Sautul Isslam - Edicao Nº24

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ISSLAM

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  • Sautul Isslam edio n. 24

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    livre a reproduo total ou parcial dos artigos inseridos nesta revista. Os artigos assinados so da inteira responsabilidade dos respectivos autores.A revista contm versculos do Al-Qurn e/ou Dus, razo pela qual, pede-se aos estimados leitores que a tratem com o devido respeito.

    REVISTA ISSLMICA

    C.P. 1999Maputo Moambique

    [email protected]

    ANO XVII EDIO N 24Maro 2008Safar 1429

    Coordenador:Ahmad A. Abb

    Colaboradores:Sheikh Suleiman H. Fonseca

    Muhammad A. LorgatLookmaan M. Makda

    Supervisor:Sheikh Aminuddin Muhammad

    Fotografia da Capa:Massjid Maganja da CostaZambzia Moambique

    N D I C E

    EDITORIAL ............................................................... 2MAKKAH MUKARRAMAH .......................................... 3ABU UBAIDAH IBN JARRAH .................................. 6QUEM FOI ZUL-QARNAIN ......................................... 7CONSELHOS DOURADOS DE UMAR ........................ 9O EGOSMO ............................................................ 10CALNIA E DIFAMAO .......................................... 12O SURGIMENTO DE DAJJAL ..................................... 14O HORSCOPO ....................................................... 18CASAMENTO ISSLMICO .......................................... 20ETIQUETAS DE VIAGEM ........................................... 24ALGUMAS REFEIES DO PROFETA ...................... 29AS ABELHAS MELFERAS ........................................ 31PREJUZOS DO CIGARRO .......................................... 34SALTUL-JANZA ................................................... 40AS OITO COISAS .................................................... 43FORMAS DE FINANCIAMENTO NO ISSLAM .................. 44PRISIONEIROS DE GUERRA ....................................... 46NOTICIRIO ........................................................... 52O PROFETA MUHAMMAD DISSE .......................... 54PERGUNTAS & RESPOSTAS ...................................... 54SEGREDOS DE COZINHA ........................................... 55RECREAO ........................................................... 56

  • Louvado seja ALLAH e que as bnos sejam derramadas para o profeta Muhammad , seus companheiros e seguidores.O incio dum novo ano, tanto isslmico como gregoriano, serve para refl ectirmos sobre certos aspectos que dizem respeito nossa vida, corrigindo os erros do passado e melhorando e aumentando as boas aces, pois essa refl exo deve existir em cada um de ns no s a nvel individual mas tambm como uma comunidade, abrangendo os aspectos sociais, polticos e religiosos.

    O pas tem vivido momentos difceis devido s cheias que vm assolando essencialmente a zona centro. So milhares de desalojados que, para alm de terem perdido seus haveres, enfrentam difi culdades de diversas naturezas. necessrio contribuir na medida do possvel para a reinsero social e bem-estar da populao afectada, apoiando os programas de reassentamento.Recorde-se que nas cheias do ano 2000, os muulmanos contriburam signifi cativamente na ajuda s populaes desfavorecidas; deste gesto que se espera no s por parte dos muulmanos mas de todos.

    Segundo um relatrio ofi cial do Ministrio da Sade, existem problemas srios de higiene e saneamento em algumas zonas no norte do pas, maioritariamente muulmanas. necessrio mobilizar grupos de sensibili-zadores para trabalharem junto daquela populao, de modo a se corrigir esta situao, pois o Isslam advoga a higiene e considera-a metade da f.De modo semelhante, necessrio sensibilizar algu-mas comunidades muulmanas no norte de pas a matricularem os seus fi lhos nas escolas pois, caso contrrio, teremos futuramente um elevado nmero de muulmanos analfabetos, o que em nada nos ir dignifi car, especialmente numa altura crucial como esta em que para muitos empregos necessrio um nvel acadmico conveniente.

    O nmero de peregrinos (Hajis) moambicanos tem crescido a cada ano que passa, o que representa um sinal positivo. Porm, os organizadores deveriam

    e d i t o r i a lEM NOME DE ALLAH, RICO EM CLEMNCIA, ABUNDANTE EM MISERICRDIA

    preparar pacotes mais acessveis de modo a englobar um maior nmero de peregrinos, assim como acontece na Indonsia, ndia, etc.Tem-se notado tambm um esforo abrangente para a distribuio da carne de Qurbni, embora alguns irmos no o fazem condignamente quando a quantidade arrecadada em certos locais elevada. Fazer s o Qurbni no sufi ciente, pois necessrio que a carne chegue adequadamente ao consumidor; prefervel providenciar condies de conservao e transporte da mesma para locais mais carenciados, mesmo que isso venha a encarecer o seu custo.

    Na arena internacional, a situao conturbada no mundo isslmico algo bastante preocupante, pois vivemos numa era difcil em todos aspectos, devido politica ocidental de imposio sobre os estados isslmicos, para salvaguardar os seus prprios interesses. Os governos so nomeados e destitudos consoante o jogo de interesse do Ocidente; nisso, milhares de inocentes tornam-se vtimas dia aps dia.Como muulmanos, devemos no mnimo rogar a ALLAH que ajude a esses povos e que espalhe a paz em todo o mundo.

    Destacou-se recentemente mais uma publicao das caricaturas que alegam tratar-se do nosso querido e amado profeta Muhammad . No se percebe a razo nem o objectivo que os jornais dinamarqueses tiveram ao cometer uma aco insensata como essa, algo que se torna quase impossvel compreender.Seria natural achar que os dinamarqueses mostraram algum remorso ou arrependimento devido ao impacto negativo causado pela primeira publicao, pois desculparam-se dizendo que no se aperceberam como e porqu as referidas caricaturas seriam ofensivas e consideradas uma blasfmia para os muulmanos. Para as recentes publicaes, que desculpas tero eles, se que aparentemente existem?

    Rogamos a ALLAH que aceite esta singela obra, nos d foras e coragem e que recompense a todos aqueles que directa ou indirectamente nos tm apoiado. min.

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    MAKKAH MUKARRAMAH

    A cidade de Makkah localiza-se no reino da Arbia Saudita, mais para oeste e no sop de um vale, na regio de Hijz, regio essa completamente rodeada de montanhas.A rea mais baixa e horizontal chama-se Basss, a que se localiza a ocidente de Haram conhecida por Ml (terra mais alta) e a sudoeste denominada Missfala (terra mais baixa). O profeta Muhammad nasceu e viveu nos limites de Ml at sua emigrao para Madina.As coordenadas de Makkah Mukarramah so: 212519N e 394946E; a sua altitude superior a 300 metros. As trs principais vias que permitem entrar nesta sagrada cidade so: Ml, Missfala e Shubaikah.

    VIRTUDES E PARTICULARIDADES

    ALLAH escolheu esta abenoada cidade como o local mais sagrado na Terra. Foi aqui tambm onde nasceu o ltimo profeta e mentor da humanidade Muhammad , sendo neste mesmo lugar onde ele comeou a divulgar ao mundo a ltima profecia e o Isslam.ALLAH tornou obrigatrio para os crentes efectuarem a peregrinao Makkah pelo menos uma vez na vida (caso tenham capacidade para tal), de modo a cumprirem com o Haj. por este motivo que muulmanos vindos de vrias partes do mundo chegam a Makkah com coraes repletos de amor, compaixo, humildade e submisso.Mesmo que apaream com ideias ou pensamentos pecaminosos, saem purifi cadas como no dia em que nasceram. Estas pessoas vm com mentes abertas, desprovidas de qualquer adorno, envergando apenas vestes simples.

    A cidade foi abenoada com tamanha santidade e segurana que o crente que l entra, fi ca imediatamente protegido e em segurana. Makkah Mukarramah pois essa honrosa cidade

    cuja santidade ALLAH juramentou, facto este referido por duas vezes no Al-Qurn. aqui onde se encontra o Massjid Al-Harm, em que a recompensa de um nico Salt efectuado equivalente a cem mil vezes. O Kbah, que representa o Quibla direco para a qual todos os muulmanos se voltam ao orar tambm se encontra neste sagrado Massjid. ainda o lugar onde se encontra a abenoada fonte de Zam-Zam.

    este o magnfi co lugar que atrai os coraes das pessoas como se de um man se tratasse. Apesar de proporcionar satisfao, o crente nunca se contenta em visit-lo; quanto mais se visita, mais se deseja voltar. Aqui, existem locais onde os Dus (splicas) so aceites, os pecados perdoados e as difi culdades aliviadas.A cidade detm a honra de ser o nico lugar completamente seguro no mundo, em que existem at estabelecimentos sem portas. estritamente proibido andar armado.Para alm disso, no permitida a entrada de no muulmanos. A prtica do mal atrai a fria ou aviso por parte de ALLAH. As consequncias dos pecados praticados neste lugar sagrado assim como o castigo pelos mesmos tambm so superiores.

    De seguida, mencionam-se alguns Hadices relacionados com as virtudes e particularidades de Makkah Mukarramah:

    a) De p e num local de nome Haruza, o Profeta dirigiu-se a Makkah dizendo: Por ALLAH! s tu a melhor das terras de ALLAH e a mais amada! No tivesse eu obrigado a te deixar, nunca o teria feito. [Tirmizi]

    b) Dirigindo-se a Makkah, o Profeta disse tambm: Amo-te mais do que qualquer outra cidade; no tivesse o meu povo me obrigado

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    a abandonar, eu jamais teria ido viver em qualquer outro local. [Tirmizi]

    c) Numa outra ocasio, o Profeta dirigiu-se a Makkah dizendo: Makkah! Juro por ALLAH que te deixo sabendo que tu s a mais amada e honrada das cidades aos Olhos de ALLAH. No tivessem os teus habitantes me obrigado a abandonar, eu jamais te teria deixado. [Tirmizi]

    d) Certa vez o Profeta disse: No existe cidade alguma onde o Dajjal (Anticristo) ser impedido de entrar, com excepo de Makkah e Madina; em todas as ruas existiro anjos alinhados e prontos a defend-las. [Bukhari]

    e) O Profeta disse ainda: No Dia de Quiymat, eu serei o primeiro a me erguer do tmulo; seguir-se-o Abu Bakr e Umar. Dirigir-me-ei ento ao povo de Baqui e tambm eles ressuscitaro; seguidamente, aguardarei pelo povo de Makkah.

    [Tirmizi]

    f) Quando os muulmanos conquistaram Makkah, o Profeta disse: No dia em que criou os Cus e a Terra, ALLAH santifi cou esta cidade e a sua santidade dever permanecer at o Dia de Quiymat. Os seus espinhos no devero ser arrancados, nem os seus animais maltratados e as coisas que carem no cho (no devero ser) apanhadas, a menos que seja com inteno de as restituir ao seu legtimo proprietrio ou tornar pblico o seu achado de modo a descobrir a quem pertence. De modo semelhante, proibido cortar a erva que aqui cresce naturalmente. [Musslim]

    OUTROS NOMES DE MAKKAH

    1. MAKKAHFoi Ele Quem, no vale de Makkah, deteve as mos deles afastando-as de vs, do mesmo modo como deteve as vossas mos afastando-as deles, depois de vos ter dado vitria sobre eles.

    [Al-Qurn 48:24]

    A palavra Makkah signifi ca erradicar e toda sua rea tem este nome pois um local onde os pecados so erradicados. Este nome pode tambm signifi car a erradicao ou destruio de qualquer pessoa que a pratique a represso.

    2. BAKKAHNa verdade, a primeira Casa (sagrada) erguida para a raa humana a que est em Bakkah, abenoada, servindo de orientao para os mundos. [Al-Qurn 3:96]

    A palavra Bakkah signifi ca aniquilar ou destruir por completo; este um dos nomes desta cidade pois ela aniquila a altivez e orgulho de tiranos e pessoas arrogantes.

    3. UMMUL-QUREis aqui o Livro abenoado que temos revelado (a ti, Muhammad), para confi rmar aquilo que fora revelado antes dele, e para que advirtas com ele Me das cidades e as que esto ao seu redor. [Al-Qurn 6:92]

    Ummul-Qur ou a me de todas as cidades refere-se a Makkah devido a quatro razes enumeradas pelos Ulam, explicando o motivo da atribuio deste nome:

    a) Foi o primeirssimo afl oramento de terra, a partir do qual se propagaram os restantes. Segundo pesquisas antigas e modernas, essa rea localiza-se no centro de toda a terra seca.

    b) a mais antiga de todas as cidades e, consequentemente, a me de todas elas.

    c) Uma vez que o Quibla dos muulmanos e todos se voltam para o Kabah quando praticam o Salt, o ttulo que lhe atribudo correcto pois a palavra Umm se refere tambm a voltar-se para uma determinada direco.

    d) Comparativamente a outras cidades, o seu estatuto equiparado ao de uma me para com os seus fi lhos.

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    4. AL-BALAD E AL-BALADUL AMINE recorda-te quando Ibrahim disse: Senhor meu! Torne esta Cidade, lugar de segurana...

    [Al-Qurn 14:35]

    E por esta Cidade segura.[Al-Qurn 95:3]

    Em ambos os versculos, a frase esta cidade se refere a Makkah. Allama Ibn Jawzi disse que, aquando do perodo da ignorncia, as pessoas que viviam com medo e afl io, encontravam sempre paz em Makkah.Os rabes utilizam as palavras min e Amin alternadamente (ambas traduzidas por pacfi ca).

    5. AL-BALADAHApenas fui ordenado adorar ao Senhor desta cidade (Makkah), a qual Ele santifi cou...

    [Al-Qurn 27:91]

    Allama Ibn Jawzi esclarece que ao se referir a cidade pretende-se dizer Makkah Mukarramah.

    6. HARAM MINPorventura, Ns no temos estabelecido para eles um santurio seguro?

    [Al-Qurn 28:57]

    Ao longo da histria, Makkah foi sempre descrita como um bero de segurana e paz, no obstante o facto de terem sido vrios os povos e culturas que a controlaram. Era prtica constante dos povos manterem toda a cidade no estado de Ihrm e, sempre que o medo afl igia a algum, era a que ele encontrava segurana e paz.Makkah no um local seguro apenas para o Homem, pois assim tambm para as plantas e animais. Aquando da conquista de Makkah, o Profeta disse: No dia em que criou os Cus e a Terra, ALLAH fez deste um lugar sagrado e assim dever permanecer at o Dia de Quiymat; nenhuma planta ser arrancada e nenhum animal ser molestado.

    7. WDI GHAIR DHI ZAR Senhor nosso! Eu estabeleci parte da minha descendncia (Issmail) num vale inculto...

    [Al-Qurn 14:37]

    Allama Ibn Jawzi defende que este versculo se refere a Makkah, pois trata-se de um local sem vegetao.

    8. MADQuando o Profeta foi obrigado a abandonar Makkah, ALLAH o consolou dizendo:Na verdade, Aquele que te tornou obrigatrio a prtica e a propagao do Qurn, levar-te- de volta ao teu ponto de retorno.

    [Al-Qurn 28:85]

    Abdullah Ibn Abbass disse que Mad ou ponto de retorno refere-se a Makkah, qual ALLAH prometeu ao Profeta que ele iria regressar.9. QRIAHE quantas cidades mais poderosas que tua cidade (Makkah), que te expulsou.

    [Al-Qurn 47:13]

    10. MASSJID AL-HARMGlorifi cado seja Aquele que transportou o Seu servo durante a noite, do Massjidul-Haram (Makkah) para Massjidul-Aqsa...

    [Al-Qurn 17:1]

    Quando o Al-Qurn menciona o Massjid Al-Harm, refere-se a um dos seguintes factos: Apenas o Kbah. O Kbah juntamente com o Massjid Al-

    Harm, o que a referncia mais comum. Toda a rea de Haram. Toda a cidade de Makkah.As fronterias que delimitam a rea de Haram so: Tanim ou Massjid Aisha (a 7,5 km), Nakhlah (a 13 km), Adhtu Laban (a 16 km), Hudaibiyah, Jiranah e Araft (todas estas a 22 km de Makkah).

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    ABU UBAIDAH IBN JARRAH GRANDES PERSONALIDADES

    Sayidina Abu Ubaidah era fi lho de Abdullah Ibn Al-Jarrah; seu pai no aceitou o Isslam, mas a me, que pertencia tribo Banu Hriss, era uma muulmana devota.Aisha (RTA) narra de que certa vez perguntou ao sagrado Profeta a respeito da pessoa que ele mais gostava, ao que respondeu: Abu Bakr; novamente perguntou: Depois dele?. Respondeu: Abu Ubaidah.Sayidina Abu Ubaidah foi de entre as dez pessoas que receberam ainda neste mundo atravs do Profeta , a boa-nova da entrada no Paraso.Ele emigrou por duas vezes, primeira de Makkah para Abissnia e depois para Madina, chegando a participar em todas as batalhas lideradas pelo sagrado Profeta .Na batalha de Badr, teve uma confrontao directa com o prprio pai pago. O seguinte versculo foi revelado a favor da sua aco:No encontrars entre pessoas que crem em ALLAH e no Dia do Julgamento, (uma) que tome por amigos aqueles que se opem a ALLAH e a Seu mensageiro, ainda que fossem seus pais, seus fi lhos, seus irmos ou seus familiares.

    [Al-Qurn 58:22]

    Na batalha de Uhud, o sagrado Profeta usava um capacete de ao, cujos ganchos penetraram na cabea e feriram-no. Sayidina Abu Ubaidah retirou os ganchos puxando-os com os prprios dentes; os ganchos saram, porm, ele fi cou sem dois dentes frontais. Consta que a sua face parecia mais linda e radiante do que antes.Certa vez, Sayidina Abu Bakr manifestou o desejo de ser sucedido no Khalifado por Sayidina Umar ou Sayidina Abu Ubaidah .Durante os primeiros dois Khalifados, Sayidina Abu Ubaidah comandou o exrcito muulmano na Sria, Iraque e Palestina.Quando o segundo Khalifa, Sayidina Umar , designou-o como substituto de Khalid Bin Walid para o comando do exrcito muulmano na

    Sria, este afi rmou: pessoas! Foi designado para vs o fi dedigno do Ummat. Esta declarao de Khalid Bin Walid a respeito de Abu Ubaidah foi feita luz da afi rmao do sagrado Profeta que diz: Existe um fi dedigno para cada Ummat e Abu Ubaidah Ibn Jarrah o fi dedigno deste Ummat. [Bukhari e Musslim]

    Sayidina nass narra que as pessoas de Imen vieram ter com Rassulullah e disseram: Envie connosco uma pessoa que nos possa ensinar o Sunnat e o Isslam, ao que o Profeta pegou nas mos de Abu Ubaidah e afi rmou: Ele o fi dedigno deste Ummat.

    [Musslim]

    Sayidina Huzaifah relata que as pessoas de Najram vieram ao encontro de Rassulullah e disseram: Mensageiro de ALLAH! Envie connosco uma pessoa de confi ana, ao que o Profeta respondeu: Certamente que enviarei convosco uma pessoa de confi ana, um fi dedigno no verdadeiro sentido da palavra. Os companheiros comearam a olhar em expectativa e Profeta enviou Sayidina Abu Ubaidah Ibn Jarrah . [Musslim]Temor por ALLAH, piedade e humildade eram suas caractersticas. Certa vez, quando Sayidina Umar visitou a Sria e entrou na tenda de Sayidina Abu Ubaidah , encontrou somente uma espada e escudo pendurados, altura em que ele havia assumido o comando do exrcito muulmano naquela regio. Sayidina Umar retorquiu: Eu gostaria que tivesses mais alguns bens, ao que respondeu: lder dos crentes! Esta nossa condio levar-nos- muito cedo ao Local de repouso.

    Abu Ubaidah faleceu no ano 18 de Hijrah, quando se dirigia de Amwass para Baitul-Maqdass (Jerusalm) com objectivo de orar, perto duma vila chamada Farhd. Tinha na altura 58 anos e no deixou fi lhos.

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    QUEM FOI ZUL-QARNAINMufti Sufi an Y. Chaban

    Por ter conquistado os dois extremos Oriente e Ocidente a coroa de Zul-Qarnain possua dois chifres, da o signifi cado do seu nome ser o de dois cornos.ALLAH disse ao profeta Muhammad :Interrogar-te-o a respeito de Zul-Qarnain; diz-lhes: Relatar-vos-ei algo da sua histria.

    [Al-Qurn 18:82]

    Existem divergncias sobre a origem e nome de Zul-Qarnain. H quem diga que era romano, persa ou da tribo Himyr, de Imen.O historiador Abu Ubaidah disse que Zul-Qarnain era romano e se chamava Failowiss Bin Massrim, onde tambm existem divergncias. Outro historiador de nome Iss-hq Bin Bishr relata de Qatdah , que Zul-Qarnain era Alexandre e seu pai foi o primeiro Csar (imperador romano), descendente de Sam, fi lho do profeta Nuh (No)Outros dizem que era fi lho dum homem da tribo Himyr, que viajou para o Imprio Romano e l se radicou. Seu pai chamava-se Failssof (fi lsofo), pela inteligncia que possua, e casou-se com uma mulher da tribo Jassan, que professava a religio dos romanos. Desse casamento, nasceu Zul-Qarnain e foi-lhe dado o nome de Isscandar Bin Failssof Bin Himyr.Os persas acham que Zul-Qarnain era seu conterrneo e se chamava Isscandar Ibn Dra Bin Bahn. Os gregos apelidaram-no com o nome da sua me, alegando que o pai falecera enquanto pequeno.

    Todavia, Zul-Qarnain no era profeta mas sim um rei justo e humilde, que conquistou muitas terras, alcanou o Oriente e o Ocidente, governou com total justia e apoio de ALLAH.Iss-hq Ibn Bishr narra de Abdullah Ibn Abbass

    , que Zul-Qarnain era um rei benfeitor e ALLAH gostou tanto das suas aces que o elogiou no sagrado Al-Qurn. Khidhr era seu ministro e conselheiro, que estava na vanguarda do seu exrcito.

    de salientar que Alexandre Magno era grego e oriundo da Macednia, que passou para o Egipto e fundou a cidade de Alexandria. Era um idlatra e viveu muito mais tarde que o primeiro, cerca de 330 anos antes do nascimento de Issa (Jesus); seu ministro e conselheiro era o fi lsofo grego Artutlis. Foi Alexandre Magno quem matou o rei Dra Bin Dra, humilhou os reis persas e ocupou as suas terras.Entre ambos houve uma separao de cerca de dois mil anos. Segundo as narraes, o primeiro (mencionado no Al-Qurn) era descendente de Sam, fi lho de No, e o segundo era descendente de Iss, fi lho de Iss-hq (Isaac).

    ALGUMAS PASSAGENS RELACIONADAS COM ZUL-QARNAIN

    Existem tambm muitas opinies acerca da sua denominao. A mais certa de que se chamava Zul-Qarnain por ter alcanado os extremos oriental e o ocidental, conquistando tudo que se encontrava entre ambos. Imm Zuhri tambm desta opinio.

    Zul-Qarnain foi um rei piedoso a quem ALLAH concedeu muito conhecimento e poderes sobrenaturais, podendo fazer certas coisas que o ser humano normal no capaz. ALLAH colocou sua disposio, vrios meios de qual necessitasse:Por certo, empossamo-lo na terra e concedemos-lhe caminho de acesso a cada coisa.

    [Al-Qurn 18:84]

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    ALLAH concedeu-lhe um reinado vasto e tudo aquilo que um rei precisasse, tal como sabedoria, poder absoluto, apoio de exrcitos e instrumentos de guerra, meios para alcanar lugares longnquos e mecanismos que lhe permitissem dominar, alastrar e impor o seu poder onde e como quisesse. por essa razo que conseguiu governar da nascente ao poente.

    ALLAH revelou-lhe que havia colocado nuvens sua disposio e que ele poderia escolher aquela que pretendesse utilizar, de entre as fceis e as difceis, e ele escolheu as fceis (consta que estas so aquelas que no emitem relmpagos nem trovoadas). Quando chegasse a um local onde no pudesse mais avanar (montanha, rio, mar, etc.), ento as nuvens transportavam-no para onde desejasse.

    Certa vez, durante as suas andanas, chegou onde no havia mais terra, atingindo deste modo o mar (Oceano Atlntico). A, viu o Sol a se pr numa fonte de lama, onde havia l um povo descrente e grande em nmero. ALLAH props-lhe duas opes: ser paciente com eles, tolerando-os e convidando-os para a verdade e bom caminho ou castig-los, caso continuassem descrentes.

    Segundo alguns gegrafos muulmanos, ele viajou at s terras do Magreb (Tunsia, Arglia e Marrocos), onde seguiu um outro caminho at nascente. L, viu o Sol a nascer sobre um povo que nada tinha para se proteger do Sol, estavam descalos, sem roupa, casa e nem rvores. Viviam no deserto e, para se sobreviverem, alimentavam-se de peixe.

    Depois, seguiu para o Plo Norte, at que chegou num local onde encontrou duas montanhas. Segundo alguns comentadores, estas montanhas se localizam entre a Armnia e o Azerbeijo. Alguns Ulam afi rmam que as mesmas se localizam nos confi ns do Plo

    Norte e por detrs delas se encontram os Yajuj e Majuj (Gog e Magog).

    Nas proximidades dessas montanhas, Zul-Qarnain encontrou um povo que no percebia lngua alguma. No entanto, tentaram comunicar a Zul-Qarnain que os Yajuj e Majuj faziam grandes estragos e criavam distrbios na zona, matando, destruindo casas, machambas e oprimindo as pessoas e pediram-lhe se, em troca de algum pagamento, ele pudesse criar uma barreira bem slida entre o povoado e os Yajuj e Majuj.

    Zul-Qarnain comunicou-lhes que no havia necessidade de haver qualquer pagamento, pois aquilo que ALLAH o concedera era sufi ciente. Ele precisava somente de apoio fsico, tal como instrumentos e mo-de-obra, para a construo do muro.Nesta edio no iremos aprofundar mais sobre os Yajuj e Majuj (Gog e Magog), pois o presente artigo relaciona-se apenas a Zul-Qarnain.

    Abdullah Ibn Jfar Al-Ruqui narra que certa vez, algum estava a espalhar rumores a respeito duma pessoa diante de Zul-Qarnain. Este disse: Gostarias que aceitssemos o que disseste a cerca da pessoa na condio de aceitarmos o que ela disser sobre ti?Respondeu: No. Ento, Zul-Qarnain disse: Ento pare de fazer mal s pessoas e elas deixaro de fazer mal para ti.

    Segundo uma narrao, o profeta Ibrahim (Abrao) estava sentado num local quando ouviu uma voz e perguntou de quem era. Foi-lhe dito que era de Zul-Qarnain, a chegar com a sua tropa.Ento, Ibrahim disse a algum que estava sentado ao seu lado: V ter com Zul-Qarnain e enderea-lhe os meus cumprimentos (Salm). A pessoa foi ter com Zul-Qarnain e disse-lhe que Ibrahim lhe enderea o Salm.

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    Zul-Qarnain perguntou quem era Ibrahim, ao que lhe respondeu: Khalilur-Rahman Amigo de ALLAH. Ento perguntou se ele estava nesta zona e respondeu-lhe positivamente.

    Depois, Zul-Qarnain desceu da sua montada para ir ao encontro de Ibrahim , quando o homem lhe informou que ainda estava pouco distante. Zul-Qarnain respondeu dizendo: No posso montar na terra onde se encontra Ibrahim , e caminhou at chegar a Ibrahim . A seguir, saudou a Ibrahim e este por sua vez, deu-lhe alguns conselhos.

    Wahab Ibn Munabbih conta que Zul-Qarnain chegou ao poente e encontrou l um povo muito distinto; as casas no tinham portas, nem havia governo ou tribunal.Zul-Qarnain dirigiu-se para eles e disse: Vi algo muito espantoso entre vs. Ao que perguntaram o motivo do espanto.

    Vejo campas frente das vossas casas! Responderam que isso era para no se esquecerem da morte.Vejo que o vosso celeiro um! Responderam que era para distribuir equitativamente para todos aquilo que haviam cultivado, mesmo para aqueles que no o haviam feito.Vejo vossas casas sem portas! Disseram que no existiam suspeitos entre eles.Vejo cobras e escorpies a passearem sem vos prejudicar! Afi rmaram que ALLAH havia retirado dos seus ntimos a desonestidade e a prtica do pecado, razo pela qual retirou o veneno deles.

    Vejo que no tm governo nem tribunal! Disseram que entre eles no existia quem praticasse injustias.Porque encontro em vs pessoas com vida muito longa, mais do que outros povos? Responderam: Cuidamos dos laos familiares, por isso ALLAH prolongou as nossas vidas.

    CONSELHOS DOURADOSDE SAYIDINA UMAR

    Ibn Khathi escreve que certa vez quando Umar o segundo Khalifa do Isslam enviou um exrcito Prsia, sob comando de Sad Ibn Abi Waqqass , enunciou as seguintes recomendaes:

    1. Temei unicamente ALLAHEu aconselho a si e ao seu exrcito a temerem constantemente a ALLAH, pois o temor a Ele a maior arma contra o inimigo e a melhor estratgia na batalha.

    2. Abandonai o pecadoEu aconselho a si e ao seu exrcito a temerem mais a desobedincia a ALLAH do que o inimigo; se o exrcito recear mais os pecados do que o inimigo, ALLAH conceder-vos- a vitria. A vitria dos muulmanos consequncia da desobedincia dos descrentes para com ALLAH.

    No existe poder nem fora excepto de ALLAH; em nmero, o inimigo sempre maior do que ns e possui melhores armamentos. Se os igualarmos na desobedincia, eles vencero devido sua fora maior, pois no lhes podemos vencer pela fora, a menos que lhes desafi emos pela religiosidade.Saibam que vs tendes alguns anjos convosco para proteger a vs e as vossas aces; portanto, sede cuidadosos e no cometeis pecado enquanto estiverdes a combater no Caminho de ALLAH.

    (continua na pg. 11)

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    O EGOSMOSheikh Cssimo David

    Neste mundo complexo e perverso em que vivemos, torna-se difcil situarmo-nos correcta e perfeitamente em matria de f e conscincia. Os processos histricos que assolaram as naes e as respectivas mudanas sociais, algumas subtis e outras radicais, infl uenciaram na apreciao criteriosa do Homem em relao ao bem e ao mal, transformando aquilo que outrora fora um exerccio natural e transparente na aplicao de valores morais.

    Ao considerar que o egosmo emana directamente no individuo a partir do desenvolvimento desenfreado de defeitos tais como o orgulho, a avareza e a ganncia, entende-se que se trata de um vcio herdado, como resultado directo dos factores que condicionaram na evoluo da personalidade e na apreciao do meio ambiente. A pessoa no nasce egosta mas sim torna-se como tal, devido a um conjunto especfi co de circunstncias e factores vividos.

    Em termos gerais, pode-se defi nir o egosmo como sendo a preocupao do indivduo em pretender salvaguardar o seu prprio bem-estar e interesse, em detrimento de outrem. uma espcie de exclusivismo que leva a pessoa a se tomar como referncia de tudo, uma excessiva vaidade, pretenso, orgulho e presuno.

    importante salientar que a atitude egosta um acto consciente da pessoa; no se pode atribuir a qualidade inconsciente ou involuntria mesma, pois assume-se que se trata do resultado duma refl exo deliberada ou superfi cial sobre uma determinada situao, culminando com uma deciso em proveito prprio. o egosta quem decide que os seus interesses se sobrepem aos de demais.

    Tudo isto no algo fora de comum pois, no mundo actual, prevalece a doutrina humanista, em que o indivduo tido como o centro do

    universo e que cada um se assume como rei de tudo quanto lhe rodeia. Hoje em dia, num mundo constitudo por elites, o materialismo tido como virtude e o indivduo almeja ainda mais o seu prprio bem-estar material, vislumbrando o xito atravs de bens acumulados.

    Neste quadro, felizmente existe a Revelao Divina e o Isslam, que impem o raciocnio e a refl exo na aco humana. Enquanto existem divergncias quanto paixo e preconceito, o raciocnio e a refl exo so pontos onde convergimos; o Isslam recomenda que o crente esteja consciente acerca do mundo em que vive e da sociedade em que reside, assumindo a responsabilidade tanto pelos seus actos como pelas suas palavras.

    O ser humano demonstra ser egosta, recorrendo com frequncia e insistncia para aquilo que lhe d prazer e satisfao. Contudo, o Isslam no s salienta a compaixo e solidariedade, mas tambm desenvolveu um conjunto de regras que permite ao indivduo exercer estes nobres sentimentos em prol da sociedade e humanidade. Mais do que um mero apelo conscincia, o Isslam mostra como que o ser humano pode agir quando se trata de solidariedade.

    De vrias formas, o Isslam contesta o egosmo (embora reconhea a sua presena) seja pelas exortaes solidariedade, prtica de caridade, contnua recordao da qualidade humilde do crente e pela rejeio do luxo e da ostentao como modelos de conduta e forma de estar.

    Confrontando o discurso actual sobre o Homem e seus direitos, proferido pelos aparentemente bem intencionados missionrios e samaritanos, que no pretendem nada mais do que trazer os seus valores seculares morais e sociais para o mundo em vias de desenvolvimento e tidos por eles como sendo os mais benfi cos para o Homem, surge o

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    Isslam em defesa dos bons costumes e valores mais condignos das sociedades verdadeiramente evoludas e no enaltecimento dos sentimentos mais nobres do Homem.

    O egosmo pode ser considerado como uma das manifestaes mais evidentes de rejeio ao Isslam. oposto caridade, uma contradio clara exortao da prtica do bem e impedir o mal e uma negao ao princpio que rege as fi leiras durante as oraes. O Isslam exorta para a partilha do muito ou pouco que se tem, enquanto que o egosmo uma atitude inspirada pela falta de sensibilidade, pela frieza em relao s necessidades dos outros e pela avareza quanto quilo que se possui.

    importante recordar que o egosmo no um conceito absoluto pois existem seus graus, de tal forma que o crente pode no se aperceber de que est a se incorrer nele. O simples facto de ser bastante calculista na atribuio da caridade pode colocar o crente numa posio pouco clara quanto inteno do acto. O facto de ser crente no signifi ca que o indivduo no possa evidenciar comportamentos negativos, e tambm, no torna a pessoa necessariamente perfeita. As virtudes e qualidades do Isslam inspiram s pessoas que estejam a vacilar, a continuarem na senda recta.

    O Isslam um modelo verstil e imutvel, vlido para todas as geraes e povos; uma soluo para os dilemas ticos que se apresentam nos dias de hoje; um auxlio aquando da necessidade de se implementar um pensamento crtico e uma proteco contra a contestao inevitvel que surge quando algum prima pelo bem ou tenta impedir o mal.A deciso fi nal cabe sempre ao crente, tal como fi cou estabelecido no convnio entre o Criador e Sua criao mais querida, na expresso mais alta do princpio de arbtrio livre. Contudo, este mesmo Homem, na qualidade de crente, foi munido com sufi cientes meios e conhecimentos para fazer o seu juzo com f e conscincia.

    (continuao da pg. 9)

    E jamais digam nosso inimigo pior do que ns e que eles no nos podem vencer (mesmo) se cometermos pecado, pois muitas naes sofreram na mo dos outros que eram menos crentes, tal como os Filhos de Israel que foram vencidos por Magi, por terem cometido pecado.

    3. Procurai ajuda somente de ALLAHVs deveis pedir a ALLAH vitria sobre vs mesmos, do mesmo modo que pedis vitria sobre o inimigo. Pedis isso a ALLAH para ns e para vs.

    Todos ns devemos meditar nestes dourados conselhos, pois necessrio refl ectirmos sobre as nossas aces e virarmos toda a nossa ateno exclusiva e somente para ALLAH.A actual crise humilhante que os muulmanos tm vivido, talvez seja fruto das nossas prprias aces. necessrio mudar a ns prprios e arrependermo-nos dos pecados pois, certo que a ajuda de ALLAH infalvel, porm, necessrio virarmos a nossa ateno para Ele.Ter nome muulmano, fazer Salt e Jejum, procurar comida com rtolo Hall, recitar Y-Sin e Tassbih no sufi ciente; necessrio ainda que cada muulmano preocupe com a situao de todo o Ummat e como melhorar este cenrio, pois muulmano no aquele que a media procura hoje pintar com as cores mais obscuras possveis.

    Muulmano no sinnimo de terrorista, fundamentalista, etc. O verdadeiro muul-mano sinnimo de pessoa de bondade, paz e bem-estar.

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    CALNIA E DIFAMAO

    ALLAH diz no sagrado Al-Qurn:Ai de todo aquele que difama (na presena) e calunia (na ausncia), que acumula riquezas e conta-as sempre; ele pensa que a sua riqueza o tornar eterno.No! Certamente ele ser lanado no Despeda-ador (Inferno). [Al-Qurn 104:1-4]

    A difamao e a calnia so de entre os pecados graves que muitas pessoas cometem no seu dia a dia. Sob pretexto de querer ser o foco de ateno das pessoas ou inteirar-se das novidades da praa, muitos caem no pecado de difamar e caluniar, o que certamente bastante grave. E outros ainda tm o prazer de participar nessas mesmas conversas.

    A calnia tornou-se algo to vulgar que as pessoas nem se apercebem de estar a cometer esse pecado, pois argumentam que a verdade para ser dita, fi cando ainda atentos conversa do caluniador.Calnia signifi ca falar algo negativo sobre algum, embora verdico, na sua ausncia, de modo que a pessoa se sentiria ofendida caso estivesse presente.

    Abu Huraira narra que o Profeta disse: Sabeis vs o que calnia? Os Sahbah responderam: ALLAH e Seu mensageiro sabem melhor.O Profeta explicou: Quando falarem a respeito de algum (na sua ausncia), vosso irmo (na f), ferindo-o ou ofendendo-o, calnia.Algum perguntou: Ser considerado calnia falar de algum mal existente na pessoa.O Profeta respondeu: Calnia se tal mal existir nele; caso contrrio, ser considerado difamao (que pior do que a calnia).

    [Musslim]

    Portanto, necessrio controlar a nossa lngua e distanciar dos ajuntamentos onde se esteja a

    caluniar ou difamar, para se evitar todos esses males. neste contexto que o Al-Qurn diz: crentes! Evitai a desconfi ana excessiva, pois h desconfi ana que pecado; e no espieis e no caluniais uns contra outros.

    [Al-Qurn 49:12]

    Segundo um Hadice narrado por Abu Sad Al-Khudri , o Profeta disse: A calnia pior do que o adultrio (na consequncia). Pelo que foi interrogado: Como que a calnia pode ser pior que o adultrio?O Profeta explicou: Se a pessoa cometer adultrio, poder ser perdoada por ALLAH, caso Lhe pea perdo; porm, o caluniador jamais ser perdoado sem que o ofendido o perdoe.

    [Baihaqui]

    Do Hadice acima referido, depreendemos que a gravidade da calnia elevada pois, para a absolvio deste pecado, necessrio o consentimento da pessoa ofendida.Num outro Hadice, o Profeta equiparou a calnia como se estivesse a comer o cadver do seu irmo. Ibn Massud narra: Estvamos sentados com o Profeta quando algum se levantou e saiu; nisto, uma outra pessoa (que estava presente) falou mal do indivduo que sara, ao que o Profeta lhe disse: Limpai os teus dentes; o homem interrogou: No comi carne alguma!, o Profeta disse: Tu acabaste de comer o cadver do teu irmo.

    [Tabarni]

    nass narra que Rassulullah disse: Durante o Merj, passei por algumas pessoas cujas unhas estavam avermelhadas como cobre e com elas arranhavam o rosto e o peito; perguntei a Jibrail quem eram esses indivduos que recebiam aquele terrvel tormento, pelo que respondeu: Eram aqueles que em vida comiam carne humana (i., caluniavam).

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    Consta que certa vez o Profeta passou por duas sepulturas e comentou: Em ambas, os residentes esto a ser castigados: um est sendo castigado pela calnia e o outro porque no se cuidava da urina (i., no se purifi cava depois de urinar).Certa vez o Profeta perguntou aos seus companheiros: Sabeis quem Mufl iss (falido) de entre vs? Os Sahbah responderam: Entre ns, o falido aquele que no tem dinheiro nem riquezas.O Profeta disse: No! O Mufl iss de entre o meu povo aquele que no Dia de Quiymat se apresentar com Saltes, Jejuns e Zakt cumpridos, mas tendo ofendido, acusado falsamente, vigarizado ou derramado o sangue, ou ainda, agredido o seu prximo, ser-lhe-o retirados os seus honorrios para compensar o lesado; caso estes se esgotem antes do lesado ser compensado na totalidade, os pecados do lesado ser-lhe-o atribudos, acabando por ser lanado ao Fogo.

    [Ahmad e Tirmizi]

    Portanto, necessrio evitar caluniar e difamar ou participar em conversas onde se esteja a praticar estes pecados e, enquanto vivos, melhor pedir perdo a quem por ventura tenhamos caluniado ou difamado, seja individualmente ou em conjunto, pois o Profeta disse: Na calnia, o caluniador e aquele que escuta a calnia, ambos partilham o pecado.Alguns indivduos tm o hbito de zombar, ridicularizar ou imitar certas pessoas na presena ou mesmo na ausncia delas, somente com o objectivo de divertir os outros. O Profeta advertiu-nos sobre esta prtica dizendo: As pessoas dizem coisas simplesmente para fazer rir aos outros, porm, por esta aco, ele cai para o fundo (do Inferno) a uma distncia entre os cus e a terra. [Mishkt]

    VIRTUDES AO DEFENDER AHONRA DUM MUULMANO

    ALLAH diz no sagrado Al-Qurn:E ajudar os crentes uma incumbncia sobre vs. [Al-Qurn 30:47]

    nass narra que o Profeta disse: Aquele em cuja presena seu irmo muulmano for caluniado e tiver poder para ajud-lo, que o ajude (i., que impea o caluniador dessa prtica), ALLAH ajudar-lhe- neste e noutro mundo; porm, se tiver poder e no o ajudar, ALLAH apreend-lo- neste e noutro mundo.

    [Mishkt]

    Assma Bint Yazid (RTA) narra que o Profeta disse: Se algum defender a carne do seu irmo de ser comida pela calnia, ALLAH assume a responsabilidade de libert-lo do Inferno.

    [Mishkt]

    Muz Bin nass narra que Rassulullah disse: Aquele que proteger o crente de um hipcrita, ALLAH ir enviar um anjo que proteger a sua carne contra o Fogo de Inferno no Dia de Ressurreio; mas aquele que atacar um muulmano dizendo algo de forma a desgra-lo, ALLAH ir reprimir-lhe na (travessia da) Ponte sobre o Fogo, at que compense (o lesado) pelo que disse. [Mishkt]

    Destes Hadices, depreendemos dois aspectos importantes, nomeadamente:a) A virtude de defender e impedir que o

    muulmano seja vtima de calniab) A repreenso contra aqueles que difamam e

    caluniam. O difamador s poder se livrar do Fogo caso o ofendido o perdoe, o que bastante difcil pois naquela situao, todos estaro a necessitar de boas aces.

    Segundo Abu Huraira , o Profeta disse: Acautelai-vos de sete coisas destrutivas:1. Associar parceiros a ALLAH2. Praticar a magia3. Matar pessoas a quem ALLAH proibiu4. Praticar a usura5. Devorar bens de um rfo6. Abandonar o campo de batalha7. Difamar uma mulher crente e modesta (que

    esteja inocente da acusao).[Bukhari e Musslim]

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    O SURGIMENTO DE DAJJAL

    Segundo Ibn Hjar, a palavra Dajjal provm do rabe que signifi ca falsidade ou aquele que encobre a verdade com a falsidade; Dajjal quer dizer tambm impostor ou vigarista. O Fitna que ele criar ser a maior tribulao na histria da humanidade.

    Abdullah Ibn Umar narra que o Profeta levantou-se de entre as pessoas, louvou a ALLAH, dizendo que Ele merece ser louvado, e mencionou sobre o Dajjal: Eu admoesto-vos acerca dele; no existe profeta algum que no informou o seu povo acerca do Dajjal e eu dir-vos-ei algo que nenhum deles informou ao seu povo: ele zarolho e ALLAH no zarolho. [Bukhari]

    DAJJAL EST PRESO NUMA ILHA

    Num longo Hadice relatado por Musslim que ser descrito resumidamente, consta que certa vez o profeta Muhammad juntou os Sahbah (RTA) no Massjid com o objectivo de expor um acontecimento narrado por Tamim Dari, um cristo que havia abraado o Isslam, algo que estava de acordo com aquilo que o Profeta havia dito acerca do Dajjal.Tamim Dari conta que navegava numa embarcao com trinta homens quando, devido agitao do mar, foram parar prximo duma ilha. Ao pr do Sol, aproximaram-se da terra e quando desembarcaram, encontraram uma besta to peluda, que no foram capazes de diferenciar a parte frontal da traseira. Esta disse-os: grupo! Ide ao encontro dum homem no mosteiro, pois ele est muito ansioso em saber algo sobre vs.Ento dirigiram-se apressadamente ao mosteiro onde encontraram um homem enorme, com as mos acorrentadas at ao pescoo e com argolas de ferro entre as pernas e os tornozelos, que lhe perguntaram: Maldito sejas, quem s tu? Brevemente sabero a meu respeito; digam-me quem sois vs?

    Somos pessoas da Arbia. Digam-me algo sobre as tamareiras de Baisan, essas rvores do frutos? Sim! Responderam. Brevemente elas deixaro de dar frutos. Infor-mem-me sobre o lago Tabariyah (na Palestina), existe gua nele? Sim, existe muita gua nele. Brevemente o lago secar. Informem-me sobre a nascente de Zughar, existe gua nela? As terras so irrigadas atravs dela? Sim, as pessoas utilizam as suas guas para irrigar as terras. Informem-me sobre o Profeta iletrado (Muhammad), o que ele tem feito? Ele saiu de Makkah e se estabeleceu em Yathrib (Madina). Os rabes lutam contra ele? Como ele se relaciona com os rabes? Sim, lutam contra o profeta Muhammad, mas ele superou os rabes sua volta e estes seguiram-no. melhor para eles que o sigam! Agora informar-vos-ei a meu respeito: Eu sou o Dajjal, brevemente serei autorizado a deixar este lugar; irei emergir e viajar pela terra durante quarenta dias. Passarei por todas as cidades excepto Makkah e Madina, pois foram proibidas para mim; sempre que eu tentar entrar numa delas, serei impedido pelos anjos.

    SECA E FOME ANTES DA EMERGNCIA DO DAJJAL

    Antes do surgimento de Dajjal, as pessoas sero sujeitas a um teste severo: o cu ir reter a chuva e a terra reter a vegetao.Abu Ummah narra que o Profeta disse:Antes do surgimento de Dajjal, existiro trs anos difceis nos quais as pessoas sofrero uma fome intensa. No primeiro ano, ALLAH ordenar ao cu para reter um tero da sua chuva e ordenar

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    terra para reter um tero da sua vegetao; no segundo ano, Ele ordenar ao cu para reter dois teros da sua chuva e terra tambm dois teros da sua vegetao; e no terceiro ano, Ele ordenar ao cu para reter toda a chuva e no cair sequer um pingo de chuva, e terra para reter toda a sua vegetao. Nenhuma planta germinar e nenhum animal de unhas fendidas restar, morrero todos excepto aqueles quem ALLAH desejar.Foi lhe perguntado o que manter as pessoas vivas nesse tempo, ao que respondeu: O Tahlil L Ilha Illallah, o Takbir Allhu Akbar e o Tahmid Alhamdu Lillh; esta prtica servir de nutrio para eles.

    SITUAO DOS MUULMANOS QUANDO O DAJJAL APARECER

    Antes do aparecimento de Dajjal, os muulmanos tero grande poder e posio na sociedade. O seu aparecimento ter como objectivo terminar com este poder. Nesse tempo, existir um acordo de paz entre os muulmanos e romanos: atacaro o inimigo comum e vencer-lhes-o; depois surgir uma guerra entre eles.

    Zhu Mikhbar relata que ouviu o Profeta dizendo: Vs fareis um acordo de paz com os romanos e juntos atacareis o inimigo comum. Sereis vitoriosos, levareis os esplios de guerra e voltareis salvos, at que acamparo no Marj Dhi Talul. Um cristo levantar a cruz e dir: a cruz adquiriu a vitria; um dos muulmanos zangar-se- e quebrar a cruz. Neste ponto, os romanos quebraro o tratado e comearo a preparar para uma grande batalha. [Abu Dawud]

    Noutras narraes consta que os muulmanos apressaro em levar as suas armas para combater e ALLAH honrar a esse grupo com o martrio. Apesar do nmero de muulmanos ser muito reduzido nesse local, o Profeta afi rmou que eles sero mrtires e ALLAH honrar-lhes- com o martrio. Esta traio dos romanos e os eventos subsequentes sero a causa desta grande batalha.

    DE ONDE SURGIR E QUANTO TEMPO PERMANECER NA TERRA

    De acordo com narraes de Tirmizi, Ibn Mjah e Hkim, o Dajjal surgir do leste, da terra dos Persas chamada Khurassn. A realidade do seu aparecimento tornar-se- clara aos muulmanos quando ele chegar num lugar entre a Sria e Iraque, comeando a espalhar maldade por todos os lados.An-Naws Ibn Samn narra que certa vez perguntaram ao Profeta acerca da permanncia de Dajjal na Terra, ao que o Profeta respondeu: Quarenta dias, um dia ser como o ano, um dia como o ms, um dia como a semana e os restantes dias sero como os vossos dias. Ns perguntamos: Profeta de ALLAH, no dia em que ser como um ano, as oraes de um dia sero sufi cientes? Respondeu: No, tero que calcular o seu tempo. [Musslim]

    OS SEGUIDORES DE DAJJAL

    Dajjal, o falso Messias ou o zarolho mentiroso ser o rei que os judeus tanto esperam para governar o mundo na sua era. Ussmn Ibn Abi Al-ss relata que o Profeta disse: A maior parte dos seguidores de Dajjal sero judeus e mulheres. E segundo uma narrao de nass Bin Mlik: Dajjal ser seguido por setenta mil judeus. [Musslim]

    CARACTERSTICAS DE DAJJAL

    O Profeta descreveu a caracterstica saliente da aparncia e fi sionomia do Dajjal: ser um jovem judeu, avermelhado na compleio, com cabelos encaracolados e zarolho, conhecido por Massih Dajjal; o seu olho direito estar saliente como uma uva e no ter viso; a pessoa que parecida com ele Ibn Qatan (da tribo) Khuzah [Bukhari].Existir ainda um sinal atravs do qual ALLAH far com que ele seja reconhecvel pelos crentes (muulmanos) enquanto que o descrente no ter

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    essa habilidade: na sua testa estaro escritas em rabe as letras Kaf-F-R, que signifi ca kfi r descrente, certifi cando tratar-se de um incrdulo; todo o verdadeiro muulmano conseguir ler isso, mesmo que seja analfabeto.

    O Dajjal reivindicar a divindade e espalhar a maldade na terra. Se estes so os seus atributos, nos quais existem tantas imperfeies, como que esta criatura pode se considerar divina?Ibn Arabi disse: Dos vrios atributos defeituosos de Dajjal, est claro que ele no conseguir libertar-se dos prprios defeitos e estar subjugado sua aparncia fsica. Por outras palavras, se fosse deus, estaria apto em remover os defeitos do seu corpo; esta sua incapacidade mostra que ele subjugado ao Deus dos Mundos.

    Outra caracterstica sua ser a de produzir actos extraordinrios para propagar a falsidade. A pessoa ir ao seu encontro pensando que no ser enganada e que a sua falsidade no ter efeito nela. Contudo, depois de ver as suas extraordinrias proezas, ir segui-lo.Imran Bin Hussain narra que o Profeta disse: Aquele que ouvir acerca do Dajjal que se distancie dele, pois juro por ALLAH, que o crente ir ao seu encontro e seguir-lhe- devido s dvidas que despertar em si. [Abu Dawud]

    Aquele a quem ALLAH conceder a oportunidade de examinar minuciosamente o Dajjal ter a certeza de que se trata de um impostor de pernas arqueadas e que os atributos de divindade no existem nele. Apesar dos actos extraordinrios que efectuar, ele ter necessidades de comer, beber, dormir, urinar, defecar, etc., como qualquer ser humano. Como que um ser como este pode se intitular de Deus e merecedor de adorao, se necessita de tudo isso?Apesar desta clareza, o Profeta deu-nos muita informao acerca das suas principais caractersticas e atributos. O surgimento de Dajjal ser um grande teste humanidade, afi m de separar os crentes dos descrentes.

    Para alm de proclamar a divindade, ser-lhe- concedida a habilidade de realizar feitos sobrenaturais, que serviro para confundir as pessoas e ser uma grande tribulao para as mesmas, tais como:

    a) Habilidade de Viajar Rapidamentepara Qualquer Parte do Mundo

    De acordo com o Hadice narrado por An-Nawass Ibn Samn, o Profeta foi questionado a respeito da velocidade do Dajjal. O Profeta disse que ser como a velocidade das nuvens conduzidas pelo vento, mostrando que ele vir numa altura em que os meios de transporte sero bastante sofi sticados.Numa outra narrao, o Profeta disse que o Dajjal ir viajar pela terra e no deixar cidade alguma sem entrar e prevalecer nela, com excepo das cidades sagradas de Makkah e Madina, onde existiro anjos da guarda que impediro a sua entrada.

    b) O Paraso Representar oInferno e Vice-versa

    Ele criar uma enorme fogueira, qual dar o nome de Jahannam, e um grande jardim, que chamar de Jannat. Na verdade, o jardim que ele chamar de Jannat ser o fogo e a fogueira que ele chamar de Jahannam ser o jardim.Num Hadice relatado por Musslim, Huzaifah narra que o Profeta contou acerca do Dajjal: Ele ter gua e fogo consigo; aquilo que as pessoas acharem ser gua ser (na realidade) fogo e aquilo que acharem ser fogo ser (na realidade) gua fresca e doce. Aquele de entre vs que for testado, que escolha aquilo que ele denominar por fogo.Neste Hadice, est claro que as pessoas no sabero a natureza real daquilo que o Dajjal apresentar. O que as pessoas viro no ser real mas sim o contrrio, ou seja, ser uma iluso.

    c) Ser Auxiliado pelo SatansNo restam dvida de que o Dajjal ser auxiliado pelo Satans. sabido que este no

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    ajuda a ningum excepto aquele que mais duvidoso e desencaminhado e aquele que esta escravizado por algo para alm de ALLAH.Abu Ummah narra que o Profeta disse: Parte do seu Fitnah (de Dajjal) ser: Ele dir a um beduno: Se eu ressuscitar os teus pais, testemunhars que sou o teu senhor? Responder: Sem dvida. O Satans aparecer sua frente na forma dos seus pais e dir-lhe-: Siga-o meu fi lho, porque ele o teu senhor.

    [Musstadraq Al-Hkim, Ibn Mjah]

    d) Animais e Objectos InanimadosObedecero ao seu Comando

    Dentre as adversidades com que ALLAH testar os Seus servos, ser o de permitir ao Dajjal que com um simples gesto (sinal) da sua mo, causar a queda de chuva, chamar os animais e estes seguir-lhe-o, comandar s runas para tirarem os seus tesouros e estas respondero s suas ordens, providenciar comida nas zonas afectadas pela fome, ordenar terra para tirar a vegetao na altura da fome e seca intensa.

    e) Tirar a Vida de umJovem e Restituir-lhe-

    Consta num Hadice relatado por Bukhari e narrado por Abu Sad , de que o Profeta falou detalhadamente acerca do Dajjal, mencionando ainda o seguinte:O Dajjal vir, ser-lhe- proibida a entrada em Madina; ele acampar numa das zonas ridas prxima de Madina. Nesse dia, um jovem, a melhor pessoa ou uma das melhores pessoas desse tempo, ir ao seu encontro e dir: Eu testemunho que s o Dajjal acerca do qual o Profeta nos informou.O Dajjal dir: Se eu matar este homem e lhe ressuscitar, vocs tero alguma dvida em mim?Eles diro: No! Ento Dajjal matar o jovem e ressuscitar-lhe-.Ele (o jovem) dir: Eu juro por ALLAH que nunca tive tanta certeza de ti (da tua vinda) como hoje; o Dajjal tentar mat-lo novamente e no ser capaz.

    COMO SE PROTEGER DO DAJJAL

    Como bvio, o Profeta no poderia nos falar do problema sem mencionar alguma soluo para tal. Ele disse: Quem criar o hbito de recitar o captulo Al-Kahf s sextas-feiras, ALLAH proteger-lhe- do Fitna de Dajjal. Quando ele aparecer, se a pessoa recitar os versculos iniciais e fi nais do mesmo captulo, tambm fi car protegido.

    A outra forma de se escapar do Dajjal refugiar-se para uma das nobres e sagradas cidades de Makkah ou Madina, pois ele no conseguir invadir esses locais. Aisha (RTA) narra que ouviu o Profeta a pedir no Salt, refgio a ALLAH contra o Fitna de Dajjal.

    Vem relatado no Bukhari em que Abu Huraira narra de que o Profeta recitava o seguinte Du:

    ALLAH! Eu peo refgio em Ti contra o castigo da sepultura, e contra o castigo do Fogo, e contra a afl io da vida e da morte e contra a tribulao do Massihid-Dajjal.

    A DESTRUIO DO DAJJAL

    Segundo relato de Musslim, Abu Huraira narra de que a destruio do Dajjal ocorrer pelas mos de Issa Ibn Mariam (Jesus), quando o exrcito muulmano estiver a preparar a batalha ou a formar as fi leiras.O Iqmat ser proclamado e Issa descer e orientar os muulmanos para lutar contra o Dajjal. Quando o Dajjal se deparar com Issa , derreter feito sal na gua. De qualquer forma, Issa ir mat-lo e mostrar s pessoas o sangue na sua espada.

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    O HORSCOPOSheikh Suleiman H. Fonseca

    No s a astrologia Harm mas consultar o astrlogo ou adivinho, ouvir suas predies, adquirir literatura relacionada com a astrologia e ler o horscopo so tambm prticas proibidas, pois esta cincia essencialmente utilizada para tentar predizer o futuro.A pessoa que procura saber acerca do seu futuro, atravs do horscopo ou outros meios, inclui-se na categoria daqueles a quem o Profeta disse: O Salt da pessoa que se aproxima do adivinho e lhe pergunta algo (acerca do futuro) no ser aceite durante quarenta dias.

    [Musslim]

    Neste Hadice, a pessoa condenada pelo simples facto de se ter aproximado do adivinho e perguntado algo acerca do futuro, mesmo que priori estivesse a duvidar do prognstico dele. Isto signifi ca que a pessoa ps em causa o facto de que somente ALLAH tem o conhecimento do oculto e do futuro. Esta uma forma clara de Shirk (associar parceiros a ALLAH), pois o sagrado Al-Qurn afi rma claramente:Ele possui as chaves do oculto, ningum para alm dEle o conhece. [Al-Qurn 6:59]

    Diga: Ningum, nos Cus e na Terra, conhece o oculto excepto ALLAH. [Al-Qurn 27:65]

    Ibn Abbass disse: Aquele que adquiriu conhecimento de qualquer ramo da astrologia, certamente que ter adquirido (conhecimento de) um ramo da magia; quanto mais a pessoa aumentar o seu conhecimento nele, mais pecado ir adquirir. [Abu Dawud]

    Se algum acreditar nas predies do seu horscopo, sejam elas concedidas por um astrlogo ou escritas em algum livro, estar a cometer o Kufr (descrena).

    Abu Hurairah relata que o Profeta disse: Aquele que se dirige a um adivinho (ou mgico) e acredita naquilo que ele diz, renegou aquilo que foi revelado a Muhammad.

    [Ahmad e Abu Dawud]

    Literalmente, este Hadice refere-se ao adivinho, mas tambm aplicado ao astrlogo, pois ambos proclamam o conhecimento do futuro. E o Profeta disse: O astrlogo um adivinho, o adivinho um mgico e o mgico um descrente.

    Os astrlogos proclamam que a personalidade, temperamento ou bem-estar das pessoas so determinados pelo movimento dos astros e o futuro das suas vidas ocorrer de acordo com esses corpos celestiais. Os adivinhos e cartomantes afi rmam que as linhas existentes na palma da mo e as cartas dizem-lhes algo acerca do futuro.Em ambos os casos, todos esses prevaricadores reivindicam conhecer o oculto atravs dos objectos ou corpos fsicos criados por ALLAH. O sagrado Al-Qurn diz:Se eu (Muhammad) tivesse conhecimento do oculto, eu teria tido abundncia de bens e nenhum mal me teria atingido. Na verdade, eu sou apenas um admoestador e dador de boas-novas, para aqueles que crem.

    [Al-Qurn 7:188]

    Acreditar na astrologia e no horscopo uma clara oposio aos princpios e crenas isslmicos. Os ignorantes acreditam que se conhecessem o que lhes iria acontecer no futuro, poderiam preparar-se com antecedncia e, dessa forma, abster-se de qualquer mal que lhes pudesse acontecer, garantindo somente o bem. Se de facto fossem capazes de tais feitos, porque ento eles prprios no

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    conseguem atingir a to almejada imortalidade, prevenindo-se constantemente do maior mal que a morte? Ser que se esquecem que o bem e o mal provm somente de ALLAH?

    Outrora, quando se levava um recm-nascido diante dum astrlogo, este procurava algum sinal astrolgico nela e seguidamente a nomeava de acordo com tal sinal, alegando tratar-se de um indicativo para o seu futuro. Mesmo hoje em dia, vem-se previses astrolgicas ou horscopos em jornais, revistas e televiso, onde consta por exemplo que a pessoa que nasceu numa certa data, pertence a um determinado signo e, desta forma, dever decidir o seu dia-a-dia de acordo com o prognstico adequado ela, tal como viagem, casamento, negcios, etc. Tudo isso no passa de especulaes e superstio.

    Acreditar na astrologia pura superstio, pois os astros ou corpos celestiais no passam de criaturas fsicas e no tm qualquer efeito espiritual sobre o ser humano. Esses corpos no so capazes de trazer qualquer satisfao, misria, vida ou morte para o Homem. Todos eles so sinais de ALLAH e atestam a Sua grandeza e glria, estando sujeitos aos Seus comandos, assim como ALLAH diz:No reparas, acaso, que tudo quanto existe nos Cus e tudo quanto existe na Terra se prostra perante Deus? O Sol, a Lua, as estrelas, as montanhas, as rvores, os animais e muitos humanos? [Al-Qurn 22:18]

    No sagrado Al-Qurn, ALLAH informa-nos que as estrelas adornam o primeiro cu e ajudam o Homem na navegao. Existe um outro tipo de estrelas que so lanadas contra os demnios, quando estes tentam escutar algo do cu.

    Zaid Ibn Khlid relata que certo dia, o Profeta dirigiu-lhes a palavra em Hudaibiyah depois de ter chovido durante a noite, dizendo: Vocs

    sabem o que o vosso Senhor disse nesta noite?Responderam que ALLAH e Seu Mensageiro sabem melhor.O Profeta disse: (ALLAH disse) nesta manh, alguns dos Meus servos mantiveram-se como verdadeiros crentes e alguns se tornaram descrentes; aqueles que disseram que a chuva caiu por bno e misericrdia de ALLAH, esses so verdadeiros crentes e descreram nas estrelas; e aqueles que disseram que a chuva caiu devido a uma estrela em particular, descreram em Mim e creram nas estrelas.

    [Bukhari e Musslim]

    Se a pessoa acreditar que algum astro pode ditar a sua sorte, ento esta uma crena corrupta; se ela crer que em vez de ALLAH, so os astros que controlam ou afectam os seus afazeres, ento tornou-se Kfi r (descrente); e se a pessoa adorar algum astro ou outro corpo qualquer e pedindo ajuda a esses, a isso se chama Shirk associar algo ou algum a ALLAH pecado este jamais perdovel.

    Os muulmanos no se devem perguntar uns aos outros acerca do seu signo e esto proibidos de ler horscopos ou atentar aos seus prognsticos. Aquele que aceitar as predies astrolgicas e determinar as suas aces ou afazeres de acordo com a astrologia, dever se arrepender imediatamente, pedir perdo a ALLAH e renovar a sua crena.

    Certa vez, Ibn Taimiyah (RA) disse: Dirigi uma palestra aos astrlogos em Damasco, e depois, os seus lderes vieram ter comigo; falei-lhes do erro das suas aces baseando nas evidncias racionais e eles admitiram que eu estava certo. Eles disseram: Por ALLAH, ns dissemos cem mentiras e apenas uma coincide com a verdade. Isto acontece porque os seus conhecimentos so baseados em ideias falsas, de que os eventos so causados pelos movimentos dos corpos celestiais.

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    CASAMENTO ISSLMICOSheikh Amade Ussene

    A criao de pares em todas as criaturas vivas faz parte da tradio de ALLAH. Criaturas como plantas, animais e seres humanos foram criadas aos pares, inclusive aquelas que so desconhecidas pelo Homem.ALLAH diz no sagrado Al-Qurn:E criamos todas as coisas aos pares, para que mediteis. [Al-Qurn 51:49]

    Glorifi cado seja Aquele que criou todas as coisas aos pares, tanto naquilo que a terra produz como naquilo que eles mesmo geram, e ainda mais, aquilo que ignoram.

    [Al-Qurn 36:36]

    Este foi o mtodo que ALLAH adoptou para a reproduo e multiplicao das diferentes espcies. Quanto ao Homem, ALLAH estabeleceu claramente o relacionamento entre parceiros, instituindo o casamento e proibindo rigorosamente a prtica do adultrio ou homossexualismo. Estas regras visam proporcionar um ambiente de convivncia saudvel para o ser humano e para a sociedade em geral.O casamento um acto de adorao, pois Sunnat (tradio) do profeta Muhammad assim como da maioria de outros profetas enviados por ALLAH.

    Para que o casamento tenha uma maior probabilidade de ser bem sucedido, necessrio que haja um certo rigor ao escolher o parceiro e o Isslam, como em todos outros campos, tambm nos instruiu a esse respeito.Abu Huraira narra que o Profeta disse: Casa-se com uma mulher por quatro motivos: pela sua riqueza, sua ascendncia, sua beleza e sua religiosidade; opte pela sua religiosidade, pois sers bem sucedido.

    [Bukhari e Musslim]

    CONDIES NECESSRIAS PARAA VALIDADE DO CASAMENTO

    Para que o casamento seja vlido perante o Shariah, necessrio que se observem todas as condies e requisitos previstos para o efeito:

    1. No Ser Mahram necessrio que a mulher com quem se pretende casar no pertena ao grupo daquelas com quem o casamento proibido no Isslam, quer seja devido a relaes consanguneas, de leite (devido amamentao) ou proibio temporria (irm da esposa, por exemplo).

    ALLAH diz no sagrado Al-Qurn, dirigindo-se aos homens:Est-vos proibido casar com vossas mes, vossas fi lhas, vossas irms, vossas tias paternas, vossas tias maternas, vossas sobrinhas (fi lhas do irmo e da irm), vossas amas de leite, vossas irms de leite, vossas sogras, vossas enteadas que esto sob vossa tutela fi lhas das mulheres com quem tenhais coabitado; porm, se no houverdes tido relaes com elas, no sereis recriminados por despos-las. Tambm vos est proibido casar com as vossas noras, esposas dos vossos fi lhos carnais... E est-vos proibido juntar em matrimnio com duas irms... Tambm vos est proibido desposar as mulheres casadas.

    [Al-Qurn 4:23-24]

    2. Ijb wal QubulOu seja, proposta e aceitao, que podero ser feitas por qualquer dos intervenientes: noivo e noiva ou pelos seus respectivos representantes. Para o efeito, pode-se utilizar qualquer idioma ou expresso, na condio de que as palavras indiquem claramente a proposta e a aceitao.

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    3. Consentimento MtuoPor se tratar de um contrato, o casamento no pode ser celebrado sem o livre consentimento de ambas as partes. Os dois tm o direito de escolher o parceiro, pois deste modo o casamento ter maior probabilidade de ser bem sucedido.Abu Huraira narra que o Profeta disse: No se pode celebrar o casamento de uma mulher que j tenha sido casada sem o seu consentimento, nem de uma virgem sem o seu consentimento.Perguntaram: Como que ela manifesta o seu consentimento? O Profeta respondeu: Se ela se mantiver calada, signifi ca que ela consentiu.

    [Bukhari e Musslim]

    4. TestemunhasNo Shariah, o casamento s tem validade se for presenciado no mnimo por duas testemunhas, que sejam pessoas adultas, mentalmente ss e com capacidade de escutar e perceber as expresses da proposta e aceitao do casamento. Segundo Imm Abu Hanifa (RA), para alm de dois homens, podero servir como testemunha um homem e duas mulheres.Aisha (RTA) narra que o Profeta disse: No h casamento vlido sem a presena do Wali (tutor) e duas testemunhas credveis.

    [Dr-Qutni]

    5. DoteO dote um requisito necessrio para que o casamento seja vlido. O Isslam conferiu mulher o direito ao dote, sem o qual o contrato de casamento se torna incompleto.ALLAH diz no sagrado Al-Qurn:E dai s mulheres (no casamento) os seus dotes, como ddiva. Se elas vos oferecerem algo voluntariamente, desfrutai-o com bom proveito.

    O Shariah no defi niu precisamente o valor do dote nem as suas caractersticas. Contudo, recomendvel que seja um valor moderado para que o casamento seja acessvel a todas

    as classes sociais. Na impossibilidade de se oferecer algum valor monetrio, o ensinamento de alguns captulos ou versculos do sagrado Al-Qurn so sufi cientes para servir de dote. recomendvel que o dote seja fi xado previamente, mencionado no acto de Nikah e pago antes de se consumar o mesmo. Contudo, permissvel retardar o seu pagamento.

    6. WaliA maioria dos Ulam so da opinio de que a mulher no deve casar sem a aprovao do seu Wali (tutor), pois a presena deste ou seu representante condio para que o Nikah tenha validade. Argumentam esta opinio apresentando como prova alguns Hadices:

    Abu Mussa narra que o Profeta disse: No h casamento vlido sem a presena ou aprovao do Wali.

    [Ahmad, Abu Dawud, Ibn Mjah e Tirmizi]

    Aisha (RTA) narra que o Profeta disse: Qualquer mulher que se casar sem a permisso do seu Wali, o seu Nikah invlido, o seu Nikah invlido, o seu Nikah invlido.

    [Ahmad, Abu Dawud, Ibn Mjah e Tirmizi]

    ALGUMAS QUESTES RECOMENDADAS NO NIKAH

    a) Anncio extremamente importante que o Nikah seja anunciado publicamente, para que se possa distinguir do Nikah secreto e do adultrio.Uma vez anunciado o casamento, a paternidade das crianas que nascerem desse casamento estar assegurada, o que lhes conferir o direito herana; ainda com o anncio, esgotam as possibilidades de suspeita ou difamao quando o casal for avistado.Aisha (RTA) narra que o Profeta disse: Anunciai o Nikah e realizai-o nos Massjides...

    [Ahmad e Tirmizi]

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    b) KhutbahRecitar o Khutbah de Nikah no acto da celebrao do casamento Musstahab. O Khutbah composto por louvores a ALLAH, bnos ao Profeta e recitao de alguns versculos do sagrado Al-Qurn, dando nfase queles que invocam o temor a ALLAH para que os nubentes sintam a responsabilidade de cada um cumprir com os seus deveres.

    c) DuDepois de realizado o Nikah, tambm Musstahab fazer Du a favor dos noivos, pois esta era uma prtica do Profeta e dos Sahbah .Abu Huraira narra que o Profeta dizia quando algum se casava: Que ALLAH te abenoe e abenoe o que te rodeia e que vos uni no bem.

    [Abu Dawud, Ibn Mjah e Tirmizi]

    d) Walima a refeio oferecida pelo noivo pela ocasio do casamento. Esta prtica Sunnat pois em todos os seus casamentos, o Profeta realizou o Walima e incentivou aos seus companheiros para que tambm fi zessem o mesmo.Quando Abdur-Rahmn Ibn Auf se casou, o Profeta disse-lhe: Realize o Walima, mesmo que seja com um cabrito.

    melhor e recomendvel realizar o Walima depois de se consumar o casamento; contudo, se for realizado antes tambm ser vlido.Ibn Umar narra que o Profeta disse: Se algum for convidado para o Walima, dever honrar o convite. [Bukhari]

    Contudo, existem certas situaes que podem tornar proibida a participao do muulmano num Walima, tais como:a) Se a pessoa tiver a certeza de que o dinheiro gasto ou o alimento de provenincia ilcita;b) Existncia de qualquer acto que seja proibido no Shariah.

    A seleco dos convidados para o Walima no deve ser feita com base na classe social, pois o Profeta exortou-nos a no excluir os pobres. Abu Huraira narra que o Profeta disse: A m comida a comida do Walima cujos convidados so ricos e os excludos so pobres.

    [Bukhari]

    A FESTA DO CASAMENTO

    Sendo uma religio moderada, o Isslam no proibiu que as pessoas manifestassem a sua alegria, satisfao e felicidade. Sendo assim, o casamento tambm uma ocasio solene e a sua festa contribui para o anncio do mesmo.O Profeta autorizou os seus companheiros a festejarem o casamento atravs de comida e bebida moderada, adufe ou entoao de poemas e cnticos com dizeres lcitos e sem instrumentos musicais.Contudo, o Shariah estabeleceu limites para tal, de forma que todos os actos que rodeiam o casamento devem estar isentos de qualquer transgresso s ordens de ALLAH e aos Sunnates do Profeta .Ns somos um povo que foi honrado por ALLAH atravs do Isslam e cada um de ns deve transportar e expressar a identidade de ser muulmano em todas as vertentes da vida.Infelizmente, hoje em dia os nossos casamentos so uma autntica imitao aos dos no muulmanos. Deixamos a honra do Isslam e procuramos seguir quase todos os hbitos e tradies dos descrentes.Abdullah Ibn Umar narra que o Profeta disse: Quem se assemelhar a um povo, pertence a eles. [Ahmad e Abu Dawud]

    Tem se tornado extremamente difcil distinguir um casamento muulmano do no muulmano. Alguns at colocam msica entrada dos noivos, assimilando os cristos quando entram na igreja; e como se no bastasse, a maior parte

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    das vezes tem sido a mesma que utilizada na igreja e noutras cerimnias de casamento. Em seguida, os convidados se levantam batendo as palmas, representando uma autntica rplica dos hbitos dos kuffr.

    frequente tambm haver mistura de homens e mulheres estranhos no mesmo compartimento, o que constitui uma desobedincia s ordens de ALLAH, pois Ele ordenou aos homens para salvaguardarem a viso e proibiu s mulheres de se exporem diante de homens estranhos.ALLAH diz no sagrado Al-Qurn:Diz aos crentes ( Muhammad) que baixem (protegem) os seus olhares e conservem os seus sexos, porque isso mais puro para eles. ALLAH est informado de tudo aquilo que fazem.E diz s crentes que baixem (protegem) os seus olhares e conservem os seus sexos.

    [Al-Qurn 24:30-31]

    Uqbah Ibn mir narra que o Profeta disse: Tenham cuidado com a entrada de homens estranhos onde se encontram mulheres.

    [Ahmad e Tirmizi]

    Abu Huraira narra que o Profeta disse: O Zin dos olhos a observao

    [Bukhari e Musslim]

    O consumo de bebidas alcolicas, a msica, a dana, etc., so actos proibidos no Isslam mas que infelizmente, alguns muulmanos ainda fazem questo em proporcion-los aos convidados, alegando no ter graa sem os mesmos. triste ainda notar os nubentes a comemorarem o incio do seu casamento com abertura de champanhe, acabados de sair do Nikah realizado no Massjid. E a noiva que comea a sua nova vida perdendo alguns Saltes, pelo simples facto de estar maquilhada ou presa no palco!Portanto, caros irmos, devemos temer a ALLAH e recordar que o casamento um acto de adorao e deve ser celebrado como tal.

    NO SEJA PREGUIOSO!A melhor forma de descobrir se uma certa pessoa preguiosa, verifi car se acorda para o Saltul-Fajr, ou seja, se consegue vencer a primeira barreira do dia, ento capaz de ultrapassar todas as outras.O Profeta disse: Durante o sono, o Shaitn amarra trs ns por trs do vosso pescoo; ele murmura neles (nos ns) o seguinte: A noite longa, portanto, continue a dormir.Se a pessoa acorda e louva ALLAH, um dos ns desamarrado; e se efectua o Wudh, o segundo n desamarrado; quando ora (efectua o Salt), todos os ns so desamarrados. Depois disso, a pessoa torna-se vigorosa e alegre ao amanhecer; doutra forma, levantaria frouxa e mal-humorada.

    [Bukhari]

    Num outro Hadice relatado por Bukhari, consta ainda que o Profeta foi perguntado acerca daquele que dorme at ao amanhecer, ou seja, deixa passar a hora de Al-Fajr e acorda depois do nascimento do Sol, ao que respondeu: Esse aquele sobre quem o Shaitn urinou nos seus dois ouvidos.

    Procrastinao e preguia so duas grandes estratgias utilizadas pelo Shaitn para impedir que efectuemos boas aces. necessrio que sejamos fi rmes naquilo que temos por fazer e aproveitemos as nossas energias de forma positiva todos os dias.A pessoa que vencer o Shaitn logo no incio do dia, no passar o resto do tempo a sonhar ou em assuntos desnecessrios, mas ir aproveitar cada instante de forma produtiva e frutfera. Para tal, o Profeta recomendou-nos a dormir cedo, logo aps o Saltul-Ish.Portanto, vamos vencer o Shaitn e comear o dia com o Saltul-Fajr, adorando ALLAH!

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    ETIQUETAS DE VIAGEMSheikh Suleiman H. Fonseca

    Na terminologia do Shariah, considerado Mussfi r todo aquele que percorre uma distncia igual ou superior a 78 km, com inteno clara de viagem.De acordo com o Imm Abu Hanifa (RA), Mussfi r aquele que viajar intencionalmente para menos de 15 dias e, segundo Imm Shfei (RA), essa durao deve ser inferior a 3 dias; para ambos os casos, no se contabiliza a durao do trajecto tanto de ida assim como de volta, apesar da pessoa j ser considerada Mussfi r nesses percursos.Para os viajantes que estejam nestas circuns-tncias, o Shariah abriu algumas excepes, que se aplicam logo que seja tomada a viagem; o tipo de transporte, conforto, etc., no alteram essas concesses.

    De seguida, apresentam-se algumas etiquetas de viagem de acordo com o Sunnat do profeta Muhammad e alguns Massil relacionados com a mesma:

    a) recomendvel efectuar quatro raktes Nafl antes de iniciar a viagem [Majma-uz-Zawid].

    b) O Profeta preferia iniciar a viagem nas Quintas-feiras [Bukhari].

    c) aconselhvel iniciar a viagem logo cedo, pois o Profeta fez Du para aqueles que assim o fi zessem [Tirmizi].

    d) proibido iniciar a viagem no perodo que vai desde o Azn e o Salt de Jumuah (se o meio de transporte depender da pessoa).

    e) O Profeta desaconselhava s pessoas a viajarem sozinhas; prefervel viajar num grupo de 3 ou mais pessoas [Tirmizi]. Um grupo constitudo por 4 pessoas excelente [Abu Dawud].

    f) O Profeta aconselhou que se a viagem for efectuada por um grupo de quatro pessoas,

    ento dever nomear-se um Amir (lder) [Abu Dawud]. Este (o lder) quem dever servir o grupo [Baihaqui].

    g) A pessoa deve ser prestvel aos seus compa-nheiros de viagem. O Profeta afi rmou que se algum tiver proviso sufi ciente de comida, dever ter considerao com aqueles que no tm [Musslim].

    h) Os anjos de misericrdia no acompanham aqueles que levam ces ou sinetas na viagem [Musslim].

    i) Caso haja necessidade de parar durante o percurso, os viajantes devero manter-se todos juntos e no dispersos [Abu Dawud].

    j) Se tiver que acampar durante a noite, dever afastar-se do caminho ou da estrada, pois estar obstruindo a passagem quer de pessoas assim como de animais que possam circular noite [Musslim].

    k) No se deve utilizar o animal como plpito, i., enquanto a pessoa estiver montada, no dever discutir ou debater assuntos, pois isso causar inconvenincia desnecessria ao animal [Abu Dawud].

    l) Quando se chegar ao destino, recomendvel efectuar dois raktes Nafl (ou fazer o trabalho pelo qual fez a viagem), pois esta era a prtica dos Sahbah [Abu Dawud].

    m) A viagem um pedao do castigo, pois impede a pessoa da sua comida, bebida e dormida confortveis; portanto, se o objectivo pelo qual a viagem foi empreendida tiver sido concretizado, a pessoa dever regressar o mais rpido possvel [Bukhari e Musslim].

    n) Era hbito do Profeta regressar logo aps o nascimento do Sol. Primeiro dirigia-se ao Massjid e efectuava dois raktes Nafl ; depois sentava-se e encontrava com as pessoas durante algum tempo e por fi m ia para casa [Bukhari].

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    o) Se a pessoa estiver para regressar da viagem durante a noite, no dever ir para casa sem informar sua famlia [Bukhari].

    p) recomendvel fazer o Mussafah (aperto de mos) quando chegar ou partir dalguma viagem.

    ALGUNS DUS DURANTE A VIAGEM

    a) Ao sair de casa e quando estiver prestes a iniciar a viagem:

    Em nome de ALLAH, eu confi o emALLAH; no existe fora nem poder

    excepto de ALLAH.

    b) Quando estiver dentro do meio de transporte:

    Em nome de ALLAH.

    c) Ao se sentar no meio de transporte:

    Todo o louvor pertence a ALLAH.

    d) De seguida, recite o seguinte Du:

    Glria para Aquele que colocou isto sob onosso controle, ainda que ns no fossemos capazes de control-lo; de certo que regres-

    saremos para junto do nosso Senhor.

    e) Depois, recite trs vezes cada um destes Du:

    Todo o louvor pertence a ALLAH.ALLAH o Maior. No existe divindade

    digna de adorao excepto ALLAH.

    f) Recite o seguinte Isstighfr:

    Glria para Ti; certamente fui injustopara comigo, portanto perdoa-me,(pois) na verdade, ningum perdoa

    os pecados para alm de Ti.

    g) Quando fazer alguma paragem ou escala:

    Eu peo refgio atravs das palavras perfeitas de ALLAH, contra o mal que Ele criou.

    Nota: Insh-Allah, nenhum mal atingir a pessoa que recitar estas palavras durante a sua escala.

    h) Quando entrar nalguma vila ou cidade:

    ALLAH! Abenoa-nos neste lugar.

    i) De seguida, recite o seguinte:

    ALLAH! Abenoe-nos com os frutos ecrie o nosso amor nos coraes dos

    habitantes (deste lugar) e o amor dospiedosos nos nossos coraes.

    j) Quando chegar ao destino:

    Senhor meu! Faz-me desembarcar em lugar abenoado, pois Tu s o melhor em

    fazer desembarcar.

    k) Ao regressar da viagem:

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    Agora estamos a regressar (da nossa viagem); arrependemo-nos (dos nossos

    pecados e a todo o momento) e adoramos a ALLAH; ao nosso Senhor prestamos louvores.

    l) Quando avistar a sua vila ou cidade:

    ALLAH! Faa deste lugar, uma boa perma-nncia para ns e conceda-nos bom sustento.

    MASSIL RELACIONADOSCOM A PURIFICAO

    1. Se a pessoa estiver num local despovoado e no souber da existncia de gua nem haver algum que lhe possa indicar onde adquiri-la, ento poder efectuar o Tayammum (purifi cao seca atravs da terra). Mas se houver algum que lhe possa indicar que dentro de uma distncia no superior a uma milha terrestre (1,61 km) existe gua ou, se a prpria pessoa pressentir da existncia de gua dentro daquele raio, ento torna-se necessrio procur-la, mesmo que o tempo de Salt esteja apertado.

    2. Se a pessoa tiver pouca gua, que sirva somente para lavar uma vez as partes obrigatrias do Wudh, ento dever faz-lo, no sendo permitido efectuar o Tayammum neste caso.

    3. Se houver gua venda e tiver possibilidades de compr-la, ento dever faz-lo; caso contrrio, poder efectuar o Tayammum.

    4. Se durante a viagem, a pessoa tiver efectuado o Tayammum e Salt, mas vier a descobrir mais tarde que possua gua na sua bagagem, ento no necessrio repetir o Wudh nem o Salt.

    O SALT DO VIAJANTE

    1. Durante a viagem, o crente no deve negli-genciar o Salt, pois esta uma obrigao que recai

    sobre ele em qualquer momento da sua vida, mesmo que o meio de transporte esteja em movimento.

    2. Para a mulher que pretenda viajar, dever estar acompanhada pelo seu marido ou por um Mahram (pessoa com quem o seu casamento proibido segundo o Shariah); um grande pecado ela viajar sozinha. Tambm no aconselhvel que ela viaje na companhia de um Mahram que no tenha temor a ALLAH e nem considerao com o profeta Muhammad .

    3. Se a pessoa estiver num local e no ter como saber a direco de Quibla, dever procurar algum que lhe indique; se mesmo assim no souber, dever fazer um clculo aproximado e efectuar o Salt. Caso descubra mais tarde que a direco estava errada, ento no obrigatrio repetir o Salt.

    4. Durante a viagem, reduz-se os quatro raktes Fardh de Zuhr, Assr e Ish para a metade, ou seja, dois raktes; esta reduo conhecida por Qassr que, de acordo com a opinio do Imm Abu Hanifa (RA), considerado obrigatrio e, segundo Imm Shfei (RA), permissvel mas no obrigatrio.

    5. importante salientar que o Qassr se aplica somente aos Saltes Fardh acima mencionados e no para os Sunnates ou outros. Os Saltes Sunnat, embora sejam recomendveis caso haja tempo, o viajante est autorizado a escolher entre pratic-los ou no. Contudo, no se deve negligenciar os dois raktes Sunnat de Al-Fajr, pois neles existem inmeras virtudes. O Saltul-Witr tambm dever ser feito e por completo pois, de acordo com o Imm Abu Hanifa (RA), no opcional.

    6. Segundo o Imm Shfei (RA), para que o viajante possa usufruir do Qassr, necessrio que seja uma viagem permitida no Shariah, tal como Haj, comrcio, visita familiar, etc.; se for para um fi m pecaminoso, no ser permitido

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    fazer o Qassr. Outra condio para o Qassr, de acordo com Imm Shfei, de que a viagem deve continuar at ao fi m dum certo Salt, ou seja, se o viajante estiver a efectuar o Salt no avio ou navio e chegar o destino antes de termin-lo, ento ter que completar os quatro raktes.

    7. De acordo com o Imm Abu Hanifa (RA), se o Mussfi r se levantar por engano para o terceiro rakt depois do Tashah-hud, nesse caso dever fazer o Sajdah Sahw no quarto rakt, sendo que os primeiros dois sero considerados Fardh e os restantes Nafl ; caso no se observe o Sajdah Sahw, o Salt ser considerado invlido. Se no tiver efectuado o Tashahhud no segundo rakt e fi zer os quatro raktes continuamente, ento todos sero considerados Nafl , embora tenha que se efectuar o Sajdah Sahw, e o Salt dever ser repetido. Segundo o Imm Shfei, no necessrio repetir o Salt (ao se levantar por engano para o terceiro rakt), pois a reduo opcional e no obrigatria.

    8. O viajante pode efectuar Saltes em congregao seguindo um Imm no viajante; neste caso, dever faz-lo por completo, pois no lhe permitido efectuar apenas dois raktes quando o Imm fi zer quatro.

    9. Se o viajante se servir de Imm numa congregao, ento poder dirigir o Salt sob forma de Qassr. No entanto, se na congregao existirem crentes no viajantes, ento estes devero completar os dois raktes em falta.

    10. Se algum tiver Qadh de algum Salt que perdera antes de se tornar Mussfi r e desejar pagar durante a viagem, ento dever faze-lo por completo, ou seja, dever pagar os raktes que deveria ter feito no seu local de residncia.

    11. Caso perca algum Salt durante a viagem e tiver que efectuar o seu Qadh aps o regresso, ento segundo Imm Abu Hanifa, dever pagar

    apenas os raktes que deveria ter feito durante a viagem, ou seja, dever pagar como Qassr; de acordo com Imm Shfei, esse pagamento dever ser feito por completo, i., j no poder fazer o Qadh sob forma de Qassr.

    12. Se a pessoa viajar com inteno prvia de permanecer num determinado local por um perodo igual ou superior ao descrito acima, de acordo com cada um dos Immes, no ser considerada Mussfi r e, portanto, no poder usufruir das concesses atribudas ao viajante no que concerne ao Salt. Se depois disso vier a se deslocar para um outro local antes de completar o perodo defi nido para Mussfi r, ento dever continuar a praticar os Saltes por completo, benefi ciando-se do Qassr apenas durante o trajecto.

    13. Se a pessoa viajar para um determinado local sem saber previamente quantos dias ir permanecer ou se durante a viagem surgirem imprevistos e, consequentemente, ter que permanecer por mais algum tempo, ento poder usufruir do Qassr, mesmo que a permanncia ultrapasse os 3 ou 15 dias, conforme o caso. De acordo com Imm Shfei, o viajante pode prolongar a sua estada 2 a 3 dias por cada vez at completar 18 dias, altura em que ter que fazer os Saltes por completo, mesmo que tenha a certeza de que precisa de mais um dia apenas.

    14. Se a pessoa viajar e pretender fazer vrias escalas, poder benefi ciar-se do Qassr mesmo que supere os 3 ou 15 dias conforme o caso, desde que no permanea por completo o nmero de dias limite num nico local.

    15. Se algum mudar de habitao e passar para um outro local, ento tomar-se- em considerao a sua nova residncia e, se a anterior estiver localizada a 78 km ou mais, ser considerado Mussfi r l.

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    16. Se o viajante chegar a um local onde tenha uma outra residncia, ento no ser considerado Mussfi r l e, mesmo que pretenda permanecer por pouco tempo, dever efectuar os Saltes por completo.

    17. Se a distncia entre dois pontos diferentes for igual ou superior a 78 km e a localidade onde a pessoa reside se situa entre ambos os pontos, ento no ser considerada Mussfi r.

    SOBRE A JUNO DE DOISSALTES NA VIAGEM

    O acto de juntar dois Saltes durante a viagem conhecido por Jama Baina Saltein. Segundo os Immes Shfei, Mlik e Ahmad Ibn Hambal, para alm do Qassr permitido ao viajante efectuar o Jama dois Saltes na hora de um.O viajante est autorizado a efectuar o Zuhr e Assr na hora de Zuhr, ao que se chama de Jama Taqdim juno antecipada, ou efectu-los na hora de Assr, conhecida por Jama Takhir juno retardada. De modo semelhante, poder juntar o Maghrib e Ish na hora de um deles. importante salientar que em momento algum permitido antecipar o Maghrib na hora de Assr ou retardar o Assr para o tempo de Maghrib.

    a) Condies para o Jama Taqdim: Primeiro dever ser efectuado o Salt da hora em questo e s depois o que estiver a antecipar. Por exemplo, faz-se o Zuhr e logo depois o Assr; da mesma forma o Maghrib e logo a seguir o Ish.

    Se por acaso, aps completar o segundo Salt (Assr ou Ish) verifi car que algo invalidou o primeiro Salt (Zuhr ou Maghrib), ento ambos devero ser repetidos.

    O viajante ter que fazer a inteno de juntar dois Saltes antes de terminar o primeiro; por exemplo, se ele pretender juntar o Zuhr e Assr,

    dever ter essa inteno antes de terminar o Zuhr. Caso contrrio, no poder juntar os Saltes e ter que esperar pelo tempo prescrito do segundo para faz-lo. sempre melhor ter a inteno feita antes de iniciar o primeiro Salt.

    No deve existir qualquer atraso para iniciar o segundo Salt, exceptuando o Iqmat. Se a demora for sufi ciente para efectuar dois raktes, ento o Jama no poder ser feito; consequentemente, nenhum Sunnat poder interromper esta sequncia.

    b) Condies para o Jama Takhir: A inteno dever ser em retardar o primeiro Salt para o tempo do segundo e ter que ser feita na hora do primeiro.

    Quando entrar a hora de Assr, o Mussfi r poder efectuar o Zuhr e depois o Assr, podendo fazer o mesmo com o Maghrib e Ish. No Jama Takhir, no necessrio fazer os dois Saltes sequencialmente, ou seja, no h objeco alguma em efectuar primeiro o Assr ou Ish e depois o Zuhr ou Maghrib, respectivamente. Tambm no necessrio fazer o segundo Salt logo aps o primeiro, sem que haja alguma interrupo.

    O JEJUM DO VIAJANTE

    Segundo o Al-Qurn, ALLAH concedeu ao crente a opo de jejuar durante a viagem:Assim, aquele de entre vs que estiver presente que jejue, e aquele que estiver doente ou em viagem (que jejue) o mesmo nmero de outros dias (fora do perodo); ALLAH deseja a facilidade para vs e no deseja a difi culdade. [Al-Qurn 2:185]

    Segundo a interpretao dos Immes Abu Hanifa, Shfei e Mlik, todos so unnimes de que prefervel o viajante jejuar, caso a viagem no seja rdua e possua foras para tal, apesar de ter permisso para fazer o Qadh (jejuar mais tarde logo que possvel).

  • Sautul Isslam edio n. 24

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    ALGUMAS REFEIES DO PROFETA

    No presente artigo, pretende-se debruar resumidamente sobre algumas refeies e o quotidiano do nosso querido profeta Muhammad no que concerne alimentao, bem como os benefcios que advm de cada refeio.

    a) MEL E GUAO Profeta disse: Aconselho-vos a toma-rem o mel.

    Preparao: Deita-se uma colher de mel num copo contendo gua (200 ml) e mexe-se at que o mel fi que completamente dissolvido. Toma-se esta mistura logo ao amanhecer.

    Benefcios: Desperta todo o sistema digestivo, desde a

    boca, estmago at aos intestinos. Proporciona a quantidade de energia necessria

    e sufi ciente para as actividades dirias, fornecendo sal, minerais e vitaminas ao corpo.

    Esta mistura muito benfi ca e usada na medicina moderna, conhecida por Hidropatia ou tratamento com gua, onde o composto lquido constitudo por substncias neces-srias ao organismo.

    b) LEITE E TMARASO Profeta disse: Quem iniciar o dia com sete tmaras esmagadas, no sofrer efeitos de veneno ou magia.

    Preparao: Deixa-se sete tmaras de molho no leite, para se comer por volta do meio-dia.

    Benefcios: O leite contm as mesmas vitaminas e

    minerais que as frutas. As tmaras esmagadas contm antibiticos e

    elementos anti-txicos que ajudam o fgado a se defender de substncias txicas. Ajudam

    ainda o organismo a se livrar de elementos qumicos prejudiciais, pois em excesso podem levar disfuno renal.

    c) AZEITE E VINAGREO Profeta disse: Utilize o azeite na comida e na massagem, pois provm duma rvore abenoada. E disse: ALLAH abenoou o vinagre,