SEIS SIGMA – APLICAÇÃO NA INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA · Anais do 13O Encontro de Iniciação...

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Anais do 13 O  Encontro de Iniciação Científica e Pós-Graduação do ITA – XIII ENCITA / 2007 Instituto Tecnológico de Aeronáutica, São José dos Campos, SP, Brasil, Outubro, 01 a 04, 2007. SEIS SIGMA – APLICAÇÃO NA INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA  Alexandre Barbosa de Menezes Instituto Tecnológico de Aeronáutica - Divisão de Engenharia Mecânica Praça Marechal Eduardo Gomes, 50 – Vila das Acácias. CEP 12228-900 São José dos Campos – SP  –  Brasil Bolsista PIBIC-CNPq [email protected]  Letícia dos Santos Mota Instituto Tecnológico de Aeronáutica - Divisão de Engenharia Mecânica Praça Marechal Eduardo Gomes, 50 – Vila das Acácias. CEP 12228-900 São José dos Campos – SP  –  Brasil Bolsista PIBIC-CNPq [email protected] Victor Fujii Ando Instituto Tecnológico de Aeronáutica - Divisão de Engenharia Mecânica Praça Marechal Eduardo Gomes, 50 – Vila das Acácias. CEP 12228-900 São José dos Campos – SP  –  Brasil Bolsista PIBIC-CNPq [email protected] Mischel Carmen Neyra Belderrain Instituto Tecnológico de Aeronáutica - Divisão de Engenharia Mecânica Praça Marechal Eduardo Gomes, 50 – Vila das Acácias. CEP 12228-900 São José dos Campos – SP  –  Brasil [email protected]  Resumo. No presente artigo será abordado um método de gerenciamento conhecido como Seis Sigma cujo objetivo principal é aumentar a satisfação do cliente com o produto de determinada empresa. A seguir serão definidas as fases em que se baseiam esse método e fornecido um exemplo de sucesso para assegurar a garantia do programa Seis Sigma.  Palavras-chave: seis sigma, indústria automobilística, distribuição normal.  1. Introdução A constante necessidade de crescimento e sobrevivência das empresas tem testado constantemente as práticas gerenciais até o momento. Indubitavelmente, os sistemas de qualidade convencionais geram benefícios. Contudo, a ênfase veemente à detecção de falhas, com a finalidade central da padronização, leva a elevados custos para a baixa qualidade. Esses sistemas preocupam-se com a qualidade e indicadores internos da empresa. Além disso, a busca pelas certificações de qualidade também induz a uma falsa sensação de classe mundial, isto é, a produção com baixos custos, com níveis de falhas mínimos e a competitividade nos mercados internos e externos. Essa busca que tem atraído as organizações para o sistema Seis Sigma, cujo foco é a satisfação do cliente quanto à qualidade da empresa. No final da década de 1980 e começo da década de 1990, os esforços para enfrentar a concorrência nipônica começaram a ter sucesso, tendo como resultado a virada do jogo competitivo a favor dos EUA. Na realidade, constatou- se que a solução para os males gerenciais americanos não estava exatamente nas práticas japonesas, focada na qualidade total. Contudo, o novo sistema de qualidade que emergiu foi o Seis Sigma, após o sucesso obtido pela General Electric (GE). O sistema Seis Sigma expressa um sistema mais amplo em reação às pressões mundiais da qualidade, o que sumariza a resposta americana ao modelo japonês. As particularidades que garantiram ao Seis Sigma um enorme sucesso são as decisões descentralizadas e a delegação de responsabilidades. Um exemplo de motivação e indicação de sucesso do modelo apresentado é descrito em PANDER (2003): Uma equipe Seis Sigma na unidade de iluminação da GE resolveu problemas de faturamento para um de seus clientes preferenciais –  a Wal-Mart –  cortando defeitos e conflitos nas faturas em 98 por cento, acelerando o pagamento e criando uma melhor produtividade para ambas as empresas.”  2. Conceituando o Seis Sigma Antes de conceituar o Seis Sigma, é essencial definir o desvio padrão representado pela  letra grega σ (sigma) que é utilizada para representar a variação ou inconsistência de grupos de dados ou de processos.

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Anais do 13O Encontro de Iniciação Científica e Pós­Graduação do ITA –  XIII ENCITA / 2007Instituto Tecnológico de Aeronáutica, São José dos Campos, SP, Brasil, Outubro, 01 a 04, 2007.

SEIS SIGMA –  APLICAÇÃO NA INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA 

Alexandre Barbosa de MenezesInstituto Tecnológico de Aeronáutica ­ Divisão de Engenharia MecânicaPraça Marechal Eduardo Gomes, 50 –  Vila das Acácias. CEP 12228­900 São José dos Campos – SP  –  BrasilBolsista PIBIC­[email protected]

 Letícia dos Santos MotaInstituto Tecnológico de Aeronáutica ­ Divisão de Engenharia MecânicaPraça Marechal Eduardo Gomes, 50 –  Vila das Acácias. CEP 12228­900 São José dos Campos – SP  –  BrasilBolsista PIBIC­[email protected]

Victor Fujii AndoInstituto Tecnológico de Aeronáutica ­ Divisão de Engenharia MecânicaPraça Marechal Eduardo Gomes, 50 –  Vila das Acácias. CEP 12228­900 São José dos Campos – SP  –  BrasilBolsista PIBIC­[email protected]

Mischel Carmen Neyra BelderrainInstituto Tecnológico de Aeronáutica ­ Divisão de Engenharia MecânicaPraça Marechal Eduardo Gomes, 50 –  Vila das Acácias. CEP 12228­900 São José dos Campos – SP  –  Brasil

[email protected] Resumo.  No presente artigo será abordado um método de gerenciamento conhecido como Seis Sigma cujo objetivo principal  é  aumentar a satisfação do cliente com o produto de determinada empresa. A seguir serão definidas as fases em que se baseiam esse  método e fornecido um exemplo de sucesso para assegurar a garantia do programa Seis Sigma. 

Palavras­chave: seis sigma, indústria automobilística, distribuição normal.   1. Introdução

A constante  necessidade  de crescimento e  sobrevivência das  empresas   tem testado constantemente  as  práticas gerenciais até o momento. Indubitavelmente, os sistemas de qualidade convencionais geram benefícios. Contudo, a ênfase veemente à detecção de falhas, com a finalidade central da padronização, leva a elevados custos para a baixa qualidade. Esses sistemas preocupam­se com a qualidade e indicadores internos da empresa. Além disso, a busca pelas certificações de qualidade também induz a uma falsa sensação de classe mundial, isto é, a produção com baixos custos, com níveis de falhas mínimos e a competitividade nos mercados internos e externos. Essa busca que tem atraído as organizações para o sistema Seis Sigma, cujo foco é a satisfação do cliente quanto à qualidade da empresa.

No final da década de 1980 e começo da década de 1990, os esforços para enfrentar a concorrência nipônica começaram a ter sucesso, tendo como resultado a virada do jogo competitivo a favor dos EUA. Na realidade, constatou­se   que   a   solução   para   os   males   gerenciais   americanos   não   estava   exatamente   nas   práticas   japonesas,   focada   na qualidade total.  Contudo, o novo sistema de qualidade que emergiu foi  o Seis Sigma, após o sucesso obtido pela General Electric  (GE). O sistema Seis Sigma expressa um sistema mais amplo em reação às pressões mundiais da qualidade, o que sumariza a resposta americana ao modelo japonês. As particularidades que garantiram ao Seis Sigma um enorme sucesso são as decisões descentralizadas e a delegação de responsabilidades.

Um exemplo de motivação e indicação de sucesso do modelo apresentado é descrito em PANDER (2003):

“ Uma equipe Seis Sigma na unidade de iluminação da GE resolveu problemas de faturamento para um de seus clientes preferenciais  –  a Wal­Mart –  cortando defeitos e conflitos nas faturas em 98 por cento, acelerando o pagamento e criando uma melhor produtividade para ambas as empresas.”

 2. Conceituando o Seis Sigma

Antes de conceituar o Seis Sigma, é essencial definir o desvio padrão representado pela  letra grega σ (sigma) que é utilizada para representar a variação ou inconsistência de grupos de dados ou de processos.

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Anais do XIII ENCITA 2007, ITA, Outubro, 01­04, 2007, 

­5 ­2.5 0 2.5 5 7.5 100

0.05

0.1

0.15

0.2

   ­5 ­2.5 0 2.5 5 7.5 100

0.05

0.1

0.15

0.2

0.25

0.3

(a) (b)

Figura 1: (a) curva normal com desvio alto e (b) curva normal com desvio menor.

Para tornar essa definição menos abstrata ao ambiente empresarial, o fenômeno de variação seria identificado como os prazos de entrega, temperatura de refeições, tempo de resposta etc. Por exemplo, se uma empresa entrega alimentos e, deseja­se que a temperatura esteja em 50°C e se a média da temperatura de entrega é de exatamente 50°C, não necessariamente o serviço prestado está adequado, visto que para um cliente o alimento pode ter chegado a 80°C e para outro a 20°C, mas ainda assim a média é de 50°C. Isso exemplifica como analisar o desempenho de uma empresa e de seus processos é mais real quando focada em variações em detrimento das médias puramente. O sistema Seis Sigma irá buscar reduções das variações e,  conseqüentemente, o aumento da satisfação do cliente e ganhos significativos de eficiência.

De acordo com PANDER (2003),

“ SEIS SIGMA: Um sistema abrangente e flexível para alcançar, sustentar e maximizar o sucesso empresarial.   Seis   Sigma   é   singularmente   impulsionado   por   uma   estreita   compreensão   das necessidades dos clientes, pelo uso disciplinado de fatos, dados e análise estatística e a atenção diligente à gestão, melhoria e reinvenção dos processos de negócios.”

 2.1. O modelo DMAIC de melhoria Seis Sigma

O modelo DMAIC consiste em um ciclo de melhorias de cinco fases: Definir (Define), Medir (Measure), Analisar (Analyze), Melhorar (Improve) e Controlar (Control). 

A primeira  fase,  Definir   (Define),  consiste  na definição do cliente,  através  da coleta de dados sobre este  e  o desenvolvimento   da   estratégia   “ Voz   do   Cliente” .   Isto   significa,   acompanhar   e   atualizar   as   exigências  do   cliente, atividades dos concorrentes e mudanças no mercado. Também devem se definir suas exigências e o negócio envolvido, assim como os problemas associados à qualidade do processo. A partir disso, estabelecem­se metas para satisfazer as necessidades do cliente.

A segunda fase,  Medir (Measure), é focada na medição do desempenho em relação às exigências e requisitos do cliente. Um primeiro conceito de medição diz que deve­se obter medidas de base de defeitos e identificar oportunidades de   melhorias.  Basicamente,   a   medição   se  dá   em  cinco  etapas:   a)   selecionar   o   que   será  medido;  b)  desenvolver definições operacionais para a medição; c) identificar a fonte de dados; d) preparar um plano de coleta e amostragem e, e) implementar e refinar a medição.

A terceira fase, Analisar (Analyze), versa em selecionar projetos de melhoria e desenvolver raciocínio de projeto, isto é, analisar, desenvolver e implementar soluções focadas no cerne do problema. A partir  dessa análise, deve­se redefinir as exigências.

A quarta fase, Melhorar (Improve), trata dos testes dos projetos de melhoria e padronização das soluções e medição dos resultados. Nesse passo, caso não se atinja os objetivos iniciais, deve­se projetar um novo processo e implementá­lo.

Finalmente, a última fase, Controlar (Control), consiste em estabelecer medidas­padrão para manter o desempenho. Deve­se, também, definir responsabilidades no gerenciamento do processo. Para dar impulso ao Seis Sigma dentro da empresa deve­se corrigir problemas quando necessário, baseando­se nos tópicos anteriores e iterativamente. 

Em suma, seguindo as etapas do Seis Sigma, os benefícios esperados para uma empresa incluem a redução de custos, a melhoria de produtividade, o crescimento de marketshare, a retenção de clientes –  fidelidade –  a redução de tempo de ciclo, a redução de defeitos, a mudança cultural e desenvolvimento de produtos/serviços.

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Anais do XIII ENCITA 2007, ITA, Outubro, 01­04, 2007, 

Figura 2: Métodos e Ferramentas essenciais do Seis Sigma.Fonte: Pander (2003).

3. Exemplificando o Seis Sigma

Primeiramente, vale ressaltar que se optou por analisar um caso real de aplicação do Seis Sigma e acredita­se que uma aplicação real seria mais enriquecedora do que a elaboração de um caso. Utiliza­se­á o exemplo apresentado por Fanucchi (2003), a Corrida Piloto de um projeto automotivo como parte do Processo Global de Desenvolvimento de Veículos da Corporação  General Motors. Este projeto tem os principais objetivos: a) validação dos equipamentos e ferramentas da produção; b) validação do processo de montagem do veículo; c) validação dos sistemas de manuseio de material da planta e d) validação dos sistemas de controle de produção e logística da planta.

A Corrida Piloto teve duração de seis meses e  foi  dividida em duas fases: Fase Piloto 1,  onde são montados veículos  não­vendáveis   e,   a  Fase  Piloto  2,   onde  os  veículos  produzidos  poderão   ser   comercializados.  O  período escolhido para a implemetação da Corrida Piloto foi de janeiro a junho de 2002.

Basicamente, o projeto da Corrida Piloto foi dividido em 5 passos: Passo 1 –  Definição do problema;  Passo 2 –  Ação imediata de contenção; Passo 3 –  Análise imediata de contenção; Passo 4 –  Implementação do plano de ação; e Passo 5 – P roblema solucionado.

Verifica­se que os cinco passos estão de acordo com a metodologia DMAIC já definida anteriormente. A seguir será explicada cada etapa do DMAIC no escopo do projeto Corrida Piloto a fim de ilustrar a validade do modelo Seis Sigma.

3.1. Definir (Define) ­ Definição do Projeto Corrida Piloto

Durante a  Corrida Piloto,   foram  identificados e   reportados,  através  do Sistema dos 5 Passos,  813 problemas. Destes, 619 tiveram suas soluções implementadas e 194 ainda estavam pendentes até o início de julho. Dos 619 que tiveram as soluções implementadas, o tempo médio de implementação destas foi de 52 dias. O tempo médio em que os 194 pendentes estavam abertos era de 80 dias.

Apesar da média de implementação das soluções ter sido de 52 dias, existiram casos de problemas que levaram mais   do  que  150   dias  para   terem suas   soluções   implementadas.  Este   é  um  tempo   muito   longo   se   levarmos  em consideração que a Corrida Piloto durou aproximadamente 6 meses.  O  ideal,  seria,  por  exemplo, que a média de implementação das soluções fosse em torno de 35 a 40 dias e que não hovesse tempo de implementação superior a 90 dias.

Feita esta análise inicial, estabelecem­se metas a serem atingidas: a) redução do prazo médio de implementação de soluções para os problemas identificados na Corrida Piloto de 52 dias para 36 dias. Esta redução representaria uma melhora de 30% no tempo médio de solução de problemas.  b) o estabelecimento de um limite máximo de 90 dias para implementação de soluções para todos os problemas.

Faz parte também desta primeira parte do DMAIC a definição dos clientes que, nesse caso, são os operadores da linha de montagem de veículos, representados pelos seus respectivos supervisores. Estes operadores pertencem às áreas de funilaria, pintura, tapeçaria, mecânica e auditoria. Procura­se, nesta etapa, a definição das necessidades dos clientes através da ferramenta Árvore do que é Crítico para a Qualidade (CPQ/CTQ –  Critical to Quality). Esta ferramenta ajuda a estabelecer, a partir de necessidades genéricas dos clientes, os requisitos mais específicos. A figura 3   apresenta o esquema de árvore CPQ para o caso em análise. 

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Anais do XIII ENCITA 2007, ITA, Outubro, 01­04, 2007, 

Figura 3: Árvore do CPQ para o processo 5 PassosFonte: Fannuchi e Kaminsky (2003)

3.2. Medir (Measure) – M ensuração do Projeto

Como demonstrado na etapa de Definição, de acordo com a árvore CPQ, o requisito mais importante para os clientes do processo dos 5 passos é a “ rapidez na implementação das soluções dos problemas identificados na Corrida Piloto” . Assim, para saber o desempenho do processo atual com relação a este requisito deve­se procurar uma medida que o caracterize.

À medida que melhor quantifica este requisito é o tempo necessário até que a solução de cada problema seja implementada. Vale ressaltar que o tempo, neste caso, não só é uma medida de resultado importante para o cliente do processo, mas também uma medida de eficiência deste.

No banco de dados dos 5 Passos, toda vez que se registra um novo problema, abre­se um novo documento  “ 5 passos”  e é obrigatório preencher um campo com a data em que se detectou o problema. Este é o ponto de início da contagem de tempo de solução deste problema.

Quando a solução do problema já está disponível na planta, o documento “ 5 passos”  é direcionado ao representante de engenharia de Qualidade para que este verifique se a solução está implementada e se é eficaz. Em caso afirmativo, o documento “ 5 passos”  pode ser fechado registrando a data de quando a solução do problema foi implementada. Caso a solução implementada não seja eficaz, o documento “ 5 passos”  não é fechado, mas sim redirecionado à àrea que propôs tal solução para uma nova análise.

A Tabela 1 mostra um resumo dos 813 problemas reportados, incluindo duas colunas onde estão indicadas as datas de abertura e fechamento do documento “ 5 passos”  de cada um dos problemas.  

Tabela 1: Tabela dos cinco passos.Fonte: Fannuchi e Kaminsky (2003)

Área Nº Data de abertura Passo 1 – D escrição do problemaData de 

fechamento (BP)

Tempo para implementação 

da solução (dias)

FUN 12 5/1/2002Dificuldade para aplicar o ponto de 

solda, flange muito pequeno.23/4/02 108

FUN 1 5/1/2002

Dificuldade para posicionar o reforço do painel inferior traseiro no 

dispositivo, devido ao furo oblongo de processo estar invertido na peça (fora 

de desenho).

23/4/02 108

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Anais do XIII ENCITA 2007, ITA, Outubro, 01­04, 2007, 

FUN 11 5/1/2002

Suporte da grade do curvão + painel de serviço, com o furo de fixação do mecanismo apresentando distância 

entre a extremidade da furação com a extremidade da peça, parede 

deficiente.

23/4/02 108

FUN 6 6/1/2002

Dificuldade para fixar o painel dianteiro superior, devido ao 

desalinhamento entre os furos do painel dianteiro superior (93368280 

L/E) e o reforço do painel lateral dianteiro (93392063 L/E). Os furos 

ficam parcialmente obstruídos.

23/4/02 107

FUN 9 7/1/2002

Dificuldade para aplicar os pontos de solda no painel inferior do dash devido 

o flange estar insuficiente entre o painel inferior e o painel superior do 

dash.

23/4/02 106

FUN 15 14/1/2002

Dificuldade para aplicação do ponto de solda devido a marca de punção estar na peça errada Nº 93367932 Assoalho traseiro, quando deveria estar na peça Nº 93367933 Extensão do painel do 

assoalho.

23/4/02 99

FUN 43 21/3/2002

Interferência entre a extensão do painel externo do dash e o reforço da 

estrutura do amortecedor (PN 93319425/ 93298023) Peça “ J” .

27/06/02 98

FUN 18 17/1/2002

Impossibilidade de soldar a Porca gaiola da longarina traseira, devido ao 

funcionamento inoperante do dispositivo de solda. (Dispositivo não 

está instalado).

23/4/02 96

Feito   este   levantamento   dos   problemas,   o   próximo   passo   é   a   determinação   do   sigma   do   processo,   que   é representado pelo cálculo da média aritmética (XM) e do desvio­padrão ( ). Assim XM = (32024/619) = 52 dias   e   σ = 32,6 dias.

Figura 4: Determinação do Sigma do processo

Pode­se considerar este desvio padrão (σ = 32,6 dias) muito alto para o processo em estudo. Se for considerado o limite superior de 90 dias, conforme foi estabelecido anteriormente, da média de 52 dias até este limite, tem­se 1,2 σ. De acordo com a figura 4, o desvio padrão do documento “ 5 Passos”  é de 1,2, pois é esta a distância entre a média da distribuição em questão até que se tenha a insatisfação dos clientes (ECKES, 2001)

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Anais do XIII ENCITA 2007, ITA, Outubro, 01­04, 2007, 

3.3. Analisar (Analize) –  Análise do processo

A primeira etapa desta análise deve ser o detalhamento dos  “ subprocessos”  que consiste na análise das partes principais do processo descrito na etapa de Definição. A Fig.  5 mostra o mapeamento do processo no qual foram identificados os “ subprocessos” . 

Figura 5: Mapa do processo dos 5 PassosFonte: Fannuchi e Kaminsky (2003)

Depois do detalhamento dos principais  “ subprocessos” , a próxima etapa de análise é a classificação de cada um com relação à agregação, ou não, de valor para o cliente.

Para o estudo do processo dos 5 Passos,  a definição de ECKES (2001) com relação à agregação de valor ao processo foi adaptada da seguinte maneira:

1) O passo em questão afeta diretamente a busca da solução do problema;

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Anais do XIII ENCITA 2007, ITA, Outubro, 01­04, 2007, 

2) O passo do processo é, definitivamente, feito da maneira mais eficiente possível;3) A atividade é realizada corretamente logo na primeira vez.

A Tabela 2 apresenta a análise das etapas de cada um dos  “ subprocessos”  com relação à definição apresentada acima.

  Tabela 2: Detalhamento dos “ subprocessos” . Fonte: Fannuchi e Kaminsky (2003)

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Anais do XIII ENCITA 2007, ITA, Outubro, 01­04, 2007, 

Para o desenvolvimento desta  análise será  utilizado o Diagrama de  Causa e Efeito,   também conhecido como Diagrama Espinha de Peixe ou  Diagrama de Ishikawa.

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Anais do XIII ENCITA 2007, ITA, Outubro, 01­04, 2007, 

A Fig. 7 apresenta o referido diagrama para a análise dos motivos da existência de tempos muito altos para a implementação das soluções dos problemas identificados na Corrida Piloto. 

Figura 6: Diagrama de Causa e Efeito. Fonte: Fannuchi e Kaminsky (2003)

A primeira parte do diagrama diz respeito às pessoas. a) A falta de objetividade no endereçamento dos problemas foi um problema notado muitas vezes durante a Corrida Piloto. Problemas que poderiam ser muito críticos, caso não fossem resolvidos antes da data de início de produção do carro, muitas vezes, eram deixados em segundo plano, pois os responsáveis na Engenharia de Qualidade da Planta e dos clientes do processo classificavam outros menos relevantes, como críticos.  Quando se priorizava então aqueles realmente críticos,  percebia­se que se havia perdido um tempo precioso  para  o   encaminhamento  da   solução  do  mesmo.  b)  Os   funcionários   têm um medo excessivo  de   assumir responsabilidades  em  função  da   rígida  estrutura  hierárquica  da  General Motors  Brasil   (GMB),  principalmente  no ambiente planta. Problemas muitas vezes discutidos pelos engenheiros e operadores com soluções encaminhadas foram abortados pois um supervisor não concordava e o subordinado não mantinha a posição antes acordada. c) Falta de experiência dos que trabalhavam neste projeto. Em primeiro lugar, porque os engenheiros que foram selecionados para trabalhar no projeto eram muito novos (em idade) e em função do fato da GM do Brasil nunca ter desenvolvido um veículo inteiro, como foi o caso do projeto em estudo.

O envio apenas semanal do banco de dados dos 5 passos foi outra característica do processo que gerou, em alguns casos, uma demora desnecessária de até 7 dias.  Quando um problema era identificado no sábado, por exemplo, o representante da área fornecedora só iria ficar conhecendo­o na sexta, quando recebia a atualização do banco de dados da respectiva semana. Só então, este endereçava­o ao engenheiro responsável por analisá­lo.

Estas foram apenas algumas das causas para a ineficiência em relação ao tempo do 5 Passos.Para o estudo em questão, foram utilizados os dados atuais disponíveis no banco de dados dos 5 Passos. Dos 619 

fechados  no   sistema,   foram selecionados  os  20% dos  problemas  que   levaram mais   tempo até  que   tivessem suas soluções implementadas, em cada uma das áreas “ clientes” .

O total de itens selecionados foi de 124 e cada um deles foi analisado para se identificar se uma ou mais causas apresentadas na tabela e no diagrama de causa e efeito podeiam ser apontadas como as causas para a  demora na implementação da solução de cada um dos itens.

Algumas causas são evidentes e prejudicaram o andamento do 5 Passos, como por exemplo, a ineficiência dos gráficos de controle no suporte à tomada de decisões por parte dos gerentes. O envio semanal do banco de dados também atrapalhou muito, causando atrasos de até 7 dias para cada passo do processo. A falta de fotos no banco de dados e a falta de um banco de dados único e disponível a todos os envolvidos na identificação e solução dos problemas foi outro fator negativo comum a todos os 5 Passos.

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Anais do XIII ENCITA 2007, ITA, Outubro, 01­04, 2007, 

3.4. Melhorar (Improve) – P ropostas de Melhoria

A  primeira   proposta   de   melhoria   trata   da   criação   de   um   sistema   eletrônico   único   e   disponível   a   todos   os funcionários da empresa envolvidos diretamente no desenvolvimento de um projeto específico. Não se enquadra nesta proposta o abandono da metodologia dos 5 Passos, o que se busca é uma maneira de deixá­lo mais eficiente. O arquivo que dá suporte ao banco de dados seria substituído por um ambiente eletrônico, desenvolvido especialmente para a metodologia.

Este sistema causaria um impacto positivo em muitas das causas para os longos tempos de identificação e solução de problemas. As principais melhorias decorrentes dete novo sistema, focando­se a redução destes tempos, seriam:

A pessoa que identifica o problema seria a responsável pela abertura do documento “ 5 Passos”  no sistema. Não existiria a necessidade de um representante da Engenharia de Qualidade, evitando­se, assim, as eventuais “ distorções”  de informação até que se tenha o problema registrado.

O banco de dados estaria disponível a todos os envolvidos no projeto, contendo todas as informações necessárias para a análise do problema identificado, como fotos, comentárioas do operados que detectou o problema, sugestões dos mesmos, etc.

Quando um documento “ 5 Passos”  fosse erroneamente endereçado, a definição e o acionamento da área correta se daria também, via sistema, quase que automaticamente.

Geração  automática  de  gráficos  e   relatórios  gerenciais  baseados  nos  dados  oficiais  disponíveis  no sistema.  A gerência estaria então bem assessorada para analisar estrategicamente a evolução dos problemas, provendo recursos onde e quando necessários.

Deve­se considerar também que a “ falta de experiência dos engenheiros”  foi uma causa presente em grande parte dos problemas. Os funcionários que participaram no desenvolvimento do projeto trabalharam com a localização de componentes importados e nunca no desenvolvimento de sistemas inteiros.

3.5. Controlar (Control) – C ontrole e Manutenção dos ganhos

A última etapa da metodologia DMAIC é a de controle dos ganhos obtidos com as melhorias propostas na etapa anterior. A etapa de Controle pode acontecer no nível operacional.  Quando se está pronto para controlar as melhorias, é preciso responder a seguinte questão acerca do projeto: a padronização é alta ou baixa ? (ECKES, 2001).

A padronização do processo refere­se à estabilidade de suas estapas, depois que se tiver completado a etapa de Melhoria. No começo de um projeto especialmente em um projeto com alto grau de ineficiência, como é o caso do processo   estudado,   existe  quase   sempre  uma  padronização  baixa.  Porém,  depois  que  o  processo  é  mapeado e   as melhorias implementadas, os passos do processo devem agregar estabilidade em cada uma de suas etapas.(ECKES, 2001).

O segundo elemento para determinar a escolha de seu método de controle é o estado do processamento. Este se refere ao volume de produtos ou serviços gerados por um determinado processo. Dependendo dos aspectos que foram alvos das melhorias, seu processamento pode ficar alto ou baixo. As unidades de medida para determinar o estado do processamento podem ir de um ao infinito. Segundo ECKES (2001), um processamento baixo é  aquele medido como menos de 10 itens produzidos durante o período de um ano de um mesmo processo. Um processamento de nível médio é aquele que produz de 20 a 50 itens / ano e um processamento alto é aquele que gera mais de 50 itens/ano. Segundo este critério definido por ECKES (2001) o processo dos 5 Passos poderia ser classificado como de alto processamento, se for considerado cada problema solucionado como um produto.

O alto processamento, aliado à alta padronização, requer métodos estatísticos de controle. O gráfico de controle e o correspondente Plano de Resposta podem alertar as pessoas com relação às causas especiais da variação, para que as melhorias iniciais sejam mantidas no decorrer do tempo e a melhoria contínua ocorra depois que a equipe do projeto se dissolver. Cabe aqui ressaltar que um Plano de Resposta nada mais é do que um plano que contenha a identificação das mensurações, especificações e alvos do processo, os tipos de controle e as melhorias que estão sendo feitas em curto prazo em cada etapa do processo 5 Passos.

Segue na Fig. 7, o novo mapa do processo dos 5 Passos :

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Anais do XIII ENCITA 2007, ITA, Outubro, 01­04, 2007, 

Figura 7: Novo mapa do processo do documento “ 5 Passos”   Fonte: Fannuchi e Kaminski (2003)

4. Conclusão

Depois de um longo estudo do sistema Seis Sigma, percebemos que a qualidade é somente uma pré­condição para entrar no mercado, mas não reúne os recursos suficientes para garantir o sucesso. Por isso, o sistema Seis Sigma teve 

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Anais do XIII ENCITA 2007, ITA, Outubro, 01­04, 2007, 

êxito onde o Programa de Qualidade Total fracassou. No entanto algumas empresas não obtiveram os bons resultados esperados  pelo  projeto.  No exemplo   abordado,  verifica­se  que  o   sistema  Seis  Sigma e  as  etapas  de  melhoria  da metodologia DMAIC se mostraram um excelente guia para se estudar  o processo dos 5 Passos.  Através delas  foi possível determinar os objetivos a serem alcançados, o tipo de dados mais adequado e a melhor forma de coletá­los, as mensurações necessárias, a análise do mapeamento do processo real, as propostas de melhoria e, por fim, as formas de acompanhamento e controle destas melhorias. 

Vale salientar que o Seis Sigma não é o único método gerencial de sucesso. Existem outros programas como o Sistema Toyota de Produção (bastante fundamentado, dentre outros, no Lean Manufacturing) que também vem obtendo sucesso nas empresas que o adotam. 

5. Referências

Devore, J. L., 2004, “ Probabilidade e Estatística para Engenharia e Ciências” , Ed. Thomson. 

Eckes, G., 2001, “ A Revolução Seis Sigma: o método que levou a GE e outras empresas a transformar processos em lucros” , Rio de Janeiro, Campos.

Liker, J. K., 2005, “ O modelo Toyota” , Ed. Bookman.

Fanucchi,  R.  M.,  Kaminsky,  P.  C.,  2003,   “ Aplicação do seis   sigma e da metodologia DMAIC a  um processo de identificação e solução de problemas durante a corrida piloto de um projeto automotivo” , EPUSP.

Pander, P. S., Neuman, R. P., 2003, “ Estratégia Seis Sigma” , Ed. Qualitymark.