SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO · SUGESTÃO DE ATIVIDADE ... Unidade VI: Teoriza a metodologia...
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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO–OESTE – UNICENTRO
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE
LECI MARGARETH FINGER NETTO
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO, PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR
E PLANO DE TRABALHO DOCENTE: UMA PROPOSTA DE AÇÃO
PEDAGÓGICA
GUARAPUAVA
2011
LECI MARGARETH FINGER NETTO
CADERNO PEDAGÓGICO
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO, PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR
E PLANO DE TRABALHO DOCENTE: UMA PROPOSTA DE AÇÃO
PEDAGÓGICA
Este trabalho foi realizado para atender às exigências do PDE Programa de
Desenvolvimento Educacional da SEED/PR, como uma produção individual dos estudos teóricos realizados, sob a
orientação da professora Ms. Clarice Schneider Linhares
GUARAPUAVA
2011
IDENTIFICAÇÃO
ÁREA: PEDAGOGIA
PROFESSORA PDE: LECI MARGARETH FINGER NETTO
NRE: PATO BRANCO
PROFESSORA ORIENTADORA: Ms.CLARICE SCHENEIDER LINHARES
IES: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE - UNICENTRO
ESCOLA DE IMPLEMENTAÇÃO: COLÉGIO ESTADUAL PROFESSORA VILMA
DOS SANTOS DISSENHA
MUNICÍPIO: MANGUEIRINHA
TEMA DE ESTUDO DA INTERVENÇÃO: O PAPEL DO PEDAGOGO NA
ORGANIZAÇÃO E MEDIAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO DA ESCOLA
PÚBLICA
APRESENTAÇÃO.............................................................................................. 4
UNIDADE I......................................................................................................... 5
OBJETIVOS DO TRABALHO............................................................................ 5
UNIDADE II........................................................................................................ 5
OBJETIVO......................................................................................................... 5
QUEM É O PROFESSOR PEDAGOGO QUE ATUA EM NOSSA
ESCOLA?..........................................................................................................
5
SUGESTÃO DE ATIVIDADE............................................................................. 9
UNIDADE III....................................................................................................... 10
OBJETIVO.......................................................................................................... 10
AFINAL, O QUE É PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO?............................. 10
SUGESTÃO DE ATIVIDADE............................................................................. 14
UNIDADE IV....................................................................................................... 15
OBJETIVO......................................................................................................... 15
A QUESTÃO CURRICULAR, COMO ESTÁ EM NOSSA ESCOLA?............... 15
SUGESTÃO DE ATIVIDADE............................................................................. 18
UNIDADE V........................................................................................................ 22
OBJETIVO......................................................................................................... 22
ENFIM, O PLANO DE TRABALHO DOCENTE................................................ 22
SUGESTÃO DE ATIVIDADE............................................................................. 24
UNIDADE VI....................................................................................................... 25
METODOLOGIA DE PESQUISA E ABORDAGEM DO TRABALHO............... 25
METODOLOGIA DA PESQUISA....................................................................... 25
ABORDAGEM DO TRABALHO........................................................................ 26
CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................... 27
REFERÊNCIAS.................................................................................................. 28
4
O material didático aqui proposto é parte integrante das atividades do
Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE da Secretaria de Estado da
Educação do Paraná, e está organizado no formato de caderno pedagógico, o qual é
construído com o acompanhamento da orientadora da Instituição de Ensino Superior
– IES e com a colaboração de Grupos de trabalho em Rede - GTR apresenta,
portanto, a organização de estratégias de ação de forma descritiva e sequencial, que
serão utilizadas na implementação no Projeto de Intervenção Pedagógica sobre o
tema: Projeto Político Pedagógico, Proposta Pedagógica Curricular e Plano de
Trabalho Docente: uma proposta de ação pedagógica e tem como problematização:
Como acontece a articulação entre o projeto político pedagógico e a proposta
pedagógica curricular no plano de trabalho docente?
Destina-se a professores que atuam no ensino fundamental e médio do
Colégio Estadual Professora Vilma dos Santos Dissenha e será desenvolvido no
segundo semestre de 2011.
Para fins de organização didática, o material encontra-se dividido em
unidades. Cada unidade corresponde a um encontro de formação, discussão e
construção de conceitos e estratégias entre os professores e a professora autora.
Unidade I: Coloca os objetivos deste trabalho.
Unidade II: Evidencia a função do professor pedagogo: Quem é o professor
pedagogo que atua em nossas escolas?
Unidade III: Enfoca o projeto político pedagógico: Afinal o que é projeto
político pedagógico?
Unidade IV: Aborda o currículo: Como está a questão curricular em nossas
escolas?
Unidade V: Expõe sobre o plano de trabalho docente: E o professor, como faz
a articulação do projeto político pedagógico, da proposta pedagógica curricular no
plano de trabalho docente?
Unidade VI: Teoriza a metodologia de pesquisa e a abordagem utilizada no
desenvolvimento deste trabalho.
Além das propostas de atividades apresentadas sugere-se textos, filmes e
5
questionamentos de reflexão sobre o tema, possibilitando aos professores e aos
professores pedagogos um momento para repensar e redimensionar a sua prática
pedagógica.
UNIDADE I
Contribuir através da disponibilização deste caderno pedagógico um olhar
reflexivo sobre a articulação do Projeto Político Pedagógico e da Proposta
Pedagógica Curricular no Plano de Trabalho Docente; evidenciar o papel do
professor pedagogo; auxiliar na aplicação prática do projeto de intervenção
pedagógica por meio de grupos de estudos e discussão de textos de autores
diversos que subsidiarão o estudo do GTR-Grupo de Trabalho em Rede.
UNIDADE II
OBJETIVO: EVIDENCIAR O PAPEL DO PROFESSOR PEDAGOGO NO
COTIDIANO ESCOLAR
Muitas vezes questiona-se como acontece a organização do trabalho
pedagógico no interior de nossas escolas e, para que se possa ter essa
compreensão, precisa-se entender como se dá esse processo.
Pode-se dizer que trabalho pedagógico compreende as pessoas que
organizam o trabalho didático pedagógico e que são partes deste trabalho: o
conselho de classe, o projeto político pedagógico, a proposta pedagógica curricular,
6
o plano de trabalho docente, o planejamento da hora atividade, a avaliação, as
instâncias colegiadas e a gestão escolar, ou seja, conforme Libâneo pode-se dizer
que:
Pedagogo é o profissional que atua em várias instâncias da prática educativa, direta ou indiretamente ligadas à organização e aos processos de transmissão e assimilação ativa de saberes e modos de ação, tendo em vista objetivo de formação humana definidos na sua contextualização histórica. Em outras palavras, pedagogo é um profissional que lida com fatos, estruturas, contextos, situações, referentes à prática educativa em suas várias modalidades e manifestações (LIBÂNEO, 2010, p. 52).
Portanto aqui entra o papel do professor pedagogo, o qual vem sofrendo
várias alterações de denominações desde o seu surgimento em torno de 1970 e
considerando que uma forma de legitimação política é a legislação, com a Lei nº
4.024 de 20 de dezembro de 1961, o Conselho Federal de Educação estabelece os
currículos mínimos para vários cursos.
A Lei nº 5.540 de 28 de novembro de 1968 traz mudanças nos cursos de
formação de professores e oficializa a atuação dos especialistas em educação e,
pelo Parecer 252/1969 define a estrutura curricular dos cursos de pedagogia,
fixando o magistério das disciplinas pedagógicas do 2º grau, e a criação das
habilitações em orientação educacional, supervisão escolar, administração escolar e
inspeção escolar. Entretanto, o curso de pedagogia teve regulamentação pelos
Pareceres do Conselho Federal de Educação 251/1962 e 252/1969.
A partir da criação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(LDB), Lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996 retorna-se a discussão sobre o
papel do professor pedagogo, ficando a cargo das Instituições de Ensino Superior
(IES) a definição do plano curricular específico para os cursos de pedagogia.
Formam-se aqui, professores para exercício na docência de Educação
Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, nos cursos de Ensino Médio na
modalidade Normal e em outras áreas as quais sejam previstos conhecimentos
pedagógicos.
Percebe-se que nos cursos de Pedagogia há preocupação com os
conteúdos das ciências da educação (sociologia, filosofia, psicologia, etc.) e a real
função da Pedagogia, ou seja, do que é Pedagogia, fica esquecida.
O pedagogo já foi associado à função de inspetor, coordenador e,
atualmente, de professor pedagogo, sendo que em algum momento é parte da
equipe técnica, outro é da equipe administrativa e, recentemente, da equipe técnico-
7
pedagógica ou equipe de apoio.
O Plano de Carreira dos Professores do
Estado do Paraná, regulamentado pela Lei
Complementar 103 de 15 de março de 2004,
transforma o especialista em professor pedagogo,
buscando romper a fragmentação das habilitações.
Assim, o professor pedagogo incorpora em sua
função o trabalho do orientador, do supervisor e do
administrador e procurando atender a organização
burocrática do sistema.
Além disso, acaba esquecendo-se de refletir
sobre a sua prática no cotidiano de suas ações.
Além da nomenclatura, há também outro entrave no
exercício de sua função que está relacionada às
condições de trabalho, no qual a maioria das
escolas não possui espaço físico adequado e acaba
comprometendo, de certa forma, o desenvolvimento
do trabalho do professor pedagogo.
Para entender a função deste profissional
pode-se observar o edital de concurso para
professor pedagogo, Edital nº 10/2007 – GS/SEED
onde constam as descrições das atividades do
cargo, dentre estes:
- coordenar a elaboração coletiva e
acompanhar a efetivação do Projeto Político-
Pedagógico e do Plano de Ação da Escola;
- coordenar a construção coletiva e a efetivação da Proposta Pedagógica
Curricular da Escola, a partir das Políticas Educacionais da SEED/PR e das
Diretrizes Curriculares Nacionais e Estaduais;
- promover e coordenar reuniões pedagógicas e grupos de estudo para
reflexão e aprofundamento de temas relativos ao trabalho pedagógico e para a
elaboração de propostas de intervenção na realidade da escola;
- participar e intervir, junto à direção, da organização do trabalho pedagógico
escolar no sentido de realizar a função social e a especificidade da educação
A Pedagogia é a ciência ou disciplina cujo objetivo é a
reflexão, ordenação, a sistematização e a crítica do processo
educativo. pt.wikipedia.org/wiki/Pedagogia
Temas abordados pela
pedagogia:
- Aprendizado de
conhecimentos
- Métodos e sistemas
pedagógicos
- Dificuldades de
aprendizado
- Didáticas e práticas
pedagógicas
- Conteúdos
educacionais
- O aluno no processo
educativo
- O papel do professor
no processo educacional
http://www.suapesquisa.com/o_que_e/pedagogia.htm
8
escolar;
- sistematizar, junto à comunidade escolar, atividades que levem à efetivação
do processo ensino e aprendizagem, de modo a garantir o atendimento às
necessidades do educando;
- participar da elaboração do projeto de formação continuada de todos os
profissionais da escola e promover ações para a sua efetivação, tendo como
finalidade a realização e o aprimoramento do trabalho pedagógico.
Pode-se questionar ao ler e observar as atribuições do professor pedagogo
definidos no Edital e acima citadas e também nos Regimentos das escolas
paranaenses: será que o professor pedagogo é capaz de desenvolver toda essa
função durante o período letivo? Quando a comunidade escolar tem acesso a esses
documentos, seja por via escolar ou via internet, vê a figura do professor pedagogo
como o faz tudo e/ou o que não faz nada? Esse profissional faz realmente a
diferença na organização do trabalho pedagógico na escola?
Portanto, diante de todo o contexto histórico, tecnológico e capitalista
vivenciados na atualidade não tem como a escola não mudar, mas para isso temos
uma longa caminhada a ser feita, pois falta formação (conhecimento teórico) sendo
emergencial um repensar nos cursos de formação e um maior investimento em
capacitação em serviço. Entretanto, sendo o professor pedagogo o responsável pela
organização do trabalho pedagógico, há necessidade de ressignificar o seu papel na
escola.
9
SUGESTÃO DE ATIVIDADE:
1- Pesquise e observe no portal dia-a-dia educação e no regimento
escolar de sua escola a função do professor pedagogo e em seguida
responda:
A) De acordo com a sua experiência profissional, cite ações consideradas
primordiais na atuação do professor pedagogo:
______________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
B) Qual a importância do professor pedagogo ser atuante no contexto
escolar?
______________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
_________________________________________________________________
10
Para saber mais, leia os textos:
SAVIANI, Dermerval. O sentido da pedagogia e papel do pedagogo. In: ANDE Revista. Assoc. Nac. de Ed. V. 05, nº9. São Paulo: Cortez, p.27 a 37.
ZUKOWSKI, Maria Catarina da Silva. O saber e o fazer do pedagogo como agente transformador. Artigo disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/2236-8.pdf. Acesso em: 18/07/2011.
UNIDADE III
OBJETIVO: COMPREENDER O QUE É PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
A escola precisa organizar o seu
trabalho tendo como princípio os seus
alunos e consequentemente precisa ter
claro o seu projeto político pedagógico, isso
tem preocupado e vem sendo estudado
pelos pesquisadores e professores tanto na
esfera municipal, estadual ou
nacional,constituído assim uma ousadia na
busca da melhoria da qualidade da
educação.
Com a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional, Lei nº. 9.394 de 20 de
dezembro de 1996 tornou-se obrigatório a
LEI DE DIRETRIZES E BASES DA
EDUCAÇÃO NACIONAL (LDB)
Define e regulariza o sistema de
educação brasileiro com base nos
princípios presentes na Constituição. Foi
citada pela primeira vez na Constituição
de 1934.
A primeira LDB foi criada em 1961,
seguida por uma versão em 1971, que
vigorou até a promulgação da mais
recente em 1996.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_de_Dire
trizes_e_Bases_da_Educa%C3%A7%C3
%A3o_Nacional
11
construção do projeto político pedagógico pelas escolas em todas as suas esferas,
sendo que no artigo 12º estabelece que os estabelecimentos de ensino “terão a
incumbência de elaborar e executar sua proposta pedagógica”, no artigo
14ºevidencia a participação dos profissionais da educação e da comunidade escolar
e no artigo 15º concede a escola autonomia pedagógica.
Entretanto, se estamos respaldados legalmente indaga-se porque que o
projeto político pedagógico não se efetiva na escola? Parece claro que é por falta de
conhecimento da comunidade escolar sobre o que é e qual a sua finalidade... onde
está a falha? A escola tem o seu projeto político pedagógico feito, sendo este uma
exigência da Secretaria de Estado da Educação, porém não acontece a sua
implementação e muito menos a sua avaliação.
Veiga (1995 p. 39) nos remete um pensar quando diz:
As demandas da gestão da escola remetem-nos a algumas reflexões sobre a administração escolar, pois esta auxilia-nos a compreender, situar e realizar, com a devida abrangência e visão integradora, o processo e os procedimentos de planejamento da escola, de sua organização e de seu funcionamento para que alcance seus objetivos e cumpra sua tarefa
socioeducativa, como organização da natureza social que é.
Precisa-se levar de forma sucinta e objetiva ao conhecimento da
comunidade escolar como se dá esse processo, pois a sociedade atual exige da
escola uma nova postura e esta parte do princípio da participação coletiva, mas,
como que pais, alunos, funcionários, professores, conselhos e APMF vão
compreender esse documento se não participam de sua elaboração? Sendo claro
para nós que os seguimentos conhecem o documento, podem até avaliá-lo, mas não
o compreendem.
Mesmo com a legislação vigente, a comunidade escolar precisa refletir sobre
as suas condições, desafios e objetivos para assim poder propor mudanças,
alternativas que visem a sua autonomia e com intuito de melhorar a eficácia do
projeto político pedagógico. A partir de 2005 a Secretaria de Estado da Educação
através do CADEP disponibilizou um roteiro de projeto político pedagógico para as
escolas e que hoje se observa nos projetos construídos pelas escolas onde são
compostos por: apresentação, introdução, identificação do estabelecimento, histórico
da instituição, caracterização da comunidade, objetivos da escola e é composto pelo
marco situacional o qual descreve a realidade brasileira, do estado, do município e
da escola.
12
O marco conceitual trás as concepções de sociedade, de tecnologia, de
cidadania, de cultura, de trabalho, de educação, de homem, de ciências, de
avaliação, trás ainda a organização escolar, princípios da gestão democrática,
proposta de formação continuada, currículo da escola pública, matriz curricular,
prática transformadora, pedagogia progressista, diversidade e os desafios
educacionais contemporâneos.
O marco operacional aborda o redimensionamento da organização de
trabalho pedagógico (aspectos pedagógicos, avaliação e acompanhamento, gestão
colegiada), o papel específico da comunidade (direção, pedagogo, corpo docente,
biblioteca, equipe administrativa, associação de pais, mestres e funcionários),
conselho de classe, conselho escolar, calendário escolar, plano de ação da escola,
Fera Com Ciência, pluralidade cultural, Agenda 21, Viva a escola, acompanhamento
a alunos egressos, oferta de estágio, CELEM, práticas avaliativas, recuperação de
estudos e para concluir as referências bibliográficas. A SEED entende que neste
processo de construção a escola poderá definir seu rumo, suas propostas e projetos
específicos.
Portanto, entende-se que no cotidiano escolar ter a participação efetiva dos
segmentos é complexo, mas precisa que os dirigentes da escola estejam convictos
da necessidade de uma gestão democrática, pois são vários os desafios
apresentados à escola e isto significa fazer rupturas dos paradigmas existentes e o
projeto político pedagógico poderá ser uma forma de buscar a superação das
necessidades educacionais apresentada pela comunidade tendo como princípio um
ensino gratuito, público e de qualidade.
Diante do contexto histórico educacional que vivenciado atualmente, faz-se
necessário a compreensão do projeto político pedagógico. Como projeto quer dizer
buscar um caminho, uma direção ele deve ter uma ação intencional, definida
coletivamente. E é político, por estar compromissado com a formação do cidadão
para um determinado tipo de sociedade.
Segundo Veiga (1995 p. 13), é pedagógico por:
Na dimensão pedagógica residir à possibilidade de efetivação da intencionalidade da escola, que é a formação do cidadão participativo, responsável compromissado e crítico. Pedagógico no sentido de definir ações educativas e as características necessárias às escolas de cumprirem seus propósitos e sua intencionalidade.
Entretanto, projeto político pedagógico é uma forma de analisar, refletir e
propor soluções para os problemas visíveis no cotidiano escolar; para que este
13
processo realmente aconteça, precisa-se pensar de forma coletiva, ou seja, pais,
alunos, professores, direção, equipe pedagógica, funcionários, APMF, Grêmio
Estudantil e Conselho Escolar; esses sujeitos devem estar sintonizados com a
realidade escolar (em o que temos e em o que queremos)…
O projeto político pedagógico, por ser um processo democrático de
decisões, precisa preocupar-se com a busca de uma nova organização do trabalho
pedagógico, o que constitui em um desafio para toda a comunidade escolar. Mas,
como fazer acontecer o projeto político pedagógico dentro de nossa escola?
Precisa-se ter clareza do que, para e por que se quer uma nova organização
pedagógica, para então juntos traçar a ação-reflexão-ação, pois ele deve ter como
princípio norteador, a igualdade de condições no acesso e na permanência na
escola, como também a qualidade como dever para evitar a evasão e a repetência
de seus alunos.
Outro fator imprescindível é a questão democrática, a qual oportuniza a
participação de todos os representantes dos segmentos da escola na tomada de
decisões. Sem esta gestão democrática, o projeto político pedagógico torna-se
apenas mais um documento construído apenas pelo pedagogo.
E a valorização do magistério? Esta também deve fazer parte do projeto
político pedagógico em que a formação continuada, as condições de trabalho, entre
outros, precisam ser repensados coletivamente, sendo que na formação continuada
se constitui o momento no qual o professor relaciona teoria e prática. Enfim, aqui se
propõe uma discussão do todo da escola.
Percebe-se, no interior de nossas escolas, que o projeto político pedagógico
ao ser construído é esquecido ou bem guardado pelo professor pedagogo ou pela
direção e mesmo quando ficam disponíveis raramente os professores tomam contato
com este importante documento. Então, se questiona: será que o projeto político
pedagógico está sendo avaliado? Acredita-se que isso não acontece.
Portanto, faz-se necessário implementá-lo, acompanhá-lo e
consequentemente, avaliá-lo. Este é o momento para se perceber o que está dando
certo ou não, propondo uma nova organização do trabalho pedagógico.
14
SUGESTÃO DE ATIVIDADE:
a) 1- Identifique o texto lido colocando o autor e o título; b) 2- Elabore uma síntese do texto; c) 3- Destaque as ideias centrais trabalhadas pelo autor; d) 4- Organize o texto e apresente ao grupo; e) 5- Faça uma análise reflexiva entre o texto e a prática do projeto
político pedagógico quem vem sendo realizado na sua escola e indique possibilidades de superação.
Para saber mais, leia os textos:
MONTEIRO, Maria Auxiliadora. Gestão Educacional: novos olhares, novas
abordagens. 7ª Ed. Petrópolis, RJ, Vozes, 2010. p.40 a 53.
SEVERINO, Antonio Joaquim. O projeto político pedagógico: a saída para a escola. Revista da AEC. Brasília, V. 27, nº 107, p.81 a 91, abr/jun/1998.
VEIGA, Ilma Passos. Projeto político pedagógico da escola: uma construção possível. Campinas: Papirus, 1995.
Após a leitura do texto acima:
15
UNIDADE IV
OBJETIVO: REFLETIR SOBRE CURRÍCULO
Pensa-se em um currículo que possibilite aprendizagens daqueles que estão
em nossa escola, o que currículo significa etimologicamente pista de corrida e está
no campo pedagógico para significar percurso, ordem, sequência. Portanto, currículo
é um conjunto de aprendizagem oportunizada no ambiente escolar, o qual deve ser
feito na escola e que esteja claro o conjunto de ações de acordo com as
necessidades da realidade escolar contidas no projeto político pedagógico.
Para Sacristán (2000, p.26):
O currículo acaba numa prática pedagógica, sendo a condensação ou expressão da função social e cultural da instituição escolar e, é lógico que, por sua vez, impregne todo tipo de prática escolar. O currículo é o cruzamento de práticas diferentes e se convertem em configurador, por sua vez, de tudo o que podemos dominar como prática pedagógica nas aulas e nas escolas.
Entretanto, o currículo pode ainda ser entendido como uma lista de tudo
aquilo que uma escola pretende ensinar. Pode também conter informações mais
precisas sobre como e quando vai fazê-lo e também sobre os processos de
avaliação das aprendizagens. Geralmente resume-se a uma relação de matérias,
cada uma com seus conteúdos, apresentados na sequência em que devem ser
trabalhados com os alunos de cada série. Currículo pode ser uma referência sobre o
modo de ser da escola, especialmente quando apresenta inovações em seus
conteúdos.
A ideologia e cultura estão ligadas ao currículo, tanto na teoria tradicional
como na teoria crítica, pois se considera o currículo uma forma institucionalizada de
transmitir a cultura de uma sociedade.
16
DIRETRIZES
CURRICULARES:São normas obrigatórias para a Educação Básica (que compreende o Ensino Infantil, Fundamental e Médio, a Educação de Jovens e Adultos, a Educação Indígena e de Portadores de Necessidades Especiais) e Superior que orientam as escolas brasileiras dos sistemas de ensino e as Instituições de Ensino Superior, na organização, na articulação, no desenvolvimento e na avaliação de suas propostas pedagógicas, expressas pela Câmara de Educação Básica (CEB) do Conselho Nacional de Educação (CNE).
http://www.portald
osprofessores.ufsca
r.br/glossario.jsp
Pensar no currículo da escola pública leva-nos a uma retomada de posição
sobre os paradigmas, a qualidade de ensino e as políticas educacionais no Brasil.
O estado do Paraná nos últimos anos apresenta uma trajetória arrojada em
relação à organização curricular das escolas paranaenses, sendo que no ano de
1990 criou-se o currículo básico o qual
disponibilizado as escolas no formato de um livro
trás a sua concepção na pedagogia histórico crítica.
Com a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional–LDB 9.394/96 foi lançado os
Parâmetros Curriculares Nacionais–PCN, como
consequência o Conselho Nacional de Educação
direciona as escolas na sua organização
pedagógica através de suas deliberações e
pareceres constituindo assim as Diretrizes
Curriculares Nacionais, tendo como princípio a
estética da sensibilidade, a política da igualdade e a
ética da identidade competências e habilidades.
Tendo em vista o andamento das diretrizes
curriculares nacionais, o estado do Paraná inicia em
2003 a sua reformulação curricular através de
debates, reflexões e construção por parte dos
professores da rede pública estadual em suas
formações continuadas.
No ano de 2008, a Secretaria de Estado de
Educação oficializa as Diretrizes Curriculares para a
Educação Básica para o estado. Interligada com o
projeto político pedagógico a proposta pedagógica
curricular tem como base o trabalho coletivo e a
pedagogia histórico-crítica onde se acredita em uma
diretriz capaz de ser conhecida e utilizada pela
escola de forma eficaz.
17
A pedagogia histórico-crítica teve seu
surgimento, de acordo com a história da
educação, no final da década de 1970,
devido à necessidade posta pelas práticas
dos educadores nas condições atuais. Pode-
se compreender a pedagogia histórico-crítica
como a educação escolar que se manifesta
no presente, sendo entendida essa
manifestação presente como resultado de um
longo processo histórico, ou seja, entender o
presente como esse seja decorrente do
processo histórico. Portanto, a pedagogia
histórico-crítica está enraizada na realidade
escolar preocupando-se com a
especificidade da escola.
Entretanto, a escola não pode perder
a sua função, sendo o saber o seu objeto
específico. Para Saviani (2008, p.98):
A escola tem uma função especificamente educativa, propriamente pedagógica, ligada a questão do conhecimento; é preciso, pois, resgatar a importância da escola e reorganizar o trabalho educativo, levando em conta o saber sistematizado, a partir do qual se define a especificidade da educação escolar.
A Secretaria de Estado de Educação
do Paraná elaborou um roteiro para as
escolas seguirem na elaboração de sua proposta pedagógica curricular, sendo
constituída na apresentação da disciplina, nos conteúdos estruturastes e básicos da
disciplina, na metodologia da disciplina, na avaliação e nas referências.
A estrutura do documento pode se dizer que está bem pensado, só que a
prática lá na escola, na elaboração de sua proposta curricular observou-se que a
preocupação do corpo docente foi em como trabalhar de forma interdisciplinar e
contextualizada dando ênfase nos Desafios Educacionais Contemporâneos:
PEDAGOGIA HISTÓRICO CRÍTICA
Essa pedagogia é tributária da
concepção dialética, especificamente
na versão do materialismo histórico,
tendo fortes afinidades, no que ser
refere às suas bases psicológicas,
com a psicologia histórico-cultural
desenvolvida pela “Escola de
Vigotski”. A educação é entendida
como o ato de produzir, direta e
intencionalmente, em cada indivíduo
singular, a humanidade que é
produzida histórica e coletivamente
pelo conjunto dos homens. Em
outros termos, isso significa que a
educação é entendida como
mediação no seio da prática social
global. A prática social se põe,
portanto, como o ponto de partida e
o ponto de chegada da prática
educativa. Daí decorre um método
pedagógico que parte da prática
social onde professor e aluno se
encontram igualmente inseridos,
ocupando, porém, posições distintas,
condição para que travem uma
relação fecunda na compreensão e
encaminhamento da solução dos
problemas postos pela prática social,
cabendo aos momentos
intermediários do método identificar
as questões suscitadas pela prática
social (problematização), dispor os
instrumentos teóricos e práticos para
a sua compreensão e solução
(instrumentação) e viabilizar sua
incorporação como elementos
integrantes da própria vida dos alunos (catarse).
http://www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando
/glossario/verb_c_pedagogia_historico.htm
18
sexualidade, prevenção ao uso indevido de drogas e violência, educação ambiental
e educação fiscal, na história e cultura afro, na história do Paraná, na história e
cultura dos povos indígenas e na educação do campo, esquecendo-se do restante
da funcionalidade do currículo.
Diante do exposto, a Proposta Curricular deve ser inovadora, ética,
transformadora onde o currículo respeita a diversidade cultural, trata das questões
ambientais, econômicas, sociais, tecnológicas e culturais. Fica, portanto, evidente a
nossa responsabilidade na construção da Proposta Curricular, a qual é um desafio
para os educadores, haja vista a variedade de temas que este deve englobar, tendo
o cuidado para não confabular com a realidade existente.
SUGESTÃO DE ATIVIDADE:
Propõe-se assistir um dos filmes:
O Sorriso de Monalisa
Código de Honra
MrHolland, adorável professor
Pro dia nascer feliz
Mãos talentosas
Um novo homem
19
A partir do filme, faça um esboço do que está implícito e
explicito sobre o currículo no filme assistido.
O Sorriso de Mona Lisa
Gênero: Drama Tempo: 125 min. Lançamento: 2003 (EUA)
Direção: Mike Newell O filme, ambientado na década de 1950, conta a história de uma professora de arte que enfrenta as ideias da feminina e tradicionalista Wellesley College, onde as
melhores e mais brilhantes jovens mulheres dos Estados Unidos recebem uma educação para se transformarem em esposas e mães. O trecho apresenta uma aluna redigindo um texto para ser publicado no jornal da
escola sobre o comportamento "subversivo" da professora. Esta, por sua vez, em resposta ao texto da aluna, planeja uma aula que faz com que todas reflitam a realidade da sociedade em que vivem.
Palavras-chave: aluno reflexivo, papel do professor, transformação da sociedade, papel da escola.
Sinopse dos filmes:
20
Código de Honra Gênero: Drama Tempo: 110 min. Lançamento: 1992 (EUA)
Direção:Robert Mandel Nos anos 50, David Greene (Brendan Fraser) é um garoto judeu de famílias simples que consegue entrar numa escola particular de prestígio. Apesar de não ser
rico, é aceito pelos colegas graças a sua simpatia e ganha popularidade com seu desempenho no time de futebol. Mas quando descobrem que ele é judeu, tudo muda: os novos amigos e a namorada se afastam e um forte antissemitismo se faz
presente. E a história complica-se mais quando um professor encontra o papel de uma cola durante uma prova.
MrHolland, adorável professor
Gênero: Drama Tempo: 140 min. Lançamento: 1995 (EUA) Direção: Stephen Herek
A história de um professor de música que tem a oportunidade de lecionar e interagir com jovens de diferentes costumes por várias décadas. Este filme rende uma homenagem aos professores e educadores comprometidos com o ato de
ensinar. Ele também nos incita a discutir que modelo de escola nós temos e que tipo de aluno pretendemos formar. De forma análoga ao que acontece na atualidade, as transformações sociais se refletem no sistema educacional, problematizando o
processo de ensino e aprendizagem, fruto da cultura hegemônica ocidental. Convida a todos, a repensarem as relações que se estabelecem entre professores e alunos e a interação aluno/aluno no espaço escolar e suas representações em
nossas vidas.
Pro Dia Nascer Feliz Gênero: Documentário Tempo: 88 min. Lançamento: 2007 (Brasil)
Direção: João Jardim Documentário sobre educação, mas não um filme da maneira como estamos
acostumados a ver: o diretor da película opta por esquadrinhar a subjetividade de professores e alunos, passeia com a câmera por corredores, banheiros, conselhos de classe, etc.; de seis escolas brasileiras, mostrando, ao telespectador, a dura
realidade do cotidiano escolar, principalmente, o das escolas estaduais. Uma ótima oportunidade para que façamos uma análise, de uma distância adequada, do nosso dia-a-dia em sala de aula, das necessidades e problemas dos
nossos alunos e das nossas próprias questões como educadores, nos colocando como personagens dessa história, passando de vítimas a cidadãos atuantes e modificadores do sistema.
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Mãos Talentosas
Gênero: Drama Tempo: 90 min. Lançamento: 2009 (EUA)
Direção: Thomas Carter
O filme narra a história real do Dr. Benjamin Carson, um dos mais
respeitados neurocirurgiões do mundo. Cresceu em um lar desfeito e em meio à pobreza e ao preconceito, suas notas eram baixas e seu temperamento inflamado. Sua trajetória descreve o papel vital que sua mãe, uma senhora
analfabeta, mas muito inteligente, que insistiu para que ele seguisse as oportunidades que ela nunca teve, ajudando-o a expandir sua imaginação, inteligência e a crença em si mesmo. Em 1987, o Dr. Carson alcançou renome
mundial por seu desempenho na bem-sucedida separação de dois gêmeos siameses, unidos pela parte posterior da cabeça - uma operação complexa e delicada que exigiu cinco meses de preparativos e vinte e duas horas de cirurgia.
A cena apresenta a mãe de Ben estimulando-o após ele comentar que não é inteligente e não tem imaginação. Durante o culto, na igreja, enquanto o pastor conta a história de um médico missionário, ele vivencia uma experiência
utilizando sua imaginação e descobre que quer ser médico. Mesmo em meio às dificuldades que vivenciam, mais uma vez a mãe estimula e apoia seu filho, enfatizando que ele pode tudo o que quiser, desde que trabalhe para tal.
O trecho possibilita discutir com os pais a importância do incentivo aos filhos, além de discutir com os professores o processo de desenvolvimento da imaginação.
Palavras-chave: escola, pais, relacionamento pais-filhos, incentivo, inteligência, imaginação, estímulo, literatura infantil, literatura, escolha de profissão.
Um Novo Homem
Gênero: Comédia Tempo: 129 min. Lançamento: 1994 (EUA)
Direção: Penny Marshall Danny DeVito é Bill Rago, um publicitário em crise que acaba de perder o
emprego. O novo trabalho que consegue é como instrutor numa base do exército, onde deve ensinar jovens recrutas a interpretar textos, usar o raciocínio e fazer uma análise crítica sobre o que lêem. Depois de muito esforço sem conseguir despertar o
interesse dos alunos, ele decide usar Shakespeare. E finalmente conquista seus alunos, que transformam Hamlet num musical rap.
Fonte: acesso em 24/03/2011 http://cineaprendizagem.blogspot.com/2010/02/normal-0-21-false-false-false.html
http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/modules/debaser/singlefile.php?id=19891 http://www.telefilme.net/sinopse-do-filme-8810_UM-NOVO-HOMEM.html http://www.filmes.seed.pr.gov.br/modules/mylinks/viewcat.php?cid=3&letter=U
http://www.escolabr.com/portal/modules/wfchannel/index.php?pagenum=28
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Para saber mais, leia os textos:
PARANÁ, e outros. O papel do pedagogo na gestão: possibilidades de
mediação doCurrículo. Artigo disponível em:
http://www.nre.seed.pr.gov.br/londrina/arquivos/File/4opapeldopedagogo.pdf. Acesso em: 18/07/2011.
SILVA, Vicente Moreira da. Currículo: uma proposta para discussão nas contradições da pós-modernidade. Artigo disponível em:
http://www.seed.pr.gov.br/portals/producoescge/frm_exibirproducoespublicizadas.php. Acesso em: 18/07/2011.
UNIDADE V
OBJETIVO: ENTENDER A IMPORTÂNCIA DO PLANO DE TRABALHO DOCENTE
O planejamento teve o seu surgimento em torno dos anos 60 sendo utilizado
pelas empresas com intuito de organização e consequentemente passou a fazer
parte das escolas como um regulador das ações educativas sendo supervisionados
ou elaborados por técnicos que determinavam o que o professor deveria trabalhar.
Atualmente o planejamento tem como objetivo de organizar a prática educativa
tendo em vista a transformação da sociedade.
Com a Lei de Diretrizes e Bases para a Educação Nacional 9394/96, nasce
um momento de redemocratização política e em uma condição socioeconômica de
globalização. Diante deste contexto o planejamento assume o dinamismo de
coletividade e de responsabilidade das esferas (federal, estadual e municipal), sendo
a lei clara quando diz no artigo 13º: “Os docentes incumbir-se-ão de: I- participar da
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elaboração da proposta pedagógica do
estabelecimento de ensino; II- elaborar e cumprir
plano de trabalho, segundo a proposta
pedagógica do estabelecimento de ensino”
(BRASIL, 1996).
Desta forma o plano de trabalho docente é
de responsabilidade do professor, cabendo sua
elaboração de acordo com a proposta pedagógica
curricular e com o projeto político pedagógico da
escola, sendo este uma atividade permanente de
reflexão e ação.
Sacristán (2000, p.247) compreende que:
As possibilidades de planejar ou “fechar” as condições do tipo de prática que se realizará ocorrem quando o professor planeja ou elabora sua ação e quando escolhe as tarefas que se executarão depois na prática. Seja qual for o sistema educativo no qual nos situemos, seja qual for o grau de responsabilidade e autonomia que esse sistema permite aos professores, estes sempre têm a função da programação de sua prática como um dos encargos profissionais básicos.
A Secretaria de Estado da Educação do Paraná enviou para as escolas um
plano que, em sua estruturação, contempla os conteúdos, a justificativa, os
encaminhamentos metodológicos e os recursos didáticos, os critérios de avaliação e
as referências. Entretanto, o plano de trabalho docente tem como objetivo organizar
o ensino-aprendizagem em sala de aula,dessa forma ele precisa ser pensado e
planejado de acordo com a realidade em que a escola está inserida.
Conforme Libâneo (1994, p.96) “O trabalho docente é uma atividade
intencional, planejada conscientemente visando atingir objetivos de aprendizagem.
Por isso precisa ser estruturado e ordenado.”
Ao professor cabe a função de coordenar o processo de ensino e
aprendizagem de seus alunos, organizando todas as suas ações e para isso precisa
ter clareza de sua intenção educativa de cada atividade proposta, quanto aos
conteúdos, como elas serão desenvolvidas, distribuição do tempo e avaliação
pretendida, pois, todo o planejamento requer objetividade, funcionalidade e
flexibilidade.
Portanto, no plano de trabalho docente o professor deverá ter em mente os
PLANO DE TRABALHO DOCENTE Documento em que os professores das escolas públicas do estado do Paraná definem e delineiam o trabalho a ser realizado em uma turma específica durante um bimestre, um
trimestre, ou um semestre.
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meios para que possa proporcionar aos seus alunos a aquisição de conhecimentos,
sendo o ato de planejamento de suma importância, pois é aqui, na escola, que as
políticas educacionais se concretizam.
SUGESTÃO DE ATIVIDADE:
http://www.google.com.br/images
1) Disponibilize para leitura no laboratório de informática, na pasta de
compartilhamento público os documentos:
- Projeto político pedagógico,
- Proposta pedagógica curricular e
- Plano de trabalho docente.
2) Solicite que os professores observem e respondam como acontece a
articulação do projeto político pedagógico e da proposta pedagógica curricular
no plano de trabalho docente?
3) Após, faça a seguinte reflexão aos professores:
A) Na sua prática pedagógica o que representa o plano de trabalho
docente?
Repensando
a prática
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B) Diante do contexto educacional vivenciado no momento atual, o que é
ser um professor moderno?
Para saber mais, leia os textos:
SANTOS, Zilda de Fátima Muliki dos. Articulações necessárias à efetivação do
planejamento escolar. Artigo disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/18008.pdf?PHPSESSID=2010080511194466. Acesso em: 18/07/2011.
SILVA,Ivete Catarina dos Santos.O plano de trabalho docente – ação em sala
de aula. Artigo disponível em:http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/25338.pdf?PHPSESSID=2010012615581245. Acesso em 18/07/2011.
UNIDADE VI
METODOLOGIA DA PESQUISA
A implementação do projeto de intervenção pedagógica na escola será
desenvolvido com intuito de usar a pesquisa ação de forma qualitativa e será
implementado no Colégio Estadual Professora Vilma dos Santos Dissenha, tendo
como seu público alvo os professores desta escola e contará com a seguinte
organização:
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1º momento:
- Contato com a direção e equipe pedagógica para apresentação do projeto
de implementação pedagógica.
2º momento:
- Apresentação do projeto de implementação pedagógica a comunidade
escolar e convite de participação aos professores.
3º momento:
- Aula expositiva sobre o papel do pedagogo no cotidiano escolar.
- Pesquisa de campo: Depoimentos do diretor, equipe pedagógica e
professores.
4º momento:
- Grupo de estudos para leitura e análise dos documentos: Projeto Político
Pedagógico, Proposta Pedagógica Curricular e Plano de Trabalho Docente.
- Pesquisa de campo: Questionários (aberto e fechado) aos professores
5º momento:
- Pesquisa de campo através de depoimentos sobre o comprometimento e
envolvimento dos professores no plano de trabalho docente
A implementação do projeto de intervenção pedagógica na escola terá início
na semana pedagógica de julho de 2011.
ABORDAGEM DO TRABALHO
O caderno pedagógico está apresentado por unidades contendo objetivos,
textos específicos, sugestões de atividades e referências. Foi desenvolvido a partir
de leituras de livros, revistas, monografias, teses de mestrados e doutorados,
consultas na web e contará com a participação e colaboração de professores e
professores pedagogos através do GTR – Grupo de Trabalho em Rede.
O trabalho será finalizado com a produção de um artigo, o qual culminará
com a sistematização da pesquisa bibliográfica e com os resultados obtidos dessa
implementação.
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Ao finalizar esse caderno pedagógico pode-se destacar dessa experiência
uma retomada, um olhar ao projeto político pedagógico, a proposta pedagógica
curricular e ao plano de trabalho decente, os quais fazem parte do trabalho do
professor pedagogo e que, pelo cotidiano de múltiplas funções deixa de ser pensado
por esse profissional, tão necessário, na organização do trabalho pedagógico.
Percebe-se a necessidade do professor pedagogo garantir na escola um
espaço destinado a análise e discussão voltado para a organização do trabalho
escolar, garantindo a participação de todos na elaboração, na execução, no
aprimoramento e na avaliação do projeto político pedagógico, da proposta
pedagógica curricular e do plano de trabalho decente,e isso não acontece no
cotidiano de muitas escolas. Os documentos acima citados relatam o andamento
pedagógico de uma escola, sendo que o assunto tem sido objeto de estudo para
professores e pesquisadores de todas as esferas (federal, estadual e municipal).
Este caderno aborda a articulação entre o projeto político pedagógico e a
proposta pedagógica curricular no plano de trabalho decente, sendo esse um tema
que não finaliza aqui, pois as políticas educacionais mudam constantemente e está
vinculada ao contexto escolar. Portanto, os “professores pedagogos” precisam
buscar sempre novos conhecimentos, pois, acredita-se que são pessoas capazes de
transformar o processo educacional tendo em vista, a construção de um mundo mais
humanizado.
28
BRASIL. Lei nº 4.024 de 20 de dezembro de 1961. Brasília, DF: Presidência da República, 1961. Fixa as Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
BRASIL. Lei nº 5.540 de 28 de novembro de 1968. Brasília, DF: Presidência da
República, 1968. Fixa normas de organização e funcionamento do ensino superior e sua articulação com a escola média, e dá outras providências.
BRASIL. Lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996. Brasília, DF: Presidência da
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29
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