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15 livros gratuitos para identificar aves

Vivem hoje pelos céus, florestas e oceanos do planeta mais de 10 mil espécies de aves, pode não parecer muito, mas esse número representa mais que o dobro das espécies de mamíferos, são milhares de espécies tão diferentes entre si, com características tão singulares que as tornaram aptas a ocupar praticamente todos os habitats terrestres, ao longo dos sete continentes. No Brasil, se encontram nada menos que 1919 espécies. Toda esta biodiversidade – que engloba desde a gigantesca ema até o pequenino beija-flor -, nos classifica internacionalmente como o terceiro país do mundo em diversidade de espécies de aves. Mas com tantas aves voando por aí, como é possível identificar um registro? Afinal, quais seriam as espécies que cantam todas as manhãs em frente às nossas janelas?

Foi pensando em resolver este problema que, já em 1890, a brilhante jovem ornitóloga norte-americana, Florence Augusta Merriam Bailey, publicou aquele que seria considerado como o primeiro guia para identificação de aves de campo: Birds Through an Opera-Glass.

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Bem diferente das tradicionais chaves de identificação de espécies utilizadas pela comunidade científica, os guias de campo passaram a contar com inúmeras imagens e descrições que fornecem ao grande público uma ferramenta simples e inigualável para que qualquer pessoa seja capaz de identificar a qual espécie uma ave pertence. No Brasil, um dos primeiros autores a publicar obras relativamente similares foi um agrônomo carioca. Nascido em 1883, Eurico dos Santos, foi autor de cerca de 50 livros sobre animais e plantas. Sua admiração pelas aves está expressa no prefácio do livro Da Ema ao Beija-Flor, de 1979: “Pudesse eu contagiar os meus leitores com a admiração pelas aves e o respeito pelas suas vidas, tão sagradas quanto as nossas, e teria conseguido o principal desejo que me guiou ao escrever este livro”. Na

Nas décadas seguintes, alguns pioneiros dedicaram suas vidas à elaboração e à publicação de guias de identificação de aves. Entre eles estão os autores dos livros Aves Brasileiras, de Dalgas Frisch e, Todas as Aves do Brasil, de Deodato de Souza. Anos mais tarde, surgiriam dois novos autores que mudariam para sempre o cenário nacional: o talentoso ilustrador Tomas Sigrist, autor de inúmeros livros – em especial, um dos mais populares guias do Brasil, oAvifauna Brasileira – e o renomado fotógrafo da natureza Edson Endrigo, responsável por alguns dos mais belos livros fotográficos de aves do mundo. Hoje, artistas, fotógrafos e ornitólogos publicam não apenas guias de identificação como também obras artísticas e livros sobre a história natural das aves. Entre as inúmeras obras de altíssima qualidade, publicadas nos últimos anos, destacam-se:

– Guia de Observação de Aves – Parque Nacional da Tijuca, de Ivandy Castro-Astor e Claudia Bauer – Guia Completo para Identificação das Aves do Brasil, de Rolf Grantsau – Terra Papagalli, de Eduardo Brettas e Luis Fábio Silveira – Aves do Brasil – volumes Pantanal e Cerrado / Mata Atlântica do Sudeste, Martha Argel e outros autores – Aves da Região de Manaus, de Mario Com-Haft – Tucanos e Araçaris Neotropicais, de Fredy Pallinger e Mariana Aprile e – Berços da vida – Ninhos de aves brasileiras, de Dante Buzzetti e Silvestre Silva. Para os iniciantes, um dos guias impressos com melhor custo benefício é o Aves do Campus da Unicamp, lançado em 2013 pelos ornitólogos Dr. Ivan Sazima e Dr. Wesley Silva. A obra vem acompanhada de um CD com 85 vocalizações das espécies retratadas possibilitando conhecer o canto de cada uma delas, custa por volta de R$ 50 e inclui 169 espécies de aves, muitas das quais comuns na maioria das grandes cidades brasileiras. Mas você ainda pode adquirir um livro sobre aves, gratuitamente. O Instituto Passarinhar preparou uma lista de 15 guias de identificação de aves totalmente gratuitos, basta clicar nos links abaixo e fazer o download.

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1. Aves do Acre – Guia publicado pelo pesquisador Edson Guilherme com a proposta de

agrupar, em um único volume, todas as informações sobre as aves do Acre. É uma obra de referência para a consulta, não apenas pela Academia (desde o nível primário ao superior), mas também para ser utilizado por toda a sociedade, incluindo gestores de Unidades de Conservação e órgãos públicos de todos os níveis;

2. Aves da Estação Ecológica de Carijós – De autoria de Fernando Bittencourt de Farias, Patrícia Pereira Serafini, Danielle Paludo, Edineia Caldas Correia e Silvio de Souza Junior, a obra reúne fotografias e informações científicas de todas as 227 espécies já registradas nessa unidade de conservação. Esse número representa 32% das espécies catarinenses e 64% das espécies do município de Florianópolis. As aves são apresentadas por família, com nomenclatura popular e científica, seguindo normas do Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos;

3. Guia de aves Mata Atlântica Paulista – Produzido pelo WWF-Brasil e pela Fundação Florestal do Estado de São Paulo, este é um dos mais completos guias sobre aves que vivem em ambientes serranos como florestas de encostas, topos de morros e campos de altitude. Algumas unidades de conservação que protegem esse tipo de ambiente estão localizadas nas Serras do Mar e de Paranapiacaba, bem como em outras áreas serranas do Estado, como a Serra da Cantareira e o Maciço da Juréia;

4. Aves da cidade de São Paulo – O livro reúne 97 espécies escolhidas por serem facilmente avistadas em 63 parques municipais. Cada ave tem seu registro fotográfico, identificação com nome popular e científico e tamanho. As informações biológicas sobre habitat, alimentação e comportamento estão representadas através de ícones. Um mapa do município aponta os parques onde cada ave ocorre e sua frequência relativa. Esta publicação visa divulgar a rica avifauna de São Paulo e estimular a prática de observação de aves nos parques, áreas verdes ou mesmo de sua janela;

5. 100 Aves do Parque Nacional da Serra da Canastra – MG – Segundo os autores Carolline Zatta Fieker, Matheus Gonçalves dos Reis e Sávio Freire Bruno, o objetivo deste guia é apresentar ao leitor um pouco da diversidade de aves que habita o Parque Nacional da Serra da Canastra.A partir daí, pretende-se que as pessoas da região e também os turistas que a visitam despertem ou aumentem o interesse pela riqueza biológica desta Unidade de Conservação e seu entorno, de modo a estimular práticas e ações positivas em relação à natureza;

6. Voo pela Fiocruz – Guia de Aves – Dos autores Davi Castro Tavares e Salvatore Siciliano, é amplamente ilustrado com espécies de pássaros que habitam o campus da Fundação Oswaldo Cruz, a Fiocruz. Eles ressaltam que, quem passa pela Avenida Brasil, no Rio de Janeiro, e experimenta sua poluição sonora, visual e atmosférica, não se dá conta de que ali há também um oásis: o campus de Manguinhos da Fiocruz. Nessa área, há uma grande diversidade biológica, com dezenas de espécies de plantas e animais, entre eles, muitas aves;

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7. Que bichos moram no Jardim Botânico do IB-Unesp? Série: Aves – Desde 2010, os

pesquisadores do IB, coordenados pelas professoras Silvia Mitiko Nishida e Virginia Sanches Uieda, reuniram informações sobre as espécies nativas e analisaram a incidência de aves migratórias presentes naquela área. Agora, eles estudam a flora e demais espécies que integram a fauna do local. São autores do guia, além de Silvia Nishida, Flávio Ubaid, Rodrigo Carvalho e Marília Quinalha. A obra tem a finalidade de mostrar os animais que habitam o Jardim Botânico, espécies como o Sábia, Tico-Tico e João de Barro;

8. Guia das aves da Reserva Biológica Tamboré – Organizado pela instituição Save, a obra inclui 111 espécies de aves, de diversas famílias encontradas da Reserva. Visando incentivar a população da região a conhecer a biodiversidade local e adotar posturas mais conscientes no entorno das áreas verdes municipais. A Reserva Biológica Tamboré é patrimônio do município de Santana de Parnaíba e representa um dos poucos remanescentes de Mata Atlântica mantidos no perímetro urbano da região metropolitana de São Paulo;

9. Aves migratórias no Pantanal – Editadao pelo WWF-Brasil, com o apoio do WWF-Canadá, a publicação apresenta lista de espécies, com belas fotos, informações sobre o seu habitat, ocorrência e características. É um guia para quem quer conhecer a riqueza das aves do Pantanal. A publicação é o resultado de um estudo denominado Distribuição de Aves Limícolas Neárticas e outras Espécies Aquáticas do Pantanal realizado em 1996 pelos pesquisadores brasileiros Paulo Antas e Inês Serrano, em parceria com os canadenses Richard Guy Morrison e R. Ken Ross. Os pesquisadores fizeram um registro das aves encontradas nas salinas, alagados, planícies e planaltos do Pantanal;

10. Guia de Campo: Aves do Parque Nacional do Cabo Orange – O livro de autoria de Elivan Souza, com participação dos cientistas Andrei Langeloh Roos, Maria Flávia Conti Nunes e Helder Farias Pereira de Araújo e imagens de Robson Esteves Czaban e Ciro Albano, reúne as aves que habitam os 619 mil hectares do Parque Nacional do Cabo Orange, no Amapá, lá na pontinha norte do Brasil, entre os municípios de Calçoene e Oiapoque. Resultado do esforço conjunto de uma equipe de especialistas e fotógrafos do Instituto Chico Mendes (ICMBio), integrantes do Centro Nacional de Pesquisa para Conservação de Aves Silvestres (Cemave);

11. Guia de Aves da RPPN Alto-Montana – Lançado pelo Instituto Alto-Montana, este guia foi elaborado com o apoio do Programa de Incentivo às RPPNs da Mata Atlântica durante a execução do projeto de elaboração do Plano de Manejo da RPPN Alto-Montana. Kassius Santos é o autor do guia e o responsável pelo levantamento sistemático da avifauna na área. A RPPN Alto-Montanaestá localizada em Itamonte, MG, e abriga um dos mais importantes remanescentes de Mata Atlântica da região. Na RPPN já foram registradas cerca de 270 espécies de aves, muitas das quais ameaçadas de extinção;

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12. Aves da Mata Atlântica do Nordeste – Lançado no final de 2009, este guia é uma publicação daSave em parceria com a BirdLife International, Amane e IESB. O objetivo, com esta publicação, foi divulgar a rica biodiversidade da Mata Atlântica do Nordeste e sensibilizar as pessoas para a importância de sua preservação. O guia reúne fotografias coloridas de alta qualidade das 62 espécies de aves e informações básicas sobre a biologia de 46 espécies. Um verdadeiro guia de campo útil para a Mata Atlântica da região Nordeste;

13. Guia de Aves Fundação Ezequiel Dias – A Fundação Ezequiel Dias, localizada na região noroeste de Belo Horizonte, conta com uma área de aproximadamente 50 mil m² e é limitada por avenidas movimentadas, como a Amazonas, a Via Expressa e Tereza Cristina e, também, pela Estrada de Ferro Vitória-Minas (EFVM) e Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU). Esse guia foi elaborado para que a rica diversidade de aves que vivem e/ou visitam as áreas da Funed seja conhecida. A bolsista de iniciação científica, Beatriz Gherard Machado, financiada pela FAPEMIG, é a autora da obra;

14. Aves Costeiras de Icapuí – O livro apresenta características e hábitos de cada uma dessas espécies e orienta observadores inexperientes e, também, os já tarimbados na apreciação dos pássaros. Idealizado pela Fundação Brasil Cidadão, com o apoio técnico da Aquasis, Aves Costeiras de Icapuí, é um projeto editorial pioneiro no Ceará, que compartilha a rica fauna de Icapuí e do Brasil bem como estimula o contato responsável com a natureza e a preservação dos ricos ecossistemas da região. A edição do Aves Costeiras, sob a responsabilidade de João Bosco Carbogim, tem autoria de Ciro Albano, Alberto Campos, Weber Girão e Thieres Pinto e conta com o trabalho dos fotógrafos Alberto Campos, Arthur Grosset, Ciro Albano, Cristine Negrão, Fábio Olmos, João Guilherme Quental, Pedro Lima e Robson Silva e Silva; e

15. Guia das Aves. Parque Natural Municipal da Atalaia – O Parque Natural da Atalaia, sob a gerência da Fundação do Meio Ambiente de Itajaí, ganhou este Guia de Aves em 2013. Ele foi produzido pelos acadêmicos Bruno Henrique Lopes e Carlos Alberto Valle do curso de Ciências Biológicas, em parceria com professores da Universidade do Vale do Itajaí e da Furb – Universidade Regional de Blumenau. São mais de 80 espécies classificadas de acordo com o tamanho, a coloração e a alimentação. São citados até os pontos do Parque em que as aves podem ser encontradas. Gostou deste post? Então, compartilhe com amigos e interessados em aves, também nas redes sociais. Disseminar informação sobre a biodiversidade brasileira também é agir em prol da conservação da natureza e da preservação dos recursos naturais.

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Terceiro maior emissor de poluentes, Índia ratifica acordo de Paris

A Índia, o terceiro maior emissor mundial de gases de efeito estufa, ratificou neste

domingo (2) o acordo mundial sobre o clima, chamado Acordo de Paris.

O documento ratificado por Nova Déli foi apresentado na sede das Nações Unidas, em

Nova York, segundo o ministro indiano do Ambiente, Anil Madhav Dave, em sua conta

do Twitter. Todo o procedimento ocorreu sem cerimônias.

Para promover a imagem de governo ecologista, o hindu Narendra Modi escolheu a

simbólica data de 2 de outubro, aniversário do nascimento de Mahatma Gandhi, para

ratificar o acordo da COP21.

O pacto tem por objetivo frear o aquecimento global, mantendo o aumento da

temperatura média global abaixo de 2ºC em relação aos níveis pré-industriais.

O prazo para que os países assinem o documento vai até abril do ano que vem. O

acordo passará a valer 30 dias depois que 55 países, representando ao menos 55% das

emissões globais, formalmente aderirem.

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Com a Índia e seus 4,1% das emissões mundiais, um total de 62 países responsáveis

por quase 52% das emissões totais, terão ratificado o acordo.

China e Estados Unidos, os dois países que mais contaminam, contribuíram para

acelerar o processo ao assinarem o texto no início de setembro, durante uma cúpula

na qual se reuniram os presidentes Xi Jinping e Barack Obama.

Por sua parte, a União Europeia (UE), com 12% das emissões, o ratificará nos próximos

dias.

Argentina, Brasil e México, assim como importantes produtores de petróleo, como

Brunei e Emirados Árabes, já o ratificaram.

CARVÃO

Apesar de suas promessas ecologistas, a Índia depende em grande medida de suas

centrais de carvão, que cobrem cerca de 60% de sua produção de eletricidade.

O gigante do sul da Ásia deve conciliar as exigências de seu crescimento sustentável

(7,6% em 2015/2016) com uma demanda energética em aumento e a necessidade de

criar muitos empregos para as gerações jovens que vão se incorporando ao mercado

de trabalho.

"A Índia é uma das poucas grandes economias que não prometeu abandonar o

carvão", apontou Joydeep Gupta, diretor da página The Third Pole, especializada em

questões ambientais e climáticas do sul da Ásia.

Para melhoras sua marca ecológica, Nova Déli fez da energia solar a pedra angular de

sua estratégia, fixando o ambicioso objetivo de levar sua produção solar até os 100

gigawatts em 2022, ou seja, mais de dez vezes sua capacidade atual.

Contudo, segundo suas projeções, o carvão continuaria sendo a primeira fonte de

energia da Índia.

Mas os especialistas reconhecem o compromisso do governo de Modi a favor das

energias renováveis, sua política em matéria de meio ambiente deixa ainda muito a

desejar, segundo eles.

"[O governo de Modi] Ignora os problemas da contaminação do ar, da água, do solo. E

sua atitude não é favorável com os militantes ecologistas", aqueles que o governo, no

poder desde 2014, percebe como um obstáculo ao crescimento, explicou Gupta.

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Índia ratifica acordo de Paris contra mudanças climáticas

Índia é o terceiro emissor mundial de gases de efeito estufa.

28 estados da União Europeia também concordaram com ratificação.

A Índia, o terceiro emissor mundial de gases de efeito estufa, ratificou neste domingo

(2) o acordo de Paris sobre o clima, estabelecido na COP 21, anunciou o ministro

indiano do Meio Ambiente.

Todo o procedimento ocorreu sem cerimônias. Com a ideia de cultivar sua imagem de

governo ecologista, o poder Executivo do nacionalista hindu Narendra Modi escolheu a

simbólica data de 2 de outubro, aniversário do nascimento de Mahatma Gandhi, para

ratificar o acordo da COP21.

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Modi afirmou, para explicar sua decisão, sua vida foi marcada pela pegada do carbono.

O pacto pretende manter o aumento médio das temperaturas "bem abaixo" dos 2

graus Celsius acima dos níveis pré-industriais para lidar com o aquecimento global. Isso

irá exigir um rompimento dramático com os combustíveis fósseis neste século como

parte dos esforços para limitar ondas de calor, inundações, secas e a elevação dos

mares.

Para que entre em vigor, o acordo, anunciado em dezembro de 2015, deve ser

ratificado por, ao menos, 55 países que sejam responsáveis, como mínimo, de 55% das

emissões de gases de efeito estufa.

Assim, com a Índia e seus 4,1% das emissões mundiais, um total de 62 países

responsáveis por quase 52% das emissões totais, terão ratificado o acordo.

China e Estados Unidos, os dois países que mais contaminam, contribuíram para

acelerar o processo ao assinarem o texto no início de setembro, durante uma cúpula

na qual se reuniram os presidentes Xi Jinping e Barack Obama.

Países europeus também entraram em acordo

Os estados da União Europeia (UE) também concordaram nesta sexta-feira (30) com

umaratificação acelerada e conjunta do acordo de Paris contra as mudanças climáticas,

garantindo apoio suficiente para que o pacto entre em vigor neste ano e encaminhe

uma mudança radical da economia mundial que a distancie dos combustíveis fósseis.

O entendimento entre os ministros do Meio Ambiente de todos os 28 países-membros

é um avanço político raro para a UE em um momento de discórdia a respeito da crise

imigratória e de incerteza após o referendo de desfiliação do Reino Unido.

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Índia ratifica acordo para reduzir emissões

País responde por 4,5% das emissões globais de gases do efeito estufa

A Índia ratificou no domingo, 2, na Organização das Nações Unidas (ONU), o Acordo de

Paris sobre a mudança do clima. O primeiro-ministro do país, Narendra Modi, escolheu

o dia por ser o mesmo do nascimento do líder pacifista Mahatma Gandhi.

A Índia responde por 4,5% das emissões globais de gases do efeito estufa no planeta. A

nação se comprometeu a até 2030 ter pelo menos 40% de sua eletricidade gerada a

partir de fontes não fósseis.

Além da Índia, 61 países – entre eles, o Brasil – já assinaram o documento climático.

Estados Unidos e China, os principais emissores de gases estufa, também estão nessa

lista.

O grupo signatário até agora é responsável por aproximadamente 52% das emissões,

segundo a ONU. Para ter validade, esse número precisa chegar a 55%.

Pacto. Adotado em dezembro do ano passado por 195 nações, o acordo ainda precisou

ser ratificado pelos Legislativos e Executivos locais. O documento pede que países ricos

e pobres tomem medidas para conter o aumento das temperaturas globais e o

derretimento das geleiras. O compromisso é de que a elevação da temperatura do

planeta não passe muito de 1,5°C, ficando “bem abaixo de 2°C”. /AGÊNCIAS

INTERNACIONAIS

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Países da União Europeia concordam em ratificar acordo do clima de

Paris

Isso vai garantir apoio suficiente para que pacto entre em vigor neste ano.

Acordo requer ratificação de 55 países que representam 55% das emissões.

Estados da União Europeia (UE) concordaram nesta sexta-feira (30) com uma

ratificação acelerada e conjunta do acordo de Paris contra as mudanças climáticas,

garantindo apoio suficiente para que o pacto entre em vigor neste ano e encaminhe

uma mudança radical da economia mundial que a distancie dos combustíveis fósseis.

O entendimento entre os ministros do Meio Ambiente de todos os 28 países-membros

é um avanço político raro para a UE em um momento de discórdia a respeito da crise

imigratória e de incerteza após o referendo de desfiliação do Reino Unido.

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"Todos os Estados-membros dão luz verde para uma ratificação antecipada da UE ao

Acordo de Paris: o que alguns acreditavam impossível agora é real", afirmou no Twitter

o presidente do Conselho Europeu, o polonês Donald Tusk, cujo país-natal vinha sendo

o principal a resistir a um acordo rápido.

A decisão do bloco, que representa cerca de 12% das emissões poluentes globais, terá

que ser aprovada pelo Parlamento Europeu na semana que vem, e esta decisão, por

sua vez, aprovada pelos ministros.

Para entrar em vigor, o Acordo de Paris precisa da ratificação formal de 55 países que

representam 55% das emissões globais. Assim que essa meta for alcançada, o pacto

passa a valer dentro de 30 dias.

Consolidar o acordo antes da eleição presidencial dos Estados Unidos em 8 de

novembro tornará mais difícil desfazê-lo se o republicano Donald Trump, que se opõe

a ele, vencer.

Até agora, 61 nações representando 47,8% das emissões mundiais já o ratificaram,

lideradas por China e EUA. A Índia, responsável por 4%, deve fazê-lo no domingo, e a

ratificação da UE deve ultrapassar a meta. O Brasil também já ratificou sua parcela no

acordo.

A Polônia quis concessões à sua economia, baseada no carvão, antes da reunião

especial desta sexta-feira, por isso os ministros do Meio Ambiente da UE encontraram

uma maneira de romper com o procedimento normal e fechar o acordo de Paris

coletivamente.

O pacto pretende manter o aumento médio das temperaturas "bem abaixo" dos 2

graus Celsius acima dos níveis pré-industriais para lidar com o aquecimento global. Isso

irá exigir um rompimento dramático com os combustíveis fósseis neste século como

parte dos esforços para limitar ondas de calor, inundações, secas e a elevação dos

mares.

O atalho da UE, apelidado pelo ministro da França de "criatividade institucional",

acabará dependendo da confiança na ratificação de cada um de seus 28 integrantes.

Se não o fizerem, aqueles que já deram um passo adiante podem se ver forçados a

cumprir os cortes de emissões do bloco como um todo.

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Especialistas discutem como tirar a sustentabilidade do ‘gueto verde’

Evento quer divulgar o tema para maior número de pessoas; Fernando Meirelles conta

como o levou para a Olimpíada

Como sair da crise econômica olhando para o século 21 – e não mais para o século 20?

Para um grupo de ambientalistas, empresários e líderes do setor financeiro em São

Paulo, a única maneira é voltar a crescer dentro dos princípios da sustentabilidade,

rumo a uma economia de baixo carbono. Mas, para isso acontecer, é preciso antes que

esses princípios se espalhem pela sociedade para muito além do “gueto

ambientalista”.

Esse é o tema de um debate promovido em São Paulo nesta terça-feira (4) pelo

Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS), em parceria com o Estado. Especialistas

em comunicação para massas discutem como levar essa mensagem para o maior

número possível de pessoas, a fim de promover uma mudança.

Entre os convidados, o destaque é o cineasta Fernando Meirelles, que falará sobre

como levou para a abertura da Olimpíada no Rio o tema das mudanças climáticas para

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3,5 bilhões de pessoas. Depois haverá a mesa redonda “Desafios e tendências da

comunicação para a sustentabilidade”.

Dela participam, além de Meirelles, Mônica Gregori, sócia da Agência Cause, que fez o

estudo “O Fluxo das Causas”, sobre desafios e oportunidades de comunicar grandes

causas como cidades sustentáveis e mudanças climáticas; Ricardo Guimarães,

especialista em comunicação e identidade de marca; e Tom Moore, um dos

responsáveis pela articulação da campanha global de comunicação dos Objetivos de

Desenvolvimento Sustentável no Brasil.

João Paulo Capobianco, presidente do Conselho Diretor do IDS, explica que o desafio é

conseguir mobilizar as pessoas. “É uma questão central para a qualidade de vida de

todos. Precisamos criar espaço para levar informações para as pessoas e mobilizá-las

para atuar nesse campo”, diz.

Questionado sobre quais tipos de pessoas deveriam incorporar esse conceito para que

de fato ele possa sair do tal “gueto ambientalista”, afirmou: “É importante conquistar

lideranças do setor empresarial, governamental, as pessoas que pensam a economia,

para que elas incorporem a questão da sustentabilidade de forma estrutural e passem

a discutir e pensar soluções para o país incorporando essa questão”.

Ele citou a crise. “Todo mundo quer sair da crise, mas como vamos fazer isso? Com o

pré-sal ou com energias renováveis? Ainda dando subsídios para o transporte

individual e a gasolina ou investindo em transporte coletivo? É essa discussão que

queremos levar adiante.”

SERVIÇO

SAINDO DO GUETO AMBIENTALISTA: O DESAFIO DE MOBILIZAR AS PESSOAS PARA A

SUSTENTABILIDADE

TERÇA, 4/10, DAS 9H ÀS 12H30

RUA DR. VILA NOVA, 228

INSCRIÇÕES EM: GOO.GL/UD1WVK

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Sete meteorologistas pedem que sejam ‘triplicados’ esforços contra

mudança climática

O aumento da temperatura da Terra acelera e “é necessário duplicar, inclusive triplicas

os esforços” para limitar as emissões de gás de efeito estufa”, advertiram nesta quinta-

feita (29) sete importantes climatologistas.

A partir de 2050, a temperatura média no planeta poderá subir dois graus Celsius em

relação à era pré-industrial.

O objetivo atual dos líderes mundiais é evitar ir mais além desse limite para não sofrer

os piores efeitos da mudança climática, como o aumento dos oceanos e uma maior

frequência de eventos meteorológicos extremos.

Os cientistas fazem sua advertência em um comunicado de sete páginas titulado: “A

verdade sobre a mudança climática”.

“A mudança climática ocorre agora e mais rápido do que o previsto”, insistiu Robert

Watson, ex-presidente do Grupo de Especialistas Intergovernamental sobre a

Mudança Climática e agora porta-voz dos sete cientistas, procedentes de distintos

países.

O planeta está a ponto de bater seu terceiro recorde consecutivo de calor desde que

são medidas as temperaturas, em 1880.

“Sem esforços adicionais dos principais emissores de gás de efeito estufa, o aumento

da temperatura a marca de 2º C poderá ser alcançada inclusive antes”, declarou.

À margem da conferência de Paris, alguns climatologistas inclusive falaram da meta

mais ambiciosa de limitar o aumento da temperatura a 1,5º C.

Mas, em 2015, a temperatura média no globo já estava acima daquela da era pré-

industrial, segundo a Organização Meteorológica Internacional.

Isso representa um aumento expressivo em apenas três anos: o aumento em 2012 era

apenas de 0,85º C acima do período pré-industrial.

O número de fenômenos climáticos extremos ligados ao aquecimento como as secas,

os incêndios, as inundações e os furacões se duplicaram desde 1990, revelaram estes

especialistas.

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Em Ruanda, Brasil defenderá o clima

Governo brasileiro buscará compromisso para redução de gases com potencial de

aquecimento durante reunião marcada para outubro.

O Brasil participará, entre 10 e 14 de outubro, da 28ª Reunião das Partes do Protocolo

de Montreal sobre Substâncias que Destroem a Camada de Ozônio (MOP-28), que

ocorrerá em Kigali, capital de Ruanda. No encontro, o País buscará a aprovação de uma

emenda para reduzir o consumo dos hidrofluorcarbonos (os HFCs). Essas substâncias

são usadas em produtos de refrigeração e são capazes de agravar o sistema climático.

Veja, abaixo, nota sobre a posição brasileira relativa às negociações:

“Será realizada em Kigali, Ruanda, de 10 a 14 de outubro, a 28ª Reunião das Partes do

Protocolo de Montreal sobre Substâncias que Destroem a Camada de Ozônio (MOP-

28). O Governo brasileiro contribuirá ativamente para que a reunião tenha sucesso em

alcançar um acordo sobre compromisso multilateral de redução do consumo e da

produção dos HFCs, por meio de uma emenda ao Protocolo de Montreal. Os HFCs são

gases utilizados em setores como refrigeração e ar-condicionado que não prejudicam a

camada de ozônio, mas que agravam a mudança do clima, por terem alto potencial de

aquecimento global.

O Governo brasileiro defende que a emenda ao Protocolo de Montreal a ser negociada

em Kigali tenha um compromisso ambicioso de redução da produção e do consumo dos

HFCs por todos os países, assegure benefícios ambientais e ao sistema climático e

possa ser implementado de modo factível e sustentável, sobretudo nos países em

desenvolvimento. A liderança dos países desenvolvidos nesse processo será essencial

para assegurar a rápida adaptação do mercado e o desenvolvimento e consolidação

comercial de novas alternativas aos HFCs, que sejam tecnicamente seguras e

economicamente viáveis. Em linha com os entendimentos já alcançados nas

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negociações, o Governo brasileiro defende que o acordo preveja recursos adicionais

para o Fundo Multilateral para a Implementação do Protocolo de Montreal, que

permitam financiar as ações necessárias nos países em desenvolvimento para

cumpriros novos compromissos, fortalecendo a exitosa parceria entre governos,

agências implementadoras e setor privado. Uma emenda sobre HFCs contribuirá para a

implementação do Acordo de Paris sobre mudança do clima e para atingir a meta

prevista na contribuição nacionalmente determinada do Brasil de reduzir as emissões

de gases de efeito estufa em 37% em 2025, com base nos níveis de 2005.

O Brasil tem exercido papel construtivo e atuante nos debates relacionados ao tema

dos HFCs e à contribuição do Protocolo de Montreal para o combate à mudança do

clima. Em 2015, Brasil e Austrália presidiram as discussões que permitiram, em

novembro de 2015, iniciar formalmente as negociações para a inclusão dos HFCs no

Protocolo de Montreal.”

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Seminário Internacional reuniu propostas para acelerar

despoluição do Tietê

Promovido nesta quinta-feira (29) pela Fundação SOS Mata Atlântica, em São Paulo, o

evento “Tietê Vivo: Seminário Internacional de Recuperação dos Rios Metropolitanos”

fez um balanço sobre a questão do saneamento ambiental no Estado e discutiu

alternativas para acelerar a despoluição do maior rio paulista, abordando os principais

desafios para o Projeto Tietê e experiências de outros países.

No encontro foi divulgado um relatório completo sobre o histórico e a atual situação

da Bacia do Tietê. As informações foram entregues ao Banco Interamericano de

Desenvolvimento (BID) e serão encaminhadas ao Governo do Estado de São Paulo.

Acesse o relatório completo.

Com exposições feitas por especialistas e entidades do Brasil e do exterior, incluindo

Portugal e Uruguai, o seminário foi mediado pela jornalista Paulina Chamorro e teve a

presença de representantes do BID, da Sabesp e dos governos estadual e federal. A

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tônica da discussão girou em torno do papel da sociedade na cobrança de políticas

eficientes de saneamento básico e da possibilidade da criação de um pacto para o

aperfeiçoamento da gestão hídrica no país.

“Os rios são espelhos da situação das cidades. Em São Paulo, vivemos no maior polo

econômico do Brasil e convivemos com um rio morto há mais de 25 anos”, lembrou

Malu Ribeiro, coordenadora da Rede das Águas da Fundação SOS Mata Atlântica. “Mas

a principal diferença do Projeto Tietê para as outras iniciativas de despoluição é que a

sociedade paulista nunca deixou de acreditar nesta causa. Para que os projetos de

saneamento sejam permanentes, e não atrelados a um governo, este tipo de

mobilização é fundamental.”

Mario Mantovani, diretor de Políticas Públicas da SOS Mata Atlântica, reforçou a

importância da participação popular na criação e fiscalização dos projetos de

despoluição do Tietê. “Na época da criação do Projeto Tietê, ainda sem redes sociais,

conseguimos 1,2 milhão de assinaturas. Com isso, a sociedade nos credenciou a buscar

um controle social do projeto e cobrar as autoridades. Nosso trabalho foi de

construção de uma política pública, pois, ao lutar pelo Tietê, nós trabalhamos pela

causa hídrica em todos os outros rios do país.”

No seminário, foi apresentado o relatório “25 Anos de Mobilização: O retrato da

qualidade da água e a evolução dos indicadores de impacto do Projeto Tietê”. Entre os

dados apresentados estão o atual trecho considerado morto do Tietê, de 137

quilômetros, e um levantamento que mostra a cobertura florestal ao longo da bacia.

“O projeto hoje é focado na bacia do Alto Tietê, mas o ideal é que o rio seja tratado

por inteiro, em todas as seis bacias, pois cada uma tem problemas e realidades

diferentes”, afirma Malu. “A SOS Mata Atlântica também vai levar daqui até 2018, no

Fórum Mundial da Água, nossa campanha Saneamento Já, que pede o fim dos rios

mortos no Brasil.” Mais detalhes e a petição para assinatura da campanha estão

disponíveis no site www.saneamentoja.org.br.

Exposições e debate

Após a abertura feita pelos especialistas da SOS Mata Atlântica, Hugo Florez Timoran,

representante do BID no Brasil, destacou que a parceria de mais de duas décadas com

a ONG se tornou referência. “Estes projetos de despoluição levam tempo, exigem

esforço e demandam muitos parceiros. O aporte do BID tem sido técnico e financeiro,

com investimentos de mais de 1,2 bilhão de dólares nas primeiras três etapas. Vemos

que muito já foi feito, mas há muito ainda a percorrer”, afirmou.

Édison Carlos, presidente do Instituto Trata Brasil, iniciou as exposições apresentando

os principais desafios envolvendo a despoluição do Rio Tietê e a questão do

saneamento básico no Brasil. Para ele, os investimentos no setor não acompanharam o

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crescimento populacional e a exploração imobiliária desde a década de 70, e a

sociedade deixou de cobrar. “Os indicadores de qualidade na Bacia do Alto Tietê são

péssimos. Nas 37 cidades, 20 tratam menos de 25% do esgoto; 8 tratam mais de 50%.

Se pegarmos os últimos 10 anos, o avanço foi muito pequeno”, afirmou Édison. “A

gente acreditou que rio era feito para diluir esgoto, hoje estamos colhendo os frutos

de uma história de descaso completo.”

O alto crescimento populacional, além da expansão urbana desordenada, também foi

apontado pela representante da Sabesp, Andrea Ferreira, como o principal desafio –

por isso, segundo ela, a empresa tem priorizado as regiões periféricas, com maiores

dificuldades de execução técnica. Coordenadora de Planejamento do Projeto Tietê,

Andrea reconheceu que nos últimos dois anos, com a crise hídrica paulista e a crise

econômica no país, algumas obras foram retardadas. “A partir do final do ano vamos

retomar todas as licitações para chegar até 2020 com 84% de tratamento na região

metropolitana. Desde o começo do projeto, avançamos de um tratamento de 4 mil

litros/segundo para 16 mil, o que equivale a uma população de 8 milhões. A meta é até

2020 chegar a 27, com a universalização da coleta e tratamento de esgoto”, afirmou.

Paulo Constantino, porta-voz do Movimento pro-Tejo, trouxe de Portugal um exemplo

de como a sociedade pode atuar de forma decisiva para a despoluição. Com um

resumo das ações realizadas no rio, destacou a consulta pública que levou à criação de

um Plano de Gestão da Região Hidrográfica do Rio Tejo 2016/2021. “Hoje o

movimento conta com 38 organizações e a adesão de mais de 2.500 pessoas. Sem a

competente ação de vigilância e o controle de autoridades responsáveis, é preciso a

ação de organizações e da sociedade em geral, inclusive pelas redes sociais”, afirmou.

Outra experiência positiva apresentada no seminário veio da Bacia do Rio Prata, no

Uruguai. Jorge Alsina, engenheiro responsável pelo Plano de Saneamento Urbano de

Montevidéu, mostrou como a parceria de 35 anos com o BID, desde 1981, tornou a

cidade uma das primeiras capitais com saneamento adequado na América Latina.

“Entre as lições aprendidas estão o esforço de manter um projeto de longo prazo

como política de estado e o seu gerenciamento por especialistas técnicos, e não por

políticos, indo além do ciclo eleitoral”, explicou Alsina.

A última exposição foi feita por Stela Goldenstein, diretora-executiva da Associação

Águas Claras do Rio Pinheiros, que reforçou a urgência de uma nova cultura do espaço

urbano e de suas águas, para além da busca de novos padrões de tecnologia,

engenharia ou gestão. “Nossa métrica não pode ser apenas a da companhia de

saneamento, a métrica da sociedade tem que ir muito além disso. Não existem, por

exemplo, planos de recuperação para as bacias urbanas, as responsabilidades hoje

estão divididas. Muitas vezes a urbanização, quando chega, tem bons resultados, mas

pouca continuidade”, afirmou.

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Para a revitalização de bacias urbanas, Stela defende persistência nas metas,

continuidade e fiscalização social. “É preciso criar uma agenda intermunicipal de

gestão hídrica. Não há uma agenda em comum, apenas uma herança em comum.

Integração não se dá apenas por que a lei prevê ou um engenheiro determina, é uma

ação política empurrada pela sociedade, buscando metas para o interesse comum”,

disse. “Há uma zona institucional cinzenta que tem sido nosso calcanhar de Aquiles.

Nossos modelos institucionais, financeiros e de decisão não estão à altura dos anseios

da sociedade. Além disso, é muito difícil a articulação entre os entes da União.”

Na parte final do seminário, o secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do

Ministério do Meio Ambiente, Ricardo Soavinski, e o presidente da Sabesp, Jerson

Kelman, se juntaram aos participantes para um breve debate sobre os temas

discutidos, respondendo a perguntas do público. Kelman afirmou que, no ritmo atual,

o projeto de despoluição do Tietê deve levar mais 20 anos – segundo ele, a aceleração

do projeto é possível do ponto de vista técnico, mas somente poderia ser colocada em

prática por meio de novas fontes de financiamento, como o aumento da tarifa.

“A despoluição do Tietê poderia ser mais rápida, mas temos que ter recursos e um

pacto da sociedade, que passa pelo aumento de tarifa. Em Londres, se paga quatro

vezes mais e se tem serviço completo. Para ter este serviço completo aqui, é preciso

um maior pagamento, que deve vir não pelo governo, que não tem mais dinheiro, e

sim pela sociedade. É preciso cobrar a Sabesp para cada vez fazer mais por menos, mas

não conseguimos fazer mágica”, disse Kelman.

No plano nacional, Ricardo Soavinski lembrou que a questão do saneamento básico

ainda está longe de encarada como prioridade entre as políticas públicas. “Muitos

estados foram buscar recursos com o governo e conseguiram implantar infraestrutura,

mas ainda falta gestão”, afirma.