Saúde Infanto-juvenil (Sebenta Candeias da Silva)
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Saúde Infanto-Juvenil
Sumário
Professora MiquelinaO Recém-Nascido.................................................................................................................... 9
Adaptação fisiológica à vida extra – uterina ........................................................................... 10Função Respiratória............................................................................................................. 10Função circulatória............................................................................................................... 11Função Gastrointestinal....................................................................................................... 13Função Renal........................................................................................................................ 14Função imunológica............................................................................................................. 14Função hepática................................................................................................................... 15Função Neurológica............................................................................................................. 16
Termorregulação do Recém-nascido......................................................................................17Prevenção – Contacto pele a pele (método canguru).............................................................. 21Diagnóstico diferencial entre aumento de temperatura por sobreaquecimento e infecção:..23Intervenções de enfermagem:................................................................................................. 23
Mecanismos de perda de calor no RN....................................................................................24Evaporação.............................................................................................................................. 24Convecção................................................................................................................................ 24Condução: ............................................................................................................................... 24Radiação ................................................................................................................................. 24
Índice de Apgar..................................................................................................................... 25Seja bem-vindo bebé!............................................................................................................26
Cuidados de enfermagem ao RN/Família................................................................................ 26Avaliação e cuidados de enfermagem imediatos ao RN (I)...................................................... 26
Sinais de hipoventilação no RN (SDR).................................................................................. 27Cuidados de enfermagem imediatos ao RN (II)....................................................................... 27Cuidados de enfermagem imediatos ao (III)............................................................................ 28Cuidados de enfermagem imediatos ao RN (IV)...................................................................... 28Cuidados de enfermagem imediatos ao RN (V)....................................................................... 29
Classificação do RN em função da idade gestacional..............................................................30Determinação clínica da idade gestacional.............................................................................. 30Escalas de avaliação da idade gestacional............................................................................... 32Curvas de crescimento intra-uterino....................................................................................... 33
Classificação do RN.............................................................................................................. 35Em função Idade gestacional............................................................................................... 35Em função do Peso............................................................................................................... 35Em função do peso e da idade gestacional.......................................................................... 35
Curvas de crescimento intra-uterino....................................................................................... 36Padrão de sono e vigília do RN ..............................................................................................39
Estádio/ comportamento......................................................................................................... 39Sono Regular/ Profundo:..................................................................................................... 39
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Saúde Infanto-Juvenil
Sono Irregular / Leve:........................................................................................................... 39Sonolência:........................................................................................................................... 40Alerta................................................................................................................................... 40Alerta com actividade.......................................................................................................... 40
Factores ambientais e comportamentais que podem influenciar o sono do RN..................... 41Dificultam o sono:................................................................................................................ 41Facilitam o sono do RN........................................................................................................ 41Dificuldades e transtornos do sono no RN........................................................................... 42
Observação/ avaliação do RN na enfermaria......................................................................... 43Avaliação Física:....................................................................................................................... 43
Medidas de crescimento (antropométricas):....................................................................... 43Comprimento....................................................................................................................... 44Peso..................................................................................................................................... 45Perímetro cefálico................................................................................................................ 45
Características físicas e comportamentais do RN.................................................................... 46As primeiras 24 horas:......................................................................................................... 46
Professora Teresa PatacaFamília ..................................................................................................................................47
Definições:............................................................................................................................... 47Definição de termos da teoria geral dos sistemas................................................................... 47
Sistemas:.............................................................................................................................. 48Suprasistema:...................................................................................................................... 49Subsistema:.......................................................................................................................... 49Estrutura:............................................................................................................................. 49Função: ............................................................................................................................... 49Equilíbrio:............................................................................................................................. 49Grau de abertura:................................................................................................................ 50Fronteira:............................................................................................................................. 50Output:................................................................................................................................ 50Input:................................................................................................................................... 50Feedback:............................................................................................................................. 50Stressor:............................................................................................................................... 50Stress:.................................................................................................................................. 50
Apego: Vinculação.................................................................................................................54Etapas do afeiçoamento.......................................................................................................... 54Interacções Mãe/Filhos e Filhos/Mãe que podem ocorrer simultaneamente nos primeiros dias da vida (Esquema)............................................................................................................ 55Relação Precoce....................................................................................................................... 56
Comportamento de vinculação............................................................................................ 56Factores que influenciam o relacionamento Mãe/Filhos........................................................ 57
Características Pessoas........................................................................................................ 57Factores Precedentes ao Parto............................................................................................ 57Factores Durante o Parto..................................................................................................... 57Factores Pós-parto............................................................................................................... 57
O que fazer para promover a vinculação................................................................................. 58Na gravidez.......................................................................................................................... 58
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Saúde Infanto-Juvenil
No parto............................................................................................................................... 58Depois do parto................................................................................................................... 59
Aleitamento Materno............................................................................................................60Algumas vantagens do aleitamento materno.......................................................................... 60
Adaptação à espécie humana (leite homólogo)................................................................... 60Adequação de todos os nutrientes...................................................................................... 60Adaptação digestiva a metabólica....................................................................................... 60Protecção anti-infecciosa..................................................................................................... 61Protecção anti-alérgica........................................................................................................ 61Reforço da relação psico-afectiva mãe/filho........................................................................ 61Para a mãe........................................................................................................................... 61
Contra indicações ao A.M........................................................................................................ 62Mãe...................................................................................................................................... 62Bebé..................................................................................................................................... 62
Factores de declínio do aleitamento materno......................................................................... 63Sociais.................................................................................................................................. 63Culturais............................................................................................................................... 63Atitudes dos profissionais de saúde..................................................................................... 63Organização dos serviços de saúde...................................................................................... 64Atitude dos produtores e comercializantes......................................................................... 64
Crescimento e desenvolvimento mamário.............................................................................65Mamogénese........................................................................................................................... 65Lactogénese............................................................................................................................. 65Galactopoiese.......................................................................................................................... 67Sindrome de Ansiedade/Insuficiência de lactação.................................................................. 71Medidas para a promoção do aleitamento materno............................................................... 72
Antes do nascimento........................................................................................................... 72Parto e primeiros dias na maternidade................................................................................ 72 Primeiros meses de vida..................................................................................................... 72Comportamentos possíveis e atitude a tomar no caso de aleitamento materno................ 73
Professora AlexandraAlimentação da Criança.........................................................................................................74
Leite artificial adaptado........................................................................................................... 74Formulas infantis..................................................................................................................... 75
Leites Anti-regurgitação....................................................................................................... 75Leites sem lactose................................................................................................................ 75Fórmulas hipoalergénicas.................................................................................................... 76Preparados com proteínas de soja....................................................................................... 76Fórmulas semi-elementares e elementares ........................................................................ 76
Leites de transição................................................................................................................... 76Necessidades nutricionais da criança.....................................................................................77
Leite artificial adaptado........................................................................................................... 77Preparação de leites Adaptados............................................................................................ 79
Causas que levam à adopção do leite adaptado...................................................................... 80Relacionadas com a saúde da mãe...................................................................................... 80Relacionadas com a saúde do lactente:............................................................................... 80
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Saúde Infanto-Juvenil
Quando o bebé está a tomar LA em quantidade insuficiente:............................................. 81Quando o bebé está a alimentar-se em excesso:................................................................. 81
Patologias relacionadas com a alimentação...........................................................................82Diversificação alimentar no 1º Ano........................................................................................84
Principais erros alimentares no primeiro ano de vida:............................................................ 90Alimentação a partir do 1º ano..............................................................................................92
Os grupos de alimentos........................................................................................................... 93Grupo I – Leite e derivados proteicos.................................................................................. 93Grupo II – Carne, peixe, ovos e marisco............................................................................... 93Grupo III – Gorduras............................................................................................................ 93Grupo IV – Pão, cereais, leguminosas secas, açúcar, cacau, produtos de pastelaria........... 94Grupo V – Produtos hortícolas, legumes e fruta.................................................................. 95Grupo VI – Bebidas............................................................................................................... 95
Nutrição – Idade pré-escolar..................................................................................................96Necessidades nutricionais por tipo de nutrimentos e necessidades calóricas diárias (valores médios).................................................................................................................................... 97
Alimentação da criança em idade escolar.............................................................................. 98Factores condicionantes:......................................................................................................... 98
Alimentação de qualidade.....................................................................................................99Intervenção de factores:........................................................................................................ 100
Factores ambientais:.......................................................................................................... 100Factores que afectam uma alimentação adequada:.............................................................. 100
Objectivos nutricionais:..................................................................................................... 101Desequilíbrios alimentares.................................................................................................. 103
Efeitos da má nutrição nos primeiros anos de vida:.............................................................. 103Obesidade infantil .............................................................................................................. 104Relação do pequeno-almoço com o desenvolvimento......................................................... 105Relação do pequeno-almoço com o desenvolvimento cognitivo.......................................... 106
Consequências da eliminação do pequeno-almoço:.............................................................. 106Diarreia na criança...............................................................................................................108
Mecanismo fisiopatológico da diarreia aguda:...................................................................... 108Avaliação da criança com diarreia......................................................................................... 109Caracterização das dejecções ............................................................................................... 110Factores de risco:................................................................................................................... 110Como actuar:......................................................................................................................... 112
Prevenção e tratamento da diarreia:................................................................................. 115I - Criança não apresenta sinais de desidratação............................................................... 115II - Criança apresenta sinais de desidratação..................................................................... 115
Cálculo das necessidades hídricas......................................................................................... 116Vómitos na criança.............................................................................................................. 117
O que pode fazer:.................................................................................................................. 118Situações a referenciar à Urgência Hospitalar ...................................................................... 119
Situações a referenciar à Urgência Hospitalar dentro de algumas horas se:..................... 120Anamnese.............................................................................................................................. 120
Exame físico:...................................................................................................................... 121Febre na Criança..................................................................................................................122
Sinais de alarme de uma criança com febre:......................................................................... 126
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Saúde Infanto-Juvenil
Situações com indicação imediata para a urgência hospitalar:............................................. 126Dermatite da Fralda.............................................................................................................128
Tipos de dermatite da fralda:................................................................................................ 130Infecção bacteriana............................................................................................................ 130Dermatite alérgica............................................................................................................. 130Dermatite provocada pela diarreia.................................................................................... 130
Infecções Provocadas por fungos.......................................................................................... 131Factores Adjuvantes.............................................................................................................. 134
Segurança da Criança...........................................................................................................137Segurança.............................................................................................................................. 137Tipos de acidentes................................................................................................................. 139
0 - 6 Meses......................................................................................................................... 1396 - 12 meses....................................................................................................................... 1411 - 3 Anos........................................................................................................................... 1423 - 6 Anos........................................................................................................................... 145Depois dos seis anos.......................................................................................................... 146
Vacinação............................................................................................................................151Programa Nacional de Vacinação.......................................................................................... 151(PNV)...................................................................................................................................... 151Alterações ao PNV de 2000................................................................................................... 152Intervalos na vacinação......................................................................................................... 154
Vacina monovalente contra a doença invasiva por Haemophilus influenzae b (Hib).........155Vacina monovalente contra a hepatite B (VHB)................................................................. 156Vacina contra a doença invasiva por Neisseria meningitidis C (MenC).............................. 157Vacina “monovalente” contra a poliomielite (VIP)............................................................ 157Vacina contra a tuberculose (BCG).................................................................................... 158Vacina trivalente contra a difteria, o tétano e a tosse convulsa / pertussis (DTPa)........... 159Vacina tetravalente contra a difteria, o tétano, a tosse convulsa e a doença invasiva por Haemophilus influenzae b (DTPaHib)................................................................................. 160Vacina tetravalente contra a difteria, o tétano, a tosse convulsa e a poliomielite (DTPaVIP)........................................................................................................................................... 161Vacina pentavalente contra a difteria, o tétano, a tosse convulsa, a doença invasiva por Haemophilus influenzae b e a poliomielite (DTPaHibVIP).................................................. 162Vacina trivalente contra o sarampo, a parotidite epidémica e a rubéola (VASPR)............ 163Vacina bivalente contra o tétano e a difteria (Td).............................................................. 164
Local e vias de administração de vacinas............................................................................... 165Reacções adversas................................................................................................................. 167Contra indicações.................................................................................................................. 170Transporte e conservação de vacinas.................................................................................... 171Registos................................................................................................................................. 171
Anexos................................................................................................................................ 173
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Saúde Infanto-Juvenil
AVALIAÇÃO
• Participação (20%)
• Trabalhos (30%) *
• Testes de Avaliação (25%)
*Planeamento de uma consulta de enfermagem infantil e de uma sessão de educação para a
saúde com dramatização.
Vocabulário:
• Hipoxia – Oxigénio insuficiente Provocam sofrimento fetal por falta de oxigeno
• Anóxia – sem oxigénio podendo até levar à morte
• Mecónio – 1ª cagadela, o normal é que apareça após o parto, se este for intra-uterino é
sinal que o bebé estava em sofrimento.
• Vernix Caseoso – Substancia gordurosa produzida pelas glândulas sebáceas do RN, esta
recobre o corpo do RN, de cor branco pérola – tornam a pele mais impermeável,
protegendo e evitando uma maior entrada de microrganismos, sendo mais tarde
absorvido.
Milium, milio ou milia – pontinhos brancos de gordura na pel
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Saúde Infanto-Juvenil
O Recém-Nascido
A evolução da espécie humana só foi possível porque foram
criadas condições para poder fazer nascer os seus filhos num
estádio ainda
Perfeitamente embrionário
O RN HUMANO NASCE INDEFESO, SEM QUALQUER HIPÓTESE, MESMO REMOTA, DE SÓ POR
SI SOBREVIVER - Este é o preço que o Homem paga pelo desenvolvimento evolutivo atingido.
Custódio Rodrigues, 1992
Os cuidados ao RN:
Até à antiguidade a assistência ao RN caracterizava-se pela selecção natural. Só a partir do
séc. XVII começaram existir serviços de saúde infantil organizados (Inglaterra, 1741) “Nota1”
Os cuidados ao RN “pertenciam” aos obstetras “Nota2”
Com a criação da especialidade de pediatria em Portugal (1916/1917) os cuidados ao RN
passaram a ser da responsabilidade destes médicos.
Nota 1: Revolução Industrial
Nota 2: Eram especializados apenas nas mulheres grávidas, parto e puerpério, estes apenas
detinham poucas informações acerca das crianças, informações essas muito escassas, era então
necessário criar profissionais especializados nas crianças.
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Saúde Infanto-Juvenil
Mortalidade Neo-natal (/1000 nv)
1974 20,93
1999 3,6
2000 3,4
2001 3,0
2002 3,4
2003 2,7
2004 2,6
2005 2,1 Direcção - Geral da Saúde
Adaptação fisiológica à vida extra – uterina
Função Respiratória
Antes do nascimento
• Pulmões preenchidos com líquido
amniótico e líquido pulmonar fetal
• Colapsados (alvéolos)
• Ausência de ar nos pulmões
• As trocas gasosas e o suporte metabólico
são feitas através da circulação feto -
placentária
• Temperatura estável
Após o nascimento
• Líquido intrapulmonar é removido
através da compressão do tórax, durante o
parto por via baixa e por absorção
• O ar é inspirado (1º movimento
respiratório). Há expansão pulmonar e fica
estabelecida a capacidade funcional residual
(CRF)
• Aos 30/45 segundos após o nascimento o
RN deve estar a respirar autonomamente
• A FR é de 30 a 60 ciclos/ minuto
• A respiração fetal depende do bom funcionamento da placenta
• Oxigénio e dióxido de carbono atravessam a membrana placentária por simples difusão
• Essas trocas são determinadas pelo equilíbrio de Po2 ou Pco2 entre o sangue materno e
fetal.
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Ao analisar esta tabela podemos verificar a evolução dos cuidados de saúde ao longo do tempo.
Saúde Infanto-Juvenil
Função circulatória
Antes do nascimento
• Vasos pulmonares colapsados
• O canal arterial desvia o sangue dos
pulmões
• O canal venoso desvia o sangue do fígado
• O foramen oval permite a passagem de
sangue da aurícula direita para a aurícula
esquerda
Após o nascimento
• Dilatação dos vasos pulmonares
provocada pela inspiração e expansão
pulmonar
• Colapso e atrofia do canal arterial
• O canal de Arantius fecha
progressivamente
• O foramen oval fecha devido ao aumento
da pressão na aurícula esquerda
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Saúde Infanto-Juvenil
Função Gastrointestinal
Como se alimenta o feto?
Transferências nutricionais:
• Difusão passiva (Ex. água): transporte das substâncias de um meio
de maior concentração osmolar para um de menor concentração
• Difusão facilitada (Ex.: glucose): com ajuda de uma molécula de transporte
• Difusão / transporte activo (Ex.: ferro, aminoácidos): realiza-se contra um gradiente de
concentração produzindo-se com ajuda de uma molécula consumindo energia.
Resultado:
• O feto está em permanente perfusão através da estrutura placentária permitindo o seu
crescimento.
• Utiliza parte dos nutrientes no seu metabolismo e outra parte como reserva
• Com o corte da circulação fetal o RN vai ter uma nova sensação – FOME
Último trimestre o feto passa de:
• 500 gr para 2500 a 4000 gr
• 15 a 20 cm para 45 a 55 cm
Obtendo assim no fim da gestação a superfície total da placenta atinge 14 m2
Antes do nascimento
• O feto deglute líquido amniótico
• O trato gastrointestinal é relativamente
inactivo
• As sensações básicas do paladar estão
presentes
Após o nascimento
• O RN além de deglutir digere, absorve e
metaboliza os nutrientes
• O peristaltismo activo do intestino faz com
que o RN tenha evacuações frequentes. O
mecónio constitui a primeira eliminação intestinal,
ocorre nas primeiras 24 a 48 horas e é composto
por líquido amniótico, secreções intestinais,
células descamativas da mucosa e, possivelmente,
sangue
• O RN tem todas as sensações básicas do
paladar
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Saúde Infanto-Juvenil
Função Renal
Antes do nascimento
• O rim do feto já produz urina
• Todos os componentes estruturais estão
presentes
• Não ocorre perda de peso como
resultado da eliminação da urina
Após o nascimento
• A primeira micção do RN deve ocorrer
nas primeiras 24 horas (cerca de 20% dos RN
urinam na sala de partos, 70% fazem - no até
às 24 horas, 9% entre as 24 e 48 horas e
apenas 1% o fará no 3º dia de vida).
• A partir do 3º dia o RN apresenta cerca
de 20 micções diárias.
• O débito urinário no RN de termo é de
5ml/kg/hora no final da 1ª semana (200 a 250
ml)
• A urina é incolor, inodora
Função imunológica
Antes do nascimento
• O feto está num ambiente estéril
• A placenta funciona como uma barreira
contra a maioria dos agentes agressores
Após o nascimento
• O RN entra em contacto com o meio
ambiente
• A primeira linha de defesa é formada
pela pele e mucosas. A segunda é constituída
pelos elementos celulares do sistema
imunológico, a terceira é formada pelos
anticorpos específicos para um antigénio.
• O RN apresenta imunidade passiva sob a
forma de IgG´s a partir da circulação
maternofetal e do LM
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Saúde Infanto-Juvenil
Propriedades imunológicas da pele:
• Produz uma substância ácida formando uma camada bactericida
• O pH da pele fica mais ácido a partir do 4º dia
• A pele dos RN com 24 semanas de gestação ou menos não possui ainda a camada ácida
protectora
• A pele é praticamente estéril aquando do nascimento
• Do 2º ao 7º dia a pele é rapidamente colonizada
Micro organismos mais comuns responsáveis por infecções da pele:
• Gram-negativos
• Staphylococcus aureus
• Staphylococcus epidermidis
• Candida albicans
Função hepática
Antes do nascimento
• O fígado é um órgão ainda imaturo
• A produção de vitamina K é limitada
Após o nascimento
• A imaturidade deste órgão impede a
produção da enzima glicuronil - transferase
que afecta a conjugação da bilirrubina,
contribuindo para o aparecimento da icterícia
fisiológica. O fígado armazena menos
glicogénio, ficando assim o RN mais
susceptível à hipoglicémia.
• O teor de vit. K é insuficiente,
aumentando o risco de hemorragia.
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Saúde Infanto-Juvenil
Função Neurológica
• O sistema nervoso do RN está ainda imaturo
• A maior parte das funções neurológicas é formada por reflexos primitivos
• O sistema nervoso autónomo assegura as funções básicas da vida (respiração, função
cárdio-respiratória,...)
Pré – natal
• Divisão celular
• Migração celular
• Diferenciação
• Crescimento dos axónios
• Mielinização (6º mês fetal - 8º mês pós -
natal, algumas áreas 10-12 anos
Pós - natal
• Processos regressivos morte celular
• Dominância hemisférica
• Psicogenese
• Maturidade cerebral
• Senescência
• O RN apresenta um sistema nervoso que lhe permite sentir
• A progressiva mielinização permite uma maior velocidade da transmissão das sensações/
estímulos
• O RN SENTE DOR E É CAPAZ DE A MANIFESTAR
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Genes
Experiência
Milhões de anos de
evoluçãoDesenvolvimento Cerebral
Saúde Infanto-Juvenil
Termorregulação do Recém-nascido
A regulação térmica é fundamental para o RN poder sobreviver
Factores que facilitam a perda de calor no RN:
• Grande superfície corporal em relação à massa total
• Camada muito fina de tecido subcutâneo
• Imaturidade do S. N. C.
• Termogénese sem tremor, que leva a um aumento do metabolismo e do consumo de
O2
O RN é mais sensível ao arrefecimento após o nascimento e nas 6 – 12 horas seguintes.
Ambiente térmico neutro
Temperatura ambiente necessária para que o RN mantenha uma temperatura corporal
normal com o menor consumo metabólico e de oxigénio
Principais fontes termogénicas
• A produção de calor resulta da
actividade metabólica
• Depende do tecido adiposo castanho,
que no RN de termo se localiza nas
axilas, zona supra-escapular, mediastino,
envolvendo o fígado, rins,...
• Reservas de glicogénio
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Saúde Infanto-Juvenil
O RN prematuro está mais predisposto à hipotermia por:
• Ter um tecido celular subcutâneo menos espesso
• Ter menores reservas de glicogénio
• Ter menos gordura castanha
• Ter uma maior discrepância entre a superfície corporal e o peso
• E ainda uma postura menos flectida (idade gestacional/tónus)
Algumas situações associadas à instabilidade térmica do RN:
• Prematuridade
• ACIU
• Asfixia e hipoxia
• Comprometimento neurológico (SNC)
• Sepsis
• Aporte nutricional e calórico inadequado
• Diminuição de movimentos voluntários
• ...
Temperatura cutânea normal situa-se nos 36,5ºC (medida na axila)
Alterações térmicas:
• HipotermiaHipotermia – Valor cutâneo inferior a 36,5ºC
• Hipotermia moderadaHipotermia moderada a gravegrave – Valor cutâneo inferior a 36ºC
• Hipotermia muito graveHipotermia muito grave – Valor cutâneo inferior a 32ºC
• HipertermiaHipertermia – Valor cutâneo superior a 37,5ºC
• HiperpirexiaHiperpirexia – Valor cutâneo superior a 41ºC
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Saúde Infanto-Juvenil
Sinais clínicos de hipotermia:
• Temperatura cutânea inferior a 36,5ºC
• Acrocianose1 e/ ou cianose
• Recusa alimentar, intolerância alimentar
• Palidez, pele marmoreada ----------------------»
• Irritabilidade inicial
• Menor actividade, letargia2
• Respiração mais lenta e superficial
• Diminuição do ritmo cardíaco
• Choro fraco
• .... Apneia... Morte
Nota: O reaquecimento não deve ultrapassar 1ºC / hora (risco de hipotensão e apneia
quando o aquecimento é demasiado rápido. Quando o reaquecimento é demasiado rápido,
caso assim seja o bebé entra em vasodilatação o que vai aumentar o afluxo sanguíneo para a
periferia diminuindo ainda mais as quantidades de oxigénio no sangue.
Prevenção da hipotermia no RN
• Sala de partos aquecida – 25ºC
• Secar muito bem o RN após o nascimento com panos esterilizados pré-aquecidos
• Colocar o RN sob fonte de calor vestido e com toca (a cabeça corresponde a ¼ da
superfície corporal do RN)
• Utilizar quando necessário O2 humidificado e aquecido
• Utilizar tabelas de temperaturas de ambiente térmico neutro relativas ao peso e idade
gestacional do RN
1Acrocianose – cor azul puro que aparece nas extremidades.
Letargia – (menor actividade) o bebé entra em prostração, pela diminuição do metabolismo.
O metabolismo quando chega a um ponto que não pode gastar mais energia mantém-se em
metabolismo basal – “stand by”
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Saúde Infanto-Juvenil
Sequência de acontecimentos durante o arrefecimento (Stress por exposição ao frio):
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>Frequência e PADiurese>Utilização de ácidos gordos
>Volume centralVasoconstriçãoHipotermia
<Perfusão renal
< Frequência e PAAcidose >Taxa metabólica
<Debito cardíaco
Edema
< Irrigação cerebral
>Acidose
Dissociação da bilirubina dos pontos de fixação pela albumina
>Produção de ácido pirúvico, láctico e de ácidos orgânicos
Hipoglicemia
<Metabolização hepática da glicose
>Consumo de glicose
Apneia
Trombocitopénia HematócritoHemorragia
Kerniclérus*
Letargia
(Desequilíbrio hidroelectrolitico total)
*é provocado pela deposição de bilirrubina nas células cerebrais
Morte
Nota: não é necessário decorar para o teste
Saúde Infanto-Juvenil
Prevenção – Contacto pele a pele (método canguru)
• Método seguro de aquecimento do RN
• Eficaz nos RN pré termo ou de baixo peso
• Com benefício face a materiais isolantes (não
produzem calor)
• As mães são capazes de manter em sincronia a sua temperatura com a do seu filho
(Consultar Anexo 1)
Rey e Martínez apresentaram pela primeira
vez este método em Bogotá.
Surgiu como alternativa aos cuidados na
incubadora ( insuficientes/inexistentes)
Passadas duas décadas, a investigação provou
que este método é mais do que uma alternativa
dos cuidados ao RN em incubadora
Deve ser promovido logo após o nascimento
Eficaz no transporte do RN
Pode e deve ser utilizado sempre que não haja incubadora disponível (transporte ou outra)
Este cuidado deve obedecer a critérios previamente definidos
Benefícios do contacto pele a pele – RN
• Mantém a temperatura corporal estável
• Melhora a oxigenação
• Proporciona ciclos regulares de sono
• Aumento ponderal mais rápido
• Diminui os períodos de agitação e de choro
• Promove a vinculação/bem estar/interacção
• Aumenta a produção de leite
• Aumenta o período de amamentação
• Promove o equilíbrio emocional/bem estar
Promove as competências maternas
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Saúde Infanto-Juvenil
Outras intervenções de enfermagem:
• Monitorizar a temperatura do RN (de 30 a 30 minutos durante o período de
aquecimento), sinais vitais, saturações de O2
• Pausa alimentar até a temperatura estabilizar
• Determinar valores de glicemia
• Determinação de valores da bilirrubina
Sinais clínicos da hipertermia:
• Taquicardia
• Taquipneia
• Irritabilidade ou diminuição de actividade
• Pele quente
• Intolerância alimentar
• Choro fraco
• Desidratação
• Apneia
Causas mais comuns do aumento da temperatura no RN:
• Iatrogénica (90%) devido a sobreaquecimento
• Infecção
• Síndrome de abstinência de drogas (cocaína)
• Desidratação
• Uso de alguma medicação (prostaglandinas)
• Anomalias no SNC que afecte o centro de regulação térmica
21
Saúde Infanto-Juvenil
Diagnóstico diferencial entre aumento de temperatura por sobreaquecimento e infecção:
Sobreaquecimento Infecção• RN com mãos e pés quentes
• Rosado
• Postura em extensão
• Diferença de 2ºC entre a temperatura
cutânea abdominal e dedos da mão
• RN com pés e mãos frios
• Pálido
• Letárgico
• Diferença entre a temperatura
cutânea abdominal e das mãos é > a
3ºC
Intervenções de enfermagem:
• Monitorizar sinais vitais
• Rever todo o equipamento e materiais utilizados (fontes de calor, concentradores de
calor, incubadoras, tendas, aparelhos de fototerapia,...)
• Diminuir progressivamente temperaturas dos equipamentos
• Despistar sinais de infecção
• Atenção aos sinais de desidratação (fontanela, diurese, mucosas, pele,...)
• Vigilância (estado pré - convulsivo)
22
Saúde Infanto-Juvenil
Mecanismos de perda de calor no RN
Evaporação
Perda de calor através da pele húmida e quente
Exemplo: durante o parto (líquido amniótico), banho o RN prematuro apresenta perdas
muito mais severas por evaporação através da peleevaporação através da pele.
Prevenção: Secagem eficaz do RN imediatamente após o parto e após o banho, administrar
O2 sempre aquecido e humidificado, humidificar o ambiente
Convecção
Perda de calor através do movimento do armovimento do ar (correntes de convecção)
Exemplo: Jactos de O2 directamente na face/ cabeça do RN, portas abertas, correntes de ar,
ar condicionado,...
Prevenção: Bloco de partos, salas e enfermarias aquecidas, evitar portas abertas,
administrar O2 humidificado e aquecido, pré- aquecer as incubadoras, usar barreiras isolantes
de possíveis correntes de ar,...
Condução:
Transferência de calor de um objecto para outro através do contacto directocontacto directo.
Exemplo: Colocar o RN numa superfície fria, utilização de cobertores e roupa frias,
estetoscópios frios, placas de RX, mãos frias,...
Prevenção: Colocar nas superfícies (balanças, bancadas) uma protecção aquecida. Utilizar
roupa aquecida, lavar as mãos com água quente,...
Radiação
Transferência de calor do RN para as superfícies envolventes. As perdas são proporcionais à
diferença das temperaturas das superfíciesdiferença das temperaturas das superfícies, independentemente da temperatura e circulação
do ar.
Exemplo: Perda de calor do RN para as paredes mais frias da incubadora
Prevenção: Pré- aquecer a incubadora. Não colocar incubadoras, berços, camas perto de
paredes, janelas
23
Saúde Infanto-Juvenil
Índice de Apgar
O Índice de Apgar é um método de avaliação da vitalidade do RN
O índice traduz a adaptação de cada RN à vida extra – uterina
24
Saúde Infanto-Juvenil
Seja bem-vindo bebé!
Cuidados de enfermagem ao RN/Família
• Acolhimento adequado da família grávida
• Promover um ambiente amigo do RN/Família
• Minimizar potenciais fontes geradoras de mal – estar (níveis de ruído, luzes intensas
dispensáveis, linguagem codificada e indecifrável,...)
• Adopção, por parte dos profissionais de saúde, de comportamentos e atitudes
empáticos e facilitadores
• Promover a presença do Pai (ou pessoa significativa) junto da Mãe, antes, durante e
após o parto
• Facilitar a informação sobre os direitos e deveres consignados na legislação, relativos
aos utentes e profissionais, promovendo o seu exercício de cidadania
Avaliação e cuidados de enfermagem imediatos ao RN (I)
Cuidados prestados pela Enfermeira - parteira, num primeiro tempo que tem início com a
exteriorização da cabeça/ corpo e termina com a laqueação do cordão umbilical
• Desobstrução das vias aéreas superiores (muco, líquido amniótico, sangue,...) por
expressão da face e do tórax – manter o RN oxigenado.
• Aspiração da orofaringe, qd. necessária
• Secagem do RN com pano aquecido, de modo a evitar perdas de calor
• Colocação do bebé sobre o abdómen da mãe, favorecendo o contacto físico imediato
(aquecimento, vínculo, colocação à mama,..)
• Laqueação do cordão umbilical
• Determinação do Índice de Apgar ao 1º minuto
• Identificação com pulseira à vista da mãe/ pai
25
Saúde Infanto-Juvenil
Sinais de hipoventilação no RN (SDR)
• Cianose
• Gemido inspiratório
• Adejo nasal
• Dificuldade respiratória
• Retracção intercostal e/ou subesternal
• Recusa alimentar
Cuidados de enfermagem imediatos ao RN (II)
Cuidados prestados pela Enfermeira, num segundo tempo:
• Determinação do Índice de Apgar ao 5 e 10 mn
• Avaliação global do RN
• Despiste de eventuais malformações não imediatamente perceptíveis
• Administração de vitamina K (0,5 a 1 mg, conforme peso) na coxa esquerda
• Administração de gotas oftálmicas
• Pesagem
• Banho (se indicado, situações muito específicas)
• A primeira vez que o bebé é colocado à mama
• Facilitação na presença participativa do Pai
26
Saúde Infanto-Juvenil
Cuidados de enfermagem imediatos ao (III)
Material necessário e devidamente preparado:
• Vitamina K
• Colírio
• Roupa aquecida
• Compressas esterilizadas
• Luvas
• Balança devidamente calibrada
• Material de ressuscitação funcionante
Cuidados de enfermagem imediatos ao RN (IV)
Outros Procedimentos
Preparação da sala de partos:
• Temperatura ambiente
• Iluminação
• Manutenção de um ambiente anti – stressante
• Bancada de trabalho sob fonte de calor radiante
27
Saúde Infanto-Juvenil
Cuidados de enfermagem imediatos ao RN (V)
Outros Procedimentos
Registos:
• Data e hora do parto
• Identificação do RN
• Sexo do RN
• Tipo de parto
• Índice de Apgar e peso
• Medicação administrada à mãe e ao RN
• Micções e/ou dejecções do RN
• Anomalias detectadas durante a observação
O RN precisa de tempo para estabilizar.
Nas primeiras 6 a 12 horas após o nascimento o RN pode apresentar uma grande labilidade
térmica, dificuldade na adaptação à mama, alguma descoordenação nos reflexos de sucção e
deglutição.
28
Saúde Infanto-Juvenil
Classificação do RN em função da idade gestacional
A avaliação da idade gestacional é fundamental para o planeamento dos cuidados ao RN.
Permite antecipar situações de risco e prevenir ou minimizar alguns problemas decorrentes
ou relacionados com a idade gestacional, prestando os cuidados adequados.
Determinação clínica da idade gestacional
A determinação clínica da idade gestacional obedece às seguintes regras:
1º
Confrontação da idade cronológica da gravidez com a determinada pelo aspecto morfológico
do RN e da sua maturação neurológica.
2º
Os critérios morfológicos baseiam-se em 9 sinais:
• Vernix caseoso
• Cor e transparência da pele
• O lanugo
• A espessura da pele
• As estrias plantares
• O cabelo
• O pavilhão auricular
• O diâmetro do mamilo
• O aspecto dos órgãos genitais
29
Saúde Infanto-Juvenil
3º
Os critérios neurológicos para a avaliação da maturação
Manobras cujas respostas se vão modificando à medida que progride a idade gestacional e
permitem avaliar o tónus passivo do RN:
• Ângulo pé-perna;
• Ângulo popliteu;
• Manobra do calcanhar à orelha;
• Retorno em flexão do antebraço;
• Sinal do abraço
E ainda se associam os seguintes critérios:
• Tónus activo
• Sucção
• Reflexo dos pontos cardinais
• Reflexo de Moro
• Alongamento cruzado
• Reflexo de preensão
• Marcha automática
O tónus passivo é responsável pela postura.
O RN está completamente hipotónico às 28 semanas
O tónus progride numa direcção caudacefálica que vai determinar uma postura tónica, em
flexão, no RN de termo.
Às 34 semanas de gestação é típica a postura em batráquio
Os reflexos arcaicos estão presentes às 28 semanas de gestação embora a sua expressão
dependa do tónus activo
Antes das 34 semanas o reflexo de Moro é incompleto
Para melhor compreensão consultar anexo…
30
Saúde Infanto-Juvenil
Escalas de avaliação da idade gestacional
Ballard e Dubowitz criaram escalas de avaliação da idade gestacional
31
Saúde Infanto-Juvenil
Classificação do RN
Em função Idade gestacional
• RN de termo: o RN cujo parto ocorreu entre 37 a 41 semanas e 6 dias de gestação
• Pré-termo ou prematuro: o RN com menos de 37 semanas completas de gestação
• Pós-termo ou pós-maturo: o RN com 42 semanas completas ou mais de gestação
Em função do Peso
• RN de baixo peso: o RN com peso inferior a 2500 gramas
• RN de muito baixo peso: o RN com peso inferior a 1500 gramas
• RN de muitíssimo baixo peso: o RN com peso inferior a 1000 gramas
• RN normossomático: o RN com peso entre 2500 e 4000 gramas
• RN macrossomático: o RN com peso superior a 4000 gramas
Em função do peso e da idade gestacional
• RN com peso apropriado para a idade gestacional (AiG): o RN cujo peso se situa entre o
percentil 10 (P10) e o percentil 90 (P90) para a respectiva idade gestacional nas curvas
de crescimento intra- uterino
• RN com peso leve para a idade de gestação (LiG): o RN cujo peso de nascimento se situa
abaixo do P10 nas curvas de crescimento intra- uterino
• RN com peso elevado para a idade gestacional (PiG): o RN cujo peso se situa acima do
P90 nas curvas de crescimento intra- uterino
• LiG é o RN leve para a idade, sendo sinónimo de ACIU
33
Saúde Infanto-Juvenil
Curvas de crescimento intra-uterino
O crescimento é um importante indicador
do bem-estar de uma criança ou adolescente.
Factores associados ao crescimento:
• Influência genética
• Factores de ordem social/ económica
• Educação/ informação
• Factores de ordem psicológica
• Presença de doença (crónica ou aguda)
• ...
A monitorização da somatometria é um dos procedimentos integrantes das consultas de
vigilância de saúde infantil e juvenil.
Portugal utiliza as curvas internacionais do National Centre for Health and Statistics (NCHS)
São utilizadas desde 1981
Os dados em que se baseiam são periodicamente actualizados levando ao desenho de novas
curvas
A última versão está incluída nos BSIJ de 2005
As curvas da relação peso-estatura foram substituídas pelas curvas do IMC
As curvas do IMC permitem monitorizar o estado de nutrição, identificando não só as
crianças já obesas mas também aquelas em risco de virem a sê-lo.
A leitura do desvio deve ter em conta os períodos de deposição fisiológica de gordura – 1º
ano de vida e pré-puberdade.
IMC = Peso (Kg) / Estatura (m)2
Excesso de peso – IMC entre o percentil 85 e 95 para a idade e sexo
Obesidade – IMC acima do percentil 95 para a idade e sexo
34
Saúde Infanto-Juvenil
Padrão de sono e vigília do RN
O padrão de alternância sono/ vigília do RN é muito diferente do adulto.
É menos nítido sendo constituído por uma sucessão de estádios que se multiplicam ao longo
das 24 horas.
Esta alternância constitui o ritmo circadiano mais importante, sendo regulada por estruturas
nervosas complexas.
O padrão de sono/ vigília do RN compreende cinco estádios.
Os estádios de sono e os períodos de actividade são influenciados pelos estímulos
ambientais.
Em média, o RN dorme 16 a 19 horas por dia (24 h).
Estádio/ comportamento
Sono Regular/ Profundo:
- Respiração regular
- Olhos fechados
- Sem actividade espontânea
- Contracções musculares súbitas (estremecer) que se repetem regularmente
Duração: 4 a 5 horas/dia; 10 a 20 minutos/ciclo de sono
Sono Irregular / Leve:
- Olhos fechados
- Movimentos rápidos dos olhos
- Baixo nível de actividade
- Respiração irregular
- Contracções musculares, sobressaltos
- Movimentos de sucção
- Pode abrir e fechar os olhos
Duração: 12 a 15 horas/dia, 20 a 45 minutos/ciclo de sono
37
Saúde Infanto-Juvenil
Sonolência:
- Os olhos podem estar abertos
- Nível de actividade variável
- Reactividade aos estímulos sensoriais
- Respostas com alguma lentidão
- Os movimentos são geralmente muito serenos.
- Parece estar “atordoado”, ainda não disponível
Duração: Períodos variáveis
Alerta
- Actividade motora reduzida ao mínimo
- Atento ao meio envolvente
- O olhar procura os estímulos visuais ou sonoros
Duração : 2 a 3 horas/ dia
Alerta com actividade
- Olhos abertos
- Actividade motora considerável
- Movimentos bruscos das extremidades
- Reactivo aos estímulos, aumentando a actividade
Choro:
- Choro intenso, vigoroso difícil de parar
- Actividade motora intensa e descoordenada
Duração: 1 a 4 horas/ dia
38
Saúde Infanto-Juvenil
Factores ambientais e comportamentais que podem influenciar o sono do RN
Dificultam o sono:
• Luz excessiva
• Ruído
• Calor
• Frio
• Estímulos em excesso
• Desconforto (fome, fralda molhada, dor,...)
• Choro
• Pouco respeito por esta necessidade primária
• ...
Facilitam o sono do RN
• Luz filtrada
• Ausência de ruídos
• Ambiente termicamente neutro
• Bebé confortável
• Embalo
• Sons baixos e reconhecíveis (voz da mãe, música suave,...)
• Deitar em decúbito dorsal
• Evitar o decúbito ventral (excepto se ma mãe estiver por perto e atenta)
39
Saúde Infanto-Juvenil
Dificuldades e transtornos do sono no RN
São na maioria das vezes benignos
Constituem indicadores de algum sofrimento, mal-estar do RN/lactente/família
As alterações do sono estão relacionadas com factores muito diferentes.
As alterações do sono interferem com o crescimento e desenvolvimento do RN, tem
repercussões na maturação neuronal e no aumento e/ou diminuição da produção hormonal.
40
Saúde Infanto-Juvenil
Observação/ avaliação do RN na enfermaria
A avaliação assenta em três áreas:
• Física (MORFOLOGIA)
• Comportamental
• Neurológica
O primeiro parâmetro a ser observado é a Postura do Recém-nascido
Avaliação Física:
• Sinais vitais
• Tempo de recolocação dos tecidos
• Somatometria (peso, comprimento, perímetro cefálico...)
A determinação da idade gestacional deve ser confrontada com a indicada pela história da
gravidez, permitindo, em associação com a determinação do peso, a classificação do RN em
relação à idade gestacional e peso: pré-termo, termo, Pós-termo, LiG, PiG, AiG.
Medidas de crescimento (antropométricas):
• Peso
• Comprimento
• Perímetro cefálico
• Perímetro torácico
• Comprimento dos membros
•....
41
Saúde Infanto-Juvenil
A importância dessas medições e a sua interpretação:
• Os dados referentes às medições não devem ser usados isoladamente para diagnosticar
doenças, mas permitem identificar crianças que se afastam dos padrões habituais
• Estas medições devem ser registadas com rigor, e comparadas com dados de referência (C.
de Percentil)
• As crianças que se situam acima do P95 ou abaixo do P5 devem ser vigiadas com particular
cuidado
• Há que ter sempre em conta a história familiar e progressão de cada criança.
Nota: um dado isolado não tem qualquer importância
Há que ter sempre em conta que:
• São fundamentais as curvas de evolução do peso, comprimento e do perímetro cefálico
• São mais significativas as mudanças bruscas dessas curvas do que os valores absolutos de
peso, comprimento/ altura e perímetro cefálico
• As mudanças são menos significativas entre os percentis 25 e75
• As crianças abaixo do percentil 5 e acima do 95 requerem maior vigilância
• A relação peso/ altura é importante para avaliar o estado de nutrição
• Estes dados só são significativos se associados com a história clínica da criança
Comprimento
• Até aos 24 meses a criança deve ser medida em decúbito dorsal, apoiada numa superfície
rígida protegida, utilizando uma craveira
• Ter em conta a posição normalmente flectida do RN
• A medição deve ser feita por duas pessoas
• Segurar a cabeça na linha média, encostada ao topo fixo
• Unir e empurrar delicadamente os joelhos para baixo, estendendo as pernas
• Colocar a superfície amovível da craveira firmemente contra os calcanhares
42
Saúde Infanto-Juvenil
Peso
• Balança apropriada/ precisão de 10 gr
• Colocar resguardo descartável na balança e assegurar que esta está devidamente calibrada
• Manter temperatura ambiente adequada
• Em nenhuma circunstância deixar o RN/ lactente/criança sozinho na balança
Perímetro cefálico
• O perímetro cefálico é avaliado com uma fita métrica flexível não elástica ou de material
que distenda
• A fita é bem ajustada ao maior diâmetro da
cabeça
• Passa por cima das sobrancelhas, por cima
da inserção dos pavilhões auriculares e pela
proeminência occipital
• Deve estar suficientemente ajustada para
achatar o cabelo
• Devem ser feitas 3 medições consecutivas,
registando-se a de maior diâmetro
• AS MEDIÇÕES DEVEM SER SEMPRE REGISTADAS NAS TABELAS DE REGISTO DE
CRESCIMENTO
• EXPLICAR SEMPRE AOS PAIS OS PROCEDIMENTOS E A SUA IMPORTÂNCIA
• LAVAR SEMPRE AS MÃOS
X ERROS MAIS FREQUENTES:
• Balança não aferida
• Medições determinadas em horas diferentes, mudança de balança.
• Má técnica
• RN agitado, vestido/ despido
43
Saúde Infanto-Juvenil
Características físicas e comportamentais do RN
As primeiras 24 horas:
Período de reactividade (6 a 8 horas após o parto)
• O RN nos 30 minutos seguintes está em estado de alerta
• Fr – 40/60 ciclos/ minuto, podendo ultrapassar
• Fc – 160 batimentos /minuto, podendo ultrapassar
• Peristaltismo activo
• Secreções abundantes
Momento óptimo para:
• Pais e filhos estarem juntos
• Colocar o RN à mama
• Promover um ambiente acolhedor e de intimidade
• O enfermeiro embora presente e vigilante não deve ser demasiado intrusivo
Após este período segue-se um estádio de sonolência que se caracteriza por:
• Fc – diminuição
• Fr – diminuição
• Temperatura corporal baixa
• Produção de muco reduzida
• RN dorme, está tranquilo
Segundo período de reactividade:
• O RN acorda, fica activo
• Fc – aumento
• Fr -- aumento
• Disponível para interagir
44
Saúde Infanto-Juvenil
Família
Definições:
Família é um contexto natural para:
Crescer
Família é complexidade
Família é teia de laços sanguíneos e,
Sobretudo de laços afectivos
Família gera amor, gera sofrimentos
A Família vive-se
Conhece-se. Reconhece-se
Ana Paula Relvas
É família
“…um grupo de pessoas que vivem juntas ou em contacto íntimo, que cuidam uns dos outros
e orientam aqueles que delas dependem”
Wood in Pattersan (1995)
“…é constituída por três grupos geracionais cujos indivíduos possuem laços emocionais
próximos e vão ao encontro das necessidades uns dos outros e do sistema familiar.”
Gillis e outros in Newby (1996)
Numa perspectiva sístemica
“… É um todo uno e complexo, uma unidade de corpos separados, com sentimentos de
pertença, com uma identidade e uma capacidade auto-organizativa.”
Os seus subsistema: o individual, o parental o conjugal e o fraternal organizam-se através de
uma estrutura de relações onde se definem as papéis e as funções dos seus membros.
A forma específica como essa organização é concretizada, o seu conteúdo é único em cada
família.
Considerando a sua inserção, no meio, comunidade e sociedade, e família está sujeita a força
internas e externas de acordo com o grau de abertura que possui em relação a esse meio, em
determinando momento.”
Relvas (1996)
45
Consultar Anexo 3 e 4
Saúde Infanto-Juvenil
Definição de termos da teoria geral dos sistemas
Sistemas:
Uma unidade organizada que interageinterage, constituída por partes interdependentes entre si, que
existem ao longo do tempo. O sistema age como um todo; a disfunção ou a mudança de umaO sistema age como um todo; a disfunção ou a mudança de uma
parte ocasiona perturbação no sistema.parte ocasiona perturbação no sistema. O sistema é pois, algo em desenvolvimento, não é
estático ex: o sistema legal, o ser humano, o sistema respiratório.
Se considerar-mos a família um sistema…
Ex.: Pai, pode ser um sistema isolado, mas em
relação à família é um subsistema.
Temos então sistemas, subsistemas e supra-
sistemas.
Estes sistemas são dinâmicos e estão sempre em
interacção. No entanto cada um é individual.
Existe uma barreira que os individualiza. Ex.: em cada sociedade existem regras diferentes
que a individualizam.
A barreira não só confere individualidade como também é ela que permite a interacção com
o exterior, fazendo com que existam permanentemente trocas com o exterior.
Na perspectiva sistémica para que um sistema sobreviva tem de interagir com o exterior.
46
Saúde Infanto-Juvenil
Suprasistema:
São os ambientes mais amplos, envolventes, externos, dos quais o sistema faz parte. Estes
ambientes interagem o sistema num processo de trocos-dar e receber.
Subsistema:
São as partes componentes do sistema, mais pequenos, internos que interagem entre si e
que definem o sistema.
Estrutura:
É a organização, o arranjo das partes componentes, quer do sistema, subsistema ou
suprasistema.
Função:
Propósitos e metas manifestadas pelas actividades, necessárias para assegurar o
sobrevivência, continuidade e crescimento do sistema.
Equilíbrio:
É o balanço, equilíbrio entre as partes que compõem o sistema uma relação balanceada das
partes que não está dependente de nenhum ponto fixo ou nível e que não necessidade do
sistema mudam.
47
Saúde Infanto-Juvenil
Grau de abertura:
Referes a extensão de interacção ou troca de energia com o ambiente envolvente
suprasistema. Um sistema aberto e caracterizada como aquele em que existe uma troca de
informação entre o ambiente o sistema. Todos os sistemas vivos são abertos.
Fronteira:
Cada sistema é rodeado por uma discreta fronteira que o separa de outros sistemas no
ambiente e ajuda a estabelecer a identidade própria do sistema. A fronteira, contudo, não é
estanque: é porosa, permitindo assim uma troca constante de informação ou energia entre o
sistema e o seu ambiente. O sistema regula essa troca (troca e interacções) e mantém a
estabilidade seleccionando input do ambiente ou output para o ambiente. A fronteira pode ser
mais ou menos tangível e visível ex: corpo humano (pele), sistema cognitivo, comunidade
Output:
Informação, matéria ou energia que o ambiente fornece ao sistema como resultado do
processamento. O comportamento do sistema.
Input:
Informação, matéria ou energia que o ambiente fornece ao sistema para processamento.
Feedback:
O processo que permite ao sistema auto-regular-se. Envolve receber o responder ao input
que resulta do próprio output do sistema.
Stressor:
Qualquer estímulo que produz stress.
Stress:
Qualquer resposta a um stressor que impede ou cria obstáculos a manutenção do equilíbrio.
Qualquer exigência que colocada, quer social quer de desenvolvimento, cultural ou fisiológico,
requer uma resposta.
48
Saúde Infanto-Juvenil
Stress é:
“O processo de ajustamento a circunstâncias disruptivas, ou que ameaçam sê-lo, do
equilíbrio de uma pessoa.”
Bolander (1998)
Stressores: são estímulos causadores de stress:
O impacto do stress na pessoa e na família depende.
• Da percepção que a pessoa/família tem dos mesmos
• Do significado que lhe atribui
• Da competência que reconhece em si pessoa/família para interagir com eles.
CHALIFOUR (1989)
A Crise ou estado de desequilíbrio surge na família quando o tipo, número de exigência ou
mudanças excede as capacidades da família.
“CRISE é ocasião (de mudança) e risco (de disfuncionamento) ”
Relvas 1996
Crise é “perigo” e “sorte”, ou seja, é uma oportunidade de ganhar competências e de
crescimento e desenvolvimento.
Crises
• Matuncionais – ter um 1º filho, ter um filho na adolescência, etc.
• Situacionais – Algo repentino ao qual a família tem de dar uma resposta de imediato.
Umas previstas, outras imprevistas, a família não está à espera, uma doença, uma
morte, um acidente.
49
Saúde Infanto-Juvenil
-» As exigências da família: Fontes de stress
˚ Factores stressantes
˚ Pressões
˚ Aborrecimento
-» Capacidades da família: recursos e resistência
˚ Recursos
˚ Saber lidar – estratégias.
-» Significados: o poder das percepções familiares
˚ Situações stressantes
˚ Identidade familiar
˚ Como a família percebe o mundo
50
Saúde Infanto-Juvenil
Coping: capacidade de lidar com o stress
51
Presença de factores de equilíbrio
Ausência de um ou mais factores de equilíbrio
Percepção realista do acontecimento Percepção disturada
do acontecimento
Adequado suporte na situação Inadequado suporte
na situação
e/ou
Resolução do problema
Restauração do equilíbrio
Inadequado mecanismo de “coping”
Resultam em
Problema não resolvido
Ausência de criseContinuação do equilíbrio
Crise
Resultam em
Organismo Humano
Estado de equilíbrio
Acontecimento gerador de tensão Acontecimento gerador de tensão
Estado de desequilíbrio
Necessidade de restaurar o equilíbrio
Nós enfermeiros somos um factor de equilíbrio,
sendo um organismo suporte
Saúde Infanto-Juvenil
Apego: Vinculação
Vinculação
(Criar laços)
↙ ↘
Pessoas Objectivos
Animais
Plantas
↙
Permite desenvolvimento de pertença
amar-se amado
Permite desenvolvimento das
competências
↓
Desenvolvimento da auto-estima
Etapas do afeiçoamento
˚ Planeamento da gravidez
˚ Confirmação da gravidez
˚ Aceitação da gravidez
˚ Movimentos fetais
˚ Aceitação do feto como um indivíduo
˚ Nascimento
˚ Ouvir e ver a criança
˚ Tocar e segurar a criança
˚ Cuidar
(KLAUS E KENNEL)
Ronning In: o bebé fica ao pé da mãe
52
Saúde Infanto-Juvenil
Interacções Mãe/Filhos e Filhos/Mãe que podem ocorrer simultaneamente nos primeiros
dias da vida (Esquema)
Mãe → Filho Filho → Mãe˚ Toca
˚ Olha nos olhos
˚ Voz aguda
˚ Envolvimento
˚ Disponibilidade
˚ Linfócitos T+B
˚ Flora bacteriana
˚ Odor
˚ Choro
˚ Ocitocina
˚ Prolactina
˚ Odor
˚ Macrófagos
˚ Envolvimento
53
Saúde Infanto-Juvenil
Relação Precoce
Vinculação
↓ (attachment - 1958 Bowly)
Laço afectivo duma pessoa ou animais a outro individuo = Específico
Comportamento de vinculação
˚ Chupar
˚ Agarrar
˚ Seguir com o olhar
˚ Chorar
˚ Sorrir
EMDE (1959)
Observou que:
± 38’ na 1º hora (Estado alerta)
Tem preferências visuais, vira a cabeça na direcção dos sons e palavras, e move-se o
ritmo da voz da mãe.
Momento Ideal para 1º encontro mãe/filho e travar conhecimento com os pais
54
Saúde Infanto-Juvenil
Factores que influenciam o relacionamento Mãe/Filhos
Características Pessoas
˚ Relacionamento da mãe com os próprios pais
˚ Experiências prévias com criança (sentes mais vontade quando já comunico com
criança, contacto…)
˚ Passado étnico e cultural
˚ Nível de desenvolvimento e idade
Factores Precedentes ao Parto
˚ Concepção planeamento
˚ Aceitação da gravidez como acontecimento positivo
˚ Apoio recebido da família e dos amigos
˚ Saúde durante a gravidez
Factores Durante o Parto
˚ Grau de participação activa durante o trabalho do parto e o parto
˚ Quantidade de analgesia e anestesia que recebeu
˚ Tipo de parto (vaginal ou cesareo)
˚ Pessoas presentes para dar apoio
Factores Pós-parto
˚ Saúde e resposta da mãe
˚ Saúde da mãe
˚ Tipo para dar início ao contacto entre a mãe e a criança
˚ Oportunidade para dar continuidade a este contacto e ao cuidado à criança
˚ O apoio significativo de outros
˚ Tácticas dos profissionais em dar instruções, consultas e apoio
55
Saúde Infanto-Juvenil
O que fazer para promover a vinculação
Na gravidez
˚ Informar das competências do bebé (de forma oportuna e sensível)
˚ Comunicação com o bebé (falar, contar historias, quando a mãe se envolve em
discussões deve tranquilizar o bebé, festinhas na barriga, etc.)
˚ Oferecer suporte físico e emocional (clarificar/estar presente)
˚ Sugerir estimulação ao bebé (mexer na barriga, colocar música,…)
˚ Facultar o ouvir dos batimentos cardio-fetais
˚ Facultar a visualização do bebé (eco)
˚ Estimular a participação do pai nas consultas
˚ Ensino de como cuidar do bebé
˚ Criar um ambiente favorecedor de uma relação de confiança (que os pais consigam
dizer abertamente as suas dúvidas, os seus medos,…)
˚ Respeitar os valores culturais, éticos e respectivas crenças do casal.
˚ Se existem irmãos à que envolve-los e incentiva-los a ir às consultas também
No parto
˚ Respeito pelo processo natural de parir
˚ Favorecer a presença da pessoa significativa
Estar disponível no acompanhamento do trabalho de parto (criar ambiente favorável:
música suave, luz leve,… 1)
˚ Favorecer o 1º contacto pais/bebé
Não há bebés mimados de mais – caguem-se no que as velhas dizem… vocês é que
sabem!
56
Saúde Infanto-Juvenil
Depois do parto
˚ Ambos os pais estarem presentes no parto
˚ Contacto pele a pele (se possível amamentar logo2)
˚ Promover a privacidade pais/bebé
˚ Ajudar a mãe a cuidar do bebé promovendo o roming-in
˚ Promover a alta precoce do RN/Mãe
˚ Dar apoio domiciliário (1ª semana de vida)
Vigilância de saúde do bebé e da mãe (cuidados anticipatórios3 – diz-se à mãe
antecipadamente as competências/riscos que o bebé possa correr na seguinte fase da sua vida
e assim ela fica alerta para essas modificações).
˚ Massagem /toque no bebé (o toque é muito importante para a vinculação, não há
nada melhor que um colinho e mimo)
1 A ocitocina é a hormona responsável pelo trabalho de parto. A adrenalina e o medo inibem
a sua produção, como tal é muito importante que a mulher esteja à vontade, como tal há que
criar um ambiente favorecedor.2 Vai facilitar a equitadura porque ao estimular o mamilo leva a um aumento da produção de
ocitocina 3 Amamentação, preparação para casa, onde colocar o berço, sair com os amigos, etc.
57
Saúde Infanto-Juvenil
Aleitamento Materno
Está provado que os bebés que se alimentam de leite materno, este aumenta em 3 a 5
vezes o QI do bebé do que aqueles que são alimentados com leite artificial.
Algumas vantagens do aleitamento materno
Adaptação à espécie humana (leite homólogo)
Adequação de todos os nutrientes
Composição tissular e metabólica correcta
Ganho ponderal equilibrado
A prazo: menos doenças de sobrecarga no adulto (obesidade, hipertensão e aterosclerose)
Menor incidência de anemia ferropénica
Adaptação digestiva a metabólica
Melhor aproveitamento dos nutrientes
Melhor absorção e digestão
Menor sobrecarga proteica renal
Menor incidência de bolçar e de cólicas
Menor incidência de vómitos e de diarreia
58
Saúde Infanto-Juvenil
Protecção anti-infecciosa
Existência de factores anti-infecciosos
Imunidade de “porta-de-entrada” (IgA secretora) ↗
Protecção anti-alérgica
Proteínas homólogas (Menor incidência de asma, polinose, sinusite, eczema, colite, etc)
Reforço da relação psico-afectiva mãe/filho
Segurança, comodidade e economia
Fresco, não contaminado
Não há erros de cálculo
Temperatura adequada
Pronto em qualquer lugar
Não custa dinheiro
Para a mãe
Evolução uterina mais rápida
Menor incidência de cancro da mama
Espaçamento das gravidezes
Gratificação psico-afectiva
Mais prático
O leite modifica-se ao longo da mamada. No início da mamada tem umas características, no meio da mamada tem outra e no fim da mamada tem ainda outra. Esta última é a que contém mais lípidos que asseguram a saciedade do bebé.
Deve dar-se a mesma mama até ter acabado completamente o leite senão o bebé não apanha esta última fase do leite que é o mais improtante.
1º leite = colostro = rico em IgA que fornece imunidade ao RN2º leite = transitório3º leite = maduroA composição do leite materno vai também mudando de composição ao longo dos meses
de amamentação.
59
Menor incidência de gastroenterites e de infecções respiratórias
Saúde Infanto-Juvenil
Contra indicações ao A.M.
Mãe
˚ Doenças graves ou debilitantes
˚ Infecções agudas
˚ Psicoses e neuroses graves
˚ Mastites (infecção da mama) graves com abcessos
˚ Mamilos mal formados (nem sempre)
˚ Ingestão de alguns medicamentos e ou álcool (por exemplo quem faz quimioterapia,
a terapêutica é tóxica e essa toxicidade vai passar para o bebé)
˚ Toxicodependência (as mães toxicodependentes durante a gravidez, aquando do
nascimento o bebé vai ter sindroma de abstinência)
O álcool é a droga mais agressiva para o bebé; pode provocar mal formações fetais; mata
células nervosas e germinativas; pode causar infertilidade e demências.
Café e chá preto causam taquicárdia ao bebé.
Bebé
˚ Doenças metabólicas (galactosemia)
˚ Impossibilidade de sucção eficaz:
˚ Pré-termo
˚ Lábio leporino (deformação do lábio que lembra o lábio fendido da lebre)
˚ Fenda palatina (palato aberto)
˚ Cardiopatia congénita grave
Nota: β-lactoglobulina é a responsável pela maioria das alergias ao leite de vaca.
60
Saúde Infanto-Juvenil
Factores de declínio do aleitamento materno
Sociais
˚ Urbanização
˚ Família nuclear
˚ Menos apoio familiar (avós)
˚ Trabalho profissional da mulher fora de casa
˚ Precariedade laboral
˚ Não cumprimento da legislação
Culturais
˚ Significado da mama como símbolo sexual
˚ Conceitos equívocos sobre repercussão na estética e nas relações sexuais
˚ Papel negativo do cônjuge
˚ Pudor de amamentar em público
˚ Falsa relação com a emancipação feminina
˚ Imitação de grupos de referência (classes sociais mais favorecidas, médicas,
enfermeiras)
Atitudes dos profissionais de saúde
˚ Supremacia da medicina individualizada, curativa e halopática (doença em relação o
sal)
˚ Lacunas na formação dos profissionais por desinteresse ou não reconhecimento da
importância
˚ Indiferença e por vezes oposição ao aleitamento materno
˚ Pouco investimento nos cuidados anticipatórios
61
Saúde Infanto-Juvenil
Organização dos serviços de saúde
˚ “racionalismo” exagerado
˚ Rotinas rígidas sem comprovação científica
˚ Falsos conceitos de assépsia
˚ Manutenção dos RN em berçários
˚ 1ª mamada tardia e horários rígidos
˚ Recurso fácil e exagerado aos suplementos de leites comerciais
˚ Desconhecimento do código de ética de comercialização dos substitutos do leite
materno.
Atitude dos produtores e comercializantes
˚ “agressividade” de práticas promocionais
˚ Influência da publicidade
˚ Comportamentos ligados à comercialização
Logo que o bebé nasce nas primeiras horas não tem muitas necessidades nutricionais.
Esta frase pois os médicos e as enfermeiras, mesmo que o bebé esteja a dormir acordam-no,
para o alimentar.
Após ~ 72 horas é que o leite chega às mamas. Até lá existe apenas o colostro.
62
Saúde Infanto-Juvenil
Crescimento e desenvolvimento mamário
Mamogénese
Desde a puberdade que existe uma produção das várias hormonas da reprodução…
↓
Inicio da gravidez → (aumento da produção de estrogénio)
↓ (dá-se durante a gravidez)
Arborização dos canais (como que um aumento de tamanho)
Lactogénese
Parto
↓
Baixam os níveis de estrogénio e progesterona
Aumentam os níveis de prolactina e cortisol → Lactação
Aumentam os níveis de ocitocina → Facilita a remoção do leite pelo RN
“Saquinhos” – Tecido glandular ou àcinos
63
Saúde Infanto-Juvenil
A ocitocina é libertada pelo estímulo mamilar, provoca a contracção das células mioepiteliais
favorecendo a expulsão do leite.
64
Saúde Infanto-Juvenil
Galactopoiese
Manutenção da lactação estabelecida através da prolactina e ocitocina
Parto
↓
Diminuição dos níveis de Prolactina →
↓
Estímulo mamilar
↓
Aumento da produção de ocitocina e prolactina
Nota: Só após o aumento dos níveis de prolactina e que existe a “subida de leite”, ou seja, o
colostro passa a ser leite e este é produzido em maiores quantidades. (este processo pode levar
até 72h)
A manutenção da lactação depende também de:
˚ Mamada frequente e regular (o bebé é quem regula as mamadas, é ele próprio quem
vai estabelecer o seu horário)
˚ Prolactina e ocitocina
˚ Quantidade produzida igual à retirada
˚ Capacidade de armazenamento limitada → “Isto é treta” (Pataca, T. 2008)
˚ Dieta adequada
˚ Estado psicológico da mãe
65
(devido à expulsão da
placenta e membranas)
Saúde Infanto-Juvenil
As acções a desenvolver deverão visar o apoio às mães, para que possam ultrapassar
dificuldades e obstáculos, principalmente os que ocorrem nas primeiras semanas de vida, com
vista a prolongar a duração do aleitamento materno, de preferência exclusivo.
DIRECTIVAS DA OMS
“Duração do aleitamento materno”
Ideal 6 Meses
Bom 4 Meses (licença de parto)
Já muito desejável 3 Meses
Período crítico 3 Semanas
Muito importante Primeiros dias (valor do colostro)
Notas:
À 3ª semana dá-se o nome de período crítico pois é quando o leite de transição passa a leite
maduro, havendo mudanças nas características do leite.
É muito importante que o bebé mame pelo menos o colostro.
66
Saúde Infanto-Juvenil
Sindrome de Ansiedade/Insuficiência de lactação
69
Mamilo ferido
Dor Mamilo fissurado
Invasão bacteriana
Abcesso da mama
AnsiedadeIncertezaFalta de
interesse
Bebé com fome
Reflexo de ejecção
insuficiente
Congestão mamária
Dor
Insuficiência de lactação
Saúde Infanto-Juvenil
Medidas para a promoção do aleitamento materno
Antes do nascimento
˚ Educar e informar – jovens, lideres de opinião, grávidas, etc
˚ Preparação para o aleitamento materno (emocional, cuidados com os seios, etc)
˚ Nutrição adequada
˚ Cuidados antecipatórios em relação a eventuais dificuldades na amamentação
Parto e primeiros dias na maternidade
˚ Evitar fadiga – ansiedade – dor (reflexo de inibição da ejecção do leite)
˚ Ambiente calmo e acolhedor
˚ Não usar medicamentos desnecessários
˚ Ir ao peito precocemente
˚ Permanência do RN junto da mãe
˚ Mamada com horários flexíveis
˚ Não dar soro, água ou suplementos sem indicação expressa
˚ Atitude envolvente e disponível dos profissionais
Primeiros meses de vida
˚ Encorajar, motivar, ajudar
˚ Visitação domiciliária precoce logo após e saída da maternidade (período crítico)
˚ Continuação da atitude antecipatória
˚ Ensinar a técnica da amamentação (posição, eructação, frequência e duração)
˚ Vida da mãe – tipo de vida e alimentação normal, medicamentos, hábitos sociais
˚ Apoio a dificuldades (gretas, mastite, menstruação, nova gravidez, etc.)
˚ Idade e prática do desmame
Notas: A área onde o bebé perde mais calor aquando do parto é na cabeça
Amamentar logo depois do parto ajuda no descolamento da placenta
Não utilizar toalhas para limpar os mamilos depois da mamada mas sim secar ao ar livre e à
luz. - Intervalos das consultas de rotina após o parto: 1 a 2 semanas
70
Saúde Infanto-Juvenil
Alimentação da Criança
Leite artificial adaptado
Idade Tipo de leiteAté aos 4-6 meses Leite para lactentes Leite 1
A partir dos 4-6 meses Leite de transição Leite 2Leite HA, AR ... Sob prescrição médica
Idade Tipo de leite
Até aos 4-6 mesesLeite para lactentes
Leite 1
Nan 1, Nutrilon 1, Aptamil
1, Enfalac1, S26 1 Gold (mais
completo, com agentes
probióticos para o intestino)
Enriquecidos com Ferro
A partir dos 4-6 mesesLeite de transição
Leite 2
Nan 2, Nutrilon 2, Aptamil
2, Enfalac 2, S26 Gold 2
Leite HA, AR ... Sob prescrição médica
Dentro marcas: anti-cólicas, anti-obstipante, anti-regurgitação, hipoalérgico, alergia ás
proteínas do leite vaca, leite de soja – dieta vegetariana, especificos para baixo peso – Aptamil
PDF, fórmula hiperproteica, ...
72
Saúde Infanto-Juvenil
Formulas infantis
Leites para prematuros e/ou RN baixo peso
• Leites para lactentes
• Leites de transição
• Leites de continuação e de crescimento
• Leites anti-regurgitação
• Leites para o desconforto digestivo
• Leites anti- obstipação
• Leites sem lactose
• Leites hipoalergénicos (hidrolisados parciais e hidrolisados extensos)
• Dieta semi-elementares
• Dietas elementares
• Preparados com proteínas de soja
• Suplementos ao aleitamento materno
Leites Anti-regurgitação
Utilizam-se no tratamento de crianças com refluxo gastroesofágico grave e
sintomático
• Contêm espessantes à base de amido de milho
• Actuam por se tornarem muito viscosos em meio ácido e a cerca de 37ºC (condições
presentes no lúmen gástrico)
Leites sem lactose
• Utilizado nas situações de intolerância congénita à lactose e na
galactosémia
• Intolerância adquirida á lactose (doença celíaca, gastroenterite
aguda, após medicações,...)
73
Saúde Infanto-Juvenil
Fórmulas hipoalergénicas
• Substituição de proteínas inteiras do leite de vaca por um
hidrolisado das mesmas, obtido por acção enzimática
• Tratamento de lactentes com alergia às proteínas do leite de
vaca (APLV)
• Prevenir ou adiar o aparecimento de sintomas atópicos em
indivíduos susceptíveis.
(nota: nenhuma fórmula é totalmente hipoalegénica)
Preparados com proteínas de soja
• As fórmulas à base de soja são alternativas comuns aos leites que se
baseiam no leite de vaca
• Utilizam-se nas crianças com APLV
• Não é muito utilizado na alimentação do RN (dietas vegetarianas)
Fórmulas semi-elementares e elementares
• Fórmulas em que os principais macro nutrientes, proteínas, lípidos e hidratos de
carbono, se encontram numa forma pré-digerida
• São fórmulas sem lactose
• Utilizam-se em doentes com comprometimento da função de digestão e de absorção
(doença infamatória intestinal).
Leites de transição
“Alimentos líquidos utilizados como parte de uma dieta diversificada,
comprovadamente adequados a lactentes entre os 4 e os 12 meses e crianças até aos
3 anos de idade”
“A fórmula ideal é aquela que permita que todo o lactente não amamentado, desabroche
todas as suas potencialidades (excepto as biologicamente nefastas - alergias...), de modo a
ser uma criança saudável e feliz e a vir a ser um adulto saudável e, se possível, feliz
também.”
Carmona da Mota
74
Saúde Infanto-Juvenil
Necessidades nutricionais da criança
110-120 kcal /kg /24 h nos primeiros 5 meses
Proteínas: 2,2g a 3g /kg / 24h até aos 6 meses
Água: 150 ml/kg/24h
O recém nascido pode perder até cerca de 10% do seu peso nos primeiros dias de vida (peso
recuperado nas primeiras 2 semanas)
A evolução ponderal é em média 150 a 210 g / semana nos primeiros 6
meses
Leite artificial adaptado
75
Saúde Infanto-Juvenil
Preparação de leites Adaptados
• Lavar bem as mãos antes de preparar o biberão
• Lavar o biberão, tetina, tampa e rosca com água quente e detergente (com ajuda de um
escovilhão)
• Colocar os mesmos num recipiente (panela/tacho) com água quente, ao lume a ferver,
durante cerca de 15’- 20’
• Depois de fervidos, retirar da água e colocar a escorrer, num local limpo
• Ferver num recipiente à parte, água para preparar o leite. Pode se ferver a água
necessária para todo o dia e guardar num recipiente fechado.
• Colocar no biberão apenas a quantidade de água fervida e, as medidas de leite em pó
prescritas (medidas rasas) e, agitar
• Se necessário aquecer o biberão em “banho maria” ou arrefecê-lo
em água corrente
• Verificar sempre a temperatura do leite, deitando algumas gotas na
parte anterior do pulso, antes de alimentar o bebé
• Nunca aproveitar leite que sobrou, nem voltar a aquecer
• Verificar regularmente o estado das tetinas, para evitar o perigo de engasgamento.
•
• O leite artificial é sempre uma segunda opção
• O leite artificial não é um substituto exacto do leite humano
• Aos Pais deve ser fornecida informação rigorosa sobre as diferenças qualitativas entre o LM
e o LA
• Tem de haver pelo menos uma razão que justifique alimentar o lactente com leite artificial
• A escolha do leite artificial pode estar relacionada com a mãe, com o lactente ou com ambos
•
76
Saúde Infanto-Juvenil
Causas que levam à adopção do leite adaptado
Relacionadas com a saúde da mãe
• Doença severa e incapacitante (cardiopatia, neoplasia,...)
• Medicação incompatível com o aleitamento materno
• Comportamentos aditivos ( álcool, drogas...)
• Mães portadoras de VIH
• Mães portadoras de outras doenças infecciosas (tuberculose,
hepatite B, sífilis,..)
• Circunstâncias socio-profissionais da mãe ( legislação- protecção à
maternidade)
• Por vontade expressa da mãe, após ser devidamente informada
Relacionadas com a saúde do lactente:
• O recém-nascido gravemente doente ou pré- termo pode, temporariamente, ser
alimentado com LA
• O lactente com doenças metabólicas pode ter de fazer uma alimentação específica
total ou parcialmente
• O lactente desidratado e mal nutrido pode temporariamente ter de fazer suplemento
de LA
A MASTITE NÃO É, POR NORMA, UMA CONTRA-INDICAÇÃO AO ALEITAMENTO MATERNO
77
Saúde Infanto-Juvenil
Ter em conta…
O comportamento alimentar do lactente
O biberão, o colo, a face, a voz e o mimo (componente emocional e vinculativo)
Um ambiente facilitador, sereno, sem pressas, de modo a ser apreciado por ambos,
“ambiente prazeroso”
O LACTENTE ESTÁ A INGERIR A QUANTIDADE SUFICIENTE DE LEITE?
Quando o bebé está a tomar LA em quantidade insuficiente:
• Aumento ponderal inferior ao padrão normal esperado
• Diminuição do débito urinário
• Pele seca, prega, fontanela anterior deprimida...
• Choro persistente
...
Quando o bebé está a alimentar-se em excesso:
• Bolsa em grande quantidade
• Vomita após a toma do LA
• Apresenta cólicas abdominais
• Ganho excessivo de peso
78
Saúde Infanto-Juvenil
Alimentar com seguranca
• Escolha a fórmula adequada à idade e características do lactente
• Verifique sempre o prazo de validade registada na embalagem
• Prepare o biberão de preferência imediatamente antes da toma
• Nunca guarde os restos de leite para a refeição seguinte
• É preferível não utilizar o microondas, aquecer em banho- maria
• Utilize sempre materiais (biberão, tetinas,...) que cumpram as especificações da
CEE
• Lavar o biberão imediatamente após a utilização.
80
Saúde Infanto-Juvenil
D iversificação alimentar no 1º Ano
• INTRODUÇÃO DA COLHER
• MOMENTO REFEIÇÃO
• O QUE COMER, COMO, QUANDO
81
Saúde Infanto-Juvenil
A partir dos 4/6 meses de vida o lactente está, preparado para aceitar alimentos sólidos:
• É um período sensível no paladar
• Diminuem as necessidades energéticas
• Aumentam as necessidades em ferro
• Dá-se a erupção dos dentes – facilita a mordedura e mastigação
• O lactente já tem maior controlo da cabeça e é capaz de se
sentar com apoio
• A introdução pode ter um início mais tardio em bebés com
antecedentes alérgicos
• Evitar a ingestão de proteínas em excesso (2g-1,5g-1g/kg/dia, conforme a idade)
• Restrição de sódio
• Restrição de sacarose e outros açucares de absorção rápida
• Refeições mais frequentes do que no adulto
• Garantir as necessidades em ferro e cálcio
• Introduzir os alimentos sólidos quando a criança estiver
com fome
• Começar a alimentar com colher (não dar papa ou puré
no biberão)
• Diminuir a quantidade de leite à medida que
aumenta a ingestão de alimentos sólidos
• Começar a introdução com pequenas quantidades
• Ter em conta os hábitos, os factores sócio- económicos e culturais da família
• Ter em conta a qualidade da relação pais/filho
82
Saúde Infanto-Juvenil
L actente alimentado a leite materno
• Até aos 6 meses – mama em exclusivo
• 6 Meses – puré de legumes + fruta
Papa láctea
Puré de legumes: inicia com batata + cenoura e vai juntando progressivamente
outros legumes (alface, agrião, feijão verde, espinafres, …)
Fruta: banana, maçã, pêra, melão, sumo de laranja
• 6,5 Meses – carne magra (borrego, frango, vitela)
• 7 Meses – peixe e gema de ovo (2 sopas/dia)
• 8 Meses – todas as frutas, excepto frutos secos
Lactente alimentado com leite adaptado
• 4 Meses - puré de legumes + fruta
papa láctea
Puré de legumes: inicia com batata + cenoura e vai juntando progressivamente
outros legumes
Fruta: banana, maçã, pêra, melão, sumo de laranja
• 5 Meses – carne magra (borrego, frango, vitela)
• 6 Meses – peixe e gema de ovo (2 sopas/dia)
• 7 Meses – todas as frutas, excepto frutos secos
• Clara de ovo – 9 -12 meses
depois 12 meses
• Leite de vaca – 1 ano
• Iogurte – 6 meses (iogurte natural magro – “à medida que os alimentos são introduzidos
na dieta alimentar a microflora intestinal torna-se também diversificada”)
• Iogurte – 10 meses (iogurte natural – “benefícios para a flora bacteriana mas presença
da proteína de leite não tratada”)
83
Saúde Infanto-Juvenil
Preparação do puré:
• Uma batata pequena (60g)
• Uma cenoura pequena (60g) ou abóbora
• Azeite (1 c/chá) após a cozedura
• Não adicionar sal até aos 12 meses
• Preparar com cerca de180- 200 ml de água
Confeccionar a sopa diariamente (poderá congelar em doses individuais, separando-a
por tipo de alimentos)
Servir separadamente os diferentes alimentos para que o bebé os possa diferenciar,
apreciar e seleccionar
85
Saúde Infanto-Juvenil
Papas:
• As farinhas com glúten só devem ser introduzidas a partir dos 6 meses
• Papas não lácteas não contêm leite, preparam-se com o leite que o bebé toma
• Papas lácteas contêm leite, preparam-se com água fervida
• Não dar mais de uma papa por dia
• Não adicionar açúcar
• Dar a papa à colher
Carne:
• Inicialmente carne de frango (sem pele, caseiro de preferência),
borrego, peru, coelho
• 1 a 2 meses após a introdução das carnes acima referidas, alternar
com carne de vaca
• Cozer a carne (30 a 40 g), juntar os legumes e triturar
• Não dar mioleiras, vísceras ou medula
Peixe (30 g por refeição)
• Dar peixe branco, magro, fresco ou na dúvida, congelado de boa qualidade
• (pescada, maruca, linguado, robalo,...)
• Cozer o peixe e juntar aos legumes
Iogurte:
Primeiro iogurte natural, posteriormente juntar:
• Fruta crua ralada
• Uma ou duas bolachas “Maria”
• Nunca juntar açúcar, mel, compotas, ...
AUMENTAR A CONSISTÊNCIA
86
Saúde Infanto-Juvenil
Os ovos
• Até ao ano de idade dar só a gema cozida, desfeita no puré de legumes em substituição
da carne ou peixe
• Iniciar com meia gema e aumentar progressivamente a frequência (1 a 2 vezes por
semana)
Aos 12 meses pode iniciar os citrinos, beterraba e tomate
Suplementos em vitaminas e minerais:
• Vit. C 30- 35 mg/dia
• Vit. D 400- 800 U.I./dia
• Ferro 1 mg/kg/dia em casos específicos
• Fluor 0,25 mg/dia
Principais erros alimentares no primeiro ano de vida:
• Introdução precoce de proteínas
• Administração de chás e sumos de frutos
• Diluição excessiva ou hiperconcentração do leite em pó
• Falta de higiene na preparação dos alimentos
• Introdução precoce do leite de vaca em natureza
• Diversificação alimentar antes dos 4 meses
• Baixa ingestão de leite ou derivados após a diversificação
• Pouca flexibilidade nos horários das refeições, nas quantidades e na ordem de
introdução de novos alimentos
• Carência de ferro na alimentação
87
Saúde Infanto-Juvenil
De pequenino é que....
• Os hábitos alimentares, bons ou maus, adquirem-se logo de início
• Nos dois primeiros anos de vida, é essencial que sejam oferecidos à criança todos os
alimentos que se pretende que ela aceite pela vida fora
• A hora da refeição deve ser um momento de prazer, de convívio familiar
• Não force a criança a comer
• Evite prolongar demasiado a refeição
• Não utilize chantagens como forma de persuasão
• Estimule o uso da colher pela criança
• Respeite os momentos de falta de apetite (11 meses)
• Paciência, criatividade e disponibilidade podem evitar situações de stress e sofrimento
familiar
88
Saúde Infanto-Juvenil
A limentação a partir do 1º ano
Necessidades
Intolerância/regras
Refeições tipo
89
Saúde Infanto-Juvenil
Os grupos de alimentos
Grupo I – Leite e derivados proteicos
Algumas características:
• São fornecedores de proteínas de elevado valor biológico,de
baixo custo e equilibradas
• São veículo de vitaminas lipissolúveis (A, D, E, K), e hidrossolúveis (Vit. B2)
• São o melhor fornecedor de cálcio que a natureza coloca à disposição do homem
• São fornecedores de lactose, hidrato de carbono que só existe no leite e derivados
• Possuem uma quantidade importante de ácidos gordos monoinsaturados
• São pobres em ácidos gordos polinsaturados
Grupo II – Carne, peixe, ovos e marisco
Algumas características:
• Elevado teor de proteínas de alto valor biológico
• Bons fornecedores de vitaminas do complexo B, incluindo a
Vit. B12
• Fornecedores de ferro e outros minerais
Evitar os produtos de salsicharia e enlatados, ovos crus e banir as vísceras de vaca
Grupo III – Gorduras
Características:
• Constituidos pelos nutrimentos mais energéticos (cada grama de gordura liberta 9 cal)
• Fornecedores de ácidos gordos polinsaturados essenciais
• Ricos em vitaminas lipossolúveis-vit A e alguma vit D
• Utilizadas adequadamente facilitam a preparação dos alimentos
90
Saúde Infanto-Juvenil
Grupo IV – Pão, cereais, leguminosas secas, açúcar, cacau, produtos de pastelaria
Características:
• Ricos em hidratos de carbono (cereais, leguminosas,...)
• Fornecem proteínas de origem vegetal (feijão, grão,
ervilhas, lentilhas,...)
• Fornecem ainda vitaminas do complexo B, fibras alimentares e minerais
• Praticamente não contêm gorduras
Este grupo deve constituir o principal fornecedor energético
O pão é o alimento mais representativo deste grupo
Os açúcares de absorção rápida, mel, cacau e produtos de pastelaria devem ser
consumidos com extrema moderação porque:
• Têm pouco valor nutricional embora tenham elevado poder energético
• Apresentam risco para a saúde dentária
• Contribuem para a obesidade
• Interferem no apetite
Evitar rebuçados, caramelos, gomas,..., em especial no intervalo das refeições
As sobremesas devem aparecer na mesa ocasionalmente (festas,....)
Lavar os dentes
91
Saúde Infanto-Juvenil
Grupo V – Produtos hortícolas, legumes e fruta
Características:
• Principal fornecedor de vitamina C e de caroteno, minerais e fibras alimentares
• As folhas verdes são também fontes de vit. B2 e de cálcio
• São também grandes fornecedores de água
Os alimentos deste grupo devem ser consumidos diariamente, devem estar presentes
em todas as refeições
Grupo VI – Bebidas
• A água – a melhor bebida
• Os sumos de fruta naturais devem ser consumidos de imediato (oxidação/ degradação
da vitamina C
• Os refrigerantes, pelo seu elevado teor em açúcar e em conservantes/corantes devem
ser consumidos com moderação
AS BEBIDAS ALCOÓLICAS DEVEM SER COMPLETAMENTE ELIMINADAS DA ALIMENTAÇÃO
DA CRIANÇA, DE JOVENS MENORES DE 17 ANOS, DE GRÁVIDAS, DE PESSOAS DEBILITADAS,
...
92
Saúde Infanto-Juvenil
Nutrição – Idade pré-escolar
Distribuição das refeições ao longo do dia:
• Respeitar as proporções da roda dos alimentos
• O consumo de carne deve ser moderada (retirar as gorduras visíveis)
• Comer peixe uma vez por dia
• Reduzir o sal, gorduras e o açúcar
• Utilizar preferencialmente o azeite
• Fazer uma alimentação o mais variada possível
• Primazia aos produtos de cada estação do ano
As necessidades energéticas da criança são multifactoriais, dependendo de :
• Necessidades impostas pelas funções do organismo (manter
temperatura, respirar,..)
• Ritmo de crescimento
• Dispêndio de energia inerente à actividade física (normalmente
intensa no período pré-escolar)
93
Saúde Infanto-Juvenil
Necessidades nutricionais por tipo de nutrimentos e necessidades calóricas diárias (valores
médios)
94
Saúde Infanto-Juvenil
Alimentação da criança em idade escolar
• Necessidades Nutricionais Menores
• (7 ANOS PESO = 7 × PESO AO NASCER)
• NECESSIDADES NUTRICIONAIS
• REFEIÇÕES TIPO
• HIGIENE ALIMENTAR
Factores condicionantes:
• Fases de aceleração e desaceleração da velocidade de crescimento
• Menor controlo sobre o comportamento das crianças/adolescentes por parte dos pais
• Maior influência relacionada com os grupos, TV, revistas, modas, Internet, ...
• Qualidade das refeições ingeridas fora de casa (cantinas, outros locais a que recorrem)
• Auto-imagem (dietas erradas e perigosas)
• Estilos de vida (influência da família)
• Alterações do comportamento alimentar (Anorexia, Bulimia)
- Desequilíbrios alimentares:
Má nutrição
Obesidade
- Relação do pequeno-almoço com:
Desenvolvimento cognitivo
Actividade física
Importância do pequeno-almoço
95
Saúde Infanto-Juvenil
Alimentação de qualidade
96
Aprender
Socializar-seSaúde
ComunicarPensar
Defesa contra doenças
Saúde Infanto-Juvenil
Intervenção de factores:
- Genéticos
- Ambientais/culturais
Factores ambientais:
Factores que afectam uma alimentação adequada:
Aparência dos pratos
Quantidade de comida
Combinação dos alimentos
Bom exemplo familiar
97
Saúde Infanto-Juvenil
Objectivos nutricionais:
• Manter o crescimento adequado
• Evitar o défice de nutrientes
• Prevenir possíveis problemas de saúde da fase adulta
PROTEÍNAS
Devem fornecer 13% do total calórico diário:
- Manter crescimento adequado (65º de origem animal)
LÍPIDOS
Devem fornecer 27% do total calórico diário
↓
- Gorduras saturadas menos de 10%
- A criança necessita cerca de 25 gr de gordura/dia
HIDRATOS DE CARBONO
Devem fornecer 60% do total calórico diário
↓
- São preferíveis os HC complexos e ricos em FIBRA
↙
Deve fornecer 3% do valor energético total
98
Alimentação saudável
Alimentos de todos os grupos
Proporções adequadas
Variedade
Produtos frescos e da época
Saúde Infanto-Juvenil
Os alimentos devem ser bem distribuídos ao longo do dia:
- Pequeno-almoço ◊ 20-25 % cal.
- Almoço ◊ 35-40 % cal.
- Lanche ◊ 10-20 % cal.
- Jantar ◊ 15-25 % cal.
É, ainda, importante:
- O número de refeições diárias
- Evitar refeições de difícil digestão.
99
Saúde Infanto-Juvenil
Desequilíbrios alimentares
Efeitos da má nutrição nos primeiros anos de vida:
• Atraso no crescimento físico e no desenvolvimento motor
• Efeitos sobre o desenvolvimento cognitivo
• Maior incidência de problemas comportamentais e aptidões sociais
deficientes em idade escolar
• Aprendizagem deficiente, atenção diminuída e desempenho escolar
mais fraco.
Na infância:
Deficiente nutrição – » limitação da capacidade física e intelectual no futuro
Boa nutrição – » estreita ligação com a saúde, comportamento e
desenvolvimento cognitivo
100
Saúde Infanto-Juvenil
Obesidade infantil
Importância da amamentação no 1º ano de vida
↓
Crianças com menor risco de se tornarem obesas
Causas:
- Hábitos alimentares errados
- Propensão genética e raça (quando os pais são obesos – 80% de probabilidade)
- Estilo de vida familiar (sedentarismo e ↓ da actividade física)
- Condição sócio-económica
- Factores psicológicos (ex.: ansiedade)
- Factores hormonais - 10%
Obesidade
↓
Maior número de células adiposas
↓
Maior propensão de se tornarem adultos obesos ◊ diabetes, HTA, dislipidémias
Consequências:
Psicológicas (rejeição social)
Físicas (coluna e articulações, alterações do foro ortopédico)
Bulimia
Anorexia
101
Saúde Infanto-Juvenil
Relação do pequeno-almoço com o desenvolvimento
(Importância do pequeno-almoço)
- Objectivos
Disponibilização de energia necessária para uma manhã de actividade
Alivio do período nocturno de jejum prolongado
- Deve fornecer 15 -20 % das calorias diárias
- Deve incluir alimentos que proporcionem 25-30 % das proteínas diárias
- Elevada quantidade de fibra, hidratos de carbono e pequena quantidade de gorduras
Deve ser completo, equilibrado e variado, contendo os seguintes alimentos:
- Leite e derivados – proteínas de elevado valor biológico, minerais e vitaminas
- Cereais e derivados – açúcares complexos/amido, proteínas vegetais, ferro, vitaminas e fibras
- Frutos – vitaminas, betacarotenos e fibras
- Gorduras – ácidos gordos essenciais, vitaminas A, D e E
ATENÇÃO: as crianças que não tomam o pequeno-almoço ingerem até menos 40% de vit
C e cálcio e menos 10% de ferro
Eliminação do pequeno-almoço
↓
HIPOGLICÉMIA
- Cansaço
- Perda de força
- Visão turva
- Alterações de humor
- Confusão mental
- Cefaleias
- Irritabilidade
- Tremores
102
Saúde Infanto-Juvenil
Relação do pequeno-almoço com o desenvolvimento cognitivo
No período de formação do cérebro é necessária a ingestão diária de 70-80 g de proteínas
Sem capacidade de raciocínio lógico
Dificuldades em pensar, compreender, aprender e relacionar-se
Consequências da eliminação do pequeno-almoço:
- Debilidade física e atraso cognitivo
- Transtornos afectivos
- Doenças infecciosas e gastro-intestinais
- Redução da capacidade de atenção e aprendizagem
- Apatia e falta de interesse pela escola
Crianças em jejum ou insuficientemente alimentadas:
Desatentas e agitadas
Sonolentas e fracas
Estudos experimentais em crianças saudáveis dos 9 aos 11 anos -» as que não tomaram
pequeno-almoço tiveram mais erros quando submetidas a testes
Outros estudos -» a melhoria da memória está relacionada com a glicémia
↘O cérebro requer glucose para o seu normal funcionamento
103
Saúde Infanto-Juvenil
Um relatório recente verificou que a hora e o momento da refeição podem ser
determinantes
Um pequeno-almoço em excesso:
Sensação de enfartamento - alunos adormecem nas aulas
Relação do pequeno-almoço com a actividade física
A actividade física é fundamental para que a criança possa aproveitar os nutrientes de
forma adequada
As crianças que praticam desporto são:
Mais alegres
Menos irritadiças
Têm melhor relacionamento social
Ao mesmo tempo…
Previne a obesidade
Melhora a capacidade pulmonar e a resistência física
Aumenta a densidade mineral óssea
104
Saúde Infanto-Juvenil
D iarreia na criança
Diarreia aguda – com duração inferior a duas semanas.
Diarreia crónica ou persistente – toda a diarreia que se mantém durante duas ou mais
semanas.
Mecanismo fisiopatológico da diarreia aguda:
• Lesão do enterócito, destruição das células epiteliais do intestino
• Perturbação da absorção
• Aumento da secreção de água e electrólitos
• Aumento da osmolaridade intestinal
• Aumento do número de dejecções
• Desidratação
• Desequilíbrio hidroelectrolítico
• Choque
105
Saúde Infanto-Juvenil
Diagnóstico diferencial da diarreia aguda infantil
CAUSA EXEMPLOInfecciosa Entérica: viral, bacteriana, parasitária
Cirúrgica Apendicite, invaginação, oclusão intestinal, s. intestino curto
Doença sistémica Endócrina (hipertiroidismo, ...), imunodeficiência
Medicamentosa Antibióticos
Inflamação Doença intestinal inflamatória
Alimentar Alergia ou intolerância alimentar
(lactose, proteínas do leite de vaca)Mal absorção Fibrose quística, doença celíaca
Vários ToxinasIdiopática S. cólon irritável
Avaliação da criança com diarreia
• Idade da criança
• Houve algum factor importante a preceder o início da diarreia?
• Introduziu um novo alimento?
• Foi para o infantário?
• Estava a tomar alguma medicação?
• Viajou recentemente?
• Separou-se do pai ou da mãe?
106
Saúde Infanto-Juvenil
• Presença de vómito
• Oligúria
• Estado geral de nutrição
• Ausência de lágrimas
• Mucosas secas
• Fontanela
• Turgor cutâneo
• Irritabilidade
• Frequência respiratória
• Frequência cardíaca
• Peso
• Temperatura
• Idade da criança
Caracterização das dejecções
Quanto:
Volume – escassas, abundantes
Consistência – líquida, mole, pastosa
Aspecto – gordurosas, brilhantes, pegajosas, com presença de muco, raios de sangue ou
sangue vivo
Cor – branca, amarela/castanha (virais), verde
Cheiro – ácido, fétido
O número de dejecções diárias permite avaliar a gravidade de uma diarreia.
Inferior a 5 dejecções diárias por dia – ligeira
Entre 5 e 10 dejecções por dia – média
Superior a 10 dejecções por dia – intensa
Factores de risco:
107
Saúde Infanto-Juvenil
• Idade inferior a 12 meses
• Dejecções (≥ 8/dia)
• Vómitos (≥ 2/dia)
• Desnutrição
• Aleitamento artificial
108
Saúde Infanto-Juvenil
Como actuar:
1. Corrigir a desidratação estimada, em 3 - 4 horas, utilizando soluções de rehidratação
oral (SRO)
• Repor os elementos espoliados por via oral é o ideal, visto que o transporte intestinal de
água, glicose e electrólitos está mantido.
A quantidade de solução a administrar é correspondente à
perda de peso.
• Por exemplo: uma criança de 10 Kg com 5% de desidratação
perdeu 500g, deve beber 500ml de SRO em 4 horas.
• Deve haver uma reavaliação clínica 2 horas depois e outra no
fim do tempo de rehidratação para se avaliar a sua eficácia.
2. Utilizar soluções hiposmolares
• As diarreias dos países desenvolvidos estão associadas a perdas de sódio entre os 30 -
60 mmol/L; uma ingestão superior pode conduzir a quadros de hipernatrémia.
3. Nunca suspender o aleitamento materno.
4. Reiniciar a alimentação precocemente, no final das 4 horas de rehidratação, com a dieta
habitual da criança.
• A utilização de dieta hipoproteica ou hipocalórica agrava a desnutrição, prolongando o
quadro clínico.
• Os lactentes amamentados devem retomar o aleitamento materno. Nos lactentes bem
nutridos, a reconstituição das fórmulas deve ser a habitual, a menos que surjam sinais
de intolerância. Apenas nos pequenos lactentes malnutridos ou com desidratação mais
grave se aconselha a diluição das fórmulas, durante 24 horas.
5. Prevenir a recorrência da desidratação, suplementando com SRO (10ml/Kg/dejecção
diarreica) a terapêutica de manutenção.
• Depois de rehidratada, a criança deve beber líquidos livremente (SRO, água ou leite). Os
refrigerantes, bebidas açucaradas ou bebidas para desportistas não estão indicados.
6. Não administrar medicação desnecessária.
• Não devem ser prescritos antieméticos ou antidiarreicos, porque não só não são
eficazes, como podem ter efeitos nocivos.
109
Saúde Infanto-Juvenil
E m bebés alimentados a biberão:
- Não forçar a ingestão do leite.
- Oferecer com frequência água fervida.
- Dar água de arroz ou de cenoura em pequenas quantidades
Como fazer:
- Água de arroz: Ferver 1 litro de água com 3 colheres de arroz (não lavado) até reduzir para
metade. Juntar novamente 1/2 litro de água fervida e coar o arroz.
- Água de cenoura: Ferver 1 litro de água com 1/2Kg de cenouras descascadas e sem o talo
do meio. Quando as cenouras estiverem desfeitas, coar a água e adicionar a este caldo, água
fervida até perfazer novamente 1 litro.
Em crianças mais crescidas
- Muitos líquidos (água de arroz, água chalada ou coca-cola sem nenhum gás).
- Sopa de arroz e/ou cenoura sem gordura.
- Nutribem creme de arroz.
- Nestum de arroz feito com água.
- HN25 feito em papa ou leite.
- Iogurte simples.
- Maçã reineta crua ou banana, bem maduras, ou outra fruta cozida (pêro, pêra).
• Gradualmente, passa a uma alimentação simples à base de cozidos e grelhados.
110
Saúde Infanto-Juvenil
Referenciar para uma unidade hospitalar, para avaliação e eventual terapêutica
endovenosa, as situações de:
• Desidratação moderada ou grave
• Falência da hidratação oral:
′ Por incapacidade de administração dos prestadores de cuidados
′ Por intolerância da criança (manutenção dos vómitos, ingestão insuficiente ou
recusa de ingestão)
′ Por agravamento do quadro clínico, diarreia e/ou desidratação, apesar da
rehidratação correcta
• Idade inferior a 3 meses
• Mau estado geral
• Doença de base
• Família insegura
Para os pais:
• A diarreia aguda dura, em regra 3 a 5 dias
• A prevenção e correcção da desidratação é a tarefa prioritária, o que se faz com a
utilização do soro de rehidratação oral
• Recordar sinais de desidratação
• Retomar a alimentação habitual logo que a desidratação esteja corrigida.
111
Saúde Infanto-Juvenil
Prevenção e tratamento da diarreia:
DIRECTIVAS DA OMS
I - Criança não apresenta sinais de desidratação
Objectivo: prevenir a desidratação
• Dar à criança mais líquidos do que o habitual
• Manter a alimentação
• Vigiar os sinais de desidratação
• Referenciar a criança para um serviço de saúde se aparecerem sinais de desidratação ou
se a diarreia persistir mais de 48 horas
II - Criança apresenta sinais de desidratação
Objectivo: tratamento da desidratação
• Dar SRO tanto quanto a criança aceitar, num período de 4 a 6 horas em pequenas
quantidades, por colher ou copo
• Reavaliar a criança. Se ainda não rehidratada oferecer leite materno (lactente) e/ou
água (100 a 200 ml) antes de continuar com o SRO
• Uma vez rehidratada e até cessar a diarreia, continuar com o ponto I
Manutenção da integridade da pele:
• Mudar as fraldas com frequência
• Limpar suavemente toda a zona limitada pela fralda com sabão neutro e água
• Aplicar um creme protector (aplicar creme – ex: vitamina A)
• Manter a pele arejada e seca
• Ensino à criança e aos pais focando as medidas preventivas a ter.
112
Saúde Infanto-Juvenil
Outros cuidados:
• Evitar o risco de transmissão (lavagem das mãos, atenção às fraldas sujas, brinquedos,
visitas...)
• Ensino à criança e aos pais focando as medidas preventivas a ter.
C álculo das necessidades hídricas
• Manutenção: 100 ml/kg pelos primeiros 10kg de peso
50 ml/kg pelos seguintes 10kg de peso
20 ml/kg pelos restantes
Ex: criança c/22 kg - (10x100) + (10x50) + (2x20)= 1540 ml/ dia
Perdas correntes - 10 ml/kg por vómito ou dejecção
113
Saúde Infanto-Juvenil
Vómitos na criança
O vómitovómito é a expulsão voluntária ou involuntária, do conteúdo gastrointestinal, pela boca,
acompanhado pela contracção dos músculos abdominais.
Causas:
1 - Erros alimentares (geralmente em lactentes pequenos)
2 - Intolerância às proteínas do leite de vaca
3 - Gastroenterite aguda
4 - Otite média aguda, amigdalite eritemato-pultácea, infecção urinária ou meningite
5 - Intoxicação acidental com chumbo ou aspirina excessiva
6 - Traumatismo craniano ou abdominal
7 - A ingestão de um corpo estranho pode significar algum bloqueio (oclusão).
A regurgitação (bolçar) é o resultado do relaxamento exagerado do cárdia (esfíncter entre o
esófago e o estômago), permitindo que os alimentos regurgitem do estômago para o esófago e
boca.
Ocorre frequentemente entre 30 a 45 minutos após a refeição.
Pode ser normal em lactentes pequenos (aos 6 meses cerca de 50% dos lactentes ainda
bolçam).
Pode constituir um problema se há um aumento da quantidade e/ou da frequência.
114
Saúde Infanto-Juvenil
O que pode fazer:
Crianças com regurgitação normalmente respondem a alterações dietéticas e posturais.
Mantenha a criança em posição sentada durante as refeições e com a cabeceira elevada
(inclinação de 20-30º) nos 30-45 minutos seguintes.
Faça refeições pequenas e frequentes.
Poderá ser necessário usar fórmulas infantis anti-refluxo e/ou medicamentos.
115
Saúde Infanto-Juvenil
- Evite alimentos sólidos durante quatro a seis horas.
Dê apenas líquidos. Comece com pequenas quantidades de líquidos (5 ml de 5 em 5
minutos).
Estes líquidos devem ser dados à temperatura ambiente e podem incluir os chamados
líquidos de rehidratação oral (Miltina Electrolit, Dioralyte (1 carteira para cada 200 ml de água).
Como alternativa, pode oferecer “água chalada açucarada” * ou “água açucarada” **
* Preparação: A 1 litro de água a ferver junte 1 colher de chá de chá preto. Depois adicione 4
colheres de sopa de açúcar e 1 colher de café de sal. Em seguida, coe e deixe arrefecer até à
temperatura ambiente.
** Preparação: A 1 copo de água junte 3 colheres de chá de açúcar e ½ colher de café de sal.
- Evite dar leite.
- Lentamente aumente a quantidade de líquidos durante quatro a seis horas.
- Depois deste período sem vomitar, gradualmente introduza tostas, bolachas secas, sopa
sem gordura, pêra ou maças cozidas, etc.
- As refeições devem ser muito fraccionadas e sem insistência.
Situações a referenciar à Urgência Hospitalar
1 – Vómitos com sangue
2 – Dor abdominal severa ou prolongada (> 2 horas)
3 – Traumatismo craniano ou abdominal (ocorridos há menos de 3 dias)
4 – Suspeita de intoxicação por planta/veneno/medicamento ou alimento
5 – Suspeita de ingestão de corpo estranho
6 – Alterações do comportamento, como irritabilidade ou sonolência
7 – Sinais de desidratação, como pele seca, olhos encovados, fontanela anterior
(“moleirinha”) afundada, ausência de micção durante mais de 8 horas em lactentes ou 12 horas
em crianças com 12 ou mais meses, ausência de lágrimas com o choro, respiração acelerada,
irritabilidade ou sonolência exageradas, perda acentuada do peso (> 5-6%).
116
Saúde Infanto-Juvenil
Situações a referenciar à Urgência Hospitalar dentro de algumas horas se:
1 – Vómitos durante mais de 24 horas
2 – Vómitos sem diarreia
3 – Micção dolorosa, frequente ou com sangue
4 – Otalgia
5 – Criança medicada com medicamentos que podem provocar vómitos
Deite a criança de lado para evitar aspiração de vómito.
Anamnese
Questionar sobre:
- Circunstâncias em que o vómito ocorre e relação com as refeições.
Em jacto? Induzido? Desencadeado por acesso de tosse?
- Frequência
- Qualidade: alimentar, “leite coalhado”, sangue vivo ou digerido, bilioso, cheiro fecalóide
- Sintomas associados: febre, emagrecimento, dor abdominal (tipo, relação com o vómito),
diarreia, hematoquésia, sintomatologia do sistema nervoso autónomo (palidez, taquicardia,
sudorese), sintomas relacionados com outros órgãos ou sistemas (cefaleias, convulsões, otalgia,
odinofagia, tosse, dispneia, disúria, lombalgia)
- Cirurgia prévia gastrointestinal
- Medicação actual (antibióticos, analgésicos, antiepilépticos)
- Possibilidade de intoxicação
- Hábitos alimentares (diluição dos biberões, novos alimentos introduzidos na dieta,
quantidade excessiva)
- Factores psicológicos: perdas ou mudanças recentes, relação mãe/filho, ansiedade nas
refeições.
117
Saúde Infanto-Juvenil
Exame físico:
A observação deve ser completa, embora a avaliação do estado geral e o exame abdominal
tenham uma particular importância:
- Estado geral: estado de alerta/prostração, emagrecimento, desidratação, desnutrição,
sinais vitais
- Abdómen: forma (escavado, distendido), ondas de reptação, palpação superficial e
profunda, dor à descompressão, organomegalia, dor à percussão lombar, auscultação
abdominal
- Outros sinais importantes: hálito cetónico, erupção cutânea, sinais Meníngeos.
Quais os sinais?
Uma criança desidratada apresenta uma série de sinais típicos desta situação.
Existem alguns que os pais podem reconhecer e que portanto devem ter em atenção:
- Os olhos encovados
- As mucosas secas (atenção à língua seca)
- Irritabilidade fora do habitual
- Avidez por água ou seja sede
Aos pais:
- Aconselhar paciência
- Ensinar a utilização do soro de rehidratação oral
- Rever os sinais de desidratação
- Retomar a alimentação habitual, em pequenas quantidades, quando cessarem os vómitos.
118
Saúde Infanto-Juvenil
Febre na Criança
A febre, a manifestação mais comum de doença na idade pediátrica, define-se como “um
aumento da temperatura corporal acima da normal variação diurna”.
Temperatura sub - febril: temperatura corporal entre 37,1 ºC e 38,2 ºC
Febre: temperatura corporal acima dos 38,2 ºC
A temperatura axilar apresenta valores mais baixos (cerca O.5°C em relação à oral e 1°C em
relação à rectal).
119
CENTRO TERMORREGULADOR
HIPOTALÂMICO
Saúde Infanto-Juvenil
Fase de subida de febre:
• Aumento do tónus muscular
• Contracções musculares involuntárias
• Calafrios, bater de dentes, tremores
• Vasoconstrição periférica
• Pele seca sem sudação
• Sem perdas de calor por radiação ou evaporação
Febre alta
Centro de perda de calor activo:
• Diminuição do tónus muscular
• Vasodilatação
• Sudorese profusa
• Perda de calor por radiação e evaporação do suor
A temperatura elevada pode ser benéfica porque:
Reduz a reprodução ou sobrevivência do microrganismo invasor
Está associada à estimulação de respostas imunológicas
Ajuda o organismo a combater as infecções
Hipertermia não é sinónimo de febre
• Na hipertermia o aumento da temperatura é feito à custa de factores independentes
do termóstato hipotalâmico.
• A temperatura não é regulada, não há defesa pelos mecanismos fisiológicos, não
responde aos antipiréticos habituais.
120
Saúde Infanto-Juvenil
A hipertermia surge nas seguintes situações:
• Temperaturas ambientais muito elevadas (superiores a 40 ºC)- golpe de calor
• Excesso de roupa numa criança com febre
• Exercício muscular intenso
• Causa hormonal
• Intoxicação salícilica
Hipertermia
• Sensação de calor
• Vasodilatação cutânea
• Bradicardia
• Extremidades quentes
• Pode haver sudação intensa
• A criança procura retirar a roupa e
ambiente fresco
• Ausência do ritmo circadiano da
temperatura
Febre
• Sensação de frio
• Vasoconstrição cutânea
• Taquicardia
• Extremidades frias
• Calafrios
• A posição do corpo minimiza a perda
de calor
• A criança procura agasalhar-se e um
ambiente mais quente.
121
Saúde Infanto-Juvenil
Na avaliação de uma criança com febre há que ter em conta:
• O nível sociocultural e económico da família
• Trata-se de uma febre verdadeira ou simulada (valores de hiperpirexia)
E ainda dados sobre a doença actual:
Quando se iniciou a febre?
Como se instalou?
Qual a intensidade da febre?
Qual o padrão da febre?
Quantos picos tem diariamente?
Qual o predomínio do horário?
Que tipo de resposta aos antipiréticos?
Quais as circunstâncias de aparecimento da febre?
Como é a tolerância da criança à febre?
A febre é acompanhada ou precedida de calafrios?
Parece tratar-se de uma situação aguda ou de uma situação crónica?
Há outros sinais ou sintomas acompanhantes?
Há outros familiares, coabitantes ou colegas de escola com sintomatologia semelhante?
Exame objectivo
• Estado geral
• Sinais vitais
• Inspecção da pele e mucosas
• Orofaringe
122
Saúde Infanto-Juvenil
Sinais de alarme de uma criança com febre:
• Sinais vitais instáveis
• Suores nocturnos
• Emagrecimento
• Exposição a pessoas doentes ou animais
• Ingestão medicamentosa
• Sinais meníngeos
• Febre sem sinais de localização em criança com menos de 2 anos
• Petéquias
• Sensação de doença
Situações com indicação imediata para a urgência hospitalar:
• Presença de sinais meníngeos, dificuldade respiratória, prostração, vómitos
incoercíveis, desidratação, mau estado geral
• Suspeita de sepsis: letargia, má perfusão periférica, cianose, taquipneia ou bradipneia,
hipotensão
• Lactente com menos de 3 meses de idade
• Febre com mais de 5 dias de evolução
• Necessidade de realizar exames complementares
123
PROFISSIONAIS SAÚDE
Saúde Infanto-Juvenil
Paraceptamol…
Ibrufeno…
Àcido acetilsalicílico ( > 12 anos )
124
A dose a administrar deve ser ajustada ao peso da criança e não à idade
Saúde Infanto-Juvenil
Para os pais:
Confirmar a posologia do antipirético (dose, frequência)
• Reforçar e vigiar o estado de hidratação
• Recordar sinais de alarme
125
Saúde Infanto-Juvenil
Dermatite da Fralda
Irritação da pele localizada na zona que está em contacto com a fralda, abrangendo a região
do períneo, nádegas, abdómen inferior e coxas.
Constitui um dos problemas mais frequentes do bebé durante o primeiro ano de vida.
Tem o seu pico entre os 4 e os 18 meses.
Têm uma duração típica de um a dez dias.
50% dos casos, cura espontaneamente em 24 horas.
Pode apresentar-se sob a forma de: Um sintoma dominante ou uma combinação de
sintomas com origem em causas diversas.
126
Dermatite da Fralda
Pele Seca
Descamativa
Eritematosa
Hemorrágica
Saúde Infanto-Juvenil
Dermatite irritativa (forma mais comum)
O eritema resulta da exposição demasiado prolongada a uma fralda impregnada em urina (a
ureia transforma-se em amoníaco » irrita/inflama a pele)
Inicialmente o eritema concentra-se nas zonas convexas do períneo, nádegas, poupando as
pregas da pele, distribuição em forma de “W”
Quando as fezes se misturam com a urina, o risco de inflamação e erupção da pele é mais
acentuado
A exposição repetida pode dar origem à formação de bolhas exsudativas ou ulcerações
(Úlceras de Jacquet)
127
Exantema
Macularma
Papularma
Edematosoma
Ulceradoma
AssociaçãoQualquer
destasFormas
Distribuição em forma de “W”Dermatite irritativa
Saúde Infanto-Juvenil
Tipos de dermatite da fralda:
Infecção bacteriana
O contacto das bactérias com a pele não provoca, por si lesão cutânea zonas em que a
dermatite já se desenvolveu
↕
Pele macerada e vulnerável
↕
Infecções provocadas por bactérias fecais ou cutâneas
Dermatite alérgica
É fácil de detectar dado que o eritema da alergia à fralda ou outros alergenos de contacto
tem um aspecto típico que geralmente corresponde
ao bordo ou aos relevos da fralda.
O exantema da dermatite alérgica é mais
persistente e difícil de tratar.
Pode estar associado a exantemas alérgicos
noutras zonas do corpo.
Dermatite provocada pela diarreia
128
Saúde Infanto-Juvenil
Infecções Provocadas por fungos
Os fungos podem infectar secundariamente a pele lesada e agravar a dermatite
Afecta um bebé em cada oito nos 1ºs
meses de vida
O fungo pode ser transmitido pela mãe
durante o parto
A Cândida Albicans é a mais comum
Podem seguir-se a infecções fúngicas da
cavidade oral (“sapinhos”).
Situações que não devem de ser confundidas com dermatite da fralda
129
Saúde Infanto-Juvenil
1º - Mudar a fralda com frequência, evitando o contacto prolongado da urina ou das fezes
com a pele.
2º - Nas mudanças da fralda lavar o rabinho do bebé apenas com água.
O uso frequente de sabonetes ou de toalhetes altera o equilíbrio entre os microorganismos
habitualmente presentes na pele e mucosas (flora saprófita), reduzindo o seu papel protector.
3º - Após a lavagem secar bem toda a zona da fralda e as pregas de pele onde permaneçam
vestígios de humidade (condições de humidade em zonas não arejadas provocam a maceração
da pele e facilitam o crescimento de fungos).
4º - Quando se muda a fralda deve proteger-se a pele do bebé com uma camada fina de
creme à base de vitamina A ou óxido de zinco.
131
Saúde Infanto-Juvenil
Factores Adjuvantes
132
pH fezes mais Baixo
Diferenças microflora intestinal
Composição das fezes
Mais comum em bebés alimentados a LA
DERMATITE FRALDA
Saúde Infanto-Juvenil
Segurança da Criança
Acidente
OMS definiu acidente como:
“Acontecimento independente da vontade humana, provocado por uma força exterior,
agindo rapidamente e que se manifesta por dano corporal ou mental”
(Avery & Jackson referenciados por Cordeiro, 1996)
Segurança
Os TFLA (traumatismos, ferimentos e lesões acidentais/por acidente):
• Têm uma causa (um agente, a energia resultante dos impactos, do calor, do movimento
de objectos, etc)
• Provocam sintomas e sinais bem definidos
• Têm um processo de diagnóstico
• Têm um processo de terapêutica
• São passíveis de prevenção primária, secundária e terciária, tal como a maioria das
doenças.
As crianças vivem num ambiente concebido à medida dos adultos. Por isso são muito mais
vulneráveis aos acidentes!
135
Saúde Infanto-Juvenil
A vulnerabilidade das crianças aos acidentes tem a ver com as suas características físicas,
psicológicas e comportamentais
O tipo de traumatismos, ferimentos e lesões de que as crianças são vítimas estão
intimamente relacionados com a idade e o estádio de desenvolvimento
Morrem 3x mais por lesões decorrentes de acidente que raparigas.
A probabilidade de uma criança morrer ou sofrer uma lesão grave está relacionada com:
• Monoparentalidade
• Baixa diferenciação educacional da mãe
• Mãe adolescente
• Más condições de habitação
• Famílias grandes
• Pais consumidores de álcool ou drogas
28% Dos acidentes que matam crianças são Acidentes de
tráfego: Peões, Ciclistas, Passageiros de automóveis.
15% Das mortes acidentais em crianças devem-se a afogamento
8% Das mortes acidentais de crianças devem-se a incêndios
As quedas são, também, responsáveis por 8% das mortes
acidentais de crianças
2% Das mortes acidentais nas crianças devem-se a intoxicações
136
Saúde Infanto-Juvenil
Tipos de acidentes
0 - 6 Meses
Queimaduras
Verificar temperatura da água do banho
Não beber qualquer líquido quente com a criança ao colo
Cuidado com aparelhos vaporizadores
Se aquecer biberão ou boiões de alimentos no micro-ondas
Ter em atenção que o conteúdo aquece muito mais do que o recipiente
Quedas
Não deixar o bebé sem vigilância enquanto muda a fralda
Não interromper a vigilância para ir buscar uma fralda limpa ou para ir abrir a porta
No carrinho pôr sempre cinto de segurança
Nunca deixar a criança no berço com as grades baixadas.
A distância entre as barras do berço deve ser inferior a 6 cm
137
Saúde Infanto-Juvenil
Objectos pequenos e pontiagudos
A partir dos 4 meses a criança pode levar objectos à boca
Evitar deixar ao alcance do bebé moedas, botões, alfinetes
Não pôr brincos e/ou pulseiras no bebé
Brinquedos
Evitar brinquedos com arestas e pontas
Evitar brinquedos com peças pequenas
Evitar brinquedos com diâmetro menor do que uma moeda de 2 €
Intoxicações
Nunca usar pó de talco na higiene do bebé (perigo de aspiração)
Não trocar embalagens de medicamentos - mantê-los sempre na
embalagem original
Ler sempre as instruções para a administração de medicamentos ao bebé
Asfixia
Atenção a sacos plásticos que possam ficar ao alcance do bebé
Atenção a eventuais cordões de brinquedos e ao cordão da chupeta
(deve ser curto)
Evitar a utilização de colchões, travesseiros ou almofadas demasiado fofos
O bebé deve dormir de barriga para cima
Afogamento
Nunca deixar o bebé sozinho na banheira, por momentos que seja
Atenção às piscinas para bebés – o uso de bóia/braçadeira é obrigatório, mesmo sob a
supervisão directa de adulto
138
Saúde Infanto-Juvenil
Transporte em automóvel
Obrigatório o uso de cadeira/dispositivo retentor
Preferível o transporte no banco da frente, com cadeira virada para trás se não houver
airbag frontal do lado do passageiro ou se o airbag puder ser desactivado.
6 - 12 meses
Electrocussão
Proteger todas as tomadas de corrente eléctrica, impossibilitando a
introdução de objectos
Atenção aos fios de ligação – impedir que a criança se sinta tentada a puxá-los
Quedas
Proteger o acesso a escadas com cancela com fecho
Verificar segurança do berço/cama do bebé, de tal modo que este seja
impedido de cair
Utilizar sempre cinto de segurança da cadeira alta do bebé
Encostar sempre a cadeira alta a uma parede
Traumatismos
Retirar de cima dos móveis tudo o que o bebé alcance e se sinta tentado a
puxar (atenção especial a toalhas, naperons, etc.)
Retirar objectos pesados de cima de móveis de acesso fácil
Atenção especial aos fios – telefone, aparelhagens, candeeiros, aquecedores
Candeeiros de mesa – retirá-los do alcance do bebé
139
Saúde Infanto-Juvenil
Queimaduras
Especial atenção quando a criança estiver na cozinha – atenção ao fogão e
ao forno
Os cabos das panelas e as asas dos tachos devem estar fora do alcance do
bebé
Atenção redobrada às bebidas quentes - é grande a tentação de deitar a mão à chávena...
Aquecedores, em especial a gás ou eléctricos de barras incandescentes: nunca os ter ligados
na mesma dependência em que está o bebé, sem acesso protegido
Atenção ao ferro eléctrico quente deixado, por momentos, em cima da tábua de passar a
ferro.
“Andarilho” ou “aranha”
Evitar o seu uso – atrasa o desenvolvimento da marcha e pode facilitar quedas
perigosas
1 - 3 Anos
Quedas
Muita atenção às janelas e varandas – anular o perigo de
queda com a utilização de grades ou redes que impeçam a
passagem da criança
Mudar de sítio móveis que possam facilitar, por escalada, o acesso a janelas
Manter fechadas portas e portões de acesso
Na banheira é aconselhável a utilização de tapete anti-derrapante
Utilização de parques infantis sempre sobre supervisão de adulto
140
Saúde Infanto-Juvenil
Electrocussão
As fichas, os fios e as tomadas continuam a exercer um
grande fascínio
– Toda a atenção é pouca
Cortes
Atenção a facas, tesouras e outros objectos cortantes – não podem estar ao alcance da
criança.
É preferível a utilização de louça e copos de material inquebrável no dia-a-dia da criança.
Evitar brinquedos com arestas marcadas, potencialmente traumáticas ou cortantes.
Usar talheres não metálicos, de preferência.
Asfixia
Evitar, na medida do possível, o consumo de rebuçados, caramelos e outras guloseimas. Se
não conseguir impedir o consumo parta em pequenos pedaços.
Atenção aos frutos secos – amendoim, avelãs, etc.
Atenção às pastilhas elásticas – são de evitar em absoluto.
Redobrar de atenção a todo o tipo de pequenos objectos ou peças de
brinquedos com diâmetro inferior ao de uma moeda de 2€ - não devem
estar ao alcance da criança
Partir os alimentos em pequenos pedaços
Evitar a manipulação de balões vazios
Afogamento
Atenção às piscinas – mesmo as insufláveis são potencialmente perigosas.
A criança nunca deve tomar banho na piscina sem braçadeiras insufláveis
Nunca deixar utilizar piscina sem a supervisão de um adulto.
Ensinar a nadar precocemente, sempre que possível
Não deixar a criança sozinha na banheira – perigo de queda e de
perda de conhecimento
Queimaduras
141
Saúde Infanto-Juvenil
Não deixar ao alcance da criança fósforos ou isqueiros
Nunca permitir, mesmo sob supervisão, a manipulação destes objectos pelas crianças
Atenção ao fogão e ao forno
Não consumir bebidas quentes com a criança ao colo
Não fumar junto da criança – muito menos pegar nela ao colo quando se
segura na mão um cigarro aceso
Intoxicações
Produtos de limpeza, pesticidas e medicamentos guardados em local
próprio, fechado à chave e fora do alcance fácil da criança
Atenção a líquidos corrosivos eventualmente guardados em garrafas de plástico
semelhantes às de água
Deitar fora, com as devidas precauções, medicamentos fora de prazo
Nunca mudar medicamentos de embalagem
Nunca dizer à criança que “o remédio é bom e docinho...”
Não deixar bebidas alcoólicas ao alcance das crianças
Em caso de dúvida ligar de imediato para o Centro de Intoxicações
Outras potenciais causas
Atenção às armas de fogo – nunca as deixar ao alcance das
crianças, mesmo que haja a certeza de que estão descarregadas
Não deixar a tábua de passar a ferro aberta em local onde a
criança circule sem supervisão
Não deixar uma criança, qualquer que seja a sua idade, manipular uma arma de fogo,
mesmo que sob a supervisão de adulto
Nas festas populares – manter fogo de artifício, bombinhas e outro material do mesmo tipo
fora do alcance das crianças e não permitir, sob nenhum pretexto, a sua manipulação
Animais domésticos - evitar a excessiva “manipulação” do animal pela criança, pois pode
levar a comportamentos agressivos do animal
142
Saúde Infanto-Juvenil
No automóvel
Utilizar sempre cinto de segurança e dispositivos de retenção
Nunca levar a criança com mais de um ano no banco da frente
Nunca levar a criança ao colo, sob qualquer pretexto
Dar o exemplo activo da utilização do cinto de segurança
3 - 6 Anos
Na rua
Não permitir que a criança vá sozinha para a rua sem supervisão
Ensinar a necessidade de utilização do passeio para peões
Ensinar a necessidade de utilização de passadeiras
A brincar
Não permitir que a criança brinque em espaços exteriores à escola ou à casa sem a
supervisão de adultos
Impedir a utilização, como área de jogo ou de brincadeira, de locais de obras ou de
escavações – a criança não resiste à tentação de explorar
Se andar de bicicleta utilizar um tamanho adequado à altura da criança
Não permitir a utilização de triciclo, trotineta ou bicicleta em locais onde haja tráfego
automóvel
Se andar de bicicleta utilizar capacete de protecção
143
Saúde Infanto-Juvenil
Depois dos seis anos
Cuidados com a circulação na via pública
Uso de capacete de protecção quando utilizar bicicleta
Uso de capacete de protecção, cotoveleiras e joelheiras
se andar de skate
Utilizar cinto de segurança e dispositivos de retenção no
automóvel
Não circular no banco da frente do automóvel se tem
menos de 12 anos ou altura inferior a 140 cm
Piscinas e praia – sempre sob supervisão de adultos, com
bóia ou braçadeiras insufláveis se não souber nadar
Evitar, na medida do possível, as lutas físicas
características da idade
Trabalhar, conjuntamente com a criança, a noção de risco
144
Saúde Infanto-Juvenil
Os acidentes domésticos e rodoviários continuam a matar muitas crianças e jovens em
Portugal
Aliança Europeia para a Segurança Infantil (AESI), 2005
• Portugal, que é o quarto, a nível europeu, na taxa de mortalidade durante o primeiro
ano de vida da criança, é dos piores em casos com menores de cinco anos e até aos 14
anos.
• Além dos acidentes de viação, os afogamentos, as quedas de janelas e varandas,
queimaduras e escaldões são as principais causas de morte e hospitalização.
Acidentes rodoviários matam por ano cerca de 20 mil menores com menos de 15 anos
Portugal é o sexto país da União Europeia com a mais elevada taxa de mortes de crianças até
aos 14 anos de idade provocadas por acidentes domésticos e rodoviários.
• Segundo a AESI, na União Europeia morrem mais crianças por acidentes do que por
doenças infantis - os acidentes rodoviários estão na origem de 34% destas mortes.
• Em Portugal os acidentes rodoviários representam 39% do total de mortes infantis por
acidente.
Aliança Europeia para a Segurança Infantil (AESI), 2005
• As quedas representam 62,5% dos acidentes
domésticos, por faixa etária, são predominantes
nas crianças até aos quatro anos.
• Os acidentes rodoviários, que englobam
condutores de veículos ligeiros, motociclos e
ciclomotores, passageiros e peões, ocorrem
predominantemente entre os 15 e 19 anos.
146
Saúde Infanto-Juvenil
Os traumatismos, ferimentos e lesões resultantes de acidentes rodoviários são a maior causa
de morte e incapacidade temporária e definitiva nas crianças e jovens.
Por cada morte, estima-se ainda que outras 5 crianças ficam incapacitadas
permanentemente.
• Estudos epidemiológicos e monitorização dos riscos
• Vigilância de produtos nocivos e perigosos que violam as leis portuguesas e as directivas
da UE
• Acções de consultoria e de colaboração junto de instituições governamentais
( ministérios, prevenção rodoviária, protecção civil, …) e não governamentais (câmaras
municipais, DECO, comerciantes, empresas, escolas, hospitais, centros de saúde, pais,
…)
• Elaboração de folhetos, livros e outros materiais audiovisuais (internet,…)
• Colaboração com outros organismos nacionais e internacionais na elaboração de
normas, directivas e protocolos e em acções de formação
• Intervenção nos meios de comunicação social com destaque para a televisão
• Desenvolvimento e apoios a projectos no terreno
• Projectos de investigação em áreas pouco estudadas (custos económicos, impacto
emocional e social de sofrer um TFLA, …
• Colaboração com entidades nacionais e estrangeiras na área dos direitos da criança.
147
Saúde Infanto-Juvenil
• Os TFLA constituem a maior causa de morbi-mortalidade nas idades pediátricas,
trata-se de um grave problema de saúde pública
• Os acidentes resultam da inadequação do ambiente relativamente ás características
bio-psico-sociais das crianças e jovens, mais do que de comportamentos errados ou
inesperados por parte destes ou das suas famílias
• A maioria dos TFLA e dos acidentes são evitáveis, muitos deles através de medidas
estruturais mas que têm a ver com hábitos, costumes e aspectos sociais e culturais
• Existe um grau intolerável de alheamento por parte da população em geral, dos
profissionais das várias áreas e da sociedade civil e estruturas estatais
• Compete á sociedade civil desempenhar um papel de importância fundamental na
criação e desenvolvimento de medidas para reduzir e controlar os TFLA.
• Sendo os TFLA produto de erros ambientais, a sua correcção passa pelo âmbito nacional
e local
• Portugal dispõe de legislação quase suficiente mas existem lacunas graves na
regulamentação de alguma legislação e fiscalização
• É escassa a participação da sociedade civil e dos cidadãos em geral em todo o processo,
dificulta a implementação dos programas e a promoção de uma atitude de “pensar
segurança”
• Os TFLA como principal problema de saúde do grupo etário pediátrico, é
simultaneamente um problema da saúde e do país em geral, terá que ser assumido
como uma prioridade e canalizadas verbas, recursos e criatividade para a sua
resolução.
Muitos acidentes com crianças podem ser evitados… e compete aos pais, aos
educadores, aos professores, … aos profissionais de saúde evitá-los!
148
Saúde Infanto-Juvenil
Vacinação
As vacinas permitem salvar mais vidas e prevenir mais casos de doença do que qualquer
tratamento médico.
Programa Nacional de Vacinação
(PNV)
Universal e gratuito; elevado grau imunização população portuguesa; acessível a todas as
pessoas presentes em Portugal; GANHOS SAÚDE
Vacinar significa introduzir um antigénio num organismo, por forma a suscitar da parte
deste uma resposta imunológica comparável à que se segue quando o indivíduo contacta com o
agente patogénico.
149
Saúde Infanto-Juvenil
Alterações ao PNV de 2000
• Substituição da vacina viva atenuada e oral contra a poliomielite (VAP) por uma vacina
inactivada e injectável (VIP)
• Substituição da vacina contra a tosse convulsa do tipo Pw (pertussis de célula completa)
por uma vacina pertussis Pa (acelular)
• Introdução de uma vacina combinada pentavalente, contra a difteria, o tétano, a tosse
convulsa, a doença invasiva por Haemophilus influenzae do serotipo b e a poliomielite
• Introdução da vacina conjugada contra a doença invasiva por Neisseria meningitidis do
serogrupo C.
150
Saúde Infanto-Juvenil
Intervalos na vacinação
• Intervalos superiores ao recomendado no calendário vacinal não reduzem a
concentração final de anticorpos protectores
• A administração de vacinas muito precocemente e/ou com intervalos inferiores aos
mínimos aconselhados pode diminuir a resposta imunológica e aumento de reacções
adversas
↓
NÃO DEVEM SER CONSIDERADAS VÁLIDAS
↓
NOVA DOSE PASSADO 4 SEMANAS
152
Saúde Infanto-Juvenil
Vacina monovalente contra a doença invasiva por Haemophilus influenzae b (Hib)
Contra-indicações
Reacção anafiláctica a:• uma dose anterior da vacina Hib, monovalente ou
combinada• algum dos constituintes da vacina (incluindo a
proteína de conjugação)
Precauções• Trombocitopénia, diátese hemorrágica, alterações da
coagulação ou terapêutica anticoagulante • Doença aguda grave, com ou sem febre
Dose e via de administração • 0,5 ml• Intramuscular
Local da injecção
• < 12 meses de idade: músculo vasto externo, na face externa da região antero-lateral da coxa direita• ≥ 12 meses de idade: músculo deltóide, na face
externa da região antero-lateral do terço superior do braço direito
153
Saúde Infanto-Juvenil
Vacina monovalente contra a hepatite B (VHB)
Contra-indicações Reacção anafiláctica a:
• uma dose anterior da vacina VHB, monovalente ou
combinada
• algum dos constituintes da vacina
• leveduras (fermento de padeiro)Precauções Recém-nascidos com menos de 2 000 g à nascença
• Trombocitopénia, diátese hemorrágica, alterações da
coagulação
ou terapêutica anticoagulante
• Doença aguda grave, com ou sem febreDose e via de
administração
• ≤ 15 anos de idade: 0,5 ml
• > 15 anos de idade: 1 ml
• IntramuscularLocal da injecção • < 12 meses de idade: músculo vasto externo, na face externa
da região antero-lateral da coxa direita
• ≥ 12 meses de idade: músculo deltóide, na face externa da
região antero-lateral do terço superior do braço direito
154
Saúde Infanto-Juvenil
Vacina contra a doença invasiva por Neisseria meningitidis C (MenC)
Contra-indicações Hipersensibilidade a:• uma dose anterior da vacina MenC• algum dos constituintes da vacina (incluindo a proteína de
conjugação)Precauções • Trombocitopénia, diátese hemorrágica, alterações da
coagulação ou terapêutica anticoagulante• Doença aguda grave, com ou sem febre
Dose e via de administração
• 0,5 ml• Intramuscular
Local da injecção • < 12 meses de idade: músculo vasto externo, na face externa da região antero-lateral da coxa esquerda
• ≥ 12 meses de idade: músculo deltóide, na face externa da região antero-lateral do terço superior do braço esquerdo
Vacina “monovalente” contra a poliomielite (VIP)
Contra-indicações Reacção anafiláctica a:
• uma dose anterior de VIP, monovalente ou combinada
• algum dos constituintes da vacinaPrecauções • Hipersensibilidade grave à neomicina, estreptomicina ou
polimixina B – indicada a vacinação em meio hospitalar
• Trombocitopénia, diátese hemorrágica, alterações da
coagulação ou terapêutica anticoagulante
• Doença aguda grave, com ou sem febreDose e via de
administração
0,5 ml
• Intramuscular (ou subcutânea)Local da injecção • < 12 meses de idade: músculo vasto externo, na face externa
da região antero-lateral da coxa direita
• ≥ 12 meses de idade: músculo deltóide, na face externa da
região antero-lateral do terço superior do braço direito
155
Saúde Infanto-Juvenil
Vacina contra a tuberculose (BCG)
Contra-indicações • Gravidez
• Imunodeficiência celular, congénita ou adquirida
• Tratamentos com imunossupressores
• Infecção por VIH
• Malnutrição grave
• Doença sistémica grave
• Recém-nascidos com peso, à nascença < 2 000 g
• Doenças cutâneas generalizadas (doenças sépticas ou
eczemas generalizados)
• Tuberculose activa
• Prova tuberculínica positiva
• Doença aguda grave, com ou sem febrePrecauções • É essencial a correcta administração intradérmica com:
- seringa de 1,0 ml, graduada em centésimas de ml
- agulha de 25 ou 26 Gauge x 10 mm, com bisel curtoDose e via de
administração
• < 12 meses de idade: 0,05 ml
• ≥ 12 meses de idade: 0,1 ml
• IntradérmicaLocal da injecção Entre a zona superior do terço médio e o terço superior (acima
da inserção distal do músculo deltóide), na face postero-externa
do braço esquerdo.
156
Saúde Infanto-Juvenil
Vacina trivalente contra a difteria, o tétano e a tosse convulsa / pertussis (DTPa)
Contra-indicações • Reacção anafiláctica a uma dose anterior ou a algum constituinte da DTPa ou a outras vacinas contendo um ou mais destes antigénios
• Encefalopatia de etiologia desconhecida, nos 7 dias após administração de uma vacina com o componente pertussis
Precauções • Alterações neurológicas que predisponham ao aparecimento de convulsões ou deterioração neurológica
– decisão do médico assistente• Trombocitopénia, diátese hemorrágica, alterações dacoagulação ou terapêutica anticoagulante • Doença aguda grave, com ou sem febre…
Dose e via de administração
• 0,5 ml• Intramuscular
Local da injecção < 12 meses de idade: músculo vasto externo, na face externa da região antero-lateral da coxa esquerda
• ≥ 12 meses de idade: músculo deltóide, na face externa da região antero-lateral do terço superior do braço esquerdo
Contra-indicações As precauções adicionais relativas à vacina contra a tosse convulsa incluem a ocorrência, após administração de uma vacina contra a tosse convulsa (Pw ou Pa),
de uma ou mais das seguintes reacções:
�� temperatura superior a 40,5ºC, nas 48 horas seguintes à vacinação que não seja devida a outra causa identificável;
�� prostração intensa, colapso ou estado semelhante a estado de choque - episódio de hiporreactividade e hipotonia – nas 48 horas seguintes à vacinação;
�� choro contínuo e/ou gritos persistentes incontroláveis, com duração igual ou superior a 3 horas, nas 48 horas seguintes à vacinação;
�� convulsões, com ou sem febre, ocorrendo no período de 3 dias após vacinação
157
Saúde Infanto-Juvenil
Vacina tetravalente contra a difteria, o tétano, a tosse convulsa e a doença invasiva por
Haemophilus influenzae b (DTPaHib)
Contra-indicações • Reacção anafiláctica a uma dose anterior ou a algum
constituinte da DTPaHib ou a outras vacinas contendo um ou
mais destes antigénios
• Encefalopatia de etiologia desconhecida nos 7 dias após
administração de uma vacina com o componente pertussisPrecauções • Alterações neurológicas que predisponham ao aparecimento
de convulsões ou deterioração neurológica, nomeadamente
encefalopatia evolutiva (precaução para o componente pertussis)
- decisão do médico assistente
• Trombocitopenia, diátese hemorrágica, alterações da
coagulação ou terapêutica anticoagulante
• Doença aguda grave, com ou sem febre
…Dose e via de
administração
0,5 ml
• IntramuscularLocal da injecção • < 12 meses de idade: músculo vasto externo, na face
externa da região antero-lateral da coxa esquerda
• ≥ 12 meses de idade: músculo deltóide, na face externa da
região antero-lateral do terço superior do braço esquerdo
158
Saúde Infanto-Juvenil
Vacina tetravalente contra a difteria, o tétano, a tosse convulsa e a poliomielite (DTPaVIP)
Contra-indicações • Reacção anafiláctica a uma dose anterior ou a algum
constituinte da vacina DTPaVIP ou a outras vacinas contendo
um ou mais destes antigénios
• Encefalopatia de etiologia desconhecida nos 7 dias após
administração de uma vacina com o componente pertussisPrecauções • Hipersensibilidade à neomicina, estreptomicina ou
polimixina B – indicada a vacinação em meio hospitalar
• Alterações neurológicas que predisponham ao aparecimento
de convulsões ou deterioração neurológica, nomeadamente
encefalopatia evolutiva –
decisão do médico assistente
• Trombocitopenia, diátese hemorrágica, alterações da
coagulação ou terapêutica anticoagulante
• Doença aguda grave, com ou sem febre
…Dose e via de
administração
0,5 ml
• IntramuscularLocal da injecção • < 12 meses de idade: músculo vasto externo, na face
externa da região antero-lateral da coxa esquerda
• ≥ 12 meses de idade: músculo deltóide, na face externa da
região antero-lateral do terço superior do braço esquerdo
159
Saúde Infanto-Juvenil
Vacina pentavalente contra a difteria, o tétano, a tosse convulsa, a doença invasiva por
Haemophilus influenzae b e a poliomielite (DTPaHibVIP)
Contra-indicações • Reacção anafiláctica a uma dose anterior ou a algum
constituinte da DTPaHibVIP ou a outras vacinas contendo um ou
mais destes antigénios
• Encefalopatia de etiologia desconhecida nos 7 dias após
administração de uma vacina com o componente pertussisPrecauções • Hipersensibilidade à neomicina, estreptomicina ou
polimixina B – indicada a vacinação em meio hospitalar
• Alterações neurológicas que predisponham ao aparecimento
de convulsões ou de deterioração neurológica, nomeadamente
encefalopatia evolutiva (precaução para o componente pertussis)
- decisão do médico assistente
• Trombocitopenia, diátese hemorrágica, alterações da
coagulação ou terapêutica anticoagulante
• Doença aguda grave, com ou sem febre
…Dose e via de
administração
0,5 ml
• IntramuscularLocal da injecção • < 12 meses de idade: músculo vasto externo, na face
externa da
região antero-lateral da coxa esquerda
• ≥ 12 meses de idade: músculo deltóide, na face externa da
região
antero-lateral do terço superior do braço esquerdo
160
Saúde Infanto-Juvenil
Vacina trivalente contra o sarampo, a parotidite epidémica e a rubéola (VASPR)
Contra-indicações • Reacção anafiláctica a uma dose anterior da vacina, à
neomicina, à gelatina ou a outros componentes da vacina
• Gravidez
• Tuberculose activa
• Trombocitopenia ou púrpura trombocitopénica na
sequência de uma dose anterior da vacina
• Imunodepressão grave, congénita ou adquirida
• Terapêutica imunossupressoraPrecauções • Não engravidar nos 3 meses seguintes à vacinação
• Imunodeficiências congénitas ou adquiridas (incluindo
infecção por VIH) não graves - prescrição médica
• Reacção anafiláctica às proteínas do ovo não é contra-
indicação – indicada a vacinação em meio hospitalar
• Administração de produtos contendo imunoglobulinas
• Trombocitopénia ou púrpura trombocitopénica idiopática
• Doença aguda grave, com ou sem febreDose e via de
administração
• 0,5 ml
• SubcutâneaLocal da injecção • Região deltóide ou tricípete braquial do braço direito
161
Saúde Infanto-Juvenil
Vacina bivalente contra o tétano e a difteria (Td)
Contra-indicações
• Reacção anafiláctica a uma dose anterior ou a algum constituinte da Td ou a outras vacinas contendo um ou mais destes antigénios
• Trombocitopénia ou complicações neurológicas na sequência de anterior vacinação contra o tétano ou a difteria
Precauções
• Sindroma de Guillain-Barré nas 6 semanas após dose anterior de toxóide tetânico
• Trombocitopénia, diátese hemorrágica, alterações da coagulação ou terapêutica anticoagulante
• Doença aguda grave, com ou sem febreDose e via de
administração• 0,5 ml• Intramuscular ou subcutânea profunda
Local da injecção• Músculo deltóide, na face externa da região antero-lateral
do terço superior do braço esquerdo
162
Saúde Infanto-Juvenil
Local e vias de administração de vacinas
• Nas vacinas a administrar por via intramuscular ou
subcutânea (IM ou SC) o local preferido deve ser a
face antero-lateral da coxa em todas as crianças até
aos dois anos.
• A partir desta idade poderá optar-se
pelo músculo deltóide do terço médio.
• Nas injecções intradérmicas (ID) o local habitualmente indicado é a face anterior ou
lateral externa do terço médio do braço.
• BCG - administra-se na face posterior do braço esquerdo na união do terço superior com
os dois terços inferiores
BCG – administra-se na face posterior do braço esquerdo
163
Saúde Infanto-Juvenil
Nos casos em que as vacinas sejam administradas em locais anatómicos diferentes do
aconselhados é obrigatório o registo do local anatómico onde cada uma das vacinas foi
administrada (Boletim individual de saúde/Ficha individual de vacinação, Módulo de
vacinações do SINUS)
• Intradérmica – BCG, Mantoux
• Subcutânea – VASPR, VIP
• Intramuscular – Hib,VHB, Men C, VIP, DTPa, DTPa Hib, DTPa VIP, DTPa Hib VIP, Td.
• Se forem administradas várias vacinas cada injecção deverá ser dada em diferentes
locais e não misturadas na mesma seringa.
• Utilizar seringas e agulhas diferentes para cada vacina.
• Nos casos em que há necessidade de administrar mais do que uma vacina no mesmo
membro, as injecções devem ser distanciadas de 2,5 a 5 cm.
164
Saúde Infanto-Juvenil
Reacções adversas
Vacina contra a doença invasiva por Haemophilus influenzae b (Hib)
• Entre 5% a 30% das crianças vacinadas com Hib desenvolvem, 3 a 4 horas após a sua
administração, eritema, edema, ardor ou dor ligeira no local da injecção, que
desaparecem em 24 horas
• Entre 2% a 10% das crianças vacinadas podem desenvolver febre baixa, com início num
curto período de tempo após a vacinação.
Vacina contra a tuberculose (BCG)
• A maioria das crianças apresenta uma reacção no local da injecção que se caracteriza,
inicialmente, pela formação de um pequeno nódulo vermelho que se transforma numa
pequena vesícula
• Em 2-4 semanas a vesícula transforma-se numa úlcera que cicatriza em 2-5 meses
• Fica uma cicatriz superficial com ± 5mm de diâmetro.
Vacina contra a difteria, o tétano e a tosse convulsa (DTPa)
• As reacções adversas mais frequentes são as locais, dor, rubor e edema no local da
injecção, que ocorrem 1 a 3 dias após a administração da vacina
• As reacções sistémicas observadas são: febre, choro persistente, vómitos, diarreia,
perda de apetite, agitação ou sonolência
• Cerca de 20% das crianças desenvolvem febre poucas horas após a administração de
DTPa, que desaparece, em regra, ao fim de um dia.
Vacina contra a difteria, o tétano, a tosse convulsa e a doença invasiva por
Haemophilus influenzae b (DTPa Hib)
• São semelhantes ás que ocorrem com as vacinas DTPa e Hib
• Existe uma tendência para o aumento da frequência de reacções locais e febre baixa.
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Saúde Infanto-Juvenil
Vacina contra a difteria, o tétano, a tosse convulsa e a poliomielite
(DTPaVIP)
• As reacções adversas são semelhantes ás observadas com as vacinas DTPa e VIP.
Vacina contra a difteria, o tétano, a tosse convulsa, a doença invasiva por
Haemophilus influenzae b e a poliomielite (DTPa HibVIP)
• As reacções adversas referidas para a DTPa, a Hib e a VIP, aplicam-se também à DTPa
HibVIP.
Vacina contra o sarampo, a parotidite epidémica e a rubéola (VASPR)
• As reacções adversas locais são as mais frequentes: ardor, calor e/ou dor de curta
duração, rubor ou edema
• Podem ainda, embora raramente ocorrer eritema, enduração, parestesias, reacções
alérgicas, irritabilidade, choro intenso prolongado, mal-estar, diarreia, náuseas,
vómitos, anorexia, sonolência, insónia e sinais e sintomas de infecção respiratória
superior
• As reacções sistémicas mais frequentes são a febre (>39,4ºC) e/ou exantema que são
auto-limitados, de curta duração e podem surgir 5-12 dias após a vacinação.
Vacina contra o tétano e a difteria (Td)
• As reacções locais mais frequentes são: dor, eritema ou rubor e edema no local da
injecção, que ocorrem 1 a 3 dias após a administração da vacina
• Frequentemente forma-se um nódulo duro e doloroso no local da injecção, persistindo
por algumas semanas
• As reacções sistémicas mais observados são: cefaleias, sudorese, arrepios, febre,
sensação de vertigem, astenia, hipotensão, mialgias e artralgias.
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Saúde Infanto-Juvenil
Vacina contra a hepatite B (VHB)
• Cerca de 5% das crianças vacinadas com VHB apresentam dor, rubor e tumefacção
ligeira no local da injecção
• Em cerca de 15% dos adultos ocorre enduração no local da injecção
As reacções sistémicas registadas são pouco comuns e, habitualmente cedem em 24 -
48 horas. Referem-se principalmente:
• Febre, com duração de 1 - 2 dias, que ocorre em cerca de 1% a 6% dos vacinados
• Mal estar, astenia, fadiga, artralgias, mialgias, cefaleias, náuseas, tonturas.
Vacina contra a doença invasiva por Neisseria meningitidis (Men C)
• De entre as reacções mais comuns, em todas as idades, destaca-se a febre, podendo
ocorrer eritema, ardor, tumefacção ou dor, no local da injecção, que desaparecem ao
fim de 1 – 2 dias
• As reacções adversas mais comuns, nas crianças < 2 anos são: choro, irritabilidade,
sonolência ou alterações do sono, anorexia, náuseas, diarreia, dor abdominal e
vómitos
• Nas crianças > 2 anos, adolescentes e adultos, as reacções mais comuns são:
irritabilidade e sonolência (nas crianças mais pequenas), cefaleias e dor nos membros
(nas crianças e nos adolescentes) e artralgias e mialgias (nos adultos).
Vacina contra a poliomielite (VIP)
• Podem ocorrer reacções no local de injecção tais como dor, rubor, enduração e edema
que poderão manifestar-se nas 48 horas após a injecção e que podem durar cerca de 1
a 2 dias
• A incidência e a gravidade das reacções locais podem depender do local e da via de
administração da vacina, bem como do numero de doses anteriormente recebidas.
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Saúde Infanto-Juvenil
Contra indicações
VERDADEIRAS FALSAS• Doença aguda (temp>38,5ºC)
• Reacção secundária grave após 1ªdose
• Reacção anafiláctica aos constituintes
da vacina (ainda que em quantidades
vestigiais)
• Gravidez
• Alterações imunitárias
• Doença benigna (temp<38,5ºC)• Malnutrição• História pessoal ou familiar de alergias
(ex: ovos, rinite, asma, penicilina) • Doença crónica cardíaca pulmonar,
renal ou hepática• Doença neurológica não evolutiva (ex:
paralisia cerebral)• História icterícia neonatal• Prematuridade• Aleitamento materno• Reacções locais, ligeiras a moderadas a
uma dose anterior da vacina• Doença ligeira aguda (ex: infecções das
vias respiratórias superiores, diarreias) • Terapêutica antibiótica (excepto
tuberculostáticos) • Sindroma de Down ou outras
patologias cromossómicas• História anterior de sarampo,
parotidite, rubéola, ou outra doença alvo de vacina
• História familiar de convulsões
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Saúde Infanto-Juvenil
Transporte e conservação de vacinas
• O armazenamento e o transporte apropriado das vacinas são
factores fundamentais para o êxito do PNV.
• Proteger todas as vacinas do calor e da luz solar, com especial atenção para as vacinas
vivas.
• Não congelar as vacinas.
• Armazenar e transportar as vacinas a temperaturas entre 0ºC e 8ºC.
• A temperatura deverá ser controlada por termómetro mantendo-se entre os 0ºC e 8ºC.
As vacinas devem ser armazenadas no compartimento principal do frigorifico com a
seguintes disposição:
• Prateleira Superior - Vacinas Vivas (BCG, VASPR, VAS, VAR)
• Prateleira Média - vacinas inactivas e toxóide (DTP, Td, DT, DTPw)
• As vacinas nunca devem ser armazenadas nas prateleiras da porta do frigorifico, porque
neste local a temperatura é mais irregular.
• A porta do frigorífico deverá manter-se fechada.
• As vacinas devem ser transportadas em malas ou sacos isotérmicos.
Registos
O registo completo no Boletim Individual de saúde e na Ficha de Vacinação é
fundamental para a correcta interpretação do Estado Vacinal do Indivíduo
Registar no local indicado da vacina:
• Data da administração da vacina
• Laboratório
• Lote
• Rubrica de quem administrou a vacina
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