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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO - SUED

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE

Ficha para Catálogo Artigo Final

Professor PDE/2010

Título Escrita e Leitura na Aprendizagem da Matemática

Autor Wagner Luiz Calixto.

Escola de Atuação Colégio Estadual Barbosa Ferraz - EFM

Município da Escola Andirá - Paraná

Núcleo Regional de Educação Jacarezinho

Orientador Prof. Me. George Francisco Santiago Martin

Instituição de Ensino Superior UENP – Campus de Jacarezinho

Área do Conhecimento/Disciplina Matemática

Relação Interdisciplinar Língua Portuguesa

Público Alvo Alunos 7ª série do Ensino Fundamental

Localização Travessa Nestor Carlos Cunha, 62 – Andirá – Paraná

Resumo

Este artigo tem como objetivo realizar um estudo para identificar as relações entre matemática e língua materna, no âmbito das práticas de leituras, escrita e interpretação de textos, no processo de ensino nas aulas de Matemática, no ensino fundamental. Sob esse enfoque, buscar conhecer como utilizar a influencia da língua materna também nas aulas de matemática, utilizando o método de pesquisa, elaboração e implementação de atividades aos alunos que contemplam a língua materna. Por ser inegável a relevância do aprendizado da leitura e escrita na vida do ser humano é que escola coloca como um dos principais objetivos de sua ação educacional, enquanto estratégia na construção do conhecimento de Matemática, como meio de aperfeiçoamento no processo de ensino, no qual terá como resultado a participação completa dos alunos para melhorar a qualidade do ensino nas escolas publicas do Paraná.

Palavras-chave Linguagem Matemática; Leitura, Escrita e Interpretação; Educação; Situações-Problema.

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Escrita e Leitura na Aprendizagem da Matemática

Autor: Wagner Luiz Calixto1

Orientador: Prof. Me .George Francisco Santiago Martin2

RESUMO

Observa-se que o aprendizado da leitura e escrita é essencial, pois é por meio dele

que a criança adquire e conhece o que é produzido historicamente, introduzindo-se

na sociedade letrada e adquirindo mais instrumentos para expressar seus

sentimentos, ideias e emoções, revelando seu universo psíquico. A todo o momento

me chamou atenção a dificuldade que meus colegas colocavam em “traduzir” o

enunciado dos problemas de Língua Portuguesa para a Matemática. Tendo como

projeto a influência da leitura em Língua Portuguesa na aprendizagem em

Matemática, minha proposta de trabalho tem como propósito realizar um estudo para

identificar as relações entre Matemática e Língua Materna, na esfera das práticas de

leitura e escrita nas aulas de matemática, bem como entender como essas relações

influenciam na aprendizagem dos alunos. Por ser incontestável a relevância do

aprendizado da leitura e escrita na existência do ser humano é que a escola o coloca

como um dos principais objetivos de sua ação educacional, porém a deficiência

nessas capacidades caracteriza-se como um dos principais obstáculos para a

efetivação do processo de ensino-aprendizagem. Neste trabalho, apresentamos e

analisamos na condição de prática do professor, procedimentos operantes que pode

ser possível aumentarem o desempenho de ler do aluno e como alternativa efetiva

para classes numerosas, o que se aproxima da realidade do ensino regular.

Palavras-chave: Linguagem Matemática; Leitura e Escrita; Educação, Situações-

Problema.

1 Professor da Rede Estadual de Ensino do Estado do Paraná, participante do PDE – Turma 2010, e-

mail: [email protected]

2 Professor Orientador do Colegiado de Matemática, da Universidade Estadual do Norte do Paraná –

Campus de Jacarezinho (UENP)

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1-INTRODUÇÃO

Ler, escrever e interpretar são habilidades que fazem parte do nosso

dia a dia, entretanto, por mais comum que possa parecer, essa tarefa não é tão

simples.

Segundo Oliveira (2005), há algumas faculdades centrais para que o

processo da leitura ocorra com eficiência. Entre elas são exigidos a consciência

fonológica, ou seja, a ideia de que diferentes letras exibem diferentes sons; o

princípio alfabético, empregando a ideia de que há uma relação entre a presença e

posição de um grafema e o som que ela tem na palavra; a decodificação, que é a

competência de pronunciar o som de uma palavra escrita ou modificar em escrita

uma palavra ouvida e a fluência que inclui a correção e o ritmo de leitura de textos.

Para Tessaro (2004), o ato de ler reveste ainda um conjunto de

habilidades, como a decodificação, nível de compreensão literal, nível de percepção

independente e nível de leitura crítica, e sub-habilidades como a discriminação

visual, discriminação auditiva, memória visual e memória auditiva.

Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais da Língua

Portuguesa - PCN (Brasil, 1997), a leitura é um método no qual o leitor realiza um

trabalho ativo de construção do significado do texto a partir de seus objetivos, do seu

conhecimento sobre o assunto e de diversos outros aspectos envolvidos nessa

habilidade.

Enfatizam que ler não significa extrair informação da escrita,

decodificando-a letra por letra, palavra por palavra, mas envolve uma série de

estratégias como seleção, antecipação, conclusão e verificação que permitem ao

leitor controlar o que vai sendo lido, tomar decisões defronte das dificuldades de

compreensão, aventurar-se diante do desconhecido e buscar no texto a

comprovação das suposições feitas.

Cruz (1999) demonstra que a aquisição da escrita requer o

reconhecimento de processos construtivos e sua compreensão é uma construção

interna do sujeito que utiliza processos ativos, pois quanto maior o envolvimento da

criança no seu aprendizado, melhor será sua compreensão da escrita. O autor

destaca, ainda, o aproveitamento de estratégias cognitivas e metacognitivas para a

criança se ajustar às exigências pedidas e, por último, fala sobre o método afetivo

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envolvido no aprendizado da escrita, indicando que a estabilidade emocional, o

autoconceito, entre outros aspectos, se relaciona diretamente à aprendizagem.

Considerando que a escrita é um meio de comunicação importante e

que seu poder não reside em si mesmo, mas no uso que a sociedade faz dela,

outros dois aspectos destacados por Cruz (1999), são importantes para se

compreender esta construção. Os aspectos sociais e culturais, sabido que quem não

aprende a ler e escrever dificilmente chegará a uma independência pessoal e não

terá acesso a obras e veículos de comunicação como revistas e jornais que

complementam a cultura do ser humano.

De acordo com os PCN da Língua Portuguesa (Brasil, 1997), as

buscas na área da aprendizagem da escrita proporcionam saber que aprender a

escrever abrange processos paralelos que possibilitam compreender a natureza do

sistema de escrita da língua, seus aspectos notacionais e discursivos, ou seja, o

funcionamento da linguagem que se pratica para escrever.

Ressalta-se ainda que seja possível grafar palavras sem saber

produzir textos, que o domínio da escrita se consegue muito mais pela leitura do que

pela própria escrita e que a escrita não é o modelo da fala.

O professor/educador precisa ensinar com responsabilidade,

inspiração e eficácia proporcionando aos alunos anseios pelo construir sozinho o

conhecimento, gerando seu próprio aprendizado. Ou seja, o professor é aquele que

ensina a “pescar”, não pesca pelo aluno, apenas demonstra como deve fazer para

que ele mesmo o faça, tendo o aluno seu próprio mérito no decurso de ensino-

aprendizado, seu próprio mérito na aquisição do conhecimento.

Falar de dificuldade em Matemática é simples quando dizem que se

trata de uma disciplina muito complexa e que muitos não se identificam com ela.

Mas essas dificuldades podem acontecer não pelo nível de complexidade ou pelo

fato de não gostar, mas por fatores mentais, psicológicos e pedagógicos que

revestem uma série de conceitos e trabalhos que precisam ser desenvolvidos ao se

tratar de dificuldades em qualquer âmbito, como também em Matemática.

A estrutura deste trabalho reflete o caminho percorrido ao longo da

minha especialização, para apoiar as reflexões oriundas na pesquisa, constitui-se de

revisão da literatura.

Três questões nortearam minha pesquisa, quais sejam: como aplicar

a interação Matemática / Língua Materna e qual a sua influência no processo ensino

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/ aprendizagem em Matemática? Como extrair dessa relação, estratégias de

atividades pedagógicas que contribuam para uma interação positiva entre Língua

Materna e Matemática? De que forma a escrita e leitura da Matemática pode ser

utilizada na prática pedagógica do professor e contribuir no aprendizado dos alunos?

Nacarato e Lopes (2005, p.158), escrevem que o indivíduo ao ler,

escrever, interpreta e compreende de conformidade com sua história de vida, seus

conhecimentos e suas emoções.

Esse fato vem a confirmar como é fracionado ensino em nossas

escolas, e mostra bem como a leitura/escrita está distanciada da matemática.

Na atualidade, apesar das políticas educacionais dos últimos

governos estarem voltadas na busca da generalização do ensino, esta meta está

longe de ser atingida, e continuamos ainda num país de “analfabetos”. Sem dúvida

alguma, há uma ação e uma exigência de especialistas intelectuais e de classe

populares carentes deste saber sistematizado, em transformar este sonho em

realidade.

Conforme Fonseca:

(...) a aprendizagem é um produto da experiência que se concretiza

numa mudança adquirida de comportamentos, onde estão em jogo condições

internas e condições externas, inerentes ao indivíduo e ao seu envolvimento, não

podem esquecer que o comportamento é movido por interações entre dois

determinantes fundamentais: o psicosociológico e o neurobiológico. (FONSECA,

1995, p.148).

Aprendizagem é um fato que acontece no dia a dia, desde o

principio de nossas vidas (ou quem sabe até antes). Não é hereditária. É um

processo pessoal porque dependem do envolvimento, esforço e capacidade de cada

um; é gradual porque adquire um pouco de cada vez e de acordo com seu ritmo

próprio.

A aprendizagem é um processo contínuo, que ocorre ao longo da

vida, pois estamos sempre aprendendo, a todo o momento adquirindo novos

conhecimentos. A aprendizagem defende a continuidade da espécie humana

concedendo a transmissão da cultura entre as civilizações, a inserção social e

transforma, criando o homem que deseja. Assim, o sujeito que não aprende, não

cumpre as práticas sociais da educação, está condenado ao fracasso.

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Pode-se, então, decidir aprendizagem como uma modificação

relativamente duradoura do comportamento que ocorre gradualmente, através de

treino, observação e experiência conforme o ritmo e envolvimento de cada pessoa

ao longo de nossas vidas. Para explicar poderíamos dizer que uma criança que

ingressa no ensino fundamental e ao longo de um ano começa a ler, apresenta uma

modificação, saiu da situação de não saber para a de saber, portanto, aprendeu –

ocorreu aprendizagem.

Nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), deparamos como um

dos “caminhos para fazer Matemática na sala de aula”, o recurso à Resolução de

Problemas.

Para SCHLIEMANN (1992, p.67), “ao analisar-se a resolução de

problemas de Matemática nas primeiras séries da escola primária”, três aspectos do

problema merecem destaque:

1 – A linguagem em que o problema é apresentado;

2 – O estado de representação em que os dados são fornecidos;

3- A lógica do problema, isto é, a totalidade de relações

estabelecidas e a estabelecer entre os dados.

Ao propor um problema para a criança, o educador deve ter claro

que ela deve conhecer cada expressão verbal utilizada. Depois ela deve ser

capacitada para transpor cada dado apresentado verbalmente em dados concretos

do seu mundo. Por fim, ela necessita entender as relações lógicas constantes do

problema para relacionar os dados entre si e realizar as operações necessárias para

encontrar a solução.

Pimm (1999, p.25) diz que a Matemática pode ser considerada uma

linguagem estrangeira, pois sempre que é dito algo ela pode ser traduzida para

língua materna. No entanto, parece que essa “tradução” ou relação tem se tornado

um obstáculo cada vez maior nas aulas de Matemática.

Um ponto que merece ser ressaltado é apresentado por Smole e

Diniz (2001, p.69) quando indicam que a habilidade de ler, escrever e resolver

problemas tem sido tratada diversas vezes separadamente no ensino.

Atribuir somente às aulas de língua portuguesa a responsabilidade

de tornar os alunos competentes leitores e escritores, distanciam ainda mais a

Matemática do mundo real, pois ela passa a ser vista apenas como números sem

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significados. Não podemos deixar de mencionar que Ler, Escrever é fundamentos

necessários para qualquer área do conhecimento.

Nacarato e Lopes (2005, p.119), redigem que no ensino e

aprendizagem da matemática, as relações linguísticas precisam ser consideradas

inseparáveis dos aspectos conceituais para que a comunicação e, por extensão, a

aprendizagem aconteçam.

Smole e Diniz (2001, p.95) asseguram que durante uma situação de

resolução de problemas e comunicação o aluno aprende Matemática, desenvolve

procedimentos, modos de pensar, exercem habilidades básicas como verbalizar, ler,

escrever, interpretar e criar textos em diferentes áreas do conhecimento que podem

estar envolvidas em uma situação. Mostra que a resolução de problemas deve ser

vista como uma metodologia de ensino, e que o professor de Matemática ao

apropriar-se dela estará contribuindo para o desenvolvimento de habilidades leitoras.

Paulo Freire vê a aprendizagem – o ato educativo – como a

experiência na qual as pessoas modificam suas vidas, enxergam as coisas de forma

diferente, enriquecem a maneira de encarar a si mesmas, às outras e as realidades

circundantes.

Embora nem Piaget, nem Vygotsky tenham pretendido fazer uma

pedagogia propriamente dita, suas contribuições provocaram mudanças

significativas na prática pedagógica, e em especial na alfabetização.

Resumindo, nenhuma teoria é suficientemente ampla para dar conta

de toda a complexidade dos processos que envolvem a aprendizagem. Devemos

estar atentos a nossa prática, essa sim pode fazer a diferença.

O excesso de terminologia técnica empregado muitas vezes pelos

textos didáticos e também pelos professores se mostra como um entrave no

processo de ensino-aprendizagem da Matemática. Desse modo, podemos

considerar que, desde a mais tenra idade, Matemática e Língua Materna atravessam

nossas mentes, constituindo nossos fundamentais sistemas de representação, dos

quais lançamos mão para interpretar a realidade. Letras e números fazem parte do

ferramental cognitivo humano como entes complementares, cooperantes. No limiar

do raciocínio, Matemática e Língua Materna apresentam-se associadas,

interdependentes.

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2- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Observando a trajetória entre nós, é possível perceber que o texto

literário, desde muito tempo, vem sendo usado como vértice da formação

educacional, sobre qual recaem inúmeras expectativas, possibilitando a

incorporação de valores, transmitirem conteúdos gramaticais, assegurarem o gosto

pela leitura e escrita, dentre outras.

Infelizmente, em todo percurso da educação em nosso país,

verifica-se que a instituição escolar, salvo raras exceções, não conseguiu eliminar o

pragmatismo e trabalhar com os textos literários em sua verdadeira dimensão de

manifestação artística e cultural.

Em consequência disso, os alunos se sujeitam às sessões

intermináveis de exercícios de leitura, várias vezes sem uma conexão lógica ou

adaptada à sua própria realidade. Define-se então, que a aprendizagem é um

processo constante e evolutivo que provoca modificações no comportamento tanto

físico, como biológico, dos indivíduos e também do ambiente no qual estão

introduzidos, provocando assim, novos comportamentos. Pode-se dizer que todo o

trabalho desenvolvido pelo educador tem como centro, a aprendizagem.

Conforme Fonseca (1995, P.148):

[...] a aprendizagem é um produto da experiência que se concretiza numa mudança adquirida de comportamentos, onde estão em jogo condições internas e condições externas, inerentes ao indivíduo e ao seu envolvimento, não podem esquecer que o comportamento é movido por interações entre dois determinantes fundamentais: o psicosociológico e o neurobiológico.

Aprendizagem é uma manifestação que acontece no dia a dia, desde

o princípio de nossas vidas. É um processo pessoal porque depende do

envolvimento, esforço e capacidade de cada indivíduo, é gradual porque se aprende

um pouco de cada vez e de acordo com o seu próprio ritmo. A aprendizagem é um

método contínuo que ocorre ao longo da vida, pois estamos sempre aprendendo,

sempre adquirindo novos conhecimentos, preservando a continuidade da espécie

humana, transmitindo a cultura entre as civilizações, inserindo na sociedade e

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criando o homem que deseja. Assim, o sujeito que não aprende está condenado ao

fracasso.

Pode-se, então, definir aprendizagem como uma alteração

relativamente duradoura do comportamento, que ocorre gradualmente, através de

treino, observação e experiência, com o envolvimento de cada pessoa ao longo de

nossas vidas. Exemplificando, poderíamos dizer que uma criança, ingressando no

ensino fundamental e ao longo de um ano começa a ler, mostra uma modificação,

saiu do estágio de não saber para a de saber, portanto, aprendeu, ocorreu

aprendizagem. Esta poderia ser uma boa definição comportamentalista -

skinneriana, onde se modifica o comportamento para obter uma resposta de acordo

com o estímulo oferecido. Dentro de uma perspectiva tradicional e empírica, onde o

professor retém em seu poder o conhecimento, passando para os alunos, ou seja, o

educando é um caderno com folhas em branco, onde cabe à escola o seu

preenchimento. Alguns autores definem a aprendizagem como um processo

cumulativo onde cada aquisição se soma ao repertório já adquirido. Outros já

pensam que cada aprendizagem adquirida modifica o quadro anterior, fazendo o

indivíduo a restruturar-se, dá-lhe nova perspectiva, identifica um caráter integrativo

onde altera toda a estrutura, ao invés de somente crescer, sem deter na definição

comportamentalista e buscando mais um enfoque de interação, porque esta é a

linha desta pesquisa, seguem-se outras definições.

O ser humano é um todo afetivo-cognitivo-psicomotor, a modificação

de um desses aspectos nos influencia demais, portanto, diz-se que a aprendizagem

é total, ocorrendo, porém, o prevalecimento de um desses aspectos sobre o outro.

Isto acontece dentro de uma visão modista que não os separa, nem o processo

ensino aprendizagem; nem afeto-cognição, dando a entender uma relação de

interdependência entre eles.

A aprendizagem se dá de fora para dentro e ocorre através da

intervenção. Os elementos interventores são os instrumentos, signos e todos os

elementos do ambiente humano carregado de significado cultural. Os processos de

intervenção sofrem transformações ao longo do desenvolvimento do indivíduo e se

constituem em funções psicológicas mais sofisticadas – ações conscientemente

controladas, atenção voluntária, memorização ativa, pensamento abstrato,

comportamento intencional.

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Vygotsky entende que desenvolvimento e aprendizagem não

acontecem de forma isolada, um depende do outro, tendo uma distinção entre

aprendizagem e desenvolvimento interno, pois quando desenvolvimento atinge o

nível real, o aprendizado atinge o potencial, estando este sempre à frente daquele,

indicando dois níveis de desenvolvimento: o desenvolvimento real, correspondendo

a tudo que a criança realiza e pode fazer sozinha e o desenvolvimento potencial que

está além do desenvolvimento real, isto é, a criança pode aprender conforme sua

maneira de maturação e diante da interação com mediadores, parceiros mais

experientes. As interações são internalizadas ou reconstruídas tornando a criança

apta a realizar a atividade sozinha.

De acordo com Vygotsky:

Aprendizado não é desenvolvimento; entretanto, o aprendizado adequadamente organizado resulta em desenvolvimento que, de outra forma, seriam impossíveis de acontecer. Assim, o aprendizado é um aspecto necessário e universal do processo de desenvolvimento das funções psicológicas culturalmente organizadas e especificamente humanas. (VYGOTSKY,1989 apud LOMÔNACO, 1997, p.22)

Assim, Vygotsky dá ênfase importante ao contexto histórico e

cultural na aprendizagem, diferenciando-se, nesse ponto, de Piaget.

Piaget não se deteve em fazer entender que na aprendizagem, os

seus estudos estão baseados em saber como o sujeito aprende - como o sujeito

constrói seu conhecimento. Tenta assim, fazer entender que o conhecimento é como

um processo de interação entre o que acontece fora do indivíduo com o que lhe

acontece internamente. As conclusões das investigações de Piaget são

encontradas principalmente em dois livros: A linguagem e o pensamento da criança

e A formação do símbolo na criança. Imitação, Jogo e sonho, imagem e a

representação.

Abaixo segue uma síntese de suas investigações. Piaget olha o

aluno como sujeito ativo de seu conhecimento – cada conhecimento se incorpora ao

anterior. Diante da interação com o objeto do conhecimento, através de repetições,

ocorre a assimilação do mesmo, mudando seus esquemas mentais e acomodando

suas estruturas, originando assim um novo esquema.

A evolução cognitiva se dá por meio do equilíbrio e desequilíbrio,

indicando a mudança de estágio. A lembrança passa a ocupar um lugar importante

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no processo de aprendizagem, pois é através dela que a pessoa adquire novas

aprendizagens fazendo antecipações e conservando o conhecimento adquirido.

Piaget faz uma distinção entre três tipos de conhecimento:

Conhecimento Físico: é o objeto na sua realidade externa. Sua forma,

cor, tamanho, textura. A criança necessita agir sobre os objetos para conhecê-los e

descobrir suas características e propriedades. Essa ação envolve confronto e

análise onde a criança percebe as semelhanças e diferenças entre os objetos.

Conhecimento Social: são todas as normas e convenções

estabelecidas entre as pessoas de um grupo ou de toda uma população. Por

exemplo: cadeira é em qualquer lugar do mundo uma cadeira. É também uma

realidade externa que deve ser ensinada de forma contextualizada.

Conhecimento Lógico-Matemático: é um processo que acontece dentro

do ser humano. São conceitos relativos e abstratos. O conhecimento lógico depende

das meditações das crianças em relação às suas ações, portanto, não pode ser

ensinado pelo professor de forma direta.

Assim, o conhecimento físico depende das ações; o social depende

das informações, sendo assimilados em um quadro de relações lógicas. O

construtivismo dá qualidade no agir daquele que aprende como elemento central da

compreensão. Para aprender é importante permitir que a inteligência aja sobre

aquilo que se quer explicar. O aprendizado é um processo gradativo no qual a

criança vai se capacitando a níveis cada vez mais complexos do conhecimento,

seguindo uma sequência lógica de pensamento. Um mesmo objeto pode ser

entendido de diferentes maneiras, de conformidade com o estágio de

desenvolvimento em que a criança se encontra.

Resolução de Problemas é uma passagem para o ensino de

Matemática que vem sendo discutido ao longo dos últimos anos. Certamente, um

problema não é um exercício em que o aluno aplica, de forma quase mecânica, uma

fórmula ou um processo operatório. Só há problema se o aluno for levado a

interpretar o enunciado da questão que lhe é proposta e passa estruturar a situação

que lhe é apresentada. “Aprender como resolver problemas matemáticos deve ser o

maior objetivo da instrução matemática”. Evidentemente outros objetivos da

Matemática devem ser procurados, mesmo sendo para atingir o objetivo da

competência em resolução de problemas. Desenvolver conceitos matemáticos,

princípios e algoritmos através de um conhecimento significativo e habilidoso são

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importantes. “Mas o principal significado de aprender tais conteúdos matemáticos é

ser capaz de usá-los na construção das soluções das situações-problema”.

Segundo DANTE (1989, p. 56), os objetivos da Resolução de

Problemas são:

• fazer o aluno pensar produtivamente;

• desenvolver o raciocínio do aluno;

•dar ao aluno a oportunidade de se envolver com as aplicações de

Matemática;

• tornar as aulas de Matemática mais interessantes e desafiadoras;

• equipar o aluno com estratégias para resolver problemas;

• dar uma boa base matemática às pessoas.

Para Schliemann (1992, p.67), “Analisando a resolução de problemas

de Matemática nas primeiras séries da escola primária”, três pontos de vista do

problema merecem destaque:

Primeiro

a linguagem em que o problema é apresentado;

Segundo

a situação de representação em que os dados são fornecidos;

Terceiro

a lógica do problema, isto é, o anexo de relações estabelecidas e

estabelecer entre os dados.

Ao propor um problema para a criança, o professor deve ter evidência

que ela deve conhecer cada expressão verbal utilizada. Depois ela deve ser capaz

de passar cada dado apresentado verbalmente em dados concretos do seu mundo.

Por fim, ela necessita entender as relações lógicas constantes do problema para

relacionar os dados entre si e realizar as operações necessárias para encontrar a

solução.

Atribuir, exclusivamente, a responsabilidade às aulas de língua

portuguesa a de tornar os alunos competentes leitores e escritores distanciam ainda

mais a matemática do mundo real, pois ela passa a ser vista apenas como números

sem significados. Não podemos deixar de citar que Ler, Escrever e Interpretar são

fundamentos imprescindíveis para qualquer área do conhecimento.

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Nacarato e Lopes (2005, p.119) escrevem que no ensino e na

aprendizagem da matemática, os aspectos linguísticos necessitam ser considerados

inseparáveis dos aspectos conceituais para que a comunicação e, por extensão, a

aprendizagem aconteçam.

Smole e Diniz (2001, p.95), asseguram que, durante uma situação de

resolução de problemas e comunicação, o aluno aprende matemática, desenvolvem

procedimentos, modos de pensar, desenvolvem habilidades básicas necessárias

como verbalizar, ler, interpretar e criar textos em diferentes áreas do conhecimento

que podem estar envolvidas em uma situação. Isso indica que a resolução de

problemas deve ser vista como uma metodologia de ensino, e o importante é que o

professor de Matemática, ao utilizar-se dela, estará contribuindo para o

desenvolvimento de habilidades leitoras. Não poderíamos deixar de apontar nesse

estudo as ideias de Paulo Freire, muito bem sintetizadas em sua obra Pedagogia da

Autonomia, sempre mencionada e sugerida em cursos de formação para

professores e cursos de graduação em Pedagogia.

Paulo Freire foi um educador que muito se dedicou à questão do

analfabetismo. Freire dava crédito que através da educação é que o homem poderia

se libertar e transformar a sua realidade. Algumas idéias básicas de Freire: “ninguém

educa ninguém, mas ao mesmo tempo, ninguém se educa inteiramente sozinho”.

(FREIRE, 1998b) – toda educação deve levar o aluno a conhecer a realidade, o

sujeito deve viver melhor, viver uma vida diferente. As pessoas se educam ladeadas

por determinado objeto de conhecimento que é a própria realidade. Segunda ideia-

chave: “não é possível ensinar sem aprender”. (FREIRE, 1998b). O educador deve

sempre conhecer a realidade do grupo que vai trabalhar.

Freire concretiza que o educador deve se deixar educar. A

aprendizagem só acontecerá com o envolvimento de ambos, educador e educando,

e pela posição que o primeiro adota em relação à realidade que o segundo lhe

apresenta. Para ele não se educa transferindo conhecimento, mas sim viabilizando

possibilidades para a sua produção ou sua construção. O indivíduo não é um

depósito onde se remete informação.

Freire comenta que ensinar exige reflexão crítica sobre a prática, onde se implica um

pensar certo, envolvendo movimento dinâmico e dialético entre o fazer e o pensar

sobre o fazer. “É pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode

melhorar a próxima prática” (FREIRE, 1998b).

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Freire fez severas críticas à escola e ao ensino brasileiro dizendo serem

estes uma vergonha, uma calamidade, já que a maioria das crianças da camada

social mais baixa acabava reprovando, sendo um desastre em seus estudos e

interiorizando esse desastre como se fossem os únicos culpados pela sua

incapacidade de aprender.

Resumindo, nenhuma teoria é suficientemente extensa para dar conta

de toda a complexidade dos processos que envolvem a aprendizagem. Devemos

estar atentos a nossa prática, essa sim pode fazer a diferença. O indivíduo nasce

potencialmente inclinado a aprender, precisando de estímulos externos e internos

(motivação, necessidade) para o aprendizado.

Aprender a falar e a andar são aprendizagens natas, mas a maioria das

aprendizagens acontece no meio social em que o indivíduo convive. O

conhecimento é construído por fatores emocionais e neurológicos, além dos

relacionais e ambientais. O Professor nos dias de hoje, de acordo com essa nova

ênfase dada à educação, passa de possuidor do saber a co-autor do processo de

aprendizagem de seus alunos, onde todo o conhecimento é construído e

reconstruído, continuamente. Ao ser construída a aprendizagem, o indivíduo vai re-

significando, conseguindo encontrar novas formas de comunicação e desenvolvendo

novas habilidades mostrando competência e apresentando atitudes significativas e

coerentes. Neste novo ambiente de aprendizagem há participação, mediação e

interatividade com certa facilitação do caminho a ser percorrido. Para que complicar

se podemos simplificar?

A educação interativa nos proporciona tempos e espaços novos com

abertura para diálogos e problematizações. O professor mediador procura intervir

para promover mudanças e colaborando nas construções de seus alunos. Nessa

relação se estabelece a troca, a co-responsabilidade, a confiança e a auto-avaliação

constante do processo. Como fazer pensar é hoje uma estratégia decisiva na busca

de um cidadão crítico com coragem de transformar, determinado e senhor de suas

palavras.

Relacionando o aprendizado específico da leitura têm-se como princípios o domínio

da linguagem e a capacidade de simbolização, devendo haver condições internas e

externas necessárias ao seu aprendizado.

As habilidades do educando de reconhecer ou identificar palavras são as

atividades que concedem significado ao símbolo escrito indicando como se aprende

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a ler e as atividades que envolvem compreensão levam a alcançar a interpretação,

ou seja, o que estas palavras querem dizer – são atividades que permitem ler para

aprender.

Desse modo, não podemos separar a aprendizagem da não

aprendizagem que é o problema desta pesquisa

3- TRAJETÓRIA METODOLÓGICA.

A trajetória metodológica deu-se pelo uso dos recursos didáticos, com os

alunos que freqüentavam a 7ª série do Colégio Estadual Barbosa Ferraz, no período

de agosto a dezembro de 2011.

A implementação deste projeto deu-se no 3º. Período do Programa de

Desenvolvimento Educacional (PDE), que é uma política pública que estabelece

dialogo entre os professores da Educação Superior e os da Educação Básica,

através de atividades teórico-práticas orientadas, tendo como resultado a produção

de conhecimento e mudanças qualitativas na prática escolar da escolar pública

paranaense (PDE-2010) oferecido pela Secretaria do Estado da Educação (SEED)

do Estado do Paraná, utilizando a Escrita e Leitura no processo de ensino e

aprendizagem da matemática.

Na semana Pedagógica do mês de julho apresentei o projeto e a unidade

didática a todos os diretores, professores e funcionários para tomar ciência de como

o projeto seriam desenvolvidos com os alunos da 7ª série do colégio Estadual

Barbosa Ferraz.

A metodologia utilizada foi a pesquisa qualitativa, na modalidade pesquisa-

ação, de cunho social, concebida e realizada em estrita associação com a ação,

para a resolução de problema coletivo e no qual, o pesquisador e os participantes

representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo e

participativo (THIOLLENT, 2007).

Inicialmente se realizou uma revisão bibliográfica que versou sobre a

história e Educação Matemática. Na observação foram tomados como indicadores

de análise: a atenção, a concentração, a observação e o desempenho em sala de

aula dos alunos.

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O processo de investigação foi distribuído em três etapas:

Primeira etapa- julho e agosto.

Avaliação diagnóstica: neste instante foram realizadas observações

sobre as atitudes e habilidades desenvolvidas na resolução de problemas que

envolvem a leitura/escrita, e também utilizaremos de algumas questões nas quais

essas habilidades não são muito necessárias.

Segunda Etapa – setembro e outubro e novembro

Processo de Intervenção: Nesse momento foram trabalhados diversas

formas de textos com problemas relacionados à leitura/escrita: problemas

numéricos, com falta de dados, com excesso de dados, problemas de lógicas,

elaboração de problemas e outros. A interação com os professores no grupo de

trabalho em rede (GTR), a troca de experiência foi de muita relevância na aplicação

da Produção Didático Pedagógica.

Terceira Etapa - dezembro

Avaliação final do processo: Foi a última etapa do método, na qual

foram examinados os possíveis avanços ocorridos após a intervenção.

Os referidos métodos foram criados de acordo com a necessidade de

apresentar soluções para os problemas que envolvem a aprendizagem. Entre esses

problemas verifica-se: o interesse e a motivação; o alto índice de dispersão dos

alunos que têm dificuldade em permanecer em seus lugares; a dificuldade na

assimilação das peças e sua integração com as demais.

4 - ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS

No primeiro momento, de uma maneira geral, os alunos manifestaram a

impressão de que o „ter que ler‟ e o „ter que escrever‟, em matemática, inicialmente

os assustaram e que foi uma experiência muito positiva tendo inclusive, em alguns

casos, levado a mudança na avaliação da própria relação com a matemática. Alguns

se pronunciaram explicitamente sobre o método e sobre estudar pelo livro,

oferecendo para nós, professores, uma boa oportunidade de ouvi-los.

Foi proporcionado também aos alunos que, para introduzir o gosto pela

leitura do livro didático, primeiro selecionei previamente alguns trechos do livro, os

quais estejam de acordo como os conceitos explorados no momento. Fizemos juntos

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a leitura do texto, ajudando-os a prestarem atenção a determinados aspectos

característicos do texto matemático: títulos, exemplos, palavras especiais, uso de

letras diferentes, ilustrações.

Na leitura de textos paradidáticos e de textos de outros contextos os alunos

demonstraram um interesse muito grande, o que proporcionou bons resultados, já

que se procurou escolher materiais que privilegiassem aspectos mais curiosos e

lúdicos da Matemática, bem como a sua relação com o dia a dia e com outras

disciplinas. A pesquisa e a produção de textos pelos próprios alunos, mostraram a

utilização da Matemática em outras disciplinas, também despertaram muito interesse

e levaram a bons resultados.

A ideia dessa atividade é a partir da leitura de um poema, conversar com

os alunos sobre ele, as sensações que causaram neles quando realizada a leitura

em que pensou qual foi à intenção do autor, os recursos que ele usou para escrever

o texto sempre no intuito de familiarizar os alunos com a poesia a fim de que tenham

prazer em ouvir e ler poemas, motivando-os para um trabalho de ilustração no qual a

matemática possa ser incluída através da criação de imagens e da interpretação do

poema.

Os alunos leram as poesias matemática de Millôr Fernandes, brincadeiras

de triângulos (anexo) de Marília Tresca e os textos os números fora da Escola, uma

Noite de dois cães e contando com um computador, organizaram uma discussão

entre eles para trocarem ideias, esclareceram dúvidas, resolveram os desafios

propostos e tiraram conclusões, oferecendo um modelo de leitura próprio para os

textos de matemática.

Na análise de situações e se há proporcionalidade entre as grandezas,

essas atividades foram usadas por considerá-las como estratégias para o auxílio na

leitura e interpretação de problemas de matemática, pois requerem dos alunos,

algumas ações direcionadas à leitura do problema, ou seja, antes da solução

propriamente dita, os alunos deverão resolver situações problemas inerentes à

organização textual do enunciado. Foi observada certa dificuldade de interpretação

dos textos por parte dos alunos, mas aos poucos foram sanadas, adquirindo

habilidades e concluindo os exercícios propostos.

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5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

Considerando que a aprendizagem ocorre por meio de diferentes

processos: explorando, fracassando, tentando, corrigindo, obtendo dados,

elaborando conjecturas, testando-as, construindo explicações, fazendo analogias e

refletindo. O professor precisa planejar ambientes de aprendizagem, onde o aluno

obtém informações, atua em equipes de forma colaborativa, elabora e testa

hipóteses, realiza experiências, toma decisões, procura informações e resolve

problemas desenvolvendo autonomia e a capacidade de aprender a aprender. Por

isso quanto maior for a compreensão que o aluno constrói do texto, mais ele

aprendera a partir do que lê. Se há uma intenção de que o aluno aprenda através da

leitura, não basta simplesmente pedirmos para que ele leia, nem é suficiente relegar

a leitura às aulas de língua materna; torna-se imprescindível que todas as áreas do

conhecimento tomem para si a tarefa de formar um leitor. Em qualquer área do

conhecimento, a leitura deve possibilitar a compreensão de diferentes linguagens,

de modo que os alunos adquiram certa autonomia no processo de aprender.

No sentido de discutir as possíveis causas dos problemas relacionados ao

ensino-aprendizagem dos alunos, foi observado que o sistema de ensino pode ser

melhorado, tanto em relação aos professores, como participação da família,

comunidade e melhoria da qualidade de ensino em geral.

Para que as habilidades em relação ao ensino da Matemática sejam

alcançadas, faz-se necessário o empenho e o envolvimento de todos, englobando

mudanças de métodos de ensino, formação e trabalho do professor e hábitos de

estudo e interesse dos alunos. Cabe lembrar que, muitas vezes, pensamos ao

darmos um problema matemático escolar para o aluno resolver, que ele fará

exatamente a leitura que queremos que ele faça, ou seja, que ele interprete o

enunciado do problema da mesma forma que o fazemos. No entanto, esquecemos

que ao realizar a leitura do problema, o aluno a faz baseado na sua experiência, na

sua vivência dentro e fora da escola, nos conhecimentos que já elaborou sobre a

língua materna e sobre a matemática.

Pode ser tratada futuramente a questão relacionada às percepções dos

alunos quanto a esse processo de ensino aprendizagem, pois com uma visão de

vários ângulos em relação ao assunto, se torna melhor e de mais qualidade, como

proposta de melhoria na qualidade de ensino mais realista e palpável.

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6- REFERENCIAS.

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