Semiologia Cardio - Diogo
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Semiologia Cardíaca
DIOGO BENTO LIMA
SEMIOLOGIA CARDÍACA
DIOGO BENTO LIMA
Anamnese
Identificação: Nome completo; Data de Nascimento; Idade; Sexo; Raça; Profissão; Estado civil; Naturalidade; Nacionalidade; Endereço; Procedência; Religião.
Anamnese
Queixa principal:É a razão pela qual o paciente procurou ajuda
médica, pode ser uma ou duas causas;Importante para definir o sintoma ou sinal
guia;Muitas vezes o sinal ou sintoma pode ser
patognomônico.
Anamnese
História da Doença Atual:Descrever bem o sintoma guia, como:
Cronologia;Localização;Intensidade;Irradiação;Fatores de alivio;Fatores de piora;Sinais e sintomas concomitantes.
Anamnese
Sempre ficar atentos aos sinais e sintomas cardinais nas morbidades cardiovasculares: Dispnéia; Dor torácica ou desconforto; Palpitação; Síncope ou lipotímia; Edema; Tosse; Astenia; Cianose.
Anamnese
História familiar pregressa: pais, irmãos ou filhos com doenças cardiovasculares, DM.
Hábitos de vida: tabagismo, etilismo, dislipidemia, atividade física (sedentarismo), ocupação atual e anterior.
Condições Socioeconômicas: casa de pau a pique, vida conjugal e ambiente de trabalho(stress).
Dispnéia
É um dos sintomas mais importantes dos portadores de cardiopatia e significa sensação consciente e desagradável do ato de respirar.
Causas de origem cardíaca: Dispnéia de esforço (tipo mais comum); Dispnéia de decúbito (ortopnéia); Dispnéia Paroxística Noturna, nas crises mais graves
pode evoluir para edema agudo de pulmão; Dispnéia de Cheyne-Stokes.
Lipotímia ou Síncope Causas cardíacas:
Arritmias ou transtorno da condução: Bradiarritmias (Bloqueio ATV) Taquiarritmias (T. Paroxística).
Diminuição do débito cardíaco: IAM Obstrução do fluxo sanguíneo pulmonar Tetralogia de Fallot Hipertensão pulmonar primária Estenose pulmonar Embolia pulmonar
Regulação vasomotora anormal: Estenose aórtica Hipotensão postural ou ortostática
Hipovolemia aguda.
Astenia
Devido a baixa do débito cardíaco, chega menos oxigênio, sais minerais e nutrientes para as células dos tecidos.
Pode estar relacionada com a atrofia muscular, devido a condição precária de saúde para prática de atividades físicas.
Edema
Pode estar relacionado com várias doenças cardíacas, renais, hepáticas, carenciais e uso de medicamentos.
Sinal de cacifo. + a ++++.A causa básica do edema de origem
cardíaca e por IVD por aumento da pressão hidrostática associado a retenção de sódio.
Cianose
Pode ser central ou periférica. Cianose mista na ICC com congestão pulmonar
e estase venosa periférica. Cianose por shunt da direita para a esquerda:
Tetralogia de Fallot; Transposição de grandes vasos; Atresia tricuspide; Grandes comunicações interatriais e
interventriculares.
Tosse
Sintoma frequente na IVE; Importante para manutenção da permeabilidade
da árvore traqueobrônquica, em casos de aumento de secreções;
Reflexo que se inicia por uma inspiração profunda à qual segue o fechamento da glote, com aproximação das cordas vocais, que determina retenção de ar nos pulmões.
É seca e mais intensa a noite, podendo ser muito incômoda.
Exame Físico
Inspeção, Palpação e Ausculta
Inspeção e Palpação São analisados
simultaneamente: Pesquisa de
abaulamentos; Análise do ictus
cordis; Análise de
batimentos vísiveis ou palpáveis;
Pesquisa de frêmito cardiovascular.
Inspeção em Outros Sistemas
Procurar por circulação colateral no torax e abdome;
Edemas de membros inferiores;Presença de Pulso Venoso Jugular
ou Turgência;Baqueteamento digital;Unhas em vidro de relógio.
Ausculta Cardíaca
Ausculta Cardíaca É um recurso indispensável para o diagnósticos das
enfermidades cardíacas, mesmo quando se dispõe de todos os métodos complementares existentes.
Deve-se considerar: Bulhas cardíacas; Ritmo e frequência cardíaca; Ritmos tríplices; Alterações das bulhas; Cliques ou estalidos; Sopros; Ruidos da pericardite constritiva; Atrito pericárdio.
Bulhas
Primeira – É formada por uma série de vibrações de intensidade variada que se iniciam na fase de contração isovolumétrica e se estendem até o início da ejeção ventricular. Coincide com o pulso arterial, é mais grave e de maior duração do que a segunda bulha. Seu local de maior intensidade é o foco mitral.
Segunda – É composta pelos componentes aórtico e pulmonar. É melhor auscultada no foco aórtico. Tem timbre aguda e soa de maneira seca.
Bulhas
Terceira: Ruído protodiastólico, de baixa freqüência originado das vibrações da parede ventricular na fase de enchimento ventricular rápido:Causas – Dilatações ( miocardiopatia
dilatada, Insuficiência valvar), estados hipercinéticos, pericardite constritiva.
Bulhas
Quarta: Ruído telediastólico de baixa freqüência, originado da contração atrial ou da distensão da parede ventricular nesta fase do ciclo cardíaco ou de ambos: Causas : Hipertrofias (miocardiopatia hipertrófica,
hipertensão arterial sistêmica), doença valvar (estenose mitral, estenose aórtica) e doença arterial coronária.
Cliques e Estalidos
Cliques: são ruídos agudos, breves, de alta freqüência e notável intensidade. São sistólicos e podem ser chamados também de ruídos de ejeção.
Estalidos: são ruídos secos, de curta duração, diastólicos, ocorrem entre a 3ª e 4ª bulhas.
Sopros São um conjunto de vibrações de maior duração que as bulhas,
se originam dentro do próprio coração e/ou em um de seus grandes vasos, deve se avaliar:
1. Situação no ciclo cardíaco (E Ao./ I Mi=S.S.);2. Localização;3. Irradiação (axila, a. carótida);4. Intensidade;5. Manobras especiais (inspiração e expiração forçada).
Intensidade: Grau I – pouco percebido Grau II – Ausculta não deixa dúvidas Grau III – Frêmito Grau IV – Audível sem o estetoscópio
Avaliar os Pulsos No pulso radial temos que verificar parede arterial,
frequência, ritmo, amplitude, tensão e tipo de onda; Sempre avaliar esquerdo e direito:
Pedioso; Tibial posterior; Poplíteo; Femoral; Cartotídeo; Axilar; Braquial; Radial; Temporal.
Pulsos (Tipos de Onda) Ondas de pulso normal: cujas características são
aprendidas pelo exame de pacientes normais; Pulso célere ou martelo d’água: a principal
característica é aparecer e sumir com rapidez. Decorre do aumento da pressão diferencial e ,por isso, é observado na insuficiência aórtica, nas fístulas arteriovenosas, no hipertireoidismo e nas anemias graves;
Pulso anacrótico: constituído de uma pequena onda inscrita no ramo ascendente da onda pulsátil. Ex: estenose aórtica;
Pulso dicrótico: se percebe uma dupla onda em cada pulsação, a primeira mais intensa e mais nítida, é seguida de outra de menor intensidade e que ocorre imediatamente depois. Ex: febre tifóide e outras doenças com febre;
Pulsos (Tipos de Onda)- Pulso bisferiens : se percebe também uma dupla
sensação, mas neste caso as duas ondulações aparecem no ápice da onda de pulso. Ex: associação de estenose e insuficiência aórtica;
- Pulso alternante: se percebe de modo sucessivo uma onda ampla seguida de uma onda mais fraca. Constitui um sinal de insuficiência ventricular esquerda;
- Pulso filiforme: pulso de pequena amplitude e mole. Indica quase sempre colapso circulatório periférico;
- Pulso paradoxal: caracterizado pela diminuição da amplitude das ondas durante a inspiração forçada. Ex: pericardite constritiva, derrame pericárdico volumoso e enfisema pulmonar
Palpitações É a percepção incômoda dos batimentos cardíacos.
Características de Início e Término: Abruptos: ex. TPSV - Taquicardias paroxísticas
supraventriculares, Taquicardias ventriculares – TV, fibrilação atrial paroxística – FAP, Extra-sístoles - ES.
Gradual: ex. Taquicardias sinusais – TS.
Cronologia: Idade de Início: ex. na infância (TPSV), na
adolescência (TPSV, TV da síndrome do QT longo congênito
Palpitações
Freqüência dos episódios: Eventual ou freqüente.
Qualidade: Acelerada: ritmo regular (ex.: TPSV, TV), ritmo
irregular (ex.: FAP com resposta ventricular alta, flutter atrial, taquicardia atrial com bloqueio AV variável)
Lenta: ritmo regular (ex.: ritmo idioventricular, bloqueio atrioventricular total, bradicardia sinusal), ritmo irregular (ex.: FAP com resposta ventricular lenta).
Palpitações
Relação com esforço físico: Leve, moderado ou grande. Ex.: jovem com síndrome do QT longo: TVP
Duração de cada episódio: Fugaz (ex.: somente extrassistolia), mantida
Manifestações associadas: Precordialgia (cardiopatia isquêmica), dispnéia
(insuficiência cardíaca), tontura, desmaio, síncope (baixo débito).
A PALPITAÇÃO OCORRE? SE SIM, SUSPEITAR
COMO SALTOS OU ARRANCOS ISOLADOS
EXTRASSÍSTOLES
ATAQUES C/ INÍCIO ABRÚPTO, FC 120, REGURARES OU NÃO
TAQUI PAROXÍSTICA
INDEPENDENTES DOS ESFORÇOS FA, FLUTTER, TIROTOXICOSE, ANEMIA,FEBRE, ANSIEDADE
EM ATAQUES RÁPIDOS, INDEPENDENTES DOS ESFORÇOS
HIPOGLICEMIA, TUMORES ADRENAIS
CONCOMITANTES AO USO DE DROGAS
FUMO, CAFÉ, ÁLCOOL, CHÁ, EFEDRINA, AMNOFILINA, T3, IMAO
EM PÉ HIPOTENSÃO POSTURAL
MULHERES DE MEIA IDADE, COM SUDORESE E FLUSHES
CLIMATÉRIO
FREQÜÊNCIA NORMAL E RÍTMO REGULAR
ANSIEDADE
Sinais Vitais
Pressão arterial;Frequência Cardíaca;Temperatura;Frequência respiratória.
Patologias Cardíacas
HAS
HAS
Aterosclerose
IAM
Angina Pectoris
Angina Pectoris
Arritimias
Extrassistoles; Fibrilação atrial; Taquicardia Supraventricular; Taquicardia atrial; Flutter atrial; Taquicardia atrial; Fibrilação ventricular; Doença do Nó Sinusal; Bloqueio de Ramos.
Insuficiência Cardíaca
A ICC acontece quando o coração é incapaz de bombear o sangue em uma taxa proporcional às necessidades dos tecidos metabolizantes ou é capaz disso, apenas com uma pressão de enchimento elevada.
Principais causas: Problemas primários – miocardiopatias; Aterosclerose: Cardiopatias valvares; HAS; Eventos agudos.
Fisiopatologia da Insuficiência Cardíaca
Sobrecarga
de
pressão
Sobrecarga
de
pressão
Sobrecarga
de
Pressão e/ou volume
Sobrecarga
de
Pressão e/ou volume
Disfunção regional com sobrecarga
de
volume
Disfunção regional com sobrecarga
de
volume
HIPERTENSÃO DOENÇA VALVAR INFARTO DO MIOCÁRDIO
Alongamento das células
Hipertrofia e/ou dilatação
Trabalho cardíaco
Estresse de parede
Caracterizada por
Tamanho e massa cardíacos
Síntese de proteínas
Indução do programa genético fetal
Proteínas anormais
Fibrose
Vasculatura inadequada
Caracterizada por
Tamanho e massa cardíacos
Síntese de proteínas
Indução do programa genético fetal
Proteínas anormais
Fibrose
Vasculatura inadequada
Critérios de FRAMINGHAM para Diagnóstico de ICC
CRITÉRIOS MAIORES CRITÉRIOS MENORES
Dispnéia paroxística noturna Edema de membros
Distensão das veias do pescoço Tosse noturna
Estertores Dispnéia de esforço
Cardiomegalia Hepatomegalia
Edema Pulmonar Agudo Derrame Pleural
Galope B3 Capacidade vital reduzida a 1/3 do normal
Pressão venosa aumentada (>16 cm H2O) Taquicardia (>120 bpm)
Refluxo hepatojugular positivo
Para diagnóstico são necessários ao menos 1 critério maior e 2 menores.
Classificação Funcional da NYHA
Sinais e Sintomas na IVE Insônia; Irritabilidade; Dispnéia: de esforço, ortopnéia, DPN, Cheyne-
Stokes; Tosse; Asma cardíaca; Edema pulmonar agudo; Noctúria; Fadiga; Astenia.
Sinais e Sintomas na IVD Insônia; Irritabilidade; Cianose; Jugulares ingurgitadas; Refluxo hepatojugular; Hepatomegalia; Noctúria; Oligúria; Fadiga; Astenia; Edema; Cianose.
Cardiomegalia na ICC
Cardiomiopatia Hipertrófica e Dilatada
Normal
Hipertrofiado Dilatado
Obrigado!