A idéia do fornecedor único, além de buscar uma redução no número de fornecedores

cadastrados, é formar uma parceria onde se possa manter uma relação de confiança, buscando a

redução no processo de aquisição dos materiais através da centralização das compras e

padronização dos serviços prestados através de contratos previamente negociados, eliminando o

trabalho rotineiro, repetitivo e desnecessário.

Esta estratégia disponibiliza ao cliente interno o material no tempo certo e a presença

deste parceiro acaba agregando maior suporte. Se a empresa precisar de uma solução rápida,

quem conhece bem os produtos pode ajudar a achar a melhor alternativa.

Gerir os negócios dentro de uma perspectiva em que todos os agentes que compõem a

cadeia de suprimentos estejam integrados, dentro de um espírito de apoio de ajuda mútuos pode

significar um salto na performance das empresas e de seus parceiros.

A performance da empresa e de seus parceiros pode ser explicada como o processo de

percepção de novas posições para cativar os clientes já atendidos por posições existentes ou atrair

clientes novos para o mercado. Este conjunto de ações para definir metas e planos para alcançar

estes objetivos é denominado estratégia, ou seja, determinar o que não fazer.

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Hoje em dia, estratégia é uma ferramenta gerencial imprescindível para as empresas.

A estratégia pode ser tanto planejamento como modelo. As organizações

planejam o futuro e procuram modelos no passado. Pode-se falar da estratégia desejada e

da estratégia executada. A estratégia é posicionamento, ou seja, é o lugar escolhido para

determinarmos produtos em determinados mercados e também é perspectiva, pois é o

meio fundamental para que uma empresa execute as coisas. A estratégia dá o rumo. A

função principal da estratégia é servir de bússola para uma empresa, para que mantenha a

rota e seu ambiente.

A estratégia permite a concentração, define a organização e é a fonte da coerência

interna, pois procura a ordem, não a ambigüidade. Uma das funções da estratégia é

resolver os grandes problemas de maneira que as pessoas se sintam liberadas dos

pequenos detalhes, são mais simples determinar o cliente-alvo e servi-lo que procurar

determinar quais são os melhores mercados”.

Existem oito problemas da estratégia: complexidade, integração, especificidade,

controle, estrategista, mudança, escolha e pensamento. (Mintzberg et al, 2002, p. 12).

Para Porter et al (2002, p. 23), “para chegar a uma boa estratégia, o ponto de equilíbrio é

ter um objetivo correto, que é simplesmente um excelente retorno sobre o investimento a longo

prazo”.

Para Porter, o processo de formulação estratégica pode ser dividido em passos

sucessivos: primeiro, definindo os objetivos; depois, procedendo a uma auditoria externa para

avaliar o meio ambiente; em seguida, fazendo uma auditoria interna para descobrir as

vantagens competitivas da empresa (as forças) e as suas eventuais fraquezas. A quarta etapa

consiste na avaliação das alternativas estratégicas, ao que se seguirá, por fim, a sua

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operacionalização e posterior controle. O processo de planejamento compreende assim quatro

elementos: os objetivos, os orçamentos, as estratégias e os programas.

Pode-se defender que, neste momento, já se assiste a uma quarta etapa de evolução, que se

pode denominar gestão estratégica, compreendendo o processo de formulação e implantação de

planos. Sem rejeitar o planejamento estratégico, distingue-se deste por passar a incluir a sua

implantação, avaliação e controle.

O conhecimento das forças fundamentais de pressão competitiva proporcionam a base

para uma agenda estratégica de ação. Elas destacam os pontos fortes e os pontos fracos graves da

empresa, animam o posicionamento da empresa em seu segmento, revelam as áreas nas quais

mudanças estratégicas poderão das os melhores resultados e destacam os locais onde as

tendências prometem manter o maior significado, tanto como oportunidades quanto ameaças.

Quem quiser ganhar a corrida de ponta a ponta em vez de correr a mesma corrida dos

concorrentes deve procurar descobrir qual a maneira especial de agregar valor real ao cliente.

Para Porter, as regras da concorrência estão englobadas em cinco forças competitivas,

conforme seção a seguir.

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2.1 FORÇAS COMPETITIVAS

Segundo Porter (1998, p.11), “na luta por participação de mercado, a competição não se

manifesta apenas através dos demais concorrentes. Pelo contrário, a competição em um setor

industrial tem suas raízes em sua respectiva economia subjacente e existem forças que vã bem

além do que esteja representado unicamente pelos concorrentes estabelecidos neste setor”.

As cinco forças competitivas são: a ameaça de entrada de novos concorrentes, a

ameaça de produtos substitutos, o poder de negociação dos compradores, o poder de

negociação dos fornecedores e a rivalidade entre os concorrentes existentes.

(Fonte: Porter, 1996)

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Para Porter (In: Montgomery, 1998, p. 13), “as forças ou uma única força mais

competitivas determinam a lucratividade de um setor, portanto são de maior importância na

formulação estratégica”.

A intensidade de interação entre estas forças é que vai determinar a habilidade de

empresas obter, em média, taxas de retorno sobre investimento superiores ao capital inicial.

2.1.1 AMEAÇA DE ENTRADA

Novos participantes em uma indústria podem trazer novas competências, o desejo de

obter participação de mercado e apresentar, muitas vezes, recursos substanciais. As empresas

diversificando através de aquisições alavancam com freqüência, seus recursos para causar uma

“revolução” no mercado.

A gravidade da ameaça de entrada depende das barreiras existentes e na reação dos

concorrentes estabelecidos que o novo participante pode antecipar. Se as barreiras à entrada

forem altas e se o recém-chegado considerar que haverá forte retaliação por parte dos

concorrentes já entrincheirados, é obvio que ele não se apresentará como uma ameaça.

As seis principais fontes de barreiras para a entrada são as seguintes:

1. Economia de escala – Estas economias detêm a entrada ao forçar o aspirante a

participar em larga escala ou a aceitar uma desvantagem de custos. As economias

de escala também podem agir como obstáculo na distribuição, na utilização de

força de venda e praticamente em qualquer outro aspecto do negócio.

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2. Diferenciação de produto – A identificação de marca cria uma barreira ao forçar os

novos participantes a gastar enormes quantias para superar a lealdade do

consumidor.

3. Capital necessário – A necessidade de empregar grandes recursos financeiros a fim

de competir cria um empecilho á entrada, particularmente se o capital se faz

necessário para despesas irrecuperáveis em propaganda a ser paga à vista em P&D.

O capital é necessário não apenas para os ativos fixos mas também para crédito ao

consumidos, inventários e absorção de prejuízos iniciais.

4. Desvantagem de custo independentemente de tamanho – empresas estabelecidas

talvez tenham uma vantagem de custos não-disponível aos rivais em potencial, não

importa seu tamanho e acesso á economia de escala. Essas vantagens podem advir

dos efeitos da curva de aprendizagem, a curva de experiência, tecnologia exclusiva,

etc.

5. Acesso aos canais de distribuição – Ás vezes, essa barreira é tão alta, que para

suplantá-la, um novo participante precisa criar seus próprios canais de distribuição.

6. Política governamental – o governo pode limitar até mesmo impedir a instalação de

indústrias como controles e requisitos de licenciamento e restrições de acesso a

matérias-primas. O governo também pode exercer um papel indireto importante ao

determinar barreiras através de controles como padrões de poluição da água e do ar

e regulamentos de segurança.

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2.1.2 PRODUTOS SUBSTITUTOS

Os produtos substitutos que merecem maior atenção estrategicamente são aqueles que

(a) são sujeitos a tendências de melhor de seu trade-off preço e desempenho visando o

produto do setor, ou (b) sejam produzidos por setores com altos lucros. Os substitutos

freqüentemente entram rapidamente em ação se algum desenvolvimento for feito, aumentam

a competição em seus setores e provocam redução de custos ou melhoria de desempenho.

A rivalidade entre concorrentes existentes toma a forma familiar de uma corrida pela posição,

usando táticas como as de competição de preços, lançamento de produtos e golpes de

publicidade.

2.1.3 RIVALIDADE ENTRE OS CONCORRENTES

Para Hitt et al (2003, p.77) “a rivalidade competitiva é intensificada quando

uma empresa é desafiada pelas ações do concorrente ou quando se identifica uma

oportunidade de melhorar a posição no mercado. As dimensões visíveis sobre as quais se

assenta a rivalidade incluem preço, qualidade e inovação”.

Segundo Hitt et al (2003), existem vários fatores que influenciam a intensidade

da revalidade entre as empresas:

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• Concorrentes numerosos ou igualmente equilibrados – a intensa rivalidade é

comum nos setores que abrigam muitas empresas. No caso de muitos

concorrentes, é comum que uma empresa acredite que possa adotar medidas

sem provocar reação alguma;

• Crescimento lento do setor – quando um mercado encontra-se no processo de

crescimento, as empresas tentam usar os seus recursos de forma a empregá-los

na ampliação de sua base de clientes;

• Custos fixos elevados ou custos de armazenagem elevados – quando os custos

fixos respondem por uma parcela significativa do total de custos, a empresa

tenta maximizar a utilização de sua capacidade de produção. Essa medida

permite que a empresa distribua os custos através de um maior volume de

produção;

• Ausência de diferenciação ou custos de mudança reduzidos – quando o

comprador encontra um produto diferenciado que satisfaça às suas

necessidades, ele passa a comprá-lo freqüentemente.

• Capacidade aumentada em grandes incrementos – aumentos substanciais de

capacidade podem prejudicar o equilíbrio entre a oferta e procura no setor;

• Concorrentes divergentes – nem todas as empresas tentam alcançar as mesmas

metas, ou operam com culturas idênticas. Essa diferenças dificultam a

identificação das regras de concorrência em um setor;

• Apostas estratégicas elevadas – A rivalidade competitiva é mais acirrada

quando alcançar o êxito em um setor é importante para muitas empresas. As

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apostas estratégicas elevadas também podem ocorrer em termos de

localizações geográficas;

• Barreiras de saída elevadas – As barreiras mais comuns à saída são: ativos

especializados, custos fixos de saida, inter-relacionamentos estratégicos,

barreiras emocionais e limitações sociais e governamentais.

2.1.4 FORNECEDORES E COMPRADORES PODEROSOS

Para Porter (In: Montgomery 1998), a escolha que uma empresa faz quanto a

fornecedores e grupos de compradores deve ser vista como uma decisão estratégica crucial.

Uma empresa pode melhorar sua postura estratégica encontrando fornecedor e compradores

que possuam o mínimo de poder para influenciá-la adversamente.

Complementa Porter (In: Montgomery, 1998, p.16), “os fornecedores podem exercer

poder de barganha sobre os participantes de um setor, aumentando os preços ou reduzindo a

qualidade das mercadorias e serviços adquiridos”.

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2.1.4.1 Um grupo de fornecedor poderoso

• Denominado por poucas empresas e mais concentrado do que o setor para o

qual fornece;

• Seu produto for peculiar ou pelo menos diferenciado;

• Não for obrigado a competir com outros produtos para venda no setor;

• Se impuser uma ameaça razoável de integrar ainda mais atividades de seus

segmentos de negócio;

• Se seu setor não representar uma clientela importante para o grupo fornecedor.

2.1.4.2 Um grupo de comprador poderoso

• Concentrado ou fizer compras em grandes volumes;

• Os produtos que compra de setor forem padronizados ou não diferenciados;

• Os produtos que compra do setor constituírem um componente de seu produto

e representarem uma fração significativa de seu custo;

• Obter lucros baixos, que criam um grande incentivo para reduzir os custos de

compra;

• O produto do setor for de pouca importância para a qualidade dos produtos ou

serviços dos compradores;

• O produto do setor não proporcionar economias para o comprador;

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• Os compradores apresentarem uma ameaça plausível de se integrarem na

retaguarda para fazerem eles mesmos o produto do setor.

Uma empresa define o conjunto de necessidades que ela pretende satisfazer por meio

de seus produtos e serviços através da estratégia competitiva buscando segundo o

alinhamento entre esta estratégia e a de cadeia de suprimentos. Segundo Chopra et al (2003,

p. 27), “todas as funções que integram a cadeia de valor de uma empresa contribuem para o

seu sucesso ou fracasso”.

2.2 ESTRATÉGIA COMPETITIVA E DE CADEIA DE SUPRIMENTO

Os competidores que conseguem seu sustento de maneira idêntica não podem coexistir,

tanto nos negócios quanto na natureza. Cada um precisa ser diferente o bastante para possuir uma

vantagem única.

Para Henderson (In: Montgomery, 1998, p.5), “o que diferencia competidores em

negócios pode ser o preço de venda, as funções, a utilização do tempo ou a vantagem da

localização. Ou pode ser nada disto, mas apenas a percepção que o cliente tem de um produto e

de seu fornecedor”.

Os elementos básicos da competição estratégica são os seguintes: (1) capacidade de

compreender o comportamento competitivo como um sistema no qual competidores, clientes,

dinheiro, pessoas e recursos interagem continuamente; (2) capacidade de usar essa compreensão

para predizer como um dado movimento estratégico vai alterar o equilíbrio competitivo; (3)

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recursos que possam ser permanentemente investidos em novos usos mesmo se os benefícios

conseqüentes só aparecerem a longo prazo; (4) capacidade de prever riscos e lucros com exatidão

e certeza suficientes para justificar o investimento correspondente; (5) disposição de agir.

Conforme Chopra e tal (2003, p.27), “a estratégia competitiva de uma empresa define o

conjunto de necessidades do consumidor que ela pretende satisfazer por meio de seus produtos e

serviços”.

Para uma empresa ser bem-sucedida, a estratégia competitiva deve estar alinhada com a

estratégia de cadeia de suprimento, ou seja, ambas possuir os mesmos objetivos.

Segundo Ballou (2001), “a seleção de uma boa estratégia logística exige muitos dos

mesmos processos criativos que o desenvolvimento de uma boa estratégia corporativa”, pois as

abordagens inovadoras para a cadeia logística podem oferecer uma vantagem competitiva. O

autor complementa que para a estratégia logística tem três objetivos: (1) redução de custo; (2)

redução de capital e (3) melhorias no serviço.

A redução de custo é a estratégia dirigida para minimizar os custos variáveis associados à

movimentação e à estocagem. A melhor estratégia é geralmente formulada pela avaliação dos

cursos alternativos de ação, como a escolha entre diferentes localizações de armazéns ou a

seleção entre modais alternativos de transportes.

Redução de capital é a estratégia direcionada para a minimização do nível de investimento

no sistema logístico e as melhorias no serviço são estratégias que normalmente reconhecem que

as receitas dependem do nível de serviço logístico fornecido. Embora os custos aumentem

rapidamente com elevados níveis logísticos aos clientes, o aumento nas receitas pode mais que

compensar os custos mais altos.

O que uma empresa precisa fazer para atingir o alinhamento estratégico entre as

estratégias competitivas e de cadeia de suprimentos é que uma estratégia competitiva vai

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especificar, explícita ou implicitamente, um ou mais segmentos de clientes que uma determinada

empresa espera satisfazer e para alcançar o alinhamento estratégico, a empresa deve garantir que

suas habilidades na cadeia de suprimento apóiem sua habilidade de satisfazer os seguimentos de

clientes-alvo.

Conforme Chopra et al (2003), há três etapas básicas para o alcance do alinhamento

estratégico: (1) entender o cliente; (2) entender a cadeia de suprimentos e (3) realizar o

alinhamento estratégico.

Para entender o cliente, uma empresa deve identificar as necessidades do segmento de

clientes a ser atendido. Em geral, a procura de clientes de segmentos diferentes pode variar de

acordo com diversas características como: a quantidade de produto necessária; o tempo de

resposta que os clientes estão dispostos a tolerar; o nível de serviço exigido e o preço do produto.

Cada cliente em um segmento específico estará inclinado a ter necessidades parecidas, enquanto

clientes de segmentos diferentes poderão ter necessidades distintas.

Após compreender as características da demanda pela qual uma empresa se responsabiliza

é fundamental a criação de uma estratégia de cadeia de suprimento que melhor atenda ao tipo

especifico de demanda visado pela empresa para garantir que tudo que for bem desempenhado

pela cadeia de suprimento seja coerente com as necessidades dos clientes a serem atendidas.

Para a maioria das empresas, o fracasso no alcance do alinhamento estratégico é o motivo

principal para a incapacidade em obter sucesso.

O objetivo de toda cadeia suprimento é maximizar o valor global gerado. O valor

gerado por uma cadeia de suprimento é a diferença entre o valor do produto final para o

cliente e o esforço realizado pela cadeia de suprimento para atender ao seu pedido. A

lucratividade da cadeia de suprimento é o lucro total a ser dividido pelos estágios da cadeia

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de suprimento. Quanto maior sua lucratividade, mais bem-sucedida será a cadeia de

suprimento.

O gerenciamento da logística é também chamado de gerenciamento da cadeia de

suprimentos. Segundo Chopra et al (2003, p.6), “o gerenciamento da cadeia de suprimento

bem sucedido exige diversas decisões relacionadas ao fluxo de informações, de produtos e

monetário”.

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3 GERENCIAMENTO DA LOGÍSTICA

Nesta seção serão apresentados conceitos de logística, bem como a apresentação

dos métodos de compras, o processo de aquisição, seleção de fornecedores e tipos de alianças

estratégicas, incluindo conceitos de contratos de fornecimentos.

3.1 LOGÍSTICA

A logística é um conjunto de atividades funcionais que é repetido muitas vezes ao longo

do canal de suprimentos através do qual as matérias-primas são convertidas em produtos

acabados e o valor é adicionado aos olhos dos consumidores.

Para Ballou (2001, p.21), logística é o processo de planejamento, implantação e

controle do fluxo eficiente e economicamente eficaz de matérias-primas, estoque em

processo, produtos acabados e informações relativas desde o ponto de origem até o

ponto de consumo, com o propósito de atender às exigências dos clientes.

Segundo Ballou (2001, p. 22), Os componentes de um sistema logístico são:

serviços ao cliente, previsão de vendas, comunicação de distribuição, controle de

estoque, manuseio de materiais, processamento de pedidos, peças de reposição e

serviços de suporte, seleção do local da planta e armazenagem (análise de localização),

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compras, embalagem, manuseio de mercadorias devolvidas, recuperação e descarte de

sucata, tráfego e transporte, e armazenagem e estocagem.

A logística diz respeito à criação de valor para clientes e fornecedores. O valor em

logística é expresso em termos de tempo e lugar. Produtos e serviços não têm valor a menos que

estejam sob a posse do cliente quando (tempo) e onde (lugar) eles desejam consumi-los.

A boa gestão logística vê cada atividade na cadeia de suprimentos como contribuinte no

processo de adição de valor. Se pouco valor pode ser adicionado, pode-se questionar se a

atividade deve existir. Entretanto, é adicionado valor quando clientes estão dispostos a pagar mais

por um produto ou serviço do que o custo de sua obtenção.

As empresas dedicam muito tempo procurando meios para diferenciar seus produtos dos

de seus concorrentes. Quando a gerência reconhece que a logística afeta uma parte significativa

dos custos da empresa e que o resultado das decisões tomadas sobre a cadeia de suprimentos leva

a diferentes níveis de serviços ao cliente, ela está em condições de usá-la de maneira eficaz para

penetrar em novos mercados, para ampliar a sua participação no mercado e para elevar os lucros.

Segundo Ballou (2001, p.27), “um produto ou um serviço tem pouco valor se não estiver

disponível aos clientes no tempo e no lugar em que eles desejam consumi-lo.” Complementa

Ballou (2001) que o negócio admite-se que gere quatro tipos de valor em produtos ou serviços

são eles: (1) forma, (2) tempo, (3) lugar e (4) posse.

A logística cria dois destes quatro valores. O valor forma é criado por manufatura à

medida que as entradas são convertidas em saídas, isto é, matéria-prima é transformada em

produto final. A logística controla o valor do tempo e do lugar nos produtos, principalmente

através dos transportes, dos fluxos de informações e dos estoques. Por último o valor da posse é

considerado responsabilidade do marketing.

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Tanto para os custos aos clientes ou a importância estratégia para a missão da empresa, a

logística e vital. As forças econômicas principalmente o aumento da desregulamentação mundial

dos negócios, a proliferação dos acordos de livre comércio, o aumento da concorrência

estrangeira, o aumento da globalização das industrias e o aumento das exigências para

desempenhos logísticos mais certos e mais rápidos tem sido instrumentos de elevação da logística

para um alto nível de importância em muitas empresas. Novas oportunidades para o

gerenciamento da logística, trazidas pelo crescimento no setor de serviços, pelos temas

ambientais e pela tecnologia da informação, continuarão a dar suporte à natureza vital da

logística.

Segundo Ballou (2001, p. 320), “O profissional de logística vê, nas atividades de compra,

a oportunidade para reduzir custos substancialmente no tempo de fluxos dos materiais, em

determinar as quantidades de compra, na fonte de materiais e nos ajustes das condições de

venda”.

3.2 A AQUISIÇÃO

O departamento de suprimentos comanda uma posição importante na maioria das

organizações já que as peças, os componentes e os suprimentos comprados representam

tipicamente de quarenta a sessenta por cento do valor das vendas de seus produtos finais. Isso

significa que as reduções relativamente pequenas de custos obtidas nas aquisições de materiais

podem ter um impacto maior em lucros do que melhorias iguais em outras áreas de custo-venda

da organização.

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Conforme Ballou (2001, p.327), “comprar afeta indiretamente o fluxo dos produtos no

canal de suprimentos físico, embora nem todas as atividades de compras sejam do interesse direto

do profissional de logística”.

3.2.1 Método

De acordo com Ballou (2001), algumas das estratégias de compras podem ser resumidas

nos seguintes quatro pontos: (1) Renegociar contratos; (2) Oferecer ajuda despachando equipes

de especialistas às plantas dos fornecedores para ajudar a reorganizar e sugerir outras mudanças

de aumento rápido da produtividade; (3) Manter a pressão para certificar-se de que as melhorias

continuem determinando alvos anuais; (4) reduzir fornecedores, ou seja, reduzir o número total

dos fornecedores e incrementar as compras daqueles que permanecerem melhorando a economia

de escala.

Os métodos utilizados para a aquisição envolvem o seguinte:

3.2.1 Recebimento das solicitações de compra (avaliar a necessidade)

Segundo Mello (1996), uma solicitação de compras é normalmente uma necessidade de

um usuário. As necessidades do usuário precisam ser analisadas e o comprador deverá seguir

alguns passos antes de enfocar fornecedores em potencial, por exemplo:

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• Determinar a urgência.

• Compreender o produto.

• Esclarecer a especificação.

• Reconhecer as necessidades reais de compra.

3.2.2 Apresentar a consulta/oferta aos fornecedores potenciais

• Apresentar todos os fornecedores possíveis.

• A especificação e as condições de entrega precisam ser claramente explicadas.

Conforme Mello (1996, p.50), “não comunicar as necessidades exatas nesse estágio,

poderá afetar gravemente as negociações subseqüentes e, seguramente, atrasarão a colocação do

pedido”.

Para Arnold (1999, p.210), “trata-se de um requerimento por escrito que é enviado a um

número suficiente de fornecedores para garantir que cotações competitivas e confiáveis sejam

recebidas”.

3.2.3 Avaliação das cotações

No entender de Mello (1996), o comprador deverá determinar a confiança e

relacionamento com o fornecedor em potencial avaliando claramente as condições de venda

incluindo prazo de pagamento e de entrega.

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Segundo Arnold (1999), depois que os fornecedores completam e devolvem as cotações

ao comprador, as cotações são analisadas quanto ao preço, obediência às especificações, termos e

condições de venda, entrega e termos de pagamento. Para itens cujas especificações não podem

ser descritas precisamente, a escolha é provavelmente feita com base no preço, entrega e termos

de venda. Para itens cujas especificações não podem ser descritas com precisão, os itens cotados

irão variar. As cotações devem ser analisadas quanto a sua adequação técnica. A escolha final

baseia-se num equilíbrio entre os fatores técnicos e o preço. Geralmente tanto o departamento

requisitante quanto o departamento de compras estão envolvidos na decisão.

Na compra de um item ou serviço de um fornecedor, vários fatores estão incluídos no

pacote comprado.

3.2.4 Emissão do pedido/ Monitorar o desempenho

Sendo Mello (1996, p.51), “o comprador precisa ser responsável pelo fluxo de entrada de

pedidos, embora atividades de entrada, incluindo discussões e planejamento dos recebimentos,

fiquem cada vez mais sob responsabilidade do gerente de logística”.

Segundo Arnold (1999), a emissão de ordem de compra é uma oferta legal de compra,

pois uma vez aceita pelo fornecedor, ela se torna um contrato legal para entrega de mercadorias

de acordo com os termos e condições especificados no contrato de compra.

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3.2.5 Avaliação do desempenho pós-compra

De acordo com Mello (1996, p.51), “Uma vez que o serviço tenha sido desempenhado ou

o produto entregue aos fornecedores, o desempenho precisa ser avaliado, verificar se realmente

satisfaz as necessidades dos usuários”.

3.3 CONDIÇÕES DE AQUISIÇÃO

Nesta etapa são apresentadas as condições de aquisição, isto é, as condições intrínsecas

num processo de suprimento. Estes fatores como preço, qualidade, quantidade, prazo de entrega.,

frete e condição de pagamento são levados em condição pelos compradores na hora da seleção e

negociação com o fornecedor.

3.3.1 O preço

“O preço não é o único fator que influi na decisão de compras...” (ARNOLD, 1999, p.

221). Mas é enfatizado que é o fator que mais pesa nesta decisão, devido que, na maioria das

organizações as compras correspondem a 50% dos custos do produto final, e qualquer economia

feita neste fator reflete diretamente no custo final. O importante é não se pagar mais do que o

necessário.

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A melhor aquisição é a que contempla a melhor quantidade, o melhor serviço e também o

melhor preço.

O preço de compra é um dos fatores mais importante de compras, sendo de sua

responsabilidade o julgamento do preço correto de qualquer tipo de aquisição, sendo que este

aspecto torna-se mais complicado nos mercados de commodities. “O custo total da aquisição

representa mais do que o preço”. (BAILY et al, 2000 p. 23).

3.3.2 - A qualidade

A qualidade pode significar excelência ou também pode ser considerado um parâmetro

pelo qual um produto ou serviço obtém a satisfação do cliente. Ou até “qualidade é tudo o que o

cliente considera como tal”. (BAILY et al, 2000, p. 118). Esta qualidade pode ser definida de

muitas maneiras. Mas, para o propósito de compras, ou o propósito da organização compradora, a

qualidade é definida como o conjunto de características de certo produto ou serviço para o

atendimento das exigências (BAILY et al, 2000).

Para Dias e Costa (1996, p. 281) a explicação é a seguinte: “A qualidade de um produto

define-se através da comparação de suas características com os desejos do consumidor...”. Este

produto pode ter uma boa qualidade para o cliente e qualidade regular para quem fabrica. O

problema da empresa fabricante é manter determinado padrão de qualidade de aceitação mínima.

E este nível depende basicamente de dois fatores: Os aspectos internos, como as condições de

materiais, instalações, matéria-prima, pessoal, entre outros. E os aspectos externos, que são as

exigências dos consumidores, condições governamentais, entre outros fatores. E com a análise

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destes fatores, a organização chegará a um padrão de qualidade aceitável. A quantidade

necessária é explicada no próximo item.

3.3.3 A quantidade

Conforme Baily et al, (2000), as aquisições são feitas ou para estocagem ou para uso

direto na produção. Parte da função de compras, juntamente com o planejamento da produção, é

calcular quando e que quantidades são necessárias para atender estas necessidades. Para os itens

que são colocados em estoque, é necessária a decisão sobre o nível de estoque exigido, o

momento do pedido ser executado e também a quantidade a ser encomendada, propriamente dita.

Já para os itens que serão usados diretamente na produção, as decisões tomadas são os

parâmetros de exigência do produto e também os materiais que apóiam esta produção. Estas

quantidades exigidas podem ser divididas de várias maneiras e a quantidade solicitada às compras

não necessita ser a mesma enviada aos fornecedores.

Para Arnold (1999), “a quantidade é importante porque influenciará o modo como o

produto será projetado e fabricado”.

Já para Ballou (2001, p. 329), “a quantidade em que as compras são feitas e quando são

feitas afetam o preço pago, o custo do transporte e o custo de manutenção do estoque. Uma

estratégia é compras apenas para satisfazer as necessidades assim que ocorre”.

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3.3.4 Prazo de entrega

Conforme Dias (1996), o prazo é a determinação das necessidades durante determinado

período de tempo, ou para o funcionamento da produção, ou para o funcionamento de toda a

organização. No caso de empresas que possuam uma determinada programação, estes prazos são

gerados de um programa de produção, que é resultante de uma previsão de vendas. É objetivo do

setor de compras, mesmo que não seja de sua responsabilidade a determinação destes prazos, o

esforço máximo para o cumprimento destes prazos de entrega. Caso haja uma impossibilidade de

não cumprimento dos prazos por parte dos fornecedores, seja por atraso de entrega, seja por

incapacidade produtiva, o setor de compras deve informar as áreas responsáveis para serem

efetuadas as devidas ações corretivas.

Já Baily et al (2000), descrevem que a “entrega em tempo” é um objetivo do setor de

compras, por que se os produtos chegarem atrasados, as vendas podem ser perdidas, a produção

prejudicada ou até as clausulas contratuais invocadas pelos clientes insatisfeitos. Na maioria das

vezes os compradores são responsabilizados pelos usuários se os fornecedores não entregarem os

produtos nos prazos pré-determinados. Para que isto não ocorra, é importante assegurar que estes

usuários também conheçam os lead-times e qualquer outra informação necessária ao processo.

Mas é função dos compradores convencer e conscientizar os fornecedores do cumprimento dos

prazos de entrega.

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3.3.5 O Frete

Descreve Dias (1996) que atualmente o frete representa uma parcela muito significativa

no preço do produto. Sendo que as condições mais freqüentes são preços Free On Board- FOB

em que o transporte do fornecedor até a fábrica não está incluso no preço ou preços Cost,

Insurance and Freight - CIF em que o preço do transporte está incluso no preço. A importância

de avaliar estas duas condições é evidente para o melhor preço do produto. E também dentro

desta condição é importante a avaliação da modalidade de transporte utilizado, para a

determinação de alternativas mais viáveis. E por fim, o fator de condições de pagamento é

descrito a seguir.

3.3.6 As condições de pagamento

“Um dos objetivos de uma boa compra é conseguir as melhores condições de

pagamento”.(DIAS, 1996, p. 292). E Dias (1996), continua descrevendo que atualmente há uma

tendência na padronização destas condições de pagamento, o que dificulta bastante as ações dos

compradores. Todo o tipo de negociação de compra e venda de qualquer tipo de produto deve ter

uma condição de pagamento e esta condição é de grande valia para a empresa. Esta valia dá-se

também porque o benefício das condições obtidas pode ser perdido, se as entregas não forem

efetuadas nos prazos determinados.

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O objetivo principal é encontrar fornecedores que possuem condições de fornecer os

materiais necessários dentro das condições mencionadas anteriormente e que sejam confiáveis

como uma fonte de abastecimento contínua e ininterrupta.

3.4 FORNECEDOR

Qualquer pessoa ou organização que forneça recursos (entradas) a um processo,

atendendo as especificações de quem compra.

3.4.1 SELEÇÃO DE FORNECEDORES

O envolvimento do usuário pode ser útil para a seleção dos fornecedores, pois poderá

identificar se o fornecedor poderá atender tecnicamente ou não as necessidades da fábrica.

Segundo Mello (1996), o comprador deverá negociar um preço competitivo, avaliar as

necessidades futuras levando em consideração o preço, serviço e o tempo de entrega.

De acordo com Arnold (1999), “identificar e selecionar fornecedores são importantes

responsabilidades do departamento de compras. Para itens rotineiros ou para aqueles que nunca

foram comprados antes”.

Como descreve Dias (1996), podemos classificar como fornecedor toda a empresa

interessada em suprir a necessidade de outra empresa em termos de matéria-prima, serviços ou

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mão-de-obra. Completando, este mesmo autor, que a eficiência de uma cadeia produtiva está

diretamente ligada ao grau de entendimento entre o comprador e o fornecedor, que devem ser os

mais adequados e convenientes.

E um bom fornecedor é aquele que tem tecnologia para fabricar o produto na qualidade

exigida, tema capacidade de produzir as quantidades necessárias e pode administrar seu negócio

com eficiência suficiente para ter lucros e ainda assim vender um produto a preços competitivos

(ARNOLD, 1999). Com isto, os tipos de fornecimento destes fornecedores podem variar de

organização para organização.

3.4.1.1 Fatores que influenciam a escolha dos fornecedores

• Habilidade técnica. O fornecedor tem a habilidade técnica para produzir ou

fornecer o produto desejado? O fornecedor tem um programa de desenvolvimento

e melhoria para o produto? O fornecedor pode auxiliar na melhoria dos produtos?

Essas perguntas são importantes, pois, muitas vezes, o comprador depende do

fornecedor no sentido de que ele forneça as melhorias de produto que poderão

aumentar ou reduzir o custo dos produtos comprados. Algumas vezes, o

fornecedor pode sugerir mudanças na especificação do produto que irão melhorá-

lo e reduzir seu custo.

• Capacidade de padrão. A produção deve ser capaz de satisfazer ‘as especificações

do produto de forma consistente, ao mesmo tempo produzindo o menor número

possível de defeitos. Conforme ARNOLD (1999, p. 219), “o fornecedor deve ter

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um bom programa de controle de qualidade, pessoal de produção competente e

capaz, e bons sistemas de planejamento e controle de produção, para garantir uma

entrega pontual”.

• Confiabilidade. Ao selecionar um fornecedor, é desejável que se escolha um

fornecedor confiável, reputado e financeiramente sólido.

• Serviço pós-venda. Se o produto tem natureza técnica ou provavelmente

necessitará de peças de reposição ou apóio técnico, o fornecedor deve ter um bom

serviço de atendimento pós-venda. Isto deve incluir um atendimento bem-

organizado e um estoque adequado de peças sobressalentes.

• Localização do fornecedor. Algumas vezes, é desejável que o fornecedor esteja

próximo do comprador, ou pelo menos que mantenha um estoque local. Uma

localização próxima auxilia na redução dos tempos de entrega e significa que os

produtos em falta podem ser entregues rapidamente.

Várias são as formas utilizadas para avaliar os fornecedores. De modo geral podemos

citar: Custo, qualidade, pontualidade, inovação, flexibilidade, produtividade, instalações e

capacitação gerencial e financeira.

O objetivo da função de compras é conseguir tudo ao mesmo tempo: qualidade,

quantidade, prazo de entrega e preço. Uma vez tomada à decisão sobre o que comprar, a segunda

decisão mais importante refere-se ao fornecedor certo. Um bom fornecedor é aquele que tem a

tecnologia para fabricar o produto na qualidade exigida, tem a capacidade de produzir as

quantidades necessárias e pode administrar seu negócio com eficiência suficiente para ter lucros e

ainda vender um produto a preços competitivos.

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3.4.2 RELAÇÕES COM FORNECEDORES

Um dos instrumentos mais eficazes no relacionamento do comprador e seus fornecedores é a

confiança mútua. Quanto mais aberta e clara a negociação, maiores são as chances de boa

compra. As informações de ambas as partes devem circular abertamente a fim de evitar que

distorções eventualmente detectadas sejam corrigidas por meio de um diálogo construtivo. Da

mesma forma que o comprador quer estar seguro de receber seus produtos pelo melhor preço e da

melhor qualidade no prazo determinado, o fornecedor quer garantia de clientes fiéis e satisfeitos.

O que está por trás muitas vezes deste receio é o medo de que a troca de informações estratégicas

prejudique o negócio da empresa ou a deixe em posição desfavorável na negociação de preços.

Por isso, essa é a maior barreira, sem nenhuma dúvida.

Conforme Dias (1996), as economias no departamento de suprimentos são obtidas a curto e

médio prazos. A curto prazo apenas mudando para um fornecedor com preços mais interessantes,

melhor qualidade ou pontualidade. A médio prazo pode-se ter melhor utilização do universo atual

de fornecedores ou uma adaptação da sua participação no abastecimento em função dos preços.

Complementa Dias (1996 p. 306), “o fornecedor, quando toma conhecimento dos resultados

da sua avaliação, sente-se protegido; só os maus fornecedores não gostam de ser analisados. A

identificação de problemas com um fornecedor não significa que ele será dispensado”.

Um dos pontos mais importantes para a avaliação do grau de relacionamento empresa e

fornecedores reside nas situações em que eles oferecem colaborações e ajudas excepcionais,

fazendo grande esforço para atender aos pedidos de compra do cliente.

Em virtude do ambiente empresarial altamente competitivo dos dias atuais, as empresas têm

de ser flexíveis, altamente inovadoras, responsivas e eficientes em termos de custo. Uma vez que

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poucas empresas dispõem das capacitações e dos recursos para demonstrar esse comportamento o

tempo todo, cresce cada vez mais o número daquelas que buscam parcerias e alianças, a fim de

adquirir vantagem competitiva.

3.4.2.1 Alianças Estratégicas

Bons parceiros suprem habilidades complementares, conhecimento técnico, bem como

outras competências que, de diversos modos, podem auxiliar as empresas a melhorar o seu

resultado final.

Uma estratégia de aliança deve apresentar quatro elementos: 1) uma estratégia de

negócios fundamental que molde à lógica e o projeto das varias alianças individuais; 2) uma

abordagem dinâmica que oriente o gerenciamento e a evolução de cada aliança; 3) um

gerenciamento de “portfólio de alianças” que permita coordenar as diversas parcerias e aprimore

a flexibilidade; 4) uma infra-estrutura interna que apóie e procure maximizar o valor da

colaboração externa.

Segundo Benjamim Gomes-Casseres ( 2002, p. 164), existem três tipos de alianças:

1. Aliança de fornecimento, ou seja, com fornecedores. Tem como meta aproveitar a

economia e escala e a especialização, fazendo com que um dos parceiros forneça a

outros produtos e serviços;

2. Aliança de posicionamento que ajudam as partes a entrar em novos mercados ou

expandir os já existentes;

3. Aliança de aprendizado que servem para desenvolver novas tecnologias por meio da

pesquisa colaborativa ou da transferência de capacidade entre os parceiros.

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Segundo Segundo Margulies (2002, p. 164), o verdadeiro valor de cada aliança

geralmente não se evidencia nos custos ou no faturamento conjunto, mesmo que se trate

de uma joint venture isolada. Como a aliança é a ferramenta de uma estratégia mais

ampla, seu efeito precisa ser medido do ponto de vista da contribuição para tal estratégia.

Assim, temos também de levar em consideração os custos das oportunidades que serão

descartadas em decorrência da aliança, além de quaisquer outros benefícios qualitativos

que a parceria possa trazer para a empresa como um todo.

Hamilton (2002), identifica cinco níveis de gerenciamento baseados em pessoas, não-

institucionais, como uma série de armadilhas por evitar:

1. Abordagem ad hoc: eterna imprevisão – essa abordagem para fins específicos é o

comportamento mais comum entre empresas que não aprendem com experiências

alheias nem desenvolvem as melhores praticas;

2. Chamar o Zorro e o Tonto: ter de confiar em representantes – o conhecimento

aprendido sobre a formação de alianças fica concentrado nas mãos de um ou dois

especialistas, que são chamados durante as negociações para agir como depositários

das informações sobre a aliança.

3. Síndrome da Torre de Marfin: criação de uma comunidade de “pensadores de

alianças – algumas empresas vêem a administração das alianças como uma arte

acadêmica. Assim o executivo responsável pela aliança tem pouco impacto sobre a

natureza estratégica da aliança, desempenhando mais o papel de revisor ou porta-

voz das idéias da diretoria”;

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4. Complexo de não-foi-inventado-aqui: incapacidade de manter a mente aberta – a

incapacidade de aprender com os outros costuma ter conseqüências desastrosas. O

gerenciamento e os processos de alianças estratégicas em geral ficam estagnados.

As empresas que conseguem formar alianças com sucesso às vêem com rifles e não

como metralhadoras. Fazem alianças periódicas e profundas de suas capacidades e

prioridades. Usam as alianças para criar as aptidões que faltam, sempre que a

aquisição e o desenvolvimento interno não são a abordagem ideal.

5. Paladar único: incapacidade de escolher a estrutura certa – a estrutura de

gerenciamento de alianças precisa ser adaptada a cada empresa porque as questões

cruciais, os desafios e os níveis de liberdade diferem muito de uma para outra. A

capacidade de escolher o tipo certo de gerente de aliança tem importância

fundamental e deve se adequar o indivíduo à estratégia em questão.

3.4.2.2 Modelos de alianças

Segundo Hamilton (2002), existem seis modelos de alianças:

1. Modelo funcional - a maior parte das organizações começa com algum tipo de

modelo funcional, passando, com o tempo, para uma espécie de organização

matricial;

2. Modelo matricial – com sobreposição de organização funcional, de produto e de

área. Este tipo de interdependência pode colocas as questões na mesa, mas tende

a se desagregar, vítima de seu próprio peso;

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3. Modelo de unidades estratégicas de negócios – o estagio seguinte é um modelo

de unidades estratégicas de negócios, nas quais a dimensão do produto do

modelo ganha supremacia e reduz o custo geral por meio da eliminação das

sobre posições nos diversos locais;

4. Modelo de papel misto – combina responsabilidade de dimensão geográfica em

algumas partes do mundo e gerenciamento de linha de produtos em outras;

5. Modelo de papel definido – os elementos da matriz são responsáveis por

aspectos diferentes, ficando claro, porém, quem controla cada um dos elementos

individuais;

6. Modelo SBU Mundial - modelo mais avançado em termos de evolução e o

modelo de unidade estratégica global de negócios, com um só executivo

responsável pela área e fornecendo a liderança funcional.

Definir claramente como a aliança se adaptará à estratégia da empresa também é importante

para que se possa, no futuro, medir de forma precisa o desempenho da parceria.

A parceria é formada através de contratos de fornecimentos, onde os negociantes acertam um

preço hoje para uma determinada quantidade de produto que será entregue posteriormente, de

acordo com a necessidade.

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3.4.2.3 Contratos de fornecimento

Segundo Ballou (2001, p. 334) “Um comprador pode desejar negociar o melhor preço

possível, mas não deseja receber a quantidade total das compras de uma vez”.

Conseqüentemente, o comprador faz a oferta para comprar ma dada quantidade em unidades ou

montante em unidades monetárias ao longo de um período de tempo. Esse contrato pode ser para

um item especifico ou pode ser para uma variedade de itens cobertos sob um contrato geral em

dinheiro. As quantidades de itens individuais não são conhecidas na hora do contrato, apenas o

montante em dinheiro esta garantido.

Complementa Ballou (2001) que conforme a necessidade ao longo do ano, o comprador

solicita ao vendedor a entrega dos itens requisitados nas quantidades desejadas. Para o

comprador, esta é uma compra sem estoque, contudo há uma vantagem da compra do volume e

de seus benefícios associados ao preço e para o vendedor, as operações mais eficientes podem ser

esperadas do melhor planejamento devido à certeza da compra de seus clientes.

Para Ishikawa (1993, p. 168), o comprador deveria considerar os seguintes pontos antes

de firmar um contrato:

1. O fornecedor conhece a filosofia de administração do comprador e mantém contato

continuo e ativo com o comprador. Ele também é cooperativo;

2. O fornecedor tem um sistema de administração estável que é bem respeitado pelos

demais;

3. O fornecedor mantém altos padrões técnicos e tem capacidade de lidar com futuras

inovações tecnológicas;

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4. O fornecedor pode fornecer exatamente as matérias-primas e peças exigidas pelo

comprador, e estas atendem às especificações de qualidade deste ultimo;

5. O fornecedor tem a capacidade de controlar a quantidade de produção ou tem a

capacidade de investir de forma tal que garanta sua capacidade de fazer face à

quantidade de produção;

6. Não há perigo do fornecedor violar segredos da empresa;

7. O preço está certo e a data de entrega é sempre respeitada;

8. O fornecedor é leal ao executar o que está previsto no contrato.

Segundo Ishikawa (1993, p. 168), para garantir que as condições acima serão

atendidas, o comprador precisa visitar o fornecedor em potencial e investigar a sua

filosofia de administração, a sua preocupação com o comprador, os tipos de produtos

mantidos pelos fornecedores, as informações completas sobre os equipamentos, o

sistema de qualidade do fornecedor e o controle feito pelo fornecedor da obtenção de

matérias-primas e dos subcontratos secundário.

Com esta modalidade de atendimento, eliminamos o trabalho rotineiro, repetitivo e

desnecessário. Ao estabelecer um contrato de Fornecimento a empresa vai modernizar a política

de suprimentos, obtendo eficiência, liquidez e economia.

As vantagens do contrato de fornecimento são as reduções de custo do pedido,

estabilidade de preços, possibilidade de negociação mais flexível, just in time, redução do ciclo

de aprovação de compra e entrega rápida.

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4 – MÉTODO E PROCEDIMENTOS

4.1 – Delineamento da pesquisa

Este trabalho consiste em um estudo exploratório e tem como método o estudo de caso,

pois visa identificar o perfil adequado do fornecedor exclusivo da Pirelli Pneus S.A. A pesquisa

exploratória será utilizada para levantar questões e hipóteses para futuros estudos. A estratégia de

pesquisa exploratória refere-se, neste caso, à descoberta de idéias e dados.

Entende-se por exploratória "a estratégia de pesquisa que visa prover o pesquisador de um

maior conhecimento sobre o tema ou problema de pesquisa em perspectiva", Mattar (1997, p.80),

o que justifica neste caso, a identificação das características essenciais que um fornecedor deverá

ter para atender as necessidades da organização e posteriormente tornar-se um fornecedor

exclusivo de itens codificados.

Em relação aos dados de natureza qualitativa, os mesmos foram coletados através de

questionários contendo perguntas abertas. Mattar (1997), o que possibilita o pesquisador a ter um

diálogo espontâneo evitando o viés durante a entrevista.

Para Yin (2001), o estudo de caso é uma estratégia de pesquisa que busca examinar um

fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto. Dentro disso, a preocupação e rigor exigido

diante da escolha do estudo de caso, enfatiza o cuidado com as informações, evidências ou visões

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tendenciosas que, mal concebidas, podem influenciar o significado das descobertas e das

conclusões da pesquisa, o que neste caso, caracteriza-se pela busca por informações precisas e

suficientes para que o estudo seja adequado e tenha validade.

4.2 – Definição da unidade de análise

Esta pesquisa foi realizada na Pirelli Pneus S.A, uma empresa que atua no ramo de pneus.

Para compor a amostra do pesquisador, foram entrevistados o coordenador de compras, os

compradores, os responsáveis pelo almoxarifado, os usuários da unidade de Gravataí - RS.

A empresa foi escolhida, pois está buscando um novo fornecedor, e este trabalho tem o

intuito de poder auxiliar no processo de escolha do mesmo, apontando o perfil desejado que o

escolhido deverá ter ou adotar para se tornar um fornecedor exclusivo.

4.3 – Técnica de coleta de dados

Foram utilizadas nesta pesquisa as técnicas de entrevista em profundidade, observação

participante e documentos, pois são as fontes mais importantes para o trabalho proposto, porque

se tratam de dados primários que ainda não foram divulgados.

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4.3.1 – Entrevistas

Esta pesquisa foi aplicada nos setores de suprimentos, almoxarifado e, com os usuários,

seguindo um esboço predeterminado, porém segundo Malhotra (2001), o fraseado específico das

perguntas e a ordem de sua formulação acabam sendo influenciada pelas respostas do

entrevistado, por isso à medida que a pesquisa for avançando o pesquisador vai identificando

padrões nos dados e tende a querer explorá-los em certas direções. Para isto é necessário obter a

confiança do entrevistado mostrando interesse e entusiasmo pelo trabalho, oferecendo resultados

e cuidando para não mencionar as informações obtidas em entrevistas anteriores.

As perguntas foram e curtas o que facilitou um diálogo mais franco.

4.3.2 – Observação participante

A observação participante foi de forma aberta, pois o pesquisador teve permissão para

realizar sua pesquisa e todos souberam a respeito de seu trabalho, uma vez que o mesmo trabalha

na unidade de estudo.

A observação foi feita nos departamentos de suprimentos e almoxarifado, observando o

ciclo de compras e o impacto da falta de materiais para a organização, obtendo a opinião de cada

departamento sobre a importância da escolha do fornecedor certo.

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4.3.3 – Documentos

Os documentos serviram para enriquecer a pesquisa. Foram consultadas e analisadas

planilhas de avaliação de fornecedores, de planejamento do projeto fornecedor exclusivo

incluindo o acompanhamento do cronograma para implementação do fornecedor selecionado e

das lojas nas unidades Pirelli Pneus S.A no Brasil.

4.4- Técnicas de analise de dados

Os dados coletados froam submetidos a uma análise qualitativa confrontado com a teoria

realizada. Para isto, foram feitas perguntas abertas em questionários para elementar a coleta de

dados qualitativos.

A análise de dados consistiu em examinar, categorizar, classificar em tabelas ou, do

contrário, recombinar as evidências tendo em vista proposições iniciais de um estudo”.

Sendo assim, durante a pesquisa, os dados e apontamentos foram também relacionados

com as propostas citadas na revisão bibliográfica, para possibilitar uma interpretação mais

apurada dos mesmos.

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4.5 – Limitações do método

A pesquisa através do estudo de caso é caracterizada por algumas limitações, mas que não

prejudicarão a sua relevância e validade científica, pois esta pesquisa servirá de apoio para a

identificação do perfil adequado que um fornecedor deverá ter para se tornar um fornecedor

exclusivo da Pirelli Pneus S.A.

A limitação deste trabalho foi na coleta de dados, onde as entrevistas e a análise dos

resultados foram referentes a uma unidade da Pirelli no Brasil, no caso, será focada somente a

unidade de Gravataí – RS, não podendo ser generalizado os dados obtidos.

Por fim, a pesquisa foi realizada na empresa do pesquisador e de forma alguma

comprometeu a qualidade do trabalho desenvolvido, pois o entrevistador evitou o viés na

entrevista, buscando sempre fazer perguntas abertas utilizando se necessário uma sondagem

básica com o intuito de repetir a pergunta inicial se o entrevistado parecer estar se desviando do

assunto.

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5 ESTUDO DE CASO

5.1 APRESENTAÇÃO DA EMPRESA

A Pirelli foi fundada em Milão, na Itália, em 1872. Em 1929, começou a escrever sua

história no Brasil com a aquisição da Conac, uma pequena fábrica de condutores elétricos

instalada na cidade de Santo André, em São Paulo.

Hoje, a Pirelli brasileira atua em três setores distintos por meio da Pirelli Pneus S.A.,

Pirelli Energia Cabos e Sistemas e Pirelli Telecomunicações Cabos e Sistemas. Trata-se de uma

das mais importantes unidades de Negócios do Grupo Pirelli em todo o mundo. Com um

faturamento superior a R$ 2,5 bilhões em 2003 e empregando cerca de sete mil funcionários, o

Brasil representa cerca de 20% das vendas globais da Empresa. São nove fábricas espalhadas

pelo país, que produzem pneus, cabos, fios, fibras ópticas e sistemas.

É no Brasil que estão dois dos centros de pesquisa e desenvolvimento da Pirelli no mundo

(um na área de pneus e outro para cabos e sistemas), a primeira pista de testes de um fabricante

de pneus em toda a América Latina, uma das mais modernas fábricas de fibras ópticas de todos

os continentes e a maior fábrica de pneus de caminhões e ônibus da Pirelli, além do único centro

de produção de pneus para bicicletas do Grupo. Isso significa, por exemplo, que cada novo

produto que a Pirelli lança no mundo passa pelas "pranchetas", testes, estudos e avaliações feitas

no Brasil.

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A Pirelli Gravataí possui mais de 1500 funcionários, a Unidade tornou-se a maior fábrica

de pneus de moto de todo o Grupo. Sua produção teve início em 1976 e está voltada,

principalmente, para a fabricação de pneus para motocicletas, ciclomotores, scooters e bicicletas

além de pneus convencionais para automóveis, camionetas, ônibus, caminhões, veículos

industriais e dianteiros para tratores.

Seguindo essa política agressiva de investimentos, de valorização do desenvolvimento

tecnológico e do pioneirismo, a Pirelli vem também se pautando pelo incentivo às ações sociais,

pelo apoio à comunidade e pela proteção ao meio ambiente. Trata-se da única fabricante de pneus

do continente americano a receber o Total Productivity Maintenance -- prêmio de excelência

concedido pelo Japan Institute of Plant Maintenance (JIPM) às melhores empresas do mundo em

eficiência industrial -- e a primeira no Brasil a ter seu sistema de qualidade certificado pelas

normas ISO 9001. Além disso, as Unidades da Pirelli também possuem a certificação ISO 14001,

atestando o compromisso da empresa com o meio ambiente.

O negócio Pneus representa cerca de quarenta por cento das vendas do grupo no mundo,

possuindo mais de trezentos revendedores e em torno de mil e duzentos pontos de vendas no

Brasil.

O Grupo Pirelli pode ser considerado, com razão, cidadão de um restrito círculo de

empresas multinacionais: 85% da atividade industrial estão localizados fora do próprio país de

origem e metade desta atividade fora até do próprio continente.

Desde sua criação, o foco do Grupo foi atingir uma diversificação geográfica. Esta meta

foi alcançada entre o final do século XIX e o começo do século XX e mantida nas décadas a

seguir. A rede comercial presente em mais de 120 países, complementa a presença de fábricas em

20 países, espalhados nos cinco continentes.

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A Pirelli Pneus S.A é orientada para o business, sua estrutura é matricial, ou seja, busca

reduzir as barreiras e ser interfuncional.

5.2 DESCRIÇÃO DA SITUAÇÃO ANTERIOR

A área de suprimentos na unidade de Gravataí – RS é constituída por um coordenador,

três compradores e dois auxiliares que trabalham somente meio turno.

A partir do instante em que a requisição de materiais ingressa no departamento de

compras é que se dá início efetivo ao processo de compra propriamente dito. Conforme Dias e

Costa (2000), apesar da requisição de materiais não estar afeta ao departamento de compras,

caberá a ele o exercício de uma cerrada fiscalização em relação aos dados preenchidos, visto ser

de fundamental importância que ela seja elaborada corretamente, de maneira a não pairar dúvidas

quanto ao desejado pelo solicitante, em termos de especificações, prazos, quantidades e demais

detalhes necessários à compra.

Até o final do ano de 2003, todas as aquisições de materiais da Pirelli Pneus eram feitas a

partir da emissão de requisições que passava por uma cadeia de aprovação até ser liberada para o

departamento de suprimentos. O comprador emitia cotações para o mercado, fazia comparações

de preços, negociava com o fornecedor que apresentasse melhor oferta e emitia o pedido.

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Segue abaixo as etapas do processo de aquisição via requisição.

Usuário

Final

SUPRIMENTOS

FORNECEDOR

Suprimentos AlmoxarifadoPedido Cotação

Requisição

FORNECEDOR

A partir do ano de 2004, criou-se o projeto lead buyer,

responsável por uma ou mais linhas de produtos e pelo abastecim

unidades do Brasil.

O objetivo é tornar o comprador um especialista de sua linha

seus principais fornecedores buscando na emissão de contratos à

de itens de estoque em um fornecedor que esteja disposto a aten

em tempo hábil. Estes contratos têm duração de 12 meses pode

meses.

Recebe e

paga

ou seja, cada comprador fica

ento das mesmas para todas as

de materiais e que este, conheça

centralização do maior número

der as necessidades dos usuários

ndo ser prorrogado por mais 12

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Segue abaixo as etapas do processo de aquisição via contrato.

FORNECEDOR

Suprimentos

Cotações

FORNECEDOR

Recebe e paga Almoxarifado

Negociação

CONTRATOS Pedido

FORNECEDOR USUÁRIO

O comprador faz uma relação de todos os itens de sua linha que necessitam ser colocados

em contratos, estes itens podem ser identificados pela quantidade de requisições emitidas e

também com a ajuda e indicação do usuário, onde o mesmo envia ao comprador os itens que

deseja colocar em contrato, após ter esta relação o comprador enviada para no mínimo três

fornecedores estipulando um prazo para recebimento das cotações. Encerrado o prazo o

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comprador analisa a melhor oferta total e negocia com o fornecedor um desconto para

fechamento do pacote de itens, observando o prazo de entrega, condição de pagamento de 35 dias

fora o mês do faturamento (condição padrão para o grupo Pirelli no Brasil), frete, ou seja, todos

os critérios que devem ser levados em consideração numa negociação. Se os fornecedores

consultados apresentarem valores totais com pouca diferença, é solicitada uma reavaliação nos

preços apresentados. Depois disto, é negociado e formaliza-se o contrato.

Após emitir os contratos, o comprador informa o número do contrato e o código do

fornecedor para o usuário. O usuário pode programar as entregas dos itens, pois é ele quem emite

os pedidos, chamados de “pedidos filhotes” seqüencialmente numerados, pois são decorrentes do

contrato emitido pelo comprador.

Benefícios dos contratos em relação às requisições:

Requisições Contratos

Processos variados para aquisição de itens

repetitivos

Processos únicos para aquisição de itens

repetidos;

Morosidade no processo de aquisição Agilidade no processo de aquisição

Excesso de compras emergenciais Previsão de compras de itens estratégicos

Controle

Negociações estratégicas planejadas

Entregas mais rápidas (lead time 12 horas)

Redução de custos indiretos/operacionais

Gestão do processo:

Aproximadamente 12 (doze) dias

Gestão do processo:

Aproximadamente 5 (cinco) dias

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5.3 O PROJETO

O objetivo deste projeto é a otimização do custo total de compras da Pirelli com a

aquisição no segmento de materiais vários das unidades de Gravataí, Santo André, Campinas,

Sumaré, Barueri e Feira de Santana.

As categorias a serem trabalhadas são: Materiais elétricos, ferramentas, adesivos,

elementos de fixação, conexões, mangueiras, rodas e rodízios, materiais para soldas, onde há

diversos fornecedores por categoria.

A idéia é reduzir a base de fornecedores, onde estas categorias sejam atendidas por um

mesmo fornecedor buscando a padronização dos itens entre as unidades e a implantação de uma

loja em pelo menos uma unidade no Brasil, a loja “in company” manterá um estoque para

consumo conforme a demanda. Com a loja dentro das instalações, a Pirelli passa a contar com

mais flexibilidade, conveniência e simplicidade na gestão de materiais, pois o cliente terá, dentro

de sua própria empresa, todas as novidades tecnológicas que forem distribuídas.

As razões para a organização criar o projeto fornecedor único foram devido ao atraso na

entrega de materiais, o alto índice de emissão de requisições , excesso de compras emergenciais,

o alto estoque de imobilizado da empresa e redução da base de fornecedores.

Os atrasos são decorrentes do não cumprimento dos prazos de entrega preestabelecidos

nas negociações ou pelo tempo de fabricação ser muito longo e não atender as necessidades do

momento, ocasionando na maioria das vezes compras emergenciais com fornecedores que

possuem materiais com qualidade inferior, mas que dispõe do material a pronta entrega, e em

algumas situações o atraso também pode ser por solicitação de reajustes de preços acima da

realidade do mercado, onde o fornecedor interrompe o fornecimento até a próxima negociação

entre as partes.

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O processo de emissão de requisições gerava retrabalhos, pois haviam vários processos

repetidos, ocasionando morosidade e compras emergenciais. Todo o processo de compras, desde

o surgimento da necessidade pela aquisição de um determinado material até a emissão e

confirmação do pedido levava aproximadamente doze dias e este tempo não atendia a produção.

O custo para manter os fornecedores no sistema é alto e com o projeto fornecedor único a

intenção é manter uma base mais simplificada, ou seja, deixar um fornecedor local cadastrado

para casos emergenciais, eliminando os fornecedores que não estão sendo consultados a um certo

tempo.

Segue abaixo o fluxograma do processo atual de reposição de estoques e o abastecimento

após a escolha do fornecedor único com a implantação de uma loja na unidade de Gravataí.

Processo atual de reposição de estoques:

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Processar/ analisar lista de

materiais

Emitir/ liberar pedidos

Receber material

Conferência do material

Identificar, carregar o estoque. Material

correto? Sim

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Abastecimento via fornecedor único, loja in company:

Disponibilidade De todos os materiais

consumidos

Materiais retirados de loja via vale

Responsável assina o vale

Funcionário da loja emite

Diariamente uma

O almoxarifado confere vale x prévia

da Nota Fiscal

Emite o pedido e imprime

Através do pedido, a loja emite uma nota

fiscal

Almoxarifado lança entrada e

saída dos materiais.

Envia ao almoxarifado

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5.3.1 PERFIL DO FORNECEDOR

A organização busca um fornecedor confiável, reputado e financeiramente sólido, que

esteja interessado em formar esta parceria. É preciso haver alguma garantia de que o fornecedor

tenha solidez financeira para permanecer no negócio. O fornecedor deverá ter habilidade técnica,

contar com um programa de desenvolvimento e melhorias, garantir uma entrega pontual, de

maneira que possa suprir a qualidade e a quantidade desejada., além de ter um bom serviço de

atendimento pós-venda. Um atendimento bem organizado e estoque adequado de peças

sobressalentes.

Sendo assim, o processo de qualificação dos fornecedores compreenderá:

• Faturamento;

• Área de atuação;

• Categorias de atuação;

• Tracking;

• Lojas in company;

• Assistência técnica pró-ativa;

• Certificado ISO 9000;

• Distribuidor autorizado;

• Sistema de Atendimento do Consumidor - SAC;

• Avaliação da performance;

• Relacionamento;

• Principais clientes.

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O fator de maior importância para a escolha do fornecedor é que tenha know-how em

abertura de loja dentro da unidade.

Segue os critérios de pontuação para seleção dos fornecedores:

Critério Pontuação

Faturamento 2

Área de atuação 5

Categorias de atuação 5

Tracking 3

Lojas “in company” 5

Assistência técnica pró-ativa 3

Certificado IS0 9000 4

Distribuidor autorizado 3

SAC 2

Avaliação de performance 3

Relacionamento 3

Principais clientes 2

(Fonte: Pirelli Pneus S.A)

Dos 27 fornecedores indicados pelos compradores para participar desta seleção, apenas 13

foram considerados aptos participar do processo de seleção do fornecedor único, pois atendema

maiori dos critérios acima mencionados.

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Com a redução na base de fornecedores, este projeto alcançará uma redução no custo total

de aquisição de aproximadamente 6,46%, podendo ainda ser negociado os seguintes critérios com

os 3 (três) finalistas:

• Negociação de preços, procurando maximizar a redução já alcançada;

• Definições de modalidades de entrega nas unidades;

• Serviços adicionais, objetivando a melhora do aspecto qualitativo dos acordos

atuais;

5.4 RESULTADOS OBTIDOS

Nesta seção, apresentam-se os dados obtidos através das entrevistas, documentos

consultados e observação participante.

Para a maioria dos entrevistados o projeto fornecedor único representa para a organização

uma redução de custos, desperdícios e a obtenção de mercadorias e serviços a menor custo. Esta

afirmativa se adequou com Arnold (1999, p.209) que menciona que os objetivos do departamento

de suprimentos está dividido em quatro categorias:

• Obter mercadorias e serviços na quantidade e com qualidade necessárias;

• Obter mercadorias e serviços a menor custo;

• Garantir o melhor serviço possível e pronta entrega por parte do fornecedor;

• Desenvolver e manter boas relações com os fornecedores.

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5.4.1 PRIMEIRA TENTATIVA

A organização no ano de 2004, logo após a criação deste projeto, escolheu um fornecedor

no qual considerava apto em atender as necessidades de todas as unidades, porém o principal

atributo não foi atendido, o prazo de entrega.

O ano de 2004 ficou marcado pelas inúmeras reclamações dos usuários ao departamento

de suprimentos, inúmeros retrabalhos, pois foram emitidas requisições emergenciais para a

aquisição de materiais com outros fornecedores.

O projeto que inicialmente foi criado para solução virou um problema.

A seguir, gráfico referente aos atrasos deste fornecedor.

(Fonte: Pirelli Pneus S.A)

GRAVATAÍ

12,20

25,70

15,10 14,10

9,40

5,10 4,37

0,00

5,00

10,00

15,00

20,00

25,00

30,00

35,00

40,00

45,00

May June July August September October November

Ocorrencias Dias de atraso

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O gráfico mostra a quantidade de dias de atraso para a entrega dos materiais e a quantidade

de divergências que os compradores recebiam em virtude do não cumprimento.

Nos gráficos a seguir, percebe-se que o fornecedor não atendeu conforme o acordado em

nenhuma unidade.

Os meses caóticos foram de Junho a Agosto, depois destes meses a curva foi diminuindo

em virtude dos compradores estarem buscando alternativas para atender a fábrica e

gradativamente rescindindo os contratos de fornecimento com este fornecedor.

SANTO ANDRÉ

25,30

32,70

15,60 14,60

10,50

7,103,89

0,00

5,00

10,00

15,00

20,00

25,00

30,00

35,00

40,00

May June July August September October NovemberOcorrencias Dias de atraso

(Fonte: Pirelli Pneus S.A)

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BAHIA

10,10

16,10

29,10

14,80 13,70

6,008,65

0,00

5,00

10,00

15,00

20,00

25,00

30,00

35,00

May June July August September October November

Ocorrencias Dias de atraso

(Fonte: Pirelli Pneus S.A)

Na tabela abaixo se faz um comparativo entre a quantidade de itens comprados com este

fornecedor e a quantidade de itens entregues no prazo acordado.

Percebe-se que para todas as unidades a variação é a mesma, ou seja, o fornecedor não

cumpriu em nenhum mês após a firmação da parceria 100% a entrega dos materiais, gerando

retrabalhos e falta de materiais para atender a fabrica.

CAMPINAS GRAVATAÍ SUMARÉ

Faturado Item CompradosEntregas no Prazo Item Comprados Entregas no Prazo Item Comprados Entregas no Prazo

May 10.000,00 4669 4531 8246 7487 10404 10374

June 10898 10482 37833 30645 22192 22170

July 12356 10485 4258 4243 7675 7659

August 22133 19768 17760 17236 17322 16635

September 85938 53508 77521 51575 60136 40592

October 9491 7064 33347 26546 32559 25536

November 18166 9545 36350 30011 2976 27967

(Fonte: Pirelli Pneus S.A)

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SANTO ANDRÉ FEIRA DE SANTANA

Item Comprados Entregas no Prazo Item Comprados Entregas no Prazo

May 12942 12933 3589 3588

June 18986 18795 21922 21900

July 21058 19637 8871 8766

August 19870 19682 13318 13066

September 35855 34676 39261 37868

October 22305 20156 8109 7983

November 33214 5022 11636 6839

SUB-TOTAL

May 39850 38913 97,6%

June 111831 103992 93,0%

July 54218 50790 93,7%

August 90403 86387 95,6%

September 298711 218219 73,1%

October 105811 87285 82,5%

November 102342 79384 77,6%

(Fonte: Pirelli Pneus S.A)

A linha de materiais que apresentou maior impacto negativo para a organização com os

atrasos nas entregas foi a de materiais de segurança. Muitas vezes, o fornecedor não trabalhava

com a marca solicitada e nem tinha a preocupação de manter a relação de materiais negociados

em contrato em seu estoque, entregava por exemplo luvas de marcas que ainda não haviam sido

testadas e aprovados pelos responsáveis do departamento de segurança do trabalho, ou

entregavam marcas reprovadas que tinham qualidade e durabilidade inferior. Sendo assim, o

material era recusado e devolvido para o fornecedor e este tinha que comprar a marca que a

organização estava solicitando. Com isto, o prazo tornava-se mais inviável, o que gerava na

maioria das vezes compras emergenciais direto com o fabricante ou em casos excepcionais por

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falta de estoque utilizavam as marcas enviadas, porém correndo o risco de acidentes de trabalho,

como o ocorrido com um funcionário que acabou queimando a mão em virtude do material ser de

baixa qualidade e não proporcionar proteção suficiente.

Os materiais de segurança são itens imprescindíveis para a prevenção de acidentes, se

algum item não fosse entregue conforme o solicitado, determinou-se que ocorreriam paradas na

produção. Como houveram os atrasos, houveram também as reclamações, cobranças exaustivas

ao fornecedor e inúmeras emissões de requisições emergenciais para suprir os problemas com a

falta de materiais no estoque e para que não houvesse paradas na produção.

Com relação a este fornecedor escolhido todos os entrevistados consideraram a sua

performance insatisfatória, devido à falta de preparo para atender às necessidades da Pirelli.

Para a maioria dos entrevistados a falha na primeira implantação deste projeto foi de

ambas as partes, ou seja, o fornecedor por dimensionar mal as necessidades e requisitos que

deveria adquirir e a Pirelli por não ter constatado a incapacidade do fornecedor de adequar-se aos

quesitos exigidos pelo projeto.

Somente para um entrevistado a precipitação e falha foi da Pirelli, por não ter feito um

projeto piloto para análise do perfil do fornecedor. O mesmo complementa que simplesmente

foram direcionadas todas as compras para este fornecedor sem saber se o mesmo estava

preparado para atender a demanda.

O motivo para a primeira tentativa não dar certo foi que o fornecedor não teve estrutura

para atender a demanda de todas as unidades, não procurou manter um estoque dos itens

negociados em contrato a fim de minimizar o prazo de entrega, pois o prazo para adquirir com o

fabricante e o prazo para entregar para a organização era completamente inaceitável para a

organização.

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Para o coordenador de compras da unidade de Gravataí o fornecedor demonstrou-se um

desconhecedor do projeto e também dos requisitos básico que deveria possuir para a prática do

projeto.

Em suma, o fornecedor não entendeu o projeto em si, quais eram os objetivos primordiais

para a formação desta parceria.

5.4.2 VANTAGENS E DESVANTAGENS DO PROJETO

Segundo o coordenador de suprimentos da unidade de Gravataí e os demais entrevistados

o projeto tende a melhorar o atendimento dos clientes internos, reduzindo custos (redução de

estoques).

Para o coordenador o fato de ter um fornecedor presente nas instalações da organização

permite uma aproximação maior com o mesmo, contribuindo para a agilidade nas soluções dos

problemas existente, além disto, eliminam-se problemas logísticos. O fornecedor único deve

possuir uma política competitiva, uma estrutura de apoio técnico bem definida e atuante,

inovação, criatividade, logística confiável e um melhoramento contínuo.

A principal vantagem é participar de um projeto que exige uma parceria contribuindo para

a maturidade de ambas as partes.

Para os demais entrevistados este projeto permitirá um atendimento personalizado,

melhores condições comerciais e uma boa gestão de suas operações.

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Os benefícios deste projeto são:

• Redução do imobibilizado (número de itens e valor em R$)

• Redução do stock-out;

• Redução das despesas com fretes;

• Eliminação dos fornecimentos equívocos.

Nos gráficos abaixo percebe-se a redução no número de itens estocados e no capital

imobilizado.

Para a unidade de estudo Gravataí, de 9182 itens estocados para suprir as necessidades da

empresa passará a ter somente 1561, uma redução de 17% nos itens estocados.

6732

(18,8%) Número de ítens

35754

12521100

2819

94881131

1561

9182 5732

Total FPAFPFFPC FPGV

Imob. s/ loja

Imob. loja

(Fonte: Pirelli Pneus S.A)

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O mesmo ocorre para o valor em reais estocados, onde apresenta uma redução de 14,04%.

R$ x 1000962

(9,7%)

232170

332

228

987827321729

FPGV 1624 3793

FPC FPF FPA Total

Imob. s/ loja

Imob. loja

(Fonte: Pirelli Pneus S.A)

Apenas um entrevistado cita desvantagens para este projeto que seriam relacionados aos

materiais, pois os mesmos podem ser entregues em desacordo com o especificado originalmente,

causando a despadronização com as demais unidades, como por exemplo com a marca utilizada.

As desvantagens deste projeto além da citada anteriormente, pode-se identificar que nem

sempre o fornecedor único apresentará o melhor preço unitário de mercado, na maioria das vezes

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a organização estará pagando mais pela aquisição de um item, pois não estará negociando

diretamente com o fabricante, mas sim com um distribuidor que é o fornecedor único.

Outra desvantagem da centralização seria a dependência que a organização terá com o

fornecedor único, ou seja, ficará limitada ao seu serviço, tanto nas questões de entrega quanto nas

questões comerciais.

Este projeto pode afetar também as eventuais aquisições emergenciais, pois os outros

fornecedores que perderam as vendas para a organização com a implantação deste projeto, podem

não querer mais atender de imediato a organização como anteriormente, com a desculpa de serem

consultados somente para estes casos excepcionais, pela falta de opção e da necessidade pela

compra, ou podem até ofertar mas com preços abusivos e sem flexibilidade nas negociações.

5.5 SUGESTÕES

É recomendável que antes de firmar a parceria com a emissão dos contratos de

fornecimentos e a implantação da loja na unidade que se realizem testes pilotos com o fornecedor

para certificar-se que realmente o fornecedor tem capacidade para atender a demanda e o mais

importante, certificar-se que o mesmo entendeu perfeitamente o objetivo da parceria.

Há uma necessidade também da participação de outras áreas para a escolha do fornecedor,

pois conforme percebido nas entrevistas houve esta reclamação de que algumas áreas

desconheciam do projeto e até mesmo alguns usuários. Os usuários são peças chaves para a

avaliação dos fornecedores, pois trabalham diretamente com os mesmos na solução de problemas

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tanto com peças quebradas, equipamentos ou manutenções e sua opinião pode ser de suma

importância para relatar a performance do fornecedor indicado para este projeto.

Sugere-se também que sejam realizadas avaliações bimestrais do desempenho do

fornecedor, bem como reuniões entre fornecedor, usuário e departamento de compras

identificando pontos relevantes que precisam ser modificados ou aperfeiçoados.

O fornecedor único deve apresentar planos de ações para o projeto e cronograma de

implantação das mesmas após a aprovação de ambas as partes.

É necessário também que a cláusula de multa seja atendida caso o fornecedor não cumpra

com os seus compromissos, pois conforme analisado na primeira implantação o fornecedor não

cumpriu a maioria dos prazos de entrega e não pagou as multas de atraso e nem foi cobrado por

parte da Pirelli.

5.6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O projeto fornecedor único pode trazer várias vantagens para a organização, se for

conduzido de maneira correta e analisada de forma minuciosa cada etapa do processo, evitando

com isto as antecipações na escolha do parceiro.

A implantação da loja em pelo menos uma unidade do Brasil também é uma forma para

reduzir os problemas apresentados como os atrasos nas entregas e alto capital imobilizado, pois

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ter uma loja na unidade causa uma redução no capital imobilizado e uma redução no frete que de

FOB passa a ser CIF, além de trazer o benefício de suporte técnico vinte e quatro horas.

A primeira tentativa de implantação deste projeto não trouxe os resultados esperados, mas

serviu de experiência para a organização, percebe-se agora que a escolha não deve ser levada em

consideração apenas pelas propostas apresentadas pelos fornecedores, mas sim, pelas visitas ao

fornecedor, conhecendo pessoalmente sua estrutura, capacidade, método de trabalho e seu centro

de distribuição.

Contudo este projeto apresenta processos únicos para aquisição de itens repetidos,

agilidade no processo de aquisição, previsão de compras de itens estratégicos, controle,

negociações estratégicas planejadas, entregas mais rápidas e redução de custos indiretos.

Este projeto é de grande valia para o departamento de suprimentos e para a organização,

pois após a negociação e firmação do contrato pelo período de 12 meses, o comprador terá tempo

suficiente para estar buscando e desenvolvendo um outro fornecedor que apresente melhores

condições para atender as necessidades da empresa em tempo hábil, trazendo sempre mais

benefícios para a empresa e principalmente para a qualidade dos produtos oferecidos aos clientes.

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6 CONCLUSÃO

O processo de aquisição de materiais na Pirelli Pneus desde a criação da requisição até a

emissão e confirmação da ordem de compra levava em média 12 dias, a partir do ano de 2004,

criou-se o projeto lead buyer. O objetivo foi tornar o comprador um especialista de sua linha de

materiais, conhecendo seus principais fornecedores buscando a centralização das compras nos

fornecedores potenciais. Com a emissão de contratos anuais houve uma redução no processo de

aquisição dos materiais, onde a gestão de doze dias passou para cinco dias.

O projeto fornecedor único foi criado para otimizar o custo total de compras, redução da

base de fornecedores e acima de tudo redução da insatisfação dos usuários com o não

cumprimento dos prazos de entrega dos fornecedores, o que gerava muitos retrabalhos e compras

emergências. Os atrasos são decorrentes do não cumprimento dos prazos de entrega

preestabelecidos nas negociações ou pelo tempo de fabricação ser muito longo e não atender as

necessidades do momento.

Atingiu-se o objetivo dessa pesquisa de identificar o perfil adequado para se tornar um

fornecedor único, que além de ter boa conduta o fornecedor deve ter estrutura para montar uma

loja na unidade em estudo mantendo um estoque dos itens que compõem os contratos e acima de

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tudo entender os objetivos do projeto em questão que nada mais é do que uma parceria de longo

prazo, possibilitando experiência e diferenciação no ambiente competitivo.

A análise do projeto permitiu verificar as vantagens da centralização de compras que além

de garantir um melhor atendimento aos clientes internos, pois o usuário terá o material disponível

na loja e utilizará no momento que surgir a necessidade, possibilitam uma redução nos custos,

estoques e a aproximação entre fornecedor e usuário.

A desvantagem seria a dependência que a organização terá com este fornecedor, pois os

demais fornecedores que perderam as vendas em virtude desta parceria poderão deixar de atender

a empresa de imediato nos casos emergenciais se por ventura acontecer.

O estudo possibilitou identificar às razões pelas quais a primeira implantação não

alcançou os resultados esperados, onde identificou-se que houveram falhas de ambas as partes. A

Pirelli por ter escolhido o fornecedor sem ter analisado minuciosamente sua capacidade e por não

ter feito um projeto piloto com o intuito de avaliar o desempenho do fornecedor. O fornecedor

por não ter entendido o objetivo do projeto e não ter se preparado para atender a demanda.

Esta pesquisa será de suma importância para a organização uma vez que a mesma esta

selecionando o fornecedor único e poderá consultar os motivos que levaram a primeira

implantação não dar certo bem como sugestões para melhorar o processo de implantação do novo

fornecedor único.

Para futuras pesquisas sugere-se o estudo do projeto já implantado observando a

performance do fornecedor escolhido mensalmente, se este atendeu ou não os objetivos propostos

e fazer uma análise dos índices de redução nos custos da organização com a implantação da loja

na unidade, se foram satisfatórios ou não.

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REFERÊNCIAS

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YOSHINAGA,Ciro. Avaliação, desenvolvimento e certificação da qualidade dos fornecedores. São Paulo: Instituto IMAM,1993. MALHOTRA, Naresh. Pesquisa de Marketing: Uma orientação aplicada. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2001. MATTAR, Fauze Najib. Pesquisa de Marketing: metodologia, planejamento. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1997.

MELLO, Sônia. Gerenciamento da logística e cadeia de suprimentos/ Logistics Training International. São Paulo:IMAN,1996. PORTER. E. Michael. Como as forças competitivas moldam a estratégia. In: MONTGOMERY et al. Estratégia: a busca da vantagem competitiva. Rio de Janeiro: Campus, 1998. YIN, Robert K. Estudo de Caso: planejamento e métodos / Robert K. Yin; tradução Daniel

Grassi. 2.ed. Porto Alegre: Bookman, 2001.

http://www.guialog.com.br/ARTIGOS: Acesso em: 02 de novembro de 2005. http://www.fae.edu/publicacoes/pdf/revista-da-fae: Acesso em: 02 de novembro de 2005. http://www.pirelli.com.br/. Acesso em: 30 de agosto de 2005.

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ANEXO A - PROTOCOLO DE ESTUDO DE CASO

AVALIAÇÃO DO PERFIL DE UM FORNECEDOR PARA SE TORNAR UM FORNECEDOR

EXCLUSIVO

1 PRELIMINARES ................................................................................................................. 79

1.1Definições ............................................................................................................................. 79

a)Objetivo deste estudo de caso .............................................................................................. 79 2PROCEDIMENTOS.............................................................................................................. 79

2.1 Agendamento das Visitas de Campo ................................................................................ 79

a)Revisão das informações preliminares................................................................................ 79 b)Verificação dos procedimentos de acesso........................................................................... 79

2.2 DETERMINAÇÃO DAS PESSOAS A SEREM ENTREVISTADAS E OUTRAS FONTES DE INFORMAÇÃO................................................................................................................. 79

a)IDENTIFICAÇÃO – CREDIBILIDADE DO ENTREVISTADO................................... 79

3DESENVOLVIMENTO DE PROTOCOLO DE ESTUDO DE CASO............................ 80

3.1 Características chaves do método do caso ....................................................................... 80

3.3Revisão teórica do estudo de caso...................................................................................... 80

a) Estratégia.............................................................................................................................. 80 b)Estratégia competitiva e de cadeia de suprimentos........................................................... 80 c)Logística 81 d)Aquisição ............................................................................................................................... 81

3.4 REVISÃO TEÓRICA DE CUIDADOS METODOLÓGICOS..................................... 82

a)Validade................................................................................................................................. 82 b) Confiabilidade...................................................................................................................... 82

3.5 PROTOCOLO E QUESTÕES ......................................................................................... 83

a)Definições............................................................................................................................... 83 b)Questões 83

3.6 ESTUDO PILOTO............................................................................................................. 83

a)Seleção (conveniência geográfica ou pessoal, simplicidade,) ............................................ 83 b)Entrevistas/ pesquisa: mais abrangente, menos focada – aprendizado........................... 84 c)Relatório (lições – teóricas e de pesquisa, memorando, ) .................................................. 84 4 PLANO DE ANÁLISE E RELATÓRIOS.......................................................................... 84 a)Estudos de caso individuais (descrição, explicação, contornos) ....................................... 84 5 FORMULÁRIOS .................................................................................................................. 84

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1 PRELIMINARES

1.1Definições

a) Objetivo deste estudo de caso

O objetivo deste estudo de caso é estudar as principais características que um fornecedor deve

ter para se tornar um fornecedor único da Pirelli Pneus S.A.

Preparação de materiais

Papéis Canetas 2 PROCEDIMENTOS

2.1 Agendamento das Visitas de Campo

a) Revisão das informações preliminares b) Verificação dos procedimentos de acesso c) Documentos especiais

2.2 DETERMINAÇÃO DAS PESSOAS A SEREM ENTREVISTADAS E OUTRAS FONTES DE INFORMAÇÃO a) IDENTIFICAÇÃO – CREDIBILIDADE DO ENTREVISTADO

b) FUNÇÕES...

Coordenador de Compras

Compradores

Chefe do almoxarifado

Usuários

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3 DESENVOLVIMENTO DE PROTOCOLO DE ESTUDO DE CASO

3.1 Características chaves do método do caso

Aspectos conceituais

3.2 Organização deste protocolo

Estrutura

3.3 Revisão teórica do estudo de caso

a) Estratégia

Problemas Complexidade

Integração

Especificidade

Controle

Estrategista Mudança Escolha Pensamento Forças competitivas

Ameaça de entrada Fornecedores e compradores poderosos Ação estratégica Produtos substitutos

b)Estratégia competitiva e de cadeia de suprimentos

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Elementos básicos Capacidade de compreender o comportamento competitivo como

um sistema;

Capacidade de usar esta compreensão para predizer como um dado movimento estratégico vai alterar o equilíbrio estratégico;

Recursos que possam ser permanentemente investidos em novos;

Capacidade de rever ricos e lucros;

Disposição de agir Objetivos

Redução de custos

Redução de capital

Melhoras no serviço

Etapas Entender o cliente Entender a cadeia de suprimentos Realizar o alinhamento estratégico c) Logística

Valores Tempo

Lugar d) Aquisição

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Estratégias Renegociar contratos

Oferecer ajuda

Manter a pressão para certificar-se das melhorias;

Reduzir fornecedores

Métodos

Recebimento das solicitações de compra

Apresentação consulta aos fornecedores

Avaliação das cotações

Seleção do fornecedor

Emissão do pedido

Avaliação do desempenho pós - compra

3.4 REVISÃO TEÓRICA DE CUIDADOS METODOLÓGICOS a)Validade b) Confiabilidade

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3.5 PROTOCOLO E QUESTÕES

a) Definições

Fornecedor

Neste texto, identificar e selecionar fornecedores são importantes responsabilidades e podemos

classificar como fornecedor toda a empresa interessada em suprir a necessidade de outra empresa em

termos de matéria-prima, serviços ou mão de obra. A eficiência de uma cadeia produtiva esta

diretamente ligada ao grau de entendimento entre comprador e o fornecedor, que devem ser os mais

adequados e convenientes.

b) Questões

Estou montando o questionário em ordem de geral para o particular; alinhar o pensamento do

entrevistado ao assunto.

Em termos características do fornecedor, estou montando o questionário do mais objetivo para o

mais subjetivo, isto é do mais fechado para o mais aberto; visa homogeneizar os conceitos partilhados

entre o entrevistador e o entrevistado para que as questões possam ter o significado desejado.

Está dividido em duas partes: a primeira visar identificar o perfil desejado de um fornecedor, e

tem caráter mais objetivo; as questões são mais fechadas, dando-se opções ao entrevistado para

escolher as respostas. Ao final, há uma pergunta mais aberta.

A segunda parte é mais aberta, mais subjetiva; o entrevistado será estimulado a descrever

porque o fornecedor escolhido falhou, quais pontos ele deixou de atender.

3.6 ESTUDO PILOTO

a) Seleção (conveniência geográfica ou pessoal, simplicidade,)

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b) Entrevistas/ pesquisa: mais abrangente, menos focada – aprendizado.

c) Relatório (lições – teóricas e de pesquisa, memorando, )

4 PLANO DE ANÁLISE E RELATÓRIOS

a) Estudos de caso individuais (descrição, explicação, contornos)

b) Análises cruzadas (descrição, explicação, relatório, referências do caso)

5 FORMULÁRIOS

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CONTROLE DE ENTREVISTAS

Hora Data Início Fim Pessoa Função/Cargo Local

1.

2.

3.

4.

5.

6.

7.

8.

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ANEXO B - QUESTIONÁRIO –AVALIAÇÃO DO PERFIL DE UM FORNECEDOR

PARA SE TORNAR UM FORNECEDOR EXCLUSIVO

APRESENTAÇÃO

Prezado(a) Senhor(a):

Primeiramente, gostaria de agradecer sua participação. Sei da importância do seu tempo e

procurarei ser o mais breve e objetivo possível.

Nas páginas a seguir, está colocada uma série de indagações a respeito da sua organização.

Peço respondê-las, na ordem em que estão colocadas, da forma que melhor represente sua

opinião. Gostaria de lembrar-lhe que não existem respostas corretas. O objetivo deste trabalho

não é julgar o seu trabalho ou de sua organização, mas antes, em um formato acadêmico,

entender algumas relações entre elementos organizacionais.

Outrossim, garanto a total confidencialidade das informações prestadas; nenhuma

informação prestada será relacionada publicamente à sua organização, sem sua expressa

autorização. Da mesma forma, o relatório acadêmico primário gerado será sujeito à aprovação de

sua organização.

Atenciosamente,

Lidiane Vrablic

UNISINOS – Aluna de graduação

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1 PROJETO FORNECEDOR ÚNICO

1.1 Classifique em ordem as afirmações abaixo que melhor representam o projeto de seleção do

fornecedor exclusivo em andamento na sua organização.

Redução de custos e desperdícios

Atendimento de necessidades específicas de clientes internos

Identificação de novas oportunidades de mercado a partir de competências existentes

Obter mercadorias e serviços na quantidade e com qualidade necessárias.

Obter mercadorias e serviços ao menor custo.

Otimização da base de fornecedores, buscando parcerias a longo prazo

Centralização das compras, otimização da cadeia de suprimentos

2 – Na sua opinião, quais são os fatores que influenciam na escolha dos fornecedores?

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

3 - Como você definiria a performance do primeiro fornecedor escolhido para este

projeto, no qual foi considerado apto para atender as necessidades da organização?

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

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4 – Na sua opinião, a primeira tentativa de implantação deste projeto foi o fornecedor que

falhou por não ter analisado minuciosamente sua estrutura e o projeto em si, ou foi a

Pirelli que não analisou criteriosamente se este fornecedor teria estrutura para atender este

projeto?

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

5 – Você sabe como foi efetuado o processo para a escolha do fornecedor único? ______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

6 - O que você esperaria do fornecedor único? ______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

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7 - Qual a sua opinião referente a este projeto? Quais serão os benefícios para a organização?

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

8 – Quais são as vantagens e desvantagens deste projeto para o seu departamento? Causará algum

benefício ou não?

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

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ANEXO C – FICHA AVALIAÇÃO FORNECEDOR ÚNICO

DATA:

FORNECEDOR:

AVALIADORES:

2 ATENDE PLENAMENTE

1 ATENDE PARCIAL

PONTUAÇÃO:

0 NÃO ATENDE

ITENS ITEM AVALIADO NOTA OBS

1 ATENDEM AS PRINCIPAIS LINHAS DE MRO PIRELLI? Eletricos

Ferramentas

Aços Ferrosos e Não Ferrosos

Valvulas Conexões

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EPIs

Parafusos

Correias

Soldas

Peças Empilhadeiras

Rolamentos Rodas e Rodízios

Freios, Embreagens

Acoplamentos

Filtros

Quimicos

2 ATENDEM OUTRAS LINHAS DE PRODUTOS? MAIS DE 12 = 2 / MENOS DE 12 = 1 / NENHUMA = 0

3 ACORDOS PERMITEM FLEXIBILIDADE DE NEGOCIAÇÃO COM MAIS DE 2 FABRICANTES POR LINHA?

SUPPLY ADOPTION

4 SUPORTE TÉCNICO Por planta

Por linha produto

5 ESTRUTURA DE TI Processamento Pedidos/Cotações

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e-CATALOGO

6 ESTRUTURA VENDAS / ATENDIMENTO

7 LOGÍSTICA Armazém BA, SP, RS

Follow-up

8 RELATÓRIOS GERENCIAIS

9 FACTORY STORE

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