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Fernando Madalena Volpe SAZONALIDADE DAS INTERNAÇÕES POR MANIA EM UM HOSPITAL PSIQUIÁTRICO DE BELO HORIZONTE Tese apresentada à Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina, para obtenção do título de Doutor em Ciências São Paulo 2006

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Fernando Madalena Volpe

SAZONALIDADE DAS INTERNAÇÕES POR MANIA EM UM HOSPITAL PSIQUIÁTRICO

DE BELO HORIZONTE Tese apresentada à Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina, para obtenção do título de Doutor em Ciências

São Paulo

2006

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Fernando Madalena Volpe

SAZONALIDADE DAS INTERNAÇÕES POR MANIA EM UM HOSPITAL PSIQUIÁTRICO

DE BELO HORIZONTE Tese apresentada à Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina, para obtenção do título de Doutor em Ciências

Orientador: Prof. Dr. José Alberto Del Porto

São Paulo

2006

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Volpe, Fernando Madalena

Sazonalidade das internações por mania em um hos pital psiquiátrico de Belo Horizonte. / Fernando Madalena Volpe. – São Paulo, 2006. ix, 48f. Tese (Doutorado): Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina. Programa de Pós-Graduação do Departamento de Psiquiatria e Psicologia Médica. Título em inglês: Seasonality of admissions for mania in a psychiatric hospital of Belo Horizonte, Brazil. 1. Sazonalidade. 2. Mania. 3. Transtorno bipolar. 4. Brasil.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO

ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA

Departamento de Psiquiatria e Psicologia Médica

Chefe do Departamento: Prof. Dr. José Cássio do Nascimento Pitta Coordenador do Curso de Pós-Graduação: Prof. Dr. Jair de Jesus Mari

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Fernando Madalena Volpe

SAZONALIDADE DAS INTERNAÇÕES POR MANIA EM UM HOSPITAL PSIQUIÁTRICO DE BELO HORIZONTE

Presidente da Banca: Prof. Dr. José Alberto Del Porto

Banca Examinadora

Prof. Dr. Valentim Gentil Filho Prof. Dr. Almir Ribeiro Tavares Jr. Prof. Dr. Beny Lafer Prof. Dr. Ricardo Alberto Moreno

Aprovada em 26/04/2006

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Dedicatória A minha esposa, Alcione, amada companheira em todas as estações.

A meus pais, que sempre acreditaram em meu potencial e me educaram para ser

um realizador.

A minhas filhas, Ana Clara e Carolina, que sempre aquecem meu coração.

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Agradecimentos Ao Professor Del Porto, pelo exemplo inspirador que sempre representou e pelo

estímulo acadêmico como orientador deste trabalho.

Ao Prof. Almir Tavares, pela amizade e cooperação sempre presentes em minha

trajetória profissional.

Ao Prof. Austregésilo de Mendonça Jr., meu padrinho e Diretor da Casa de Saúde

Santa Maria, sem cujo inestimável incentivo este trabalho não teria sido possível.

Ao Prof. Fernando Enrique Madalena, meu pai, pela paciência com que me ouviu

e aconselhou sobre os aspectos estatísticos desde estudo.

Aos colegas de curso, por compartilharem fraternalmente desta caminhada e

contribuírem com seus comentários para o amadurecimento deste trabalho.

A Sra. Zuleika Mariano, secretária da Pós-Graduação, cujo auxílio e boa vontade

foram constantes.

A minha esposa, Alcione, que ao longo desta jornada, sempre estimulando-me

com sua admiração e fazendo-me sentir amado, esteve ao meu lado.

A Deus, por tudo!

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SUMÁRIO

AGRADECIMENTOS.......................................................................................vi RESUMO.........................................................................................................vii ABSTRACT.....................................................................................................viii 1. INTRODUÇÃO.............................................................................................1 1.1. Revisão dos estudos de sazonalidade da mania......................................4 1.2. Correlação com as variáveis climáticas...................................................11 1.3. Sazonalidade e episódios afetivos no Brasil............................................12 2. OBJETIVOS................................................................................................13 3. MÉTODOS..................................................................................................14 4. RESULTADOS e DISCUSSÃO (ARTIGO)..................................................19 5. CONCLUSÕES...........................................................................................39 6. REFERÊNCIAS..........................................................................................40 Anexos

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Resumo

Introdução: A sazonalidade da mania foi demonstrada em estudos de várias

regiões do mundo. O achado mais freqüente foi um pico na primavera e/ou no

verão, correlacionado com variáveis climáticas, especialmente a luminosidade. A

demonstração da influência de variáveis climáticas sobre a manifestação do

transtorno bipolar ainda não foi feita na América do Sul e tem implicações no

estudo da biologia da doença, na otimização de seu tratamento e no planejamento

de ações de saúde coletiva. Métodos: Foram revisados os prontuários de 269

pacientes admitidos entre 1996 e 2000 em um hospital psiquiátrico de Belo

Horizonte, MG. A sazonalidade foi estudada através de Cosinor Analysis. Foram

analisadas as correlações das taxas de internação por mania e as variáveis

climáticas locais, incluindo seu efeito retardado e o differencing. Resultados: Um

padrão circanual foi evidenciado, com pico no fim do inverno e primavera e vale no

verão/outono. As taxas de internação por mania se correlacionaram positivamente

com: a) horas ensolaradas no mês índice e anterior; b) velocidade de elevação da

temperatura média, e negativamente com: a) puviosidade do mês índice e

anterior; b) umidade relativa do mês índice e c) duração dos dias e temperatura

média do mês anterior. Em conjunto, as variáveis climáticas explicaram 23,7% da

variância das taxas das internações por mania. Conclusões: O fato de que

variáveis climáticas estão associadas ao curso do transtorno bipolar mesmo em

regiões subtropicais é indicativo de que este efeito pode ser mais sutil e também

mais difundido do que previamente se considerava. A exploração subseqüente

dos mecanismos biológicos desta associação é necessária.

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Abstract

Introduction: Seasonality of mania has been previously reported in several world

regions. A spring and/or summer peak has been the most frequent finding,

correlating to climatic variables, especially luminosity. There are, however, no

South American studies on this association.

Methods: The charts of 269 manic patients admitted from 1996-2000 in a

psychiatric hospital at Belo Horizonte, Brazil, were reviewed. Seasonality was

assessed with Cosinor Analysis. Correlations of the rate of admissions for mania to

climatic variables were performed, including lagged and differenced data.

Results: A circannual pattern was evident, with a late winter-spring peak and a

late summer-autumn trough. The rate of admissions for mania correlated positively

to: a) average index and previous month hours of sunshine; and b) differenced

mean temperature, and negatively to: a) index and previous month rainfall; b) index

month relative humidity; and c) previous month duration of days and mean

temperature. Altogether, climatic variables explained 23.7% of the variance in the

rate of admissions for mania.

Conclusions: The fact that climatic variables are associated to the course of

bipolar disorder even in subtropical regions indicate that this effect may be more

subtle and extent than previously thought. Further exploration of the biological

mechanisms of this association is necessary.

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1. INTRODUÇÃO

O transtorno bipolar do humor é uma doença recorrente e grave, que cursa

via de regra de forma episódica ao longo da vida dos seus portadores. Influências

sazonais e climáticas na incidência de transtornos afetivos têm sido descritas

desde a antiguidade. Hipócrates (400 a.C. - citado por Eastwood e Stiasny, 1978)

já observara que condições climáticas sazonais eram de alguma importância:

manias, melancolias e distúrbios epilépticos seriam ligados à primavera. Arateu da

Capadócia (séc. II d.C. - citado por Eastwood e Peter, 1988) afirmava com

respeito à enfermidade mental, que “para certas pessoas que pareciam livres da

queixa, tanto a estação da primavera, ou algum erro da dieta, ou algum calor

passional incidental, trouxe uma recaída”. Mais especificamente, com respeito à

mania, escreveu: “Verão e outono são os períodos do ano mais favoráveis para a

produção desta doença, mas ela pode ocorrer na primavera”.

Celsus (séc I d.C. - citado por Eastwood e Peter, 1988) também observara

que a melancolia, a loucura e a epilepsia seriam mais freqüentes na primavera.

Pinel (1801) afirmou que os paroxismos maníacos geralmente se iniciavam

no mês de julho. Seu seguidor, Esquirol (1838 - ambos citados por Takei et al.,

1992) demonstrou, no hospital de La Salpêtrière, em Paris, que as taxas de

suicídio eram maiores na primavera e no verão e os casos de insanidade mais

freqüentes em julho.

Kraepelin (1921) observou que 5% de seus pacientes portadores de

insanidade maníaco-depressiva apresentavam um padrão anual de ciclicidade.

Slater publicou em 1938 uma reanálise dos dados referentes a pacientes

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examinados por Kraepelin em Munique. Observou que a periodicidade das crises

maníaco-depressivas era caracterizada por um pico ocorrendo no início do verão

(maio-julho), havendo um pico secundário em setembro, no outono (Oepen et al.,

2004). Estudos de coortes mais recentes demonstraram que até 10-15% dos

pacientes bipolares podem apresentar um padrão episódico sazonal (Hunt et al.,

1992; Faedda et al., 1993).

Mais além das originalmente propostas definições categoriais de distúrbio

afetivo sazonal (Rosenthal et al., 1984), os modelos recentes encaram a

vulnerabilidade sazonal como uma dimensão à parte dos transtornos afetivos

(Lam et al., 2001), com possível transmissibilidade genética (Madden et al., 1996).

Lewi et al. (1981; 1985) já davam evidências de que os pacientes maníaco-

depressivos poderiam ser super-sensíveis à luminosidade e, mais recentemente,

Shin et al. (2005) demonstraram que os pacientes bipolares apresentavam

variações sazonais em seu estado, mesmo aqueles não classificados como casos

sazonais. A partir dessas evidências, é razoável supor que influências climáticas

possam afetar a incidência de episódios afetivos mesmo nos casos em que um

padrão sazonal individual não seja evidente.

Os episódios maníacos geralmente possuem uma apresentação dramática,

bem definida e com duração limitada e geralmente levam à internação (Goodwin e

Jamison, 1990; Symonds e Williams, 1976). Por isso as estatísticas referentes às

internações por mania vêm sendo utilizadas como uma razoável aproximação

daquelas referentes à ocorrência de episódios maníacos, levando-se em conta

obviamente um certo grau de imprecisão (Fossey e Shapiro, 1992). Winokur

(1976) observou que o lapso de tempo desde o início de uma crise maníaca até a

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internação era inferior a um mês em 66% dos casos, comparados aos 27% da

depressão bipolar e aos 12% da depressão unipolar. Francis e Gasparo (1994)

demonstraram que o tempo médio desde o início da crise maníaca até a

internação gira em torno de 24,0 ± 7,4 dias. Se por um lado, os dados obtidos a

partir dos registros hospitalares deixam de considerar os casos que não chegam à

internação, por outro, permitem a realização de pesquisas retrospectivas cobrindo

longos períodos, fator conveniente para a análise epidemiológica de influências

sazonais.

Vários autores, inspirados nessa lógica, demonstraram a sazonalidade das

internações por mania no Hemisfério Norte – Reino Unido (Symonds e Williams,

1976; Walter, 1977; Myers e Davies, 1978; Carney et al., 1988; Peck, 1990; Takei

et al., 1992; Suhail e Cochrane, 1998), Grécia (Frangos et al., 1990), Noruega

(Morken et al., 2002), Estados Unidos da América (Cassidy e Carroll, 2002), Índia

(Avatshi et al., 2001), Coréia do Sul (Lee et al., 2002); e também no Hemisfério Sul

- Austrália (Parker e Walter, 1982; Jones et al., 1995), Nova Zelândia (Mulder et

al., 1990; Sayer et al., 1991), África do Sul (Szabo e Blanche, 1995) e Brasil (Kerr-

Correa et al., 1998). O achado mais freqüente tem sido um excesso de

internações por mania nos meses de primavera e/ou verão, embora também

existam alguns resultados negativos (Eastwood e Stiasny, 1978; Mawson e Smith,

1981; Jain et al., 1992).

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1.1 Revisão dos estudos de sazonalidade da mania

A existência de uma distribuição sazonal especificamente na ocorrência de

internações por mania foi inicialmente demonstrada por Symonds e Williams

(1976). Estudando os registros de hospitais psiquiátricos ingleses durante quatro

anos, observaram um pico em agosto e setembro (final do verão), no entanto

apenas em mulheres. Walter (1977), reanalisando os dados destes autores,

demonstrou que esse pico também se estendia para os pacientes do sexo

masculino, observando uma amplitude de aproximadamente 3% para ambos os

sexos. Já neste primeiro relato ficou evidente que a escolha e aplicação do correto

método estatístico seria fundamental para a adequada interpretação dos

resultados de sazonalidade.

Myers e Davies (1978) conduziram um estudo abarcando um período maior,

também na Grã Bretanha, incluindo as internações por mania nos anos de 1964 a

1974. Assim, confirmaram a existência de um padrão sazonal, com pico no verão

e nadir no inverno, válido para ambos os sexos. Ainda, demonstraram a

correlação entre o número de internações e as temperaturas médias do mês

índice, assim como o número de horas ensolaradas e a duração do dia do mês

prévio à internação.

Eastwood e Stiasny (1978) conduziram seu estudo das internações em toda

a província de Ontário, no Canadá, de 1969 a 1974. Embora encontrassem um

padrão sazonal para as internações por depressão (bimodal, com picos em

primavera e outono), os resultados para mania não revelaram diferenças

significativas entre as quatro estações.

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Frangos et al. (1980) revisaram as internações em um período de 51 anos,

em Atenas, na Grécia. Nos casos de doença afetiva episódica, observaram um

nadir no inverno. O pico das internações por mania ocorreu no mês de maio

(primavera).

Mawson e Smith (1981) tentaram correlacionar a freqüência de internações

por psicose maníaco-depressiva nos hospitais de Londres no ano de 1975, com as

variações da umidade do ar e da pressão atmosférica. Embora não encontrassem

diferenças estatisticamente significativas no número mensal de internações,

observaram que a umidade relativa média mensal do ar se correlacionava

negativamente com as internações por mania e positivamente com aquelas por

depressão.

Parker e Walter (1982) conduziram o primeiro estudo deste tipo no

hemisfério sul (Nova Gales do Sul, Austrália). Analisando os registros de 115.744

internações psiquiátricas de 1971 a 1976, encontraram um pico nas internações

por mania ocorrendo na primavera (setembro/outubro, amplitude de 7,4%), à

semelhança dos resultados prévios do hemisfério norte. Analisando indiretamente

a associação com a radiação solar e horas ensolaradas da região, perceberam

que entre julho e agosto existia um rápido aumento da luminosidade, precedendo

o pico nas internações. Hipotetizaram um possível mecanismo melatonérgico

mediando este fenômeno.

Carney et al. (1988) enfocaram seu trabalho em um único hospital britânico,

abarcando um período de 1980 a 1984. Observaram um pico nas internações por

mania ocorrendo na primavera-verão. O número mensal de internações

correlacionou-se com o número de horas ensolaradas e com a duração média do

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dia no mês índice, mas não se correlacionou com outras variáveis climáticas,

incluindo a temperatura. Estes autores hipotetizaram que, dentre os fatores

climáticos envolvidos, é a luminosidade que influencia o desencadeamento das

crises maníacas, e não a temperatura, supostamente mediada pela supressão da

secreção de melatonina. Peck (1990) reanalisou os dados de Carney et al.,

investigando um efeito retardado do clima no desencadeamento das crises

maníacas. Observou que o número de horas ensolaradas de um mês se

correlaciona com o número de internações por mania no mês subseqüente.

Mulder et al. (1990) conduziram o segundo estudo de sazonalidade da

mania no hemisfério sul, estudando todas as internações na Nova Zelândia no

período de 1980-84. Observaram, assim, um pico nos meses de outubro a

dezembro, correspondendo também à primavera-verão. Sayer et al. (1991)

estenderam o estudo acima, revisando os registros de 1979 a 1987 na Nova

Zelândia. Confirmaram, assim, os achados de Mulder et al. ao encontrarem um

pico nas internações por mania nos meses de novembro a janeiro (primavera-

verão). Ainda, correlacionaram o número de internações por mania em um dado

mês com a temperatura média, a duração do dia e as horas ensolaradas no mês

índice, e com a temperatura média e a duração do dia do mês anterior. No

entanto, estas variáveis climáticas explicaram no máximo 17% da variância no

número de internações.

Jain et al. (1992) estudaram as internações por mania em um hospital de

Bangalore, na Índia, entre 1980 e 1988. Os autores não evidenciaram nenhum

padrão sazonal e tampouco observaram correlação entre o número de internações

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por mania e a temperatura média, a pluviosidade e as horas ensolaradas do mês

índice.

Hunt et al. (1992) acompanharam 71 pacientes bipolares durante seis anos

e encontraram um “possível” padrão sazonal em 15% dos casos, definido como

pelo menos 2 episódios em anos diferentes ocorrendo no mesmo período de 2

meses, sem outros episódios. No entanto, o mês em que ocorreu o primeiro

episódio não auxiliou a prever a ocorrência dos subseqüentes (considerando,

porém, que a amostra tenha sido relativamente pequena).

Takei et al. (1992) revisaram 11 anos de internações por psicoses na

Inglaterra e País de Gales. Dentre seus achados estão: 1) a existência de um

excesso de internações para psicoses afetivas e esquizofrenia no verão; 2) a

ausência de padrão sazonal nas internações por depressão; 3) a existência de um

excesso de internações por mania no verão (julho-agosto), para ambos os sexos.

Faedda et al. (1993) acompanharam durante até 12 anos um grupo de 1507

pacientes em uma clínica de doenças afetivas localizada em Cagliari, ilha de

Sardenha, na Itália. Observaram que 146 casos apresentavam um padrão sazonal

(9,7%), dividindo-os em dois tipos: Tipo A – ocorrência de episódios depressivos

no inverno, com ou sem mania/hipomania na primavera-verão; e Tipo B –

episódios depressivos na primavera-verão, com ou sem mania/hipomania no

outono inverno. Baseado em seus resultados, estimaram a prevalência para toda

a vida de distúrbios afetivos sazonais em 1,2%.

Jones et al. (1995) conduziram um estudo retrospectivo na Tasmânia,

Austrália, englobando apenas pacientes com mania unipolar, fossem episódios

únicos ou múltiplos, durante um período de sete anos. Observaram um excesso

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de internações por mania nos meses de primavera-verão. Estratificando por idade,

por sexo e por recorrência, observaram que esse padrão só foi estatisticamente

significativo para as mulheres, para indivíduos acima de 50 anos e para as

reinternações.

Szabo e Blanche (1995) realizaram seu estudo em um hospital de clínicas

de Joanesburgo, na África do Sul, incluindo todas as internações no ano de 1989.

Encontraram a presença de um excesso de internações por doenças afetivas no

inverno e na primavera, fato que não foi observado no grupo de internações por

outros diagnósticos. Mais especificamente, as internações por mania

apresentaram um máximo na primavera e um mínimo no outono.

Partonen e Lönnqvist (1996) revisaram os registros de internação

finlandeses, no período de 1969 a 1991, encontrando apenas 295 pacientes

bipolares nessa amostra. Dividindo as internações pelas quatro estações do ano,

observaram um excesso numérico de aproximadamente 20%, mas

estatisticamente não significativo, das internações por mania na primavera e no

verão.

Suhail e Cochrane (1998) investigaram a existência de variação sazonal em

um hospital de Birmingham, Inglaterra, durante o ano de 1995. Observaram um

excesso de internações por transtorno bipolar no verão, mas este achado se

restringiu ao sexo feminino. Ao correlacionar o número de internações a cada mês

com o número de horas ensolaradas, a duração do dia e a temperatura média,

demonstraram que 75% da variação sazonal das internações era explicada por

esses três fatores.

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Kerr-Corrêa et al. (1998) realizaram um extenso estudo em um hospital

estadual de Botucatu, SP, Brasil, englobando 10 anos de internações. Os autores

tiveram o cuidado de certificar o diagnóstico caso a caso ao revisar os prontuários.

Observaram que a maioria das internações por mania ocorreu na primavera-verão,

achado estatisticamente significativo apenas para as mulheres.

Whitney et al. (1999) revisaram os registros de internações em um hospital

de Ontário, Canadá, englobando 75 anos de história. Dentre seus achados,

observaram que: 1) as internações em geral foram mais freqüentes nos meses do

verão do que no inverno; 2) não evidenciaram um padrão sazonal para

internações por mania pura ou por depressão; 3) as internações por mania mista

apresentaram um pico no verão, resultado este válido apenas para o sexo

feminino.

Mersch et al. (1999) conduziram uma revisão da literatura, na busca por

evidências de que a latitude influenciasse a prevalência e o padrão de doenças

afetivas sazonais. Concluíram que o efeito da latitude exclusivamente ainda é

incerto e, se existente, pequeno. Sugeriram que as variáveis climáticas seriam

mais importantes do que a localização geográfica puramente.

Avasthi et al. (2001) estudaram as internações no norte da Índia por um

período de cinco anos. Embora não tenham utilizado nenhum teste estatístico,

descreveram um excesso de internações por mania no outono-inverno, por um

lado, e a existência de dois picos, um no inverno e outro no verão, para as

internações por depressão.

Cassidy e Carroll (2002) compararam os ritmos sazonais de internações por

mania pura e por mania mista, em um hospital universitário na cidade de Durham,

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NC, EUA, em um período de três anos. Observaram um pico nas internações por

mania em março (primavera) e um nadir no outono. As internações por mania

mista tiveram o pico em maio e o nadir em novembro, aproximadamente dois

meses após. Demonstraram graficamente a existência de uma correlação entre o

número de internações em um dado mês e a duração média dos dias, em uma

curva que aparenta ser quadrática.

Lee et al. (2002) investigaram a sazonalidade da ocorrência do primeiro

episódio maníaco. Este estudo prospectivo foi conduzido em dois hospitais

universitários na Coréia do Sul. Foram incluídos 152 pacientes, dos quais 62,5%

haviam tido episódio depressivo prévio. Observaram um pico de internações em

março, um pico menor em outubro e um mínimo em janeiro. Ainda, demonstraram

uma correlação do número de internações em cada mês com as horas

ensolaradas e com a insolação total. A temperatura média, a duração dos dias, a

umidade relativa do ar, a pressão atmosférica e a pluviosidade não apresentaram

um efeito significativo.

Morken et al. (2002) conduziram um estudo retrospectivo na Noruega,

incluindo 35.257 internações em 5 anos (1992-1996) e 15.503 suicídios

registrados entre 1969-1996. Observaram um excesso de internações na

primavera por mania, apenas significativo nos pacientes do sexo masculino.

Em um total de 22 estudos conduzidos em 12 países de ambos os

hemisférios do globo, 16 trabalhos apresentaram algum excesso de internações

por mania nos meses de primavera e/ou verão. Em quatro dos cinco estudos nos

quais a sazonalidade da mania não foi evidenciada, os autores utilizaram a análise

categorial (qui-quadrado) por estações (Eastwood e Stasny, 1978; Partonen e

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Lönnqvist, 1996; Whitney et al., 1999) ou por mês (Jain et al., 1992), ao invés de

agrupar a distribuição por cada mês e de tentar ajustá-la a uma curva, o que

conferiria maior precisão e poder estatístico a seus estudos e poderia ter

influenciado seus resultados.

1.2 Correlação com as variáveis climáticas:

Uma correlação entre o número de internações por mania e as variáveis

climáticas foi encontrada em todos os estudos que examinaram esta associação,

com exceção de um único estudo indiano no qual não se verificou nem mesmo um

efeito sazonal (Jain et al., 1992). Na Grã Bretanha, a mania foi consistentemente

mais freqüente nos meses mais quentes, menos úmidos e mais luminosos,

correspondendo aos meses de primavera-verão (Myers e Davies, 1978; Mawson e

Smith, 1981; Carney et al., 1988; Peck, 1990; Suhail e Cochrane, 1998). Em um

estudo norte-americano, observou-se uma correlação entre as internações por

mania e a duração média dos dias (Cassidy e Carroll, 2002) e na Coréia do Sul,

Lee et al. (2002) encontraram correlações com o número de horas ensolaradas e

com a intensidade da radiação solar, mas não com a duração dos dias, a

temperatura, a umidade, a pressão atmosférica ou a pluviosidade.

É importante frisar que as variáveis climáticas são intensamente

intercorrelacionadas, o que confunde a interpretação dos possíveis mecanismos

etiopatogênicos envolvidos com a ocorrência de episódios maníacos. Desta feita,

realizar estudos de correlação em regiões do globo com diferentes combinações

climáticas pode auxiliar na explicação da influência sazonal nas internações por

transtornos afetivos.

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12

Até onde sabemos, o único estudo conduzido no Hemisfério Sul que

examinou diretamente a associação entre variáveis climáticas e o número de

internações por mania foi realizado na Nova Zelândia (Sayer et al., 1991) e

também encontrou correlação com número de horas ensolaradas, temperaturas

médias e duração dos dias. Não existem estudos publicados especificamente

examinando esta associação na América do Sul.

1.3 Sazonalidade e episódios afetivos no Brasil

Calil et al. (1992) foram os primeiros a detectarem casos de distúrbio afetivo

sazonal (SAD) no Brasil, provando que este fenômeno não é exclusivo das altas

latitudes ou de locais com variações climáticas extremas.

Teng et al. (1998) publicaram pela primeira vez o relato detalhado de um

caso de doença afetiva sazonal no Brasil. Este paciente respondeu a fototerapia

vespertina. Os autores alertaram para a necessidade de se estudar a influência de

variáveis climáticas na ocorrência de episódios afetivos também em nosso País.

Kerr-Correa et al. (1998) descreveram um padrão sazonal de internações

por mania em um hospital de Botucatu, SP, restrito a pacientes do sexo feminino,

com o pico ocorrendo na primavera. Os autores tiveram o cuidado de revisar cada

prontuário para certificar o diagnóstico. No entanto, preferiram agrupar os meses

do ano em quatro estações, perdendo assim a oportunidade de analisar a curva

de distribuição de forma mais detalhada. Além disto, não procuraram correlacionar

seus achados com as variáveis climáticas, portanto esta associação ainda não foi

avaliada em nosso território.

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13

Se for demonstrado um efeito sazonal das variáveis climáticas sobre a

manifestação do transtorno bipolar em nosso meio, este achado favorecerá a

abertura desse campo de pesquisa também em nosso país, incluindo o estudo dos

subtipos de pacientes com doença afetiva que apresentam sensibilidade às

variações climáticas sazonais, e a otimização de seu tratamento específico.

Além disto, à medida que os resultados deste tipo de estudo permitirem

prever com maior precisão a incidência de crises maníacas ao longo do ano,

contribuirão para o planejamento de ações de saúde coletiva voltadas para o

problema, tais como a alocação de leitos e recursos nos períodos de maior

incidência, o dimensionamento da compra de medicamentos e a preparação dos

profissionais de saúde.

2. OBJETIVOS:

O presente estudo pretende investigar a existência de uma distribuição

sazonal das internações por mania em um hospital psiquiátrico de Belo Horizonte,

além de avaliar a associação dessas internações com as variáveis climáticas

locais.

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14

3. MÉTODOS

DESENHO DO ESTUDO: Este é um estudo observacional, retrospectivo,

de séries temporais.

LOCAL: O estudo foi conduzido na Casa de Saúde Santa Maria, um hospital

psiquiátrico privado localizado na zona sul de Belo Horizonte, Minas Gerais. Esta

instituição conta com 136 leitos, sendo 55 pertencentes a alas femininas e 81 a

alas masculinas. Atende prioritariamente a casos agudos ou agudizados. A

clientela é constituída por pacientes particulares e de convênios, oriundos da

capital e também do interior do estado.

Belo Horizonte é uma cidade localizada na latitude 19° 55’ S e na longitude

46° 53’ O. Duas estações bem definidas podem ser identificadas: uma seca,

durante o outono e inverno, e outra chuvosa, que se estende de outubro a março.

Apresenta valores médios anuais para temperatura de 21-22 oC, para precipitação

acumulada de aproximadamente 1500 mm e para umidade relativa do ar de 63-

70%. Os meses mais quentes - média das máximas de 28 oC - coincidem com a

estação chuvosa, correspondendo a 88% da precipitação total anual. Os meses

mais frios - média das mínimas de 14 oC - corresponde ao período de seca (Lúcio

et al, 1999).

AMOSTRA: Os prontuários dos pacientes admitidos consecutivamente no

mesmo hospital psiquiátrico, entre 1o. de janeiro de 1996 e 31 de dezembro de

2000, foram revisados se o diagnóstico à alta registrado no Índice Nosológico do

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hospital compreendesse uma das seguintes categorias da CID-10 (ou sua

equivalente na CID-9): psicose não-orgânica, não especificada (F29 OU 298.9);

episódio maníaco (F30.1, F30.2, F30.8, F30.9 ou 296.0); transtorno bipolar,

episódio maníaco (F31.1, F31.2 ou 296.2); transtorno bipolar, episódio misto

(F31.6 ou 296.4); transtorno bipolar, sem outra especificação (F31.9 ou 296.9).

Após a revisão dos prontuários, foram incluídos os casos que se adequaram à

descrição clínica da CID-10 para episódio maníaco ou misto em pelo menos uma

internação no período de interesse conforme o julgamento do investigador (FMV).

De 533 pacientes cujos prontuários foram analisados, 269 atingiram tais critérios.

Os 264 restantes foram excluídos por uma das seguintes razões: a) os prontuários

não continham suficiente informação para assegurar a precisão do diagnóstico; b)

os pacientes possuíam outro diagnóstico que havia sido incorretamente codificado

como mania; c) os pacientes eram bipolares, mas não haviam sido internados por

episódio maníaco ou misto no período de interesse de cinco anos; ou d) os

pacientes possuíam outros transtornos psicóticos, classificados como F29.

Quando um paciente teve mais de uma internação para o tratamento de episódio

maníaco ou misto nesse período de cinco anos, todas elas foram incluídas,

compreendendo um total de 425 internações.

ANÁLISE ESTATÍSTICA: As internações por episódio maníaco ou misto

foram agrupadas de acordo com o mês em que foi registrado o ingresso no

hospital, assim como foram computados os totais mensais das internações por

qualquer causa no mesmo hospital. A razão entre esses dois valores (ou seja, a

taxa de internações por mania) foi escolhida como a variável resposta, ao invés

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dos dados brutos, de forma a controlar o efeito inespecífico dos meses sobre as

internações em geral (por exemplo: número variável de dias em cada mês, fatores

sociais, feriados).

A análise da sazonalidade se deu através da Cosinor Analysis (Cugini,

1993; Silva, 2003). Esta análise tenta ajustar os valores observados da variável

resposta a uma (ou mais de uma) curva senoidal harmônica. Cada curva senoidal

é definida por três parâmetros: Mesor (Midline estimating statistic of rhythm, que

representa o nível médio de oscilação), Amplitude (a extensão da oscilação a

partir do Mesor) e Acrofase (ângulo de máximo valor para a função cosenoidal).

Este método descritivo é apropriado para situações em que o período dos ciclos

foi definido a priori. Como o interesse deste estudo era o de estabelecer um

padrão sazonal, um ciclo circanual (de 12 meses) foi presumido. Periodicidades

mais curtas também foram avaliadas, mas não se encontrou significância

estatística nas análises preliminares e, portanto, não mais foram consideradas.

Os parâmetros foram estimados utilizando regressão não-linear, através do

PROC NLIN do pacote estatístico SAS for Windows, v.8 (Schabenberger, 1998).

A função utilizada para a estimação é apresentada a seguir:

Y = Mesor + Amplitude x cos ( 2 ππππ/12 x mês – ângulo (rad) da Acrofase)

A significância estatística da equação ajustada foi avaliada pelo teste de

significância da Amplitude contra a hipótese nula de que seria zero, baseando-

nos nos intervalos de confiança assimptóticos de 95%. Como nas análises

preliminares não se observou uma tendência secular, não foi necessário levá-la

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em consideração. Ainda nas análises preliminares, não foi demonstrada

estatisticamente a sazonalidade dos números totais de internações (o

denominador da variável resposta), portanto, a variação nas taxas de internação

por mania pôde ser considerado como relativo à variação nas internações por

mania (numerador). Levando em conta o relativamente pequeno tamanho

amostral, preferimos não realizar análises de subgrupos (por gênero, mania mista

vs. mania pura, idade ou número de internações prévias).

A análise das variáveis climáticas associadas se realizou através de

correlações simples de Pearson, utilizando como variável resposta as taxas de

internações por mania. As variáveis preditoras foram as médias mensais do Índice

Pluviométrico, da temperatura média, da umidade relativa do ar e da insolação

total e a duração média dos dias. Estes índices foram extraídos dos registros do

Instituto Nacional de Meteorologia, 5o Distrito, no período correspondente ao dos

dados hospitalares, com exceção da duração dos dias, que foi obtida através do

Observatório Nacional. Em análises adicionais, as variáveis preditoras do mês

índice da internação foram substituídas por aquelas do mês anterior, procurando

evidenciar o efeito retardado (lag) dessas variáveis climáticas na freqüência das

internações. Ainda, o possível efeito da mudança nesses parâmetros climáticos do

mês anterior para o mês índice (differencing) foi estudado em análises de

correlação subseqüentes. Para as análises de correlação, o alfa considerado foi

de 0,05. Como os dados climáticos estavam disponíveis apenas para a cidade de

Belo Horizonte, para estas correlações foram consideradas apenas as 374

internações dos 235 pacientes residentes em um raio de 100 km a partir do centro

de Belo Horizonte.

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Finalmente, procuramos avaliar que percentagem da variância nas taxas de

hospitalização por mania seria explicável pela combinação das variáveis

climáticas. Para tal, foi utilizada a regressão múltipla pelo método de best subsets,

o qual procura maximizar o coeficiente de regressão.

Neste estudo, quando citadas as estações do ano estão definidas pelas

datas oficiais de nosso País, fornecidas pelo Observatório Nacional. O presente

estudo recebeu a aprovação do Comitê de Ética da Casa de Saúde Santa Maria e

do Comitê de Ética em Pesquisa da UNIFESP / EPM.

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados deste estudo e sua correspondente discussão estão

apresentados no artigo submetido ao periódico Journal of Affective Disorders, e já

no prelo, apresentado abaixo.

SEASONALITY OF ADMISSIONS FOR MANIA IN A PSICHIATRI C HOSPITAL

OF BELO HORIZONTE, BRAZIL

Volpe FM, Del Porto JA. J Affect Disord 2006 (in press)

Abstract

Background: Seasonality of mania has been previously reported in several world

regions. A spring and/or summer peak has been the most frequent finding,

correlating to climatic variables, especially luminosity. There are, however, no

South American studies on this association. Methods: The charts of 269 manic

patients admitted from 1996-2000 in a psychiatric hospital at Belo Horizonte,

Brazil, were reviewed. Seasonality was assessed with Cosinor Analysis.

Correlations of the rate of admissions for mania to climatic variables were

performed, including lagged and differenced data. Results: A circannual pattern

was evident, with a late winter-spring peak and a late summer-autumn trough. The

rate of admissions for mania correlated positively to: a) average index and previous

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month hours of sunshine; and b) differenced mean temperature, and negatively to:

a) index and previous month rainfall; b) index month relative humidity; and c)

previous month duration of days and mean temperature. Altogether, climatic

variables explained 23.7% of the variance in the rate of admissions for mania.

Limitations: This was a retrospective study conducted in a single institution.

Conclusions: The fact that climatic variables are associated to the course of

bipolar disorder even in subtropical regions indicate that this effect may be more

subtle and extent than previously thought. Further exploration of the biological

mechanisms of this association is necessary.

Keywords: seasonality; climate; mania; bipolar disorder; Brazil.

1. INTRODUCTION:

Seasonal and climatic influences in the incidence of manias and

melancholia have been considered since Hippocrates (Eastwood and Peter, 1988).

Manic episodes have a dramatic and well-defined presentation, usually leading to

hospitalization (Goodwin & Jamison, 1990). In addition, the lapse between

symptom onset and admission is generally short (less than 1 month), making

admission data a fair marker of the incidence of manic episodes (Francis &

Gasparo, 1994), but less precise for depressive episodes. This rationale inspired

many researchers, and seasonality of admissions for mania was demonstrated in

studies from the Northern Hemisphere - United Kingdom (Symmonds & Williams,

1976; Walter, 1977; Myers & Davies, 1978; Carney et al., 1988; Peck, 1990; Takei

et al., 1992; Suhail & Cochrane, 1998), Greece (Frangos et al., 1990), Norway

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(Morken et al., 2002), United States of America (Cassidy & Carroll, 2002), India

(Avatshi et al., 2001), South Korea (Lee et al., 2002), and also from the Southern

Hemisphere - Australia (Parker & Walter, 1982; Jones et al., 1995), New Zealand

(Mulder et al., 1990; Sayer et al., 1991), South Africa (Szabo & Blanche, 1995) and

Brazil (Kerr-Correa et al., 1998). The most frequent finding has been an excess of

admissions for mania in spring and/or summer months, although there have been

some negative results as well (Eastwood & Stiasny, 1978; Mawson & Smith,1981;

Jain et al., 1992).

The high inter-correlations observed for climatic variables confuse the

interpretation of possible etiologic mechanisms. Therefore, performing correlational

studies in regions with different combinations of climatic conditions may help

further understanding of the seasonal variation of admissions for affective

disorders.

The number of admissions for mania has been correlated to climatic

variables in all studies that examined this association, except for one Indian study

in which no seasonality was demonstrated (Jain et al., 1992). In the UK, mania was

more frequent in the warmer, less humid and more luminous months

(corresponding to spring-summer months) (Myers & Davies, 1978; Mawson &

Smith, 1981; Carney et al., 1988; Peck, 1990; Suhail & Cochrane, 1998). In a

North American study there was a correlation of admissions for mania to the mean

monthly duration of days (Cassidy & Carroll, 2002) and in a Korean study, to hours

of sunshine and sunlight radiation but not to duration of days, temperature,

humidity, atmospheric pressure or pluviosity (Lee et al., 2002). To our knowledge,

the only study performed in the Southern Hemisphere, which directly examined the

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association of climatic variables and the number of admissions for mania, also

correlated admissions for mania to mean monthly temperatures, hours of sunlight

and duration of the days in New Zealand (Sayer et al., 1991). Calil et al. (1992)

have detected the first cases of SAD in Brazil, proving this phenomenon is not

exclusive of high latitudes or locations with harsh climatic variations. Kerr-Correa et

al. (1998) reported a seasonal pattern of admissions for mania in a Brazilian

hospital, but only for females, with the peak occurring in spring. They did not,

however, try to correlate their findings with climatic variables, so this has not yet

been done in any South American study.

The present study assesses the seasonality of admissions for mania in a

Brazilian hospital, and examines the association of these admissions with the local

climatic variables.

2. METHODS:

2.1. Setting:

The study was conducted in a 136-bed private psychiatric hospital in Belo

Horizonte (2.3 million inhabitants), southeastern Brazil, which assists acute

patients from this city and other towns of the State of Minas Gerais. Belo Horizonte

is located at latitude 19o55’ S and longitude 46o53’ O. Its subtropical mesotermic

climate shows two well defined seasons: the dry season - corresponding to autumn

and winter, and the rainy season - for the period of October to March. Average

annual temperature is 22o C, accumulated rainfall, 1500mm, and relative humidity

ranges between 63-70%. The warmer months (when maximum temperatures

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average 28o C) occur in the rainy season, and the colder months (minimal

temperatures average 14o C) correspond to the dry period (Lucio et al., 1999).

2.2.. Subjects:

The charts of all patients consecutively admitted for manic or mixed

episodes between January 1st, 1996 and December 31st, 2000, were carefully

reviewed by the first author (FMV) in order to ascertain that ICD-10 criteria were

met (WHO, 1992). If the same patient had more than one admission for manic or

mixed episodes during this 5-year period, all of them were included, comprising a

total of 425 “admissions for mania”. Admissions were then grouped in 60 monthly

clusters for further analyses.

2.3. Statistical analyses:

Monthly rates of admissions for mania, as a proportion of monthly total

admissions, were preferred as the dependent variables instead of the absolute

number of admissions for mania, in order to analyze the specific seasonal effect on

manic hospitalizations. Seasonality (of the rates of admissions for mania, and also

of total admissions) was assessed by studying the distribution of theses variables

over time using Cosinor Analysis (Cugini, 1993; Silva, 2003), which consists on

adjusting the observed values to one or more harmonic sinusoidal curves. Each

sinusoidal curve is defined by three parameters each: Mesor (Midline estimating

statistic of rhythm, which represents the mean level of oscillation), Amplitude (the

extent of oscillation from the Mesor), and Acrophase (angle of maximum value for

cosine function). This descriptive method is appropriate for situations where the

period of the cycles has been set a priori. As the interest of this study was to

establish a seasonal pattern, a circannual (12-month) cycle was assumed.

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Secondary shorter periods were also tested; none were statistically significant and

therefore were not further considered. Parameters were estimated using nonlinear

regression, with NLIN Procedure of the SAS package for Windows, v.8

(Schabenberger, 1998). The statistical significance of the fitted equation was given

by a test of significance of the Amplitude against the null hypothesis that equals

zero, based on asymptotic 95% confidence intervals. As in preliminary analyses no

secular trend emerged, there was no need to “detrend” data. Considering the

limited sample size, subgroup analyses were not performed (genders, mixed vs.

pure mania, etc.).

The National Institute of Meteorology provided information on the local

climatic variables: rainfall (pluviometric index), mean temperatures, relative

humidity and hours of sunshine. Information on the duration of days was obtained

from the National Observatory records. All climatic variables were acquired for the

duration of the study (1996-2000) and monthly averaged for further analyses.

Because climatic variables were available just for the city of Belo Horizonte, for all

analyses of the association of climatic variables on the rate of admissions for

mania only data from patients residing within a 60-mile range of the center of Belo

Horizonte were considered (resulting in 374 admissions). Pearson’s correlations

were performed between the rate of admissions for mania and each of the

predictor climatic variables of that index month. As weather may take time to

influence the admission data, the same procedure was repeated using previous

months climatic variables (lagged data). It is also biologically plausible to suppose

that the rate of change of climatic variables, rather than their absolute values, can

be related to the occurrence of manic episodes. This was assessed by replacing

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absolute for differenced (index minus previous month) climatic data, then

performing new correlation analyses.

Multiple regression was performed to estimate how much of the total

variation in the rate of admissions for mania could be explained by the combination

of climatic variables. For this purpose, a best subsets least squares selection

method, which maximizes R2, was used.

3. RESULTS: 3.1. Sample characteristics:

This sample comprehended 425 admissions of 269 manic patients hospitalized

from 1996 to 2000. Socio-demographic and clinical characteristics are presented in

table 1. A total of 6177 admissions were recorded in the same period. One

hundred and fifty eight observations (37%) were readmissions for manic episode at

the same hospital within the 5-year time frame of this study. Most of the

admissions were remunerated by health-insurance plans, except for 18% private-

paid admissions. Median length of stay was 15 days.

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Table 1: Socio-demographics and clinical characteristics of the sample (N=425

admissions of 269 patients).

Variable Admissions (%) Patients (%)

Male 202 (47.5) 123 (45.8)

Mean age (± SD) 42 (±13) 43 (±13)

Married 172 (40.7) 122 (45.4)

Substance abuse 41 (9.7) 23 (8.6)

Psychotic features 215 (50.6) 152 (56.6)

Aggressive behavior 210 (49.4) 141 (52.4)

Suicidal thoughts or behavior 48 (11.3) 31 (11.5)

First psychiatric hospitalization * 37 (10.4) 28 (10.4)

* Data missing for 70 observations of 61 patients.

3.2. Seasonality of admissions for manic episode:

The observed rate of admissions for mania varied from 2.5 to 13.9%. The

estimated mesor was 6.9% [6.3-7.5], and the estimated amplitude was 1.4% [0.5-

2.3]. There was an evident and significant seasonal pattern, with the peak

occurring in August (late-winter) and the nadir in February (Graph 1). The predicted

cosine equation explained 15.0% of the variance. On the contrary, the total number

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of admissions (for any diagnosis) presented no significant seasonal variation. No

significant secular trend for emerged from the analyses.

3.3. Association to climatic variables:

The peak of admissions for mania coincided with late winter and spring,

which were in general, the dryer, colder and more luminous seasons in the region

of Belo Horizonte. The proportion of admissions for mania was significantly and

positively correlated to mean mensal hours of sunshine, and negatively correlated

to relative humidity and rainfall. No significant correlations were shown to mean

mensal average temperatures or mean length of days of the index month. Previous

month’s duration of days, hours of sunshine, rainfall and mean temperature were

significantly correlated to the admission rates for mania on the index month. The

difference between previous and index month mean temperature was positively

correlated to the rate of admissions. Detailed results are shown on table 2.

Climatic variables were significantly inter-correlated (r=0.26 to 0.7). Multiple

regression analyses were performed, despite multicolinearity, in order to estimate

the combined effect of climatic variables on the mensal rate of admissions for

mania. A best subsets selection method included the following predictor variables:

relative humidity (linear and quadratic effects), duration of days of the previous

month, and the difference of mean temperatures, giving an adjusted R2 = 23.7%

(p=0.001).

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Table 2: Non-adjusted correlations (r) between climatic variables and mensal rate

of admissions for mania (N=374):

Index month Previous month Differencing

Duration of days -0.232 -0.364 * 0.235

Hours of sunshine 0.305 * 0.283 * 0.017

Relative humidity -0.353 * -0.180 -0.205

Rainfall -0.269 * -0.341 * -0.080

Mean temperature -0.149 -0.376 * 0.289 *

* p<0.05.

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4. DISCUSSION:

The main finding of this study was a circannual seasonal distribution of the

admissions for mania, the peak occurring in late-winter/spring, and the minimum in

late-summer/autumn. These results are very similar to several others reported from

studies performed in the Southern Hemisphere. Parker and Walter (1982) reported

a circannual distribution of observed/expected numbers of admissions for mania in

New South Wales, Australia (L 28o-37o). The peak was observed in September

(spring), amplitude was of 7.4% and the harmonic curve explained 22% of the

variance, adjusted for monthly total number of admissions. Jones et al. (1995)

described a spring-summer (October-February) excess of admissions for unipolar

mania in Tasmania, southern Australia. Sayer et al. (1991) reported a summer

peak but Mulder et al. (1990), a spring-summer (October-December) peak of

admissions for mania in New Zealand (L 36o-41o). Szabo and Blanche (1995)

found a non-significant spring peak and autumn minimum of admissions for mania

at a Johannesburg hospital (L 26 o). Finally, Kerr-Correa et al. (1998) reported a

significant spring-summer peak occurring in a state hospital of Botucatu, Brazil (L

22o 55’).

It has been previously hypothesized that increasing latitude would correlate

to an earlier timing or increasing amplitude of the peak of admissions for mania

(Sayer et al., 1991), although their own data did not confirm this assumption. On

the contrary, the peak in our sample occurred in August, somewhat earlier than in

reports from more southern regions, where the peaks were described in October or

later. In parallel with that, Mersch et al. (1990), in a systematic review of the

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epidemiological literature on seasonal affective disorder, concluded that the

influence of latitude on prevalences was uncertain and small. Their findings

suggest that latitude may simply be one of the determinants of more directly acting

variables, predicting a more important role for an interaction of genetic, socio-

cultural and climatic variables in the seasonality of affective disorders. As the

monthly number of admissions for all diagnoses was taken into account in

analyses, it is unlikely that socio-cultural variables (such as holidays, carnival, or

economic factors), that could nonspecifically influence the occurrence of

admissions, would explain our findings.

The rate of admissions for mania correlated with the dryer and more

luminous months of the year in Belo Horizonte. These results are in accordance

with earlier reports, in which positive correlations were found to luminosity (Myers

& Davies, 1978; Mawson & Smith, 1981; Carney et al., 1988; Peck, 1990; Suhail &

Cochrane, 1998; Cassidy & Carroll, 2002; Lee et al., 2002) and negative

correlations to relative humidity (Mawson & Smith, 1981). However, the only other

Southern Hemisphere study on this association (Sayer et al., 1991; New Zealand)

reported significant correlations to luminosity variables but not to humidity. In our

study, the peak of admissions for mania occurred on the colder months, but rapidly

increasing temperatures also correlated to higher admission rates. This contrasts

with the only two previous reports on the effects of temperature (Myers & Davies,

1978; Sayer et al., 1991), in which admission rates peaked in the hottest seasons

and absolute values were more important than their rate of change. These

divergences are not surprising at all, since the combination of weather variables

differ in distinct world regions.

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32

Altogether, these findings corroborate the hypothesis that luminosity is the

main climatic variable influencing mood and behavior, as well as the emergence of

manic episodes, and give support to a biological explanation, for which

melatonergic dysfunction is the main line of investigation (Nurnberger et al., 2000).

It has been shown that bipolar patients are more sensitive to seasonal variations

than normal controls (Hakkarainen et al., 2003; Shin et al., 2005), and also that

sunny days result in greater well being in bipolars than in their normal control twins

(Hakkarainen et al., 2003). Depressed bipolar or unipolar patients recover faster

when they are allocated to sunnier hospital rooms (Bauchemin & Hays, 1996;

Benedetti et al., 2001). Light therapy has proved its antidepressant effects in

seasonal and non-seasonal patients (Kripke, 1998). On the other hand, manic

patients improved faster when they received “dark therapy” (forced 14h of stay in a

dark room during the night) (Barbini et al., 2005).

This study has several shortcomings. It was performed at a single private

institution with a limited sample size; therefore, inference from our results should

be done with caution and, mostly, may not represent the phenomenon in the

community. Data were obtained retrospectively, which could have led to

misdiagnosis. To minimize that risk, we performed a thorough revision of all notes

to certify diagnosis. Finally, this was an epidemiological study that did not take

information from individual cases into account. Seasonality, as reported here,

should not be understood as the occurrence of seasonal affective disorders cases.

It represents, however, a more general tendency of manic admissions to occur in

spring, even if an individual seasonal pattern does not exist. Therefore, our findings

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33

indicate that the influence of seasons is not restricted to SAD cases, but may

otherwise have a broader effect on bipolar affective disorders as a hole.

5. CONCLUSIONS:

Admission rates were higher in the more luminous and drier months of the

year, corresponding to late winter and spring. The fact that climatic variables are

associated to the course of bipolar disorder even in subtropical regions indicate

that this effect may be more subtle and extent than previously thought. The further

exploration of the biological mechanisms of this association is necessary, as well

as research on non-pharmacological interventions (such as light therapy, dark

therapy and sleep suppression) in the treatment of bipolar disorders on subtropical

regions of the world.

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39

5. CONCLUSÕES

As taxas de internação por mania neste hospital foram maiores nos meses

mais luminosos e secos do ano, correspondendo ao final do inverno e à

primavera.

O fato de que variáveis climáticas estão associadas ao curso do transtorno

bipolar mesmo em regiões subtropicais é indicativo de que este efeito pode ser

mais sutil e também mais difundido do que previamente se considerava. A

exploração subseqüente dos mecanismos biológicos desta associação é

necessária, assim como a pesquisa em intervenções não farmacológicas (tais

como fototerapia, “dark therapy”, e supressão do sono) no tratamento dos

transtornos bipolares em regiões subtropicais do globo.

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ANEXO 1

COMANDOS SAS – COSINOR ANALYSIS

data cosinor;

input ano mes ratio;

cards;

1 1 0.072917

1 2 0.050505

" " "

" " "

5 11 0.037037

5 12 0.031250

;

proc nlin best=5 method=marquardt;

parameters

a=0.0688

b=0.02174

c=-4.1888

;

model ratio=a + b * cos(0.5236 * mes + c);

run;

Obs.: Os parâmetros a (Mesor), b (amplitude) e c (acrofase) foram inicialmente

programados a partir da análise gráfica dos dados brutos das taxas de internação

por mania.

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ANEXO 2

SAS OUTPUT – COSINOR ANALYSIS

The SAS System

Non-Linear Least Squares Grid Search Dependent Variable RATIO

A B C Sum of Squares

0.068800 0.021740 -4.188800 0.034760

Non-Linear Least Squares Iterative Phase Dependent Variable RATIO Method:

Marquardt

Iter A B C Sum of Squares

0 0.068800 0.021740 -4.188800 0.034760

1 0.068776 0.013860 -4.154045 0.032845

2 0.068775 0.013800 -4.133591 0.032843

3 0.068775 0.013803 -4.133484 0.032843

NOTE: Convergence criterion met.

Non-Linear Least Squares Summary Statistics Dependent Variable RATIO

Source DF Sum of Squares Mean Square

Regression 3 0.28951788230 0.09650596077

Residual 57 0.03284250967 0.00057618438

Uncorrected Total 60 0.32236039196

(Corrected Total) 59 0.03855787856

Parameter Estimate Asymptotic Asymptotic 95 %

Std. Error Confidence Interval

Lower Upper

A 0.068775324 0.00309888254 0.0625699213 0.0749807273

B 0.013802617 0.00438248113 0.0050268530 0.0225783809

C -4.133483706 0.31751097092 -4.7692882289 -3.4976791834

Asymptotic Correlation Matrix

Corr A B C

ƒƒƒƒƒƒƒƒƒƒƒƒƒƒƒƒƒƒƒƒƒƒƒƒƒƒƒƒƒƒƒƒƒƒƒƒƒƒƒƒƒƒƒƒƒƒƒƒƒƒƒƒƒƒƒƒƒƒ

A 1 2.4925053E-6 2.2309618E-6

B 2.4925053E-6 1 -2.433823E-6

C 2.2309618E-6 -2.433823E-6 1

Obs.: Uma estatística do tipo R2 é calculada: 1- SS res / SS tot corr

Neste caso, o Pseudo-R2 = 14,82 %