Seminário – Elementos para uma Tipologia de Padrões Evolutivos de APLs Jorge Britto – UFF e...

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Seminário – Elementos para uma Tipologia de Padrões Evolutivos de APLs Jorge Britto – UFF e RedeSist Projeto Elementos para o desenvolvimento de uma tipologia de APLs – GTP-APL/MDIC Rio de Janeiro, 6 de julho de 2011

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Seminário – Elementos para uma Tipologia de Padrões Evolutivos de

APLs

Jorge Britto – UFF e RedeSist

Projeto Elementos para o desenvolvimento de uma tipologia

de APLs – GTP-APL/MDIC

Rio de Janeiro, 6 de julho de 2011

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Estrutura da Apresentação1. Princípios e limitações de tipologias

2. Tipologia de APLs: uma sistematização seletiva

3. Base de conhecimentos e dinâmica da construção de competências

4. Diversidade setorial e especificidade de países em desenvolvimento

5. Ciclo de vida de arranjos: uma sistematização

6. Implicações normativas

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Princípios e limitações de tipologias• Tipologia como construção de conceito: validação é função do

rigor utilizado na construção do conceito e de certo nível de concisão, que possibilita articulá-lo a diferentes situações concretas, conferindo-lhe caráter instrumental.

• Natureza do objeto das tipologias (APL): “sistema” que envolve atividades, atores e processos introduz, como elementos importantes, a presença de um determinado grau de auto-organização, a complexidade que lhe é inerente e a possibilidade de transformação a partir de estímulos internos e externos.

• Diferenciação Básica: • 1) Tipologia: ancorada em categoriais analíticas e construída ex-

ante como instrumento (lentes) para interpretação da realidade (dimensão orientadora)

• 2) Taxonomia: ancorada em evidências empíricas e construída ex-post como instrumento para representação da complexidade da realidade (dimensão redutora-classificadora)

• Tipologias e taxonomias são úteis enquanto instrumentos analíticos e normativos de realidades complexas e diferenciadas.

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Princípios e limitações de tipologias• Propriedades que definem funcionalidade da construção de

tipologias ou taxonomias:1. “Formatação” da diversidade.2. Captura de aspectos críticos do objeto em função das categorias

de análise.3. Identificação de qualidades auto-reprodutivas e uma coerência

interna que garante estabilidade estrutural.4. Identificação de processos internos que definem lógica de

desenvolvimento e padrão coerente de evolução.

• Viabilização de análise normativa: reflexo de três atributos1. Aderência (ou proximidade) da realidade em relação a formas

estilizadas (“reconhecimento”).2. Capacidade preditiva e explanatória para interpretação da

realidade. 3. Identificação de elementos a serem “ativados” para aproximar

realidade do modelo (“instrumentalidade”).

• Importância da capacidade de adaptação, sem se converter em “camisa de força” analítica

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Tipologia de APLs: uma sistematização seletiva

• Diversas tipologias de configurações de APLs convergem no sentido de reconhecer a importância de quatro elementos

1. articulações produtivas e de configurações inter-organizacionais subjacentes;

2. formas governança e de mecanismos de coordenação inter-firmas;

3. interações entre as estruturas e território4. fluxos intangíveis associados a conhecimento e

aprendizado.

• Categorias de análise usualmente recorrem a classificações dicotômicas, eventualmente incorporando níveis intermediários.

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Elementos de caracterização de APLs: uma perspectiva dicotômica

Elemento Característico Critérios dicotômicos de avaliação da presença dos mesmos em APLs

1. Escopo Geográfico localizado x disperso2. Enraizamento territorial alto x baixo3. Amplitude setorial ampla x restrita4. Base funcional de atividades: diversificada x restrita5. Nível (complexidade) tecnológico de atividades alta x baixa6. Natureza dos recursos tangíveis x intagíveis7. Qualidade dos recursos e serviços locais elevada x baixa8. Desempenho produtivo (produtividade) elevado x baixo9. Amplitude de mercados ampla (globais) x restrita (locais)10. Potencial de crescimento de mercados elevado x limitado11. Densidade empresarial elevada x esparsa12. Densidade institucional alta x baixa13. Mecanismo de coordenação simples (autoridade - hierarquia) x complexo (cooperação - redes)14. Imagem e reputação satisfatória x insatisfatória15. Orientação de estratégias convergentes x divergentes16. Fontes de vantagens competitivas simples (custos) x complexas (inovação)17. Autonomia (provisão de insumos críticos) elevada x restrita18. Articulação com infra-estrutura de C&T alta x baixa19. Concectividade com globalização alta x baixa20. Natureza do conhecimento complexo (tácito) x simples (codificado)21. Mecanismos de aprendizado complexos (múltiplos tipos de learning) x simples (leraning by doing)22. Perfil de competências amplas (diversificadas) x restritas (focalizadas) 23. Esforços inovativos alta x baixa24. Grau de interação e cooperação alto x baixo25. Desempenho inovativo alto x baixo

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Tipologia de APLs: uma sistematização seletiva

• O desafio da construção de tipologias “integradoras” e que capturem “trajetórias evolutivas” => Alternativas face ao impasse metodológico:

1. Enfoque “conservador”: vinculação das categorias de análise ao arcabouço conceitual de determinado programa de pesquisa e definição de tipologias estritamente “ancoradas na teoria”.

2. Enfoque “pragmático”: adequação de categorias de análise a uma determinada estratégia de competição do APL no mercado, com ênfase na identificação dos fatores determinantes da competitividade em cada situação.

3. Enfoque “normativo”: classificação de arranjos de acordo com os objetivos de políticas públicas que se queira atingir.

4. Enfoque “holístico”: articulação de tipologias a dinâmicas específicas de incremento de competências.

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Tipologia de APLs: uma sistematização seletiva

• Possibilidade de “desconstrução” de tipologias a partir da identificação dos procedimentos metodológicos que orientam a sua construção.

1. Proximidade com relação a situações empíricas estilizadas, que são utilizados como “modelos canônicos” de referência para a análise dessas configurações.

2. Identificação de determinados objetivos genéricos que orientam a organização do arranjo e a sua inserção no mercado. Exemplos: a exploração de recursos naturais; inserção em base logística exportadora; inserção em cadeias globais (producer-driven ou buyer-driven).

3. Identificação prévia das forças nucleadoras da estruturação do arranjo, com diferenciação de arranjos função da disponibilidade de determinados “recursos críticos” (tangíveis ou intangíveis).

4. Análise da estrutura de relações: diferenciação entre redes sociais; redes proprietárias; redes de subcontratação; redes técnico-científicas; redes inovativas; etc

5. Identificação padrões organizativos que definem uma ordem crescente de estruturação e complexidade. Ex: diferenciação entre arranjos informais, organizados e inovativos.

6. Identificação de características dos arranjos em função das características das políticas de apoio, que por sua vez procuram atuar sobre determinadas dimensões da sua dinâmica interna.

• Possibilidade de sobreposição de procedimentos na construção de tipologias concretas.

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Dimensões das políticas de apoio a APLs segundo o estágio de consolidação dos mesmos

EstágioEstrutura de Governança Apoio Financeiro Capacitação Produtiva

Inovação e Difusão Tecnológica

Acesso a mercados e Competitividade

1) Arranjos potenciais Concentração espacial de empresas em determinada região, porém com baixo grau de associação e desarticulação com instituições de C&T locais

Dificuldade de acesso a produtos financeiros devido à informalidade. Adaptação de instrumentos financeiros às necessidades de agentes locais. Montagem de linhas de microcrédito com apoio de prefeituras e agentes financeiros.

Processo de capacitação básica indutora da formalização das empresas. Criação de “Centros de Serviços” adaptados às necessidades dos arranjos. Importância da capacitação Técnico-Profissional e Gerencial.

Capacitação de produtores em Tecnologia Industrial Básica. Redução da heterogeneidade e padronização de produtos. Apoio à difusão de padrões técnicos e à melhoria da qualidade dos produtos gerados.

Direcionamento da produção local para mercados mais atrativos. Normalização da produção como meio de acesso a mercados. Possibilidade de diversificação da linha de produtos a partir do processo de normalização.

2) Arranjos em consolidação

Definição de campos de especialização. Predominância de redes horizontais com coordenação exercida por associações empresariais . Possibilidade de articulação com infra-estrutura de C&T para prestação de serviços vinculados à TIB

Ênfase em mecanismos associativos para provisão de crédito. Apoio de agências de fomento (inclusive internacionais) no caso de arranjos mais estruturados. Financiamento da expansão da capacidade e da modernização produtiva e gerencial.

Capacitação para o desenvolvimento tecnológico de produtos e para solução de gargalos. Capacitação Empresarial em Planejamento e Gestão da produção. Ênfase na melhoria da qualidade e certificação. Participação de empresas locais nas principais feiras e

Difusão de equipamentos mais modernos, indutores de maior produtividade. Atuação sobre gargalos tecnológicos e certificação. Monitoramento de tendências tecnológicas e de macro tendências de consumo.

Desenvolvimento tecnológico para viabilizar a expansão para mercados mais sofisticados (no país e no exterior). Diversificação da linha de produtos a partir de upgrade tecnológico. Desenvolvimento do marketing. Consolidação de marca regional, que diferen

3) Arranjos Estruturados

Consolidação de massa crítica e diferenciação competitiva Estruturas hierarquizadas com coordenação de empresas-âncora. Articulação mais complexa com infra-estrutura de C&T, incluindo realização de atividades inovativas

Instrumentos tradicionais de financiamento adaptados às necessidades dos diferentes tamanhos de firmas. Importância de linhas de crédito para exportação. Fnanciamento de atividades inovativas

Estruturação de sistemas de produção complexos. Fortalecimento de complementaridades entre atividades em cadeias produtivas. Estruturação de redes de suprimento locais, a partir de articulações entre empresas âncoras e PMEs e de parcerias entre empresas o

Modernização produtiva e tecnológica. Integração de novas tecnologias, com ênfase em flexibilidade e diferenciação de produto. Elevação do nível tecnológico de produtos. Aceleração de taxas de inovação

Integração de empresas locais a cadeias de suprimento globais. Atração de investimento direto externo. Busca de diversificação dos mercados atendidos. Fortalecimento de capacitações exportadoras. Arranjo como atrator de demanda

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Base de conhecimentos, construção de competências e critérios de diferenciação de APLs

• Hipótese: em economia crescentemente “baseada no conhecimento”, a forma como estes conhecimentos são gerados, distribuídos e incrementados constitui um fator importante de diferenciação de aglomerações produtivas.

• Conexão entre características da “base de conhecimentos” e elementos de diferenciação de APLs.

• Ênfase em atributos de processos sócio-cognitivos para diferenciar tipos de APLs.

• Condicionantes gerais da conformação dos sistemas sócio-cognitivos:

1. Configuração das redes sociais, produtivas e inovativas.2. Complexidade e funcionalidade dos sistemas de

informação e dos canais de interação entre agentes.3. Configuração institucional dos sistemas locais e regionais

de inovação

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Base de conhecimentos, construção de competências e critérios de diferenciação de APLs

Categorias de análise:• Tipo de conhecimento que circula no interior do arranjo (tácito ou codificado)• Maior ou menor “complexidade” do conhecimento.• Tipo de informação relevante: know-how, know-what, know-who e know-why • Papel de redes sociais na transferência e processamento de informações.• Caráter “comercializável” (traded) das informações e conhecimentos

relevantes. • Importância de efeitos transbordamento (“spill-over”).• Condições de oportunidade de apropriabilidade de inovações• Complexidade dos processos de aprendizado• Socialização de conhecimentos e integração de competências.• Mecanismos de difusão.• Construção de rotinas (inter) organizacionais para coordenação das

decisões produtivas e inovativas. • Articulação com infra-estrutura de C&T e com fluxos “globais”de

conhecimento.

• Resultado: consolidação de sistemas sócio-cognitivos cujas características são reforçadas em função de processo path-dependent, gerando a consolidação de uma determinada “massa crítica”, caracterizada como um “pool” social de conhecimentos e competências, que se converte em característica particular de cada arranjo.

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Diversidade setorial e especificidade de países em desenvolvimento: implicações para tipologias de APLs

Hipóteses: • Necessidade de considerar dimensão setorial na construção de tipologias de

arranjos produtivos é reforçada em função de especificidades setoriais dos processos de aprendizado e de características dos regimes tecnológicos.

• Necessidade de considerar especificidades de países em desenvolvimento: 1) relativamente mais ricos em recursos naturais do que em recursos humanos e tecnológicos; 2) diversidade sócio-cultural e heterogeneidade produtiva; 3) heterogeneidade regional e social, com diversos tipos de “periferias” e processo de desenvolvimento não inclusivo; 4) informalidade, deficiência de capacitação produtiva e gerencial e baixo nível de produtividade; 5) falta de capacidade para inovação e o baixo grau de especialização e cooperação entre firmas; 6) desarticulação de sistemas de inovação nos planos nacional, regional e local; 7) constrangimentos “sistêmicos” de natureza regulatória.

• Consolidação de arranjos produtivos – comandada estritamente pelos estímulos do mercado ou induzida por uma variedade de instrumentos de política – pode atuar tanto na direção do aprofundamento como da redução dessa heterogeneidade. Possibilidade de identificarem-se alguns riscos e desafios das políticas.

• Construção de tipologias de APLs deve considerar especificidades setoriais e ter como referência as particularidades dos países em desenvolvimento e das políticas formuladas neste contexto.

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Diversidade setorial e especificidade de países em desenvolvimento: implicações para tipologias de APLs• Petrobelli e Rabelloti (2005): classificação que distingue quatro tipos de

atividades: 1) Manufatura tradicional; 2) Indústrias baseadas em recursos; 3) Indústrias de sistemas de produtos complexos; 4) Fornecedores Especializados.

• Consolidação de aglomerações produtivas em países em desenvolvimento deveria se articular à intensificação de uma dinâmica de “progresso competitivo”, envolvendo uma maior concentração empresarial, capaz de induzir a busca de maior eficiência coletiva, por meio da maior coordenação de atividades em cadeias de valor e da intensificação dos padrões de aprendizado e inovação.

• Possibilidade de diferenciar seis tipos de aglomerações de acordo com a natureza das atividades: 1) Atividades de Base Agroindustrial; 2) Atividades intensivas em recursos naturais locais; 3) Atividades tradicionais; 4) Atividades complexas intensivas em escala; 5) Atividades dinâmicas intensivas em conhecimento; 6) Atividades turísticas e de base sócio-cultural.

• Diferenciação considera especialização relacionada à dotação física de recursos da região, como fatores de natureza intangível, relacionados ao acúmulo de competências, à construção de rotinas e à estruturação de redes sócio-culturais.

• Possibilidade análise de natureza mais normativa, na qual as políticas de apoio são associadas a quatro dimensões básicas: (i) Consolidação da Estrutura de Governança; (ii) Incremento da Capacitação Produtiva; (ii) Apoio à Inovação e Difusão Tecnológica; (iv) Ampliação do Acesso a mercados e Fortalecimento da Competitividade.

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Dimensões das políticas de apoio a APLs segundo os tipos de atividades vinculadas aos arranjos

1) Base Agroindustrial

2) Intensivo em recursos naturais

locais3) Atividades tradicionais

4) Atividades complexas intensivas

em escala

5) Atividades dinâmicas intensivas

em conhecimento

6) Atividades turísticas e de base sócio-

cultural

Estrutura de Governança

Formação de cooperativas; Articulação com instituições de extensionismo agrícola. Gestão coletiva para comercialização da produção

Coordenação promovida por Instituições de pesquisa e por organismos de controle. Estruturação de redes tecnológicas vinculadas à natureza específica da atividade

Formação de associação de produtores a partir de feiras e atividades comuns de marketing. Centrais de Negócios para realização de compras conjuntas e negociações com fornecedores.

Integração de PMEs a cadeias comandadas por empresas âncoras. Ênfase em de atividades de apoio tecnológico. Instâncias de coordenação estruturadas na forma de redes

Redes de inovação vinculadas a projetos específicos, incluindo empresas de base tecnológica, incubadoras e parques tecnológicos ancorados em instituições de pesquisa

Associações de empresas de hotéis e restaurantes, com coordenação de poderes públicos. Associações de produtores culturais. Estruturação de pólos turísticos, gastronômicos e culturais

Capacitação Produtiva Inovação e Difusão Tecnológica

Fornecimento de matrizes para melhoramento da produção. Apoio ao desenvolvimento de agricultura orgânica. Difusão de equipamentos e técnicas agrícolas mais modernas. Articulação com instituições de pesquisa agropecuária.

Apoio a formalização das empresas. Difusão de equipamentos mais modernos. Disseminação de tecnologias ambientalmente sustentáveis. Utilização de fontes energéticas mais eficientes. Atuação sobre gargalos tecnológicos.

Ênfase na capacitação técnico-Profissional e na Capacitação gerencial de produtores. Monitoramento de tendências tecnológicas, e de macro-tendências de consumo. Melhoria dos processos produtivos e Gestão da Qualidade.

Modernização produtiva e tecnológica de empresas locais, incluindo a certificação formal em qualidade e credenciamento junto a empresas âncora. Articulação com infra-estrutura de C&T para prestação de serviços tecnológicos.

Suporte a projetos nascentes. Recrutamento e seleção de profissionais. Compartilhamento da infra-estrutura tecnológica. Gestão dos direitos de propriedade industrial e intelectual. Estruturação de Redes de Informação-Comunicação.

Formação e treinamento profissional. Capacitação em gestão empresarial e planejamento. Melhoria das condições logísticas e de infra-estrutura. Preservação do patrimônio ambiental e histórico-cultural. Programas de Informatização

Acesso a mercados e Competitividade

Apoio Tecnológico à Exportação. Elevação do patamar tecnológico dos processos produtivos. Apoio no controle fito-sanitário. Apoio à rastreabilidade da produção

Aglutinação de produtores para acesso a mercados e exportação (via consórcios, p.ex). Normalização e certificação da produção. Diversificação da linha de produtos a partir do processo de normalização.

Organização de feiras e participação em Missões Técnicas Internacionais. Consolidação de marca local-regional. Normalização técnica e atualização do design de produtos face às tendências do mercado.

Integração de empresas locais ao cadastro da empresa-âncora. Realização de feiras, eventos e rodadas de negócios para dinamização de vendas de produtores locais. Fortalecimento de capacitações exportadoras..

Internacionalização via consórcios de exportação. Desenvolvimento de capacitação mercadológica de empresas de base tecnológica. Integração a fluxos internacionais via parcerias tecnológicas e mercadológicas.

Definição do "público-alvo" e diferenciação dos atrativos locais. Consolidação de "marcas regionais" e programação de eventos e roteiros. Estruturação de centrais de reservas. Melhoria da infra-estrutura local.

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Diversidade setorial e especificidade de países em desenvolvimento: implicações para tipologias de APLsRiscos das Políticas:• Integração excessivamente “dependente” aos mercados mercados e fluxos

de conhecimento “globais” com processo de desenvolvimento não inclusivo e reforço de periferias “internas”.

• Marginalização de setores e regiões relativamente excluídos do processo de desenvolvimento e da integração aos mercados globais.

• Reforço de heterogeneidade produtiva e aprofundando as desigualdades sociais e regionais.

• Paralisia de políticas e reforço de constrangimentos “sistêmicos” de natureza regulatória que penalizam a capacidade empreendedora.

• Risco recorrente de captura das políticas em função de interesses de grupos particulares a serem beneficiados pelas ações.

• Risco implícito na implementação de políticas orientadas estritamente pelos estímulos do mercado e na formulação de estratégias desenhadas com foco estrito em determinados setores estratégicos (geralmente, aqueles intensivos em C&T).

• Efeitos potencialmente perversos da reconversão produtiva de determinada região, resultantes do efeito desestabilizador de novos investimentos sobre a sua base produtiva, territorial e sócio-cultural

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Diversidade setorial e especificidade de países em desenvolvimento: implicações para tipologias de APLsDesafios e sinalizações para políticas• Descentralização das políticas, de forma a possibilitar que as mesmas contemplem

uma maior diversidade de interesses; • Reforço da transparência e estabelecimento de canais de articulação entre os objetivos

e as ações das políticas e as necessidades da sociedade nas localidades afetadas pelas mesmas contemplando a análise dos impactos sobre o tecido social, a identidade sócio-cultural e as condições ambientais das regiões afetadas.

• Opção deliberada por políticas de natureza mais “inclusiva” que contemplem aspectos como a geração de um maior volume de emprego, o fortalecimento e a integração de MPEs às cadeias de suprimento e comercialização e o maior enraizamento de novos investimentos nos territórios afetados.

• Ênfase em benefícios potenciais que afetam diretamente a redução da pobreza• Explorar de forma complementar o potencial dos mercados regionais e locais, que

podem se converter em escoadouros para a produção gerada quando os mercados “globais” deixam de ser atrativos;

• Incrementar a agregação de valor e o upgrade tecnológico dos produtos gerados, reduzindo a vulnerabilidade associadas à geração de produtos menos elaborados (commodities).

• Monitorar evolução das trajetórias tecnológicas relacionadas a setores estratégicos, identificando-se eventuais gargalos tecnológicos, as necessidades de requalificações de competências, as possibilidades de incrementar as articulações com a infra-estrutura de C&T e a viabilidade da consolidação de empresas de base tecnológica na região.

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Dinâmica territorial e “resiliência” regional: implicações para tipologias de APLs

• Possibilidade de articular avaliação dos impactos da consolidação de arranjos produtivos no plano territorial à noção “resiliência regional”.

• Para visão evolucionária da geografia econômica, a resiliência regional não estaria necessariamente comprometida com uma trajetória de “equilíbrio territorial”, mas sim com a capacidade de adaptação do território em um ambiente em permanente transformação.

• Noção de “resiliência regional” associada à capacidade de adaptação do território frente a um contexto de incerteza.

• Conceito vincula dinamismo de regiões – e dos arranjos produtivos que a conformam – à sensibilidade e adaptabilidade das mesmas face à ocorrência de choques externos.

• Principal risco desses choques seria a perda de identidade territorial e a conseqüente fragmentação e atomização regional.

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Dinâmica territorial e “resiliência regional”: implicações para tipologias de APLs

Condicionantes da “resiliência regional” e elementos de diferenciação e APLs:

• Condições de acessibilidade e de troca de informações relevantes entre agentes conectados a redes de relacionamentos, a partir das quais se consolidam comportamentos coletivos coordenados.

• Presença de um sistema regional de inovação estruturado.• Estrutura de fatores e estímulo à consolidação de “regiões que

aprendem”• Infra-estrutura logística satisfatória (transporte, telecomunicações,

etc)• Força de trabalho qualificada, inovativa e com capacidade

empreendedora • Sistema financeiro de suporte funcional para necessidades de

crescimento• Base econômica diversificada, não dependente de uma única

atividade • Efeitos spill-overs espaciais de conhecimentos• Qualidade e sustentabilidade do “capital social

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Ciclo de vida de arranjos: princípios gerais

• Analogia entre “ciclo de vida de aglomerações produtivas”, “ciclo de vida de produto” e “ciclo de vida da indústria”

• Noção de “ciclo de vida” como lentes seletivas utilizadas para a compreensão das trajetórias evolutivas e das possibilidades de transformação de aglomerações produtivas.

• “Ciclo de vida de aglomerações produtivas” como algo mais do que a representação local do “ciclo de vida da indústria”.

• Distintas aglomerações produtivas presentes em uma indústria em determinado estágio de seu “ciclo de vida” podem apresentar diferentes padrões de crescimento, relacionados a distintos estágios do “ciclo de vida de arranjos”.

• Teoria do ciclo de vida segue a metáfora do crescimento orgânico (início e fim), tendo uma seqüência unitária de passos cumulativos e derivativos.

• Possibilidade de articulação desse modelo de evolução organizacional a duas outras visões: 1) visão dialética, que pressupõe que as mudanças organizacionais ocorrem por conseqüência de uma pluralidade de eventos, forças e valores contraditórios que competem pela dominação e controle; 2) visão evolucionária, que pressupõe que a mudança ocorre por meio de um processo contínuo de variação, seleção e retenção.

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Ciclo de vida de arranjos: tendências gerais

• Performance de empresas inseridas em aglomerações tende a ser superior no início do entre “ciclo de vida de aglomerações produtivas” e pior nos estágios finais desse ciclo. Efeito potencializador do crescimento ou do declínio em função da inserção em aglomerações.

• Conceito de “ciclo de vida de aglomerações produtivas” inclui além de fases tradicionais – desenvolvimento, expansão, maturidade e declínio – possibilidades de transformação e re-dinamização, em função de mudanças tecnológicas ou de mercado.

• Dinâmica de “ciclo de vida de aglomerações produtivas” modulado por dimensão cognitiva, com possibilidade de efeito lock-in (geralmente associado á “especialização rígida”) e declínio.

• Emergência do “ciclo de vida de aglomerações produtivas” associado a acidentes históricos (Krugman. 1991), processos estocásticos de stat-ups e spin-offs (Artur, 2001), desenvolvimento de rotinas superiores (Kleper, 2001) e tradição histórica da presença de indústrias relacionadas (Boschma e Wenting, 2007)

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Etapas de Ciclo de Vida de APLs

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Ciclo de vida de arranjos: características dos estágios

1) Emergência (surgimento/existência)• Efeitos aleatórios históricos ou vinculados à base produtiva pré-existente.• Estimulo de fatores locacionais e desenvolvimento de conhecimento específico

na região.• Relevância de valores comunitários pré-existentes, práticas cooperativase e

capital social na criação de “circunstâncias hospitaleiras” para atuação de agentes inovativos e para exercício de capacidade empreendedora.

• Prevalência de efeitos spin-offs, com perspectiva de efeito contágio e sinalização para entrantes potenciais.

• Início de cooperação em torno de atividade-núcleo e identificação de oportunidades a partir de suas ligações e encadeamentos produtivos

• Inovatividade elevada, porém vinculada a dispersão de esforços e à exploração de múltiplas trajetórias.

• Exploração limitada de sinergias devido à heterogeneidade excessiva • Prevalência de dinâmica de “expansão exploratória” baseada em “regime

tecnológico empreendedor”, favorável ás firma entrantes inovadoras.• Volatilidade da estrutura industrial.• Evolução da fase de emergente para a fase de desenvolvimento requer acúmulo

de “massa crítica”, com criação de sinergia em torno de “ponto focal” ou “núcleo dinâmico”.

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Ciclo de vida de arranjos: características dos estágios 2) Desenvolvimento (extensão);• Consolidação de “massa crítica” (take-off). vinculada á criação de empresas (start-

ups), transbordamentos de conhecimentos (spin-offs) e criação de múltiplos tipos de associações entre empresas (joint ventures, acordos, redes, etc).

• Cooperação e integração de conhecimentos e competências complementares, inclusive em atividades inovativas e de P&D.

• Delimitação progressiva dos campos temáticos.• Criação progressiva de economias externas e geração de processo cumulativo que

conduz a consolidação de trajetória específica de desenvolvimento.• Aumento da eficiência produtiva resultante da padronização de produtos, processo e

rotinas produtivas.• Focalização de esforços inovativos, com fortalecimento de trajetórias tecnológicas.• Redução da volatilidade e aumento da concentração da estrutura industrial.• Efeito sinalizador associado à qualidade do produto e à “marca” local para

consumidores e concorrentes externos. Reconhecimento externo da competitividade• Especialização produtiva e consolidação de processos (mútuos e interativos) de

aprendizado, com criação de “competências localizadas” e de conhecimentos que são específicos á região.

• Fortalecimento de relações externas ao arranjo devido á consolidação de Vantagens competitivas resultantes da especialização.

• Especialização conduz à redução da heterogeneidade do conhecimento gerado no arranjo, aumentando paulatinamente o risco de vulnerabilidade

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Ciclo de vida de arranjos: características dos estágios

3) Maturidade (exaustão)• Estabilização do número de firmas e acirramento da competição.• Consolidação de massa crítica baseada em relações internas e externas.• Evolução para “estado de equilíbrio” com estabilização do crescimento das

empresas integradas à aglomeração, comparativamente ao conjunto do setor.

• Possibilidade de congestão de custos.• Flutuações do crescimento tendem a ser mais de natureza cíclica do que

estrutural.• Tentativa de abertura de novos mercados e desenvolvimento de ligações

com parceiros externos à aglomeração.• Incremento paulatino do risco de lock-in político, funcional e mental-

cognitivo, com acomodação de agentes.• Possibilidade de reversão súbita da trajetória de crescimento equilibrado

devido a distúrbios inesperados nas condições ambientais.• Encruzilhada evolutiva: duas direções possíveis – declínio (via lock-in) ou

renascimento (via transformação) • Duas possibilidades para esgotamento do crescimento: (1) redução de

diversidade e exaustão da trajetória ocasiona declínio; (2) reativação do crescimento e “passo atrás” no ciclo de vida através da geração de uma nova heterogeneidade, capaz de estimular uma nova fase de crescimento.

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Ciclo de vida de arranjos: características dos estágios

4) Declínio• Perda de competitividade e inovatividade devido ao peso das estruturas

internas e à dependência em relação a contatos e conhecimentos locais.• Perda de massa crítica, com redução da capacidade de geração de sinergias

a partir do “ponto focal” e paulatina degenerescência do “núcleo dinâmico”.• Redução do número de empresas e empregados.• Marginalização de ligações externas e postura contrária à prospecção de

longo prazo e à abertura para novos conhecimentos e rotinas. • Desaceleração dos processos de aprendizado e redução no ritmo de

geração de novos conhecimentos e inovações relevantes.• Efeito lock-in associado à “especialização rígida” (paradoxo da perda de

heterogeneidade).• Intensificação de deseconomias locais em virtude de pressões competitivas.• Complacência com menor performance e acomodação de agentes implica

em dificuldade para perceber transformações do ambiente (síndrome de auto-suficiência).

• Dimensões do efeito lock-in: (1) dificuldade de aprendizado e orientação interna excessiva (cognitive lock-in); (2) excessiva vinculação a conexões internas relacionada s redes estritamente locais ( functional lock-in); 3) dependência em relação a outros agentes que não as firmas e ações de suporte compensatório, com desconexão dos estímulos de mercado (political lock-in).

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Ciclo de vida de arranjos: características dos estágios 5) Transformação (Renascimento)• Duas possibilidades de ajuste positivo: 1) re-dinamização do padrão corrente de

evolução através de implementação de novas tecnologias relacionadas: 2) transição para campos de conhecimentos e competências totalmente distintos.

• Necessidade de reversão de efeitos lock-in e mobilização da criatividade na busca de novas soluções: passagem do tempo favorece reações espontâneas criativas, se ambiente local mantém dinamismo.

• Identificação de novas potencialidades para utilização de recursos e competências locais e exploração do impacto de novas tecnologias

• Consolidação de atmosfera visionária e criativa como base para a adaptação a novos mercados, tecnologias e processos.

• Forças motoras do potencial de transformação e re-dinamização: diversidade de agentes, fontes polivalentes de tecnologia e complexidade da base científica e de conhecimento.

• Possibilidade de ancorar transformação ao dinamismo dos sistemas locais e regionais de inovação.

• Contribuições de universidades e institutos de pesquisa para re-dinamização de aglomerações: 1) treinamento (formação de capital humano); 2) inovação (comercialização de avanços gerados no meio acadêmico); 3) parcerias (realização de projetos conjuntos de pesquisa); 4) atração externa (de pessoal e empresas qualificadas); 5) facilitador (via consolidação de redes de relacionamentos).

• Mobilização da diversidade e heterogeneidade de conhecimentos e competências como forças motoras de ajustamentos positivos.

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Evolução de arranjos: modulação da dinâmica

• Evolução atrelada a efeito da difusão e integração de informações e conhecimentos.

• Movimento geral (não determinístico) de surgimento, consolidação, expansão e deterioração de “massa crítica”.

• Importância de “pontos focais” para a geração de sinergias via especialização

• Necessidade de balanceamento entre focalização-especialização e a abertura para a diversidade-heterogeneidade de conhecimentos e competências.

• Necessidade de equilíbrio entre convergência interna e divergência na capacidade de acessar e utilizar conhecimentos externos.

• Possibilidade de ancoragem em firmas de maior porte e em relacionamentos inter-industriais idiossincráticos mais vigorosos.

• Balanceamento entre efeitos de aglomeração e custos de congestão.

• Relação entre “aprendizado local” e exploração-utilização da heterogeneidade

• Importância de manutenção da diversidade e heterogeneidade da base de conhecimentos para manter dinamismo do processo de desenvolvimento.

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Conclusões: implicações normativas da análise

• Arranjos produtivos envolvem processos interativos complexos, que dificilmente podem ser adequadamente representados através de uma tipologia esquemática.

• Em vez da definição de um conjunto de best-pratices que possam ser selecionadas em função das características do arranjo a ser apoiado, é mais produtivo que os objetivos de políticas se orientem prioritariamente para a criação-difusão de conhecimento, para o estímulo à consolidação de múltiplas formas de aprendizado e para construção de competências.

• Dinamização da base de conhecimentos e a construção de competências constituem as principais fontes de reforço da competitividade territorial. Relevância dos processos de aprendizado institucional, a partir dos quais é possível adaptar e calibrar as ações em função da trajetória de desenvolvimento dos arranjos.

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Conclusões: implicações normativas da análise

Riscos potencialmente associados às políticas para APLs • Especialização excessiva de uma região pode gerar maior

vulnerabilidade face às pressões competitivas e à ocorrência de descontinuidades tecnológicas, gerando um aprisionamento na trajetória (associada a efeitos do tipo “lock-in”)

• Ênfase excessiva em atividades mais intensivas em capital ou de maior conteúdo tecnológico pode gerar uma “miopia high-tech” que acaba desconhecendo o potencial de dinamização de competitividade territorial decorrente de competências pré-existentes.

• Risco de síndrome da auto-suficiência (self-sufficiency syndrome) associada a políticas que reproduzem padrões de ineficiência e dificultam o reconhecimento das tendências de mudanças que requerem a adaptação dos agentes locais.

• Possibilidade das política ser “capturada” em função de grupos de interesse com maior capacidade de expressar suas demandas, o que teria reflexos danosos em termos da deterioração do “capital social” do arranjo, resultando na exclusão de grupos, no aniquilamento de competências e no risco de perda de identidade social e territorial.

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Conclusões: implicações normativas da análiseOrientações Gerais:• Engajamento dos agentes locais a partir de um enfoque “de baixo para cima”

(bottom-up). • Estímulos à consolidação do capital social, através da estruturação de relações de

confiança entre os agentes locais. • Desenvolvimento de uma visão prospectiva de longo prazo, baseada em uma

estratégia coordenada de construção de competências que reforce a competitividade territorial e a sustentabilidade do arranjo.

• Foco na melhoria da qualificação da mão de obra e no desenvolvimento de competências:

• Ênfase no reforço de estilos inovativos, da criatividade e das fontes de diversidade e heterogeneidade, o que amplifica as possibilidades de adaptação face às oportunidades e ameaças externas.

• Necessidade de customização e adaptação de políticas em função da trajetória evolutiva dos arranjos, com ênfase em estímulos a processos de aprendizado e em processos de cooperação inclusivos e conectados aos estímulos ambientais.

• Adaptação dos procedimentos de avaliação das políticas de apoio a APLs num novo contexto. Principais desafios:

1. Ausência de clareza sobre os relacionamentos causais entre instrumentos mobilizados e resultados obtidos, que geralmente ocorrem em diferentes subsistemas e em diferentes níveis.

2. Particular relevância de resultados intangíveis, difíceis de observar e mensurar na avaliação de políticas.

3. Contexto cultural, político, social e ambiental também deve ser considerado na avaliação, que deve estar baseada em processos adaptativos e na participação ativa dos diferentes atores envolvidos no processo.