Segredos de Pesca Livro

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SEGREDOS DE PESCA MANUEL MONTEIRO

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Truques de pesca

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SEGREDOSDE PESCA

MANUEL MONTEIRO

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TÍTULOSegredos de PescaOs 6 erros que o impedem de apanhar peixe!

AUTORManuel Monteiro

DESIGN e PAGINAÇÃONuno Kabu

DATA DE EDIÇÃO03.2016

INFORMAÇÕEShttp://segredosdepesca.com/baixar-oferta/[email protected]

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Sumário

5. Introdução

7. Imagine...

9. A Pesca

20. Os erros mais comuns

35. Material de Pesca

39. Pesqueiros

41. Segurança

43. Conclusão

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Introdução

O meu nome é Manuel Monteiro, sou casado, pai de duas meninas e SOU pescador há mais de vin-te anos. Sou, COMPLETAMENTE, apaixonado pela pesca desportiva e trabalho numa loja de material de pesca desportiva há mais de dez anos o que me permite lidar diariamente com pescadores. Pescar é mais que um hobby é uma paixão e uma entrega constantes. Gosto, particularmente, de pescar sar-gos e conto com milhares de horas a partilhar ex-periências, conhecimentos e novidades. Conheço as dúvidas dos pescadores e ouço, algumas vezes, dizerem que não pescam nada ou quase nada. Sei a resposta para a maioria das vossas questões porque também cometi os meus erros e foi a aprendizagem que fiz que me permite, actualmente, ter tanto su-cesso de cada vez que vou à pesca.

Na loja lido todos os dias com pescadores que me pedem conselhos e aos quais, muitas vezes, não consigo dar a atenção merecida uma vez que aten-der ao público é uma actividade exigente e o eleva-do número de clientes não me permite parar para

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conversar tantas vezes como gostaria. Ao longo dos últimos anos fui anotando perguntas e dúvidas que vocês me trazem e chegou o momento de partilhar os meus conhecimentos através deste livro. A pen-sar no sucesso que eu tenho na pesca desportiva e que sei vocês também querem ter reuni dicas, dúvi-das, experiências e é um enorme prazer partilhá-las convosco. Este livro é inteiramente dedicado a vocês, companheiros da pesca desportiva, que sabem exac-tamente o que sinto de cada vez que começa mais uma jornada no mar.

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Imagine...

Imagine que vai numa daquelas jornadas de pes-ca e sabe que vai conseguir ferrar aquele peixe, que anda há tanto tempo à espera. Sim, aquele que verga a cana toda e leva a linha quase ao limite. O peixe que põe o carreto a cantar com os fortes arranques para o fundo do mar, que nos deixa as pernas a tremer.

Imagine que consegue pescar bons peixes e em quantidade suficiente para a sua família jantar e e para partilhar com os amigos. Sargos, Robalos ou Douradas! Aqueles que nos dão luta, que fazem subir os níveis de adrenalina e nos trazem um prazer incrí-vel. Sei que como eu vocês gosta de fazer aquele belo

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peixe escalado, na brasa, e partilhar aventuras e ex-periências com a família e os amigos à volta do peixe que tanta luta lhe deu

No entanto, às vezes sente-se cansado de passar horas e horas à pesca sem resultados expressivos e pergunta-se porque não consegue pescar tanto como quer uma vez que já experimentou todos os iscos, todas as técnicas, linhas, anzóis e pesqueiros e parece que o peixe não quer nada consigo?

Sei o que sente. Acredite, já passei pelo mesmo. Gastei milhares de horas e muito dinheiro e os resul-tados pouco ou nada melhoravam.

Um dia percebi que a pesca não tem a ver com sorte. Tal como qualquer arte, desporto ou profis-são o sucesso está directamente relacionado com a aprendizagem. O mais importante é aprender a fa-zer as coisas bem. Com este livro espero contribuir para que não cometam os erros que identifiquei e que já não cometo o que me permite ter tanto su-cesso quando vou à pesca. Que este livro vos traga o esclarecimento das vossas dúvidas e que depois de ultrapassadas comecem a divertir-se ainda mais a cada vez que saírem para pescar!

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A Pesca

A Pesca é uma das mais antigas artes do ser hu-mano, fonte de sustento.

Numa primeira fase da história da humanidade, tornou-se um desporto que traz ao de cima o que de mais primitivo e verdadeiro há em nós. Costumamos ouvir: "Estás nervoso?” então “Vai pescar!" e é uma grande verdade. A pesca liga-nos com a natureza e traz uma grande paz de espírito. Acredito que é uma das formas que temos para lidar com o stress e levar a vida de uma maneira mais agradável.

Existem tantos estilos e tipos de pesca que é pra-ticamente impossível falar de todos. No entanto,

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quero partilhar convosco alguns segredos que se aplicam à maior parte dos tipos de pesca! Pequenos e grandes pormenores que vão fazer toda a dife-rença nos resultados das nossas jornadas de pesca. Quando eu comecei a pescar, como a maioria das pessoa, fiquei apaixonado pela pesca e por tudo o que ela envolve. Queria estar em todo o lado e expe-rimentar todo o tipo de pesca.

E, como a maioria dos pescadores desportivos, gastei muito dinheiro e tempo desnecessariamente. Um leigo ou um pescador menos informado como eu fui nos primeiros tempos tem uma ideia muito er-rada de que como o peixe está dentro de água, pen-sam que basta meter lá um anzol com isco, para o apanhar.

Nada mais errado!Quando eu comecei cometi muitos erros e por

nunca ter encontrado um livro que reunisse o que pretendo reunir neste fiz muitos disparates que po-dia ter evitado. Lembro-me de ter comprado quase todos os livros disponíveis sobre o tema mas nenhum tem o conteúdo que leve a resultados. Foi a experiên-cia que me trouxe até aqui e é isso mesmo que quero partilhar convosco.

O percurso mais comum dos pescadores é o se-guinte: começamos por pescar ao fundo, à bóia ou ao corrico. No princípio queremos fazer tudo quando

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realmente não sabemos nada. Foi exactamente isto que aconteceu comigo!

E podem passar-se anos e anos e alguns nunca evoluem. Nada disso merece a minha crítica, desde que encontrem divertimento e prazer na pesca.

Quando a frustração passa a ser maior então sim, é preciso alterar as coisas. Mudar.

Normalmente são necessários alguns meses e às vezes anos para cada um de nós, pescadores, esco-lher a modalidade que mais gosta e esse é o primei-ro passo para começarmos a ver bons resultados. Encontro muitas vezes pescadores que começaram numa modalidade e nunca mais mudaram, depende também de quem os ensinou a pescar e da relação emocional que se criou com essa pessoa e com os ri-tuais da pesca que lhes foram transmitidos.

Alguns de nós por iniciativa própria ou por con-vite de amigos acabamos por experimentar a pesca de barco. Aconteceu comigo e aconselho que quem nunca experimentou, o faça. É um dia muito bem passado, principalmente, se for na companhia de bons amigos. É uma grande experiência e temos a oportunidade de pescar espécies de peixes que não se pescam da costa e que provavelmente nunca vi-mos. Com alguma prática começamos, finalmen-te, a trazer uns peixinhos para casa. E isso também é uma grande ajuda a acalmar a Maria que (como

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vocês sabem) está sempre a dizer que gastamos uma fortuna na pesca. O que acontece na grande maioria destas situações os pescadores ou não voltam a pes-car de terra ou se pescam é muito esporadicamente.

Eu não fiz isso, nem aconselho a ninguém. Pesquei de barco durante muitos anos seguidos mas nunca deixei de pescar de terra regularmente. Sempre me foquei em ser um melhor pescador a cada jornada, nunca parei de querer aprender mais e evoluir, ser cada vez melhor como pescador!

Com o passar dos anos comecei a ter bons resul-tados, em terra, comecei a pescar peixes maiores e melhores do que os peixes que se pescam maioritari-amente no barco.

Naturalmente fui deixando o barco e foquei-me mais na pesca de terra. Sem dúvida que de barco se pescam grandes pargos, o que não acontece de terra bem como atuns e espadartes no big game. A ver-dade é que tal como em quase tudo na vida, não se pode ter tudo!

Mas não foi só por pescar mais e maiores peixes a partir de terra que resolvi especializar-me na pesca de terra.

Depender, somente, dos meus conhecimentos para poder ir ao mar pescar uns belos peixes para co-mer com a família é o que me dá mais prazer.

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Fazer do mar a minha arca frigorífica! É este o meu lema.

Gosto de ter a liberdade de poder ir à hora que quero!

Para onde eu entender!Gosto de ficar no mar o tempo que quiser!Sozinho ou com um amigo!Não gosto de depender de barcos, sondas, rada-

res, de portos de abrigo para poder ir pescar.Uma das coisas que me dá mais gozo é ir pescar,

sejam quais forem as condições metereológicas ou do mar e tentar trazer SEMPRE peixe (pelo menos) para o jantar da família!

Quer o mar esteja com ondas de seis metros, ven-to muito forte ou quer esteja ‘mar chão’, completa-mente parado, o que Gosto mesmo é do desafio.

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São estes conhecimentos que quero transmitir neste livro a todos os que querem fazer do mar o seu frigorífico. Não é fácil. Leva tempo. Mas tenho a cer-teza que com a ajuda deste livro com o qual tenho como objectivo, partilhar convosco os meus conhe-cimentos e assim pouparem tempo, dinheiro e co-meçarem a levar para casa peixe.

Neste livro vou mostrar como podemos ser melho-

res pescadores, identificando os erros mais comuns co-

metidos pelos pescadores e como os corrigir!

Conheço pescadores que passaram anos e anos a fazer coisas absurdas e facilmente evitáveis.

Em primeiro lugar para evoluir como pescador é preciso querer. E, SE adquiriu este livro, é óbvio que quer aprender. Já está no bom caminho!

De que fontes bebes? Felizmente com a globalização e com a internet,

há informação por todo lado. O desafio está em sa-ber selecciona-la pois assim como há muita, tam-bém há muita de má qualidade. É fundamental con-seguir filtrar pois qualquer pessoa pode escrever o que quiser e publicar!

As intenções da pessoa que está a partilhar uma informação incorrecta podem até ser as melhores, mas pode estar redondamente enganado.

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É preciso cuidado! Conheço o caso de um amigo, que ao fim de três

meses de ter o primeiro contacto com o mundo da pesca desportiva, estava a escrever um artigo para uma revista da especialidade! Aposto que a grande maioria dos pescadores que pagam para ler a revis-ta, tinham mais experiência que ele! Querer ajudar é muito importante, mas saber ajudar é o que marca a diferença. E por isso escrevo este livro, porque garan-tidamente ela vai marcar a diferença na vossa forma de pescar.

A pesca é o desporto mais praticado em Portugal, todos temos algum amigo que gosta de pescar. É re-lativamente fácil encontrar alguém que nos ajude a dar os primeiros passos.

Mas os primeiros passos são os primeiros passos! E muitos pescadores não passam dos primeiros pas-sos. Se o vosso objectivo for passar um bom bocado, à beira mar, com os amigos. Apanhar maresia na cara e a beber umas cervejas… tudo bem, não há mal nenhum em ficar nos primeiros passos. Há muitas maneiras de encarar a pesca e, obviamente,temos que as respeitar todas.

Eu próprio já encarei a pesca de muitas maneiras diferentes. Mas, acreditem que quando se descobre a complexidade da maravilhosa arte da pesca… Aí as coisas mudam de figura e ficamos fascinados. Não

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se deixe iludir por um pescador que diz que já pesca há quarenta ou cinquenta anos. Os anos de pesca só por si não chegam e tanto pode ser um bom pes-cador como um mau pescador. Como disse anteri-ormente a maioria dos pescadores desportivos não passa dos primeiros passos. E se pesca há cinquenta anos mas só o faz nas férias ou quando está sol não conseguirá evoluir.

O pescador para aprender tem de ter a mente aberta e tem de estar constantemente a pensar no porquê das coisas. Não pode tomar a primeira im-pressão como única e a que está certa.

Vou dar um exemplo: Conheço muito bons pes-cadores, que nasceram à beira mar, pescaram a vida inteira e apanham muito peixe. Mas, a maioria de-les não são pescadores desportivos. São pessoas que pescam para comer ou para vender. Obviamente não andam a gastar gasóleo à procura do peixe. Pescam porque é uma forma de sustento diário e foi assim que aprenderam com os pais. Mas, se tirar um pescador destes, da zona que conhece, onde cresceu e aprendeu e o desafiarmos a pescar noutra zona do pais, com uma fisionomia totalmente diferente. Acreditem, ele vai ter muitas dificuldades.

Pescar nas falésias de Sagres, onde o mar tem dezenas de metros de profundidade não é igual a

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pescar na Ericeira que tem um fundo predominante-mente raso.

Este é só um pequeno exemplo, de que um bom pescador (na sua zona de conforto) pode estar a en-sinar o melhor que sabe (por exemplo num blogue) e um pescador de Lisboa lê aquelas teorias ou técnicas e vai aplica-las na pesca, em Oeiras. O resultado não vai ser o mesmo. O pescador moderno tem de saber adaptar-se a todas as condições, tem de ser versátil!

Vou ilustrar aqui com um caso típico, que já as-sisti inúmeras vezes, em todos estes anos a atender pescadores.

Muitos pescadores passam mais tempo à pesca durante as férias. Vão para o Algarve ou para a costa Vicentina, conhecem por lá um velho “lobo do mar”, aqueles velhotes reformados da pesca profissional que andam a ver se apanham uns sargos para vender ao restaurante lá da terra.

Normalmente são homens de poucas palavras, que andam sempre sozinhos, com a sua vara muito comprida de pedra em pedra. Apanham dois ou três sargos junto a uma pedra, andam mais trinta me-tros e apanham mais dois ou três. Sempre agacha-dos, pois no verão normalmente as águas são luzas e eles não querem que os peixes notem a sua presen-ça. E assim vão acompanhando a maré e enchendo o seirão.

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Estes “lobos do mar” usam como isco o carangue-jo verde das pedras (corta camisas) ou teagem. Um pescador menos experiente que até está no mesmo sítio, o dia inteiro, com todos os “melhores“ iscos que comprou na loja de pesca. Que tem canas novinhas, ainda a brilhar, as melhores e mais caras linhas do mercado, carretos topo de gama, alguns deles mais caros que o valor mensal da reforma do velho pesca-dor, mas sem nenhum resultado. Automaticamente olha para o velho e pensa:

‘Eles estão a pegar é no caranguejo!’ ou ‘Eles que-rem é teagem, sem teagem nem vale a pena vir!’

Nada mais errado!Não é por causa do caranguejo, nem é por causa

da teagem, pode haver alguma vantagem, uma vez que o peixe está habituado a comer.

Mas isso não é razão para desistir. Ele usa esses iscos, porque são de graça, apa-

nha-os na maré vazia. A razão de ele estar a apanhar peixe é porque ele sabe pescar, ele sabe o que está a fazer.

Meus amigos, o isco ajuda mas, não faz milagres.Temos que nos mentalizar que na pesca, como

tudo na vida, é preciso aprender. Não nos podemos prender à primeira coisa que vemos ou ouvimos!

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Seja o tal isco,a tal cana, a tal linha o tal pesqueiro e por aí fora. Nada disso vai fazer diferença. A diferen-ça está num conjunto dos factores mais alargado.

Vamos começar por identificar alguns dos erros mais comuns dos pescadores.

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Os erros mais comuns

Primeiro erro

O primeiro erro e o mais grave erro de todos é: Subestimar o peixe.

Como nós não vivemos dentro de água, vivemos num paradigma totalmente diferente e facilmente caímos no erro de subestimar o peixe. Mas, o peixe não é nada, mas mesmo nada burro, o peixe conhe-ce bem as linhas e anzóis, lida com elas desde que nasceu.

Vamos imaginar a seguinte situação:Estamos escondidos, atrás de uma moita, e a vin-

te metros está um bando de pássaros a penicar se-mentes no chão.

- Mas Manel... eu não quero saber de pássaros para nada, eu quero é aprender a pescar!

Calma! Já vão perceber. Se você quiser usar uma cana de pesca para apanhar um pássaro, montar uma chumbada e um anzol iscado, com sementes, e se levantar e atirar a chumbada diretamente para o meio do bando de pássaros o que vai acontecer?…

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Vão todos fugir, claro, e tão depressa não voltam. óbvio!

Então se fizer o mesmo a um cardume de sargos que está abeirado às rochas, a mariscar, porque seria diferente? Não podemos subestimar o peixe! Esse é o principal erro dos pescadores. Subestimar o peixe. Não é porque não vêm as coisas tão claramente fora de água, que os podemos subestimar, ok!

Eu costumo dizer que eles estão a jogar em casa. A vantagem é deles. Os peixes têm os sentidos muito apurados, e na água, seu elemento natural, os sons e vibrações transmitem-se muito mais depressa do que cá fora.

Imaginem quando a pesca está presa no fundo e o pescador está a dar esticões na linha para a partir. Já pensaram nas vibrações que aquilo faz na água?

Uma chumbada de duzentas gramas a cair na água o barulho que faz.

Então teremos que nos tornar mais furtivos, prin-cipalmente quando a água está luza. Quando o mar está mais parado e transparente é muito mais difí-cil pescar, pois qualquer sombra na água, qualquer ruído pode arruinar a nossa jornada, pelo menos na-quele pesqueiro.

Costumo dizer a alguns amigos que vão à pesca em grandes grupos que ainda eles estão a sair do car-ro, já os peixes fugiram assustados.

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Quem nunca ouviu a tão usada frase? “O peixe se tiver que lá ir, vai!”

Pois, mas eles não têm que lá ir! Nós é que temos que os tentar os enganar.

No entanto, o pescador está constantemente a repetir estas frases mas se não mudar, se continuar a pensar assim, nunca vai ser um bom pescador.

Segundo erro

Lançar o mais longe possível!Os peixes mais cobiçados da nossa costa, como

sargos, douradas ou robalos são peixes que, normal-mente, estão sempre junto à costa.

Os sargos e douradas, como marisqueiros que são, gostam de nadar junto às rochas a mariscar, é onde estão os mexilhões, os percebes as lapas, etc...

Eles usam a sua forte dentição para se agarrarem aos mexilhões e a força do mar, com o subir e descer das ondas, a fazer força nos seus corpos ajuda a sol-tar o marisco das pedras.

Chega-se a ver, muito raramente, quando o mar está forte, no meio da rebentação onde a água esta branca da espuma, nas escoas das ondas, os pei-xes a ficarem pendurados, por breves instantes, no

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marisco das pedras! É um espectáculo! É mesmo dig-no de se ver!

Os robalos também gostam de andar nesta zona da rebentação, onde as águas estão mais oxigenadas e onde têm mais probabilidade de caçar um ou ou-tro caranguejo que as ondas trouxeram das pedras ou qualquer peixinho mais desprevenido no meio da espuma.

Então salvo raras exceções, como coroas de areia novas a abeirarem à costa por exemplo, não faz sen-tido lançar longe!

Claro que estamos a falar de pescar no mar e não em rios de águas salobras ou estuários.

Vou dar um exemplo em que este erro está relaci-onado com o primeiro.

Ao lançar para longe estamos a afastar a nossa isca da zona que tem mais vida e que além disso tem

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a espuma, que normalmente chamamos de feição e que trabalha a nosso favor, tanto para nos camuflar como para ser mais fácil enganar o peixe com a nos-sa isca, pois no meio daquela turbulência não tem tanta facilidade em detetar o engano, como acon-tece em águas calmas e luzas. Se o pescador che-ga a um pesqueiro e no primeiro lançamento lança o mais longe possível seja no surf casting, na bóia, pião, chumbadinha, spinning tanto faz e ferra um peixe, o que vai acontecer?

Toda aquela distância, desde o local onde o peixe foi ferrado, até ao local em que estamos vai ser per-corrida por um peixe a debater-se com todas as for-ças e provavelmente a sangrar todo o percurso.

Não será melhor fazer o contrário?Pescar primeiro os peixes mais encostados à costa

e depois os mais distantes? É o que faz sentido para mim.

É muito, muito comum o pescador chegar a um pesqueiro, a uma pedra e da linha de água para bai-xo está cheia de sargos a mariscar e começa a lançar para longe. A chumbada ou bóia ou lá o que for, vai e vem, vai e vem, vai e vem, e no meio daquilo já os peixes fugiram todos.

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Terceiro erro

Pescar demasiado grosso e pesado!Em todos os tipo de pesca, devemos sempre pes-

car o mais fino e leve que for “possível”.Claro que o fino para um tipo de pesca pode ser

uma linha 0,20 mm e para outra pode ser 2 mm.Uma linha mais fina sai melhor do carreto, faz me-

nos atrito na água logo corre menos e o vento pega menos nela o que torna a pesca mais agradável.

Quanto mais luza estiver a água mais fino e leve devemos pescar.

Afinal a pesca é uma armadilha, a ideia é enganar os peixes e como já aprendemos eles não são parvos.

Com certeza ou já ouviram ou ainda vão ouvir um amigo contar uma historia do tipo uma noite estava

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eu à pesca, na minha praia preferida com os amigos a pesca até estava fraca, ainda só tinham saído uns sargotes pequenos. Tínhamos passado toda a noite à pesca.

Já pouco faltava para o amanhecer, e já se notava o cansaço.

Eu estava a pescar com duas canas, e decidi puxar as duas para refazer as iscadas para o último lança-mento da noite.

Puxei a primeira cana e já não tinha isco, fiz uma bela iscada de casulo e pimba lá para dentro o mais longe possível.

Pousei a cana no suporte, ajustei a linha do car-reto e fui ver da segunda cana, nesta ainda tinha um bocado de isco mas não estava em condições, isquei um lingueirão, e lancei-a para mais perto.

Pousei a cana no suporte, estava a ajustar a linha do carreto quando noto logo um pequeno toque ra-pidamente tiro a cana do suportee fico com ela na mão muito atento… sinto mais um pequeno toque, e logo de seguida um puxão mais forte imediatamen-te ferro o peixe e começa a tão adorada luta.

Vi logo que se tratava de um belo peixe deu um grande arranque que me levou uns bons metros de linha, mas logo comecei a recuperar, lentamente ele la vinha vindo de vez em quando sentia as cabeçadas dele tum tum fui puxando, puxando quando estava

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mesmo a chegar à beira da praia veio uma onda mais forte que o empurrou na direção de terra, eu rapida-mente recolhi a linha para a manter esticada quando a onda fez a escoa de volta para o mar o peixe apro-veitou a força da água deu a última cabeçada e par-tiu a linha do anzol.

Foi um grande golpe para mim era um robalo ai para cinco ou seis quilos! (claro os que fogem são sempre os maiores)

Se eu estivesse a pescar com a linha de 0,45 ele não tinha partido mas como estava com o 0,30 partiu!

Nunca mais pesco com menos de 0,45!Agora pergunto eu se ele tivesse a pescar com

uma linha 0,45 mm será que o robalo tinha pegado? Será que se tinha deixado enganar?

A primeira reação é que a culpa foi da linha que era muito fina, mas provavelmente graças à linha ser fina, ele teve a oportunidade de lutar com o peixe se perdeu a luta ao menos teve o prezer de sentir o peixe e lutar com ele!

Tem que praticar mais e ver o que fez de errado e corrigir!

Muitos pescadores me perguntam como podem içar um peixe já mais pesado, com receio que a linha não aguente o seu peso fora de água.

Existem artefactos no mercado para todas as si-tuações como o chalavar, a rabeca, o cesto ou a gata.

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É preferível pescar com uma linha fina ferrar 20 peixes, perder 3 ou 4 e trazer 16 ou 17 e divertir-me à brava,que afinal é o mais importante, do que pescar grosso ferrar um peixe que estava farto de viver, e nesse dia viu uma oportunidade de se matar, e rebo-ca-lo para fora de água.

Que além de não ser nada desportivo, não tem piada.

Quarto erro

Esquecer o objetivo!Pode ver um jogo de futebol muito bom, sem go-

los, mas o objetivo do jogo é marcar golos, o golo é o culminar de todo o trabalho e preparação prévia.

Quando vamos à pesca queremos passar um bom bocado, um bom dia ou uma boa manhã tanto faz, mas o objetivo é apanhar peixe.

Com este erro perdem-se muitas jornadas logo à partida.

Este erro é tão comum que já me aconteceu centenas de vezes amigos pescadores me pedirem uma ajuda ou uma dica para irem à pesca assim que eu começo a tentar ajudar, a maioria já está com desculpas do tipo mas isso fica muito longe ou a essa hora não posso ou está muito frio ou não

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tenho companhia ou a minha cana não serve para isso, etc, etc.

Vou dar exemplos de algumas frases muito co-muns, de quem esquece o objetivo certamente co-nhece algumas.

Estou a usar este isco porque é muito mais fácil de iscar, e aguenta-se melhor no anzol. (O objetivo é apanhar peixe, logo o isco que devemos usar é o que vai resultar melhor e não o mais fácil de usar).

Ficamos já aqui! A pedra é direitinha e até tem uns buracos bons para espetar as canas. (Devemos pes-car onde achamos que está o peixe, e não onde nos dá mais jeito).

A pescar de barco à chumbadinha: porque estás a usar uma chumbada de 100g e não uma de 40g? para chegar lá abaixo mais depressa (mas o objetivo é a chumbada chegar rápido ao fundo? Ou é enganar o peixe!)

Porque não lanças ali para a espuma junto às pe-dras onde o peixe provavelmente está a mariscar?

Para não perder material! Isso faz tanto sentido como colocar uns pára-choques em ferro num carro de formula 1!

É para o caso de bater...

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Quinto erro

O pesqueiro milagroso!Este, não sendo o mais grave é sem dúvida o mais

entranhado nas crenças do pescador, logo o mais di-fícil de mudar.

Eu também já o procurei esse pesqueiro desde a ponta de Sagres, ao norte de Espanha na Galiza, e posso garantir.

Não existe pesqueiro milagroso!O mar todos os dias é diferente, não existem dois

dias iguais. Logo, o pesqueiro que hoje tem condi-ções para se pescar, amanhã pode já não ter.

Por exemplo num pesqueiro com vinte metros de fundo, virado a norte provavelmente tem condições para se pescar com ondas de três ou quatro metros.

Digo provavelmente pois existem muito mais fa-tores que podem influenciar a pesca como o vento a cor da água a temperatura, etc, etc.

Mas vamos supor que tem as condições reunidas para pescar e o peixe até esta lá e com vontade de comer.

É um bom pesqueiro, certo?No dia seguinte se o mar já não esta com os três

ou quatro metros pois caiu para ondas de metro a metro e meio, obviamente o pesqueiro que ontem era bom, hoje já não presta! Pois as ondas de metro a

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metro e meio não são suficientes para naquele pes-queiro que é um pesqueiro muito fundo fazer a tal feição.

Tornar a água branca e oxigenada de modo as nos facilitar enganar os peixes.

A água vai estar muito parada, possibilitando ao peixe ver qualquer engano!

Neste dia teremos que procurar um pesqueiro mais raso, em que o mar (tamanho das ondas) seja o suficiente para que a água fique branquinha e bem oxigenada.

E o contrário também se aplica no pesqueiro que tem condições para pescar com mar de metro, não vai conseguir lá pescar com mar de quatro metros.

Assim, como por exemplo, a movimentação das areias no fundo do mar pode tornar um suposto bom pesqueiro, num pesqueiro totalmente estéril duran-te meses ou anos.

Resumindo não existem pesqueiros que SÃO bons, mas sim dias em que ESTÃO bons e reúnem as condições necessárias para pescar!

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Sexto erro

Não mudar de zona!Este erro está em tudo relacionado com o anteri-

or, pois se não mudam de zona, e o mar todos os dias é diferente essa zona, não pode ter sempre as condi-ções necessárias para pescar!

Quando isso acontece limitam em muito as pro-babilidades de fazer boas pescarias.

Muitas vezes me dizem que o mar ou o tempo não deixam pescar...

Aí eu pergunto…- Então mas não dá porquê?- Porque o mar está muito bravo!- Então e se fores para o "lugar tal"????- Aí não sei, eu não pesco aí….Pois mas eu garanto que existe sempre um lugar

onde se consegue pescar!O pescador que pesca sempre no mesmo local, é

um pescador muito limitado e está sempre condicio-nado às condições do mar.

O bom pescador adaptar-se às condições do mar!

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Material de Pesca

Trabalho à mais de dez anos atrás de um balcão de uma loja de pesca desportiva, o que me deixa à vontade para falar de pescadores.

Foram mais de dez anos todos os dias de manhã à noite a lidar com pescadores! Eu sei bem o que pro-curam e os erros que cometem nas suas jornadas...

O material para a pesca não é mais que materi-al para pesca, mas a grande maioria dos pescadores dedica muito mais atenção e tempo ao material de pesca, do que à arte da pesca em si.

Claro que o material é importante. Tão importan-te como uma bicicleta é para o ciclista ou uma raque-te para o tenista, nada mais!

Mas uma boa bicicleta ou raquete não vão fazer a diferença para quem não está preparado e não tem conhecimento!

Imagine um caçador comprar uma arma topo de gama, ter os melhores fatos os melhores cães, um grande jipe e tudo do melhor pegar naquilo tudo e ir para uma praia à noite caçar coelhos! Isso acontece muito aos pescadores, muitos pescadores passam mais tempo nas lojas de pesca, que à beira mar a praticar.

Se o ciclista não treinar, vai ter bons resultados?

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Não né…Então porque o pescador havia de ter?O mais importante é a prática e saber o que fazer

e como fazer, não adianta andar sempre a comprar a última novidade de cana ou de carreto se não apren-der a pescar!

Então a pesca desportiva que é um desporto ex-tremamente complexo que tem mil e um fatores que influenciam os resultados.

Tudo tem de estar em sintonia para funcionar! É como a receita de um bolo se falta um ingrediente vai estragar tudo, na pesca é igual!

Não adianta ter o melhor material e estar a pescar no local errado, com peso a mais ou com a linha mui-to grossa, etc, etc.

Agora, obviamente que para um pescador bem preparado o material ajuda assim como um ciclista de topo ou um tenista de topo usa o melhor materi-al, o bom pescador deve usar bom material!

Não quero perder muito tempo a falar de materi-al de pesca, pois a variedade é muita e as novidades constantes!

Pois como na vida de um pescador, o material tem o seu tempo necessário, e nada mais.

Aprender a pescar, leva tempo mas é o tempo mais bem passado que temos!

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Manuel Monteiro

É difícil mas afinal é o que mais gostamos de fa-zer e quando os resultados começam a aparecer é maravilhoso!

Um dos grandes obstáculos de quem se quer tor-nar um bom pescador, (diferente de quem só quer passar um bom bocado com os amigos a beber umas cervejas!)! São esses mesmos amigos!

Se quiser começar a ter resultados, tem que se juntar no máximo com mais um amigo, e mais im-portante, que tenha o mesmo objetivo, aprender a pescar!

Caso contrário não vai resultar! Lembra-se que te-mos que ser furtivos na abordagem ao peixe?

Se o companheiro não o for vai estragar tudo! Como neste exemplo o mesmo se aplica a tudo o que foi anteriormente escrito.

Pois como vimos anteriormente é muito fácil es-tragar uma jornada de pesca!

O pescador tem de ter um plano que deve seguir, a não ser que o mar, ou as condições atmosféricas assim o obriguem a mudar, o que acontece muito regularmente.

Não pode mudar o plano por causa do amigo!Pois se já é difícil enganar o peixe...Enganar o peixe e agradar ao amigo é impossível!

A não ser que ambos estejam em sintonia!

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Todos já vimos, ou já ouvimos contar histórias do tipo: Estávamos nós lá à tanto tempo sem apanhar nada chegou lá um pescador e apanhou um monte de peixes nas nossas barbas.

Nunca ninguém viu ou ouviu dizer que apareceu um grupo de pescadores e apanharam todos um monte de peixe…

Se gosta muito daquela pescaria com o grupo de amigos na praia nas noites de verão. Porreiro (eu também)... continue a praticar essa pescaria com os amigos, e noutros dias pode ir tentando outras pes-cas mais produtivas.

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Manuel Monteiro

Pesqueiros

Como já vimos anteriormente não existem pes-queiros milagrosos! Existem sim, pesqueiros que es-tão bons naquele dia ou até naquelas horas.

Mas Manuel, como vou saber se o pesqueiro está bom?

Antigamente era muito difícil perdíamos imenso tempo e tínhamos que contar mais com a sorte.

Com a tecnologia que temos hoje é muito fácil sa-ber as previsões do tempo e do estado do mar.

Em sites com vista do planeta por satélite como o Google Maps ou o Google Earth, podemos ver a fisionomia da costa e a partir daí, cruzando as duas informações escolher um pesqueiro onde provavel-mente poderá estar bom, digo provavelmente pois só estando no local podemos então confirmar se re-almente reúne as condições necessárias para pescar.

Hoje já não existem pesqueiros secretos, por saté-lite podemos ver todas as pedras do pais e do mundo, inclusive os trilhos por onde os pescadores passam.

Mas o ideal é escolher uma zona o mais per-to possível de nossa casa e muito importante conhece-la muito bem, conhecer aquele cantinho que abriga do vento norte! Conhecer aquela parte mais funda que permite pescar com o mar maior!

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Conhecer aquele caneiro em que na maré cheia nos dias de lua peixe aproveita para lá entrar a ma-riscar! etc, etc.

Esse conhecimento vem com a prática e com os anos de pesca.

Mas quando SABEMOS PESCAR não precisamos que ninguém nos diga se o pesqueiro é bom ou não.

Mesmo conhecendo já dezenas ou centenas de pesqueiros, de vez em quando ainda tenho de re-correr as esses sites para descobrir uma pedra para pescar.

A vantagem de conhecer muito bem a zona onde pescamos é que às vezes escolho o pesqueiro pelo Google maps, por exemplo, e quando chego lá,va-mos supor que o mar afinal é pouco e não trabalha o suficiente!

Como conheço bem provavelmente sei logo para onde posso ir pescar ali a umas dezenas ou centenas de metros. Ou muitas vezes volto para trás pego no carro e mudo de pesqueiro!

Se for uma zona totalmente nova como por exem-plo, um português ir pescar para o norte de Espanha, para a Galiza para um pesqueiro que escolheu pelo Google maps (que é como eu faço) e ao chegar lá o pesqueiro ou as condições não corresponderem ao previsto vai ser muito mais difícil ter um plano B, pois não conhecemos a zona!

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Manuel Monteiro

Segurança

A pesca como a maioria dos desportos ligados ao mar acarreta alguns riscos! Para quem pesca das ro-chas esses riscos aumentem substancialmente pois a costa está em constante mutação devido à erosão.

É habitual caírem pedras das falésias, temos que ter muita atenção e cuidado tanto com as pedras que se encontram por cima de nós, como com as pe-dras que estão debaixo dos nossos pés!

Devemos usar calçado que nos ofereça alguma proteção e mais importante, bastante aderência.

Ter o cuidado de levar sempre um telemóvel com a bateria carregada pode salvar vidas!

Ter sempre, em primeiro lugar a nossa segurança pessoal em mente! Às vezes o pescador quando fisga um bom peixe parece que fica cego!

Não vale a pena, peixe há muito, mas vida só te-mos uma! Nunca vá para pesqueiros de difícil acesso, sem antes ganhar muita experiência de estar junto ao mar.

Uma pessoa inexperiente pode por exemplo, ficar encurralada pela maré.

Ao chegar a um pesqueiro, antes de descer deve-mos sempre parar e ver por uns minutos como o mar está a trabalhar, se as pedras estiverem molhadas é

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porque o mar está a chegar lá, o que não quer dizer que se estiverem secas o mar não vai lá!

Resumindo temos que ter o bom senso de desfru-tar deste magnífico desporto sem nos expormos a riscos desnecessários.

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Conclusão

Lembro-me muito bem de que no início quando comecei a pescar, pescava tanto na água doce como no mar, ainda não sabia o que queria, sabia sim que queria aprender o máximo possível.

Um dia fui com o meu irmão à loja de pesca do costume, e disse para o rapaz que lá trabalhava:

- Ó Paulo tens de ver se me vendes uma linha me-lhor, pois nós tivemos a pescar ao fundo numa bar-ragem e as carpas partiram-no, o 0,40 muitas vezes!

O rapaz sempre atencioso e disposto a ajudar, perguntou se eu estava a trabalhar com o Drag (em-braiagem do carreto) muito apertado.

- Mas que Drag? Mas o que é isso? - perguntei eu!- O Drag é este botão aqui por cima da bobine da

linha, e serve para dosear a quantidade de linha que sai na luta com o peixe, impedindo assim que ele consiga a partir a linha!

Envergonhado, respondi:- Pois, pensei que não se podia mexer aí, que des-

manchava o carreto.O que ele me disse foi o seguinte:- Manel não tenhas vergonha, ninguém nasce

ensinado, começaste agora a pescar, quem sabe no

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futuro ainda vais ser um campeão de pesca (ele gos-tava muito e competia na pesca de água doce ).

Pouco tempo depois dediquei-me exclusivamente à pesca de mar!

Nunca me tornei campeão, nem nunca entrei numa única competição de pesca.

A minha competição é comigo mesmo e com os peixes!

Continuo sempre a tentar aprender o máximo possível deste maravilhoso desporto.

E também assim como o Paulo fez comigo, a aju-dar quem me procura!

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