Segmento de Animais Silvestres é inexplorado em Goiás · 2018-04-02 · mos que agora em 2012...

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Ano XXVI - Nº 127 - Fevereiro de 2012 Adesão ao Programa de Parcelamento de Débitos até 31 de agosto Cacimbas podem transmitir botulismo CRMV-GO firma convênio com Biblioteca da USP NESTA EDIÇÃO: Segmento de Animais Silvestres é inexplorado em Goiás Arara Azul –Anodorinchus hiacintinus. Foto: Méd. Vet. Willian Pires de Oliveira

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Ano XXVI - Nº 127 - Fevereiro de 2012

Adesão ao Programa de Parcelamento de Débitos até 31 de agostoCacimbas podem transmitir botulismoCRMV-GO fi rma convênio com Biblioteca da USP

NESTA EDIÇÃO:

Segmento de Animais Silvestres é inexplorado em Goiás

Arara Azul –Anodorinchus hiacintinus. Foto: Méd. Vet. Willian Pires de Oliveira

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Como todos sabem, assumimos o CRMV--GO nos últimos meses de 2011, tempo que ser-viu para conhecermos em detalhes o funciona-mento de toda a estrutu-ra e as particularidades do conselho. Acredita-

mos que agora em 2012 colocaremos em prá-tica ações que possibilitem a operacionalização de nossas propostas de trabalho.

Entendemos ser do conhecimento de todos que o papel legal e mais relevante de um con-selho profissional é a fiscalização. É do nosso entendimento que o exercício efetivo deste processo não se pauta apenas pela punição. Re-alizamos algumas adequações e estamos nos preparando para exercer a fiscalização a fim de garantir o cumprimento da legislação. En-tretanto, priorizamos a orientação para tentar minimizar o lado desagradável da fiscalização. Acreditamos também que a valorização está em função direta, entre outras coisas, do nível de conhecimento e das competências demonstra-das pelo profissional.

Nas últimas décadas, em função da exage-rada proliferação de cursos de Medicina Vete-rinária e Zootecnia no país, o que trouxe como consequência o aumento excessivo no número de profissionais colocados à disposição da so-ciedade, a educação continuada passou a ser quase uma obrigação dos conselhos de classe. Nesse sentido, formatamos diferentes projetos de educação continuada que serão disponibili-zados aos Médicos Veterinários e Zootecnistas para oportunizar a atualização das informações sobre as áreas de atuação.

Um exemplo desta preocupação com o pre-paro para o mercado de trabalho é a parceria estabelecida pelo CRMV-GO com a Biblioteca Virtual em Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (USP). O acordo, selado no início do mês de janeiro, será uma ferramenta no auxílio à pesquisa e atualização do conhecimento que permitirá acesso à base brasileira de Medicina Veterinária e Zootecnia, busca na base nacional de teses, catálogos de fontes de informação em saúde, revistas cien-tíficas eletrônicas, entre outras informações va-liosas para os profissionais.

Para executar de modo eficiente nossas ações, realizamos, durante o mês de fevereiro, o Planejamento Estratégico do CRMV-GO para o período 2012 a 2014, programa que estará to-talmente definido ao final do terceiro encontro, marcado para início de março. Também em fevereiro cumprimos uma promessa de campa-nha com a criação da Comissão de Zootecnia, composta por seis zootecnistas, que terão a fun-ção de assessorar a diretoria do CRMV-GO nos assuntos relevantes da profissão.

Estamos em fase de mudança do nosso site, que será mais dinâmico e com acesso a um maior número de compartilhamento de in-formações através das redes sociais, uma fer-ramenta de divulgação muito importante atual-mente. O site terá um menu de acesso mais detalhado para facilitar a busca por parte do profissional. Teremos ainda uma seção de ou-vidoria, que permitirá o contato com o CRMV--GO para registro de sugestões, críticas cons-trutivas e reclamações. Aguardem as novidades através do www.crmvgo.org.br.

Nesta edição do Quirão, além de duas pági-nas dedicadas aos animais silvestres, trazemos também um material histórico importante sobre o primeiro presidente do Conselho, Méd. Vet. Pio José da Silva, CRMV-GO N° 001, que co-memorou 50 anos de graduação e paixão pela Medicina Veterinária. Queremos parabenizá-lo pela audácia e também a outros pioneiros que foram verdadeiros desbravadores da Medicina Veterinário no cerrado goiano.

Quero lembrar mais uma vez que resgata-remos os “Encontros de Médicos Veterinários do Estado de Goiás”, que há alguns anos acon-teciam na semana do Médico Veterinário, e que em 2012 será realizado de 9 a 12 de setembro, no Centro de Eventos da Universidade Federal de Goiás, em comemoração ao Dia do Médico Veterinário, 9 de setembro. Em breve divul-garemos mais novidades sobre este assunto. Fiquem atentos ao site para saber das últimas novidades deste grande evento, outra promessa de campanha eleitoral que sai do papel e ganha forma.

Desejo a todos uma boa leitura.

Méd. Vet. Benedito Dias de Oliveira FilhoPresidente do CRMV-GO

Av. Universitária nº 2169 - St. Leste UniversitárioCEP 74610-100 - Goiânia-GO

Fone/Fax: (62) 3269-6500E-mail: [email protected]

www.twitter.com/crmvgowww.crmvgo.org.br

PresidenteMéd. Vet. Benedito Dias de Oliveira Filho

CRMV-GO 0438

Vice-presidenteZoot. Elis Aparecido Bento

CRMV-GO 0254/Z

Secretária-geralMéd. Vet. Ingrid Bueno Atayde

CRMV-GO 2738

TesoureiroMéd. Vet. Rafael Costa Vieira

CRMV-GO 5255

Conselheiros EfetivosMéd.Vet. Olízio Claudino da Silva

CRMV-GO 0547 Zoot. Fernando José dos Santos Dias

CRMV-GO 0276/ZMéd. Vet.Cidervane Rabelo da Pascoa

CRMV-GO 2004Méd. Vet. Luciano Schneider da Silva

CRMV-GO 2765 Méd. Vet. Edward Robinson Lacerda

CRMV-GO 1232 Méd. Vet. Arthur Francisco Júnior

CRMV-GO 1751

Conselheiros SuplentesMéd. Vet. Suelene Maria de Sousa

CRMV-GO 2194Méd. Vet. Sibele Martins Chaves Rauh

CRMV-GO 2157Méd. Vet. Marcius Ribeiro de Freitas

CRMV-GO 0973Méd. Vet. Renato Jácomo Pacheco

CRMV-GO 5192Méd. Vet. Valdir Cardoso Martins

CRMV-GO 0949Méd. Vet. Kallinka Susan Oliveira de Paula

CRMV-GO 3375

A mitologia grega relata que a medicinados animais teria sido descoberta pelo

Centauro Quirão (Chiron), figura metadehomem, metade animal, filho de Saturno eda ninfa Fílira. Em sua mão direita conduz aserpente e o bastão, atributos de Esculápio,

seu discípulo, símbolo da arte de curar.

Jornalista responsável:Denise Duarte - Reg. Prof. GO 917-JP

Estagiária: Rejane AlvesEdição on-line: César Augusto dos Santos

Fotos: Denise Duarte

Contato com a Redação:Assessoria de Comunicação do CRMV-GO

(62) 3269-6531/[email protected]

Programação visual:Cir Gráfica

Tiragem: 9.000 exemplaresPeriodicidade: bimestral

Impressão:Cir Gráfica e Editora Ltda.

Fone: (62) 3202-1150 - Goiânia - GO

EDITORIAL

Novidades em 2012

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VET GIRO

Médico Veterinário no NASFNo site crmvgo.org.br os

profissionais podem tirar suas dúvidas mais frequentes so-bre a Portaria do Ministério da Saúde 2488, de 21 de outubro de 2011, que incluiu o médico veterinário dentre os profis-

sionais que podem compor as equipes dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF). Clique no banner específico sobre o assunto e saiba mais. O material está disponível tam-bém no site cfmv.gov.br.

Mal da vaca loucaA Agência Goiana de De-

fesa Agropecuária (Agrode-fesa) concluiu a classificação de áreas de risco para Ence-falopatia Espongiforme Bo-vina, popularmente conhecida como doença da vaca louca. O trabalho, iniciado em de-zembro de 2011, analisou os 246 municípios goianos e foi apresentado à Superintendên-cia Regional do Ministério da Agricultura em janeiro. O diagnóstico contribui para que o Ministério da Agricultura

pleiteie junto à Organização Mundial de Saúde Animal a reclassificação do risco bra-sileiro. Hoje esse risco está classificado como baixo e a intenção é reclassificar esse índice para insignificante.

Encontro de Médicos Veterinários de Goiás

O Encontro de Médicos Veterinários de Goiás, pro-gramado para 9 a 12 de se-tembro no Centro de Even-tos da Universidade Federal de Goiás (UFG) já está sen-do formatado. As discus-sões acerca da programação científica já começaram. De acordo com o presidente do CRMV-GO, Benedito Dias de Oliveira Filho, a comis-são de Educação Continu-ada do conselho regional

está responsável pela parte científica do encontro, que promete muitas novida-des. Fique atento ao site do CRMV-GO (crmvgo.org.br) e Twitter (twitter.com/crmvgo) para saber mais so-bre este grande evento que será retomado, depois de décadas, para atender aos médicos veterinários goia-nos. Nas próximas edições do Quirão continuaremos a abordar o assunto.

CooperativasA Assembléia Geral das

Nações Unidas declarou 2012 o Ano Internacional das Coopera-tivas, destacando a contribuição destes atores para o desenvol-vimento sócio-econômico, em

particular o reconhecimento ao seu impacto na redução da po-breza, geração de empregos e integração social e a realização dos Objetivos de Desenvolvi-mento do Milênio (ODM).

Estão abertas as inscrições para o Zootec 2012, Congresso Brasileiro e Internacional de Zootecnia, que será realizado de 13 a 18 de maio em Cuiabá-MT. Confira a programação com-pleta em www.zootec.org.br e consulte o valor das inscrições feitas antecipadamente.

O CRMV-GO solicita, com urgência, às pessoas ju-rídicas inscritas que providen-ciem cópia autenticada das últimas alterações contratuais consolidadas ou não e altera-ções posteriores sofridas pelas

empresas. No caso de filial, também solicitamos a docu-mentação da matriz para fins de atualização de dados junto ao conselho regional. Mais informações pelo (62) 3269-6506/07.

Atualização Cadastral

Zootec 2012

Primeira Delegacia Regional do CRMV-GO será em Rio Verde

No final do mês de ja-neiro, o presidente do CR-MV-GO, Benedito Dias de Oliveira Filho, a secretária--geral, Ingrid Bueno Atayde e a coordenadora adminis-trativa do CRMV-GO, Ma-ria Cátia Alves de Oliveira, viajaram para São Paulo para conhecer os mecanismos de funcionamento das delega-cias regionais daquele Estado. O presidente do CRMV-GO anunciou que até o final deste semestre o CRMV de Goiás terá sua primeira delegacia regional implantada na região sudoeste do Estado, com sede em Rio Verde, grande polo de

agronegócios do país.O objetivo da delegacia

regional é descentralizar o trabalho e permitir que pro-fissionais e empresas da re-gião sejam atendidos sem a necessidade de deslocamento para Goiânia. Além disso, a proposta é promover eventos de educação continuada na re-gião, uma reivindicação anti-ga dos profissionais que atuam no interior do Estado. Duran-te a viagem, eles conheceram o funcionamento da delegacia regional de Santos. A equipe goiana foi recebida pelo presi-dente do CRMV de São Pau-lo, Francisco Cavalcanti de Almeida (foto). Segundo Be-nedito Dias de Oliveira Filho, a intenção é implantar outras três delegacias regionais em Goiás nos próximos dois anos para atender as regiões norte, sul e entorno de Brasília.

Foto: CRMV-SP

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PERFIL

A Medicina Veterinária além das fronteiras

Nesta edição, o Informativo Quirão destaca o extenso leque de atuação da Medicina Veteri-nária trazendo uma entrevista com o Médico Veterinário Ro-drigo Carvalho Bicalho. Nasci-do em Anápolis-GO, graduado em Medicina Veterinária pela Universidade Federal de Goiás (UFG), Rodrigo Bicalho ultra-passou as fronteiras do país e há dez anos faz carreira no exte-rior. A perspectiva de qualifica-ção profissional e de aprendiza-gem sobre o setor lácteo trilhou o caminho deste jovem goiano rumo ao país detentor da in-dústria leiteira mais avançada do mundo: os Estados Unidos. Rodrigo Bicalho levou em sua bagagem muita competência e disposição para construir um perfil profissional prestigiado, baseado na intensa dedicação aos estudos. Durante sua rápida passagem por Goiânia, o Mé-dico Veterinário Rodrigo Bica-lho falou sobre o exercício da profissão em territórios inter-nacionais ao citar sua própria experiência como Professor de Medicina de Produção de Lei-te na Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Cornell, reconhecida como uma das mais prestigiadas do nordeste dos Estados Unidos.

Quirão – Qual a sua tra-jetória na Medicina Veteriná-ria?

Dr. Rodrigo Bicalho – As-sim que me formei em Medi-cina Veterinária pela Universi-dade Federal de Goiás (UFG), em 2002, me mudei para os Estados Unidos. Comecei meu trabalho no exterior como ge-rente de uma propriedade rural de gado leiteiro em Richmond, Maine, nos Estados Unidos, du-rante um ano. De 2003 a 2005, fiz Residência em Medicina de Produção na Universidade de Cornell, situada em Ithaca, no Estado de Nova Iorque. Depois de fazer um Doutorado de três anos em Ciências Biomédicas Comparativas com concentra-ção em Epidemiologia e Ci-ência Animal, fui contratado como Professor Assistente na Universidade de Cornell. Con-tinuei minha trajetória no meio acadêmico e atualmente sou Professor de Medicina de Pro-dução de Leite na Faculdade de Medicina Veterinária da Uni-versidade de Cornell.

Quirão – Como surgiu o interesse de trabalhar fora do Brasil?

Dr. Rodrigo Bicalho – Sempre tive uma vontade muito grande em trabalhar com pecu-ária de leite. Queria me formar e não ir para o mercado de tra-balho aqui por achar que não tinha oportunidade de aprendi-zado. Então, meu objetivo foi ir para os Estados Unidos para aprender a respeito da indústria de leite de lá, pois os Estados Unidos são os mais avançados do mundo neste setor. O Brasil, infelizmente, continua anos luz atrasado neste setor. Incrivel-mente atrasado.

Quirão – Qual é o princi-pal diferencial entre a Medici-na Veterinária aqui no Brasil e a sua aplicação no exterior?

Dr. Rodrigo Bicalho – O principal diferencial está na re-lação teoria e prática. A diferen-

ça básica é quanto à formação acadêmica. O médico veteriná-rio que se forma em uma con-ceituada universidade brasileira, com certeza, tem uma bagagem teórica muito boa, uma exce-lente formação em livros. Mas no quesito prática, o ensino su-perior de Medicina Veterinária no país precisa melhorar muito. Talvez o único jeito de melhorar a parte prática seria ter pessoas no meio acadêmico que intera-jam diretamente com o dia-a-dia do fazer veterinário. Professor não pode ser só professor. Tem que ser professor e atuante di-reto no mercado de trabalho do médico veterinário. No caso da indústria de leite, o ideal é ter professores que sejam também consultores. Tem que ser uma pessoa respeitada no ramo de atuação e que sirva de referên-cia na profissão. Conciliando a teoria à prática, teríamos alunos mais capacitados e mais envol-vidos com a realidade profis-sional do médico veterinário, conquistando, assim, um incom-parável diferencial competitivo no ramo de atuação.

Quirão – E quanto aos principais desafios?

Dr. Rodrigo Bicalho – São muitos. Mas encaro as dificul-dades como fontes de aprendi-zado. Cada dia é um momento de encarar novos desafios que refletem positivamente no meu crescimento profissional, pes-soal e social.

Quirão – Há muitos mé-dicos veterinários nessa área atuando fora do Brasil? Você conhece goianos veterinários que trabalham lá?

Dr. Rodrigo Bicalho – Sim. Conheço vários. Alguns estudaram comigo aqui na UFG e estão trabalhando no exterior. Tem também vários estudan-tes de Goiás, que formaram na UFG e que estão fazendo Dou-

torado na Universidade de Cor-nell. Tem bastante gente.

Quirão – Sente falta do Brasil? Pretende voltar?

Dr. Rodrigo Bicalho – Sin-to falta dos amigos e da família. Mas isso não é problema por-que sempre que posso venho ao país. Por enquanto não tenho plano específico para voltar para o Brasil.

Quirão – Para finalizar, teria alguma dica para dei-xar aos colegas profissionais e acadêmicos de Medicina Ve-terinária que pretendem tra-balhar fora do Brasil?

Dr. Rodrigo Bicalho – Acho difícil deixar uma orien-tação concreta, pois isso vai depender do objetivo profissio-nal e pessoal de cada um. Mas, em geral, pelo conhecimento profissional, pessoal e cultu-ral adquiridos no exterior, eu aconselho aos colegas de pro-fissão que sigam em frente e que tenham coragem de ir atrás de suas metas. As vantagens futuras de trabalhar fora do País fazem valer a pena a ex-periência. Dominar bem idio-mas e fortalecer a sua rede de contatos profissionais é mui-to importante. É fundamental buscar uma conexão, conviver com pessoas que possam estar incentivando você - seja um médico veterinário conhecido, seja um professor - é sempre mais seguro ter por perto refe-renciais que possam nos apoiar. Eu recomendo o exercício da Medicina Veterinária no âm-bito internacional como uma oportunidade de enriqueci-mento profissional, pois o que eu vivo é uma garantia de que estou ampliando ainda mais as minhas habilidades como mé-dico veterinário e deixando mi-nha contribuição para o ensino da Medicina Veterinária.

(Rejane Alves)

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PARABÓLICA

ConheçaRegularize seu estabelecimento

para evitar dor de cabeçaOs médicos veterinários

que possuem consultório e pet shop no mesmo estabe-lecimento devem ficar aten-tos à legislação que trata do assunto para evitar dores de cabeça junto à Receita Fede-ral. A clínica veterinária não pode ser regida pelo Sim-ples Nacional, que implica o recolhimento mensal, me-diante documento único de arrecadação, do IRPJ, IPI, CSLL, COFINS, PIS, INSS, ICMS e ISS. Esta moda-lidade só se aplica aos Pet Shops, portanto, o ideal é ter um Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) para cada empresa. Os pet shops - onde são oferecidos servi-ços de banho, tosa, hospeda-gem e comércio - recolhem de 4% a 19% de imposto, dependendo do faturamento anual. Tributação

Já na clínica veterinária, segundo a contadora Irace-ma Joventino da Silva, que presta serviço para vários estabelecimentos em Goiâ-nia e também para a Rede Vet, o ideal é optar pela mo-dalidade de tributação do lucro presumido, onde é re-colhido 5% para a prefeitu-ra (valor sobre o faturamen-to) e 11,33% de impostos federais, considerando uma base de cálculo reduzida de 32% para prestação de ser-viço. É importante procu-rar um contador que esteja inteirado sobre a legislação que trata de serviços veteri-nários.

Nota Fiscal é um Direito do Cliente

Quando o profissional só possui o CNPJ do Pet Shop, mas presta serviços veteri-nários, a nota fiscal emiti-da não pode contemplar os procedimentos executados no consultório, portanto, ele não pode emitir nota fiscal de uma cirurgia, por exemplo, que é um direito do clien-te. Em caso de uma ação na justiça não haverá amparo legal que possa resguardar o médico veterinário do ser-viço prestado, porém, não registrado. “Ele pode ainda ter sérios problemas com a Receita Federal e acabar pre-judicando seu negócio por causa de sonegação fiscal”, alertou Iracema. É impor-tante ressaltar que o médico veterinário pode manter seu consultório dentro do Pet Shop, desde que ele tenha seu cadastro de profissional liberal junto à Prefeitura e Vigilância Sanitária e este deve ser usado apenas para consulta, pois não pode rea-lizar outros procedimentos. Além dos dois CNPJs, o profissional precisa adequar a empresa também na par-te física. O estabelecimento deve possuir duas entradas de clientes, uma para a clíni-ca veterinária e outra para o pet shop.

Dúvidas sobre RT• Ao ser solicitada a baixa

do RT, quanto tempo leva para o processo ser concluído e o con-trato não ser mais vigente?

Méd. Vet. Rafael Batista Rezende

Depois de protocolado o for-mulário de baixa de Responsabi-lidade Técnica no CRMV-GO, o processo leva no máximo 24 ho-ras. Este formulário de baixa en-contra-se disponível no site www.crmvgo.org.br, no menu Serviços.

• Sou Médico veterinário e atualmente sou responsável téc-nico de uma casa agropecuária na cidade de Ipameri- GO, cida-de onde recebi uma proposta de um pequeno laticínio (100 kg/produção diária) para respon-der tecnicamente pra ele. Gosta-ria de saber, se posso trabalhar lá, visto que já respondo por ou-tro estabelecimento. Se existe al-

guma vistoria por algum órgão competente, e qual seria esse ór-gão, pois gostaria de trabalhar nos moldes da fiscalização para evitar problemas e adequando com as condições financeiras do proprietário.

Med. Vet. Allyson Costa Pe-droso

O profissional pode ser Res-ponsável Técnico de uma segunda empresa desde que ele tenha carga horária disponível e o estabeleci-mento não ultrapasse 100 km de distância de seu domicílio. No caso de pequeno laticínio, a carga horária mínima obrigatória é de 1 hora diária. A atividade profissio-nal é fiscalizada pelo CRMV-GO.

Envie sua dúvida para [email protected] que publicaremos na próxima

edição do informativo Quirão.

Agrodefesa-GO fiscaliza fronteira com o ParaguaiQuatro equipes de fiscaliza-

ção sanitária da Agrodefesa foram enviadas para o Estado de Mato Grosso do Sul para reforçar o tra-balho de vigilância epidemiológi-ca para evitar a entrada do vírus da febre aftosa em território bra-sileiro. Os grupos, formados por oito veterinários goianos, estão atuando nos municípios, todos na divisa com o Paraguai, onde foi confirmado um novo foco da doença. Ao todo são onze municí-pios nos 600 quilômetros de fron-teira seca.

Acompanhadas por fiscal do Mato Grosso do Sul e de um policial militar local as equipes goianas estão fiscalizando os ca-minhões que atravessam a frontei-ra brasileira dando preferência aos que transportam animais ou seus subprodutos. Esses caminhões também passam por um processo de desinfecção, necessário em ca-sos de emergência sanitária, como

o do Paraguai. Até agora nenhuma irregularidade foi detectada.

A primeira equipe voltou para Goiás no dia 19 de janeiro quando uma segunda turma foi enviada para continuar o trabalho volan-te, ou seja, de barreira móvel. O trabalho dos fiscais veterinários goianos atende a um pedido do governo do Mato Grosso do Sul para atuar nas ações de vigilância, fiscalização e emergência contra a febre aftosa.

Também foi reforçada a fis-calização nas divisas de São Pau-lo, Minas Gerais e Mato Grosso, além dos estados da região Sul. No território paraguaio será ne-cessária a vacinação emergencial do rebanho bovino e um levanta-mento rigoroso da atividade viral para identificar o que provocou o aparecimento da doença. Todos os países sul-americanos estão com-prometidos em erradicar a febre aftosa definitivamente até 2015.

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ESPECIAL

Animais Silvestres, um mercado inexplorado

Em Goiás existem 83 criadores comerciais de ani-mais silvestres e outros 18 conservacionistas. A maio-ria dos agropecuaristas, por falta de assessoria adequa-da, desconhece as potencia-lidades de sua propriedade e não sabe como introduzir uma criação de animais sil-vestres como atividade com-plementar para a pecuária ou agricultura. Em terras alaga-das, por exemplo, é possível criar capivaras, queixadas ou catetos e promover uma renda extra aos produtores. O problema, segundo o mé-dico veterinário Saulo Fer-nandes Mano de Carvalho, é que faltam profissionais médicos veterinários e zoo-tecnistas interessados neste segmento. Dos 83 criatórios comerciais existentes em Goiás, existem 13 médicos veterinários como respon-sáveis técnicos (sendo um

com registro de Minas Ge-rais), um zootecnista e um agrônomo, e este com regis-tro de São Paulo, de acordo com levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (IBAMA, 2011).

A capivara pode ser adaptada às condições de agricultura familiar. Além da carne, sua pele é apre-ciada por ser elástica e pode ser destinada à fabricação de luvas, bolsas e calçados. O animal gera seis a oito crias por ano, apresenta baixo custo de produção (somente alimentação e vermífugo), baixo custo de instalação (curral e coxo para alimen-tação) e é altamente resis-tente à doenças. O jacaré é outra potencialidade. A tela do couro de um jacaré com um ano de idade vale R$ 250,00, ou seja, três vezes mais o seu custo de produ-ção. Atualmente o mercado

mundial de produtos rela-cionados ao jacaré está ava-liado em U$ 200 milhões de dólares por ano, explica o médico veterinário. Os queixadas e catetos também apresentam rusticidade, bai-xa seletividade alimentar, possuem carnes com pouco teor de gorduras e calorias e o couro desta espécie é mui-to valorizado.Potencial

Os passeriformes são outro segmento com alto va-lor comercial. Iniciado em 2001, o registro de animais criados por particulares ti-nha, em 2005, 1,3 milhão de aves registradas no Brasil, das quais mais de 245 mil eram de curiós. O preço de um bicudo pode chegar a R$ 10 mil, já os psitacíde-os, como a arara azul, pode ser comercializada a U$ 25 mil dólares. “Todo criatório comercial precisa de um res-ponsável técnico, mas são

poucos os profissionais que se interessam e se especia-lizam no assunto”, ressalta Saulo ao constatar ainda que este mercado está desper-tando o interesse de profis-sionais, como biólogos e agrônomos.

Saulo Fernandes explica que normalmente a discipli-na de animais silvestres é ministrada durante seis me-ses nas universidades com carga de seis horas semanais no máximo, ou seja, o pro-fissional sai da graduação apenas com um conheci-mento básico. Nas clínicas de pequenos animais é co-mum o cliente levar alguma espécie silvestre ou exótica mantida como pet para tra-tamento e com isto o médi-co veterinário é obrigado a acionar outro profissional mais qualificado para cui-dar do caso. “Precisamos de mais médicos veterinários e zootecnistas nesta área”,

Arara Juba

Fotos: Méd. Vet. Willian Pires de Oliveira

Queixadas

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QuirãoAno XXVINº 127Fev/2012

ESPECIAL

Pós-Graduação em Clínica Médica e Ci-rúrgica de Animais Silvestres e Exóticos Mantidos como Pet. Informações pelo (62) 3092-2446 e www.qualittas.com.br

disparou ele. Palestra sobre o assunto aconteceu no úl-timo dia 15 de fevereiro no auditório do CRMV-GO. O tema foi “Potencialidades na criação de animais silvestres em cativeiro”, ministrada por Saulo Fernandes Mano de Carvalho.Legislação sobre o assunto:

BRASIL, Lei 9.605 de 12 de fevereiro de 1998.

IBAMA, Portaria nº 126 de 13 de fevereiro de 1990.

IBAMA, Portaria nº 142 de 30 de dezembro de 1992.

IBAMA, Portaria 118 de 15 de outubro de 1997.

IBAMA, Instrução nor-mativa nº 01 de 15 de abril de 1999.

IBAMA, Instrução nor-mativa nº 02 de 02 de março de 2001.

Tucano de Papo Branco

Alguns cursos disponíveis:

Pós-Graduação em Criação de Animais Silvestres em Cativeiro (início em março de 2012 em Goiânia). Informações pelo (62) 3206-8885, 8591-6488, 9126-8508 ou pelo e-mail: [email protected]

Pós-Graduação em Medicina de Animais Silvestres e Exóticos para o Clínico de Pe-quenos Animais (início em março de 2012 em Goiânia). Informações pelo (62) 3206-8885, 8591-6488, 9126-8508 ou pelo e-mail: [email protected]

Esclarecimento Anuidade 2012O Conselho Regional de

Medicina Veterinária do Es-tado de Goiás (CRMV-GO) esclarece a todos que o valor da anuidade 2012 foi estabele-cido pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária, através da Resolução CFMV n° 990, de 09 de novembro de 2011, que se amparou nos termos da Lei n° 12.514, promulgada pela Presidente Dilma Roussef em 28/10/2011. Esta lei fixou o valor máximo da anuida-de profissional em R$ 500,00

para os valores praticados não apenas pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária, mas em todos os Conselhos Profis-sionais do país. O CFMV de-cidiu não aplicar o valor máxi-mo permitido pela lei e fixou a anuidade 2012 em R$380,00, válido em todo o território na-cional, que pode ser pago em até cinco parcelas. Embora na prática o valor represente au-mento na ordem de 30% em relação à anuidade de 2011, é importante esclarecer que hou-

ve uma mudança legal, sendo que a edição da Lei 12.514 mudou as regras vigentes até então, o que legalmente não caracteriza o aumento real no valor da anuidade 2012.

A mesma lei determina que os valores das anuidades futu-ras serão reajustadas de acor-do com a variação integral do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). É direito dos profissionais e empresas que pagam suas anuidades em dia cobrar melhorias e par-

ticipar da administração dos conselhos profissionais. Nesse sentido, o CRMV-GO estará sempre aberto a ouvir aqueles que desejarem contribuir com sugestões e críticas construti-vas que ajudem a fortalecer a Medicina Veterinária e a Zoo-tecnia goianas, duas das mais importantes profissões para a economia brasileira.

O Conselho é de todos nós!Benedito Dias de

Oliveira FilhoPresidente do CRMV-GO

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FIQUE POR DENTRO

PROGRAMA DE RENEGOCIAÇÃO E PARCELAMENTO DE

DÉBITOS RECEBE ADESÕES ATÉ 31 DE AGOSTO

O Programa de Renego-ciação e Parcelamento de Débitos Fiscais no âmbito do Sistema CFMV/CRMVs foi reinstituído. O programa é destinado à regularização de débitos de anuidades, multas, taxas, emolumen-tos e demais créditos das pessoas físicas e jurídicas vencidos até 31/12/2010. A adesão possibilita a redu-ção dos juros e multas. Os interessados podem pro-curar o CRMV-GO (Seção de Cobrança) para maiores esclarecimentos. Não pode-rão aderir a esse programa pessoas físicas ou jurídicas que tiverem sido excluídas dos programas anteriores, instituídos pelas Resoluções

CFMV n° 924, de 2009, e n° 975, de 2010. O prazo final para adesão será 31 de agos-to de 2012. Após esta data, o profissional devedor terá seu nome incluído no Cadastro Informativo dos Créditos não Quitados do Setor Pú-blico Federal (Cadim). Veja material completo (Resolu-ção CFMV nº 991 publicada no Diário Oficial da União em 17/11/2011) acessando o site www.crmvgo.org.br, no Menu Legislação.

www.twitter.com/crmvgo

Goiânia vai sediar Petgree 2012Goiânia vai sediar de 5 a 8

de julho de 2012, o I Congresso Goiano de Clínicos Veteriná-rios de Pequenos Animais e o 7º CONCEVEPA (Congresso do Centro-Oeste de Clínicos Veterinários de Pequenos Ani-mais) com a realização da QE Eventos e ANCLIVEPA-GO. O evento acontecerá no Centro de Convenções de Goiânia e já está com inscrições abertas.

Além da programação cien-tífica, composta por temas ino-vadores e palestrantes de alto nível, o evento contará com uma feira de exposição de produtos e serviços para a área pet. Ainda dentro da agenda, o evento terá um fórum para lojistas com te-mas voltados para banho e tosa; oficinas para proprietários com temas voltados para obesidade e dermatologia para pequenos

animais; adestramento, desfile de animais e o dia da adoção.

Como forma de apoiar a produção científica, o evento promove a apresentação de tra-balhos científicos que aconte-cerá sob a forma de resumo ex-pandido e pôster. Várias áreas do conhecimento são contem-pladas e o edital está disponível no site oficial do evento. A data limite para submissão de traba-

lhos é dia 30 de março.O evento tem o apoio do

Conselho Regional de Me-dicina Veterinária de Goiás (CRMV-GO) e do SEBRAE Goiás. Está sob a realização e organização da Qualidade Eventos e ANCLIVEPA-GO. Inscrições online, informações completas e atualizadas sobre o evento estão disponíveis em www.petgree2012.com.br.

Siga-nos no Twitter

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PARABÓLICA

Programação do Dia do Zootecnista 2012

Para as comemorações alusivas ao Dia do Zootecnis-ta, celebrado dia 13 de maio, o vice-presidente do CRMV-GO, Zoot. Elis Aparecido Bento, informa que está no planeja-mento a realização do I Ciclo de Palestras da Zootecnia, com a programação que vai incluir um café da manhã seguido de

palestras no dia 11 de maio, com participação gratuita. O CRMV-GO também pretende veicular material institucional através de placas de outdoors em Goiânia e alguns municí-pios do interior do Estado para esclarecer a sociedade sobre esta profissão tão importan-te na cadeia do agronegócio. Fique atento ao site www.cr-mvgo.org.br para acompanhar as notícias relativas ao Dia do Zootecnista deste ano.Comissão de Zootecnia

Outra novidade para o segmento é a criação da Co-

missão de Zootecnia, cuja primeira reunião aconteceu dia 9 de fevereiro no CRMV--GO. Segundo o presidente do conselho regional, Benedito Dias de Oliveira Filho, a ação, inédita na autarquia federal, é a efetivação de um compro-misso de campanha eleitoral. Os membros da comissão as-sessora são: Aldi Fernandes de Souza França, Fernando Pimenta Portilho, Iron Fer-nandes da Silva Júnior, Lu-ciana Moura Rufino, Maurício Lopes Rosado e Walkíria Gui-marães Carvalho.

Eleições na AzegAproveitamos para infor-

mar também que a Associa-ção dos Zootecnistas de Goiás (Azeg) tem novo presidente, Rodrigo Medeiros da Silva. A eleição aconteceu por acla-mação no dia 30 de janeiro e a posse da nova diretoria para o triênio 2012/2015 foi dia 6 de fevereiro no auditório do CRMV-GO. Ainda compõem a nova diretoria da associação o vice-presidente, Rodrigo Zai-den, o tesoureiro Sandro Castro e Iron Fernandes como secretá-rio-geral.

Laboratórios Veterinários, um mercado em expansãoÉ cada vez maior o núme-

ro de animais de estimação nos domicílios do mundo inteiro. Com a crescente demanda de público, a oferta de produtos e serviços acompanha este mer-cado. É o caso dos laborató-rios veterinários. É importante lembrar que todo material bio-lógico animal deve ser enviado somente para laboratórios ve-terinários, já que existem es-pecificidades que somente um médico veterinário tem condi-ções de identificar. Parâmetros de muitas espécies apresentam características próprias e di-ferenças sutis que apenas um

laboratório veterinário pode revelar e assim gerar um diag-nóstico correto para a espécie pesquisada.Laudos sem valor

O profissional biomédico ou médico que realizar análise em material biológico animal não está legalmente habilitado para emissão de laudos e pode responder na justiça por exercí-cio ilegal da profissão de médi-co veterinário. Em municípios onde não existe um laboratório deste segmento, é importante que o clínico envie as amostras para um estabelecimento mé-dico veterinário mais próximo.

MedicamentosOutra preocupação que

clínico deve ter é com a pres-crição de medicamentos de uso veterinário. O uso de remédios destinados ao ser humano em uma outra espécie poderá criar circunstâncias indesejáveis: o produto poderá não atingir a dose eficaz necessária (sub--dosagem), ou então, o medi-camento formulado para o ser humano, quando administrado seguindo a mesma posologia, poderá alcançar níveis sanguí-neos muito maiores em uma determinada espécie animal que aqueles que seriam veri-

ficados no homem. Portanto, clínico veterinário, para sua se-gurança, prestigie laboratórios e medicamentos veterinários. É melhor para o seu paciente e para você.

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HOMENAGEM

50 anos de paixão pela Medicina Veterinária

O primeiro presidente do CRMV-GO, Pio José da Silva, 77 anos (CRMV-GO nº 001) comemorou 50 anos de forma-tura em dezembro de 2011 e diz que a Medicina Veterinária ao longo deste período agre-gou o conceito de uma profis-são com alta expressividade no

Brasil, já que o país é uma po-tência mundial quando se trata de agronegócio. “Hoje temos médicos veterinários na polí-tica, comandando altos cargos públicos e privados e pode-mos dizer que a sociedade co-nhece mais o nosso trabalho”, enfatiza ele, ao lembrar que no início de sua carreira che-gou a ouvir que “para cuidar de boi não precisava estudar”. Pio concluiu o curso em 1961 pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e retor-nou imediatamente para Goiás após a graduação.Desbravadores

Nascido em Orizona-GO, Pio José da Silva e um grupo de poucos médicos veterinários foram verdadeiros precursores de várias atividades em Goiás.

Naquela época, desprovidos de tecnologias para consultas rá-pidas, as situações novas eram simplesmente enfrentadas, sem apoio do conselho, que seria criado somente em 1968. Ele encampou ações importantes como o controle de vigilância sanitária para criadores, cam-panhas de febre aftosa, plano de alimentação e manejo de gado leiteiro e defesa sanitária animal, células de trabalho que se transformaram em grandes programas atualmente desen-volvidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abas-tecimento (MAPA), onde co-meçou a atuar em 1962. Referência

“Hoje temos uma sede do CRMV-GO que é referência em todo o Brasil e as pessoas

sabem que não cuidamos ape-nas de gado e cachorro”, rela-tou Pio José da Silva lembran-do das inúmeras atividades desenvolvidas pelo Médico Veterinário, como por exemplo na saúde pública e na pesquisa. Aos mais jovens ele aconselha a não pararem de estudar e se-rem bons naquilo que fazem. Pio José da Silva foi presidente do CRMV-GO de 09/09/1969 a 05/02/1971 e hoje integra a Comissão de Notáveis da au-tarquia federal. Ele continua atuante, sendo responsável técnico por empresas na re-gião de Ipameri, onde mora. O CRMV-GO parabeniza a todos que possuem 50 anos ou mais de profissão pelo pioneirismo, garra e paixão pela Medicina Veterinária.

Parceria entre CRMV-GO e Biblioteca Virtual da USPNa próxima edição do Qui-

rão vamos falar mais sobre a parceria entre o CRMV-GO e a Biblioteca Virtual em Medi-cina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (USP). Esta parceria, selada no início do mês de janeiro,

será uma ferramenta no auxí-lio à pesquisa que vai permi-tir acesso à base brasileira de Medicina Veterinária e Zoo-tecnia, busca na base nacional de teses, catálogos de fontes de informação em saúde, re-vistas científicas eletrônicas,

entre outras informações va-liosas para os profissionais. A primeira reunião com a bibliotecária da instituição paulista acontece neste mês de fevereiro. O presidente do CRMV-GO, Benedito Dias de Oliveira Filho, explicou que a

efetivação deste compromisso de campanha será de gran-de valia para os profissionais de Goiás. Vamos dar mais detalhes na próxima edição do Quirão e também no site www.crmvgo.org.br. Acom-panhe e fique por dentro!

Balanço da REDE VET em 2011Rede Vet é uma associa-

ção de Clínicas Veterinárias e Pet Shops do Estado de Goi-ás, congregando 20 estabele-cimentos e cerca de 80 Médi-cos Veterinários. Tem como objetivo oferecer serviços de qualidade através de cons-tante aprimoramento técnico científico, gestão empresarial e ações sociais pautadas na ética e no bem-estar animal.

Em 2011 foram realizadas mais de cem reuniões e pales-

tras com empresas de insumos e autoridades municipais, es-taduais e federais. Além dos fornecedores, os principais parceiros são o CRMV-GO, Sebrae-GO, ONGs, UFG, UniAnhanguera e as Prefeitu-ras de Goiânia, Aparecida de Goiânia e Anápolis.

Dentre as ações sociais destacam-se a realização de três “Cãominhadas” em Aná-polis, Goiânia e Aparecida de Goiânia, que registrou mais de

500 atendimen-tos/orientações e participação de 2 mil animais. Também foram castrados gratui-tamente cerca de 200 animais de Anápolis e Goi-ânia com apoios da UniA-nhanguera e UFG e dos res-pectivos Centros de Zoonoses dessas cidades. Para 2012 as perspectivas são de continu-

ar aprimorando os serviços, com incremento das ações sociais, segundo o presidente da REDE VET, Wanderson Alves Ferreira.

Médicos Veterinários da Rede Vet

Foto: Divulgação

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ARTIGO CIENTÍFICO

ÁGUAS DE CACIMBAS PODEM TRANSMITIR BOTULISMO

Por Dr. Aires Manoel de Souza, professor de Doenças Infecciosas da Escola de Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal de Goiás (UFG) - [email protected]

Cacimba na região do Vale do Araguaia, em Goiás

Com um rebanho bovino em torno de dez milhões de cabeças, a pecuária de corte de alto padrão genético é a principal atividade econô-mica da Região do Vale do Araguaia, em Goiás. Solo arenoso, vegetação do tipo cerrado, pastagens do gê-nero Brachiaria, topografia plana e condições climáticas favoráveis, quente e úmi-da, predominam na região. Essas características via-bilizam a criação de bovi-nos, principalmente da raça nelore. Uma característica marcante da região é a exis-tência de poucos mananciais hídricos na forma de rios e córregos, impondo assim restrições iniciais na desti-nação da área à bovinocul-tura extensiva.

Com o constante aumen-to do rebanho bovino, essa situação foi superada pela prática de construir bebe-douros artificiais denomi-nados de cacimbas, poços cavados no solo, geralmen-

te em baixadas úmidas, nos quais a água se acumula.Perigo

No período das águas, de novembro a abril, as cacim-bas se enchem com águas das chuvas e do lençol fre-ático. Em época de seca, de maio a outubro, com aumen-to da temperatura, a conse-quente redução do volume de água e o acumulo de ma-téria orgânica provocam a diminuição de oxigênio e fa-vorecem o desenvolvimento do Clostridium botulinum, formação de toxinas que ao serem ingeridas pelos ani-mais causam botulismo de origem hídrica, denomina-do vulgarmente de “Mal das Cacimbas”.

Pesquisa realizada no período da seca de 1997 a 2001, em 300 cacimbas de 130 propriedades em 12 municípios da Região do Vale do Araguaia, revelou a presença da toxina botulíni-ca. O estudo se enquadrou dentro das linhas de pesqui-sas prioritárias da Escola de Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal de Goiás (UFG). O trabalho foi realizado no curso de pós--graduação em nível de dou-torado junto ao Departamen-to de Medicina Veterinária Preventiva e Saúde Animal da Faculdade de Medicina

Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (USP).Recomendações

A pesquisa permitiu chegarmos a algumas con-clusões: em amostras de se-dimentos de 300 cacimbas foi possível detectar toxinas botulínicas C ou D ou per-tencentes ao complexo CD. Caso não sejam adotadas providências cabíveis, tais como vacinar o gado contra o botulismo ou modificar o sistema de bebedouro dos animais, a tendência é que haja, possivelmente, um in-cremento da mortalidade dos animais provocada pela intoxicação botulínica.

Considerando os resul-tados obtidos na pesquisa, é recomendável que os pecu-aristas tomem providências como vacinar os bovinos e cremar os animais mortos

pela doença. As cacimbas devem, preferencialmente, ser substituídas por depó-sitos d’água ligeiramente superiores ao nível do solo, de modo que os animais se-jam impedidos de entrarem na água, a qual deverá ser obtida de poços artesianos. Caso não seja possível essa substituição, deve haver um controle mais eficiente das cacimbas, que precisam ser limpas constantemente, den-tre outras práticas.

Se os pecuaristas opta-rem pela continuidade do uso das cacimbas, é mais in-dicado que elas sejam cons-truídas de forma circular, de maneira a compactar o solo em sua periferia, evitando assoreamento e impedindo que os animais fiquem ato-lados e, dessa forma, facili-tando a sua distribuição ao redor das cacimbas.

FOTO: Arquivo pessoal do prof. Aires Manoel de Souza

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EVENTOS

(Associação Nacional de Clínicos Veteri-nários de Pequenos Animais – seção Goiás)*

- 17 e 18 de março: Curso de Anestesio-logia de Pequenos Animais, com a Prof.ª Dr.ª Márcia Kahvegian (ANCLIVEPA-SP).

- 19 e 20 de maio: Curso de Ortopedia

de Pequenos Animais, com o Prof. Dr. Bruno Minto (FCAV/UNESP).

- 16 e 17 de junho: Curso de Terapêutica

de Pequenos Animais, com a Prof.ª Dr.ª Hele-nice Spinosa (USP).

- 4 e 5 de agosto: Curso de Oncologia e

Quimioterapia de Felinos, com o Prof. Dr. An-drigo Barboza de Nardi (FCAV/UNESP).

- 29 e 30 de setembro: Curso de Oftalmo-

logia de Pequenos Animais, com a Prof.ª Dr.ª Andréia Vitor Couto do Amaral (CAJ/UFG)

- 24 e 25 de novembro: Curso de Emer-

gência de Pequenos Animais, com o Prof. Dr. Rodrigo Rabelo (Intensivet)

- Local: Auditório do CRMV-GO, que apoia a iniciativa através de seu Projeto de Educação Continuada.

• Sujeito a alterações

Mais informações pelo (62) 3565-4608 ou

www.anclivepago.com.br

Calendário de Cursos da ANCLIVEPA-GO em 2012Março

5 a 9XXIX Congresso Brasileiro de ZoologiaLocal: Salvador-BAInformações: www.cbz2012.com.br

Abril

2 a 4XI Seminário Internacional de Aves e SuínosLocal: São Paulo-SPInformações: www.avesui.com.br

09 a 13Feira de Tecnologia Rural do Centro-Oeste Brasileiro (Tecnoshow)Local: Rio Verde-GOInformações: www.tecnoshowcomigo.com.br

27 a 3033º Congresso Brasileiro da Anclivepa (As-sociação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais)Local: Curitiba-PRInformações: www.anclivepa2012.com.br

Maio

13 a 18Congresso Brasileiro e Internacional de Zoo-tecnia (Zootec 2012)Local: Cuiabá-MTInformações: www.zootec.org.br

Junho 03 a 08Congresso Mundial de Buiatria Local: Lisboa-PortugalInformações: www.wbc-2012.com

19 a 2111º Conferência Sul-americana de Medicina VeterináriaLocal: Rio de Janeiro-RJInformações: www.confpet.com.br

Julho

05 a 08I Congresso Goiano de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais e 7º Concevepa – Con-gresso do Centro-Oeste de Clínicos Veteriná-rios de Pequenos AnimaisLocal: Goiânia-GOInformações: www.petgree2012.com.br

29/07 a 02/0817º Congresso Internacional de Reprodução AnimalLocal: Vancouver-CanadáInformações: www.icar2012.com

Agosto

5 a 9XXIV Congresso Mundial de AviculturaLocal: Salvador-BAInformações: www.wpc2012.com

Setembro

9 a 12Encontro de Médicos Veterinários de GoiásLocal: Goiânia-GOInformações: www.crmvgo.org.br

Acesse a Agenda de Eventos em www.crmvgo.org.br e confira mais oportunidades cadastradas no site.