Seminários do MIM Unidade curricular de infecciosas · gp36 Matrix p15 Capsídeo p26 TI ARN MHC...
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Seminários do MIM
Unidade curricular de infecciosas
Vítor Manuel Jorge Duque
Introdução
Partícula e genoma VIH-1
gp120
gp41
p17
Capsídeo p24
TI
ARN
MHC
Dupla
camada
lipídica
Matriz
Envelope
Envelopegp105
gp36
Matrix p15
Capsídeo p26
TI
ARN
MHC
Camada
lipídica
vpx
vpr
Partícula e genoma VIH-2
Infecção VIH - métodos laboratoriais
Fauci et al. Ann Intern Med 1996;124:654-663
Métodos indirectos
MÉTODOS DIRECTOS
— CULTURA VÍRICA
— DETECÇÃO DE ác. NUCLEICOS - PCR, bDNA, NASBA
— ANTIGENÉMIA p24
MÉTODOS INDIRECTOS
— MÉTODOS DE RASTREIO
— MÉTODOS DE CONFIRMAÇÃO
Infecção VIH - métodos laboratoriais
MÉTODOS DE RASTREIO
ELISA (Enzyme-Linked ImmunoSorbent Assays)
Métodos rápidos
Métodos simples
MÉTODOS DE CONFIRMAÇÃO OU SUPLEMENTARES
Western Blot
Imunofluorescência indirecta (IFA)
Line Immunoassay
Infecção VIH - métodos laboratoriais
MÉTODOS INDIRECTOS
RASTREIO
Detectam todos os indivíduos infectados
Alta sensibilidade (99,9%)
Falsos negativos (0,03 a 0,001%)
CONFIRMATÓRIOS
Identificam todos os não infectados com teste de rastreio positivo
Alta especificidade (99,94%)
Falsos positivos (0,0004 a 0,0007%)
Infecção VIH - métodos laboratoriais
FORMATO DOS TESTES
Microplaca
Esferas
Microesferas
Tiras de papel
Tiras de plástico
SISTEMAS INDICADORES
Produção de cor
Inibição da cor
Radioactividade
Fluorescência
Quimioluminescência
Infecção VIH - métodos laboratoriais
SISTEMAS ELISA
Indirecto
Competitivo
Sandwich de acs
Sandwich de ags
Captura de acs específicos
PLATAFORMAS
Manual
Semi-automatizado
Automatização total
Infecção VIH - métodos laboratoriais
CLASSIFICAÇÃO:(fonte de antigénio e formato)
1ª Geração — lisados víricos
— culturas em linhas humanas de linfócitos T
2ª Geração — ags recombinantes expressos em sistemas
— bacterianos ou fúngicos
— oligopeptídeos sintéticos (15-20 aa)
3º Geração — ags recombinantes ou sintéticos
— em formato de sandwich
4º Geração — detecção simultânea de ags e acs
Infecção VIH - métodos laboratoriais
ANTIGÉNIOS DE LISADO VÍRICO
sensibilidade baixa
especificidade baixa (amostras de África)
contaminantes celulares - locus HLA
falsos positivos se anticorpos anti - HLA
exposição a leucócitos
durante a gravidez
transfusões sanguíneas
Infecção VIH - métodos laboratoriais
ANTIGÉNIOS RECOMBINANTES
antigénios produzidos em grande quantidade
único produto vírico produzido
usados em combinação
alta sensibilidade
alta especificidade
contaminantes provenientes do veículo
alguns falsos positivos
Infecção VIH - métodos laboratoriais
ANTIGÉNIOS DE PEPTÍDEOS SINTÉTICOS
sequência de aa conhecida
sintetizador de peptídeos
escolha de porções (epitopos) de antigénios
cadeia de 10-40 aa
isoladamente ou em combinação
menos reacções cruzadas
maior especificidade (confirmação da infecção VIH)
maior grau de pureza
ausência de contaminantes
desvantagens - sensibilidade
- ags não glicosilados
Infecção VIH - métodos laboratoriais
TESTES DE RASTREIO
Detecção por ELISA
MÉTODO INDIRECTO
Ags ligados a microplaca ou esfera
Incubação com a amostra - 30’ a 37 - 40ºC
Lavagem
Incubação com o conjugado - 30’ a 37 - 40ºC
Lavagem
Incubação com substrato
Leitura em espectrofotómetro
Infecção VIH - métodos laboratoriais
TESTES DE RASTREIO
Detecção por ELISA
MÉTODO SANDWICH
Ags ligados a microplaca ou esfera
Sandwich de ag-ac-ag marcado
Vantagens:
Método mais sensível
Todas as classes de acs são detectadas
Detecção de acs anti VIH-1 e VIH-2
Isoladamente ou em combinação
Infecção VIH - métodos laboratoriais
ELISA para a detecção de anticorpos anti-VIH
Microplaca para pesquisa de anticorpos anti-VIH por ELISA:
poços coloridos indicam reactividade
Após várias etapas de incubação e de lavagem, há desenvolvimento de
reacção colorimétrica na presença de anticorpos específicos contra o VIH
Resultados
Positivo
Negativo
Enzyme ImmunoAssays (EIAs)
MÉTODOS DE CONFIRMAÇÃO
Western blotMétodo padrão para a validação dos resultados
Ags de VIH obtidos por lisado de cultura
Separação por electroforese em gel de poliacrilamida
Transferência (blot) para nitrocelulose
Tiras com bandas de antigénios
Amostra - diluída 1/50 a 1/100
Identificação de Acs - método indirecto
Padrão de bandas típico para o VIH
gp160, gp120, p66, p55, p51, gp41, p31, p24, p17, p15
Infecção VIH - métodos laboratoriais
Western blot para a pesquisa de
anticorpos anti-VIH-1
• Há critérios diferentes para a
interpretação dos resultados do
Western blot para HIV ex.:
CDC, WHO, American Red
Cross.
• As bandas de positividade de
anticorpos mais importantes
são contra as glicoproteínas do
envelope gp120, gp160 e gp41
• O anticorpo anti-p24 está
habitualmente presente mas
pode estar ausente nas fases
tardias da infecção VIH
FDA 3 bandas: p24, p31, e gp41
ARC 1 banda de cada gene estrutural (gag, pol e env)
CDC 2 bandas das seguintes: p24, gp41 e gp120/160
CRSS 1 banda do core (gag ou pol) e outra do env
OMS 2 bandas do envelope
CNTS/PEI 2 bandas, uma delas do envelope
ARC - American Red Cross
CRSS - Consortium for Retrovirus Serology Standardization
CNTS/PEI - Centre National de Transfusion Sanguine
Western blot
Resultado positivo:
MÉTODOS DE CONFIRMAÇÃO
Infecção VIH - métodos laboratoriais
Western blot
Resultado negativo: ausência de todas as bandas
OMS - banda p17 fraco (sem seguimento posterior)
Resultado indeterminado: não positivo – reactividade para 1 ou mais bandas
ocorre em 15% dos indivíduos não infectados
bandas fracas mais frequentes (gag) p17, p24 e/ou p55
não prediz uma infecção precoce
sugerem infecção precoce — p24, p31 e p55
banda do envelope isolada (seguimento - OMS)
MÉTODOS DE CONFIRMAÇÃO
Infecção VIH - métodos laboratoriais
Métodos de rastreio:ELISA para VIH-2
ELISA combinado VIH-1/VIH-2
Métodos de confirmação:
Western blot para VIH-2 ou Combinado VIH-1/VIH-2Resultado positivo:
OMS — reactividade para dois ags do envelope
Outros — reactividade p26 (gag), gp34 ou gp105 (env)
RIPA (Radioimmunoprecipitation assay)método de investigação (rigor técnico)
necessita de material radioactivo
Infecção VIH - métodos laboratoriais
Métodos directos
Células primárias
Linfócitos T varia com o dador
CD4 purificados ausência de CD8+, isolamento
Monócitos
Linhas celulares T
Jurkat presença de marcadores celulares
CEM variantes diversas
Sup-T1 expressão de CD4+ e CD8+
MOLT-4 muito citopática e fusogénica
HUT-78/H9 fusogénica
MT-4 infectada por HTLV-1. Citopática
Linhas celulares monocíticas
HL-60 susceptível à infecção, por contacto
U937 moderadamente citopática
THP-1 muito citopática
Infecção VIH - métodos laboratoriais
Métodos de cultura celular
Cultura qualitativa
Cultura quantitativa
PCR (Polymerase chain reaction)
1 – Recém-nascidos de mães infectadas pelo VIH-1
PCR DNA e/ou RT-PCR RNA
2 – Rastreio de dádivas de sangue
3 – Diagnóstico precoce da infecção primária VIH-1
4 – Padrão serológico indeterminado
Subtipos não-B
Infecção VIH - métodos laboratoriais
PCR negativa em indivíduos com teste VIH-1 positivo
Transmissão passiva (materno-fetal) Positivo verdadeiro
Mutações críticas na região analisada Problema da PCR
Presença errática da sequência estudada
Baixa sensibilidade da análise
Erro técnico Problema do laboratório
Anticorpos com reactividade cruzada:
lúpus,
fibrose quística, Positivo falso
vacina da gripe,
transfusões
Infecção VIH - métodos laboratoriais
2
Dias
Infecção Aguda
3 4 57
Semanas
14 24
Infecção Estabelecida
NAT (10 a 12 dias)
P24 (16 dias)
4ª geração
3ª geração (22 dias)
WB
EIA
CD4+
Acs anti-VIH
Viremia
Eliminação Genital
Estratégias e algoritmos de
diagnóstico
Algoritmo padrão
Rastreio com ELISA Resultado negativo
Resultado positivo
Repetir ELISA em duplicado
Testes confirmatórios
Infecção VIH - métodos laboratoriais
Infecção HIV perinatal
18 meses 18 meses
ELISA Serologia IgGNÃO É ÚTIL
+–
WB
–
+
Ind
Algoritmo de diagnóstico
Métodos rápidos de diagnóstico
Efectuados em menos de 30 minutos (CDC)/ 15 minutos (OMS)
Tão precisos, mas mais caros (ELISA e Aglutinação)
Erros são comuns (imprecisão técnica)
“dot blot” ou “immunoblot” - HIVCHEK (Ortho)
Fase sólida - nitrocelulose, com Ags absorvido (blotted)
Dispositivo plástico com almofadas
Indicador colorido (tinta) - ouro coloidal e proteína A
Métodos de captura - SUDS (Murex)
Micropartículas revestidas de antigénio
Incorporadas em membrana
Indicador colorimétrico
“Dot” de controlo positivo
Podem diferenciar HIV-1 do HIV-2 (2 “dots”)
INFECÇÃO VIH – MÉTODOS RÁPIDOS
INFECÇÃO VIH – MÉTODOS SIMPLES
Tempo de execução > 30 minutosNão necessitam de instrumentação
São testes de aglutinação de partículasPartículas revestidas de ag - hemácias, látex ou gelatinaResultado positivo - aglutinação visível
— Hemaglutinação passiva
— Aglutinação pelo látex — Teste de aglutinação particulada
controle de qualidadecondições de controle de temperatura
Reativo ou “Positivo”
• Banda teste
• Banda de controlo
Não Reativo ou “Negativo”
• Banda de controlo isolada
Inválido
• Não há banda de controlo
• Teste não válido. Repetir com novo dispositivo
Resultados possíveis
Métodos rápidos de diagnóstico
Colheita e transporte de amostras
Amostras usadas em métodos
rápidos
• Sangue total
• Soro
• Plasma
• Saliva
• Urina
Colheita de sangue – por punção
venosa
Métodos rápidos de diagnóstico
Capillus HIV-1/HIV-2
1. Preparação do material e
reagentes necessários2. Marcação do dispositivo
com a identificação do doente
3. Colocar a lâmina contra a placa de
interpretação. Verificar que a lâmina está na
posição correcta.
4. Homogeneizar o reagente contendo o latex 5. Recolher o latex até à marca de calibração.
Evitar aspirar bolhas de ar.
6. Colocar o reagente no poço de mistura,
afastado do canal capilar.
Não tocar na lâmina com a pipeta.
7. Colher 10 µl de sangue com uma ponta de pipeta
descartável usando a pipeta pré-calibrada.
9. Homogeneizar a mistura de amostra e
latex (3x). Agitação circular (5X).
10. Iniciar o fluxo capilar colocando a mistura
na abertura do canal usando a pipeta.
8. Segure a pipeta sobre o poço e coloque
a amostra directamente sobre a
solução de latex.
11. Permitir que a mistura de latex
escorra pelo canal e atinja a janela
de observação (cerca de 3-7 min.)
antes da leitura dos resultados.
12. Ler e registar os resultados na
folha de trabalho.
Reativo
Não-
reativo
1. Preparar os reagentes e
restante material necessário
2. Colocar o suporte numa superfície
plana e nivelada.
Remover o dispositivo da
embalagem e marcar o dispositivo e
a “developer vial” com o número
de identificação da amostra.
3. Cuidadosamente destape a
“developer vial” e coloque-a no
suporte.
4. Colher cerca de 5 µl da
amostra com uma ansa
descartável.
4. Usar a ponta almofadada do dispositivo
teste para colher a amostra esfregando
uma vez a superfície exterior das gengivas
inferiores e superiores.
5. Transferir a amostra colhida para o
frasco. 6. Agitar a amostra no frasco com a ansa.
OraQuick: transferência da amostra
7. Inserir a almofada do dispositivo completamente no frasco
com a janela dos resultados voltada para o observador.
OraQuick: Inserir o dispositivo teste no frasco
tampão
8. Encubar 20 minutos (não superior a
40 min.) antes da leitura dos resultados.
9. Ler e registar os resultados
na folha de trabalho.
OraQuick: Obtenção de resultados
Reativo InválidoNão-reativo
OraQuick: Interpretação
Reativo InválidoNão-reativo
Teste 1 Teste 2 Teste 3 Status VIH
Não-reativo Não-reativo Negativo
Reativo Reativo Positivo
Não-reativo Reativo Não-reativo Negativo
Reativo Não-reativo Não-reativo Negativo
Não-reativo Reativo Reativo Positivo
Reativo Não-reativo Reativo Positivo
Modelos para aconselhamento e
teste VIH
Teste e aconselhamento voluntário, de iniciativa do cliente Limitações:
• Baixa cobertura dos serviços
• Medo do estigma e descriminação
• Não percepção do risco
Teste e aconselhamento de iniciativa do fornecedor de
cuidados de saúde Objectivos:
• Aumentar o número de indivíduos testados para VIH
• Melhorar o acesso aos serviços de saúde para os indivíduos que vivem com a
infecção VIH
• Criar novas oportunidades de prevenção
Todos os indivíduos observados em unidades de saúde em locais de
epidemia generalizada (zonas onde a epidemia está estabelecida na
população: prevalência consistentemente > 1% na grávida).
Populações seleccionadas e indivíduos com indicações clínicas para VIH
em epidemias concentradas (prevalência >5% numa subpopulação
definida, mas <1% na grávida em zonas urbanas).
Populações seleccionadas e indivíduos com indicações clínicas para VIH
em epidemias de baixa prevalência (presença de infecção VIH durante
muitos anos mas que nunca disseminou para níveis substanciais em
qualquer subpopulação).
WHO. Guidance on provider-initiated HIV testing and counselling in health facilities.
http://www.who.int/hiv/pub/vct/pitc/en/index.html. Acedido em 28 de Novembro de 2010
Palfreeman A, Fisher M, Ong E on behalf of the HIV Testing Guidelines Writing Committee. Testing for HIV: concise guidance.
Clinical Medicine 2009;9 (5):471-6
Os métodos indirectos (ELISA e Western blot) são o padrão para o diagnóstico da infecção VIH quando utilizados de forma sequencial.
Os métodos moleculares têm indicação no diagnóstico precoce da infecção VIH-1 (síndroma vírica aguda e transmissão vertical) e em algumas situações particulares (alternativa aos métodos suplementares).
Vários métodos rápidos têm sido desenvolvidos com o objectivo de rastrear a infecção VIH e permitir em simultâneo o aconselhamento pré e pós-teste.
Métodos rápidos de diagnóstico podem ser utilizados no diagnóstico da infecção VIH mas ainda sem um algoritmo claramente definido.
Os objectivos são o de permitir o acesso universal à prevenção, cuidados de saúde e ao tratamento consistente com as declarações da OMS (Millenium development goal 6) e UNAIDS.