Comunicação com Seres Alienígenas: uma abordagem exo-semiótica
Semiótica da Comunicação
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Semiótica é o estudo dos signos ou dos sistemas em que os signos se organizam com a finalidade de possibilitar a comunicação entre pessoas, isto é códigos, ou ainda dos modos de significar.Esta serve para perceber que a maior parte dos signos não se encerram em si mesmos e têm um papel mediador entre nós e mundo, serve também para desconstruir o modo como certas mensagens são construídas, mesmo que muitas vezes nos pareçam naturais e neutras e por fim serve para perceber como aquilo que normalmente designamos como realidade é algo que talvez não existe verdadeiramente fora dos limites da interpretação humana.
Signos● Sinal, sintoma ou indício a partir do qual se pode tirar deduções;● Marca deixada numa superfície;● Gesto com o qual se quer exprimir algo.
É importante referir que não existem signos que funcionem sozinhos fora de um contexto, isto é não existem signos sozinhos pois um signo estabelece relações com outros signos.
Pegando nos autores fundadores da Semiótica, temos Saussure que nos fala numa dimensão dual do signo e Pierce que nos fala que o signo é uma tríade. Assim sendo:
Saussure
O signo para Saussure divide-se em duas partes importantes o significante, que se traduz na forma material ou física do signo, e o significado, que é o conceito para o qual o signo remete.
Assim sendo temos que o mesmo significante pode ter vários significados:
Bem como o mesmo significado pode ser veiculado por significantes diversos:
Para Saussure é importante também referir a arbitrariedade dos signos, esta acontece quando não sabemos o porque de um significante ter determinado significado, uma vez que esta aprendizagem nos é transmitida pela convenção cultural estabelecida no seio de uma sociedade ou de uma comunidade de utilizadores, os signos verbais são exemplo desta arbitrariedade.
PIERCE
Pierce apresenta o modelo tripartido do signo, segundo Pierce o signo na forma Representamen ou Significante (que é o mesmo) é algo que está por alguém ou alguma coisa sob algum aspecto ou capacidade. Um signo interpela, dirige-se a alguém ou seja, cria na mente dessa pessoa um signo equivalente ou talvez até um signo mais evoluido. E a este segundo signo criado chamamos por interpretante do primeiro signo. O signo está por alguma coisa, o seu objecto. Representa esse objecto, não em todos os aspectos.
Modelo de Pierce:
Representamen ou Significante: Forma que o signo toma (Ex. Cão)Interpretante ou Signifcado: O sentido que o signo acciona (Ex. Animal de quatro patas, mamifero), este depende do utilizador do signo (emissor e receptor) e do seu léxico individual (armazem de signos que decorre da experiência ao longo da vida), isto é dependendo da experiência de cada utilizador o significado ou interpretante pode ser diferente.
Objecto: Algo para lá do signo ao qual este se refere, o referente (Ex. Imagem de um cão)
Perante isto constata-se que em Pierce existe uma semiose ilimitada, ou seja o representamen ou significante de um objecto pode ser o interpretante ou significado de outro qualquer objecto e assim temos:
Dentro do modelo de Pierce, este ainda produziu três categorias de signos:● Icone (o signo assemelha-se ao seu objecto):
○ Imagem: semelhança na aparência (frutas artificiais);○ Diagrama: semelhança na relações internas do signo e as relações internas do
objecto dinâmico;○ Metáfora: semelhança entre o significado do significante e do objecto dinâmico;
● Indice (ligação existencial ao objecto)● Simbolo (convenção)
Os signos para Pierce ainda têm três dimensões:● Sintática - sua materialidade e regras de combinação;● Semântica - forma x conteúdo = Ícone, Indice, Simbolo● Pragmática - seu uso
De acordo com Pierce, a semiótica está no ramo da lógica e por isso fala-se em:Lógica crítica ou semiótica, como sendo a verdade:
● Gramatica Especulativa: signos e formas de pensamento (valor inicial) - a tarefa da gramática especulativa é de determinar o que deve ser verdadeiro se quando o representamen/significante utilizado por toda a inteligencia cientifica a fim de que possa incorporar um significado qualquer;
● Lógica crítica: Tipos de interferência e está subdividida em:○ Adbução - processo de formação de uma hipotese explicativa;○ Dedução - tem por função explicar a hipotese;○ Indução - funciona como processo para testar a hipotese
● Rétorica Especulativa: métodos que cada tipo de raciocinio dá origem.
Significar-Objectivar-InterpretarSignificação - a mensagem em si. Possibilidades e limites da significação. Esta remete
para três pontos:● Qualidade - um signo pode surgir pela qualidade e pela qualidade tudo pode ser signo
(quali-signo)● Existência - pela existência tudo é signo (sin-signo)● Lei - pela lei tudo deve ser signo (legi-signo)
Objectivação - relação da mensagem com o objecto. Subdivide-se em três pontos:
Interpretação - efeitos das mensagens sobre os interpretes individuais e colectivos
Três categorias universais dos signos
Para entender melhor a relação entre os signos e objectos Pierce estabelece a diferença entre:
● Objectos dinâmicos que são o contexto remetido para o signo: numa frase em que se fala de algo - a frase é o signo e as palavras indicam o objecto dinâmico. Este é dividido em abstrativo (algo possível), ocorrência (existente e concreto) e colectivo (relação necessária);
● Objectos imediatos que são signo em si. Estes são divididos em descritivos que declaram os caracteres do objecto dinamico, forma primeiramente sensivel, em designativos dirige-se a atenção para o objecto dinamico, modo fisico e por fim em copulante expressa relação lógica do objecto dinâmico, modo inteletivo.
Tipos de interpretantes
Interpretante Imediato - potencial interpretativo do signo, nivel abstrato. Tudo o que o signo pode produzir na mente.Interpretante Dinâmico - efeito do signo atualizado no interprete, depende do interpretante imediato e do que o interprete conhece. Subdivide-se em:
● Emocional é o primeiro efeito do signo;● Energético corresponde a uma acção física ou mental, como o despertar da atenção;● O lógico remete à aplicação de um critério interpretativo internalizado pelo interprete,
como os hábitos associativos que reconhecem o significado dum simbolo conectando-o a um objecto
Comparação entre Saussure e Pierce