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SEMINÁRIO TEOLÓGICO PRESBITERIANO REV. ASHBEL GREEN SIMONTON ADONIAS DE CASTRO SOUZA ACONSELHAMENTO PASTORAL NA PERSPECTIVA DA DOR DA PERDA RIO DE JANEIRO 2017

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SEMINÁRIO TEOLÓGICO PRESBITERIANO REV. ASHBELGREEN SIMONTON

ADONIAS DE CASTRO SOUZA

ACONSELHAMENTO PASTORAL NA PERSPECTIVA DA DOR DA

PERDA

RIO DE JANEIRO

2017

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ADONIAS DE CASTRO SOUZA

ACONSELHAMENTO PASTORAL NA PERSPECTIVA DA DOR DA

PERDA

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Trabalho apresentado ao SeminárioTeológico Presbiteriano Rev.Ashbell Green Simonton, comorequisito para a obtenção do títulode Bacharel em teologia.

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Orientador: Rev. João Batista Borges

RIO DE JANEIRO

2017

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ADONIAS DE CASTRO SOUZA

ACONSELHAMENTO PASTORAL NA PERSPECTIVA DA DOR DA

PERDA

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Trabalho apresentado ao SeminárioTeológico Presbiteriano Rev.Ashbell Green Simonton, comorequisito para a obtenção do títulode Bacharel em teologia.

Aprovado em ___/____/_____

BANCA EXAMINADORA

________________________________________________

Rev. João Batista Borges

________________________________________________

Rev. Ivo César Silva Mozart

________________________________________________

Rev. Márcio Coelho da Silva

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Dedico este trabalho ao meu Deus, à minhaesposa, pelo constante incentivo e apoio;aos meus filhos; aos meus irmãos e a todosque me apoiaram.

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AGRADECIMENTO

Agradeço a Deus por ter me sustentado nesta caminhada; a minha amada e querida

esposa Adriana Almeida por ter caminhado junto comigo, me dando o suporte

necessário para poder prosseguir; a meus filhos Beatriz e Gustavo, a quem tanto

amo pela compreensão; aos meus irmãos, que de uma forma ou de outra também

me fizeram prosseguir; a minha sogra pelo imenso apoio que proporcionou tanto a

mim como a toda minha família; as igrejas que muito fizeram para que pudesse

concluir o curso; a professores do Seminário pelo empenho e dedicação nas

ministrações das aluas; a tutores com suas orientações que contribuíram para o meu

crescimento; a federação de Sociedade Auxiliadora Feminina do Presbitério Novo

Oeste Rio pelo sustento em orações e de outras formas.

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“E Deus limpará de seus olhos toda alágrima; e não haverá mais morte, nempranto, nem clamor, nem dor; porque jáas primeiras coisas são passadas.”Apocalipse:21:4

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RESUMO

O presente trabalho trata sobre o aconselhamento cristão. tem em seu conteúdo:

definição do luto, luto em algumas culturas e religiões, luto oficial no Brasil, o que a

Bíblia fala sobre o luto, alguns tipos de luto, reações que se manifestam no decorrer

do luto, instruções que a bíblia dá para o conselheiro, tipos de características que

um conselheiro cristão deve possuir tais como ter conhecimento para discernir qual

o tipo de luto apresentado, propostas para se prestar um bom aconselhamento entre

elas, oferecer uma escuta empática buscando entender o que a pessoa está

passando, ter e comunicar fé buscando produzir na pessoa a confiança em Deus o

que lhe trará conforto. O conselheiro cristão deve também prestar auxílio ao doente

em fase terminal lhes fazendo reconhecer sua finitude e promover para que tenham

esperança de uma vida futura(eterna) mesmo diante do momento crucial em que

vivem.

Palavras Chaves: luto, aconselhamento, conselheiro cristão, Bíblia, conhecimento

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SUMÁRIO

1INTRODUÇÃO................................................................................................................................... 59

2A DOR E A SUA INEVITABILIDADE NO LUTO................................................................................63

2.1CONCEITO DE LUTO:........................................................................................................................63

2.2 LUTO NAS RELIGIÕES...................................................................................................................... 63

2.3 LUTO NAS CULTURAS...................................................................................................................... 65

2.3.1Alemanha............................................................................................................................. 65

2.3.2Estados Unidos.................................................................................................................... 65

2.3.3China.................................................................................................................................... 66

2.3.4Japão.................................................................................................................................... 66

2.4CORES DO LUTO............................................................................................................................. 69

2.5LUTO OFICIAL................................................................................................................................. 69

2.5.1Quanto ao tempo de duração do luto oficial é dito que: ......................................................70

2.5.2Atividades............................................................................................................................. 70

2.5.3Velório.................................................................................................................................. 71

2.5.4Especificidades para chefes de estado................................................................................71

2.6 PROCESSOS DO LUTO.................................................................................................................... 71

2.6.1Fase do choque.................................................................................................................... 72

2.6.2Fase do desejo..................................................................................................................... 72

2.6.3 Fase da desorganização e o Desespero.............................................................................72

3COTEXTUALIZAÇÃO BÍBLICA NA IDENTIFICAÇÃO DO LUTO....................................................76

3.1O QUE A BÍBLIA RELATA SOBRE A PERDA (LUTO)?................................................................................76

3.1.1Luto no Antigo testamento....................................................................................................76

3.1.2Luto no Novo Testamento....................................................................................................78

3.1.3O luto antecipado ou antecipatório:......................................................................................81

3.1.4O luto adiado ou retardado: .................................................................................................83

3.1.5Luto patológico..................................................................................................................... 84

4INTERVENÇÃO PASTORAL NOS CASOS DE LUTO......................................................................87

4.1ACONSELHAMENTO NOS CASOS DE LUTO............................................................................................87

4.1.1Consolar .............................................................................................................................. 87

4.1.2Aconselhar ........................................................................................................................... 87

4.1.3Admoestar ........................................................................................................................... 87

4.1.4Instruir ................................................................................................................................ 88

4.2ACONSELHAMENTO ÀS PESSOAS COM DOENÇAS EM FASE TERMINAL ...............................................95

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4.2.1Falar da finitude do homem .................................................................................................95

4.2.2Levar a Esperança para o Enfermo......................................................................................95

4.2.3O Preparo é fundamental para os Conselheiros...................................................................96

4.2.4Características Para um Conselheiro...................................................................................97

4.2.5Trazer o Conforto Espiritual para o doente .........................................................................98

5CONCIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................................................99

6REFERÊNCIAS................................................................................................................................ 101

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1 INTRODUÇÃO

O tema sobre o aconselhamento pastoral na perspectiva da dor da perda é

abordado pelo o fato de que há muitas pessoas sofrendo essa dor e sem receber o

devido cuidado para enfrentá-la, haja vista que é muito difícil conseguir transpor

essa tão grande onda de turbulência que sobrevém aos enlutados e com sérias

reações que os fazem ficar sem um norte a seguir.

O presente trabalho visa trazer algum entendimento sobre a dor da perda, no que

diz respeito ao luto, tratando sobre os conceitos de luto, como ele é vivido em

algumas religiões, bem como em algumas culturas, as reações que se apresentam

no luto, o que a Bíblia nos fala sobre ele, quais são os tipos de luto e suas

consequências, como deve proceder o aconselhamento cristão diante do luto e

como proceder também diante do aconselhamento com pacientes e que receberam

diagnósticos de doenças sem cura. Para que, com conhecimento, o conselheiro

cristão consiga trazer aos enlutados uma direção a ser seguida, a fim de conseguir

perceber que o luto é e deve ser algo a ser vivido; contudo, apenas em um certo

tempo, pois a vida que se findou foi do morto e não a do familiar.

O conselheiro cristão deve visar mencionar que, para tal processo, é necessário

contar sempre com Deus e o consolo do Espirito Santo.

A metodologia usada para produção deste trabalho foi a pesquisa sobre o assunto

em obras como livros, trabalhos acadêmicos e publicações; fazendo resumos e

fichamentos destas obras, destacam-se aqui alguns autores com suas obras de

tamanha relevância neste assunto, que balizam o presente trabalho: Garry R Collins,

Eleny Vasão, Jay Adams.

O trabalho está divido em três capítulos. O primeiro capítulo trata em seu bojo sobre

a definição da perda (luto) como: o comportamento de um indivíduo diante da perda

de um ente querido ou algo a que ele tenha muito apego. As reações de cada

indivíduo ante as vivências de perda e as concepções construídas acerca da

mesma, sofrem alterações conforme o contexto cultural e o momento histórico.

Observa-se que a forma com que se vivenciam as perdas no percurso da vida, vai

influenciar a maneira de lidar com as experiências na hora do luto. Seguindo, faz

saber sobre como algumas religiões e culturas se portam diante do dilema, por

exemplo: no catolicismo são realizados alguns rituais durante o período de luto,

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como a encomendação do corpo, a missa de corpo presente, a missa de sétimo dia

e a missa de um mês do dia do falecimento. Interessante também é a forma que se

vive o luto na cultura de alguns países, como na China por exemplo, um dos rituais

usados, diz respeito a cor que cada membro deve vestir no velório, de forma geral, a

cerimônia do funeral dura sete dias, e os enlutados usam roupas conforme o

relacionamento que tinham com quem faleceu. Os filhos e filhas usam roupas em

preto e/ou branco, e caminham na frente da procissão para o cemitério. Netos e

netas usam azul. O uso da cor branca simbolicamente lembra a morte, enquanto o

vermelho está mais relacionado a momentos felizes, como casamentos.

Esta forma de relacionar o luto a cor também é um dos assuntos abordados neste

trabalho, pois os países adotam diferentes tipos de cores na hora de se expressar o

luto. No Brasil, Japão e na Europa, usa-se preto, que é a privação da luz, na China,

o azul escuro, na Síria, o azul celeste, cor do Céu, para onde se deseja que os

mortos vão.

Cada país possui sua forma oficial de se fazer notório o pesar pela perda de alguém

que tenha feito algum bem à sociedade. No Brasil é de praxe que, após a morte de

um chefe de estado, por exemplo, seja decretado luto oficial por oito dias.

As pessoas vivem o luto de formas diferentes e, de acordo com seus costumes e

rituais, o luto traz consigo alguns processos que são vividos pelos enlutados, eles

apresentam-se da seguinte forma: fase do choque, fase do desejo e a fase da

desorganização e desespero. Porém, não vivem esses processos necessariamente

nesta ordem, pois não existe uma ordem a ser seguida como regra.

O segundo capítulo, tem por interesse fazer sabido o que a Bíblia fala a respeito do

luto. Nela podemos observar o relato de luto vivido por várias pessoas. No antigo

testamento temos os seguintes relatos: José filho de Jacó, Davi, Jeremias, Jó e Jacó

(Israel) esse último é que destacarei aqui, Jacó viveu o luto que, na verdade, não

aconteceu, pois seus outros filhos o forçaram a acreditar que a morte de José havia

acontecido, e diante da fala de seus filhos e do material que lhe fora entregue (capa

de José coberta de sangue), não teria como não acreditar. Ele viveu todo o ritual que

era realizado na época a saber: se cobriu de cinza e se vestiu de pano de saco para

prantear. No Novo testamento existem alguns casos, como o de Marta, Maria e o

próprio Senhor Jesus por ocasião da morte de Lazaro, há ainda o relato de uma

mulher que viveu o luto, embora seu nome não seja registrado, é conhecida como a

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viúva de Naim. Esta mulher já havia perdido seu marido e então perde a sua única

esperança, seu filho; contudo seu luto foi apenas momentâneo, pois Jesus, ao

encontrá-la, traz de volta sua esperança e alegria, devolvendo a vida a seu filho. O

capítulo continua a falar sobre o luto; na segunda parte trata dos tipos de luto e suas

consequências: muitos autores tem se empenhado em busca de descobertas para

poder amenizar os sofrimentos, já se tem algumas formas de classificar os tipos de

lutos: Antecipatório ou Antecipado, é compreendido quando os familiares do doente

recebem o diagnóstico das enfermidades sem cura, diante desta informação começa

esse processo de desapego ao se esperar a morte do ente querido; outro tipo de

luto é o luto Retardado ou Adiado é aquele que o enlutado não consegue expressar

suas reações naturais do luto devido a imposições da cultura ou de parentes onde

dizem que os que vivem essas reações são tidos como pessoas fracas ou

despreparadas. Infelizmente as pessoas não sabem que o retardar esses

sentimentos pode acarretar no futuro males e até enfermidades. O último luto que

faz parte deste capítulo é o patológico, quando alguns enlutados, que mesmo após

vários anos da perda, permanecem ocupados com recordações da pessoa morta,

sofrendo intensamente e se alterando com qualquer lembrança que traga o morto à

mente; é a incapacidade de retornar às atividades anteriores à perda, como o

trabalho e o contato social, acaba paralisando a sua vida e mantendo

constantemente uma postura de dor.

O terceiro capítulo trata da parte que foi a inspiração deste trabalho, o

aconselhamento cristão no luto, que deve estar pautado nas Sagradas Escrituras,

elas trazem consigo instruções próprias ao conselheiro bíblico; nela há orientações

para consolo, conselho, admoestação, instrução, e que devem estar presente no dia

a dia do conselheiro. Estes itens são abordados neste capítulo separadamente,

mostrando cada utilidade.

Lazan, em seu trabalho no que tange ao aconselhamento, traz uma proposta muito

interessante com sete itens para a prática do aconselhamento cristão, ele diz que o

conselheiro deve oferecer ao aconselhando uma escuta empática, procurar facilitar a

catarse, ajudar na ampliação perceptual, auxílio na hipótese de suicídio, encaminhar

para locais de ajuda quando for oportuno, ter fé e comunicar a fé, direcionar para

local onde haja um apoio global.

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O aconselhamento no luto é de suma importância para os familiares que perderam

seus entes queridos; contudo é dever do conselheiro cristão também aconselhar as

pessoas que estão em fase terminal da doença, pois muitas pessoas sofrem com

este momento difícil de percorrer. Deve-se conscientizar o enfermo sobre a sua

finitude o estimulando a uma reflexão, levar esperança no que diz respeito a uma

vida futura (eterna), trazer conforto espiritual para o doente. O Preparo é

fundamental para os Conselheiros. As Características para um Conselheiro cristão

são expostas neste tópico.

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2 A DOR E A SUA INEVITABILIDADE NO LUTO

2.1 CONCEITO DE LUTO:

O luto é o comportamento de um indivíduo diante da perda de um ente querido ou

algo a que ele tenha muito apego. As reações de cada indivíduo ante as vivências

de perda e as concepções construídas acerca da mesma sofrem alterações

conforme o contexto cultural e o momento histórico. Observa-se que a forma com

que se vivenciam as perdas no percurso da vida vai influenciar a maneira de lidar

com as experiências na hora do luto.

Podemos tomar como conceito bem adequado o de que “o luto é um processo de

aperceber-se, de tornar real o fato da perda” (Parkes,1998). Muitas pessoas vivem o

luto não só por perder um parente, mas vivem o luto com a perda de algo em que

lhe cause esse sofrimento. (Gary R Collins 2004), exemplifica bem a esse respeito

dizendo que:

Qualquer perda pode provocar esse tipo de sofrimento: um divórcio, aaposentadoria, a amputação de um membro, a partida de um filho paraestudar em outra cidade, a saída do pastor para servir numa outra igreja, anecessidade de se mudar de uma vizinhança agradável (ou a mudança deum vizinho de quem gostamos), a venda do carro, a perda da casa ou deoutro bem valioso, a morte de um bichinho ou planta de estimação, aderrota num concurso ou competição desportiva, problemas de saúde, e atea perda da aparência jovem, da confiança ou do entusiasmo.

Contudo, o autor com respeito à dor da perda focará no luto (perda por morte) e

mesmo que seja algo inevitável onde todos passarão por esse momento um dia,

sempre que seja falado sobre esse assunto, a maioria das pessoas produzem o

sentimento de medo. Por um lado, o medo de passar pela morte tem um papel de

suma importância que provoca nas pessoas certo cuidado em se proteger e com

isso são salvas de vários riscos que poderiam lhes causar males.

2.2 LUTO NAS RELIGIÕES

O luto é vivido pelas Religiões nas mais diversas formas e rituais, cada uma delas

possui suas particularidades em como deve ser vivido esse momento de perda onde

seu membro ou adepto esteja passando.

Na igreja católica, são realizados alguns rituais durante o período de luto, como a

encomendação do corpo, a missa de corpo presente, a missa de sétimo dia e a

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missa de um mês do dia do falecimento. Há também a doutrina do purgatório onde

as almas que estão ainda com alguma pendência devem passar por esse estágio

para pagar sua dívida, contudo nada podem fazer, então, é preciso que as pessoas

o ajudem neste caso e uma das formas é através de orações.

No Budismo, existem alguns tipos de rituais e um deles é chamado de powa

(transferência de consciência), onde todo tipo de prece e orações são bem-vindas

quando são feitas em prol do falecido. Comumente não são vividos dias de luto,

salvo em poucos lugares como, por exemplo, no Japão onde a família pode ficar

vivendo o luto por até 49 dias como sinal de respeito.

Nesta religião, o ato de cremação é usado em grande maioria das famílias

enlutadas, após a cremação existem três locais onde as cinzas podem ser

colocadas que são: em templos, altares ou devolvidas à natureza.

No Judaísmo, não é permitido pela religião que os corpos dos mortos passem nem

pela autópsia e nem tão pouco pela cremação ao contrário do Budismo. No entanto,

quando há um falecimento de um judeu, há um processo ou ritual onde um grupo

sagrado lava todo o corpo do falecido, o envolvem em panos na cor branca e logo

em seguida coloca-o no caixão para não ser mais tocado por ninguém e lacra-se o

caixão, esse ritual é chamado de “tahará” que quer dizer purificação.

Após o enterro, alguns grupos da religião judaica não costumam ir diretopara casa; os enlutados mais próximos alteram a rota, param em algumlugar e pedem algo doce para comer. O desvio do caminho é feito para“despistar o anjo da morte” e o açúcar ingerido disfarça o amargor causadopelo óbito. https://mundoestranho.abril.com.br/religiao/como-sao-os-rituais-pos-morte-das-grandes-religioes/ acessado em 25/08/2017

O Islamismo possui leis nas quais os familiares do morto são quem levam o corpo

do morto para o velório na mesquita do cemitério islâmico. Este deve estar todo

envolto em três panos todos na cor branca e interessante também que só pode ser

levado por pessoas do mesmo sexo. Já posto no caixão, será velado por duas horas

e, neste ato de despedida, só os homens podem participar. Alguns Sheiks ficam

neste momento de cerimonia fazendo orações para a alma do falecido, depois

destes momentos o caixão é levado para sepultura e coberto de terra.

https://www.altoastral.com.br/como-cada-religiao-lida-com-luto/ acesso em

25/08/2017

Em países árabes, três dias após a morte, parentes do falecido contratamvários qãri’, profissionais que declamam o Alcorão ao lado da sepultura. Oato iluminaria o corpo em sua viagem até a eternidade. Ritual mais comum é

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o encontro de amigos e familiares, depois de 40 dias do óbito, para lembraro falecido. https://mundoestranho.abril.com.br/religiao/como-sao-os-rituais-pos-morte-das-grandes-religioes/ acesso em 25/08/2017

2.3 LUTO NAS CULTURAS

A dor do luto é inevitável durante o funeral, porém existem diversas formas de lidar

com a morte e cada povo tem sua maneira de vivenciar o processo de luto.

2.3.1 Alemanha

Na Alemanha, Como em todos os lugares existem costumes e rituais no que se diz

respeito ao luto ou no ato fúnebre, neste caso é necessário que, antes de ser

enterrado, o corpo do morto passe por um ato de preparação por isso então não

poderá ser enterrado no dia seguinte, pois em alguns casos acontece de haver uma

demora de semanas para que seja realizado o enterro e variando quanto a

disponibilidade na agencia funerária, além deste ato para preparação.

Um dos costumes na Alemanha é que assim que se chegue ao termino doato fúnebre, há um convite para que os convidados se façam presente emum restaurante onde se faz uma espécie de banquete funeral chamado de“Leichenschmaus” e quando as pessoas não comparecem nesta festa éconsiderado um grande desrespeito com a família e com o falecido.https://www.parquedacolina.com.br/single-post/2017/01/24/Como-sao-os-funerais-mundo-afora acesso em 24/08/2017

2.3.2 Estados Unidos

Nos Estados Unidos, um dos costumes é que, enquanto o corpo do morto está

sendo velado, seus amigos e familiares devem levar consigo algo que possa ser

depositado no caixão, qualquer coisa que possa ter uma ligação entre a pessoa e o

falecido, segundo a tradição, com este ato honra-se a memória do morto. No velório

é de costume também que a família providencie um mural, contendo neste, fotos do

ente querido que faleceu.

Na cultura norte-americana os corpos também levam dias para serempreparados. Esse tempo, além de acalmar os familiares, também serve paraque os parentes que estão longe consigam se despedir do ente querido.Após o velório, os familiares e amigos são recepcionados com um buffet edurante esse momento aproveitam para ver o álbum de fotos, contarhistórias e recordar momentos com o finado.<https://www.parquedacolina.com.br/single

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-post/2017/01/24/Como-sao-os-funerais-mundo-afora> Acessado em:24/08/2017

2.3.3 China

Na China, é um tanto quanto diferente das outras culturas com respeito ao luto e ao

enterro, pois há algumas variações quanto à idade do morto, em que situação e

causa houve a morte, o nível relacionamento social em que vivia e qual nível social

(financeiro) o morto se encontrava e ainda há mudanças em seus rituais, de acordo

com as regiões no país em que estejam. Entre os chineses há também seguidores

de crenças como cristianismo e budismo.

De forma geral, a cerimônia do funeral dura sete dias, e os enlutados usamroupas conforme o relacionamento que tinham com quem faleceu. Os filhose filhas usam roupas em preto e/ou branco, e caminham na frente daprocissão para o cemitério. Netos e netas usam azul. O uso da cor brancasimbolicamente lembra a morte, enquanto o vermelho está mais relacionadoa momentos felizes, como casamentos. O número três é bastantesignificativo na cultura chinesa, e é costume que as pessoas façam trêsvezes um mesmo gesto. O anúncio do falecimento é feito em forma deconvites, enviados aos parentes e amigos. Os convites são geralmentebrancos, mas se a pessoa tiver mais de 80 anos, podem vir em rosa. Vivermais de 80 anos é considerado uma característica digna de celebração, eos enlutados celebram a longevidade da pessoa do que o falecimento.http://www.gazetadopovo.com.br/viver-bem/comportamento/do-silencio-a-festa-veja-como-diferentes-culturas-celebram-o-luto/ acesso em 22/08/2017

2.3.4 Japão

No Japão, há várias situações que levam o povo em sua grande maioria cerca de

98% de sua população a realizarem o ato de cremação, são estes: influência do

Budismo vinda do China por volta de 552 D.C, a pouca terra para ser usada em

construções de cemitério, e a última vem do governo que decretou uma lei no ano

de 1867 para prática da cremação obrigatória em casos de falecimento com

doenças infectocontagiosas.

Neste país, as religiões que tem mais adeptos são o xintoísmo e budismo, em suas

normas é usada à cremação para corpo do morto, pois para eles é indigno o corpo

de um ser humano passar pelo processo de putrefação. Em relação ao funeral,

geralmente quem cuida de tudo é o filho mais velho da pessoa falecida. É ele que

contrata os serviços funerários e os rituais da cerimônia budista e o processo de

cremação.

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Existem alguns rituais usados no Japão no que se diz a respeito aos seus funerais

que são: a preparação do corpo, velório, cremação e enterro das cinzas.

2.3.4.1 Preparação do Corpo

Na preparação do corpo para o velório no Japão.

Antigamente, era comum a família lavar o corpo; no entanto, atualmenteesta prática tornou-se mais incomum, sendo mais praticado em hospitais oupor agentes funerários conhecidos como Nokanshi .Depois do banho, éinserido gaze ou algodão em seus orifícios e em seguida o corpo é vestidocom um terno, se for homem ou quimono, se for mulher. Caso sejanecessário, usa-se maquiagem. O corpo é mantido envolto por gelo secoaté dia do velório, pois no Japão não é costume embalsamar os corpos.Algumas famílias, levam o falecido para passar a última noite em suaprópria casa, para dormir sua última noite em seu futton. É a oportunidadede toda família se despedir do ente querido. No dia seguinte ou no diaagendado, o corpo é colocado no carro funerário e levado para o local dacerimônia. http://www.japaoemfoco.com/funeral-e-cerimonia-de-cremacao-no-japao/ acesso em 22/08/2017

Há uma grande superstição que este povo carrega, essa superstição se chama

Tomobiki, segundo reza a lenda, alguns dias são considerados desfavoráveis para a

realização de um funeral e tem base em uma antiga lenda chinesa.

2.3.4.2 Velório

No velório o corpo do finado é colocado no caixão, neste momento se fazem

presentes os familiares e amigos, que para tal ato suas roupas devem ser na cor

preta em sinal de luto. Uma das curiosidades no ato do velório é que se põem dentro

do caixão objetos pessoais, moedas e até alimentos que quando em vida o falecido

apreciava é colocado também. Feito isso, o corpo é levado para o necrotério ou

pode ser levado também para um altar na própria residência da família.

No ato do velório são realizadas orações e se expressar o pesar pela perda, no local

do velório há lugar a parte onde é de costume também ser servidos bebidas e

alimentos para quem esteja prestigiando os familiares neste momento.

No Japão os atos fúnebres são altamente custosos é por isso que:

É costume os parentes e amigos contribuírem com as despesas do funeral.O dinheiro é entregue em um envelope especial de condolências chamadoKoden. Esse envelope geralmente é branco com detalhes em preto ebranco. O valor varia dependendo do tipo de relacionamento com o falecido,mas geralmente os valores são entre ¥ 3.000 e ¥ 30.000. É consideradogafe dar valores relacionados ao número 4 pois este número em japonês

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tem o mesmo som da palavra “morte”. No lado de fora do envelope ficaescrito o valor e depois de entregue, este valor e o nome de quem doou éanotado no livro de registro, que será dado à família após o funeral.http://www.japaoemfoco.com/funeral-e-cerimonia-de-cremacao-no-japao/acesso em 22/08/2017

2.3.4.3 Cremação

O ritual da cremação é feito com a participação de todos os membros da família

incluindo até as crianças. O caixão é empurrado para a câmara de cremação e leva

cerca de duas horas para que seja concluída, neste tempo, toda a família fica

aguardando.

Após a cremação, os ossos e as cinzas são colocadas em uma urna. Osossos são retirados pelos familiares através de hashis especiais ou grandespinças de metal, onde vão passando os ossos uns aos outros até chegar àurna. Costuma-se iniciar-se com os ossos dos pés, pernas, até chegar nocrânio. Isso é feito para que o crânio não fique na parte inferior da caixa. Oosso hioide, que está localizado no pescoço, é o osso mais importante a sercolocado na urna, provavelmente por ser a conexão entre o cérebro e ocorpo. Depois deste ritual de “coleta de ossos”, chamado de “kotsuage”, aurna com as cinzas e restos mortais são levados ao altar budista da família(butsudan). Em alguns casos, as cinzas podem ser divididas em duas oumais urnas, para que possam ser colocadas em locais diferentes como notúmulo da família e em algum templo. A cinzas costumam ficar durante 49dias na casa da família junto a uma tabuleta de madeira inscrita com onome póstumo do falecido. Segundo, os budistas mais devotos, o nomepóstumo (kaimyo) evita que a pessoa volte do mundo dos mortos quandoseu nome for proferido. O nome é escolhido por um monge budista e paga-se um valor de ¥ 300.000 a 2 milhões de ienes. Porém, o serviço não éobrigatório e muitos optam em não faze-lo.http://www.japaoemfoco.com/funeral-e-cerimonia-de-cremacao-no-japao/acesso em 22/08/2017

2.3.4.4 Enterro das cinzas

O último ritual é o enterro das cinzas, eles realizam uma cerimônia que é chamada

de nōkotsu. A urna com as cinzas são levadas para o jazigo da família, onde ficam

guardadas junto com as cinzas de outros familiares.

O jazigo consiste em um pequeno túmulo coberto por uma pedra, onde estágravado o sobrenome da família. Um retrato do falecido também écolocado no altar budista da família (Butsudan). No primeiro Ano Novo, apósa morte, as famílias enlutadas enviam cartões postais para amigos eparentes. Em contrapartida, os mesmos não podem enviar cartões de AnoNovo (nengajo) para as famílias em luto. Cerimônias budistas sãorealizadas no 7°, 21°, 49° e 100° dia após a morte. Após 1 ano, as famíliascostumam fazer uma cerimônia em homenagem ao falecido durante oFestival Obon (Dia de Finados), que ocorre no mês de agosto e repetemesta cerimônia no 3º, 5º, 7º e 13º aniversário do

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falecimento.http://www.japaoemfoco.com/funeral-e-cerimonia-de-cremacao-no-japao/ acesso em 22/08/2017.

2.4 CORES DO LUTO

O luto é cheio de costumes, rituais e simbolismos e um desses simbolismos é a cor

que se usa para representar o luto.

Em cada país há uma cor especifica para simbolizar esse momento de dor.

Na maior parte da cultura ocidental, quando um amigo ou familiar de uma pessoa

morre é comum essa pessoa usar roupas pretas para mostrar seus sentimentos de

pesar e respeito pela pessoa. As cores mais usuais são o preto e o branco, mas há

exceções.

Cada cor tem como objetivo representar uma forma de pensamento pelos povos que

as usam, por exemplo:

No Brasil, Japão e na Europa, usa-se preto, que é a privação da luz, naChina, o azul escuro, na Síria, o azul celeste, cor do Céu, para onde sedeseja que os mortos vão, na Etiópia, o cinza, cor em que se convertem oscadáveres, na Índia, o vermelho, que é a cor do fogo, que consome oscorpos, no Egito, o amarelo a cor da folha seca, que representa o fim davida, pois essa é a cor das plantas, quando morrem.http://www.portaldascuriosidades.com/forum/index.php?topic=58243.0acesso em 25/08/2017

No ocidente, usar a cor preta é vinda de muito tempo a trás, sendo usado pelos

antigos egípcios e foi se passando para outros povos como os romanos, esses por

sua vez usavam toga preta sem seus ornamentos na ocasião de luto. A tradição

espalhou-se pelos quatro cantos do Império Romano e foi adotada pela Igreja

Católica. O branco e o roxo também são identificados com o luto na nossa

civilização. https://pt.wikipedia.org/wiki/Luto acesso em 17/07/2017

2.5 LUTO OFICIAL

Existe também uma forma de luto que é denominado de Luto Oficial, onde cada país

age de acordo com suas formas pré-estabelecidas e que devem ser cumpridas.

Nestes atos são manifestos os sentimentos de pesar ou a dor pela morte de alguém.

No Brasil, quem dá ordem ou decreta o luto oficial e seu período é o presidente da

República para todo o território nacional, já os governadores dos estados e os

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prefeitos Municipais, decretam o luto e período para suas respectivas unidades

federativas. O luto nacional acontecerá sempre que o Presidente da República

decretar e no Dia de Finados (2 de novembro); do ponto de vista prático, o decreto

do luto oficial não altera funcionamento de escolas ou de atividades públicas.

http://www.brasil.gov.br/governo/2014/08/entenda-o-que-acontece-no-periodo-de-

luto-oficial acesso em 30/09/2017.

2.5.1 Quanto ao tempo de duração do luto oficial é dito que:

Há algumas variações a esse respeito, pois depende de quem foi o falecimento.

No período normal para luto nacional é decretado três dias, contudo poderá ser

estendido excepcionalmente o tempo para sete dias, quando a pessoa que faleceu

em sua vida prestou relevantes serviços ao País. Se, no caso, o falecimento for do

Presidente da República, o luto será um período ainda maior de oito dias.

http://www.brasil.gov.br/governo/2014/08/entenda-o-que-acontece-no-periodo-de-

luto-oficial acesso em 30/09/2017.

2.5.2 Atividades

Quando se é decretado o luto, durante a fase dele é obrigatório que o hasteamento

da Bandeira Nacional seja posto a meio mastro, em todas as repartições públicas,

nos estabelecimentos de ensino e sindicatos se adota o mesmo feito.

Com relação a desfiles e marchas, quando são necessários, é atado em cada lança

um laço de crepe na ponta. As demais bandeiras, bandeiras insígnias, estandartes e

símbolos são colocados também a meio mastro conforme se é feito na Bandeira

Nacional. As bandas de música neste ato, em sua maioria, se colocam em silêncio,

com exceção de dois instrumentos que são: o tarol e o bumbo, que, com seus sons,

fazem as marcações e a cadência. Uma pessoa que se faz notório é o corneteiro, é

sua função realizar todos os toques que são previstos, inclusive a marcha batida.

http://www.brasil.gov.br/governo/2014/08/entenda-o-que-acontece-no-periodo-de-

luto-oficial acesso em 30/09/2017.

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2.5.3 Velório

Durante o cortejo do velório ou em parte dele e no seu deslocamento, o caixão

poderá ser coberto com a Bandeira Nacional. Não serão permitidas serem colocadas

outras bandeiras, como por exemplo: do Estado, Município, da entidade a que

pertencia o falecido ou de seu clube de preferência, contudo, se forem colocadas

outras bandeiras, será retirada a Bandeira Nacional.

Momentos antes de se baixar a sepultura, deverá a Bandeira nacional ser retirada

de cima do caixão, dobrada e entregue à um membro da família do falecido. No

funeral, também é comum que o governo federal disponibilize todos os recursos

materiais para as famílias dos envolvidos, visando assim, minimizar o sofrimento e

trazer algum conforto aos

enlutados.http://www.brasil.gov.br/governo/2014/08/entenda-o-que-acontece-no-

periodo-de-luto-oficial acesso em 30/09/2017.

2.5.4 Especificidades para chefes de estado

Quando se tratar da morte de um presidente da República do Brasil, o que se é de

praxe, é que o velório do corpo será no salão de honra do Palácio do Planalto e as

homenagens que deverão ser feitas ao falecido, durante o funeral, devem ser

sempre de acordo com o que se usa em um cerimonial militar. Entre o que deve ser

prezado, estão desde a forma do posicionamento da bandeira, até a quantidade de

disparos que serão feitos pelo canhão.

http://www.brasil.gov.br/governo/2014/08/entenda-o-que-acontece-no-periodo-de-

luto-oficial acesso em 30/09/2017.

2.6 PROCESSOS DO LUTO

Os processos pelo qual o enlutado irá passar, vão depender de algumas situações

como exemplo, sua cultura, sua religião, sua afetividade ou não com o falecido, a

situação em que se encontrava o relacionamento com o morto.

De acordo com Freud (1913, p.65) “o luto tem uma tarefa física que precisa cumprir:

a sua missão é deslocar os desejos e lembranças da pessoa que faleceu”.

Bowlby (1998) aponta para a compreensão do caráter doloroso do luto como um

conjunto de sentimentos por vezes antagônicos como um desejo constante de busca

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pela figura perdida, sentimento de culpa e alto grau de desorientação relacionado ao

quadro da perda. Esse processo desencadeia sentimentos ambivalentes, conforme

ressalta o autor: "A perda de uma pessoa amada dá origem não só ao desejo

intenso de reunião, mas também a raiva por sua partida (...)" (p. 30). A

demonstração da raiva pode sugerir a sensação de injustiça frente ao abandono. A

morte nos deixa em desamparo, apartados daquele a quem amamos Quando se

está vivendo o luto surge nas pessoas sentimentos que se originam da perda e que

são expressos de algumas formas, a saber:

2.6.1 Fase do choque

A fase do choque tem em suas características o tempo de duração que pode levar

algumas horas ou, em outros casos, se prolongam por semanas e nesta fase pode

ser que ocorram também os sentimentos de desejo e também de raiva. É sabido que

as pessoas que estão diante desta fase podem passar por momentos de indignação,

desespero e, por vezes, ataques de pânico e que é imprescindível a companhia de

alguém para dar suporte, pois será intensa a busca pelo que se perdeu (CATERINA,

2013,p. 25).

2.6.2 Fase do desejo

Diante desta fase de desejo, a procura pelo o que se foi perdido pode ter um tempo

de permanência nesta fase muito longo chegando, às vezes, a durar meses e até

anos. A raiva também é um sintoma comumente apresentado nesta fase e ocorre

sempre que chega a certeza da perda. O desespero, a insônia e a preocupação

aparecem também como sintomas decorrentes desta fase, pois quando não se

encontra o que se há perdido, então ficam na ilusão de terem ouvido algum som ou

sinal, contudo sem sucesso chegam a frustação.

Diante da frustação e do não aceitamento da perda, em muitos casos, ocorre

momentos de raiva no enlutado e que pode até ter reflexos nas pessoas que estão

fornecendo apoio. (TAVERNA, Gelson , SOUZA, Waldir,2014) p.47, 48 .

2.6.3 Fase da desorganização e o Desespero

Nesta fase da busca e do desejo se misturam a desorganização e odesespero, pois esta perda traz consigo outras secundárias, cujaintensidade dependerá das características da personalidade e dasexperiências prévias do enlutado e do apoio recebido por parte dasociedade e da família. A fase de reorganização, quando há reapropriaçãode parte da energia do investimento objetal ao ego, caracteriza-se pela

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aceitação da perda definitiva e pela consequente constatação de que umanova vida precisa ser iniciada. No entanto, é possível ocorrer recidiva deepisódios de saudade e de tristeza. Uma forma de abrandar o luto é mantera sensação de que a pessoa está por perto e criar uma idealização atravésdo reviver de lembranças felizes. Podem ser, neste caso, bem-vindos ostributos ao falecido, pois isto representa que este é merecedor da dor dossobreviventes. O luto, como não é um processo linear, não tem data paraterminar, podendo durar meses e anos, ou mesmo nunca acabar, nadependência direta das características individuais da personalidade e aindado nível e intensidade de relação que se manteve com o falecido. Não háuma clara e estática definição para os tipos de luto. Normalmente ele éconsiderado patológico quando é por demais prolongados e apresentacaracterísticas obsessivas. (TAVERNA, Gelson, SOUZA, Waldir, 2014) p.48

Outros autores em seus escritos falam a respeito de fases comportamentais, que o

enlutado pode passar diante da dor da perda de um ente querido, por exemplo, é

sabido que na hora do sofrimento do luto é comum que haja na pessoa, algumas

alterações em suas atitudes, tanto consigo mesmo e por vezes com outrem. Neste

caso, os autores as chamam de dimensão e as classificam em:

1- Dimensão Intelectual do Luto, marcada por confusão, desorganização,falta de concentração, intelectualização, desorientação, negação. 2-Dimensão Emocional do Luto: choque, entorpecimento, raiva, culpa, alívio,depressão, irritabilidade, solidão, saudades, descrença, tristeza, negação,ansiedade, confusão, medo. 3- Dimensão Física do Luto: alterações noapetite, visão borrada, alterações no sono, inquietação, dispneia,palpitações cardíacas, exaustão, boca seca, perda do interesse sexual,alterações no peso, dor de cabeça, mudanças no funcionamento intestinal,choro. 4- Dimensão Espiritual do Luto: sonhos, impressões, perda da fé,aumento da fé, raiva de Deus, dor espiritual, questionamento de valores,sentir-se traído por Deus, desapontamento com membros da igreja. 5-Dimensão Social do Luto: perda da identidade, isolamento, afastamento,falta de interação, perda da habilidade para se relacionar socialmente.Stroebe, M.S.; Stroebe, W. e Hansson, R.O.(1993) Handbook ofberevement; theory, research and intervention Cambridge University Press,Cambridge.

Ao pesquisar alguns pacientes que estavam com doenças graves e em seu estado

avançado bem próximo da morte, a tanatóloga e psiquiatra Kübler-Ross (1998) pode

perceber que na maioria dos casos onde se buscava falar sobre a condição em que

viviam e com a questão da morte; muitos não tinham dificuldades de falar sobre o

assunto, contudo, em suas conversas com 500 pacientes e fases terminais, ela

chegou a definição que há cinco estágios que estes pacientes passarão ante o

processo de reconciliação com a morte, são eles: negação, não admitir a situação

em que está vivendo; raiva, uma frustação quando não se tem o objetivo realizado e

colocam a culpa nos profissionais do hospital ( médicos e corpo de enfermagem);

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barganha, os pacientes tenta de alguma forma sair da situação em que vivem

prometendo mudar seus atos e pensamentos, para alcançarem a cura, tenta fazer

uma troca com os médicos, amigos e até com Deus; depressão, neste estágio

surgem alguns sintomas que trazem muita confusão na mente do paciente como

retraimento, retardo mental, perturbação do sono, desesperança e possivelmente

ideia de suicídio; Aceitação: neste último, os pacientes compreendem que a morte é

inevitável, resolvem seus sentimentos para com a inevitabilidade da morte e

conseguem falar sobre o enfrentamento do desconhecido. Kübler-Ross (1969-1970).

Para Kübler-Ross (1998), nem todas as pessoas passam por estes estágios e

algumas podem passar por eles em sequência diferente, oscilando entre a raiva e a

depressão ou podem sentir ambas ao mesmo tempo.

Gary Collins(2004), ao falar sobre os efeitos emocionais e cognitivos do luto,

ressalta que existem entre as pessoas que estão passando pelo luto,

Alguns sobreviventes assumem a aparência e começam a apresentarcaracterísticas da pessoa falecida; quase todos têm reações nas épocasespeciais do ano. O Natal, a Páscoa, o aniversário natalício ou o decasamento no primeiro ano após o falecimento podem ser particularmentedifíceis, assim como a data do aniversário da morte. Essas reações deaniversário podem continuar por vários anos. Em datas particularmenteimportantes ou quando a pessoa entra em contato com coisas que lembramdemais a perda do falecido (como, por exemplo, ir ao hospital onde apessoa morreu), muitos dos velhos sentimentos e reações do período deluto podem voltar a perturbar o indivíduo com nova intensidade. Se essasituação perdura por muitos anos pode ser que o luto ainda não tenhachegado ao fim ou esteja se tornando patológico. Em alguns casos, quandoa pessoa não consegue cumprir o período normal de luto logo após a morte,o processo acaba sendo desencadeado mais tarde, com toda a intensidade,numa data de aniversário ou diante de algum outro fato que tragarecordações da morte. (Collins, Gary R. 2004) p.414

O viver o luto é uma situação um tanto quanto difícil que muitos que estão neste

momento tão crucial ficam por vezes sendo mal visto,

...na sociedade ocidental moderna, as pessoas enlutadas são encorajadaspela sua comunidade a prematuramente deixar para trás a experiência doluto. Como resultado, temos duas situações: ou o enlutado vive seuprocesso isoladamente ou força-se a abandona-lo, antes de te-locompletado. Amigos e familiares, bem-intencionados mas desinformados,tentam fazer com que o enlutado desenvolva auto-controle, entendendo queessa é a resposta adequada, tornando muito difícil para o enlutado enfrentaressa mensagem poderosa, que encoraja a repressão emocional. Comfreqüência, as pessoas me perguntam quanto tempo dura o luto. Entendoque esta é uma pergunta diretamente relacionada à impaciência que nossacultura tem com o pesar e o desejo de sair logo da experiência do luto. Umexemplo disso é a pressão que o enlutado sofre, logo após a perda, paravoltar à atividade normal. Aqueles que permanecem expressando tristezapor um tempo prolongado são considerados fracos, loucos. A mensagemsutil é ´seja forte, não se deixe abater´. Ou seja: o luto passa a ser visto

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como alguma coisa a ser evitada e não, que precisa ser vivida. E o enlutadopassa a apresentar um comportamento socialmente aceitável, que, porém,contraria sua necessidade psicológica. Mascarar ou fugir do luto causaansiedade, confusão e depressão. Se a pessoa enlutada receber pouco ounenhum reconhecimento social para sua dor, poderá temer que seuspensamentos e sentimentos sejam anormais, o que nem sempre ocorre. (Ador da perda. Quatro Estações - Instituto de Psicologia R. Caçapava, 13001408-010 São Paulo.)

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3 COTEXTUALIZAÇÃO BÍBLICA NA IDENTIFICAÇÃO DO

LUTO

3.1 O QUE A BÍBLIA RELATA SOBRE A PERDA (LUTO)?

A Bíblia por ser um livro completo não fica obsoleta com respeito ao luto, pois muitos

de seus personagens passaram por esse momento em sua vida, momentos estes

que lhes trouxeram dor, contudo Deus sempre estava presente lhes trazendo

conforto.

3.1.1 Luto no Antigo testamento

O autor cita alguns deles, como por exemplo: Jacó, quando pensava que José seu

filho havia morrido, pois fora induzido a pensar desta forma, porquanto havia

recebido tal notícia de seus outros filhos, se cobriu de cinza e se vestiu de pano de

saco para prantear conforme o livro de Gênesis, capítulo37, versículo 34.

José, filho de Jacó (Israel), que havia passado por diversas situações difíceis em

sua vida entre elas, ser vendido pelos irmãos para ser escravo, ser acusado de

adultério e ser preso por conta disso, viveu maus dias até chegar a ser governador

do Egito, passou um tempo com certa tranquilidade casou, teve filhos, Porém mais

uma vez chega hora de sofrer , ele também passou pelo luto, onde pranteou a morte

de seu pai, registrado no capítulo 50, do livro de Gênesis, versículos 1 e 2.

Davi, o homem segundo o coração de Deus, um pastor de ovelhas, fora ungido pelo

profeta Samuel ainda menino para ser o rei de Israel, entre todos os seus irmãos

pois o Senhor o havia escolhido, Contudo não teve um mar de rosas em sua vida

ante pelo contrário viveu momentos de grandes aflições diante de um gigante, de

guerras, ser perseguido pelo rei Saul, que por várias vezes tentou tirar sua vida,

problemas com seus filhos que tiravam sua paz. Como não bastasse o rei Davi

também passou pela situação do luto, com a morte de seu filho Absalão, chorou

muito e queria ter morrido no lugar de seu filho, após receber a notícia conforme se

encontra no segundo livro de Samuel, capítulo 18, versículo 33.

Um dos grandes profetas do Antigo Testamento chamado Jeremias era um homem

extremamente sensível e de fortes emoções, por isso ele é conhecido como o

profeta chorão, Há de se salientar que seus sofrimentos não estavam ligados

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diretamente em si , mas com sua preocupação com o sofrimento de outros e

intensamente ligado ao de seu povo , em um de seus momentos de angustia que

viveu ao ver o sofrimento de Judá escreve:

“Oh! Se eu pudesse consolar-me na minha tristeza! O meu coraçãodesfalece dentro de mim. Eis a voz do clamor da filha do meu povo de terramui remota: Não está o SENHOR em Sião? Não está nela o seu Rei? Porque me provocaram à ira com as suas imagens de escultura, com os ídolosdos estrangeiros? Passou a sega, findou o verão, e nós não estamossalvos. Estou quebrantado pela ferida da filha do meu povo; estou de luto; oespanto se apoderou de mim. Acaso, não há bálsamo em Gileade? Ou nãohá lá médico? Por que, pois, não se realizou a cura da filha do meu povo?Prouvera a Deus a minha cabeça se tornasse em águas, e os meus olhos,em fonte de lágrimas! Então choraria de dia e de noite os mortos da filha domeu povo” (Jeremias 8:18 – 9:1).

Viveu em seus dias também a dor luto, com a morte do Rei Josias, “Tinha Josias

oito anos de idade quando começou a reinar, e reinou trinta e um anos em

Jerusalém; e era o nome de sua mãe, Jedida, filha de Adaías, de Bozcate.” (2 Rs

22:1), esse rei trouxe o povo de volta a adoração ao SENHOR, visto que, outrora,

outros reis que o antecederam haviam desviado o povo e os levando a pecar, Josias

fez o que agradava aos olhos de Deus, Jeremias então lamenta a morte deste rei

que trouxera muitos benefícios para o povo conforme escrito no segundo livro das

Crônicas, capítulo 35, versículos 24 a 27.

“Salmos” é o título que a Septuaginta, a versão grega da Bíblia Hebraica, pôs sobre

o livro dos hinos de Israel ou cânticos de louvor. O livro dos Salmos traz em seu

escritos muitos ensinamentos e está dividido em: lamentos individuais, comunitários,

Cânticos de Confiança, Salmos de Sabedoria, Salmos de Peregrinação ou "Cânticos

de Ascensões”, Salmos Litúrgicos, Salmos Reais, Salmos Imprecatórios ou Orações

por Maldição, eles também fazem menção ao luto, como no Salmo de número 9 em

seu versículo 9, o Salmista Davi ao compor este salmo relata que, “O Senhor é

refúgio para os oprimidos, uma torre segura na hora da adversidade”. E o

complemento deste versículo está no de número dez do mesmo salmo, onde só tem

essa segurança aqueles que confiam no SENHOR pois conhecem o seu nome.

Qualquer pessoa clama ao Senhor quando se sente vencida porcircunstâncias além do seu controle. O esgotamento e o desespero, aagonia da consciência, as aflições da vida e a iminência da morte são crisesque sacodem a confiança que o ser humano carnal sente em si mesmo,forçando-o a buscar refúgio em seu Criador. Quando o capelão perguntouao soldado ferido se às vezes orava, o soldado respondeu: “Raras vezes;orei durante aquela batalha de sábado à noite, acho que todos estavamorando no meio daquilo. (PEARLMAN, Myer 1996 p.120)

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No livro de Jó, encontramos o próprio Deus salientando as qualidades de Jó “Havia

um homem na terra de Uz, cujo nome era Jó; e era este homem íntegro, reto e

temente a Deus e desviava-se do mal.“(Jó 1:1) mesmo com todas as suas

qualidades não fora imunizado de passar por momentos de tribulações em sua vida ,

sofrera com a perda de seus bens e seus filhos, após receber a notícia trágica por

um de seus servos que seus filhos haviam morrido declara: “ E disse: Nu saí do

ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; o Senhor o deu, e o Senhor o tomou:

bendito seja o nome do Senhor.”(Jó 1:21). Que declaração mais linda diante de

tamanha perda, nem se quer questionou o ocorrido apenas entende que Deus é

soberano sobre todas as coisas.

“Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do

céu. Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar

o que se plantou; Tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derrubar, e tempo de

edificar; Tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar;”

Eclesiastes capítulo 3 versículos 1, 2 e 3 o autor de Eclesiastes faz menção neste

capítulo dizendo que não podemos fugir da realidade, pois em algum tempo virá

sobre as pessoas a dor da perda, quer seja de bem ou quando estiverem diante da

morte de alguém, e como consequência virá o luto onde o autor classifica como

tempo de prantear. Então, inevitavelmente todos passarão por esse estágio em sua

trajetória aqui neste mundo. Não podemos ficar desapercebidos a esse respeito, e

quando acontecer lembrarmos que será mais uma etapa a ser vencida.

3.1.2 Luto no Novo Testamento

No Novo Testamento, há situações de luto vivida por algumas pessoas como a de

uma viúva que morava na cidade chamada Naim. Como se não bastasse o

sofrimento com a perda de seu marido, agora sofre com a perda de seu único filho e

em quem estava toda a sua esperança, pois as mulheres não tinham naquela época

valor se não tivessem filhos varões. Ela caminhava chorosa junto com grande

multidão da cidade no cortejo para o sepultamento do seu filho, felizmente fora

abordada por Jesus que passava junto com os seus discípulos e numerosa multidão

que o seguia, ele, ao ver seu sofrimento, se compadeceu dela, restaurou sua alegria

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trazendo de volta a sua esperança, a vida de seu filho. Este fato se encontra no

evangelho segundo Lucas capítulo 7, versículos de 11 ao 15.

O próprio Senhor Jesus, Marta e Maria passaram pela dor do luto com a morte de

Lazaro , muito embora tenha sido momentânea essa dor, para Marta e Maria trouxe

uma angustia muito grande, Elas já conheciam o Senhor Jesus e alguns de seus

milagres e depositaram nele sua esperança pois ELE os tinham como amigos, No

entanto não entendiam o que estava acontecendo, elas chegam a mandar alguém

para avisa-lo que seu amigo Lázaro estava enfermo e esperavam que seriam

atendidas a tempo de o salvar da morte, contudo a demora trouxe uma tristeza

profunda, e a resposta ainda sim um tanto quanto reflexiva, pois ao chegar o

mensageiro, diz que a doença não era para morte e sim para a glória de Deus, mas

enfim chega o alento, quando Senhor Jesus traz de volta a vida, seu amigo Lázaro e

devolve a alegria para família.

Quando o Senhor Jesus Cristo faz a exposição do Sermão do Monte, ao falar das

Bem-aventuranças, ELE, em um dos seus tópicos diz que: "Bem-aventurados os que

choram, porque serão consolados", diante deste relato podemos entender que o

chorar mesmo sendo algo que traga tristeza não é errado e sim algo positivo, pois,

através do choro, seremos consolados e o mais interessante é que será por ELE

próprio, e sem contar que o chorar é citado entre um grupo de qualidades desejáveis

como a mansidão, humildade, misericórdia, pureza de coração e pacificação. Este

termo citado nos leva a pensar que só receberá o consolo aquele que passar pelo

choro.

Para o ser humano em si, que não tem uma esperança de vida futura a morte e o fim

da jornada dele aqui, por isso que quando se está diante dela com a perda de um

ente querido traz um desconforto muito grande, porém:

Os cristãos não creem assim. As duas passagens que falam maisclaramente sobre esse assunto no Novo Testamento, nos dão motivo parater esperança até mesmo nos momentos de dor. “Pois, se cremos queJesus morreu e ressuscitou, assim também Deus, mediante Jesus, trarájuntamente em sua companhia os que dormem” Podemos confortar eanimar uns aos outros com essas palavras, convencidos de que, no futuro,“os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. [...]E, quando este corpo corruptível se revestir de incorruptibilidade, e o que émortal se revestir de imortalidade, então se cumprirá a palavra que estáescrita: Tragada foi a morte pela vitória.”’ Para o cristão, a morte não é o fimda existência; ela é o começo da vida eterna. Aquele que crê em Cristosabe que os cristãos sempre estarão com o Senhor. A morte física vaicontinuar existindo enquanto o diabo tiver permissão de exercer poder sobrea morte, mas, através da crucificação e da ressurreição, Cristo derrotou a

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morte e prometeu que todo o que vive e crê nele “não morrerá,eternamente”. Saber disso é algo confortador, mas não acaba com aprofunda dor da perda e com a necessidade de consolo. Numa discussão arespeito da morte, Paulo estimulou seus leitores a terem coragem e nãodesanimarem, pois o crente que perde o corpo vai para a presença doSenhor. Nós, cristãos, somos incentivados a permanecer firmes,“inabaláveis”, entregando nos à obra do Senhor, pois sabemos que estetrabalho “não é vão”, aguardando com confiança a nossa ressurreição.(Gary R. Collins 2004. p. 408.)

O luto é muito difícil de passar sozinho por trazer consigo muitas fases de diferentes

reações e que é preciso de um auxílio muito bem prestado seja de um parente ou de

conselheiro, É preciso reconfigurar os processos diante da perda e do sofrimento,

que causam profunda tristeza. O enfrentamento das causas pode ser tomado à luz

do evangelho, onde o próprio Jesus tomou sobre si os nossos sofrimentos e

carregou as nossas dores.

Os discípulos que caminharam lado a lado com Jesus, que receberam os seus

ensinos e entre eles a promessa que Jesus ressuscitaria após ser crucificado e

morto, ficaram atemorizados com a morte do mestre que não sabiam o que fazer,

andavam triste pela perda até que foram informados pelas mulheres que Jesus

havia ressuscitado.

O luto não deve ser para sempre. Olhar para a frente é a melhor homenagem que

podemos prestar àquele que perdemos. Olhar para frente, apesar da perda, é

confiar que Deus continua amando os seus. É saber que podemos confiar em suas

promessas, pois ELE com certeza não desampara os que são seus antes pelo

contrário, Ele mesmos nos afirma na Sagradas Escrituras no livro o evangelho

segundo Mateus, em seu capítulo 28 especificamente no versículo 20 que:

“Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu

estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém”. Muitas

pessoas na Bíblia ficaram de luto por seus entes queridos. Quando estamos de luto

podemos encontrar conforto em Jesus. “Portanto, até mesmo para o cristão o

sentimento de luto é normal e saudável. Há casos, porém, em que pode se tornar

patológico e nocivo.” (Collins, Gary R.2004 P.409)

Diante do dilema do luto, alguns autores têm se esforçado para nos trazer

conhecimento sobre o assunto, se esmeram em estudos procurando a cada dia

promover um alivio do sofrimento dos enlutados. Em seus estudos já conseguem

classificar o luto devido as suas consequências:

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3.1.3 O luto antecipado ou antecipatório:

Como o próprio nome sugere, se dá quando o paciente apresenta doenças em fase

terminal, e são acompanhados pelos seus familiares neste processo que acarretará

na morte do paciente, diante da confirmação do diagnóstico da enfermidade é que

se começa a viver a angustia e a dor da separação e que traz consigo algumas

reações; entre elas, depressão, raiva, desorganização e reorganização. Estas

reações vividas pelos familiares servem para antecipar o desligamento ou apego

entre o doente e seus familiares, tornando mais fácil a aceitação na hora real da

perda. (OSÓRIO E VALLE, 2009).

O termo “Luto Antecipatório” foi utilizado pela primeira vez pelo psiquiatraErich Lindemann (The Symptomatology and Management of Acute Grief) em1944 a partir da observação do fenômeno que acontecia com esposas desoldados que iam para a guerra. Saber que talvez eles não voltassem,acionava o gatilho do sentimento de perda e todas as conseqüências (SIC)emocionais que a situação evocava. Desde então, médicos e psicólogosque acompanham as famílias no processo afirmam que as intervençõesrealizadas durante o luto antecipatório podem prevenir o desenvolvimentode problemas no luto pós-morte, enquanto a terapias posteriores podemapenas tentar remediar as dificuldades que já tiverem ocorrido.http://vamosfalarsobreoluto.com.br/2016/03/17/luto-antecipatorio-o-ensaio-sobre-a-morte/ acessado em 13/10/2017.

O que se vive com a dor de perda, e no decorrer do processo do luto antecipatório,

de doentes em fase terminal, produz em seus familiares o sofrimento pela ausência

de contato no dia a dia com quem se ama, além de trazer a experiência de

presenciar a sua degradação física. (DOMINGOS E MALUF, 2003).

Sabe-se que as pessoas não ficam doentes apenas no corpo, mas também em um

todo, por isso há necessidade de se ter um cuidado bem humanizado, por conta

disto criaram-se os cuidados paliativos que são destinados para os doentes e

também se estendem aos seus familiares, visando a melhor qualidade de vida dos

mesmos. Estes cuidados trazem um certo conforto diante do dilema que se está

vivendo com respeito a enfermidade em que não há perspectivas de cura, fazendo

necessária a identificação precoce e manejo impecável do tratamento da dor e de

outros problemas de ordem física, psicossocial e espiritual. Também é necessário

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oferecer apoio para ajudar a família durante a doença do paciente e após a sua

morte (MORAES, 2009).

É preciso enxergar o paciente como um todo, ou seja, em todas as áreas não

apenas em relação a doença mais sim integralmente. Cicely Saunders(1993) iniciou

em Londres o trabalho neste sentido. Quando se faz um trabalho usando os

cuidados paliativos, não se adianta nem se antecipa a morte, apenas se dá a

oportunidade de que o processo transcorra normalmente, deixando o paciente viver

em condições de até poder fazer algumas escolhas que não comprometam até que

chegue o dia da partida.

Diante de uma enfermidade com diagnóstico que não haverá cura, os parentes de

pacientes acometidos assim, sofrem muito, pois se veem com extrema dificuldade

de conviver com tamanha mudança e ficam temerosos de como vão lidar com esta

situação, então surgem alguns sentimentos decorrentes deste temor como por

exemplo: ansiedade, incerteza, impotência e preocupações, contudo estes temores

se apresentam de diferentes formas tendo em vista a cultura, poder econômico,

religiões, e valores pessoais. (MORAES, 2009)

Em geral a morte é considerada um objeto possível do pensamento: emprimeiro lugar, um objeto, em segundo, um objeto possível. Ou pensamosna morte, ou não pensamos. O pensamento está de um lado e a morte, dooutro. Com isso, o pensamento fica, como tal, preservado da morte. Opensamento depara com morte como com um objeto doloroso, de que épreciso se afastar se quisermos ser felizes. (Conche, Marcel) ConcheMarcel Orientação filosófica São Paulo editora: Martins Fontes, 2000. P.135

É sabido que se tem dado pouca atenção ao processo de luto antecipatório, que os

familiares vivem diante da enfermidade de um dos seus, quando se passa então

pela morte de um ente querido há um silêncio como que para se respeitar a perda,

este silêncio é por que há um receio de falar sobre a morte, pois se pensa que

causará uma dor maior no outro. (OSÓRIO e VALLE, 2009).

Para Moraes (2009), quando os familiares ocultam os seus sentimentos, tentando

fingir que nada está acontecendo, o paciente sente maior dificuldade em expressar

suas dúvidas, medos, tristezas e anseios. Eles ficam com medo de demonstrar o

que sentem e magoar ou preocupar os familiares.

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Existem alguns exemplos de luto antecipatório que nos relatam como as pessoas

puderam encarar esse dilema em sua vida, tal como o da doutora Ana Claudia, que

em seu relato diz:

Minha primeira experiência significativa com a morte foi a de viver o lutoantecipatório com meu pai, Digo porque, ao descobrirmos que ele tinha umcâncer metastático praticamente sem chance de cura, decidimosveladamente, percorrer esse caminho juntos, aprendendo não apenas asprofundezas da dor, mas as belezas que a morte pôde nos desvendar.Muitas delas só aconteceram porque aceitamos a possibilidade iminente desua morte, evitando todas as tentativas de negação aos prognósticosmédicos. Fizemos juntos o processo de despedida, desatando os nós e asmágoas e abrindo as armaduras para o amor, conforto e carinho. Se eu nãotivesse me permitido viver essa experiência com ele, talvez ainda estivesse(6 anos depois) remoendo a dor e a raiva da vida ter tirado meu pai de mim!http://vamosfalarsobreoluto.com.br/2016/03/17/luto-antecipatorio-o-ensaio-sobre-a-morte/ acessado em 13/10/2017.

3.1.4 O luto adiado ou retardado:

Este tipo de luto tem como característica a ausência das reações que normalmente

são apresentadas no processo de luto. A pessoa que está passando pelo luto faz de

tudo para não sofrer e nem expressar o seu pesar e estende no máximo este

período após a perda da pessoa a quem ele tinha muito apego. Muitos tentam e até

conseguem por um bom período adiar seu sofrimento e tristeza, só que chegará um

dia em que não poderão aguentar mais.

As influências familiares e culturais podem afetar o percurso natural de um enlutado.

Existem muitas culturas que trazem consigo o tabu em dizer que os homens não

devem chorar diante da dor da perda, visto que cometer tal ato é tido como uma

demonstração de fraqueza. Então, muitos não expressam suas dores e adiam a

experiência do luto por longo período. O não viver o processo de luto na hora certa

pode acarretar alguns males e provocar alguns tipos de doenças de ordem psíquica.

emhttps://perdaseluto.com/2016/03/30/tiposdelutosimexistemaisdeumocional.acessa

do em 13/09/2017.

“Quando uma vida é interrompida, vemos famílias se paralisando para nãose depararem com a falta, o vazio e a perda que, inevitavelmente aqueleque se foi deixou. A questão da morte nos coloca diante do eixo estáticodinâmico que significara uma serie de reações normais e patológicas que afamília vai utilizar para realizar seu luto” (Motta e Cavour 2003 p56).

Para Bowlby (1990), são os familiares com os quais a pessoa vive que podem

facilitar ou dificultar o viver o luto com suas reações esperadas. Os parentes que

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consideram que chorar ou lamentar a separação é um comportamento inaceitável

dificultarão a manifestação do luto ou sofrimento pela morte por parte do enlutado.

Como é doloroso estar com tamanha tristeza e não poder expressá-la, tendo que

vestir uma máscara para disfarçar seus sentimentos, é por isso que

Não é raro observar um componente familiar vivendo seu processoisoladamente de luto ou forçar-se a abandoná-lo antes de tê-lo completado,assim caminha-se para a repressão emocional. A tristeza negada ou inibidanão deixa que a realidade da perda seja vivida, desta forma a pessoa podedeslocar o que está sentindo de forma inconsciente para outros setores davida. Não é raro observar essas pessoas vivenciando sintomas físicosiguais da pessoa que partiu ou então sentindo reações inexplicáveis. Adiar oluto pode causar depressão e ansiedade. Para vencer esta forma de luto énecessário que o enlutado reconheça que mesmo sendo difícil lidar com ador e o pesar, são sentimentos necessários para aprender com novo viver -sem presença do ente querido. www.psicorientacao.com/luto acessado em13/09/2017.

O processo de luto mostra-se bem-sucedido e é conscientemente aceito quando a

morte foi tomada como real e o familiar apresenta disponibilidade para investimentos

pessoais, mantendo vivos os sentimentos em relação a pessoa que se foi,

recuperando a auto-estima e a valorização do ego (OLIVEIRA e LOPES, 2008).

Segundo Pincus (1989), para ele é necessário que a pessoa que perdeu o seu ente

querido, consiga através dos seus próprios sentimentos, padrões de interação e

experiência de vida, consiga encontrar a sua maneira de resistir a perda, sem se

sentir rejeitada e isolada, contudo é muito importante que se tenha o cuidado, para

não fazer deste um padrão a ser seguido, pois esse é um processo baseado nas

necessidades individuais de cada um.

3.1.5 Luto patológico

O Luto patológico ocorre com alguns enlutados, que vários anos após a perda,

permanecem ocupados com recordações da pessoa morta, sofrendo intensamente e

se alterando com qualquer lembrança que traga o morto à mente, é a incapacidade

de retornar às atividades anteriores à perda, como o trabalho e o contato social,

acaba paralisando a sua vida e mantendo constantemente uma postura de dor.

Se o homem não aliviar previamente a si mesmo e à sua alma do fardo quea pressiona, o movimento a fará oprimir-se ainda mais, como em um navioas cargas atrapalham menos quando estão imóveis. Causais mais mal doque bem ao doente fazê-lo mudar de lugar. Ensacais ainda maisprofundamente o mal ao movimentá-lo, como as estacas afundam aindamais e ficam mais firmes ao serem balançadas e sacudidas. Por isso nãobasta ter se afastado da multidão; não basta mudar de lugar; é preciso

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descarta-se das condições populares que existem entre nós; é precisosequestrar-se e recuperar a si mesmo. (MICHEL, de Montaigne, 2002p.357)

Os familiares que estão enlutados e que já tem em seus históricos, tendências

depressiva tem uma probabilidade maior em se instalarem neste tipo de luto, que se

torna para eles um meio de vida. Tem como características ansiedade, a tristeza e a

culpa, assim como uma sensação de impotência e frustração. Quando este tipo de

luto se instala na pessoa, há a necessidade de tratamento com um profissional da

área.

A dor da perda é tão impossivelmente dolorosa, tão semelhante ao pânico,que tem que ser inventada maneiras para se defender contra a investidaemocional do sofrimento. Existe um medo de que se uma pessoa algumavez se entregar a dor, ela será devastada, como que por um maremotoenorme e para nunca mais emergir para estados emocionais comuns outravez. (Sanders,1999 P3)

O enlutado ao viver esse trauma, é assim chamado quando os comportamentos

provocados pelo estresse frente à situação desconhecida não são suficientes para

nova adaptação. A vivência de experiência traumática confronta os ideais pré-

estabelecidos, conduzindo o indivíduo ao desequilíbrio físico, social e psicológico. O

trauma passa a ser um grande marco na vida dessa pessoa. (Gregio, 2005)

Horowitz relata sobre o luto patológico que:

(...)a intensificação do luto até o ponto no qual a pessoa se sentesobrecarregada, recorre ao comportamento mal adaptado ou permaneceinterminavelmente num estado de luto sem progressão do processo emdireção a seu término(...) [Ele] envolve processos que não evoluemprogressivamente em direção à assimilação ou acomodação, mas, ao invésdisso, levam a repetições estereotipadas ou extensas interrupções dorestabelecimento. (Horowitz,1980, p.1157)

Existem algumas situações que podem facilitar ou dificultar nos processos de luto,

das pessoas que o estão vivendo.

Fatores que podem interferir significativamente no processo de morte e luto são:

Natureza e significados relacionados com a perda; qualidade da relação que se

finda; papel que a pessoa à morte ocupa no sistema familiar/social; recursos de

enfrentamento do enlutado; experiências prévias com morte e perda; fundamentos

culturais e religiosos do enlutado; Idade do enlutado e da pessoa à morte; questões

não resolvidas entre a pessoa à morte e o enlutado; percepção individual sobre o

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quanto foi realizado em vida; perdas secundárias, circunstâncias da terminalidade.

Franco (2008).

GARY Collins diz que quando o luto é patológico, a pessoa que está vivendo nesta

situação pode apresentar sintomas variados no decorrer da fase, vale ressaltar que

antes da perda eles não eram percebidos e agora são claramente visíveis nas suas

reações, estão listados alguns deles a saber:

Relutância em falar sobre o morto, acompanhada de grande tristeza sempreque o nome do falecido é mencionado; Tendência de falar do morto usandoo tempo presente (por exemplo, “Ele não aprova o que estou fazendo”);Ameaças claras ou sutis de autodestruição; Depressão profunda epersistente, muitas vezes acompanhada de culpa e baixa autoestima;Comportamento antissocial; Hostilidade extrema, mau humor ou culpa;Consumo excessivo de álcool ou uso de drogas; Retraimento e recusa emse relacionar com outras pessoas; Impulsividade; Doença psicossomáticapersistente; Veneração de objetos que lembram a pessoa falecida e ovínculo que havia entre ela e o enlutado; Recusa em alterar a arrumação doquarto da pessoa falecida ou em se desfazer de seus pertences; Oposiçãoàs sugestões de procurar um aconselhamento ou outras formas de ajuda;Recusa estóica de demonstrar emoção ou de parecer afetada pela morte(isso geralmente indica negação do luto e fuga à realidade); Atitude alegre,quase eufórica (às vezes explicada como “regozijo no Senhor”); Excesso deocupações e hiperatividade incomum.(COLLINS, Gary R. 2004 p.415)

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4 INTERVENÇÃO PASTORAL NOS CASOS DE LUTO

4.1 ACONSELHAMENTO NOS CASOS DE LUTO

Antes de entrar diretamente sobre o assunto do aconselhamento no luto, será

exposto alguns tópicos sobre as características do aconselhamento Cristão.

As Escrituras trazem consigo instruções próprias ao conselheiro bíblico, há nela

orientações para consolo, conselho, admoestação, instrução. Investiguemos essas

qualidades que são essenciais para um conselheiro bíblico.

4.1.1 Consolar

O conselheiro lida com os momentos de dificuldades que seu aconselhado esteja

passando na vida. Essa atividade exige qualidades, o conselheiro tem que firmar

uma ligação, ou seja, uma aproximação com o aconselhado, além do conteúdo

necessário.

Os sentimentos estão fortemente aflorados, que as qualidades do conselheiro

devem suprir a necessidade do aconselhado. a um tempo de choro, dúvidas e

desânimo provenientes dos sofrimentos. O conselheiro precisa ser alguém que vê a

angústia alheia e se compadece dela.

4.1.2 Aconselhar

Aconselhar significa mostrar o caminho. O conselheiro tem um papel muito

importante que é o de ajudar seus aconselhados, com decisões a serem tomadas.

Há muito o que se fazer com o que se diz respeito à direcionar, devido as

problemáticas éticas e tantas outras razões, que nossa sociedade caída nos traz. O

conselheiro deve ser um instrumento nas mãos do Espírito Santo, com vistas à

aplicação da Palavra de Deus e por ela promover ajuda nos problemas humanos.

4.1.3 Admoestar

O termo vem da palavra grega para “admoestar, exortar”. O conselheiro deve estar

apto para tal correção do aconselhado. Mais do que só corrigir, ele deve advertir,

estimular e encorajar para que não cometa o mesmo erro.

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É necessário que seja uma constante na vida da igreja também. O apostolo Paulo

orienta a igreja para que os irmãos se exortem mutuamente. É uma necessidade nos

apoiarmos, ajudando uns aos outros para a se manter no caminho, apontando o

desvio, estimulando-o à correção e o encorajando pelo companheirismo.

Admoestar requer do conselheiro humildade, para que ele esteja pronto a

reconhecer seus erros e consertá-los primeiro, antes de procurar corrigir o irmão. A

humildade leva o conselheiro bíblico a ministrar uma admoestação sincera, de

pecador para pecador, ajudando na confiança e identificação do aconselhado para o

conselheiro.

4.1.4 Instruir

Como Cristão e seguidores da Sagradas Escrituras, sendo elas a regra de fé e

prática, é a partir delas que se deve instruir. É a partir das verdades contidas no

Evangelho que zelamos para que o aconselhado seja conduzido a viver de modo

que agrade o coração de Deus. A instrução bíblica direta, mostrando as doutrinas a

serem vividas na prática, irá suprir a real necessidade do aconselhando.

O conselheiro bíblico parte do pressuposto de que a Escritura é a verdade sobre

Deus, o homem e as coisas. Desta forma, sua orientação pressupõe, fundamenta-se

e dirige-se à Bíblia. http://alegriaindizivel.blogspot.com.br/2014/02/qualidades-

essenciais-do-conselheiro.html acessado em 19/10/2017.

JAY E. Adams (1982) em seu livro Conselheiro Capaz traz um capítulo inteiro sobre

o Espirito Santo e o aconselhamento dizendo em parte dele que:

O aconselhamento pertence ao ministério do Espirito Santo, Não se poderealizar aconselhamento eficaz à parte DELE. Ele é chamado paracleto,conselheiro, que veio no lugar de Cristo para ser o outro conselheiro damesma espécie que Cristo havia sido para seus discípulos. Os conselheirosnão salvos não conhecem o Espirito Santo; por isso, ignoram sua atividadeaconselhadora e deixam de recorrer a Ele em busca de direção e poder.Para que o aconselhamento seja cristão é preciso ser levado a efeito e emharmonia com a obra regeneradora e santificante do ESPIRITO. O EspiritoSanto é chamado “Santo” por causa de sua natureza e de sua obra. Todasantidade flui de sua atividade nas vidas humanas. Todos os traços depersonalidade que poderiam ser expostos diante dos consultantes comoalvos fundamentais para o crescimento (amor, alegria, paz, longanimidade,benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio) Deus osapresenta como “fruto”(isto é o resultado da obra) do ESPIITO. Não só éfútil tentar gerar estas qualidades independente dELE (como osconselheiros não cristãos e mesmo alguns cristãos tentam fazer) comotambém essa atitude é, no fundo, rebelião contra Deus, rebelião calcadanas pretensões humanistas quanto à autonomia do homem. Deixar de lado

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o Espirito equivale a negar a depravação humana e a afirmar a bondadeinata do ser humano. (JAY E. Adams 1982) P.37

Segundo Richard Exceley (2011) O mais importante na vida é poder contribuir com

Deus na reconstrução de uma vida desestruturada. Por algumas é chamado de

aconselhamento. Ele denomina como sendo um ministério a ser exercido, onde se

faz um trabalho em grupo cujo seus integrantes são: Deus, a pessoa que está

necessitada, e ele.

Diante da perda de um ente querido, é natural que ocorra reações adversas na vida

do enlutado. Contudo as pessoas reagem de diferentes formas, algumas conseguem

suportar uma situação de vida a qual precisam adaptar-se.

No entanto, outras não conseguem sozinhas suportar as mudanças que se

apresentam na sua vida diante da perda, viver o luto sem auxilio será algo

complicado. Nestes casos, o aconselhamento é recomendável para ajudá-las a

resolver seu Luto de forma mais eficaz. o aconselhamento pode ajudar na

prevenção de desenvolvimento de problemas mais sérios no processo de Luto.

Segundo Hurding (1995, p. 36) o aconselhamento está inserido dentro de uma

perspectiva ampla quando o define como sendo: “uma atividade com o objetivo de

ajudar aos outros em todo e qualquer aspecto da vida, dentro de um relacionamento

de ajuda.”

Collins (1992, p. 12) Diz que o aconselhamento tem como um dos seus objetivos:

[...] “prover encorajamento e orientação para aqueles que tenham perdido alguém

querido ou esteja sofrendo uma decepção [...].”

Durante sua vida, no que diz respeito ao cuidado pastoral Schipani (2004) explora a

natureza da teologia prática do aconselhamento pastoral. Ele entende que igreja

cristã constantemente deve resgatar o trabalho do aconselhamento pastoral na vida

dos seus membros.

O aconselhamento pastoral é visto como uma dimensão especializada do cuidado

pastoral que faz uso de métodos de cura (terapêuticos), para que de alguma forma

as pessoas tenham como vencer seus problemas e crises, levando-as ao

crescimento em um todo. Clinebell (2007).

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Ao falar sobre qual o dever da igreja diante do aconselhamento, Collins (2004) diz

que a igreja tem a obrigação de promover o cuidado pastoral por conta de que é dito

nas sagradas escrituras, que os cristãos devem carregar as cargas uns dos outros:

“o aconselhamento pastoral pode e deveria ser um ministério exercido por cristãos

sensíveis e zelosos, tenham eles sido, ou não, ordenados ao pastorado.”(p.15).

Clinebell (2007) compartilha do mesmo pensamento e vê a Igreja como uma

comunidade terapêutica: “membros da igreja de um modo geral e a equipe

poimênica leiga em particular deveriam estar orientados para atuar como extensão

sucedânea da família para aqueles que carecem de um sistema de apoio,

oferecendo-lhes quaisquer ajuda prática e apoio emocional que necessitem.”

A título de elucidação, a expressão “Poimênica deriva da palavra grega poimen

(pastor) e que também é uma disciplina da teologia prática, voltada principalmente

para o aconselhamento pastoral.” “Pode incluir as atividades da igreja dirigidas para

manter e restaurar a saúde e integralidade de indivíduos e comunidades no contexto

dos propósitos redentores de Deus para toda a criação.” (Schipani, 2004, p.7,15).

É de suma importância que o Conselheiro consiga compreender os danos que são

causados pelas perdas significativas nos enlutados, e em toda sua família e em

todas as áreas onde o enlutado atua. Se o conselheiro avaliar adequadamente o

impacto que pode ocorrer, será um instrumento de grande valia para apontar para o

enlutado as medidas de intervenção a serem adotadas.

Porém existem pessoas que em sua fase de luto precisarão de um cuidado maior

servido pela sua comunidade, é ideal que as pessoas que prestarão esse cuidado e

durante o trato, sejam capazes de observar se o luto é normal ou se precisará de

recorrer a cuidados com especialistas nesta área se for percebido luto patológico

Diante de um caso em que perceba a dificuldade da pessoa passar pelo luto, o

conselheiro sendo o pastor deve prestar o auxílio que for necessário, é de suma

importância que se saiba lidar com a situação para conduzir o auxiliado a viver e a

elaborar as tarefas do luto.

Clinebell (2007), ao viver uma situação de luto em sua família pela perda de sua

irmã Rute, relata que seu pastor não prestou os cuidados que eram necessários

para a elaboração do luto e que por conta desta falta sua família viveu longos anos

de penúria. O autor diz que:

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A morte de minha irmã mais nova, Rute, em seu primeiro aniversário,quando eu tinha quatro anos e meio, lançou uma sombra profunda sobre anossa família. Todos nós pagamos um preço alto por não saber comoexperimentar a cura do nosso pesar. Mais de trinta anos de vivacidadereduzida, de acossamento crônico e de depressão periódica em minhavida,foi o que veio após a morte de Rute, até que minha ferida de pesar,infectada, porém oculta, veio a ser lancetada em minha terapia, de modoque pudesse sarar. Se nosso pastor tivesse sabido ajudar nossa família aexpressar e resolver nossos devastadores sentimentos de perda e culpa,todos nós poderíamos ter sido poupados de anos de sofrimentodesnecessário e de integralidade diminuída. (CLINEBELL, 2007, p.212)

Existem formas diversas de prestar auxílio ao enlutado, dentre elas o conselheiro

pode após ao sepultamento mostra-se disposto a dar apoio e atenção, haja vista que

essa ação é esperada de um conselheiro pastoral. Parkes (1998) diz que é muito

bem vinda a visita de um conselheiro na residência do enlutado sendo que na hora

certa, todavia não deverá ser feita antes de se completarem 24 horas após o

sepultamento, pois os que precisam de cuidados ainda estarão no estado de

dormência o que é normal nesta fase, estando ainda confuso.

Para Clinebell (2007), “é crucial que o apoio assistencial à família continue durante

as semanas e meses após o funeral. Muitas pessoas não se dão conta de que os

enlutados continuam precisando de apoio especial durante o longo processo de

assimilação da perda.”

Uma das manifestações do enlutado é raiva e ela vem em muitas direções e uma

delas é em direção a Deus, O conselheiro pastoral deve estar preparado quando

essas reações ocorrerem. Não adianta vir com dogmas e sermões para tentar

sucumbir suas atitudes pois não causará o efeito desejado. Quando há a procura de

um aconselhamento pastoral, o esperado é que suas respostas para seus

problemas sejam de cunho religioso. O indicado é que os conselheiros pastorais

ofereçam as respostas para as quais estejam qualificados sem menosprezar a

importância delas. (PARKES, 1998).

Após o funeral é necessário que a família enlutada receba ajuda nas questões

práticas do dia a dia fazendo com que o luto possa ser vivido com liberdade, se

possível o conselheiro deve assumir algumas responsabilidades para com tal ato

aliviar a carga. “A verdadeira ajuda consiste em permitir que o enlutado fique

disponível para elaborar sua perda” (PARKES, 1998, p. 205). Devido a insegurança

em que fica o enluto, Collins (2004) diz que o conselheiro nesta hora será muito útil

para orientar a pessoa enlutada a prorrogar por algum tempo decisões importantes

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que não podem ser feitas apressadamente e sem pensar, como: venda de um bem

ou mudanças de casa ou emprego.

O conselheiro ou agente de poimênica tem que prestar muita atenção no seu trato

com o enlutado para que não crie nele uma dependência doentia e diante dela não

queria aceitar o ocorrido e nunca sair dele. Um dos alvos a ser estabelecido pelo

conselheiro para ajudar o aconselhando a resolver sua perda é mostrar-lhe como

ativar recursos disponíveis tanto internos quanto externos para que consiga lidar de

forma saudável com a crise da perda e suas ramificações nos níveis pessoais e

familiar. (CLINEBELL, 2007).

Alguns autores dizem que o amor deve ser demostrado pelos aconselhadores

cristãos visto que os não cristãos e a psiquiatria não demandam sobre ele, o amor

quando demostrado pode trazer algum alento para os enlutados.

Collins (2004) diz em seu comentário a esse respeito que “O ajudador cristão

eficiente mostra amor. Isto é básico, fundamental. Mas ele ou ela também busca

desenvolver qualificações terapêuticas e tenta tornar- se perito no conhecimento das

técnicas fundamentais de aconselhamento.” (COLLINS, 2004, p. 21)

O saber lidar de maneira eficaz com as pessoas em estado de crise torna-se

indispensável para quem se dispõe a oferecer ajuda à elas.

LAZÁN relaciona 7 procedimentos de ajuda como propostas para os conselheiros

usarem no trabalho com os enlutados (LAZÁN, 1989):

1) Oferecendo uma escuta empática: Diante da perda as pessoas tem uma

grande necessidade de atenção e de serem ouvidas e compreendidas nestes

momentos de dificuldades no qual se encontram, é aí que entra a escuta

empática quando nos colocamos no lugar do outro para entender como ela

está vivendo diante da perda, significa estar junto nos momentos de dor, é

servir de espelho para que seus pensamentos e sentimentos possam ser

refletidos. Não podemos dizer que entendemos o que ela está passando se

não demostramos em nossos atos. Quando estamos na mesma situação que

o enlutado, o que mais desejamos é uma presença de amor e sermos

cuidados em nosso sofrimento.

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2) Facilitando a catarse: No primeiro ponto que é a escuta empática ela traz

um grande benefício pois nos traz uma facilidade para que ocorra a catarse

que é definida como a exposição dos sentimentos reprimidos. Infelizmente a

sociedade e a cultura tendem a prejudicar que os enlutados expressem seus

sentimentos e quando isso ocorre acarreta em um desenvolvimento de uma

crise secundária pós-luto. (LAZÁN, 1989). Não podemos nos furtar em falar

com a pessoa afetada acerca de seus sentimentos e emoções, pois se foram

trabalhadas e resolvidas, não haverá problemas. Porém se esse trabalho não

foi feito, a pessoa ficará atrasada no processo de elaboração do Luto, e o

melhor a fazer nesse momento é justamente conversar com a pessoa sobre

suas perdas para começar a elaboração do luto. (LAZÁN, 1989, p. 26).

Incentive-a a falar, “falar é o melhor remédio”. (BURNS, 2005, p.36). Falar

ajuda a aceitar a realidade da perda. Falar alivia e evita os sintomas, “Quando

a boca cala o corpo fala (surgem os sintomas) e quando a boca fala o corpo

sara” (informação verbal).

3) Ajudando na ampliação perceptual: É fazer a pessoa entender que tudo o

que está acontecendo com ela são coisas naturais e normais, que ocorrerem

com todo mundo que se encontra diante da perda (luto). “Uma das melhores

formas de ajudar uma pessoa que sofreu perdas é ensinar-lhe o que foi dito

até aqui: o processo normal, natural e necessário do luto.” (LAZÁN, 1989, p.

27).

4) Enfrentamento da questão do suicídio: Diante de uma grande perda que

ocorre geralmente em tragédias existe uma probabilidade muito grande de

pensamento em suicídio. É de suma importância que o conselheiro converse

com o enlutado sobre esta questão de forma clara e objetiva ao entendermos

que esta ideia se repete. O cuidador não deve recear fazer perguntas diretas

ao enlutado a respeito de qualquer tentativa de suicídio, como por exemplo,

perguntar-lhe: “você tem se sentido tão mal que chegou a pensar em se

matar?”. Quem tem esse pensamento de suicídio corre um grande risco, o

que se deve fazer é procurar encaminhá-las para um tratamento com um

psiquiatra. (PARKES, 1998). Entre os fatores de risco que tendem ao suicídio

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estão: insônia crônica; ter visões ou ouvir vozes que lhe dão ordens; sofrer

perdas múltiplas, únicos entes queridos, várias ameaças de suicídio, história

prévia de tentativa de suicídio pessoal ou de familiares, alcoolismo ou abuso

de drogas, etc.

5) Encaminhamento oportuno: Quando as reações diante da perda tomarem

grandes proporções, é necessário que se busque ajuda de um profissional

adequado para intervir, evitando um mal maior, pode ser um assistente social,

psicólogo ou psiquiatra. “Isto não significa loucura ou fragilidade, mas indica

simplesmente que a reação ao evento foi tão forte que a pessoa não pode

controlar-se sozinha e pode contar com a ajuda para isso“ (BURNS, 2005,

p.35). O conselheiro ou outro ajudador deve ter acesso às informações

necessárias para que possa fazer esses encaminhamentos de forma

adequada e corretamente. Os enlutados que merecem atenção especial são

aqueles “totalmente incapazes de expressar qualquer forma de Luto;

manifestações histéricas ou por demais demoradas de Luto; isolamento total

e prolongado do enlutado (indício de depressão); tentativas de suicídio;

abandono do trabalho e do contato com amigos.” (LAZÁN, 1989,).

6) Ter e comunicar fé: A fé é um grande aliado no tratamento do enlutado:

fazer com que sua fé fique firme em Deus, no futuro e na capacidade da

pessoa enlutada de vencer suas dificuldades e partir para novos

investimentos. (LAZÁN, 1989). O conselheiro que em nome da comunidade

cristã trata com enlutados, têm na fé cristã, na Bíblia e na oração uma gama

de recursos que pode ser usado no auxílio das pessoas enlutadas. Temos

várias abordagens de assuntos como “sofrimento”, “lágrimas”, “pranto”,

“lamentação” etc, e que não são poucas as vezes que o encontramos nas

páginas da Bíblia. É preciso que o conselheiro saiba usar de forma adequada

os textos bíblicos para transmitir o conforto que eles proporcionam.

7) Ajudas adicionais: No Brasil há organizações que lidam com as questões de

perda, que prestam ajuda e oferecem treinamento para aqueles que desejam

trabalhar com pessoas em situação de Luto: Rede SOS Global – tem como

missão enviar ajuda integral na forma de socorro médico, técnico, alimentar,

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psicológico e espiritual, no prazo mais curto possível, a partir da Igreja

brasileira, para os locais onde acontecem catástrofes de desastres naturais e,

ou humanos (guerra), em qualquer parte do mundo, com grande número de

vítimas necessitando de ajuda emergencial.

4.2 ACONSELHAMENTO ÀS PESSOAS COM DOENÇAS EM FASE

TERMINAL

4.2.1 Falar da finitude do homem

Infelizmente existem em algumas igrejas, líderes que ensinam para sua comunidade

a inverdade de que, quando se vive com Jesus não adoece, não passa por

sofrimentos e tribulações, etc. Com isso, induzem as pessoas a não aceitar sua

própria condição humana, pois o não adoecer e não passar pela morte é negar a

humanidade do homem. Quando se crê em Jesus e salvos por ele, essa condição

não o põe em uma redoma de vidro onde se fica imune de doenças e da morte. O

homem natural é justificado e tem seus pecados perdoados por intermédio de Cristo

Jesus e por ele é fortalecido para passar pelas situações de adversidades na vida, a

cura pertence a Deus que pode fazê-la ou não dependo do seu propósito. O

conselheiro deve ajudar o enfermo a desenvolver um relacionamento com Deus,

independente das circunstâncias de sua vida, para poder ser capaz de ficar firme,

quando a saúde física desmoronar mais ainda.

4.2.2 Levar a Esperança para o Enfermo

O conselheiro cristão, tem que ter o cuidado sobre o que se vai falar, diante da

realidade que irá encontrar no que diz respeito às condições do enfermo. Contudo,

não pode privar-se de conversar abertamente sobre o real estado de sua saúde e a

gravidade da enfermidade. O conselheiro cristão será extremamente útil para trazer

a realidade, a esperança, aos que sofrem com o pior dos sofrimentos, que é o vazio

espiritual e a ausência de sentido para a vida, o sofrer e a morte. Com a saúde

debilitada, as pessoas ficam mais realistas com relação à vida, se desfazendo de

pensamentos, tais: ilusões, orgulhos e a fantasia da autossuficiência. Quando se

está vivendo a dor e se sente impotente, é nessa hora que elas são levadas a

descobrir os recursos inesgotáveis da graça de Deus que traz sentido ao homem e

lhe basta. A dor e as situações mais absurdas são aceitas na certeza de que existe

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um Deus compassivo que sabe o que é padecer e assiste o carente em toda

angústia (VASSÃO, 2009).

4.2.3 O Preparo é fundamental para os Conselheiros

O que tem acontecido nas igrejas é que os conselheiros têm recebido pouco ou

nenhum preparo no tocante ao cuidado com os doentes, o que se tem percebido, é

que existe boa intenção, porém há uma diferença entre boa intenção e ser hábil para

prestar a ajuda necessária. Existe um tabu em se expor nas conversas, a verdadeira

situação do paciente e deixam de ser sinceras com eles, justamente quando se mais

precisa. Por isso, é tão necessário que as pessoas aprendam como lidar com a

outra que se encontra gravemente enferma.

Philip Yancey (2005), no seu livro “Onde está Deus quando chega a dor?”, traz

exemplos de visitadores que não conseguiram atingir seu objetivo em levar consolo,

conforto, paz e esperança a sua jovem amiga Cláudia que padecia de um câncer

nos linfáticos conhecido como doença de Hodgkin. Ele cita o exemplo do diácono

que a aconselhou solenemente a refletir sobre o que Deus estava procurando

ensinar-lhe, perguntando-lhe se haveria alguma coisa na vida dela que estaria

desagradando a Deus: será que ela estava omitindo a vontade de Deus em algum

ponto? Disse-lhe também que Deus utiliza algumas circunstâncias para alertar e

punir o homem. O segundo exemplo é de uma senhora da igreja que realizava

visitas a enfermos e, no exercício desse serviço cristão, cantava hinos batendo

palmas e recitando alegres salmos; porém, desviava sempre do assunto quando

Cláudia tentava falar de sua doença e prognóstico tentando afastar o sofrimento com

entusiasmo e boa vontade. Essa senhora realizou apenas uma visita e não voltou

mais, deixando a enferma, dia após dia, com sua dor. A terceira visita catastrófica foi

de uma senhora, fiel seguidora dos pregadores da televisão que curam pela fé, que

assegurou a Cláudia que ela deveria buscar cura divina pela fé e reivindicar a vitória;

a enferma, dia após dia, tentou aumentar a sua fé, porém essa tarefa foi-lhe muito

cansativa e não conseguiu empreender-se em tal tarefa. Outra senhora, a mais

espiritual da igreja, levou alguns livros sobre louvar a Deus, dizendo que a enferma

precisava amar a Deus por ele fazê-la sofrer, reconhecer a sua vontade e louvá-lo

por amá-la a ponto de permitir em sua vida aquela experiência. Nesse momento, a

mente de Cláudia encheu-se de imagens horríveis e cruéis de Deus; essa ideia era

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repulsiva, pois ela não podia amar um Deus assim. Outro visitante, o pastor da

igreja, fez com que ela sentisse que estava cumprindo uma missão: ele lhe disse

que pensasse em si como uma estrela do atletismo e encarasse a adversidade

como que obstáculos que deveriam ser saltados por ela rumo à vitória. Às vezes, o

pensamento de ser uma mártir privilegiada encantava Cláudia; outras vezes, quando

as dores aumentavam, ou quando sofria uma hiperemese e via-se desfigurada pela

doença, clamava: “Deus, porque eu?” Cláudia extremamente confusa, se perguntava

a quem deveria ouvir.

Por isso, é de suma importância que o conselheiro ao se prestar a visitar enfermos,

deve-se procurar uma mensagem para consolar, fortalecer a fé e a esperança

daqueles que sofrem. Quando o cristão se dispõe a aconselhar alguém que esteja

nesse estágio avançado de enfermidade, deve pedir a Deus que aumente seu amor

pelo doente, e que renove a cada momento a humildade para saber que não é

melhor do que ninguém.

4.2.4 Características Para um Conselheiro

Vassão (2009), em seu livro, No leito da enfermidade, diz que há alguns requisitos

básicos para que se seja um visitador. Experiência pessoal de conversão em Jesus;

deve ser impelido pelo amor a Jesus e às pessoas; deve ser humilde e não se

considerar melhor que ninguém; ter motivação correta e alvos na visitação; cultivar

uma personalidade agradável, amável e cativante; ser paciente; ter autocontrole de

suas emoções; gozar de boa saúde física e psicológica; ter habilidade para

comunicar-se; ter humor estável; ter respeito a opiniões divergentes; ter desejo e

habilidade para lidar com enfermos; submeter a regulamentos; saber usar a língua,

usando-a para curar; saber guardar confidências; cuidar da aparência pessoal; ser

servo; ter o dom da misericórdia; saber evangelizar e o mais importante, saber ouvir.

Para saber ouvir melhor, o conselheiro deve seguir alguns princípios como não

interromper uma conversação; não desviar o olhar da outra pessoa; valorizar os

sentimentos dos outros; não competir com a história da outra pessoa, não criticar,

fazer perguntas apropriadas e animá-lo a continuar e não discutir transformando a

conversa em debate (VASSÃO, 2009).

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4.2.5 Trazer o Conforto Espiritual para o doente

O objetivo do conselheiro cristão para um doente terminal é levar a esperança de

vida plena e eterna, mesmo que ele já esteja à beira da morte; porém, só alcançará

seu objetivo através de conhecimento, da dependência e da comunhão com Jesus

Cristo, o salvador da humanidade. O paciente que por intermédio do conselheiro

cristão chegue a conhecer a Cristo como seu salvador encontrará segurança e paz,

mesmo em meio à sombra da morte. Os sofrimentos do doente em fase terminal são

os mesmos que os outros enfrentam, só que quem já teve um encontro com Jesus já

tem esperança. Porém, aquele que não o conhece, vive um vazio interior e falta de

paz completa. “Quem acha sua vida a perderá, e quem perde a sua vida por minha

causa a encontrará” (Mt 16.25). O Cristianismo oferece a compreensão maior de que

a verdadeira realização não vem pela satisfação do ego, mas sim pelo serviço a

outros (YANCEY, 2005).

A enfermidade com diagnóstico sem cura produz sofrimento, e desconforto

incomparável para a família e o paciente, é um grande mal, Contudo Deus pode usá-

lo para conduzir as pessoas à maturidade, fé, confiança e transformação para um

caráter semelhante ao de Cristo. Saber que Deus se fará presente diante do

sofrimento, promovendo ao doente o alívio de suas dores ou a força para suportá-la,

é um refrigério ao que sofre. Cabe aos conselheiros cristãos se esforçar o máximo

no cuidado a eles, enquanto vivem a adversidade de sua vida (VASSÃO, 2009).

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5 CONCIDERAÇÕES FINAIS

Todo o ser humano um dia irá enfrentar em sua vida o luto. Está dor é inevitável,

contudo ela pode ser mais ou menos intensa, isso se deve a forma como se reage

diante dela, muitas são as reações que essa dor provoca nos enlutados entre elas

estão: raiva, negação entre outras. O sofrer o luto é algo que provoca uma gama de

situações adversas em quem o está vivendo, é um momento muito difícil de transpor

sozinho, é aí que entra em cena o conselheiro.

O conselheiro tem sem dúvida um papel de suma importância no momento do luto.

Todavia há de se entender que para ser um conselheiro cristão é imprescindível que

seja prestado um auxílio de qualidade, pois há em alguns casos em que as pessoas

possuem a boa vontade de prestar auxílio, porém não possuem as características

necessárias e nem o conhecimento para tal. Infelizmente conseguem deixar as

pessoas mais confusas com a situação que estão vivendo, provocando o mal ainda

maior. Infelizmente o que se tem visto é que algumas igrejas e pessoas não tem

buscado conhecimento nesta área, deixando a desejar na hora de se prestar socorro

a quem está necessitando.

O preparo se faz necessário na hora do aconselhamento, principalmente, no caso de

aconselhamento cristão. É preciso que ele consiga identificar qual o tipo de luto que

a pessoa está vivendo. O presente trabalho traz para conhecimento os: luto

antecipatório ou antecipado, luto retardado ou tardio e o luto patológico.

Além de saber identificar os tipos de luto o aconselhamento cristão tem por

parâmetro principal a palavra de Deus, e ela traz algumas características que o

conselheiro deve ter, a saber: consolar, aconselhar, admoestar e instruir.

Porém, não podemos deixar de salientar que todo aconselhamento cristão, além de

usar a palavra de Deus, deve contar com a presença do Espirito Santo, que é o

consolador enviado por Deus para nos direcionar na ação a ser praticada.

O aconselhamento cristão segundo o autor Lazán, será bem prestado, quando se

dispõe a oferecer os seguintes cuidados aos enlutados: uma escuta empática,

facilitar a catarse, ajudar na ampliação perceptual, enfrentamento da questão do

suicídio, encaminhamento oportuno, ter fé e comunicar a fé, buscar ajudas

adicionais.

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O aconselhamento cristão não visa só os enlutados, visa também prestar auxílio as

doentes que em sua luta com a doença recebem a notícia de que sua enfermidade

não tem cura, diante deste diagnóstico é que piora ainda mais o estado emocional.

É importante fazê-lo lembrar sobre a finitude do ser humano, levar a esperança ao

enfermo falando sobre a vida futura em Deus por intermédio de Jesus, o preparo

para se aconselhar os doentes também é preciso, algumas das características neste

caso de aconselhamento que o conselheiro deve ter é: ser amável e cativante; ser

paciente; ter autocontrole de suas emoções; gozar de boa saúde física e psicológica;

ter habilidade para comunicar-se; ter humor estável; ter respeito a opiniões

divergentes; ter desejo e habilidade para lidar com enfermos; submeter a

regulamentos; saber usar a língua, usando-a para curar; saber guardar confidências;

cuidar da aparência pessoal; ser servo; ter o dom da misericórdia; saber evangelizar

e o mais importante, saber ouvir. O conselheiro cristão que com seu trabalho

consegue fazer com que o aconselhando tem um encontro com Jesus, promoverá a

ele a paz que vem de Deus.

O conselheiro deve ter em mente que a enfermidade com diagnóstico sem cura,

produz sofrimento, e desconforto incomparável para a família e o paciente, é um

grande mal, Contudo Deus pode usá-lo para conduzir as pessoas à maturidade, fé,

confiança e transformação para um caráter semelhante ao de Cristo. Saber que

Deus se fará presente diante do sofrimento, promovendo ao doente o alívio de suas

dores ou a força para suportá-la, é um refrigério para quem sofre.

O presente trabalho contribui para que haja uma reflexão sobre como se deve

prestar auxílio e ressaltar as responsabilidades que o conselheiro cristão tem ao se

colocar à disposição para desenvolvê-lo.

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