Semana dos Seminários

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SEMANA DOS SEMINÁRIOS 7_14 NOVEMBRO 2010 Seminário, comunidade dos discÍpulos de cristo e irmãos no preSbitério

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SEMANA DOS SEMINÁRIOS7_14 NOVEMBRO 2010

Seminário, comunidadedos discÍpulos de cristoe irmãos no preSbitério

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SEMANA DOS SEMINÁRIOS7_14 NOVEMBRO 2010

DISCÍPULOS

PRESBITÉRIO

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0_Índice

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1 _Oração 2 _Mensagemdo Presidente da CEVM 3_CARTADO PAPA BENTO XVI 4 _PROPOSTA

DE REFLEXÃO 5 _A FORMAÇÃOSACERDOTAL NOS SEMINÁRIOS

DE PORTUGAL 6 _PASSA E CHAMA(Catequese para a Adolescência)

7 _PROCURAM-SE AMIGOS(Catequese para OS Jovens)

8 _Vigília de Oração 9_Propostaspara a Liturgia da Semana

dos Seminários 10_Contactosdos Seminários Diocesanos

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1_oração

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Jesus Cristo,Bom Pastorque dás a vida pelas Tuasovelhas.Tu és o Filho muito amadodo Pai,Tu és o nosso Mestre eSalvador.Faz dos nossos semináriosComunidades de discípulos,Sementeiras de Amor,de serviço e de entregaradicalpelo Teu Reino;sinais de esperança de umfuturo de vida verdadeira,em abundância para todos.Fortalece e ilumina nodiscernimentovocacional os nossosseminaristas;confirma nos dons doEspírito Santoos seus formadores;enche de generosidade e

espírito de serviçoos auxiliares que com elestrabalham.Recompensa e abençoa osbenfeitores,que com a oração e partilhade bens,zelam pela missão;ampara o nosso Bispo e osnossos párocos,para que sejam sempre fiéisao dom do seu sacerdócio;desperta a generosidade e acoragem dos nossos jovenspara Te seguirem e concedeàs nossas famílias o dom deTe proporem como caminho,verdade e vida...Nós Te pedimos porintercessão deNossa Senhora, Tua e nossamãe…

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2_Mensagemdo presidenteda cevm

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entrega

CHAMAMENTO

alegria

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VOCAÇÃO

seminário

TESTEMUNHO

ntrega

AMENTO

sabedoria

legria

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Seminário, comunidade dos discípulos de Cristo e irmãos no presbitério

1_ A alegria da vocação e a graça do mistério

Samuel repousava no templo do Senhor.A lâmpada do Deus não se tinha apagado. O Senhor chamou Samuel. Elerespondeu: “Eis-me aqui”. Samuel pensou que a voz insistente que o chamavano silêncio e no segredo da noite era a voz do sacerdote Eli.Quando compreendeu que era o Senhor, respondeu: “Fala, Senhor; o teu servoescuta” (1 Sam 3, 1-21).

Jeremias vivia em Israel ao tempo da deportação e do exílio dos habitantes deJerusalém.Ele diz-nos como Deus o chamou, consagrou e enviou, como profeta em tempodifícil. Jeremias não escondeu o seu temor nem calou as suas dificuldades:“Ah! Senhor Deus, eu não sei falar, pois ainda sou um jovem”.Respondeu-lhe o Senhor: “Irás onde eu te enviar. Não tenhas medo, Jeremias.Eu estou contigo” (Jer 1, 1-19).

Maria habitava em Nazaré.Diante do mensageiro de Deus que lhe anuncia que ela ia ser a Mãe de Jesus,Maria interroga-se: “Como pode ser isso?”.O Anjo respondeu: “O Espírito Santo virá sobre ti. Por isso Aquele que vai nasceré Santo e será chamado Filho de Deus”.Maria disse então: “Faça-se em mim segundo a tua palavra”(Luc 1, 34-38).

Jesus estava em Cafarnaum.Tinha passado a vigília da noite em oração. Caminhava, nessa manhã, ao longodo Mar da Galileia. Viu homens ocupados e preocupados com a faina da pescae disse-lhes: “Vinde e segui-me. Farei de vós, pescadores de homens. ”E eles deixaram as redes, imediatamente, e seguiram-no (Mt 4, 18-20).

João, depois do baptismo de Jesus, permanecera na margem além do Jordão.Ao ver passar Jesus, disse aos discípulos que estavam com ele: “ Eis o Cordeiro de Deus”.Os discípulos de João ouviram, compreenderam e seguiram Jesus.Jesus voltou-se para eles e disse-lhes: “Que buscais?”

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MENSAGEM DO PRESIDENTE DA CEVM

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“Mestre, onde moras?”, perguntaram eles.“Vinde ver”, respondeu-lhes Jesus.“Eles foram, viram e permaneceram” (Jo 1, 38-40).

Saulo tinha recebido ordens para perseguir os cristãos que viviam em Damasco,na Jordânia.Fez-se ao caminho com decisão e determinação.Era um israelita, descendente de Abraão, convicto e honesto. Subitamente umainesperada visão interrompeu-lhe o caminho. Cegaram-se-lhe os olhos, mas ocoração permaneceu vivo e atento ao diálogo que naquela hora nasceu: “Saulo,Saulo porque me persegues?”“Quem és tu, Senhor?”“Eu sou aquele a quem tu persegues. Ergue-te, entra na cidade e dir-te-ão o quetens a fazer”( Act 9, 4-9).

2_ A Carta do Santo Padre aos seminaristas e a coragemda resposta ao chamamento de Deus

Estes são alguns dos momentos bíblicos que nos falam de vocação.Hoje, é o Santo Padre Bento XVI que escreve uma carta aos seminaristas. Logono início dessa carta conta-nos o diálogo estranho com o seu comandante decompanhia para quem na “nova Alemanha” já não havia lugar nem necessidadepara padres. O medo não o venceu e a afronta do seu superior militar não odesanimou.

Para ele como para cada um de nós, a vocação ao Sacerdócio nasce neste berçode verdade e de coragem; exige liberdade para decidir; implica conversão interior;impõe deixar ocupações de rotina e certezas frágeis; encontra nova bússola aguiar os nossos passos e descobre alto farol a iluminar o caminho de quem querseguir o Senhor.

“Tem sentido tornar-se sacerdote: o mundo tem necessidade de sacerdotes,de pastores hoje, amanhã e sempre enquanto existir”, diz-nos o Santo Padre.É para isso o “Seminário como comunidade que caminha para o serviçosacerdotal”, onde se preparam os futuros sacerdotes, como verdadeiros “homensde Deus” e “mensageiros de Deus, (…) sempre prontos a responder (…) a todoaquele que nos perguntar “a razão” da nossa esperança (1 Ped 3, 15). Adquirira capacidade para dar tais respostas é uma das principais funções dos anos doSeminário”, lembra o Santo Padre aos seminaristas.

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3_ Comunidade de discípulos e irmãos no presbitério

Preparamo-nos para viver, no ritmo do tempo e em data igual aos anos anteriores,a Semana dos Seminários de Portugal.

Da recente visita do Santo Padre ao nosso país e do encontro que com ele tivemosna Igreja da Santíssima Trindade, tem todo o sentido recordar a sua mensagemaos seminaristas: “A vós queridos seminaristas, que já destes o primeiro passopara o sacerdócio e estais a preparar-vos no Seminário maior e nas Casas deFormação Religiosa, O Papa encoraja-vos a serdes conscientes da granderesponsabilidade que ides assumir: examinai bem as intenções e as motivações;dedicai-vos com ânimo forte e espírito generoso à vossa Formação”.

É com este espírito e com igual confiança que olhamos esta Semana dosSeminários como tempo e oportunidade para valorizarmos o trabalho e a missãodos Seminários na formação dos futuros sacerdotes. Serve-nos de lema paraesta Semana o mesmo tema da Semana dos Formadores dos Seminários dePortugal, realizada no passado mês de Setembro, na Diocese de Angra, nosAçores: Seminário, comunidade dos discípulos de Cristo e irmãos no presbitério.

Queremos fazer nossa a mensagem do Santo Padre, dizer uma palavra de muitaalegria e renovada confiança a todos os seminaristas de Portugal e testemunharsentida gratidão a quantos se entregam diariamente com exemplar dedicaçãoe inexcedível generosidade à exigente causa da formação nos nossos Seminários.

Estou consciente e confiante de que aos Seminários nunca faltará a comunhãofraterna e exemplar dos presbitérios diocesanos e religiosos nem a oração, oafecto e a generosidade das comunidades cristãs.

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Temos percorrido, ao longo dos anos, os Seminários de Portugal para que nacolaboração de cada um saibamos contribuir para o bem de todos. Este ano aComissão Episcopal Vocações e Ministérios solicitou ao Seminário Maior deLamego esse contributo que agradecemos e aqui é deixado como subsídio paraa vivência desta Semana nas famílias, nos movimentos apostólicos e nascomunidades cristãs.

A exemplo do Santo Padre, na Carta que escreve aos seminaristas, também aIgreja em Portugal confia “o caminho de preparação para o Sacerdócio à protecçãomaterna de Maria Santíssima, cuja casa foi escola de bem e de graça”.

Aveiro, 18 de Outubro de 2010

+ António Francisco dos SantosBispo de Aveiro,Presidente da Comiss�o Episcopal Voca��es e Minist�rios

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3_CARTADO PAPABENTO XVI

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1_Quem quer tornar-se sacerdote,deve ser sobretudo um «homem deDeus», como o apresenta São Paulo (1Tm 6, 11). Para nós, Deus não é umahipótese remota, não é um

desconhecido que se retirou depois do«big-bang». Deus mostrou-Se em JesusCristo. No rosto de Jesus Cristo, vemoso rosto de Deus. Nas suas palavras,ouvimos o próprio Deus a falar

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CARTA DO PAPA BENTO XvI

Queridos Seminaristas,

Em Dezembro de 1944, quando fui chamado para o serviço militar, o comandantede companhia perguntou a cada um de nós a profissão que sonhava ter no futuro.Respondi que queria tornar-me sacerdote católico. O subtenente replicou: Nessecaso, convém-lhe procurar outra coisa qualquer; na nova Alemanha, já não hánecessidade de padres. Eu sabia que esta «nova Alemanha» estava já no fim eque, depois das enormes devastações causadas por aquela loucura no país, maisdo que nunca haveria necessidade de sacerdotes. Hoje, a situação écompletamente diversa; porém de vários modos, mesmo em nossos dias, muitospensam que o sacerdócio católico não seja uma «profissão» do futuro, antespertenceria já ao passado. Contrariando tais objecções e opiniões, vós, queridosamigos, decidistes-vos a entrar no Seminário, encaminhando-vos assim para oministério sacerdotal na Igreja Católica. E fizestes bem, porque os homenssempre terão necessidade de Deus – mesmo na época do predomínio da técnicano mundo e da globalização –, do Deus que Se mostrou a nós em Jesus Cristo enos reúne na Igreja universal, para aprender, com Ele e por meio d’Ele, a verdadeiravida e manter presentes e tornar eficazes os critérios da verdadeira humanidade.Sempre que o homem deixa de ter a noção de Deus, a vida torna-se vazia; tudoé insuficiente. Depois o homem busca refúgio na alienação ou na violência,ameaça esta que recai cada vez mais sobre a própria juventude. Deus vive; crioucada um de nós e, por conseguinte, conhece a todos. É tão grande que temtempo para as nossas coisas mais insignificantes: «Até os cabelos da vossacabeça estão contados». Deus vive, e precisa de homens que vivam para Elee O levem aos outros. Sim, tem sentido tornar-se sacerdote: o mundo temnecessidade de sacerdotes, de pastores hoje, amanhã e sempre enquanto existir.O Seminário é uma comunidade que caminha para o serviço sacerdotal. Nestaspalavras, disse já algo de muito importante: uma pessoa não se torna sacerdote,sozinha. É necessária a «comunidade dos discípulos», o conjunto daqueles quequerem servir a Igreja de todos. Com esta carta, quero evidenciar – olhandoretrospectivamente também para o meu tempo de Seminário – alguns elementosimportantes para o vosso caminho a fazer nestes anos.

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connosco. Por isso, o elemento maisimportante no caminho para osacerdócio e ao longo de toda a vidasacerdotal é a relação pessoal comDeus em Jesus Cristo. O sacerdote nãoé o administrador de uma associaçãoqualquer, cujo número de membros seprocura manter e aumentar. É omensageiro de Deus no meio doshomens; quer conduzir a Deus, e assimfazer crescer também a verdadeiracomunhão dos homens entre si. Porisso, queridos amigos, é muitoimportante aprenderdes a viver empermanente contacto com Deus.Quando o Senhor fala de «orarsempre», naturalmente não pede paraestarmos continuamente a rezar porpalavras, mas para conservarmossempre o contacto interior com Deus.Exercitar-se neste contacto é o sentidoda nossa oração. Por isso, é importanteque o dia comece e acabe com a oração;que escutemos Deus na leitura daSagrada Escritura; que Lhe digamos osnossos desejos e as nossas esperanças,as nossas alegrias e sofrimentos, osnossos erros e o nosso agradecimentopor cada coisa bela e boa, e que destemodo sempre O tenhamos diante dosnossos olhos como ponto de referênciada nossa vida. Assim tornamo-nossensíveis aos nossos erros eaprendemos a trabalhar para nosmelhorarmos; mas tornamo-nossensíveis também a tudo o que de beloe bom recebemos habitualmente cadadia, e assim cresce a gratidão. E, coma gratidão, cresce a alegria pelo factode que Deus está perto de nós epodemos servi-Lo.

2_ Para nós, Deus não é só umapalavra. Nos sacramentos, dá-Sepessoalmente a nós, através deelementos corporais. O centro danossa relação com Deus e daconfiguração da nossa vida é aEucaristia; celebrá-la com íntimaparticipação e assim encontrar Cristoem pessoa deve ser o centro de todasas nossas jornadas. Para além do mais,São Cipriano interpretou a súplica doEvangelho «o pão nosso de cada dianos dai hoje», dizendo que o pão«nosso», que, como cristãos, podemosreceber na Igreja, é precisamente Jesuseucarístico. Por conseguinte, nareferida súplica do Pai Nosso, pedimosque Ele nos conceda cada dia este pão«nosso»; que o mesmo seja sempre oalimento da nossa vida, que Cristoressuscitado, que Se nos dá naEucaristia, plasme verdadeiramentetoda a nossa vida com o esplendor doseu amor divino. Para uma rectacelebração eucarística, é necessárioaprendermos também a conhecer,compreender e amar a liturgia daIgreja na sua forma concreta. Naliturgia, rezamos com os fiéis de todosos séculos; passado, presente e futuroencontram-se num único grande corode oração. A partir do meu própriocaminho, posso afirmar que éentusiasmante aprender acompreender pouco a pouco comotudo isto foi crescendo, quantaexperiência de fé há na estrutura daliturgia da Missa, quantas gerações aformaram rezando.

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3_ Importante é também osacramento da Penitência. Ensina aolhar-me do ponto de vista de Deus eobriga-me a ser honesto comigomesmo; leva-me à humildade. Uma vezo Cura d’Ars disse: Pensais que nãotem sentido obter a absolvição hoje,sabendo entretanto que amanhã fareisde novo os mesmos pecados. Mas –assim disse ele – o próprio Deus nestemomento esquece os vossos pecadosde amanhã, para vos dar a sua graçahoje. Embora tenhamos de lutarcontinuamente contra os mesmoserros, é importante opor-se aoembrutecimento da alma, àindiferença que se resigna com o factode sermos feitos assim. Na gratacerteza de que Deus me perdoa semprede novo, é importante continuar acaminhar, sem cair em escrúpulos mastambém sem cair na indiferença, quejá não me faria lutar pela santidade eo aperfeiçoamento. E, deixando-meperdoar, aprendo também a perdoaraos outros; reconhecendo a minhamiséria, também me torno maistolerante e compreensivo com asfraquezas do próximo.

4_ Mantende em vós também asensibilidade pela piedade popular,que, apesar de diversa em todas asculturas, é sempre também muitosemelhante, porque, no fim de contas,o coração do homem é o mesmo. Écerto que a piedade popular tende paraa irracionalidade e, às vezes, talvezmesmo para a exterioridade. Noentanto, excluí-la, é completamente

errado. Através dela, a fé entrou nocoração dos homens, tornou-se partedos seus sentimentos, dos seuscostumes, do seu sentir e viver comum.Por isso a piedade popular é um grandepatrimónio da Igreja. A fé fez-se carnee sangue. Seguramente a piedadepopular deve ser sempre purificada,referida ao centro, mas merece a nossaestima; de modo plenamente real, elafaz de nós mesmos «Povo de Deus».

5_ O tempo no Seminário é tambéme sobretudo tempo de estudo. A fécristã possui uma dimensão racionale intelectual, que lhe é essencial. Semtal dimensão, a fé deixaria de ser elamesma. Paulo fala de uma «norma dadoutrina», à qual fomos entregues noBaptismo (Rm 6, 17). Todos vósconheceis a frase de São Pedro,considerada pelos teólogos medievaiscomo a justificação para uma teologiaelaborada racional e cientificamente:«Sempre prontos a responder (…) atodo aquele que vos perguntar “arazão” (logos) da vossa esperança» (1Ped3, 15). Adquirir a capacidade paradar tais respostas é uma das principaisfunções dos anos de Seminário. Tudoo que vos peço insistentemente é isto:Estudai com empenho! Fazei render osanos do estudo! Não vos arrependereis.É certo que muitas vezes as matériasde estudo parecem muito distantes daprática da vida cristã e do serviçopastoral. Mas é completamente erradopôr-se imediatamente e sempre apergunta pragmática: Poderá istoservir-me no futuro? Terá utilidade

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prática, pastoral? É que não se trataapenas de aprender as coisasevidentemente úteis, mas de conhecere compreender a estrutura interna dafé na sua totalidade, de modo que amesma se torne resposta às questõesdos homens, os quais, do ponto devista exterior, mudam de geração emgeração e todavia, no fundo,permanecem os mesmos. Por isso, éimportante ultrapassar as questõesvolúveis do momento para secompreender as questões verdadeirase próprias e, deste modo, percebertambém as respostas comoverdadeiras respostas. É importanteconhecer a fundo e integralmente aSagrada Escritura, na sua unidade deAntigo e Novo Testamento: a formaçãodos textos, a sua peculiaridadeliterária, a gradual composição dosmesmos até se formar o cânon doslivros sagrados, a unidade dinâmicainterior que não se nota à superfície,mas é a única que dá a todos e cadaum dos textos o seu pleno significado.É importante conhecer os Padres e osgrandes Concílios, onde a Igrejaassimilou, reflectindo e acreditando,as afirmações essenciais da Escritura.E poderia continuar assim: aquilo quedesignamos por dogmática é acompreensão dos diversos conteúdosda fé na sua unidade, mais ainda, nasua derradeira simplicidade, pois cadaum dos detalhes, no fim de contas, éapenas explanação da fé no únicoDeus, que Se manifestou e continua amanifestar-Se a nós. Que é importanteconhecer as questões essenciais da

teologia moral e da doutrina socialcatólica, não será preciso que vo-lodiga expressamente. Quão importanteseja hoje a teologia ecuménica,conhecer as várias comunidade cristãs,é evidente; e o mesmo se diga danecessidade duma orientaçãofundamental sobre as grandesreligiões e, não menos importante,sobre a filosofia: a compreensãodaquele indagar e questionar humanoao qual a fé quer dar resposta. Masaprendei também a compreender e –ouso dizer – a amar o direito canónicona sua necessidade intrínseca e nasformas da sua aplicação prática: umasociedade sem direito seria umasociedade desprovida de direitos.O direito é condição do amor. Agoranão quero continuar o elenco, masdizer-vos apenas e uma vez mais: Amaio estudo da teologia e segui-o comdiligente sensibilidade paraancorardes a teologia à comunidadeviva da Igreja, a qual, com a suaautoridade, não é um pólo oposto àciência teológica, mas o seupressuposto. Sem a Igreja que crê, ateologia deixa de ser ela própria etorna-se um conjunto de disciplinasdiversas sem unidade interior.

6_Os anos no Seminário devem sertambém um tempo de maturaçãohumana. Para o sacerdote, que terá deacompanhar os outros ao longo docaminho da vida e até às portas damorte, é importante que ele mesmotenha posto em justo equilíbriocoração e intelecto, razão e

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sentimento, corpo e alma, e que sejahumanamente «íntegro». Por isso, atradição cristã sempre associou às«virtudes teologais» as «virtudescardeais», derivadas da experiênciahumana e da filosofia, e também emgeral a sã tradição ética dahumanidade. Di-lo, de maneira muitoclara, Paulo aos Filipenses: «Quantoao resto, irmãos, tudo o que éverdadeiro, nobre e justo, tudo o queé puro, amável e de boa reputação,tudo o que é virtude e digno de louvor,isto deveis ter no pensamento» (4, 8).Faz parte deste contexto também aintegração da sexualidade no conjuntoda personalidade. A sexualidade é umdom do Criador, mas também umafunção que tem a ver com odesenvolvimento do próprio serhumano. Quando não é integrada napessoa, a sexualidade torna-se banale ao mesmo tempo destrutiva. Vemosisto, hoje, em muitos exemplos danossa sociedade. Recentemente,tivemos de constatar com grandemágoa que sacerdotes desfiguraramo seu ministério, abusandosexualmente de crianças eadolescentes. Em vez de levar aspessoas a uma humanidade madura eservir-lhes de exemplo, com os seusabusos provocaram devastações, pelasquais sentimos profunda pena edesgosto. Por causa de tudo isto, podeter-se levantado em muitos, e talvezmesmo em vós próprios, esta questão:se é bom fazer-se sacerdote, se ocaminho do celibato é sensato comovida humana. Mas o abuso, que há que

reprovar profundamente, não podedesacreditar a missão sacerdotal, quepermanece grande e pura. Graças aDeus, todos conhecemos sacerdotesconvincentes, plasmados pela sua fé,que testemunham que, neste estadoe precisamente na vida celibatária, épossível chegar a uma humanidadeautêntica, pura e madura. Entretantoo sucedido deve tornar-nos maisvigilantes e solícitos, levandoprecisamente a interrogarmo-noscuidadosamente a nós mesmos diantede Deus ao longo do caminho rumo aosacerdócio, para compreender se esteconstitui a sua vontade para mim. Éfunção dos padres confessores e dosvossos superiores acompanhar-vos eajudar-vos neste percurso dediscernimento. É um elementoessencial do vosso caminho praticaras virtudes humanas fundamentais,mantendo o olhar fixo em Deus queSe manifestou em Cristo, e deixar-seincessantemente purificar por Ele.

7_ Hoje os princípios da vocaçãosacerdotal são mais variados edistintos do que nos anos passados.Muitas vezes a decisão para osacerdócio desponta nas experiênciasde uma profissão secular já assumida.Frequentemente cresce nascomunidades, especialmente nosmovimentos, que favorecem umencontro comunitário com Cristo e asua Igreja, uma experiência espirituale a alegria no serviço da fé. A decisãoamadurece também em encontrosmuito pessoais com a grandeza e a

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miséria do ser humano. Deste modoos candidatos ao sacerdócio vivemmuitas vezes em continentesespirituais completamente diversos;poderá ser difícil reconhecer oselementos comuns do futuro mandatoe do seu itinerário espiritual. Por issomesmo, o Seminário é importantecomo comunidade em caminho queestá acima das várias formas deespiritualidade. Os movimentos sãouma realidade magnífica; sabeisquanto os aprecio e amo como domdo Espírito Santo à Igreja. Mas devemser avaliados segundo o modo comotodos se abrem à realidade católicacomum, à vida da única e comumIgreja de Cristo que permanece umasó em toda a sua variedade.O Seminário é o período em queaprendeis um com o outro e um dooutro. Na convivência, por vezes talvezdifícil, deveis aprender a generosidadee a tolerância não só suportando-vosmutuamente, mas tambémenriquecendo-vos um ao outro, demodo que cada um possa contribuircom os seus dotes peculiares para oconjunto, enquanto todos servem amesma Igreja, o mesmo Senhor.

Esta escola da tolerância, antes doaceitar-se e compreender-se naunidade do Corpo de Cristo, faz partedos elementos importantes dos anosde Seminário.

Queridos seminaristas! Com estaslinhas, quis mostrar-vos quanto pensoem vós precisamente nestes temposdifíceis e quanto estou unido convoscona oração. Rezai também por mim,para que possa desempenhar bem omeu serviço, enquanto o Senhorquiser. Confio o vosso caminho depreparação para o sacerdócio àprotecção materna de Maria Santíssima,cuja casa foi escola de bem e de graça.A todos vos abençoe Deus omnipotentePai, Filho e Espírito Santo.

Vaticano, 18 de Outubro – Festa de SãoLucas, Evangelista – do ano 2010.

Vosso no SenhorBENEDICTUS PP XVI

Copyright 2010Libreria Editrice Vaticana

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4_propostaDE reflexão

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PROPOSTA DE REFLEXÃO

Promover as Vocações, prioridade presbiteral INADIÁVEL1

Juan María Uriarte2

Introdução:

Desenvolverei a minha reflexão em quatro etapas consecutivas. Exporei emprimeiro lugar, algumas atitudes mentais e vitais frequentes entre os sacerdotesdiante da missão de promover as diversas vocações. Formularei num segundomomento as razões eclesiológicas que constituem o fundamento desta missão.Enumerarei em seguida algumas opções e tarefas evangélicas e pastoraisnecessárias para levá-la à prática. Tentarei, por fim, retirar algumas liçõespráticas que decorrem dos critérios teológicos e pastorais expostos e daexperiência adquirida até agora.

Venho de um país que está a sofrer um inverno vocacional bastante duro. Nãome será possível escapar á influência desta situação preocupante durante aminha conferência. Talvez não seja o caso de todos os países e igrejas aquirepresentadas. Muito me alegrarei com esta boa notícia. Em qualquer caso“a pastoral vocacional constitui (sempre) o ministério mais difícil e delicado”(“Novas vocações para uma nova Europa”, n.6).

Estou consciente de que o conceito de vocação é muito mais amplo que a vocaçãosacerdotal e religiosa. De facto, a vocação laical e matrimonial é também real,valiosa e necessária. Vou referir-me às vocações de especial consagração.Hoje elas parecem-me as mais necessitadas de apoio.

1 Conferência proferida no último Congresso Europeu das Vocações em Estergom (Hungria), 3 de Julhode 2010 - http://www.vocations.eu/2 Bispo Emérito de San Sebastian, Espanha

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I_ ALGUMAS Notas sobre a posição dos presbíteros dianteda Pastoral Vocacional

A escassez de vocações sacerdotais e religiosas provoca, geralmente um estadoanímico de profunda preocupação. Por causa dela, alguns ocupam-se maisactivamente que no passado em suscitá-las, convencidos da sua necessidadeimprescindível para o futuro da Igreja. Outros, conscientes das enormesdificuldades sociais e culturais para o surgimento de tais vocações, colocamconfiadamente nas mãos do Senhor da Igreja e da história, o futuro das suascomunidades paroquiais e diocesanas. Há alguns que, dada a situação, optampor suscitar e formar vocações laicais. Há também entre os nossos presbíterosaqueles que argumentam que esforçar-se hoje em cultivar as vocações aoministério sacerdotal e à vida religiosa, é expressão de um terreno propício aovoluntarismo pouco esclarecido e um apego excessivo a velhos esquemas dopassado. O desânimo e a nostalgia estão bastante estendidos.

As dificuldades com a promoção vocacional são propícias a que surjam comfrequência reservas mentais ou resistências vitais que tem sentido descrever.Estas reservas e resistências traduzem-se e reflectem-se na maneira de formularaos jovens a nossa proposta vocacional. Tais atitudes não são nem gerais, nemtalvez as mais frequentes. Mas também não são nem excepcionais nemirrelevantes.

1_Reservas mentais

A) Alguns sacerdotes pensam que não se pode honestamente fazer-se a alguémuma proposta vocacional antes da idade juvenil. Pensam que a inclinação precocede alguns jovens para o sacerdócio carece de significado e é suspeita. Acreditamque a proposta vocacional feita em idades mais baixas é um condicionamentoindevido para um psiquismo ainda frágil. Esquecem-se que uma coisa é fazer umaproposta cedo e outra é a tomada da decisão que deve acontecer mais tarde.Também ignoram que os condicionamentos sociais que dificultam às gerações maisjovens, o surgimento da inquietação vocacional, são hoje muito poderosos.

B) Muitos pensam de forma quase espontânea, mas sem rigor teológico, que,as crianças e os adolescentes são “leigos em gestação”. Por conseguinte,a formação, os testemunhos e os padrões de comportamento que lhes oferecemos

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são exclusivamente orientados à vida laical. Contudo, as crianças e osadolescentes não são leigos em gestação, mas “cristãos em gestação”, abertosà partida, a uma gama de diferentes vocações.

C) Um projecto muito determinado sobre um jovem apto para a vida sacerdotalou religiosa, pode ser e é muitas vezes um quadro demasiadamente estreito.Grande parte dos candidatos reais não se ajusta a esse projecto. As vocaçõesreais são como são, não como desejaríamos que fossem. Os esquemas rígidospodem dificultar a pastoral vocacional.

D) Para bastantes sacerdotes o alarme existente pelo declínio das vocações nãose justifica ou pelo menos é desproporcionado. Questionam mesmo se não serámais uma graça que uma desgraça, uma vez que nos obriga a transferir para osleigos responsabilidades. Mas não valorizam suficientemente que os sacerdotespertencem à estrutura da Igreja e constituem um princípio estruturante dascomunidades cristãs. Eles são, portanto, um bem necessário. A falta de um bemnecessário não é uma situação de graça. Embora seja verdade que no coraçãodesta escassez o Espírito nos queira dizer alguma coisa.

2_ Resistências vitais

São de carácter afectivo. O seu componente básico é o medo.

A) O medo em provocar estranheza nos jovens a quem fazemos a proposta. Talproposta surpreende-os e desconcerta-os frequentemente, pelo menos numaprimeira abordagem. Por um reflexo defensivo, os jovens podem fugir de quem lhesformula a questão vocacional. O medo de que isto aconteça pode retrair o sacerdote.No entanto, para muitos que hoje são sacerdotes ou religiosos foi surpreendente,mas decisivo que alguém tenha tido a coragem de lhe fazer a proposta vocacional.

B) O medo de parecer proselitista diante dos pais e o de ser rotulado por elespor pressionar as crianças. Os pais, mesmo cristãos convictos, têm outrasexpectativas a respeito dos seus filhos. Nestas circunstâncias, é necessáriaalguma coragem profética para propor uma vocação consagrada.

C) O medo de orientar um jovem por um caminho que exige muito sacrifício e,hoje, com pouco reconhecimento social. Quando um presbítero olha a sua história

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pessoal numa chave de sofrimento, sente-se constrangido em propor a um jovemeste caminho como via de realização e felicidade.

D) O medo de não estar suficientemente preparado para chamar e acompanharos jovens no discernimento da sua vocação. A tarefa é delicada e requer umacerta “especialização” que muitos sacerdotes acreditam que não possuem.

3_ A proposta vocacional

A) A proposta feita aos jovens pode pecar por ser insuficiente. Em princípio,todos os jovens cristãos devem receber um convite para descobrir e seguir ocaminho de vida ao qual Deus os chama. Eles são “pessoas únicas e irrepetíveis”,com uma vocação concreta (DC 40). Se um jovem revela um carácter bom edesperto, bondade de coração, uma certa sensibilidade religiosa, uma atitudede serviço, deve receber um convite para pensar nisso. Hoje, em tempos deescassez de uma vocação vital na Igreja, um jovem assumidamente crente deveinterrogar-se com seriedade, pelo menos uma vez na vida, se o Senhor não ochama a este modo concreto de ser cristão: ser sacerdote ou religioso.

Alguns jovens à partida aptos, recebem de nós esta proposta. Muitos não arecebem de nós nem de ninguém. As sondagens vocacionais revelam umapercentagem não insignificante de jovens que em algum momento da sua vidasentiram o convite interior a refletir sobre a questão; mas, por timidez, por faltade palavras para expressar o que sentem, por falta de um crente próximo e comcapacidade em quem possam confiar... esses possíveis chamamentos por faltade interlocutores não se formularam e perderam-se lamentavelmente.

B) A proposta nem sempre se faz no tempo oportuno. Frequentemente é tardia.Hoje, em muitos ambientes, a abertura a uma alternativa vocacional aparecefechada desde muito cedo na vida de um jovem. O risco de influir de formaabusiva e prematura sobre a mentalidade dos pré-adolescentes e adolescentesé hoje muito reduzido. Propor-lhes a vocação sacerdotal ou religiosa não é umataque à sua liberdade. Antes pelo contrário, promove-a. É um contraponto àinfluência do ambiente, que em determinadas idades, é quase determinante.Por medo de chegar demasiado cedo, poderemos chegar tarde demais.

C) A proposta é, muitas vezes, medíocre, insegura. A tentação de pôr em saldoo convite vocacional reduzindo-o a uma vocação social de serviço ou a uma

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missão artificiosamente com traços heróicos, não é de todo inusitada. Só aspropostas claras e altas despertam no jovem o melhor de si mesmo pela acçãodo Espírito. Só por amor ao Senhor um jovem embarca numa opção vocacional.

D) A proposta pode ser pouco interpeladora, um pouco à imagem do que acontececom a apresentação de um produto de mercado que se oferece “apenas porquepode interessar”, sem revelar a sua importância nem a seriedade diante daquestão vocacional. Jesus não chamava assim. Nós confundimos a proposta,que deve ser clara e motivadora para que valha pensar nela, e a decisão positivaou negativa, que merece todo o nosso respeito. Mas não podemos transformara interpelação num simples convite “lançado, a ver se cola”, nem pedircomplexadamente desculpas aos destinatários por fazer tal proposta.

“É chegado o tempo de falar corajosamente da vida sacerdotal como um valorinestimável e como forma esplêndida e privilegiada de vida cristã.” (PDV, 39)

II_ Razões eclesiológicas desta prioridade pastoral:

A necessidade de presbíteros é vital para a Igreja. Uma Igreja sem vida consagradaempobrecer-se-ia enormemente. A falta de vocações sacerdotais e consagradasem quase toda a Europa é alarmante. A conclusão é imediata: a dedicação dossacerdotes a suscitar e cultivar estas vocações é claramente prioritária.Explícitemos brevemente o fundo teológico desta declaração.

1_ O ministério sacerdotal assegura à Igreja “serviçosbásicos”

A missão da Igreja consiste em adorar a Deus, viver em comunhão fraterna,anunciar Jesus Cristo com palavras e obras e servir a sociedade, especialmenteos pobres.

Jesus Cristo, Pastor, capacita continuamente a sua Igreja para que se consagrea esta quádrupla missão. Ele não é o seu fundador defunto, mas o seu pastorvivo. A dependência da Igreja por relação a Ele é como a de um rio por relaçãoà fonte que o alimenta constantemente. Jesus Cristo oferece-lhe os serviçosbásicos da Palavra, a Eucaristia, os outros sacramentos, o guia que a orienta e

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a força que a congrega. Alimentada por esses serviços pode a comunidade cristãrealizar as quatro tarefas acima referenciadas. Orientada por elas, a comunidadeestá preparada para que o Espírito Santo semeie nela uma multiplicidade decarismas que enriquecem a Igreja e oferecem ao mundo serviços de valorinestimável. Entre estes carismas é especialmente relevante a vida religiosa.

Jesus Cristo, Pastor, realiza a sua missão, respeitando e seguindo a lei daEncarnação: por meio de sinais que O tornam presente, visível e operante.Os ministros ordenados são este sinal autorizado e sacramental de Jesus Cristo,Pastor: oferecem a Palavra de Deus, presidem à Eucaristia, guiam e congregama comunidade.

Não são tudo na Igreja. Eles desenvolvem uma espécie de serviço de intendênciaque capacita a comunidade cristã para que esta possa dedicar-se ao que lhe épróprio: a adoração, a fraternidade, o anúncio, o serviço.

Se esses serviços básicos faltassem, a Igreja definharia irremediavelmente.Os carismas (entre eles o carisma religioso) não poderiam florescer.Consequentemente é evidente que a promoção das vocações, especialmente asacerdotal e também a religiosa, há-de ser uma tarefa prioritária a que todos ospresbíteros, sejam seculares ou religiosos, têm que dedicar especialmente osseus esforços. “É esta uma função que faz parte da própria missão sacerdotal”(PDV 41).

2_ O ministério sacerdotal e a sua missão FACE Aoscarismas

A nossa Igreja é ao mesmo tempo ministerial e carismática. Sem ministériosacerdotal não há serviços básicos. Sem a riqueza e a variedade dos carismasnão há riqueza de vida na comunidade cristã. É verdade que o ministério sacerdotalé também um carisma permanente recebido na ordenação. Não é um carismacomo os outros, mas um carisma especial ao serviço de outros carismas. Setodos eles convertem o vocacionado em servidor, o carisma sacerdotal converte--nos em servidores de servidores.

Em que consiste este serviço? Em primeiro lugar, em descobrir no interior doscrentes, isto é, em despertar neles o potencial de serviço eclesial e socialadormecido e congelado, semeado pelo Espírito. Corresponde ao presbítero ser“ministro da inquietude” e sustentar os servidores quando estes são tentados

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pelo desânimo ou o cansaço. Em segundo lugar, ao sacerdote correspondediscernir se tais carismas procedem de verdade do Espírito e, nesse caso, ajudá--los a purificar-se de possíveis adesões que não são do Espírito (rigorismo, orgulho,sectarismo, profetismo desencarnado). Podá-los, para que tenham e dêem maisvida. Em terceiro lugar, harmonizá-los para que convirjam entre si e sejam sinal daunidade e diversidade da Igreja. A missão presbiteral é a de “director de coro” quearticula e reúne, sem homogeneizar as vozes e as cordas de timbre diferente.

Sem o serviço fundamental do ministério sacerdotal a Igreja não atingiria a“temperatura carismática” para que o Espírito semeasse nela os seus carismas.Por esta razão, o ministério ordenado é um “carisma originário”. Sem o seuefectivo serviço os carismas careceriam do elemento coordenador e regulador(cf. PDV 26) que garanta a sua unidade e fecundidade. Por esta razão, o documentodicasterial “Novas vocações para uma nova Europa” que destaca a importânciade todas as vocações especiais, enfatiza a necessidade de vocações sacerdotais(n. 22). O ministério sacerdotal implica “o imprescindível dever de promovertodas as vocações […] o ministério ordenado [é] para todas as vocações, e todasas vocações [são] para o ministério ordenado, na reciprocidade da comunhão”(ibidem).

Cultivar, portanto, todos os carismas, especialmente os religiosos e,especificamente, o carisma sacerdotal é, nestes tempos de escassez, não sócoerente com a missão presbiteral, mas necessária e urgente.

3_ O ministério sacerdotal e o sacerdócio comum dosbaptizados

O Novo Testamento afirma que a Igreja é um organismo sacerdotal (1Pe. 2, 4-5) eque todos os baptizados somos sacerdotes (Ap 1, 5-6). Trata-se de um sacerdócioexistencial. Por outras palavras: a nossa existência vivida no amor a Deus e aosirmãos é a oferenda que fazemos ao Pai, unidos a Cristo. Ao entregá-la exercemoso nosso sacerdócio comum. O exercício máximo deste sacerdócio é a participaçãona Eucaristia. Nela fazemos a oferta de toda a nossa vida. O sacerdócio especialdos bispos e presbíteros está ao serviço do sacerdócio comum. Visa estimular eavivar em todos os cristãos tal sacerdócio, oferecendo-lhes luz, a companhia e otestemunho que precisam para exercê-lo. “A sua figura e o seu papel na Igreja nãosubstitui, mas antes promovem o sacerdócio baptismal de todo o Povo de Deus,conduzindo-o à sua plena actuação eclesial, encontrando-se numa relação positivae promotora com os leigos. Eles estão ao serviço da fé, esperança e caridade destes”(PDV 17).

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A imensa multidão de vocações laicais fica desprovida do seu catalisador necessáriose lhe falta o serviço sacerdotal e o testemunho sacerdotal. Analogamente, muitasvocações laicas recebem grandes apoios formativos e testemunhais de várioscarismas religiosos. A saúde integral do povo cristão depende, portanto, em grandemedida, da qualidade e do número suficiente de vocações sacerdotais e religiosas.

4_ O ministério sacerdotal e O seu “dinAMISMO REPRODUTOR”

“Nada é mais lógico e coerente do que uma vocação que gera outras vocações”(Novas vocações... n º 6). Todo o ser vivo tem um dinamismo reprodutor queassegura a conservação da espécie. Dentro da Igreja, o ministério sacerdotalleva “nos seus genes” esse mesmo dinamismo. É o Espírito que suscita vocações.Mas o presbítero colabora com o Espírito na concepção e geração de todas asvocações especiais e, muito particularmente, das vocações sacerdotais. Umpresbítero deve procurar com afinco e oração perpetuar-se em novos sacerdotessuscitados pelo seu ministério. Há no carisma sacerdotal um movimento depaternidade que se condensa especialmente nas vocações presbiterais que,sempre sob a acção do Espírito, geram na Igreja e para a Igreja.

III_ Atitudes e tarefas necessárias para a promoçãovocacional

1_ Atitudes

A primeira consiste em assumir teórica e praticamente a prioridade desta tarefa sobremuitas outras do seu ministério. A nossa actividade pastoral deve ser devidamentehierarquizada. E aí, a promoção vocacional há-de ocupar as primeiras posições. Nãobasta argumentar que estamos muito ocupados com outras tarefas importantes. Namedida em que sejamos capazes, a actividade vocacional (propor, convidar, acompanhar)deve entrar no nosso programa de trabalho e ser avaliada periodicamente.

A (alta) qualidade do nosso testemunho do Evangelho é outra das atitudesnecessárias. Alguns especialistas dizem que a capacidade simbólica (a de percebere deixar-se afectar e mobilizar pelos sinais) está muito diminuída na nossasociedade. Pode ser que tenham razão. Mas se os sinais são de alta qualidade,continuam a ser interpeladores e mobilizadores. Uma Teresa de Calcutá,

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um Mons. Romero, uma freira do Ruanda ou da Argélia interpelam de verdade.Um sacerdote entregue de corpo e alma, pobre e orante, chama com a sua vidae cria inquietações saudáveis nos seus paroquianos. “O testemunho suscitavocações” (Bento XVI).

A alegria de uma vida sacerdotal surpreende e faz-nos pensar os jovens à nossavolta. Não tem porque coincidir com a jovialidade ou a juvenilidade de certostemperamentos presbiterais. A alegria é outra coisa. É sentir-se bem na suapele. É viver centrado na sua missão. É a capacidade de encaixar“desportivamente” as dificuldades e contratempos. Ela leva-nos a perceber olado positivo das pessoas e da vida. Ela torna-nos imunes ao desânimo. Torna--nos aptos para comunicar a vontade de viver. Ela possui a virtude de despertarnas pessoas o melhor de si mesmas e atenuar o pior que levam dentro de si.

A proximidade aos jovens é também uma atitude imprescindível. Consiste emprimeiro lugar no trato frequente e familiar com os jovens. Aí comunica-semuitas vezes por osmose o próprio projecto de vida. Aí dá-se o processo deidentificação, inerente ao nascimento de uma vocação. Não estamos muitossacerdotes demasiado “ocupados” para “perder tempo” com os jovens? Alémdisso, a proximidade consiste numa atitude basicamente positiva diante dasgerações jovens, sem esquecer as suas grandes lacunas, não adopta diante delesuma posição de suspeita e estranheza e, mais importante ainda, ama-os. ComJoão Paulo II notava-se bem que amava os jovens.

Junto com o amor, é necessária a esperança. Todo o primeiro capítulo da minhaconferência reflectiu sobre a provação a que está submetida hoje a esperançado sacerdote na área vocacional. O surgimento e a estabilidade das vocaçõessão precários. A nossa esperança poderia soçobrar se não aprofundamos aconvicção de que Deus não pode negar à sua Igreja o que lhe é necessário, e seao mesmo tempo não alimentamos esta convicção por meio da oração continuadapelas vocações. “O Espírito Santo não cessa de chamar os filhos desta Igreja ase fazerem anunciadores da mensagem de salvação em todas as partes domundo” (Novas vocações… n º 1).

A própria dificuldade e delicadeza desta pastoral há-de ser um estímulo parauma melhor preparação. A mensagem da Escritura, a teologia e a psicologiavocacional, a espiritualidade própria dos chamados e dos que chamam hão-deser assimilados pelos presbíteros que se animem a desempenhar decididamenteeste importante ministério.

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Quando essas atitudes tomam corpo no trato do sacerdote ou de uma religiosaeducadora, na proximidade aos jovens crentes, estes confiam-lhes a sua intimidade,os seus projectos, os seus medos, problemas familiares, afectivos, sexuais, religiosos.A experiência de ser confortado, consolado e iluminado pelo sacerdote é uma ocasiãoúnica para que este jovem experimente na sua carne o valor de uma vida consagradaao ministério ou à educação. Acontece então algo que a psicologia evolutiva conhecebem. Como o amor recebido dos pais vai tornando uma criança sujeito activo, capazde amar, o serviço generoso recebido do sacerdote ou religioso desperta em algunsdeles um movimento de identificação, pelo que se questionam se o seu caminhonão consistirá em oferecer a outros este mesmo serviço.

2_ Tarefas

Sensibilizar a comunidade paroquial sobre a necessidade de sacerdotes e de outrasvocações de especial consagração e suscitar o desejo activo de que nela nasçamtais vocações, é tarefa própria de um sacerdote lúcido e motivado nesta importanteárea. A pregação, o dia de oração pelas vocações, o tratamento deste assunto noConselho Pastoral são meios adequados. Uma comunidade paroquial desenvolvidadeve ter uma equipa de vocações no seu seio. Às vezes, o Conselho Pastoral atreve-se a desafiar alguns jovens ou adultos aptos que se coloquem na primeira pessoaa questão vocacional.

Os pais destes jovens precisam da proximidade do sacerdote. Para dissipar os medos epreconceitos. Para estimular o respeito à inclinação do rapaz ou rapariga. Para lhes lembrara responsabilidade que têm, como crentes, de apoiar e não atrapalhar as opções do seufilho. Para denunciar com suave firmeza o instinto de protecção inadequada ou asambições que se foram forjando sobre o futuro dos seus filhos.

Nos catequistas e professores de religião o sacerdote deve semear a inquietação porfavorecer o surgimento destas vocações especiais, nomeadamente a vocação ao ministério.Para que esta inquietude seja lúcida, será necessário proporcionar--lhes sessões dementalização, sensibilização e formação acerca do mundo vocacional.

Terá sempre especial relevo o convite directo a jovens ou adultos que apresentemsinais de aptidão humana e religiosa, bem como convite geral a todos nos espaçoscatequéticos ou académicos. Se se mostram dispostos a um discernimento serápreciso acompanhá-los. Se se retraem, será bom que gentilmente lhes perguntemoso porquê e os ajudemos a identificar as suas resistências e os seus medos.Naturalmente um convite deste tipo supõe uma condição prévia, uma proximidaderecíproca entre o sacerdote e os destinatários do chamamento.

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IV_ Alguns FACTOS DE QUE DEVEMOS TIRAR LIÇÕES

Ao chegar a este momento, há uma questão muito viva que não devemos ignorar:a par do inverno vocacional na Europa Ocidental há espaços eclesiais em quesurgem vocações relativamente numerosas. A nossa reacção espontânea éfortemente crítica diante das propostas que se formulam em tais espaços.Dizemos que forçam os jovens, os isolam, criam gerações “contra a corrente”,que agregam rapazes e raparigas pouco equilibrados...É possível que, pelo menos nalgum destes grupos tenha certo fundamento acrítica agora formulada. Mas com essa crítica não percebemos o problema, seisso não nos levar a uma auto-crítica. Pode ser que essas práticas talvezdesfocadas, cultivem, à sua maneira, alguns aspectos que podemos estar adescuidar na nossa pastoral vocacional. Vejamo-lo com algum detalhe.

1_A iniciação dos jovens à oração

Não me refiro às experiências de intimidade compartilhada e emotiva em quese gera um ambiente em que “se está bem” uns com os outros. Nem de sessõesexcessivamente intensas, longas e prematuras que são uma péssima pedagogiapara preparar a oração adulta e contínua de amanhã. Refiro-me a essa oraçãoindividual e compartilhada, na qual Deus que simplesmente me atrai se convertepara mim num Deus que atrai e interpela.

Ensinar os jovens cristãos a rezar é fundamental para suscitar vocações. Ajudá--los a introduzir a oração diária ou frequente no seu projecto de vida pessoalparece-me capital. Iniciá-los aos inumeráveis e preciosos textos de vocação queestão contidos tanto no Antigo como no Novo Testamento fornecendo-lhesquestionários adequados e comentários adaptados parece uma forma excelentede “provocar” o chamamento de Deus. Tenho ampla experiência pessoal quesuporta esta afirmação.

2_ A prática do acompanhamento espiritual

Não se pode negar que a direcção espiritual clássica continua a ser uminstrumento delicado. Pode ser motor de crescimento e liberdade progressivaou condicionamento excessivo criador de dependência. Aparentemente, a práticada direcção espiritual nalguns destes grupos nem sempre é saudável. Não tenhointenção de me referir a estes possíveis abusos.

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Mas se Deus tem um projecto pessoal sobre a minha vida, será necessário umdiscernimento para o conhecer. Ele não costuma falar através de sinais fulgurantese evidentes. Tampouco o seu chamamento é tão enigmático que não se possadecifrar. É nesse claro/escuro que se situa o discernimento. Acompanhado pelodirector (ou directora) espiritual, o rapaz ou a rapariga, ainda pouco capazes dedar nome ao que sentem ou percebem, vão lendo os sinais que Jesus lhes emitee identificam o seu chamamento concreto. “É preciso redescobrir a grandetradição do acompanhamento espiritual pessoal, que sempre deu tantos e tãopreciosos frutos, na vida da Igreja” (PDV 40).

É necessário que este acompanhamento seja muito amplo em extensão: nãodeve reduzir-se ao aspecto vocacional, mas alargar-se a todos os aspectos davida do acompanhado. A vocação concreta desenvolve-se no contexto de umavida biológica, mental, sexual, social, moral, religiosa, eclesial. Condiciona todosestes aspectos e é condicionada por eles. É bom que quem acompanha os conheçapara os ajudar a discernir.

Além de extensão, o acompanhamento há-de ter profundidade. No discernimentovocacional é necessário chegar até às motivações de inclinação vocacional. Soba referida inclinação podem esconder-se o desejo de protagonismo, o espíritodo “sonhador incurável”, o temor à intempérie da vida civil, a baixa auto-estima,o sentimento de ser moralmente vulgar, o medo à mulher ou ao homem, aincomodidade diante do próprio corpo, a homossexualidade latente. No diálogodo acompanhamento emergem estes motivos. Haverá que discernir se sãodeterminantes ou simplesmente concomitantes. Haverá que proceder a umapurificação destas motivações. Haverá que detectar e suscitar outras motivaçõesde cunho mais genuinamente evangélico.

3_ A forte consciência de pertença ao grupo

Grupos que atraem bastantes vocações consagradas são geralmente bemdefinidos: sabem que o são. Não são comunidades de imprecisos nem de indecisos.É possível que as suas previsões sejam às vezes excessivas e as suas decisõesprematuras. Mas ensinam-nos que um grupo cristão, por juvenil que seja, há--de ter um certo nível de definição. Nem todos o têm.

Pode existir nestas comunidades uma “mística de grupo”, que comporta umaalta valoração da sua comunidade, uma grande dependência dos líderes e umsentimento de pertença e fidelidade bem definidos.

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Os nossos grupos paroquiais têm, geralmente, a temperatura grupal muito baixa.Sem favorecer o intimismo, devemos promover a intimidade. Sem criardependências da comunidade, havemos de cultivar a coesão interna e externa(com outros grupos e com a paróquia). É necessário que estes grupos vãocrescendo em identidade. Para o conseguir é necessário que tenham objectivosdefinidos e claramente cristãos.

Estes grupos de jovens não devem isolar os seus membros da relação e dosentimento de pertença à geração juvenil. Mas devem ser o suficientementefortes para neutralizar as dependências negativas que lhes chegam da ditageração. Se o grupo é especificamente vocacional, a preocupação para que ogrupo não seja o único na sua vida há-de tomar-se a sério. Assim se evita o“cheiro de sacristia”, o ar de “plantas de estufa” que caracteriza alguns gruposvocacionais.

4_ A radicalidade da proposta

Os grupos “fecundos” podem colocar-se metas altas e às vezes precipitadas.Neles se utiliza uma metodologia formativa, uma certa “terapia de choque”.Ressaltam os elementos de contraste e de oposição da sua vocação em relaçãoaos modelos juvenis reinantes. Despertam a capacidade de se opor. Plasmama sua oposição diante destes modelos de comportamento juvenil: a vivênciadescontrolada da sexualidade, o abuso do álcool e das drogas, o culto do dinheiro,o hedonismo como valor altamente cotado. Cria-se nestas comunidades decontraste a consciência de pertença a um grupo selecto e puro, livre da vulgaridadee escravização dos jovens oprimidos “no mundo”.

Não é saudável uma educação indivídual e de grupo que sublinhe tanto o contrastee a oposição do jovem com o mundo e com o seu mundo. Mas tampouco o éaquela pedagogia que não cultiva a contradição do cristão a respeito de certasatitudes, comportamentos e estilos de vida desumanos, não solidários,irreflectidos. É preciso contestar, a partir da comunhão, feita de sentido depertença e de amor. Tampouco nunca terá identidade cristã um grupo que nãose coloque metas altas e evangelicamente exigentes. Se rebaixamos o Evangelhotorná-lo-emos não atractivo para os jovens que lhe são mais sensíveis. Noentanto, as metas altas devem ser acompanhadas de uma gradualidade queevite maturidades precipitadas e abandonos por desistência e impotência.

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5_A FORMAÇÃOSACERDOTALNOS SEMINÁRIOSDE PORTUGAL

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A formação sacerdotalnos Seminários de Portugal

comunicado final

Os Formadores dos Seminários de Portugal, reunidos em Encontro Nacional, de31 Agosto a 3 Setembro de 2010, em Angra do Heroísmo (Açores), reflectiramsobre a formação sacerdotal nos Seminários de Portugal, com o tema Seminário,escola dos discípulos de Cristo e de irmãos no presbitério. Da reflexão realizadaao longo destes dias partilhamos nesta comunicação os elementos principais.Orientados pelo P. Emílio González Magaña, SJ (Professor na Universidade PontifíciaGregoriana e Director do Centro Interdisciplinar para a Formação dos Formadoresao Sacerdócio), os trabalhos foram acompanhados pelos Presidente e Vogal daComissão Episcopal Vocações e Ministérios, respectivamente D. António Franciscodos Santos, Bispo de Aveiro e D. Jacinto Tomás de Carvalho Botelho, Bispo deLamego, e D. António de Sousa Braga, Bispo de Angra. Estiveram presenteselementos das Equipas Formadoras das seguintes Dioceses: Algarve; Angra;Aveiro; Beja; Braga; Bragança-Miranda; Coimbra; Évora; Funchal; Lamego; Leiria-Fátima; Lisboa; Porto; Setúbal; Viana do Castelo; Viseu.

Sentimos grande preocupação com as dificuldades que enfrentam os jovens,devidas em grande parte à sua vulnerabilidade e ao debilitamento da suaidentidade espiritual, ao impacto de alguns dos actuais modelos culturais e àfrágil situação das famílias, que também incidem na diminuição das vocaçõessacerdotais e religiosas. Formar sacerdotes, no contexto actual, é um grandedesafio colocado à nossa responsabilidade de pastores. Um bom Seminário é agarantia de uma Igreja particular florescente e fecunda. Daí que, nas nossasreflexões, nos tenhamos detido a considerar algumas directrizes que nos ajudema reflectir sobre o projecto de formação do Seminário, capaz de oferecer aosseminaristas um verdadeiro processo integral: humano, espiritual, intelectuale pastoral, centrado em Jesus Cristo, o Bom Pastor. Nestas reflexões centramo--nos, sobretudo, nas áreas humana e espiritual, a fim de oferecer uma ajuda nacomplexa formação pastoral dos jovens seminaristas.

A formação humana no Seminário.

Tomamos como ponto de partida a afirmação da Pastores Dabo Vobis: “Sem umaoportuna formação humana, toda a formação sacerdotal ficaria privada do seunecessário fundamento” (n. 43). A influência da cultura actual incide, tantopositiva como negativamente, em muitos aspectos da maturidade humana doscandidatos ao sacerdócio, pelo que se requer uma formação que os conduza a

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tomar decisões definitivas e a comprometer-se livremente como o exige a opçãopelo ministério sacerdotal. É uma grande responsabilidade para toda acomunidade formadora assegurar que os futuros sacerdotes cultivem um conjuntode qualidades humanas que lhes permitam formar uma personalidade madurae livre, que os tornem capazes de se relacionarem com harmonia e suportar opeso da responsabilidade pastoral.

O sacerdócio é uma vocação de seguimento de Cristo “que, sendo rico, se fezpobre por vós, para nos enriquecer com a sua pobreza” (2 Cor 8, 9). A fidelidadeao ministério requer aquelas virtudes que mais se apreciam entre os homens,virtudes que educam o sacerdote para a renúncia e a superação das ambiçõespara não se afastar da imitação de Cristo “como são a sinceridade, a preocupaçãoconstante da justiça, a fidelidade às promessas, a urbanidade no trato, a modéstiae caridade no falar” (Optatam totius, 11).

A formação humana reclama um acompanhamento específico e umapredisposição para favorecer um autêntico clima de confiança entre formadorese formandos, que facilite a transparência para conhecer e resolver as dificuldadesno desenvolvimento psicológico do seminarista.

O sacerdócio requer a educação para uma vida ascética que capacite para adisciplina, a renúncia, a mortificação e o domínio dos sentidos. A formação deveajudar a atingir uma liberdade interior que mantenha os candidatos disponíveispara o seguimento de total doação a Cristo e ao serviço dos homens. É urgenteeducar os candidatos ao sacerdócio para uma afectividade madura que lhespossibilite manter relações prudentes e estabelecer contactos de cooperaçãoapostólica com as mulheres, em consonância com a opção pelo celibato e peloReino dos céus. É de grande importância formar os aspirantes ao sacerdócio,para que saibam relacionar-se com respeito, afecto e proximidade com o Bispoe com os que exercem a autoridade.

Nos seminários é importante fomentar todo o tipo de formas de integraçãocomunitária, que amadureçam no sentido da solidariedade, da capacidade dedar e receber a correcção fraterna e que sejam estímulo para superar oindividualismo e o isolamento. A formação comunitária deve promover umambiente de fraternidade, amizade, serenidade e alegria, de liberdade e deconfiança, mas também de ideais elevados e de normas claras e exigentes, quepermitam a abertura do candidato às exigências da vida sacerdotal e que oajudem a crescer nas diversas virtudes segundo o modelo de Cristo.

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No campo dos problemas psicológicos, por vezes, tem que se contar com ajudaespecializada, tendo muito em conta as orientações estabelecidas recentementepela Congregação para a Educação Católica (cf. “Orientações para o uso dascompetências psicológicas na admissão e na formação dos candidatos aossacerdócio”, especialmente no capítulo IV). Os actuais meios tecnológicosconstituem ferramentas válidas no domínio da informação e comunicação. Noentanto, também se podem tornar um factor negativo no campo da formaçãose não se educam os jovens no recto uso dos mesmos, como no caso da Internet,dos telemóveis e outros meios modernos, e se não se regulamenta a sua utilização.

A formação espiritual no Seminário

Actualmente, um número considerável de jovens que aspiram ao sacerdóciocarece de uma sólida formação cristã e de uma autêntica vivência da sua realidadebaptismal. É necessário, portanto, que os seminários e as casas de formaçãoreligiosa, especialmente no período prévio, ofereçam uma iniciação kerigmática,pela qual os candidatos ao sacerdócio possam viver com alegria o dom doencontro com Jesus Cristo e consigam converter-se em autênticos discípulosmissionários que respondam à vocação recebida. A este respeito, o Santo Padrerecordou-nos que no “início do ser cristão, não há uma decisão ética ou umagrande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dáà vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo” (Deus caritas est, 1).

É decisivo para a formação espiritual do candidato incutir, desde o início docaminho formativo, a consciência clara de ser ele próprio o principal, emboranão único, responsável pela sua formação sacerdotal. É sua finalidade conseguirabrir à acção do Espírito Santo para chegar à adesão plena à pessoa de JesusCristo e à conformação com os seus pensamentos, palavras e acções. Emparticular, o futuro sacerdote está chamado a ter um coração misericordiosocomo o de Jesus, assumindo na sua própria vida, o que afirma o apóstolo S.Paulo: ter os mesmos sentimentos de Cristo (cf. Flp 2, 5) para testemunhar aproximidade do Senhor aos pecadores, aos que sofrem, aos marginalizados enecessitados.

A vida no Seminário direcciona-se para formar no sacerdote um amor profundopelo sacramento da Eucaristia, que deve constituir sempre o centro e o eixo detoda a sua vida e actividade, e a fonte donde brote a sua força de discípulomissionário (cf. Sacrosanctum Concilium, 10). Por isso, se deve fomentar umaatitude de grande reverência e amor ao Santíssimo Sacramento, que constituaum testemunho vivo da sua vida interior.

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De acordo com as recomendações da Pastores Dabo Vobis, vivemos “numacultura que, com renovadas e cada vez mais subtis formas de auto-justificação,se arrisca a perder fatalmente o “sentido do pecado”, e, em consequência, aalegria consoladora do pedido de perdão (cf. Sal 51, 14) e do encontro com Deus“rico de misericórdia” (Ef 2, 4). Urge educar os futuros presbíteros para a virtudeda penitência, que é sapientemente alimentada pela Igreja nas suas celebraçõese nos tempos do ano litúrgico e que encontra a sua plenitude no sacramentoda Reconciliação” (n. 48).

É, igualmente necessário, fomentar em cada futuro sacerdote um amor profundoe uma experiência pessoal do mistério de Cristo celebrado nos diversos actoslitúrgicos da Igreja. A Palavra de Deus lida, meditada e estudada, pessoal ecomunitariamente, sobretudo através da lectio divina, e na recitação dedicadada Liturgia das Horas, deve constituir o alimento fundamental da oração, daespiritualidade do futuro sacerdote e da sua prática pastoral. Também énecessário que na celebração dos mistérios se cultive o sentido do sagrado.Fortalecidos com o amor do Espírito Santo, a formação espiritual do seminaristadeve ter como um dos seus principais objectivos, de forma concreta e directa,a vivência e a prática da caridade e o serviço ao próximo, despertando nele aexperiência de comunhão com Deus, que o orienta, naturalmente, na procurade comunhão com os irmãos.

Portanto, a vida da comunidade e o ambiente que se respira no Seminário devempropiciar no futuro sacerdote uma atitude de permanente contacto e aberturaà presença da Santíssima Trindade. Para que o formando possa discernirclaramente a sua vocação ao sacerdócio ministerial, o Seminário e as casas deformação religiosa proporcionarão e exigirão uma direcção espiritual deconfiança, transparente, estável, unida com a celebração frequente dosacramento da Reconciliação.

Ao mesmo tempo, na vida espiritual, o candidato deve adquirir a capacidade eo hábito de procurar momentos de diálogo íntimo e pessoal com Deus, imitandoo exemplo de Jesus e da sua relação filial com o Pai, com o objectivo dedesenvolver um equilíbrio enriquecedor entre a oração litúrgica ou comunitáriae a vida de oração pessoal. Para isso é conveniente, sobretudo no início, instruiro candidato em determinadas técnicas ou métodos de oração a que se entregue,até que chegue pouco a pouco a um estilo e método próprio na relação íntimacom Deus.

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Tendo como inspiração a Encarnação do Filho de Deus, a sua vida oculta e oexemplo de servo que carrega a cruz todos os dias, a formação espiritual devesuscitar no seminarista uma atitude de entrega generosa, de espírito de sacrifício,de capacidade de renúncia e de controle pessoal. Assim, o Seminário há-depropiciar e exigir o desenvolvimento do sentido de responsabilidade pessoalface ao que lhe foi confiado, como alguém que procura configurar-se a Cristona obediência total à vontade do Pai; há-de fomentar-se a laboriosidade, acorresponsabilidade e a atitude de serviço, à imagem de Jesus Cristo que nãoveio para ser servido mas para servir (cf. Mc 10, 45). Contemplando Maria, adiscípula perfeita, a Mãe do silêncio, a Mãe da incompreensão, a Mãe orante econtemplativa, a Mãe fiel, a Mãe da Igreja e a Mãe do sacerdote, que com um“sim” total a Deus em cada momento, esteve sempre disposta a cumprir avontade divina, o Seminário deve promover um profundo amor e uma especialdevoção à Santíssima Virgem que conduza ao encontro vivo com o Senhor. Ela,a Mãe de Jesus e nossa Mãe, tutela a fidelidade da vocação sacerdotal.

Os candidatos à vida sacerdotal devem receber uma séria formação bíblica,teológica e espiritual, para assumir e viver fielmente o celibato, testemunho doamor indiviso a Jesus Cristo, como um dom de Deus e como um sinal do Reino,do amor de Deus a este mundo e da sua própria entrega ao povo de Deus (cf.Pastores Dabo Vobis, 29). Certamente, trata-se de uma graça que não dispensaa resposta consciente e livre por parte de quem a recebe, o qual deve abrir-seà acção do Espírito Santo para que o ajude a permanecer fiel durante toda a suavida e a cumprir com generosidade e alegria os compromissos correspondentes.Portanto, o bispo, bem como os formadores do Seminário, devem preocupar-secom a formação da castidade no celibato, apresentando este último com clareza,sem nenhuma ambiguidade e de forma positiva (cf. ibid., 50).

O Seminário deve estimular nos seus alunos o desenvolvimento da espiritualidade,da caridade pastoral própria do sacerdote diocesano cujas linhas fundamentaissão: consciência de ser chamado pelo Pai e conduzido pelo Espírito Santo a umaconfiguração com Cristo, Bom Pastor, Sumo e Eterno Sacerdote. Fazer do exercíciofiel quotidiano do tria munera do ministério sacerdotal o itinerário por excelênciapara a santificação pessoal, como ensina o Concílio Vaticano II: “Pelos ritossagrados de cada dia e por todo o seu ministério exercido em união com o Bispoe os outros sacerdotes, eles mesmos se dispõem à perfeição da própria vida”(Presbyterorum Ordinis, 12) e os “presbíteros atingirão a santidade pelo próprioexercício do seu ministério, realizado sincera e infatigavelmente no espírito deCristo” (ibid., 13). A vivência da caridade pastoral “assinalada, plasmada, conotadapor aquelas atitudes e comportamentos que são próprios de Jesus Cristo, Cabeça

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e Pastor” (Pastores Dabo Vobis, 21), posta permanentemente ao serviço do povode Deus. A pertença e consagração à sua Igreja particular, como membro dopresbitério, a que pertence por toda a sua vida, como um colaborador próximodo bispo e em comunhão com ele.

A equipa de formadores

A equipa de formadores do Seminário constitui uma ajuda preciosa para osbispos na missão de acompanhar e propor uma recta e sólida formação aoscandidatos ao sacerdócio. O trabalho em equipa, o testemunho de vida e oespírito de comunhão com o bispo “oferece aos candidatos ao sacerdócio oexemplo significativo e a concreta introdução naquela comunhão eclesial queconstitui um valor fundamental da vida cristã e do ministério pastoral” (PastoresDabo Vobis, 66). Os formadores são chamados pelo bispo a exercer, em espíritode unidade, co-responsabilidade e fraternidade, o sublime ministério pastoralde formar os futuros sacerdotes do povo de Deus. Dado que se trata de umatarefa que exige o acompanhamento permanente dos seminaristas, é oportunoque o exercício desta enorme responsabilidade eclesial tenha uma certaestabilidade, que os membros da equipa residam habitualmente na comunidadedo Seminário e que estejam intimamente unidos ao bispo, como primeiroresponsável da formação dos sacerdotes. Ser formador de futuros sacerdotesé um carisma que se descobre e se desenvolve no serviço abnegado de cada diano Seminário. O reitor, os directores espirituais e demais formadores vivam estecarisma em contexto de formação permanente como fiéis discípulos emissionários.

Esta missão transcendental e insubstituível para toda a Igreja deve realizar-secom espírito de fé, de confiança plena no poder da graça e com uma alegria eentusiasmo quotidianos que sejam expressão sincera do grande amor a JesusCristo e à sua Igreja. A eficácia e os frutos deste serviço pastoral estão vinculadosao modo como os próprios formadores vivem a sua vocação e como a expressamno acompanhamento ao formando, no trabalho de equipa e no espírito decomunhão. A vocação sacerdotal é um grande dom de Deus, ao qual se deveresponder com muita generosidade e total entrega, uma vez que o sacerdotetem de configurar-se com Jesus Cristo, Bom Pastor, Cabeça e Guia da Igreja. Énecessário, portanto, que os formadores acolham os seminaristas com a gratidãoe a alegria com que se recebem os dons que Deus dá às dioceses.

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Constitui um dever da equipa de formadores ter critérios muito claros tantopara a selecção como para a formação dos candidatos que ingressam noSeminário, os quais devem ser ajudados a crescer na rectidão de intenção paraum autêntico seguimento do Senhor e a tomar consciência de que se preparampara ser “alter Christus”, cumprindo com responsabilidade a missão que a Igrejalhes confia. Por outro lado, corresponde aos bispos cultivar com os seusseminaristas e presbíteros um estilo de relação fundamentada na fé, nasinceridade, na proximidade, na abertura e na confiança, dentro de um espíritode paternidade e amizade, superando uma comunicação puramente funcionale esporádica.

É, portanto, muito importante que o bispo tenha um conhecimento pessoal eprofundo dos candidatos ao presbiterado na sua própria Igreja particular. “Combase nestes contactos directos, ele procurará fazer com que, nos Seminários,sejam formadas personalidades maduras e equilibradas, capazes de estabelecersólidas relações humanas e pastorais, teologicamente preparadas, fortes navida espiritual, amantes da Igreja” (Pastores gregis, 48). Corresponde tambémaos bispos promover e organizar uma séria e profunda formação permanentepara todos os presbíteros, de maneira que respondam com generosidade efidelidade ao dom e ao ministério recebido, e para que o entusiasmo peloministério não diminua, mas que, pelo contrário, aumente e amadureça com opassar dos anos, tornando mais vivo e eficaz o sublime dom recebido (cf. 2 Tm1, 6; Pastores Dabo Vobis, 79; Pastores gregis, 47; Congregação para os bispos,Directório para o ministério pastoral dos bispos “Apostolorum successores”,2004, n. 83). Tal formação permanente, portanto, deve ser activada já desde avida do Seminário.

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Constituindo o Seminário o “coração da diocese” e sabendo que do andamentodo Seminário depende a existência de bons sacerdotes, é necessário que osbispos escolham os melhores membros do seu clero na constituição da equipado Seminário.

Assim, os bispos devem ser os primeiros a sentir a grave responsabilidade naformação dos encarregados de educação dos futuros presbíteros (cf. PastoresDabo Vobis, 66), para que os formadores, como também os professores dasdiversas disciplinas, não apenas as teológicas, se distingam por uma seguradoutrina e tenham uma suficiente preparação académica e capacidade pedagógica(cf. Directório para o ministério pastoral dos bispos, n. 89). Finalmente, o bispodeve ter especial cuidado no acompanhamento dos seus sacerdotes,particularmente dos mais jovens, e oferecer-lhes apoio e fortaleza no exercíciodo seu ministério sacerdotal.

Angra do Heroísmo, 3 de Setembro de 2010

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6_PASSA E CHAMACATEQUESE PARA A ADOLESCÊNCIA

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MAIA

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CATEQUESE PARA A ADOLESCÊNCIA

Objectivos• Reflectir sobre o Jesus que passa em cada uma das nossas vidas.

• Conhecer o rosto daquele que nos chama.

• Perceber qual a missão a que Jesus nos Chama.

• Aprofundar a exigência de se ser discípulo de Jesus.

• Rezar pelo ministério sacerdotal.

Material• Música e letra de “Queremos Ver Jesus” in Bom Mestre, Edições Salesianas, 2010.

• Diversos Rostos de Jesus Cristo

• Bíblia.

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Passa E chama

O seguinte guia é apenas um esquema para a catequese,competindo ao catequista, que conhece a realidade onde estáinserido, utilizar livremente o material e as dinâmicas, de formaa atingir os objectivos propostos.

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DINÂMICAPode começar-se este encontro com uma actividade de introdutória: o jogo das10 perguntas. Um dos participantes escolhe o nome de um personagem famoso.Os outros participantes dispõem um máximo de 10 perguntas para descobriro nome do personagem. Só se admitem perguntas directas, que possam serrespondidas com “sim” ou “não”, do género: “Está vivo?”; “É homem?”;“É cantor?”...Depois de algum tempo a jogar, o catequista convida participantes a escutarema canção “Queremos ver Jesus” (convém que todos tenham a letra) e explicaque esta actividade é como o jogo, ou seja trata-se de descobrir quem é Jesus,qual é o seu rosto.

O catequista espalha pela sala algumas imagens de Jesus. Convidam-se osparticipantes a escolher aquela que mais lhes agrada, a que mais os interpela.Seguidamente cada um dos participantes mostra ao resto do grupo a imageme explica-a, descrevendo a importância que Ele tem na sua vida pessoal.

Depois de todos terem partilhado, o catequista faz a sua síntese: este Jesus queconhecemos, que tem um rosto, que nos revela um Deus, tem um projecto paracada um de nós. É este mesmo Jesus que passa pela nossas vidas e nos chamaa uma missão, a uma vocação. Chamou e chama homens para serem, tambémhoje o seu rosto visível, ao assumirem os Seus gestos, palavras e atitudes, comosacerdotes ou vocacionados.

DINÂMICAO catequista desenvolve a sua catequese reflectindo em todos ou em alguns dostextos que se seguem.

Jesus passa e vai distribuindo o convite a segui-Lo.

1_ Logo no início da sua missão, chama os primeiros discípulos: Jo 1,35-46.

• Que dizem as várias personagens de Jesus?

• Cada chamamento acontece de forma diferente. Exemplifica.

• Quais os verbos que significam seguimento?

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2_ Chama outros como um jovem rico: Mc 10, 17-27• Quais foram as razões que levaram o jovem a não aceitar o convite de Jesus?

3_ Chamou mais tarde Saulo, o perseguidor dos cristãos: Act 9,1-19• Identificai histórias de vida, de ontem e de hoje, e recordai alguma vocaçãosemelhante à de Paulo?

Trabalho de GrupoCada grupo recria uma história semelhante à do jovem rico, mas ocorrida naactualidade. Jesus passa pelo nosso tempo e pelos nos espaços: escola, centroscomerciais, salas de festa, famílias... Dirige a Palavra... os jovens apresentam assuas desculpas... Jesus fica triste e desabafa.

PlenárioCada grupo dramatiza a sua história.Conclui-se: Jesus continua a chamar,não é fácil arriscar na sua Palavra,pois é preciso conhece-l’O bem paraO seguir.

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7_PROCURAM-SEAMIGOSCATEQUESE PARA OS JOVENS

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Catequese para OS jovens

Objectivos• Reflectir, a partir da Sagrada Escritura, os diferentes momentos em que

Deus chama.

• Reconhecer que Jesus continua a chamar hoje.

• Viver como discípulo de Jesus Cristo.

• Descobrir a vocação sacerdotal.

• Experimentar a vocação como um dom pessoal.

• Rezar pelas vocações e pelos seminários.

Material• Texto: Um anúncio do jornal.

• Bíblia.

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Procuram-se amigos

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DINÂMICADistribuir ou ler o seguinte texto por forma a que ele provoque interrogaçõese respostas.

Uma manhã, nos escritórios de publicidade de um grande jornal, apresentou-seum homem com cerca de trinta anos. Pediu a publicação de um anúncio. Tevede estar na fila até ser atendido. Quando chegou a sua vez, apresentou o impressojá preenchido. O empregado pegou no papel, com a ponta da esferográfica,contou de pressa e distraído as palavras. Sem levantar os olhos, perguntou:- Oferta de trabalho, não é verdade?O homem respondeu:- Sim, procuro operários.Depois de ter consultado o tarifário, o empregado disse:- São 15 euros.O homem tirou a carteira do bolso, entregou-lhe o dinheiro, recebeu o troco,despediu-se e saiu para a rua.O empregado meteu o anúncio na pasta dos anúncios a sair na próxima edição.Estava para dobrar o impresso e reparou que estava assinado com a palavra“Jesus Cristo”.Foi então que leu o texto que dizia:“Querendo construir um mundo novo e precisando de colaboradores, procurojovens generosos”.Com o papel na mão, ainda saiu a rua à procura desse misterioso indivíduo quelhe entregara tal anúncio. Mas nunca mais o viu.Ao regressar ao escritório, interrogou-se: “Que devo fazer? Isto é ridículo. Deveser alguém a gozar comigo!”Pediu a opinião aos colegas, que lhe disseram:- Se ele pagou, o anúncio deve ser publicado.O Jornal no dia seguinte publicou o anúncio.Logo de manhã, filas intermináveis de rapazes e de raparigas apresentaram-seno escritório do jornal a pedir informações mais precisas acerca desse “mundonovo”, porque queriam “dar uma ajuda a Jesus Cristo”.

Interpelar com esta ou outras questões:Porque é que Jesus Cristo, se é Filho de Deus, procura colaboradores? Quais ascaracterísticas desse mundo novo que deseja construir? Conheceis jovens quedão uma ajuda a este projecto de Jesus Cristo? Que vos sugere a palavra“sacerdotes”?

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TRABALHO DE GRUPOA fim de compreendermos melhor porque necessita Deus das pessoas pararealizar a Sua missão, construção do Seu Reino, vamos aproximarmo-nos dealguns chamamentos bíblicos.

Cada grupo deverá analisar o seu texto, detendo-se de modo particular nasreacções daquele que é chamado. Atitude inicial, diálogos e atitude final. Procurarque a análise seja o mais profunda possível.

1_ Chamamento de Moisés: Ex 3

2_ Chamamento de David: 2Sam 7,1-17

3_ Chamamento de Isaías: Is 6

4_ Chamamento de Jeremias: Jer 1

5_ Chamamento de Maria: Lc 1, 26-38

6_ Chamamento dos discípulos: Jo 1,35-51

7_ Chamamento de Pedro: Lc 5,1-11

PlenárioCada grupo partilha as suas reflexões: formas de intervenção de Deus; respostadaqueles que foram chamados; hesitações e transformações na sua vida...

O catequista sintetiza. Deus toma a iniciativa de chamar a pessoa pelo próprionome. Precisa delas para missões especiais. Deus respeita a liberdade daspessoas. A pessoa permanece livre na adesão à proposta divina. Deus esperacomo resposta, uma entrega profunda e definitiva. Espera pelo sim. Deus quercomo discípulos os colaboradores fiéis.

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8_Vigíliade oração

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introdução

silêncio:(O presidente entra em silêncio e expõe o Santíssimo)

Exposição do Santíssimo

Cântico

Acolhimento:(o presidente pausadamente de joelhos ou em pé convida os participantes)

1_Vós todos que vos interrogais acerca do sentido da vida que nos foi dada ese vai gastando no dia-a-dia, vinde escutar o que o Senhor tem para vos dizer.

2_Vós todos os que vos interrogais acerca da vossa vocação, porque é precisoescolher um projecto para vida, vinde escutar o que o Senhor tem para vos dizer.

3_Vós todos os que vos interrogais acerca do melhor caminho que leva à felicidade,porque é essa a vossa sede, vinde escutar o que o Senhor tem para vos dizer.

4_Vós que vos interrogais acerca do amor de Deus Pai, vinde e escutai comoele nos amou primeiro e fez de nós seus filhos adoptivos.

5_Vós que vos interrogais acerca de Jesus Cristo, Caminho, Verdade e Vida,vinde e escutai como ele nos interpela a continuarmos a sua obra.

6_Vós que vos interrogais acerca do Espírito Santo, que em todos nós habita,vinde e senti a sua presença como luz na noite e fogo de Deus.

Cântico

Leitura: (Ef 1,3-10)

silêncio

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vigília de oração

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jogral:

1 • Eu desejava esperar por Ti, meu Deus, e soube então que me esperavas.

2 • Eu desejava procurar-Te, meu Deus, e vi que andavas à minha procura.

1 • Eu pensava. Finalmente, encontrei Deus, mas senti-me encontrado por Ele.

2 Eu queria dizer: Amo-Te, meu Deus, mas já me tinhas dito: Amo-te muito.

1 • Eu tinha resolvido escrever-Te, ó Deus, mas entretanto chegou a tua carta.

2 • Eu queria pedir-Te perdão, meu Deus, mas soube que já me tinhas perdoado.

1 • Eu queria oferecer-me todo a Ti, meu Deus, mas recebi antes o dom gratuitode ti mesmo.

2 • Eu queria oferecer-Te a minha amizade, meu Deus, mas recebi antes anotícia do Teu grande amor.

1 • Eu queria convidar-Te para entrares na minha intimidade, mas já anteschegou o Teu convite para estar em Ti.

2 • Eu queria fazer festa por Te ter encontrado, mas foste Tu a fazer a festaprimeiro, tal é o teu amor.

Cântico

silêncio

testemunhos:(testemunhos vocacionais de Seminaristas do Seminário Maior ou Menor,ou dos pais de um seminarista)

Cântico

Leitura: (Lc 19,1-10)

reflexão

silêncio

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poema:

Semeia em mim, Senhor.Porque não quero deixar a Tua semente à beira do caminho;Não quero que se afogue a palavra no meio das pedras;Não quero a satisfação fácil de quem se limita a ouvir;Não quero ser alguém sem raiz ou inconstante,Alguém que hesita entre o sim e o não da conveniência.

Também não quero deixar-me cair entre os espinhos,Porque conheço a minha fraqueza,Porque, depressa Te venderia por um caprichoPorque conheço os meus oportunismos,Porque me habituei a servir a dois senhores.

Que a tua palavra entre em mim pela porta grande,Aquela que se abre aos amigos,Aquela que oferece sempre à entrada o calor de um abraço,Aquela que é esperança, alegria e festa para todos os que entram em casa.

Fala, SenhorQuero conhecer os Teus caminhos.Ensina-me as Tuas veredas.Guia-me e ensina-me a Tua sabedoria!

Fala, Senhor.

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Cântico

Preces:Dêmos graças a Cristo, que nos convida pela Palavra a darmos testemunhosacerdotal, e oremos dizendo:

A Tua Palavra, Senhor, ilumine os nossos passos.

1_Tu, Cristo, Sumo e Eterno Sacerdote não deixes que à Tua Igreja faltem santospresbíteros.

2_Tu, Cristo, que acompanhaste o crescimento daqueles que chamaste e osamparas-te nas dificuldades, concede às equipas formadoras dos nossosSeminários, a sabedoria para acompanharem e fazerem crescer osseminaristas na resposta vocacional.

3_Tu, Cristo que chamaste quem Tu quiseste para Te seguir, faz que tambémhoje a Tua voz se ouça e muitos jovens se disponham a deixar tudo para Teseguir e anunciar o Teu amor a todos irmãos.

4_Tu, Cristo, Bom Pastor que dás a vida pelo Teu povo, concede aos presbíterosa graça de serem sacramento fiel do Teu amor à humanidade e prova da Tuavontade de recuperar a ovelha perdida.

5_Tu, Cristo, que louvaste a oferta da viúva pobre e valorizaste o seu gesto deamor, faz com que aqueles que partilham com generosidade os seus benscom os Seminários encontrem em Ti a sua verdadeira recompensa.

pai nosso

Exposição do Santíssimo:Em vez das orações próprias lê-se a oração proposta para esta semana e depoissegue-se, o Cântico do Veneremos e a oração da benção).

Cântico final

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9_propostapara aliturgia dasemana dosseminários

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sugere-se

A) preces diárias

Domingo: Senhor Jesus Cristo, que percorrestes os caminhos dos homens aanunciar o Reino e nos convocastes a todos para a sua construção, ajudai osnossos sacerdotes a viverem em fraterna caridade e em fidelidade ao seuministério.

2ª feira: Vós que nos enviastes o Espírito Santo, para renovar a face da terra,dai aos jovens um coração atento e disponível para acolher e testemunhar oAmor no meio dos homens em gestos de solidariedade e caridade.

3ª feira: Senhor Jesus Cristo, que pela vossa Encarnação, Morte e Ressurreição,manifestastes o Vosso Amor aos homens, despertai nas nossas dioceses vocaçõessacerdotais para o serviço da Igreja.

4ª feira: Deus da Alegria e do Amor protegei as nossas famílias e fazei delasberços generosos de muitas e santas vocações.

5ª feira: Jesus Cristo, Sumo e Eterno sacerdote, abençoai, dirigi e protegeios nossos seminários, para que eles sejam santuários de amor e de virtudeshumanas e cristãs.

6ª feira: Pelos sacerdotes que são enviados, pela força do Espírito Santo, aanunciar e baptizar em Vosso nome, para que se sintam fortalecidos pela graçada sua missão e apoiados pela união de todos os filhos da Igreja.

Sábado: Cristo, luz e salvação dos povos, que aceitastes crescer entre nós“em estatura, sabedoria e graça diante de Deus e dos homens”, fazei que asnossas crianças, adolescentes e jovens cresçam na fé e no amor, imitando oVosso exemplo.

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Proposta para a Liturgiada Semana dos Seminários

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Domingo: Vós, que escolhestes os homens que quisestes para serem Ministrosda Palavra e dos Sacramentos, guardai-os unidos na fidelidade, abençoai-os efazei frutificar o seu ministério.

B) Que se preparem e se façam admonições breves às Eucaristias Dominicaisou celebrações da Palavra, sublinhando os objectivos e propostas da Semanados Seminários referindo a importância do ministério sacerdotal e a sua missão;convidando a rezar pelas vocações sacerdotais; pelas paróquias que sofrem aausência de sacerdotes; explicar a espiritualidade e vivência do sacerdotediocesano...

c) No final da Eucaristia: convidar à oração pessoal pelos seminários, bispo,sacerdotes e comunidades; à partilha em dinheiro (esmola) para o sustento edignificação dos seminários, e à realização de uma vigília de Oração pelosSeminários.

d) Orientar a catequese nesta semana para a dimensão sacerdotal visualizandoimagens dos seminaristas e seminários diocesanos e, se possível, promover adeslocação de alguns seminaristas às comunidades ou destas ao seminário.

e) Que as paróquias acolham seminaristas, pais de seminaristas e antigos alunosdo Seminário para a partilha e testemunho da sua vivência no Seminário.

f) Criar durante a semana um espaço (p. ex. em frente do altar, ao pé doambão...) que irá ser construído com símbolos sacerdotais, acompanhados deuma breve explicação (estola, sandálias, santos óleos, cajado, água, liturgia dashoras...)

g) Convidar e comprometer as famílias e os jovens a um compromisso, atravésda oração, para com as vocações sacerdotais e religiosas.

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10_CONTACTOS DOSSEMINÁRIOS DIOCESANOSAlgarvePr�-semin�rioLargo da Sé, 198000-138 [email protected] de S. Jos�Largo da Sé, 198000-138 [email protected]

Angra do Hero�smoSemin�rio Episcopal de AngraRua do palácio, 339700-143 ANGRA DO HEROÍ[email protected]�-semin�rioRua do palácio, 339700-143 ANGRA DO HEROÍ[email protected]

AveiroSemin�rio de Santa Joana PrincesaAv. João Jacinto de Magalhães3814-506 [email protected]�-semin�rioAv. João Jacinto de Magalhães3814-506 [email protected]

BejaSemin�rio de Nossa Senhora de F�timaRua D. Afonso Henriques, 1A7800-049 [email protected]�-Semin�rioRua D. Afonso Henriques, 1A7800-049 [email protected]

BragaPr�-Semin�rioRua de S. Domingos, 94 B4710-435 [email protected]�rio Maior Conciliar de S. Pedro e S. PauloCampo de S. Tiago, 474704-532 [email protected]�-Semin�rioCampo de S. Tiago, 474704-532 [email protected]�rio Menor de Nossa Senhora da Concei��oRua de S. Domingos, 94 B4710-435 [email protected]

Bragan�aSemin�rio de S. Jos�Avenida Cidade de Zamora5300-111 BRAGANÇ[email protected]�-Semin�rioAvenida Cidade de Zamora5300-111 BRAGANÇ[email protected]

CoimbraSemin�rio Maior da Sagrada Fam�liaRua Vandeli, 23004-547 [email protected]�-Semin�rio3080-032 FIGUEIRA DA [email protected]

�voraSemin�rio Maior de �voraLargo dos Colegiais, 6Apartado 20047001-901 É[email protected]�rio Menor de S. Jos� de �voraVila Viçosa7160-251 VILA VIÇ[email protected]�-Semin�rioRua Prof. Bento Jesus Caraça, Lote 1 R/C Dtº7580-034 ALCÁCER DO [email protected]

FunchalSemin�rio de Nossa Senhora de F�timaRua do Jasmineiro, 89000-013 [email protected]�-Semin�rioRua do Jasmineiro, 89000-013 [email protected]

GuardaSemin�rio Maior da Imaculada Concei��oRua D. José Alves Matoso, 76300-682 [email protected]�rio Menor de Nossa Senhora de F�timaApartado 126234-909 FUNDÃOPr�-Semin�rioRua D. José Alves Matoso, 76300-682 [email protected]

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LamegoPr�-Semin�rioAvenida Egaz Moniz5100-196 [email protected]�rio de Jesus, Maria e AnaAvenida Egaz Moniz5100-196 [email protected]�rio Menor de Nossa Senhora de LurdesQuinta dos Sais4660-210 [email protected]

LeiriaSemin�rio Diocesano de LeiriaRua Joaquim Ribeiro de Carvalho, 602414-011 [email protected]�-Semin�rioRua Joaquim Ribeiro de Carvalho, 602414-011 [email protected]

LisboaSemin�rio Maior de Cristo ReiSeminário dos Olivais1885-076 [email protected]�rio de S. Jos� de CaparideQuinta da Ribeira2785-710 S. DOMINGOS DE [email protected]�rio de Nossa Senhora da Gra�aPóvoa de Penafirme2560-046 [email protected]�-Semin�rioPóvoa de Penafirme2560-046 [email protected]�rio �Redemptoris Mater� de Nossa Senhora de F�timaQuinta do Pinhal VerdeRua do Pinhal Verde, 41675-515 CANEÇ[email protected]

PortalegreSemin�rio Diocesano de PortalegreRua D. Agostinho Lopes Moura7300-120 PORTALEGREPr�-Semin�rioRua D. Agostinho Lopes Moura7300-120 PORTALEGRE

PortoSemin�rio do Bom PastorRua D. António Barroso 1014445-396 [email protected]�-Semin�rioRua D. António Barroso 1014445-396 [email protected]

Semin�rio Maior de Nossa Senhora da Concei��oLargo Dr. Pedro Vitorino, 24050-468 [email protected]�rio Redemptoris MaterCasa Diocesana - Seminário de VilarRua Arcediago Van Zeller, 504050-621 PORTO

Santar�mPr�-Semin�rioLargo Sá da Bandeira2000-135 SANTARÉ[email protected]�rio Diocesano de Santar�mLargo Sá da Bandeira2000-135 SANTARÉ[email protected]

Set�balSemin�rio de S. Paulo de AlmadaRua D. Álvaro Abranches da Câmara, 12800-016 [email protected]�-Semin�rioRua Quinta do Álamo, 702840-268 [email protected]

Viana do CasteloSemin�rio Diocesano de Viana do CasteloRua de S. José4900-308 VIANA DO [email protected]�-Semin�rioRua de S. José4900-308 VIANA DO [email protected]

Vila RealSemin�rio de Vila RealRua D. Pedro Castro, 15000-669 VILA [email protected]�-Semin�rioRua D. Pedro Castro, 15000-669 VILA [email protected]

ViseuSemin�rio Maior de Nossa Senhora da Esperan�aLargo de Santa Cristina3500-181 [email protected]�rio Menor de ViseuLargo de Santa Cristina3500-181 [email protected]�-Semin�rioLargo de Santa Cristina3500-181 [email protected]

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COMISSÃO EPISCOPAL VOCAÇÕES E MINISTÉRIOS