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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃOSUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAISPROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL

FACULDADE ESTADUAL DE FILOSOFIA CIÊNCIAS E LETRAS DE PARANAGUÁ

MIRIAM GARCIA SARI KOVASKI

CADERNO TEMÁTICO:A IMPORTÂNCIA DO CURRÍCULO

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CURITIBA 2011

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MIRIAM GARCIA SARI KOVASKI

CADERNO TEMÁTICO:A IMPORTÂNCIA DO CURRÍCULO

Atividade apresentada como requisito parcial do Programa de Formação Pedagógica – PDE, da Secretaria Estadual de Educação sob a supervisão da FAFIPAR.

Orientadora: Professora MS Danielle Marafon

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CURITIBA2011

SUMÁRIO

1. APRESENTAÇÃO............................................................................................ 2

2. NOÇÕES DO CURRÍCULO............................................................................. 3

2.1 HISTÓRICO DO CURRÍCULO.................................................................... 3

2.2 PLANEJAMENTOS DO CURRÍCULO....................................................... 5

2.3 A PRÁTICA DO CURRÍCULO EM SALA DE AULA.............................. 6

2.4 A AVALIAÇÃO DO CURRÍCULO............................................................. 8

3. METODOLOGIA DO CADERNO TEMÁTICO...................................................10

Unidade I: Seminário História do Currículo...............................................10

Unidade II: Debates sobre o Plano Nacional de Educação......................11

Unidade III: Debate sobre as Diretrizes Curriculares e sua Prática no

Colégio Paulo Leminski. ..........................................................................11

Unidade IV: Debates sobre o Currículo na Relação Professor x Aluno ...12

REFERÊNCIAS......................................................................................................13

CRONOGRAMA.....................................................................................................14

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1. APRESENTAÇÃO

Este Caderno Temático faz parte do Programa de Desenvolvimento

Educacional – PDE, promovido pelo Governo do Estado do Paraná para o

atendimento da formação dos professores da rede pública estadual.

Ao se tentar entender o currículo, a primeira noção que surge é a de um rol de

conteúdos organizados seqüencialmente que orientam e facilitam o processo

educativo numa escola.

A palavra currículo faz lembrar curso, caminho a ser percorrido, trajetória a

ser construída. Contudo, há várias definições de currículo apresentadas por diversos

autores, inclusive contraditórias para o termo.

Ao se recorrer à literatura especializada, depara-se com uma variedade de

significados possíveis, embora possam distinguir-se um dos outros. Estes variados

conceitos acerca do termo currículo informam sobre a interpretação que

determinado autor ou escola teórica lhe deu.

Dentro dessas perspectivas, as ênfases são variadas: o conteúdo, a

experiência, as atividades ou a própria organização curricular, embora a realidade

descrita não se modifique.

Antes de se analisar o planejamento do currículo, faz-se mister analisar o

histórico conhecer a realidade dos novos tempos que influenciam sobremaneira a

concepção do currículo.

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2. NOÇÕES DO CURRÍCULO

2.1 HISTÓRICO DO CURRÍCULO

Até o final do século XIX, as concepções de currículo arrolavam

preferencialmente a idéia de disciplina ou grupos de matérias a serem trabalhadas.

Esta idéia perdurou, em muitos casos, até os dias atuais, principalmente entre os

que não se dedicam ao estudo específico do assunto.

Já no início deste século, com a escola ativa de Dewey e seus

colaboradores, surge uma nova visão ou perspectiva de currículo. Esta valoriza as

definições dinâmicas de currículo, embasadas nas conquistas das ciências bio-

psico-sociais que dão suporte a grande número das práticas da escola ativa.

As práticas tradicionais da educação brasileira tomam a direção da

valorização da ciência, conduzindo para a “excelência” do ensino, isto é, os

cumprimentos foram dos currículos estabelecidos a priori, de forma abstrata e

neutra. O importante era a formação do indivíduo erudito. O conhecimento é acrítico.

Somente a partir de 1930, com a introdução das idéias de Dewey e

Kilpatrick, influenciando educadores do porte de Anísio Teixeira, Fernando de

Azevedo e Paschoal Leme, entre outros, são propostas, para discussão, as novas

idéias de ensino e, portanto, começa a ser discutido o conceito de currículo,

surgindo as propostas dos escolanovistas que fazem eco até nossos dias.

Ao se analisar a educação brasileira interessa a sua contextualização e seus

instrumentos de planejamento. Como não há neutralidade na atividade e

planejamento, necessário se torna o estudo das idéias e valores que sustentam a

literatura sobre a produção curricular.

A produção nacional sobre a questão curricular tem sua primeira publicação

no Brasil em 1955. É a “Introdução ao estudo de currículo na escola elementar” de

Moreira (1955), publicado pela editora MEC/INEP. Esta publicação trata

especificamente de análise das correntes de pensamento e condições histórico-

sociais nacionais da formação do currículo na escola primária. Sua abordagem é

uma comparação com o modelo europeu. Como aborda vários modelos, tornou-se

obra de consulta obrigatória para os estudiosos do currículo.

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As primeiras obras produzidas no Brasil sobre o tema são aqui apresentadas

com breve comentário. Primeiramente, Moreira (1955) mostra como a filosofia de

uma época influiu nas propostas curriculares.

Couto (1988) relata que o currículo reflete a cultura de um povo, seu modo

de pensar, sentir e agir. Como o mundo é dinâmico, as escolas devem tentar

acompanhá-lo. Aborda princípios para a elaboração de currículo e sugere critérios

para seleção de conteúdo curricular.

Traldi (1977) trabalha a mudança nos enfoques de currículo; relaciona

currículo e escola; mostra o currículo como operacionalização da idéia de escola e

do que ela quer executar. Aceita a divisão técnica do trabalho na escola... e tenta

apresentar meios ou caminhos que auxiliem o professor e os responsáveis pela

educação e currículo.

Chagas (1978) adepto do pensamento escolanovista, aponta para o fato de

diminuir cada vez mais as fronteiras entre o aprender e o viver. Ao historiar o

processo das reformas na educação brasileira mostrando a dupla função desta

educação: conservadora e renovadora. Propicia uma retrospectiva da história da

educação nacional com seus currículos: formais, reais e ocultos.

Sperb (1964) reflete os problemas filosóficos, sociais e biopsicológicos da

educação e adota os passos propostos por Tyler e Taba na elaboração de

currículos, propõe várias formas de organização curricular, bem ao modelo

americano. Assim, temos currículo por projetos, centros de interesse, e outros.

Discute as relações entre cultura, educação e sociedade, o papel do professor, as

características do aluno e a educação de excepcionais. É um trabalho exaustivo

sobre a questão. Esse teórico fundamenta sua obra afirmando que, só há uma

maneira de melhorar a situação da educação: a quebra da mediocridade da Escola e

isto só se consegue pela melhoria do agente de ensino, o Professor, investindo na

sua formação. Ele tenta fazer um esforço exagerado para trazer as teorias de

currículo para a prática, dando destaque para tecnologia. Ainda, segundo o mesmo

autor, o planejamento do currículo é obra resultante de muitas pessoas e, a sua

aplicação é obra do Professor.

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2.2 PLANEJAMENTOS DO CURRÍCULO

Acúrcio e Andrade (2003, p. 13) fizeram um apanhado junto aos autores

mais renomados acerca da educação e currículo, mostrando suas concepções. Num

primeiro momento Coll (1996) admite que as decisões sobre o que incluir no Projeto

Curricular estão contempladas nos quatro componentes do currículo: a) o que

ensinar, que abrange as intenções educativas nos conteúdos; b) quando ensinar: a

organização, a integração e a sequenciação dos conteúdos; c) como ensinar: a

metodologia de ensino e a intervenção pedagógica, respeitando-se as diferenças

individuais e a pluralidade cultural; d) o quê, como e quando avaliar: com a definição

prévia de para que avaliar, considerando as duas funções da avaliação: de permitir o

ajuste da intervenção pedagógica às características individuais dos alunos e de

determinar o grau de consecução das intenções educativas do projeto pedagógico.

Morin (2001) considera que a escola vise à transmissão de conhecimentos,

ignorando o processo de conhecimento do ser humano. Para enfrentar com

eficiência os novos desafios sociais e político-econômicos globais, será necessária a

competência de pensar e tomar decisões.

Santomé (1998) defende a teoria do currículo integrado, porque conhecer

partes do mundo não é conhecer o mundo.

Perrenoud (2002) refere que a escola deve desenvolver a competência de

mobilizar um conjunto de saberes para solucionar com eficácia uma série de

situações, enfatizando a necessidade da polivalência dos professores.

Hernandez (2000) enfatiza a importância e os princípios da organização do

currículo por projetos didáticos e o tratamento que deve ser dado aos conteúdos

nessa nova e revolucionária estratégia de ensino e aprendizagem.

Zabala (2002) preconiza as sequências didáticas como procedimento

metodológico de organização dos conteúdos, com planejamento sistemático de um

conjunto ordenado de atividades estruturadas e articuladas.

Nóvoa (2000) preocupado com o despreparo e a crescente desatualização

dos professores tem pesquisado novas estratégias para o desenvolvimento do

profissional em serviço.

Sacristán (2000) acredita que o currículo não pode ser estendido à margem

do contexto no qual se configura e tampouco independentemente das condições em

que se desenvolve. Para esse teórico, o currículo é um objeto social e histórico e

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sua peculiaridade dentro de um sistema educativo e a política do currículo é um

condicionamento da realidade prática da educação que deve ser incorporada ao

discurso sobre o mesmo. O que mais chama a atenção é que a política é um

princípio condicionante direto do currículo, enquanto o regula, e indiretamente

através de sua ação em outros agentes moldadores.

Em todas essas ideias há sempre um conteúdo inovador na educação. É

preciso refletir sobre isso e fazer chegar à prática das salas de aulas esses

pensamentos. No que concerne ao trabalho dos professores, Acúrcio e Andrade

relatam que é preciso viabilizar uma constante capacitação dos professores em

serviço e demonstrar aos pais e à sociedade que a principal função da escola é

formar o cidadão, garantindo o seu crescimento pessoal e social, individual e

coletivo.

Para o planejamento do currículo, há cinco orientações, não esquecendo

que esta versão simplificada nunca é tão detalhada ou tão rica como na área

particular em que decisões específicas necessitam ser feitas. Embora limitado, o

esquema formulado capacita aos interessados em currículo a fazer distinções que

são mais úteis do que as geradas por categorias filosóficas tais como pragmatismo,

realismo e idealismo e é mais refinada do que qualquer abordagem de currículo

enfocando estudos centrados no aluno, no conteúdo ou na sociedade.

Cada abordagem ou orientação é manifestada em outros campos

associados à educação; por exemplo, a orientação para desenvolvimento de

processos cognitivos tem suas raízes em faculdades psicológicas; a orientação

tecnológica desenvolveu-se de estudos de tempo e movimento; racionalismo

acadêmico é relacionado ao humanismo racional.

2.3 A PRÁTICA DO CURRÍCULO EM SALA DE AULA

Sob este aspecto, Domingues (1983, p. 12), depois de visitar centenas de

salas de aula, afirma que há:

a) um currículo formal: o que foi prescrito como desejável por alguma

organização normativa;

b) um currículo operacional: o que ocorre, de fato, na sala de aula. Em

outras palavras, o que o observador vê quando está presente na sala

de aula;

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c) um currículo percebido: o que o professor diz que está fazendo e o

porquê dessa ação;

d) um currículo experienciado: o que os alunos percebem e como reagem

ao que está sendo oferecido.

O currículo formal, na perspectiva da ciência natural, distancia-se do

currículo real, defasando a teoria e a prática, os meios e os fins da ação educativa.

O currículo manifesto não trabalha com propostas abstratas de currículo,

nem com programas padronizados que cumprem uma função reprodutiva.

Admitindo-se a complexidade da sala de aula, ou seja, admitindo-se que o currículo

e o ensino não comportam fórmulas prontas, trabalha-se com a situação de

realidade para se atingir um trabalho integrado.

O currículo formal, ao trabalhar com fórmulas prontas, princípios abstratos,

cria uma situação pouco prática e com uma técnica de difícil compreensão. A

passagem entre a teoria e a prática, concebe a idéia como produto da ação e da

teoria humanas.

Nem a ideia, nem o conceito, nem a categoria devem ser fixos. Parece-me importante insistir nesse ponto. Uma coisa é a ideia, que dirige a nossa ação; outra coisa é o resultado de nossa ação. Em nem sempre a ideia coincide com o resultado. No fundo o resultado não é senão uma expressão da ideia junto à ação humana: o resultado mostra concretamente que o resultado não é necessariamente o resultado da ideia, ou seja, o resultado da ideia absoluta. Este é sempre diferente da ideia. Há um elemento de diferença fundamental entre a ideia e o resultado da ideia através da ação, segundo Freire (1987, P. 54).

Desta forma, o professor é o responsável por iniciar e dirigir o processo.

Para Freire (1987) o professor é inevitavelmente responsável por iniciar o processo

e dirigir o estudo. A escolha dos objetivos torna impossível a neutralidade. Ao dirigir

um curso e pelas relações sociais do discurso em classe, todo professor exprime

sua opção política. O currículo percebido pelo professor e pelos alunos é transferido

aos alunos de forma rotineira, ao nível de senso comum. O conhecimento produzido

chega até o professor na forma de livros didáticos, programas, guias, um currículo

passivo que não exige nenhuma criatividade. O professor deve assumir uma

posição crítica, aliando teoria x prática e desta forma transcender criativamente, pela

ação e reflexão e a rotina.

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Uma das dificuldades de se por em prática um currículo consiste na

formação de professores para a realização desse esforço, que exige um trânsito

permanente entre a ação e a reflexão.

O conhecimento que o professor possui da realidade e a sua posição em

relação ao saber vão influenciar sua atitude para com o currículo e sua prática - a

favor ou contra a reprodução. A forma de trabalhar o currículo revela o projeto

político-pedagógico com que o professor está comprometido.

O ensino-pesquisa é um recurso muito útil para auxiliar o professor na

construção do currículo em sala de aula. Ele investiga seus próprios alunos, coleta

elementos para a produção de um conhecimento elaborado na análise e reflexão da

prática concreta da sala de aula.

O professor precisa também, saber trabalhar com o conflito, a compreender

a situação-limite e atuar com base nela. O comportamento democrático pode

conduzir ao aperfeiçoamento social.

As relações entre professor e alunos, como já se sabe, são relações

assimétricas. O professor domina o que do aluno é desconhecido e tal domínio lhe

dá uma posição privilegiada na relação, uma relação de poder. Assim, o professor

privilegia as atitudes morais em relação ao trabalho escolar, ficando em plano

secundário as qualidades afetivas e relacionais.

2.4 A AVALIAÇÃO DO CURRÍCULO

A avaliação do currículo prevê uma continuidade no funcionamento do

processo experimental. Pressupõe certa duração do funcionamento de toda a

estrutura curricular.

A avaliação consiste num processo cuja finalidade é verificar até que ponto

as experiências de aprendizagem, tais como foram desenvolvidas e organizadas,

estão realmente produzindo os resultados desejados, e o processo de avaliação

compreenderá a identificação dos pontos fracos e fortes dos currículos. Através

desta avaliação, é possível notar quando o currículo é eficiente e o que precisa ser

melhorado (COLL, 2002).

A avaliação deve apreciar o comportamento dos estudantes, visto ser a

mudança desse comportamento o que se busca em educação. Qualquer meio de

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obter dados sobre as espécies de comportamento representadas pelos objetivos

educacionais da escola é um procedimento adequado de avaliação.

Outra fonte de avaliação é a amostragem. Ela fornece uma idéia das

reações típicas de um estudante graças à evidência fornecida por uma amostra de

suas reações. Assim, é possível inferir o desempenho característico de uma pessoa

apreciando a sua reação a uma amostra de situações em que se acha envolvida

essa reação (COLL, 2002).

Dessa maneira, a avaliação constitui parte da execução curricular, ou o

melhor contexto, para julgar o aluno em seus progressos e dificuldades e a própria

situação de aprendizagem.

Coll (2002) apresenta no quadro 1 três modalidades de avaliação:

QUADRO 1: A AVALIAÇÃO CURRICULAR

AVALIAÇÃO INICIAL AVALIAÇÃO FORMATIVA AVALIAÇÃO SOMATÓRIACOMO AVALIAR?

Os esquemas de conhecimento

relevantes para o novo material

ou situação de aprendizagem.

Os processos, dificuldades,

bloqueios, etc., que marcam o

processo de aprendizagem.

Os tipos e graus de

aprendizagem que estipulam os

objetivos (finais, de nível ou

didáticos) a propósito dos

conteúdos selecionados. QUANDO AVALIAR?

No início de uma nova fase de

aprendizagem.

Durante o processo de

aprendizagem.

No final de uma etapa de

aprendizagem.O QUE AVALIAR?

Consulta e interpretação do

histórico escolar do aluno.

Registro e interpretação das

respostas e comportamentos

dos alunos ante perguntas e

situações relativas ao novo

material de aprendizagem.

Observação sistêmica e

pautada do processo de

aprendizagem.

Registro de observações em

planilhas de acompanhamento.

Interpretação das observações.

Observação, registro e

interpretação das respostas e

comportamentos dos alunos a

perguntas e situações que

exigem a utilização dos

conteúdos aprendidos.

FONTE: COLL, 2002.

3. METODOLOGIA DO CADERNO TEMÁTICO

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Este Caderno Temático apresenta algumas atividades direcionadas aos

professores durante a hora atividade ou encontros aos sábados, tais como:

seminários, palestras, debates, entre outros. Na organização deste Caderno

Temático buscou-se estabelecer um diálogo entre o que disseram os professores

na pesquisa efetuada fazendo um contraponto o referencial teórico apresentado.

Para tanto, definiu-se a partir dos elementos fundamentais a este diálogo, o quadro

de unidades com algumas propostas para os professores.

Unidade I : Seminário História do Currículo

Objetivo: discutir a história do Currículo, a evolução das tendências e as

perspectivas emergentes, os conceitos e relações entre currículo, culturas e saberes

escolares, revisão de concepções e práticas hegemônicas.

Número de professores participantes: Será ofertado a todos os professores

interessados.

Material de apoio: Bibliografia a respeito da História do Currículo. Mídia do

Youtube Encontro com Milton Santos ou O Mundo Global Visto do Lado de Cá,

2006. Sinopse: tem como personagem central o geógrafo Milton Santos e seus

estudos sobre a globalização, mas do ponto de vista de quem se encontra na

periferia do sistema.

Organização do Seminário:

a) primeira sessão: distribuição das tarefas. Nesta sessão, cada professor

se compromete a fazer um levantamento bibliográfico a respeito da

produção curricular no Brasil, desde o final do século XIX;

b) segunda sessão: planejamento das atividades. Cada professor vai fazer

uma pesquisa um levantamento histórico da produção curricular no

Brasil;

c) terceira sessão: reuniões para discussão do que já foi pesquisado. Nesta

reunião os professores vão apresentar uma resenha dos estudos

efetuados a respeito do currículo;

d) quarta sessão: resumo e avaliação dos trabalhos realizados. Nesta fase,

os professores apresentarão os conceitos relevantes a respeito do

currículo no seu contexto histórico que marcaram o processo de

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aprendizagem, especialmente no que diz respeito aos objetivos políticos

que norteiam a prática curricular;

e) discutir os principais aspectos relatados pela Mídia do Youtube do

Encontro com Milton Santos.

Unidade II : Debates sobre o Plano Nacional de Educação

Objetivo: mostrar se os objetivos do Plano Nacional de Educação estão

sendo atingidos.

Atividades: encontros num período um mês.

Material: resenhas e resumos sobre o Plano Nacional de Educação

Questões norteadoras do debate:

1. Você acha que o Projeto do PNE 2011-2020 foi um importante avanço

em relação às suas edições anteriores?

2. Discutir os principais aspectos do PNE 2011-2020 em relação aos

movimentos negros, das pessoas com deficiência física e necessidades

especiais, dos indígenas, das comunidades tradicionais, do campo dos

estudantes, dos educadores e demais trabalhadores em educação.

3. Discutir a questão da promoção da igualdade racial e do movimento

social negro.

4. Debater os principais aspectos dos preconceitos no Brasil.

5. Apresentar um relatório da palestra.

Unidade III: Debate sobre as Diretrizes Curriculares e sua Prática no

Colégio Paulo Leminski.

Objetivo: mostrar os principais aspectos da prática das Diretrizes

Curriculares no Colégio Paulo Leminski.

Questões sugeridas:

1) Apresente sugestões que possam ser viabilizadas a respeito das

diretrizes curriculares do Estado do Paraná e sua aplicação no Colégio

Paulo Leminski.

2) O que você acha da seguinte tese: “É necessário que aprendamos a

elaborar currículos que capacitem as crianças a criticar não só os

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arranjos sociais e as desigualdades existentes, mas também o caráter

machista e racista de nossa sociedade de classes” (MOREIRA, 1990, p.

217).

Unidade IV: Debates sobre o Currículo na Relação Professor x Aluno

Objetivo : Analisar a importância da relação professor x aluno na

concretização do currículo.

Questões sugeridas:

1. A importância do currículo na formação crítica dos alunos.

2. A avaliação curricular pelos professores.

3. Discutir a questão: “O currículo é a expressão da função socializadora da

escola”.

4. O currículo como instrumento de melhora da qualidade do ensino.

5. As relações entre professor e aluno frente a concretização do currículo.

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REFERÊNCIAS

ACÚRCIO, Marina Rodrigues Borges e ANDRADE, Rosamaria, Calaes de. O currículo ressignificado. Porto Alegre/Belo Horizonte: Artmed/Rede Pitágoras, 2003.

CHAGAS, Valnir. Educação Brasileira: o ensino de 1º e 2º graus. São Paulo: Edição Saraiva, 1978.

COLL, César. Psicologia e currículo: uma aproximação psicopedagógica à elaboração do currículo escolar. São Paulo: Editora Ática, 2002.

COUTO, José Geraldo. Brasil anos 60. São Paulo: Ática, 1966.

DOMINGUES, José Luiz. Supervisão e curriculum. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.

FREIRE, Paulo. Educação e Mudança. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1987.

HERNANDEZ, Fernando. A organização do currículo por projetos de trabalho. Porto Alegre: Artes Médicas. 5ª ed., 2000.

MOREIRA, Roberto. Introdução ao Estudo de Currículo na Escola Elementar. Rio de Janeiro: MEC/INEP. 1955.

______ Currículos e programas no Brasil. Campinas, SP: Papirus, 1990.

MORIN, E. A cabeça bem feita. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2001.

PERRENOUD, P. As competências para ensinar no século XXI. Porto Alegre: Artmed, 2002.

SACRISTÁN, J.Gimeno. O currículo: uma reflexão sobre a prática. Porto Alegre: Artmed, 2000.

SANTOMÉ, J.T. Globalização e interdisciplinaridade: o currículo integrado. Porto Alegre: Artmed, 1995.

SPERB, Dalila C. Administração e supervisão escolar. Porto Alegre: Globo, 1966.

ZABALA, A. Enfoque globalizador e pensamento complexo: uma proposta para o currículo escolar. Porto Alegre: Artmed, 2002.

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Cronograma de Ações

ETAPAS 07/11 08/11 09/11 10/11 11/11ApresentaçãoProjeto deImplementação

x

Unidade I : Seminário História do Currículo

x x

Unidade 2: Debates sobre

o Plano Nacional de Educação

x x

Unidade III:

Debate sobre

as Diretrizes

Curriculares e

sua Prática no

Colégio Paulo

Leminski.

x x

Unidade IV:

Debates sobre

o Currículo na

Relação

Professor x

Aluno

x

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