Semmais 05 marco 2016

16
PUBLICIDADE A CASA DO PEIXE RESTAURANTE SETÚBAL PORTUGAL RUA GENERAL GOMES FREIRE 138 | 960331167 SOCIEDADE PÁGINA 3 ESTUDO DIZ QUE POPULAÇÃO DO DISTRITO COME COM CALMA Já se sabia de forma empírica, mas agora está confirmado cientificamente. As famílias da região, a par das congéneres do Alentejo e Al- garve, gostam de comer com tranquilidade e são das que mais rejeitam o uso do telemóvel às refeições. O Estudo é da Marktest. SOCIEDADE PÁGINA 5 REGIÃO EM PESO MOSTRA-SE NA BOLSA DE TURISMO DE LISBOA O Alentejo Litoral apostou forte este ano, num mega stand da entidade regional de turismo, para mostrar pujança na Bolsa de Turismo de Lisboa. Também a península esteve bem repre- sentada, com Setúbal a celebrar protocolo com a região da Extremadura espanhola. TURCOS PARTEM À DESCOBERTA DE METAIS ENTRE ALCÁCER E GRÂNDOLA É um contrato de 7,6 milhões de euros para realizar nos próximos três anos, sob a alçada da Empresa de Desenvolvimento Mineiro (EDM) e a ENSA, empresa do grupo turco, Eczacibasi. O objetivo é explorar a faixa pirosa entre os concelhos de Alcácer e Grândola, que se supõe ser muito rica em cobre, zinco, chumbo e mesmo ouro e prata. A atividade vulcânica ocorrida há 350 milhões de anos é, dizem os entendidos, a grande razão para se suspeitar da existência, nesta zona, de uma das maiores concentrações de jazigos de sulfuretos maciços. NEGÓCIOS PÁGINA 13 Sábado 5 | Março | 2016 Diretor Raul Tavares Semanário | Edição 892 | 9ª série Região de Setúbal Distribuído com o Expresso Venda interdita semmais POLÍTICA PÁGINA 10 GESTÃO DOS PORTOS DE SETÚBAL E SESIMBRA FUNDE-SE COM PORTO DE LISBOA O governo decidiu fundir a gestão dos portos de Lisboa, Setúbal e Sesimbra, para melhorar a coordenação estratégica e também a entra- da dos municípios na orgânica gestionária. A distrital do PS saúda a decisão, o PSD diz que o governo vai extinguir o porto sadino.

description

Edição do Semmais de 5 de Março

Transcript of Semmais 05 marco 2016

Page 1: Semmais 05 marco 2016

PUBLICIDADE

A CASA DO PEIXERESTAURANTE SETÚBAL PORTUGAL

RUA GENERAL GOMES FREIRE 138 | 960331167

SOCIEDADE PÁGINA 3ESTUDO DIZ QUE POPULAÇÃO DO DISTRITO COME COM CALMAJá se sabia de forma empírica, mas agora está confirmado cientificamente. As famílias da região, a par das congéneres do Alentejo e Al-garve, gostam de comer com tranquilidade e são das que mais rejeitam o uso do telemóvel às refeições. O Estudo é da Marktest.

SOCIEDADE PÁGINA 5REGIÃO EM PESO MOSTRA-SENA BOLSA DE TURISMO DE LISBOAO Alentejo Litoral apostou forte este ano, num mega stand da entidade regional de turismo, para mostrar pujança na Bolsa de Turismo de Lisboa. Também a península esteve bem repre-sentada, com Setúbal a celebrar protocolo com a região da Extremadura espanhola.

TURCOS PARTEM À DESCOBERTA DE METAIS ENTRE ALCÁCER E GRÂNDOLAÉ um contrato de 7,6 milhões de euros para realizar nos próximos três anos, sob a alçada da Empresa de Desenvolvimento Mineiro (EDM) e a ENSA, empresa do grupo turco, Eczacibasi. O objetivo é explorar a faixa pirosa entre os concelhos de Alcácer e Grândola, que se supõe ser muito rica em cobre, zinco, chumbo e mesmo ouro e prata. A atividade vulcânica ocorrida há 350 milhões de anos é, dizem os entendidos, a grande razão para se suspeitar da existência, nesta zona, de uma das maiores concentrações de jazigos de sulfuretos maciços.

NEGÓCIOS PÁGINA 13

Sábado 5 | Março | 2016

Diretor Raul TavaresSemanário | Edição 892 | 9ª série

Região de SetúbalDistribuído com o Expresso

Venda interditasemmais

POLÍTICA PÁGINA 10GESTÃO DOS PORTOS DE SETÚBAL E SESIMBRA FUNDE-SE COM PORTO DE LISBOAO governo decidiu fundir a gestão dos portos de Lisboa, Setúbal e Sesimbra, para melhorar a coordenação estratégica e também a entra-da dos municípios na orgânica gestionária. A distrital do PS saúda a decisão, o PSD diz que o governo vai extinguir o porto sadino.

Page 2: Semmais 05 marco 2016

2 | SEMMAIS | SÁBADO | 5 DE MARÇO | 2016

SEMANAPARQUE DE CAMPISMO DO OUTÃO

NAS MÃOS DO MUNICÍPIOO MUNICÍPIO SADINO ACEITOU A TITULARIDADE DOS

DIREITOS SOBRE O PARQUE DE CAMPISMO DO OUTÃO, CUJA PROPOSTA FOI APROVADA 5.ª FEIRA EM SESSÃO

PÚBLICA ORDINÁRIA. A LICENÇA CONCEDIDA É DE 10 ANOS, PELO QUE A

AUTARQUIA TERÁ DE PAGAR 341.073,83 EUROS, O CORRESPONDENTE A “50,4 POR CENTO DO VALOR QUE

RESULTARIA DA APLICAÇÃO SINGELA DAS TAXAS VIGENTES E QUE SERIA DE 676.729,80 EUROS”.

A CÂMARA PRETENDE CONCLUIR O PROCESSO DE LICENCIAMENTO COM MAIOR BREVIDADE

POSSÍVEL,“CONDIÇÃO NECESSÁRIA PARA O DESENVOLVIMENTO DO PROCESSO DE QUALIFICAÇÃO DO

ESPAÇO” A CONDUZIR PELA AUTARQUIA.A PROPOSTA SUBLINHA QUE “SETÚBAL TEM VINDO A

AFIRMAR-SE COMO UM DESTINO TURÍSTICO, APOSTANDO NA CRIAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DE PRODUTOS TURÍSTICOS QUE TRADUZAM OS RECURSOS E POTENCIALIDADES DE UM

TERRITÓRIO NATURAL, CULTURAL E PATRIMONIAL”.E ACRESCENTA: “O PARQUE DE CAMPISMO DO OUTÃO

APRESENTA PELAS SUAS CARACTERÍSTICAS DE LOCALIZAÇÃO E ESPAÇO FÍSICO UM VALOR ÚNICO QUE PODERÁ

POTENCIAR E REFORÇAR A DINÂMICA TURÍSTICA”.A ADMINISTRAÇÃO DOS PORTOS DE SETÚBAL E SESIMBRA

ACEITOU O PEDIDO DA AUTARQUIA.

Cerca de 200 operacionais do Comando Distrital da PSP de Setúbal estiveram

nesta quarta-feira, 2 de março, a realizar buscas domiciliárias no Bairro Cor de Rosa, no con-celho de Almada. Nesta mega ação policial, que contou tam-bém com o apoio da GNR, e que teve como principal objetivo o combate ao tráfico de estupefa-cientes, foram apreendidas «2 260 gramas de heroína, 1 420 gramas de haxixe e 17 gramas de liamba, duas balanças de precisão e 500 seringas», infor-mou a PSP em comunicado. Além disso, foram ainda apre-endidas cinco viaturas, 13 telemó-veis 14 mil euros em dinheiro, e detidas 13 pessoas.

13 pessoas detidas em mega-operação policial em Almada

Uma colisão entre dois veícu-los ligeiros na Estrada de Algeruz, junto ao supermer-

cado Lidl, em Setúbal, provocou um ferido grave, na tarde da pas-sada quarta-feira, 2 de março. O acidente ocorreu por volta das 19h30, quando se deu a colisão entre as duas viaturas. Uma das condutoras, a única vitima, ficou encarcerada e teve de ser socorri-da pelos Bombeiros Sapadores de Setúbal e transportada para o Hospital de São Bernardo. Para o local foram mobiliza-dos os Bombeiros Sapadores de Setúbal, o INEM e a PSP.

Acidente na estrada de Algeruz provoca um ferido grave A PJ de Setúbal descobriu,

na quarta-feira à tarde, dinheiro falso enterrado

num baldio na Moita muito fre-quentado por sem-abrigos e toxicodependentes. Foram desenterrados 344 mil dólares contrafeitos que estavam escondidos em dois sacos, dissimulados com areia e ramos de árvores. As 3440 notas falsas de 100 dólares estavam cintadas em pequenos maços. Esta apreen-são supera o total de moeda norte-americana falsa apreendi-da em 2014, que perfez na altura a quantia de 184 871 dólares. Cada uma das notas estava timbrada, apresentando apenas algumas ligeiras deficiências na impressão. “Tinha algumas pro-

babilidades de ser aceite no cir-cuito comercial, enganando as vítimas que recebessem as notas”, avançou fonte policial. Os 344 mil dólares foram levados para o La-boratório de Polícia Científica da PJ, em Lisboa, onde serão anali-sados. A investigação, que já se ti-nha iniciado antes da apreensão, vai entretanto prosseguir. O objetivo da PJ passa ago-ra por tentar identificar e pren-der os membros da rede que estão por trás da contrafação dos dólares. A investigação vai avaliar a dimensão do grupo e os negócios que já fizeram com dinheiro falso em Portugal ou no estrangeiro e também loca-lizar e apreender os meios téc-nicos usados nas operações de falsificação do dinheiro.

344 mil dólares falsos enterrados em baldio da Moita

Page 3: Semmais 05 marco 2016

SEMMAIS | SÁBADO | 5 DE MARÇO | 2016 | 3

SOCIEDADE

Até já o sabíamos de forma empírica, mas agora passa a haver base científica. O

distrito de Setúbal surge entre as

TEXTO ROBERTO DORESIMAGEM SM

regiões do país – juntamente com Alentejo e Algarve - onde se dá maior importância a que se coma com calma, segundo um estudo agora realizado. É ainda por cá que mais pessoas identi-ficam o uso do telemóvel à refei-

ção como sendo prejudicial ao convívio familiar. Eis o que revela um inquéri-to levado a cabo em todo o ter-ritório de Portugal a propósito dos hábitos à refeição, onde uma média de 81% dos inquiri-

dos reconheceu que o uso de telemóveis à mesa pode ser prejudicial ao convívio. Essa média aumenta na região Sul para 87% das famílias, para quem telemóvel e gastronomia não combinam. Sobretudo à hora de comer. Contudo, 70% dos inquiridos admitiu utilizar estes aparelhos enquanto está à mesa no todo nacional, uma percentagem que também baixa na região.

Inquérito conclui média de refeições é meia hora

O inquérito foi realizado pela Marktest, tratando-se de um es-tudo conduzido pelo sociólogo Pedro Abrantes, do ISCTE, em Lisboa, tendo nascido pela mão de uma marca de iogurtes, Acti-via, que queria analisar a forma como os portugueses lidam com as refeições. O inquérito concluiu que a Sul não restaram dúvidas de como algumas práticas como o uso de telemóveis à refeição podem ser nocivas para uma

FAMÍLIAS DO DISTRITO, A PAR DAS REGIÕES DO ALENTEJO E ALGARVE, GOSTAM DE COMER COM TRANQUILIDADE

Estudo sugere que população do distrito gosta de calma à hora da refeiçãoO que se sabia de forma empírica passou a agora a ter base científica. Um estudo da Marktest, liderado pelo sociólogo Pedro Abrantes, do ISCTE, concluiu que gostamos de comer com calma e até somos dos que mais rejeitamos o telemóvel às refeições.

boa digestão, pelas interrup-ções da refeição para atender chamadas ou responder a e--mails e SMS. Outra das conclusões do in-quérito indica que sete em cada dez pessoas terminam as refei-ções em menos de meia hora, e 50% sofre de má digestão quan-do dedica pouco tempo a comer. E o pouco tempo que se dedica à mesa continua a ser invadido pelos dispositivos móveis e pela televisão – 93% dos inquiridos disse ver televisão às refeições e 80% atende chamadas enquanto come. Ainda que a maioria con-corde que o uso de aparelhos eletrónicos à refeição é prejudi-cial para o convívio, 72% não tem em casa a regra de não usar o telemóvel à mesa. Já ao contrário dos ho-mens, para as mulheres portu-guesas é mais importante a boa companhia à mesa do que um bom prato e no que toca ao convívio familiar, 84% dos in-quiridos concorda que as re-feições são um momento de reunião de família.

Pequeno é bonito” é o nome de um ciclo de “exposições--relâmpago” da pintora Fáti-

ma Madruga, que irá passar este sábado, 5 de Março, pelo Espaço Fortuna (Sala São Filipe), na Quinta do Anjo. A iniciativa, que começa às 21h00 e está enqua-drada nas Comemorações do Dia da Mulher da Câmara Municipal de Palmela, tem entrada livre e in-clui um baile de Chamarritas do Pico, ilha de origem da artista. As 72 “mini-pinturas”, que são apresentadas apenas por uma noite, representam aspetos do pa-trimónio cultural português, in-cluindo a arquitetura e os ofícios tradicionais. Palmela também está representada nesta coleção de obras, que vai circular por todo o país ao longo do ano. O ciclo está integrado num projeto etno-gráfico mais vasto, “Portugal In-temporal”, que pretende home-nagear a cultura tradicional portuguesa. O nome que Fátima Madruga decidiu dar a este ciclo faz lembrar o livro do economista Ernst Schu-macher, “Small is Beautiful”, um dos clássicos da sustentabilidade.

Mas a pintora recorda também as palavras do filósofo Agostinho da Silva. “Ele aconselhou-nos a vol-tar à criança que fomos, não a dei-xando morrer em nós. Esta expo-sição é uma evocação da Criança Eterna, que se expande em cada pormenor e se redime a cada pas-so. Sinto-a – à Criança - como uma alternativa ao lado assusta-dor da vida, que este apenas o é por absurdamente inútil, perante a alegria da Infância”. Fátima Madruga vive entre os

“ O Flower Power Fest, que se realiza anualmente em Vila Nova de Santo André, San-

tiago do Cacém, foi o grande ven-cedor da 1.ª Edição dos “Iberian Music Awards, que decorreu quinta-feira no âmbito da Feira Internacional de Lisboa. Organizado pela Associação Lus’Alma, o evento arrecadou o primeiro prémio nas categorias que estava nomeado, nomeada-mente, Best New Festival (em Portugal) e Best Small Festival (na Península Ibérica). O diretor do festival, Sérgio Valadares, que esteve presente na cerimónia, na companhia do pre-sidente da Câmara de Santiago, Álvaro Beijinha, manifestou-se «muito orgulhoso» pela distinção, e estendeu as congratulações à sua equipa e parceiros do festival que decorre este ano pela terceira vez consecutiva, entre 11 e 13 de Agosto. Recorde-se que o Festival convida os seus visitantes a re-criar um ambiente a fazer lembrar o marcante Woodstock, que cele-bra este ano 47 anos (realizou-se entre 15 e 18 de agosto 1969) e de-

safia pais, filhos e netos a junta-rem-se no mesmo espaço, numa festa “da e para a família”. Música, artesanato, artes plás-ticas e performativas, exposições, workshops, jogos tradicionais, in-sufláveis e gastronomia foram o mote da última edição do Flower Power Fest, recheada de intensi-dade e surpresas no recinto. O re-gresso a Portugal dos lendários Fischer-Z, que foram a primeira banda a esgotar um estádio de fu-tebol em Portugal (50 mil pessoas no estádio José Alvalade, em 1981), foi o principal atrativo da 2.ª edição do evento, que se realizou em Vila Nova de Santo André, no Parque Central, entre os dias 13 e 16 de agosto de 2015.

Açores e Palmela, sua terra de adoção há mais de trinta anos. Começou por se dedicar à grava-ção em dentes de baleia - muitas destas obras podem ser vistas no Museu de Scrimshaw do Peter’s Café Sport, na ilha do Faial – mas mais tarde acabou por se dedicar quase em exclusivo à pintura e, mais recentemente, também à gravura. Poderá saber mais sobre o percurso e as obras da pintora em http://fatimadruga.wix.com/pintura.

“EXPOSIÇÃO-RELÂMPAGO” DA ARTÍSTA PLÁSTICA FÁTIMA MADRUGA, ESTE SÁBADO, EM PALMELA

“Mini-pinturas” e danças dos Açores no Espaço Fortuna

FESTIVAL VAI DECORRER PELO TERCEIRO ANO CONSECUTIVO

Flower Power Fest distinguido na 1.ª Edição dos “Iberian Music Awards”

Page 4: Semmais 05 marco 2016

4 | SEMMAIS | SÁBADO | 5 DE MARÇO | 2016

SOCIEDADE

TEXTO ROBERTO DORESIMAGEM SM

O guia para a região do Litoral Alentejano “lar das melhores

praias da Europa”, diz o tí-tulo, surge integrado numa reportagem publi-cada no suplemento de viagens do The Guardian, jornal de referência deten-tor de um dos sites noti-ciosos mais lidos do mun-do. O artigo tem sido também um êxito no onli-ne, conquistando mesmo

o primeiro lugar na lista dos mais lidos. A peça jornalística é de Isabel Choat, editora de viagens do The Guardian, e apresenta um passeio iniciado na Zambujeira do Mar, que a autora não he-sita em classificar como «uma das mais bonitas al-deias da costa sudoeste portuguesa». Depois pas-sa por Milfontes, Porto Covo, Cercal do Alentejo. Escreve a jornalista. «Passei duas semanas na região, conduzindo por

Um texto do “The Guardian” sobre a região do litoral alentejano, “Lar das melhores praias da Europa” tem sido um êxito online, conquis-tando mesmo o primeiro lugar na lista dos mais lidos. É o Alentejo que está na moda.

JORNAL DE REFERÊNCIA E DETENTOR DE UM DOS SITES MAIS LIDOS DO MUNDO COLOCA ALENTEJO NOS ‘PÍNCAROS DA LUA’

As nossas praias conquistaram o “The Guardian”

estradas vazias, a brincar com o meu filho em praias vazias e a dormir em alo-jamentos onde éramos os únicos turistas», notando que visitou a região num período de pouca afluên-cia. Mas consegue imagi-nar o que acontecerá por estas paragens na época alta, enquanto bebe uma cerveja nacional num res-taurante gerido por dois irmãos em Porto Covo. Calcula que estará à pi-nha de turistas. E não se engana.

Região mais subtil que Toscânia e Provença

Mas também sabe o que está reservado para a região nos restantes meses do ano que vão para lá de julho e agosto, escrevendo que se pode sentir o ritmo geral da vida do sul do distrito de Se-túbal: «pacato, roçando o comatoso», diz, descreven-do ainda esta zona do país como sendo das «mais po-bres, menos desenvolvidas e menos populosas regiões da Europa Ocidental». Mas

não poupa elogios e fala dos «encantos desta região de campos de trigo, florestas de sobreiros, prados de flo-res silvestres e pequenas al-deias caiadas de branco», reconhecendo que são mais subtis que regiões mais cé-lebres turisticamente, como a Toscânia ou Provença. «Viajar por aqui é viajar no tempo até 40 ou 50 anos atrás», resume Isabel Choat, destacando uma «quietude que termina abruptamente no oceano Atlântico». Esta costa «dramática», classifi-ca, é para a autora a «mais impressionante da Europa», admitindo que lhe falta maior notoriedade. Aqui co-loca a questão de acessos, sublinhando que as praias ficam a umas boas duas ho-ras de carro dos aeroportos de Faro ou Lisboa, bem como da falta de alojamen-tos junto à costa. New York Post já conheceu a Comporta

Recorde-se que já recente-mente o prestigiado New York Post colocava a Com-

porta entre as maiores atrações turísticas do país no chamado turismo de sol e mar. Numa crónica, devi-damente ilustrada, de Jes-sie Knadler, o jornal cha-mava a atenção dos leitores para a rara possibilidade de se encontrar por aqui uma natureza ainda em estado puro, pondo em destaque algumas das beleza singu-lares do Alentejo Chegava mesmo ao ponto de com-parar a Comporta a uma região «pouco desenvolvi-da», mas que é o «destino de excelência de Portugal». Para a jornalista, a Com-porta enquadra-se, assim, nos principais dez argu-mentos que fazem de Por-tugal «O mais novo querido da Europa», segundo o títu-lo que a autora encontrou mais adequado para retra-tar uma viagem por Portu-gal, sublinhando as «des-lumbrantes» paisagens da região. Da areia branca e fina da Comporta, ao mar azul e com a serra da Arrá-bida a funcionar como uma espécie de pano de fundo, ao lado de Troia.

PUBLICIDADE

Page 5: Semmais 05 marco 2016

SEMMAIS | SÁBADO | 5 DE MARÇO | 2016 | 5

TEXTO ANTÓNIO LÚISIMAGEM SM

PUBLICIDADE

SOCIEDADE

Os mais de 72 mil visi-tantes esperados na Bolsa de Turismo de

Lisboa - BTL 2016, na FIL, ao Parque das Nações, em Lisboa, terão a oportuni-dade de ficar a conhecer as principais atrações e potencialidades de cada concelho da nossa região, com muita diversidade de oferta turística, desde o sol e a praia, sugestões culturais, gastronómicas ou turismo de natureza.E, sobretudo, ficam a co-nhecer a interessante cam-panha da Entidade Regio-nal de Turismo de Alentejo e Ribatejo designada de “Desligue”, cujas expetati-vas são muito elevadas. António Ceia da Silva, lí-der da ERTAR, durante a apresentação da campa-nha, no dia 2, começou por depositar «grandes expetativas» nesta ação, que é bem visível nos mu-pis das estações de metro de Lisboa. «É um conceito que tem muito a ver con-nosco e com o Alentejo e o Ribatejo, e com a noção que queremos transmitir de um lugar de sossego, de privilégio, de tranquilida-de e anti-stresse. Tem muito a ver com a nossa região e com o perfil do turista atual, que procura imenso este tipo de terri-tório», vinca, acrescentan-do que a campanha está

«muito bem concebida e que vai ser um sucesso do ponto de vista estrutural e de dinâmica». Ceia da Silva não tem dúvi-das de que «a campanha “Desligue” irá ser premiada por empresas da área do marketing. Apela às pesso-as que desliguem o ar con-dicionado, desliguem das reuniões de condomínio, desliguem dos mares de gente, dos picas nos trans-portes públicos, do ar con-dicionado, dos Wallpapers e das reuniões de condomí-nio, desligue a sogra e leve--a a passear ao Alentejo, enfim, uma série de suges-tões para que se conheça melhor as nossas riquezas repletas de «ar puro, des-porto, animais, rios e praias».Depois da publicidade nas estações de metro e na BTL, Ceia da Silva diz que a divulgação da campanha “Desligue” avança para as redes sociais e para os ci-nemas, com a passagem de um filme promocional. «A campanha “Desligue”, que até agora só tem recebido críticas excelentes, vai es-tender-se por um ano e não se resume apenas a esta época. O investimento incide nas épocas em que o cidadão mais pensa e deci-de sobre as suas férias», sublinha.2015 foi o melhor ano turís-tico de sempre do Alentejo, em todo o território do Alentejo e Ribatejo. «Tive-mos o maior crescimento

de todo o destino turístico. Mais turistas, mais provei-tos, mais dormidas e, hoje em dia, cada vez mais, o tu-rista que procura o Alentejo é um turista com poder de compra que tem muito a ver com este território. Daí estarmos, cada vez mais, a trabalhar em prol deste tu-rista definido e exigente».

Protocolo de Setúbal com extremadura espanhola

O município de Setúbal aproveitou a BTL para ce-lebrar um acordo de cola-boração com a região da Extremadura, de Espanha, para o desenvolvimento de parcerias no setor do turis-mo. Em destaque esteve a apresentação de uma nova oferta turística, uma rota motard a ligar as duas regi-ões, através da qual se pro-põe a descoberta de algu-mas das melhores sugestões paisagísticas, culturais e gastronómicas ao longo do trajeto. Dores Meira destacou que a pro-ximidade das duas regiões favorece o desenvolvi-mento de projetos trans-fronteiriços com potencial competitivo e interativo, em especial nos segmentos do turismo de natureza, cultural e da gastronomia e vinhos.Figueira Mendes, edil de Grândola, diz que faz todo sentido o município estar representado na BTL. «É muito importante para nós estarmos aqui a mostrar os

Até domingo, a Bolsa Interna-cional de Turis-mo de Lisboa, continua a ser palco da promo-ção turística de uma região rica em praias, sol, gastronomia e paisagens. “Des-ligue” do stresse do dia-a-dia e siga em lazer em direção ao Ribatejo ou Alen-tejo, onde existe tanta coisa bo-nita para ver e experimentar, é a aposta da En-tidade Regional de Turismo des-tas regiões.

ALENTEJO EM PESO MOSTRA FORÇA NA BTL E PENÍNSULA MUITO REPRESENTADA

Turismo da região encanta visitantes da Bolsa de Turismo de Lisboa

TURISMO DO ALENTEJO/RIBATEJO CONVIDA A DESLIGARMO-NOS DO STRESSE

António Ceia da Silva revelou que a campanha “Desligue” será candidata ao apoio do Alentejo 2020/Portugal 2020/União Europeia FEDER. Esta nova campanha de marketing operacional, assina-da pela McCann, pretende ser um desafio aos turis-tas para que se desliguem do stress do dia-a-dia e experimentem a oferta do Ribatejo e Alentejo.

nossos produtos, as nossas paisagens, as nossas praias, os nossos restaurantes e os nossos hotéis. A BTL é o maior evento de turismo em Portugal e mostra as re-alidades de cada local». O autarca revelou que o stand da autarquia montado na BTL está a dar a provar ao público «os alcomonias, um doce tradicional de Me-lides e de Santiago do Ca-cém, os nossos enchidos, os nossos vinhos, e o bolo de rosas, uma tradição de Grândola».

Palmela também marca presença na BTL. O muni-cípio aposta no contacto direto com o público e agentes turísticos, através da promoção de uma ofer-ta diversificada, com parti-cular atenção para o turis-mo cultural e de natureza, e dos produtos de qualida-de. No balcão do municí-pio, há oferta de provas de Moscatel de Setúbal e Fo-gaças de Palmela e realiza-ção de passatempos Pal-mela Tourist Card, com ofertas surpresa.

Page 6: Semmais 05 marco 2016

6 | SEMMAIS | SÁBADO | 5 DE MARÇO | 2016

SOCIEDADE

ADEGA COOPERATIVA DE PALMELA, C.R.L.Assembleia Geral Ordinária

Nos termos do Artº 23º dos Estatutos, convoco a Assembleia Geral da Adega Coo-perativa de Palmela, C.R.L. a reunir em sessão Ordinária, na sua sede em Palmela--Gare, no próximo dia 19 de Março de 2016 pelas 15 horas, com a seguinte ordem de trabalhos:

1º Ponto – Discutir e votar o Balanço e Contas, o relatório da Direcção e Parecer do Conselho Fiscal relativos ao ano de 2015.

2º Ponto – Deliberar sobre a aplicação dos resultados.

3º Ponto – Proposta, apreciação e deliberação do pedido de reconhecimento como organização de produtores, ao abrigo da Portaria 169/2015, de 4 de junho, na actu-al redacção, da Adega Cooperativa de Palmela, CRL, para o sector de vinho.

4º Ponto – Deliberação da apresentação do pedido de reconhecimento mencionado no ponto 3º, junto da DRAPLVT, conforme previsto no nº1 do artigo 15º da mesma Portaria.

5º Ponto - Autorizar a Direcção a vender o prédio urbano situado em Caixas, fre-guesia de Sesimbra (Castelo), concelho de Sesimbra, descrito na Conservatória do Registo Predial sob o nº 6516/19940919, e inscrito na matriz predial urbana sob o artigo 2590 da mesma freguesia e concelho.

6º Ponto – Assuntos diversos de interesse para a Cooperativa.

Palmela, 01 de Março de 2016

O Presidente da Assembleia GeralAbel Urbano dos Santos Machuqueiro

Os acidentes de traba-lho mortais na região em 2015 baixaram os

valores do ano anterior, com um total de três víti-mas, menos três que as seis registadas em 2014. Os da-dos são revelados pela Au-toridade para as Condições de Trabalho (ACT) e mos-tram uma significativa des-cida da mortalidade face ao ano anterior, traduzindo

2015 REGISTOU MENOS TRÊS VÍTIMAS MORTAIS EM RELAÇÃO A 2014

Menos mortes e mais feridos em acidentes de trabalho na região

TEXTO ROBERTO DORESIMAGEM SM

uma queda de 50%. Porém, já quanto a aci-dentes graves houve um claro agravamento de 16 vítimas em 2014 para 25 em 2015. Ou seja, mais nove feridos nos seus pos-tos de trabalho, revelado as estatísticas da ACT que a maioria das vítimas são homens com idades entre os 45 e os 54 anos e que construção a para da in-dústria transformadora são os setores com mais vítimas mortais registadas.

Estatísticas incluemmúltiplos acidentes Recorde-se que é con-siderado pela ACT como acidente de trabalho «todo o acontecimento inesperado e imprevisto, incluindo os atos de vio-lência, derivado do traba-lho ou com ele relaciona-do, do qual resulta uma lesão corporal ou mental, de um ou vários trabalha-dores». São também conside-rados nas estatísticas os acidentes de viagem, de transporte ou circulação, nos quais os trabalhado-res ficam lesionados e que ocorrem por causa, ou no decurso, do trabalho, isto é, quando exercem uma atividade económica, ou estão a trabalhar, ou reali-zam tarefas para o empre-gador.

O ator José Nobre de-mitiu-se esta sema-na do Teatro Anima-

ção de Setúbal. Poucos dias faltavam para chegar aos 27 anos de trabalho nesta companhia profis-sional fundada por Carlos César. «A saída era inevitá-vel, houve uma série de motivos que me levaram a fazê-lo, nomeadamente por causa da dívida finan-ceira acumulada ao longo dos anos», desabafa. O ator diz que sai sem ordenados em atraso, po-rém, sublinha que «falta acertar um montante re-lacionado com subsídios de férias». Era uma situação in-sustentável? «É óbvio que sim. De outro modo teria permanecido no TAS. Ser ator é um grande privilé-gio, é uma profissão fan-tástica e tive a sorte de po-

der estar tanto tempo a trabalhar na minha queri-da cidade. Mas nós não somos as personagens que representamos, so-mos gente de carne e osso, com emoções e necessi-dades reais, temos contas para pagar e outras res-ponsabilidades». E desabafa: «O amor e o respeito que tenho para com o TAS fizeram-me fi-car talvez tempo demais. Os últimos 5 anos foram uma autêntica provação». José Nobre, que parti-cipou em 54 produções do TAS, sente-se agora livre para prosseguir com ou-tras aventuras. «Quero fa-zer mais teatro, cinema, locuções, televisão, do-bragens, rádio, música… Sinto-me livre e inteira-mente disponível para no-vas aventuras. Irei tentar o mercado nacional».

Atualmente, José No-bre está a divulgar Bocage e Fernando Pessoa nas es-colas secundárias da re-gião, pelo que «tem sido gratificante e tenciono continuar». Além disso, continua a fazer dobra-gens de filmes e séries ani-madas e a trabalhar em locuções de documentá-rios e anúncios. «Posso dar-me por feliz, pois a minha voz é constante-mente requisitada», frisa.

Ator José Nobre bate com a porta após 27 anos de dedicação ao TAS

Mais de cem pesso-as marcaram pre-sença esta semana

na conferência interna-cional “Educação e For-mação Profissional em Portugal e na Alemanha”, que teve lugar na Escola Técnica Profissional da Moita (ETPM). Alunos compararam os dois sis-temas de ensino profissio-nal, identificaram diferen-ças e semelhanças de como cada um dos siste-mas se pode inspirar mu-tuamente. Os alunos alemães da Escola Berufsbildende Schulen 1, de Celle, apre-sentaram o sistema dual de formação profissional como um percurso de aprendizagem vantajoso, devido à integração ime-diata no meio empresa-rial. Já os alunos da ETPM disseram que esta escola cria condições, através do conceito das empresas pedagógicas, para o au-mento e fortalecimento do contato com a realida-de e as exigências do mer-cado de trabalho além das

840 horas previstas para a formação em contexto de trabalho. Alexandre Oliveira, presidente do conselho diretivo da ETPM, confes-sa que «hoje saímos daqui mais ricos, porque esta partilha de experiências traz-nos outras perspeti-vas para pensarmos na operacionalização do nosso dia-a-dia». Além disso, «ficámos com a cer-teza de que o ensino pro-fissional responde às ne-cessidades mais concretas do nosso País, das nossas empresas e das nossas pessoas. O modelo dual alemão tem muitas dife-

renças do nosso modelo». Já Manuel Pisco, da As-sociação Nacional de Es-colas Profissionais, reco-nheceu que em Portugal as empresas estão «menos disponíveis» para partici-par graciosamente na for-mação dos alunos. «Na Alemanha, a formação destina-se a pessoas que depois são recrutadas pe-las próprias empresas. Em Portugal, enquanto houve formação profissional, paga por fundos comuni-tários europeus, as coisas eram outras. Atualmente, a maioria das empresas não assegura a formação aos trabalhadores», vinca.

Escola Profissional da Moita compara sistemas de ensino nacional e alemão

Page 7: Semmais 05 marco 2016

SEMMAIS | SÁBADO | 5 DE MARÇO | 2016 | 7

LOCAL

BARREIRO EST DISPONIBILIZA ESPAÇOS PARA AULAS DA UNIVERSIDADE SÉNIOR O edil Carlos Humberto e o diretor da Escola Superior de Tecnologia, Pedro Ferreira, assinaram a 1 de março, o pro-tocolo para a disponibilização de instala-ções aos serviços da CMB para atividades da Universidade Sénior, para a imple-mentação de aulas. O edil agradeceu à EST por disponibilizar as instalações. As aulas da UTIB são realizadas em dife-rentes espaços. Uma opção justificada por Carlos Humberto. «Apesar de alguns constrangimentos, é uma mais-valia, pois ajuda a dar vida às coletividades». Relativamente às escolas, «é importante a relação intergerações. O contacto dos seniores com os jovens/crianças é muito importante».

GRÂNDOLA MUNICÍPIO JÁ ALCATROOU A ESTRADA DE ACESSO AO LOUSAL Está concluída a pavimentação da es-trada de acesso ao Lousal. A empreitada da Estrada Municipal 545, no valor de cerca de cinquenta mil euros, incluiu a execução de bermas, regularização de valetas, pavimentação e pintura num troço de cerca de 700 metros. Durante esta empreitada, foi também pavimenta-do o acesso ao Centro Infantil do Lousal. Ambas as intervenções vêm dar resposta a reivindicações antigas da população da aldeia mineira, melhorando assim os acessos deste que é um dos polos turísti-cos mais importante do concelho.

MOITA QUINZENA DA JUVENTUDE COM INICIATIVAS PARA TODOS OS GOSTOS De 24 de março a 10 de abril, decorre a Quinzena da Juventude do concelho que, além de apoiar e estimular a participa-ção e intervenção dos jovens munícipes, assinala duas datas de grande impor-tância para a história do nosso país e do mundo: o Dia Nacional do Estudante, a 24 de março, e o Dia Mundial da Juventu-de, no dia 28. Logo a abrir, a 24 de março, há desporto e teatro e, ao longo desta Quinzena, não vai faltar a música, com o regresso do Moita Metal Fest e do Alhos Vedros Fest.

MONTIJO CONCURSO NACIONAL DE GUITARRA E VIOLINO DESCOBRE NOVOS TALENTOS De 27 a 29 de maio decorre o concurso nacional Cidade do Montijo – Guitarra e Violino organizado pelo Conservatório Regional de Artes, no museu Casa Mora e na sede da União das Freguesias de Montijo/Afonsoeiro. Inscrições abertas até 13 de maio. O concurso está aberto a todos os estudantes instrumentistas de guitarra e violino, de qualquer naciona-lidade, cujas idades cumpram os limites definidos pelos níveis de participação. As provas serão públicas e os participantes atuarão por ordem do sorteio dentro do nível a que concorrem.

PALMELA FESTIVAL DO QUEIJO, PÃO E VINHOS JÁ MEXEO 22.º Festival do Queijo, Pão e Vinho realiza-se de 1 a 3 de abril, em S. Gonçalo, na freguesia Quinta do Anjo. Os sabores mais genuínos do País estão no centro do evento. No coração da Arrábida, nascem o incomparável queijo de Azeitão DOP e alguns dos melhores vinhos do mundo. O pão tradicional, a doçaria regional e um vasto programa de animação, com espe-táculos equestres, provas comentadas de vinho e de queijo de Azeitão, música, pas-seios pedestres e de BTT, demonstrações de tosquia, atividades infantis e as sempre animadas corridas de ovelhas no “Ovinó-dromo”, completam o programa.

SANTIAGO DO CACÉM PRÉMIO NACIONAL DE CONTO REVELA NOVOS CRIADORES O município volta a promover o prémio nacional de conto Manuel da Fonseca, já na sua 11.ª edição. A entrega de trabalhos decorre até 30 de abril e distingue uma coletânea de contos originais, escritos em língua portuguesa, por autor natural de qualquer país que integre a comuni-dade lusófona. Ao instituir o prémio, a autarquia presta homenagem ao grande escritor santiaguense, figura incontorná-vel da literatura portuguesa, e à sua obra, sobretudo através da forma narrativa do conto, em que o autor revelou toda a sua excelência. Contribui ainda para a revela-ção de novos criadores na nossa língua.

SESIMBRA CABAZ DO PEIXE GANHA MENÇÃO HONROSAA bióloga Catarina Grilo conquistou menção honrosa no 7.º Prémio “Terre de Femmes” com o Cabaz do Peixe, lançado em 2015. O valor do prémio foi de 3 mil euros. A ideia de criar o Cabaz do Peixe nasceu há 5 anos, quando Catarina Grilo era estudante de doutoramento no Cana-dá. A bióloga ficou rendida com o sucesso da parceria entre uma ONG da área do ambiente e pescadores que entregava peixe encomendado num ponto de en-contro. «O prémio dá mais visibilidade ao trabalho da AAPCS em prol do Cabaz do Peixe. É ainda um reconhecimento fan-tástico do esforço e dedicação de todos e todas que fizeram com que o Cabaz seja uma realidade, e que continuam a apoiar a associação», garantiu a bióloga.

SEIXAL JUVENTUDE GANHA UM NOVO ESPAÇO O novo espaço do Centro de Apoio ao movimento associativo juvenil foi inaugurado ontem, dia 4, às 18 horas, na antiga escola Conde Ferreira, no Seixal. A antiga escola, que já alberga o posto de turismo, foi requalificada para poder receber as associações juvenis formais e não formais que pretendam utilizar este espaço para desenvolver trabalho, reunir, realizar ações, formações ou eventos. A reabertura do CAMAJ no núcleo urbano antigo contribui também para a dinamização desta zona histórica e para a redução de custos com a utilização e requalificação de um espaço municipal.

SETÚBAL CONTENTORES ENTERRADOS MELHORAM HIGIENE URBANA O sistema de deposição e recolha de resíduos sólidos urbanos saiu melhorado com a instalação de dez novos contento-res enterrados, investimento do muni-cípio que favorece a imagem urbana. O investimento ronda os 35 mil euros.Estes novos equipamentos, mais funcio-nais e com melhor capacidade de integra-ção na malha urbana, foram instalados entre janeiro e fevereiro em várias zonas da cidade, operação que possibilitou o melhoramento das condições de higiene ao retirar da via pública 38 contentores convencionais de superfície.

SINES MUNICÍPIO PROMOVE FÉRIAS ATIVAS PARA JOVENS As inscrições para as “Férias Ativas – Páscoa”, que decorrem de 28 de março a 1 de abril, continuam abertas até dia 11.Visam promover a ocupação dos tempos livres das crianças dos 6 aos 14 anos resi-dentes no concelho, através de atividades lúdicas. Também estão abertas inscrições para jovens que queiram ser voluntários, aos quais compete acompanhar e apoiar as crianças. A inscrição para os partici-pantes nas Férias Ativas custa 15 euros. Os participantes abrangidos pelo escalão A do apoio social escolar não pagam ins-crição e os participantes abrangidos pelo escalão B pagam metade do preço.

ALCÁCER DO SAL MARCHA LENTA EXIGE REPARAÇÃO URGENTE DE ESTRADA A comissão de utentes do IC-1 de Alcácer do Sal e Grândola levam a cabo, a 1 de abril próximo, uma concentração, a par-tir das 17 horas, seguida de marcha lenta para exigir a reparação urgente do IC-1 e contra a falta de respostas para as obras naquela via onde já se registaram vários acidentes com vítimas.A marcha inicia o seu percurso nos dois concelhos em simultâneo e percorre a N 120, entre Alcácer e Grândola, com encontro das duas filas de viaturas e con-centração conjunta em Albergaria. Para a comissão, o mau estado da estrada representa um «atentado aos utentes que têm visto nos últimos tempos, a sua vida afetada em vários domínios e, sobretudo, na sua segurança e integridade física».

ALCOCHETE ABAIXO-ASSINADO PARA EXIGIR MAIS CUIDADOS DE SAÚDE A sessão de câmara descentralizada do dia 2, no Passil, marcou “o momento zero” de ações que a câmara e as juntas vão concretizar em prol de mais serviços de saúde no concelho. “Mais e melhores cuidados de saúde no concelho” é o título que encabeça a tomada de posição que foi aprovada por unanimidade, pelo exe-cutivo, e da qual resultou já um abaixo--assinado endereçado ao ministro da saúde e que se pretende que seja subscri-to pela população.O encerramento total da extensão do centro de saúde no Passil, foi uma das úl-timas ações do Governo que têm deterio-rado e reduzido a prestação de cuidados de saúde no concelho.

ALMADA SOL DA CAPARICA REVELA PRIMEIROS NOMES O 3.º Sol da Caparica vai decorrer de 11 a 14 de agosto, e já são conhecidos os primeiros nomes do cartaz, que continua a apostar na língua e música portuguesa. Rui Veloso, The Gift, C4 Pedro, Ana Moura, O Rappa, Orelha Negra e Mundo Segundo & Sam the Kid são os primeiros nomes revelados pela organização, que, em 2015 juntou mais de 70 mil pessoas. «É um cartaz com qualidade, pois são artistas que lançaram discos novos e que as pessoas querem ver. Mantemos a aposta na língua portuguesa, porque é uma garantia de sucesso», diz António Guimarães, da organização.

Page 8: Semmais 05 marco 2016

8 | SEMMAIS | SÁBADO | 5 DE MARÇO | 2016

CULTURA

TEXTO ANTÓNIO LUISIMAGEM SM

PUBLICIDADE

Isa Brito, de 17 anos, residente em Pegões, no concelho do Montijo, lançou o seu pri-

meiro livro, no passado dia 20, no auditório da União das Fre-guesias de Pegões. Intitula-se “Com amor, a tua Clara” e tem a chancela da Chiado Editora. A obra relata «uma história re-pleta de dor, mágoa, angústia, saudade e amor». Segundo a au-tora, o livro tem como objetivo levar o leitor «a refletir e a valo-rizar a vida e aquilo que a move, o amor». “Com amor, a tua Clara” é uma «homenagem a um queri-do amigo, o Bruno, que faleceu de cancro há cerca de 18 meses. A doença levou-o antes de tem-po. O motivo que levou à morte da personagem, e muitos ou-tros pormenores, são-lhe dedi-cados. O amor e a amizade que sinto por ele permanecem após a sua morte. É por isso que te-nho o hábito de dizer que este livro não é completamente

APESAR DE ESTREAR-SE COMO ESCRITORA, JOVEM ADMITE QUE SONHA EXERCER PROFISSÃO NA ÁREA DA PSICOLOGIA

Isa Brito homenageia em livro amigo falecido com cancro

Filipe La Féria vai comemo-rar cinco décadas de teatro com o espetáculo “O Musi-

cal da Minha Vida”, que estreará no final deste mês, no salão Pre-to e Prata, do Casino Estoril. Trata-se de uma aventura maravilhosa da vida de Filipe La Féria e da sua paixão pelo cine-ma, pelo teatro e pela música e por todas as formas de arte. Desde a infância no Alentejo até à realização dos sonhos mais ambiciosos, alguns mesmo im-possíveis. “O Musical da Minha Vida” também é a história do nosso País desde a segunda metade do século XX até à atualidade. Os mitos de La Féria, as suas vede-tas, os filmes que o marcaram, o teatro, a música, a literatura são o ponto de partida para uma viagem que é afinal a viagem de todos nós. O século XX e o alvorecer do XXI, a realidade e o manto diáfa-no da fantasia, interpretado por grandes atores, cantores, bailari-nos, acrobatas e uma orquestra ao vivo que irão sobrevoar os úl-timos 50 anos das nossas vidas.

Filipe La Feria comemora 50 anos de teatro com “O Musical da Minha Vida”

meu. É dos leitores e, acima de tudo, é dele». Isa Brito conta que o convite da Chiado Editora surgiu de uma «simples mensagem» enviada por si, «sem qualquer tipo de es-perança em receber uma res-posta, mas recebi». «De uma mensagem enviada sem grande entusiasmo, nasceu uma pro-posta que acabou por mudar um pouco a minha vida», confessa.

«O meu livro irá marcar a diferença»

E conclui: «O meu livro “Com amor, a tua Clara”, irá marcar a diferença na sua vida. Quem sabe não veja na Clara e na dor da Clara, um pouco de si, um pouco da sua mágoa, um pouco de quem perdeu. Todos perde-mos, todos amamos, e conse-quentemente somos magoados e magoamos». Isa Brito está a frequentar o 11.º ano, na área de Ciências e Tecnologias, em Vendas Novas. No futuro, tenciona seguir a car-reira de Psicóloga. «Apaixona--me entender os comportamen-

tos humanos, as atitudes, compreender as diferentes men-talidades e, principalmente, dis-ponibilizar-me a ajudar os ou-tros», vinca. O presidente do município montijense, que também mar-cou presença no lançamento do livro da jovem, afirmou que «é com muito gosto que me asso-cio ao lançamento da obra desta jovem escritora de Pegões. Feli-cito a Isa Brito pela sua criativi-dade e dinamismo, cujo resulta-do final é este livro que é um olhar atento sobre o Mundo em que vivemos, as suas imperfei-ções, injustiças e desigualdades, demonstrando que todos somos indispensáveis para construir uma sociedade solidária, aberta e tolerante», afirmou o autarca.

«QUANDO A INSPIRAÇÃO ME BATER À PORTA…» Ainda sem nova obra em carteira, Isa Brito afirma que «ainda não existe nenhum outro livro na ideia. Prometo que quando a inspiração me bater à porta não a vou deixar ir embora. Vou agarrá-la, e pôr mãos à obra. O pro-metido é devido!». Nos tempos livres, Isa Brito dedica-se ao voluntariado, desde há um ano a esta parte, em prol de «miúdos especiais». Além da pai-xão pela escrita, a escritora é, também, uma apaixonada pela música.

Page 9: Semmais 05 marco 2016

SEMMAIS | SÁBADO | 5 DE MARÇO | 2016 | 9

PUBLICIDADE

CULTURA

ALMADA5SÁBADO16HE21H30SARA TAVARES DÁ DOIS CONCERTOSACADEMIA ALMADENSE

As comemorações do Dia da Mulher arrancam com concerto de Sara Tavares, com entrada livre. A cantautora irá interpretar temas dos CD´s “Mi Ma Bô”, “Balancê” e “Xinti”, estando também preparadas algumas surpresas. Sara é acompanhada por Luiz Caracol (guitarra, cavaquinho, voz), Hugo Aly (baixo), Iuri Olivira (percussão) e Miroca Paris (bateria).

BARREIRO5SÁBADO21H30MONÓLOGO MÚLTIPLO DE MULHERES AUDITÓRIO AUGUSTO CABRITA

A peça “António & Maria”, com Maria Rueff, uma coprodução CCB e Teatro Meridional, é um monó-logo múltiplo de mulheres. Um exercício, por assim dizer, de doméstico sublime. Aproveitando uma lição simples do escritor para a vida toda: «espreitar para dentro de uma bota, porque às vezes há coisas». Mu-lheres e homens de diferentes extratos sociais, frá-geis, fortes, pessoas ambíguas, personagens colhidas no universo literário de António Lobo Antunes.

SETÚBAL5SÁBADO21H30RETRATO DA CORRUPÇÃO E DO MALFORUM LUÍSA TODI Maria João Luís e Rúben Gomes protagonizam “Doce Pássaro da Juventude”, obra de Tennessee Williams que a companhia Artistas Unidos traz a Setúbal. A peça recupera um dos trabalhos mais co-nhecidos do dramaturgo norte-americano, no qual faz um retrato da corrupção e do mal. Com encena-ção de Jorge Silva Melo.

GRÂNDOLA5SÁBADO21H30FESTIVAL DE TEATRO DO ALENTEJO CINE GRANADEIRO A peça “Talvez eu me despeça”, pela companhia brasileira Cia Afeta, está inserida na programação do 3.º Festival Internacional de Teatro do Alentejo. “São cinco e meia da manhã. Desmaio na cama. Meia hora depois, meu telefone começa a tocar sem parar. Quan-do acordo, há várias ligações não atendidas e um susto no peito”, diz a sinopse.

SESIMBRA5SÀBADO16H00CONCERTO COMENTADO DA TEMPORADA DE MÚSICA FORTALEZA DE SANTIAGO

A Casa de Ópera do Cabo Espichel inspira, pelo nono ano consecutivo, uma temporada de música, que começou a 21 de fevereiro e termina a 9 de abril. O concerto comentado conta com as participações de Filipa Lopes (soprano), Ana Ferro (meio-sopra-no) e João Paulo Santos (piano e comentários).

MONTIJO5SÁBADO21H30TODA A GENTE E NINGUÉM SECUNDÁRIA SEBASTIÃO DA GAMA

A Companhia Mascarenhas-Martins leva à cena o seu espetáculo de estreia. Parte de um texto original sobre o quotidiano. No decorrer de um só dia, seis personagens debatem-se com os desafios colocados pela vida contemporânea. Enquanto uns se resig-nam, outros tentam identificar os problemas. Uns mandam, outros obedecem. Conhecem-se, aproxi-mam-se, afastam-se...

GANHE CONVITES PARA O TEATRO NO BARREIRO E EM LISBOA Esta semana temos convites para oferecer aos nossos leitores para a revista popular do Parque Mayer, em Lisboa, “Revista quer… é Parque Mayer”, do empresário Hélder Freire Costa, com Mariema, Paulo Vasco, Alice Pires e Flávio Gil. E para a comédia “Hotel da Bela Vista”, da companhia ArteVi-va, no Barreiro, também temos convites para sextas--feiras e sábados, às 21h30. Para se habilitar aos convites, basta ligar 918 047 918 ou 969 431 085.

Cerca de 750 alunos participam no “Dese-nhar a Moeda”, inte-

grado na 2.ª Festa da Ilus-tração de Setúbal, com atividades dirigidas às es-colas. A iniciativa desafia crianças e jovens a fazer o desenho de uma moeda.O concurso é aberto a alu-nos dos 2.º e 3.º ciclos do básico que apresentem trabalhos inéditos. Setúbal é a primeira ci-dade a participar neste concurso que pretende criar uma coleção temáti-ca, sobre “O Futuro”, atri-buindo dois mil euros ao 1.º classificado, 1500 à es-cola vencedora e mil a cada uma de duas men-ções honrosas. Os desenhos dos 742 inscritos, com data limite de entrega a 29 de abril, serão mostrados em local a definir, em junho.

Misturando notas e fotos pessoais das viagens com dicas

e curiosidades, Daniela Ri-cardo, numa edição Chá das Cinco, apresenta-nos receitas com ingredientes fáceis de encontrar e ins-truções simples que nos conduzem a uma alimen-tação saudável e a uma vida mais feliz e vibrante.Trata-se de uma coleção de receitas perfeitas para aqueles que adoram comi-da saudável, nutritiva e deliciosa, inspirada em sa-bores dos quatro cantos do mundo.

Festa da ilustração desafia criatividade estudantil

LEITURAS

Viagens da Comida Saudável,de Daniela Ricardo

O festival, organizado pelo município e pelo ate-lier DDLX, que, nesta edi-ção, apresenta trabalhos ligados a Bocage, pela co-memoração dos 250 anos do nascimento do poeta, e ao desporto, no âmbito de Setúbal Cidade Europeia do Desporto, conta com atividades para as escolas. Outra das ações é “Co-nheces Bocage? É preciso fazer um desenho?”, em que os 3139 alunos inscri-tos são convidados a dese-nhar a cara do poeta. O encontro “Já Fizeste uma Ilustração?” com o ilustrador Nuno Saraiva, também desafia a criativi-dade dos alunos do 3.º ciclo do básico e secundárias. A exposição “É preciso contar uma história?”, na Casa d’Avenida, mostra de ilustrações de livros infan-tis, em parceria com edito-

ras, e sessões com escrito-res e ilustradores, dirigidas ao público infantil. “Sumário”, na Casa da Baía, destina-se às escolas, com trabalhos de ilustra-ção sobre Bocage e Des-porto, elaborados por alu-nos do 3.º ciclo. Além de divulgar traba-lhos de estudantes, a festa conta com a participação de 85 docentes, num en-contro sobre ilustração contemporânea, a realizar

na Casa da Cultura. O “Trabalhar nas Obras” convida alunos do secundário a colaborar na montagem e inauguração das exposições e no acom-panhamento de outras ati-vidades do certame. “Já foste à Festa da Ilustração?”, com visitas guiadas pelos curadores às várias exposições, é outra das iniciativas de “Diário Gráfico”, dirigida a crian-ças e jovens.

AGENDA

Daniela Ricardo é uma especialista em cozinha natural, com base na filo-sofia macrobiótica, e adora descobrir os melhores sa-bores das culturas mais distantes. Para preparar este livro, viajou pelos mercados e recantos de pa-íses tão fascinantes como Tailândia, Nepal, Marrocos, Vietname, Brasil, Camboja, Perú e Índia, mas também se aventurou pelo nosso Portugal. Venha inspirar-se com receitas ancestrais como o cuscuz marroqui-no, o ceviche pré-inca, as saladas khmer, o gajjar

halwa indiano ou os mo-mos com toque de gengi-bre típicos dos albergues de montanha do Nepal.

Page 10: Semmais 05 marco 2016

10 | SEMMAIS | SÁBADO | 5 DE MARÇO | 2016

POLITICA

PUBLICIDADE

O Porto do Setúbal vai deixar de ter administração pró-

pria e vai ser incluído na gestão estratégica do porto de Lisboa. A deci-são foi tomada esta quin-ta-feira, durante um con-selho de ministros dedicado à Economia do Mar, segundo a qual a ad-ministração comum «vai elaborar um plano estra-tégico comum». Segundo o mesmo di-ploma, a nova adminis-tração, que deverá ser composto por cinco ele-mentos, terá a responsa-bilidade de para além do planeamento estratégico, promover sinergias orga-nizacionais em ambas as empresas, nomeadamen-te no que se refere à “ela-boração de instrumentos de gestão comuns, servi-ços partilhados, e pro-moção das potencialida-des de captação de investimento nacional e estrangeiro”. A notícia, que chegou a público através do co-municado oficial dirigi-do à comunicação social, não deixou de lançar al-guma confusão, mesmo no seio dos socialistas da região. «Quando se espe-rava a nomeação das ad-ministrações, a ministra surpreende-nos com uma decisão que, para já, lesa o porto de Setúbal, porque se sabe que tem apresentado lucros e crescimento, ao contrá-rio do de Lisboa», disse ao Semmais um militan-te do PS, que já teve liga-ções aos portos do dis-trito. Oficialmente, a posi-

ção da distrital socialista é mais comedida. Num comunicado tornado pú-blico ainda na própria quinta-feira, é aplaudida a ideia de uma nova “co-ordenação territorial e descentralização” que, segundo os dirigentes distritais do PS vai resul-tar na representação das autarquias na adminis-tração portuária comum. Em causa, segundo se presumo das medidas aprovadas quinta-feira, estará a integração de um representante da Área Metropolitana de Lisboa no futuro conselho de administração dos três portos, pelo que os so-cialistas afirmam ser “um sinal claro de valorização dos municípios na defini-ção dos usos dos territó-rios sob jurisdição portu-ária”. Para a distrital do PS, a gestão conjunta dos portos de Setúbal, Sesim-

bra e Lisboa, acentua também “a importância da península no contexto portuário nacional, na medida em que, como é sabido, todos os projetos de expansão e transfe-rência de atividade do Porto de Lisboa então pensados e projetados para a margem sul do Tejo”, lê-se na nota en-viada à comunicação so-cial.

PSD acusa governo de extinguir porto sadino

Posição antagónica defende a distrital do PSD. O presidente e de-putado Bruno Vitorino fez saber que se trata de «uma machadada” na economia e no desenvol-vimento da região. «Um erro que vai relegar a re-gião para segundo pla-no», afirmou. Bruno Vitorino acres-centa que o Porto de Se-

APANHADOS DE SURPRESAAGUARDAM MAIS NOTÍCIASO semmais tentou obter posição tanto da presidente da Câmara de Setúbal como da comunidade portuária mas sem êxito até ao fecho desta edição. Pelo menos de forma oficial. Uma das fontes contacta-das ligadas à comunidade portuária confessou-se «surpreendido» e muito crítico. «A minha posição pessoal é contra, mas ainda não temos uma posição comum que exprime um sentimento da entidade que representamos», disse.É expectável também que a edil sadina, Maria das Dores Meira ve-nha a tomar posição nos próximos dias.

DIPLOMA DO GOVERNO AGREGA GESTÃO DOS PORTOS DE LISBOA, SETÚBAL E SESIMBRA E INCLUIR AUTARQUIAS NAS DECISÕES

Fusão dos portos de Lisboa, Setúbal e Sesimbra abre ‘guerra’ política no distrito

A aprovação esta semana em Conselho de Ministros de um conselho de administração comum para os portos de Lisboa, Setúbal e Sesimbra, já está a fazer mossa. Os socialistas gabam a chegada à gestão portuária das autarquias, os social--democratas falam em «rude golpe» para a região.

túbal e Sesimbra alcan-çou, nos últimos três anos, um crescimento de 24 por cento no total de mercadoria movimenta-da, garantido com estes valores as verbas neces-sárias para aprofundar a sua modernização e competitividade. «O go-verno afirmou no Parla-mento que defendia a coordenação estratégica entre os portos de Lis-boa e Setúbal, tal como também relatava o Orça-mento de Estado (OE) para 2016. Mas apenas uma semana depois, e quando ainda não termi-nou o debate na especia-lidade do OE, o Governo

já está a fazer o contrário do que afirmou e a apro-var em conselho de mi-nistros uma fusão dos dois portos. A coordena-ção estratégica entre duas entidades, não é o mesmo que uma fusão, mesmo que camuflada, dos dois Portos», subli-nhou o dirigente social--democrata. Na prática, reafirma Bruno Vitoriano, a deci-são do governo «vai acabar com o porto de Setúbal», sendo que a mesma foi tomada «nas costas das autarquias, dos agentes económi-cos, da região e do Par-lamento».

Page 11: Semmais 05 marco 2016

SEMMAIS | SÁBADO | 5 DE MARÇO | 2016 | 11

DESPORTO

CARTÓRIO NOTARIAL DE SETÚBALNOTÁRIA

MARIA TERESA OLIVEIRA

Sito na Avenida 22 de Dezembro nº 21-D em SetúbalCertifico, para efeitos de publicação que no dia vinte e cinco de fevereiro de dois mil e dezasseis, neste Cartório, foi lavrada uma escritura de justificação, a folhas 127 do livro 291 – A, de escritu-ras diversas, na qual:Emília da Conceição Joaquina Cardoso Lucas, casada sob o regime da comunhão de adquiridos com António Maximiano Valido Lucas, residente na Rua Padre Américo Faria, 8, Faralhão em Setúbal, contribuinte número 183022602, justificou a posse, invocando a usucapião, do seguinte imóvel,Prédio Urbano, destinado a habitação, com a área coberta de cento e quarenta e seis vírgula trinta e três metros quadrados e logradouro de quatrocentos e noventa e oito vírgula sessenta e sete metros quadrados, sito na Rua Padre Américo Faria, nº 8, Faralhão, freguesia do Sado, concelho de Setúbal, ainda por descrever na Segunda Conservatória do Registo Predial de Setúbal, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 1605, da freguesia do Sado, com o valor patrimonial de 49.110,00€, e atribuído de cinquenta e dois mil e setecentos e sessenta euros.Está conforme.

Cartório Notarial sito na Avenida 22 de Dezembro número 21-D emSetúbal, 25 de fevereiro de 2016.

A Notaria,Maria Teresa Oliveira

CARTÓRIO NOTARIAL DE SETÚBALNOTÁRIA

MARIA TERESA OLIVEIRA

Sito na Avenida 22 de Dezembro nº 21-D em SetúbalCertifico, para efeitos de publicação que no dia vinte e cinco de fevereiro de dois mil e dezasseis, neste Cartório, foi lavrada uma escritura de justificação, a folhas 129 do livro 291 – A, de escritu-ras diversas, na qual:Leonidio José Espada dos Santos, casado sob o regime da comunhão de adquiridos com Maria Cla-ra Pereira dos Santos Espada, residente no Caminho do Esteiro de Santo Ovídio, nº 17, Faralhão em Setúbal, contribuinte número 106253794, Almerindo Pereira Campos, casado sob o regime da comunhão de adquiridos com Maria Emília Gonçalves Campos, residente no Canadá, em Celeste Street, Innisfil, ON L 95 4Z5, contribuinte número 124515436 e Maria Antónia Jacinta, solteira, maior, natural da freguesia de São Sebastião, concelho de Setúbal, residente no Canadá em 18, Crescent, Aurora, ON, L4G 3T4, contribuinte número 129758930, justificou a posse, invocando a usucapião, do seguinte imóvel,Prédio Urbano, composto de lote de terreno para construção urbana com a área de trezentos e doze virgula setenta e dois metros quadrados designado por lote 26, sito em Santo Ovídio, freguesia do Sado, concelho de Setúbal, descrito na Segunda Conservatória do Registo Predial de Setúbal sob o número mil e nove, da mencionada freguesia, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 2938.Está conforme.

Cartório Notarial sito na Avenida 22 de Dezembro número 21-D emSetúbal, 25 de fevereiro de 2016.

A Notaria,Maria Teresa Oliveira

O exemplo da antiga ciclista Oceana Zarco na afirma-ção do papel das mulheres

e da igualdade de género foi des-tacado num encontro realizado quinta-feira, no Museu Michel Giacometti, em Setúbal. «É muito importante contar com eventos como este em Se-túbal para demonstrar o papel feminino da atleta no desporto local e para partilhar a história de uma personalidade que devia fazer parte da memória coleti-va», sublinhou o vereador da Cultura, Pedro Pina, na sessão “Conversas sobre Oceana Zarco, uma ciclista de Setúbal dos anos 20”, na qual participaram cerca de três dezenas de pessoas. O autarca realçou que a ses-são, no âmbito de Setúbal Cidade Europeia do Desporto, conjuga

Oceana Zarco relembrada em sessão no Michel Giacometti

V. Setúbal está de luto pela morte de Josué Monteiro

Alcácer do Sal promove exercício físico e hábitos de vida saudáveis

uma componente que a autar-quia quer partilhar nesse progra-ma. «Além disso, traz à memória uma parte da história da cidade que nos enaltece e envaidece». O vereador destacou, igualmente, o facto de Oceana Zarco ser uma referência importante no presen-te. «A forma como lutou contra tudo e contra todos comprova a sua força, numa altura em que a expressão desportiva estava pra-ticamente interdita às mulheres».

«Bicicleta: Símbolo de emancipação»

Regina Marques, autora de um livro sobre a homenageada, sa-lientou que «a bicicleta era um símbolo de emancipação por-que proporcionou liberdade de movimento e de deslocamento».

O V. Setúbal está de luto pela morte do histórico diri-gente Josué Monteiro, que

desempenhou funções de vice--presidente durante décadas e foi o criador e fundador da Sala de Troféus com o seu nome que, até a saúde permitir-lhe, cuida-va daquele espaço como se de um filho se tratasse. Josué Ferreira Silva Monteiro Júnior, nascido em 1922 e natural de Setúbal, faleceu no passado dia 3 de março. Contava 93 anos e uma vida dedicada à sua condi-ção de empresário de sucesso e aos seus dois grandes amores: a família e o Vitória Futebol Clube, de que é o sócio número 3.

Esta emancipação, acrescen-tou, proporcionou ainda uma «reforma do vestuário femini-no», numa altura em que grande parte dos papéis sociais estava vedada às mulheres. «Os médi-cos diziam que pedalar faria mal, podendo até causar esterili-dade feminina». Regina Marques referiu al-guns apontamentos sobre o cur-to mas relevante percurso de Oceana Zarco no ciclismo, entre os 15 e os 18 anos, em que se in-cluem vitórias na III Volta a Lis-boa, na I Volta ao Porto e na I Volta a Setúbal, deixando para trás adversários masculinos. A atleta abandonou a competição prematuramente na sequência de uma intervenção cirúrgica. «Depois de ultrapassada a etapa de ciclista, Oceana dedi-

De forma a homenagear o histórico dirigente, o Vitória so-licitou à Liga Portugal a realiza-ção da cerimónia de um minuto de silêncio, este domingo, às 16 horas, no jogo frente ao Morei-rense, sendo que a bandeira do clube já se encontra a meia haste no estádio do Bonfim. Com a partida de Josué Monteiro, parte também «um pedaço da história deste cente-nário clube e a direção vem, pu-blicamente, endereçar sentidas condolências à sua esposa, fi-lhas e restante família», refere fonte do clube do Sado. O corpo do ex-dirigente es-teve em câmara ardente na ca-

Promover o exercício físico e hábitos de vida saudáveis enquanto fatores impor-

tantes para uma saúde de quali-dade enquanto se usufrui de um motivante momento de conví-vio são os principais objetivos do XX Grande Prémio da Páscoa em Atletismo’16 Crédito Agríco-la Centenário – município de Al-cácer do Sal que se realiza dia 25 de março, em Alcácer. Com concentração no par-que desportivo municipal da ci-dade, às 10 horas, a iniciativa contempla as modalidades de corrida e caminhada. Os interes-sados em participar podem ins-crever-se até às 17 horas do dia 22 de março, no setor de despor-to da CMAS. As inscrições têm

um custo de três euros para a corrida e dois euros para a cami-nhada. Haverá prémios para o primeiro, segundo e terceiro classificados da corrida, bem como t-shirt e lembrança para todos os participantes. A 20.ª edição do Grande Pré-mio da Páscoa em Atletismo é organizada pela Câmara Muni-cipal de Alcácer do Sal, União das Freguesias de Alcácer do Sal e de Santa Susana, e Caixa de Crédito Agrícola Centenário, com os apoios de XarramAd-venture, Bombeiros Mistos de Alcácer do Sal, Barbot, BTT Team Cegonhas do Sado, Apar-roz, Corpo Nacional de Escutas – Agrupamento 844 de Alcácer do Sal e Brisa Conservação.

cou-se à enfermagem, profissão que exerceu durante 30 anos. Só se casou depois dos 50 anos, porque o Estado Novo não per-mitia que as enfermeiras casas-sem», explicou Regina Marques.

«A Oceana treinou com ho-mens, ouviu muitos piropos, ga-nhou quase todos os prémios e foi a primeira mulher que vestiu calções e camisola como os ci-clistas», partilhou Rui Salas.

pela de S. Paulo, em Vanicelos, hoje, sendo que o funeral reali-zou-se ontem, sexta-feira, pelas 16 horas, para o cemitério da Nossa Senhora da Piedade, em Setúbal.

Page 12: Semmais 05 marco 2016

12 | SEMMAIS | SÁBADO | 5 DE MARÇO | 2016

SOLIDARIEDADE

TEXTO ANA VENTURAIMAGEM SM

PUBLICIDADE

Não foi um arranque fácil, mas tudo começou no seio Primeira Igreja Evangélica

Baptista de Setubal, com a distri-buição de alimentos junto de pes-soas carenciadas, nomeadamente uma pequena comunidade de emigrantes de leste. «Eram cerca de centena e meia de pessoas que estavam sem comida e sem traba-lho e, por via dessa situação, co-meçamos aqui no bairro a reco-lher alimentos e angariar dinheiro para as apoiar», conta à reporta-gem do Semmais Joaquim Morei-ra, o presidente da direcção. A corrente cresceu e num es-paço de três meses o apoio tinha passado de cem para meio milhar de pessoas. Foi a continuidade

desse trabalho que faz os dirigen-tes da Associação a lançar ferros à cantina social, com apoio da Se-gurança Social. «Na altura, servía-mos cerca de 90 refeições por dia e nunca deixámos de distribuir alimentos, que está na génese da nossa atividade solidária, explica o presidente. Com a chegada da crise, a situ-ação de emergência levou a Asso-ciação a expandir a sua ação, na sequência da qual foi contempla-da com a cantina social de emer-gência, um projeto estatal que vi-sava fazer face às muitas famílias que caíram abruptamente no de-semprego. «Neste momento, no que diz respeito à cantina social de emergência, estamos com cem re-feições diárias, de segunda a sexta e ainda, ao longo do mês, servi-mos mais 750 refeições totalmen-

te a nosso custo», diz ao Semmais Ana Tenreiro, a jovem assistente social que lidera as operações a este nível. No total das duas cantinas, a Associação tem apoio para servir 118 utentes, mas apoia 138 pessoas carenciadas, num total de 276 re-feições diárias, sendo que a comi-da é confeccionada na cozinha da Creche e Pré Escolar “Voar Mais Alto”, um empreendimento que se

INSTITUIÇÃO ESTÁ A COMEMORAR 16 ANOS DE ATIVIDADE NAS ÁREAS SOCIAIS E QUER GANHAR MAIS VALÊNCIAS

ABShalom é um exemplo de como é possível dignificar a acção social e a solidariedade

A Associação Baptista Shalom está a comemorar 16 anos de atividade, carregados de intensa ação social e muita abnegação. Alguns «sonhos» cumpridos e ainda muitos outros objetivos por atingir. A distribuição de alimentos, cantinas e loja social e a cresce “Voar Mais Alto”, têm em comum um lema maior: humanizar os apoios e dar dignidade a quem deles precisa.

tornou um dos pilares da Associa-ção, mercê de um sonho contido durante muitos anos. «É um pro-jeto que abraçamos com o cora-ção e os resultados estão há vista, mesmo com as dificuldades de-correntes de alguma incerteza de apoios da tutela. Estamos com 100 crianças no pré-escolar, um gran-de investimento e pessoal em ex-cesso à espera de podermos cres-cer, mas ainda somente com

acordo com a Seguranca Social para 37 dessas 100 criancas.”

Preocupação com escassez de alimentos para distribuição

Uma das maiores preocupa-ções que os responsáveis da Asso-ciação têm neste momento, pren-de-se com uma maior escassez de bens alimentares para distribuir. «Não estamos a conseguir res-ponder a todas as solicitações e há uma grande lista de espera. Mes-mo assim conseguimos chegar a 1533 pessoas, que correspondem a 557 agregados familiares», con-firma a técnica Ana Tenreiro. Todas as situações são anali-sadas com «muita dignidade» e os responsáveis da Associação fazem questão de monitorizar os utentes, até porque também encaminham situações mais gravosas para o Rendimento Social de Inserção. «Fazemos uma avaliação e acom-panhamento de proximidade, muito familiar. A ideia base é per-ceber o contexto e a dimensão do fenómeno social destas pessoas», concretiza Marisa Bossa, diretora técnica da Associação Shalom. É nesta medida, sustenta a di-rigente, que se conseguem garan-tir alguns empregos, nomeada-mente através de contratos de emprego e inserção celebrados com o IEFP. «Temos utentes a tra-balhar connosco na cozinha e nas limpezas. Essas pessoas ficam com um salário e ganham autono-mia, num processo gradual de in-serção», finaliza Marisa Bossa. Outro dos serviços que orgulha a Associação é a Loja Social, que já recebeu num prémio da SIC Espe-rança. Trata-se de Loja Social, onde os utentes podem adquirir roupas, brinquedos e uma panóplia de bens e artigos. «O utente é recebido pela assistente social que identifica as necessidades, depois é-lhe emi-tido um cheque de determinado valor simbólico para que possa es-colher de livre vontade e adquirir estes artigos gratuitamente. É como se fosse ao comércio local», explica Joaquim Moreira. Há também a preocupação de fazer parceria com outras institui-ções, sendo que, em caso de exces-so de bens, os responsáveis da As-sociação tentam procurar entidades que deles necessitem. «É estimular o intercâmbio social, pois há artigos que os nossos uten-tes não procuram e desta forma estamos a promover o não desper-dício», diz Ana Tenreiro. A instituição que agora come-mora dezasseis anos conta com cerca de 50 funcionários e um gru-po de voluntários sempre presen-te. «A perpetiva que procuramos incutir nos nossos colaboradores é a de que qualquer um de nós pode cair numa situação de aflição, daí a procura de dignificarmos o nosso trabalho e os nossos utentes», con-clui Marisa Bossa.

GABINETE “DIVIDA ZERO” E SERVIÇO DE APOIO DOMICILIÁRIO

Os responsáveis pela Asso-ciação Baptista Shalom es-peram ainda este ano cum-prir dois novos projetos. Um deles é o serviço de apoio domiciliário, uma das valências que ainda não fazem parte das ativi-dades da instituição. E o outro é a criação, ainda du-rante este mês de Março, de um “Gabinete de Dívida Zero”, ao abrigo do Rendi-mento Social de Inserção, que procurará auxiliar fa-mílias com problemas de endividamento.

TESTEMUNHOS DE GRANDE RECONHECIMENTO

EDUARDO NASCIMENTO, um pensionista de 53 anos de idade, é já um ‘homem da casa’. Há uns anos caiu numa situação de maior dificuldade e recorreu à Shalom. «Fui muito bem recebido e sinto--me em casa, ganhei amigos e até já ajudo no que posso», diz à reportagem do Semmais.

MARIA DA CONCEIÇÃO PEREIRA,64 anos de idade, vive sozinha e há três anos que recorre à cantina da Associação. «Fiquei numa situação de desemprego e tenho problemas de saúde. O dinheiro não chega para tudo e encontrei aqui um porto de abrigo. Uma amizade e apoio que me permite viver melhor, explica.

MARIA HELENA JESUS, 68 anos de idade, tem uma reforma pe-quena, era vendedora ambulante, de queijos. «Andei nisto 40 anos e acabou tudo de repente. Vivo com um filho de 32 anos que está desempregado». E acrescenta: «Vim aqui por indicação das assis-tentes sociais e ainda bem que isso aconteceu. A vida estava muito difícil e foi uma grande viragem e um grande apoio. As pessoas aqui são espetaculares», afirma.

ANIVERSÁRIO E HOMENAGEM AO PASTOR MÁRIO CONRADOAs comemorações do 16.º aniversário da Associação, serviu para homenagear o pastor Mário Conrado pela sua dedicação à causa da so-lidariedade. «Nos últimos dez anos esteve sempre connos-co de forma muito empe-nhada. É um exemplo, e por isso quisemos homenageá--lo de forma singela. Na oca-sião, foram também eleitas como voluntárias do ano as jovens Neusa e Cátia.

Page 13: Semmais 05 marco 2016

SEMMAIS | SÁBADO | 5 DE MARÇO | 2016 | 13

INVESTIMENTO DE 7,6 MILHÕES DE EUROS PARA EXPLORAR PARTE DE UM DOS MAIORES JAZIGOS DE SULFURETOS MACIÇOS

Turcos vão procurar metais no Alentejo Litoral

A Empresa de Desenvolvi-mento Mineiro (EDM) aca-ba de assinar um contrato

de prospeção e pesquisa que ga-rante um investimento de 7,6 milhões de euros, que deverá ser realizado nos próximos três anos na faixa piritosa que cruza os concelhos de Alcácer de Sal e Grândola. Em causa, justifica a empresa, está o desenvolvimen-to «de estudos, pesquisas e son-dagens para determinar o po-tencial de cada uma das áreas para a produção mineira, inves-timento que poderá evoluir para o desenvolvimento socioeconó-

mico de vários municípios da região alentejana», segundo se lê num comunicado. O documento explica ainda que a assinatura dos protocolos de desenvolvimento conjunto en-tre a EDM e a ENSA – empresa do Grupo Eczacibasi – tem como alvo a Faixa Piritosa Ibérica, tra-tando-se de uma vasta área geo-gráfica no sul da Península Ibéri-ca com cerca de 250 quilómetros de comprimento e 30 a 50 quiló-metros de largura, desenvolven-do-se desde Alcácer do Sal, cru-zando praticamente todo o Baixo Alentejo, até Sevilha. Uma zona rica em cobre, zinco, chumbo, além de alguns metais preciosos, como ouro e prata.

Atividade vulcânica na origem deste ‘ouro’

A Faixa Piritosa Ibérica é mesmo considerada uma das maiores concentrações mundiais de jazi-gos de sulfuretos maciços. Há 350 milhões de anos a atividade vulcânica submarina que ocor-reu nesta região deu origem a importantes jazigos de sulfure-tos maciços polimetálicos asso-ciados aos flancos de cones vul-cânicos, na forma de pirites, mas também de calcopirites, blendas, galenas e cassiterites. As minas mais recentes nesta zona estão em Canal-Caveira, Lousal, Aljustrel, Neves-Corvo e São Domingos. A Mina do Lousal e

a respetiva aldeia mineira, por exemplo, correspondem a um an-tigo couto mineiro explorado des-de o final do século XIX. Localiza--se na freguesia de Azinheira dos Barros e São Mamede do Sádão, concelho de Grândola. Historica-mente, durante os anos 50 esta mina de pirite tornou-se numa das mais modernas de Portugal. O próprio ministro da Eco-nomia, Manuel Caldeira Cabral, já avançou que o Governo está, de facto, a analisar dois projetos de investimento estrangeiro no setor das minas que poderão ser concretizados a breve prazo, re-velando que é um deles passa pelo território alentejano. São palavras do governante: «Há várias manifestações de inte-resse e projetos que estamos a acompanhar e que esperamos ve-nham a ser concretizados», disse Manuel Caldeira Cabral, à mar-gem da assinatura do contrato entre a EDM e a ESAN, uma em-presa turca de exploração minei-ra, acrescentando ainda que o Governo está atualmente a «estu-dar essas possibilidades» e a «tra-balhar nos contratos» para que estes «sejam favoráveis ao país». Mas há mais interessados. Manuel Caldeira Cabral revelou a existência de «muitas empre-sas» apostadas em investir no país, já que o território reúne «recursos minerais muito im-portantes que estão, em alguns casos, ainda pouco estudados ou com estudos desatualiza-dos», diz, admitindo que poderá haver «oportunidades interes-santes» em carteira.

TEXTO ROBERTO DORESIMAGEM SM

O contrato da Empresa de Desenvolvimento Mineiro (EDM) garante um investimento de 7,6 milhões de euros a realizar nos próximos três anos na faixa litoral piritosa que cruza os concelhos de Alcácer do Sal e Grândola.

PUBLICIDADE

MEDIDAS DE APOIO AO SETOR MINEIRO

É com o intuito de valorizar estes recursos que o Gover-no vai criar em breve medi-das de apoio ao setor da ex-ploração mineira, que incluem a simplificação de processos burocráticos e administrativos «que muitas vezes arrastam estes investi-mentos» no tempo e identi-ficação dos recursos.«Portugal tem de mapear melhor os seus recursos para, a partir daí saber como procurar investidores es-trangeiros que venham fa-zer uma prospeção. Algu-mas zonas do país estão já bem mapeadas e são essas as primeiras a ter manifesta-ções de interesse, mas há outras onde se pode apro-fundar esse trabalho», des-tacou o governante.

NEGÓCIOS

Page 14: Semmais 05 marco 2016

14 | SEMMAIS | SÁBADO | 5 DE MARÇO | 2016

OPINIÃO

LETRAS EM PAPEL QUADRICULADO

MARGARIDA NIETOESTUDANTE

A sua voz desapareceu para sempre do mundo. As suas mãos não

sentirão mais frio nem calor. Os seus olhos cegaram infinitamente. Filtraram-lhe a essência, sobrou-nos o corpo. Pouco nos conforta, um corpo. Faltam sílabas, gestos, olhares, sons. Falta a certeza de um silêncio finito.Esfumam-se sonhos e pensa-mentos, corroem-se crenças e vontades, petrificam-se esperan-

Fim Perpétuo

Raul TavaresDiretorED

ITORIA

L

ças e fés. Flutuam as memórias e as emoções à superfície de cada lágrima. Tudo é perda e nada mais perdura.Os jazigos são inúteis – mo-destos espaços que não fazem jus a quem albergam; todos iguais, guardando pessoas diferentes. A vida não está ali e não estará nunca mais. Só nós voltamos, persistentes, tentando encontrar algo. O quê não sei, mas algo.O céu é infinito e é para lá que

Os portose a incerteza

Não. Não me enganei. Mário Centeno, que-rendo fazer jus ao seu

nome e ao seu ar de come-diante alienado, resolveu fazer uma centena de versões do seu orçamento. Pelo menos é o que dizem as más-línguas e corroboram os factos.Claro que podemos classificar as versões de erratas (algo relacio-nado com erros), de rectificação ou até eufemisticamente de aditamento, ou clarificação, mas o que realça é precisamente o facto de o orçamento original não ser mais do que uma manta de retalhos, cozida pela mão da Sra. Merkel, ou melhor, puxada para a direita e puxada pela esquerda pelo camarada Jerónimo e ainda mais pela extrema-esquerda pela camara-da Catarina. No meio de tudo isso, temos António Costa, qual cerzideiro mor a tentar compor a sua manta de retalhos, disfar-çando brutais buracos, tanto maiores quanto ele os nega. Voltando à centena de emendas ou correcções, não podemos afirmar taxativamente que estamos a falar de uma centena, porque factos são factos e devemos ser rigorosos a transmiti-los. Mas que vai a caminho, isso vai.Suspensos das decisões das Agências de Rating, que vão decidindo ao sabor sabe-se lá de que argumentos e cujas decisões vão sendo aplaudidas ou apupadas conforme os nossos partidos e a nossa vontade, sendo que para o actual Primei-ro-Ministro, o que até agora não contava e era a té glosado, precisamente as Agências de Rating, passaram agora a ser um argumento a favor do seu Centeno orçamento.

Está bom de ver que a direita encontra consolo em cada recomendação, aviso ou advertência que essas agências proferem e onde antes viam com especial expectativa o lugar de Portugal passar de lixo para um patamar positivo, hoje, estão inconfessadamente à espera que sejam essas mesmas agências a colocarem na ordem uma esquerda oportunista que nem Cavaco, nem ninguém conseguiu destronar a sua esperteza saloia.Sem embargo destes “Fait--Divers” a verdade que conta para os Portugueses é que este Orçamento de Estado é mau, injusto e enganador. O governo dá com uma mão o que tira com as duas. Mesmo assim e de forma despudorada e desaver-gonhada. O pior é que as pessoas andam iludidas e só se vão aperceber da rábula tarde de mais, sendo que serão as pessoas a pagar caro por isso.Da minha parte, apenas peço que este erro de casting, custe pouco ao País, seja passageiro e que passe o mais rápido e de forma mais indolor possível, a ordem seja retomada e o PSD reassuma as conduções do País, porque os números não mentem e em 2015 Portugal, mesmo com a tão propalada austeridade continuou a crescer. Veremos em 2016…E de repente somos assolados por um caso arrepiante de bullying.Arrepiante porque dura 13 minutos. Arrepiante porque foi filmado. Arrepiante porque o está a ver. Infelizmente não mais chocante do que a generalidade dos casos que existem por esse País fora. Só que esses não são denuncia-

dos, não são filmados e, por isso, não são discutidos. São é vividos, num intenso terror, pelos jovens que são vítimas dessa forma cobarde de de-monstração de força dos “supostamente” mais fortes contra os mais fracos.Aliás, do que veio a público, esta situação deixa-me muitas interrogações sobre se efectiva-mente se trata de um caso de bullying, como os que conheço.E sim, conheço, acompanhei já como advogado casos desses, quer denunciando na escola, na CPCJ, quer até na própria justiça.Tive até um caso, que de tão mediático que foi, que o utilizei, com a devida autorização da menor e dos pais, num Con-gresso Internacional sobre Bullying que decorreu em Matosinhos em 2010.E deste caso que veio agora a público, como de outros que acompanhei, há um traço que os distingue - a atitude do rapaz.Não conheço o caso a fundo, para além do que tem sido noticiado, sabendo-se que ocor-reu há um ano, o rapaz aparen-temente não tem o perfil de “coitadinho”, ou com qualquer outra inferioridade ou debilida-de em relação aos demais colegas e sabe-se que aparente-mente tem a ver com namoros.Ora, a verdade é que ele consente na agressão, estando

sempre passivo, mas não por medo, tanto assim é que quando lhe acertam com um pontapé nos testículos ele reage, como dizendo (ou querendo dizer) que esse tipo de agressões não eram o suposto. E em bullying o limite não é estabelecido pela vítima, mas sim pela crueldade do(s) agressor(es).Claro que não valorizo o facto de a agressão ter ocorrido já o ano passado e do jovem ter contado à mãe e ter um com-portamento aparentemente normal na escola e perante a restante comunidade educativa. Se o jovem sentia alguma culpa, se era um “castigo” combinado, uma chantagem, ou o que fosse, ele assumi-lo-ia para si próprio e seguiria a sua vida, com mais ou menos dor, no entanto, se se tratou de um caso de Bullying típico, infelizmente é normal as vítimas sofrerem em silêncio o terror que vivem, tentando omitir os sinais para fora.Uma palavra final para a inacção dos pais, mesmo depois de saberem, pelo próprio filho. Resta saber o que, e como, o filho lhes contou. E nesse(s) ses, está toda a diferença.No meio da devassidão moral, um mérito encontro neste caso…tornou a trazer para a agenda pública esta discussão o que permitirá tentar encontrar soluções para uma situação que atormenta milhares de jovens.

Diretor Raul Tavares | Redação: Anabela Ventura, António Luís, Bernardo Lourenço, Cristina Martins, Marta David, Rita Perdigão, Roberto Dores | Departamento Comercial Cristina Almeida - coordenação | Direção de arte e design de comunicação DDLX – www.ddlx.pt | Serviços Administrativos e Financeiros Mila Oliveira | Distribuição José Ricardo e Carlos Lóio | Propriedade e Editor Mediasado, Lda; NIPC 506 806 537 Concessão Produto Mediasado, Lda NIPC 506 806 537 | Redação: Largo José Joaquim Cabecinha nº8-D, (traseiras da Av. Bento Jesus Caraça) 2910-564 Setúbal. E-mail: [email protected]; [email protected]. | Telefone: 93 53 88 102 | Impressão: Empresa Gráfica Funchalense, SA. Rua Capela Nossa Senhora Conceição, 50 – Moralena 2715-029 – Pêro Pinheiro. Tiragem: 45.000 (média semanal). Distribuição: VASP e Maiscom, Lda. Reg. ICS: 123090. Depósito Legal; 123227/98

Um Centeno de Orçamento. Cerzideiro

olhamos, buscando essa eternidade, cobiçando-a, implorando que exista e que nos tome. E vivemos esperan-do, olhando os astros no céu noturno e perguntando, até

que chegue o dia em que não nos seja mais permitido esperar, olhar e perguntar.Um dia debruçar-nos-emos sobre algo. O quê ainda não sei, mas algo.

A decisão de fundir a gestão do Porto de Lisboa com os de

Setúbal e Sesimbra é uma grande incerteza. Há quem veja pelo lado regionalista e sinta a península a perder identidade; e há quem veja uma janela de oportunidade a abrir-se, a reboque de uma capital que está em força e na moda.Estou, nesta fase, a meio caminho. Como posição de princípio não concor-do, tendo em conta as especificidades da nossa plataforma portuária, a estratégia de a tornar uma válvula central de excelência no que concerne ao perfil “short sea”, juntando o seu crescimento nos últimos anos em volume de negócios e em faturação.Isto é, o porto de Setúbal está bem e recomenda-se. Mas, por uma questão de coerência, ainda há muito a fazer e, nesse aspeto, mais uma vez a alegada agregação pode ser perniciosa, se secundari-zar esses fatores diferen-ciadores e os investimen-tos projetados.Há, contudo, duas notas a favor. A primeira, prende--se com a ideia de que, pela primeira vez, se entende os portos como pares da urbanidade. Há já um sinal positivo na ligação entre o porto de Setúbal e as autoridades políticas locais, mas esta parceria nunca foi assumi-da como a tutela as pretende percepcionar agora, ao incluir no órgão de gestão representante das autarquias. A grande dúvida está em saber se será um membro executi-vo ou consultivo? Por outro lado, exacta-mente em defesa do contínuo crescimento do porto sadino, nunca fui muito favorável à criação do tão anunciado terminal de contentores no Barrei-ro. Se esta ‘fusão’ concor-rer para desmistificar essa empreitada “quase-inútil” e gastadora do erário público, é um bom sinal.Aguardemos pelo esmiuçar das intenções governamen-tais. Se bem que apetece dizer onde se ganha, não se deve perder…

UM CAFÉ E DOIS DEDOS DE CONVERSA

PAULO EDSON CUNHA VEREADOR PSD CÂMARA DO SEIXAL

Page 15: Semmais 05 marco 2016

SEMMAIS | SÁBADO | 5 DE MARÇO | 2016 | 15

OPINIÃO

Tal como no nosso espectáculo, “Toda a gente e ninguém” (hoje,

às 21h30, é a última sessão) estabelecemos rotinas. Todos os dias estamos juntos. Repetimos tarefas. Falamos. Brincamos uns com os outros. Falamos a sério. Em pouco tempo criámos esta micro--sociedade em que nos sentimos bem, e da qual não nos apetece sair. Mas em breve vai acabar. Três dias em cena e pronto. É claro que queremos levar este espectáculo em digressão e vamos trabalhar para isso acontecer. Mas o mais provável é não estarmos todos os dias juntos a partir da próxima semana. Cada um seguirá o seu caminho, pelo

menos temporariamente. Antes sequer de estrearmos, falávamos já da sensação que se segue – uma ressaca.Liberdade é a possibilidade de vivermos uns com os outros sem que existam regras pré--definidas. Consiste no facto de sabermos que podemos ser nós – sem imposições exteriores – a estabelecer e a alterar as regras sempre que quisermos. Quere-mos continuar a trabalhar juntos mas não podemos. É frustrante. Era suposto a vida permitir-nos este tipo de escolha. Mas nem sempre é assim. Aquilo que queremos exprimir é exactamente isto: será que a vida não poderia ser um bocado diferente?A resposta é sim e não. A vida

pode ser diferente daquela que nos parece ser imposta por um conjunto de ideias e valores a que não temos de aderir. É uma questão de trabalharmos a partir da nossa condição e transformarmos as circunstân-cias. Pode ser difícil, criar entraves, obstáculos. Pode fazer com que outros achem que têm de impedir a concretização deste sonho. Não pode transfor-mar-se tudo de um dia para o outro porque não vivemos sozinhos. E porque só raramen-te a verdadeira mudança vem de rompante.Começamos já a sentir a ressaca de quem, por um momento, conseguiu ser feliz. Não no sentido de ser tudo per-feito, sem rugosidades, discus-

sões ou pequenos desentendi-mentos. Mas sim no de cada um de nós sentir que a sua individualidade está a ser tida em conta.No nosso espectáculo optá-mos por deixar tudo em aberto. No final, ficam duas figuras, em suspenso, a olhar para a paisagem. Um momen-to de reflexão. Será que aconteceu alguma coisa de verdadeiramente diferente ao

Um momento de reflexão

Enquanto cidadãos utiliza-dores dos serviços públicos, temos por hábito

criticar de forma negativa quando sentimos que somos mal atendidos, sendo exceção as situações em que solicitamos o Livro de Elogios dos serviços para dar nota da nossa satisfação. É mais fácil descarregarmos a raiva nos funcionários públicos, pedir o Livro de Reclamações, injuriar quem nos atende, dizer mal de tudo e de todos, incluin-do o Governo. Nunca temos tempo para elogiar quando o serviço é do nosso agrado.Há inúmeras teorias que justificam esta forma de estar, sendo uma delas «quem faz o que deve, a mais não é obrigado» e outra consiste na incapacidade

dos gestores saberem valorizar o trabalho dos seus colaboradoresO que me leva a opinar publica-mente é a oportunidade de dar nota da qualidade do serviço prestado à minha pessoa, pelos serviços de Cardiologia do Centro Hospitalar de Setúbal / Hospital de São Bernardo.Em causa está a avaliação do serviço relacionado com um exame médico realizado no passado dia 23 de Fevereiro, no qual esteve envolvida a equipa da Unidade UNIR, composta por um conjunto de profissionais que demonstraram uma quali-dade de atendimento, que não poderia deixar de tornar pública.Embora a presente avaliação seja de carater pessoal, referente à minha pessoa, tive a oportuni-

dade de testemunhar a igualda-de do atendimento a todos os doentes que estiveram interna-dos nos mesmos serviços, durante o período em que estive hospitalizado.Ao contrário de outras organiza-ções, que «não trabalham com o coração nas mãos todos os dias» é importante termos a noção da responsabilidade que se têm «entre mãos», quando os recursos são escassos e cortados cegamente em folhas de Excel, em prol do cumprimento de um mero objetivo financeiro e ideológico.As equipas fazem-se com pessoas e os funcionários das áreas médica, enfermagem, técnicas e administrativa do Serviço de Cardiologia do

Saber valorizar é sinónimo de competência

longo deste dia que decidimos retratar? Ou estamos já impedidos de conseguir essa mudança por nos termos habituado a percorrer, dia a dia, os mesmos percursos?Cada um tentará responder a partir da sua experiência e do seu olhar. A mim parece-me, neste momento, que é possí-vel. Pelo menos pareceu-me que mudámos alguma coisa nestes últimos dias, juntos.

ATUALIDADES

PAULO LOURENÇOINVESTIGADOR SOCIAL

Hospital S. Bernardo, demons-traram de forma exemplar o que é o exemplo da qualidade do serviço público, realizado por uma Verdadeira Equipa, profis-sional, competente, orientada para uma única Missão: com-promisso com o doente.Sendo do conhecimento público que o Centro Hospita-lar de Setúbal irá ter uma nova Administração, como utente do Serviço Nacional de Saúde, faço votos que os novos

Dirigentes saibam dar conti-nuidade à valorização dos recursos humanos do Hospital S. Bernardo, e que os compro-missos assumidos para com os doentes mantenham a diferen-ciação positiva da qualidade dos serviços prestados à comunidade.Bem-Haja à Equipa do Centro Hospitalar de Setúbal / Hospital de São Bernardo.Assina, um cidadão contribuinte utente do SNS.

À PARTE

LEVI MARTINS DIRETOR DA COMPANHIA MASCARENHAS-MARTINS

Page 16: Semmais 05 marco 2016